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Introdução:
Rochas são materiais sólidos consolidados, formados naturalmente por agregados de matéria
mineral ou minérios, que se apresentam em grandes massas ou fragmentos.
As principais propriedades que distinguem uma rocha de um solo são a coesão interna e a
resistência à tração.
A coesão interna é a força que liga as partículas umas as outras (ligação entre os átomos). Este
valor difere da coesão aparente, que é resultante do atrito entre as partículas quando submetidas às
forças de cisalhamento. Exemplo de coesão nula é a areia, mas pode apresentar coesão aparente de
4,34 kg/cm².
A resistência a tração pode ser nula num solo. Mas entre o solo e a rocha pode existir uma tração
uniaxial de 1MPa.
A rocha, como o solo, é um material bastante distinto de outros materiais da engenharia, por isso
os projetos em rochas são bastante especiais. A mecânica das rochas se desenvolveu mais lentamente
que a mecânica dos solos, pelo simples fato de a rocha ser considerada mais competente que o solo e
gerar menor número de problemas com fundações ou estruturas.
A mecânica, de uma forma geral, estuda a resposta de um material a uma solicitação qualquer. A
mecânica das rochas tem como finalidade estudar as propriedades e o comportamento dos maciços
rochosos submetidos a tensões ou variações das suas condições iniciais.
Histórico:
Desde a pré-história, as rochas e os maciços rochosos vêm sendo utilizados pelo homem para a
fabricação de ferramentas, casas, fortificações e até mesmo túneis.
Os templos e as pirâmides do Egito, como por exemplo, a Pirâmide de Queôps, construída com
mais de dois milhões de blocos de calcário há 4700 anos.
As principais barragens do Egito e do Iraque, que datam de 2900 A.C., são testemunhos das
refinadas técnicas de seleção, corte e trabalho empregadas pelos homens na antiguidade.
Apesar das centenas de anos de experiência, foi somente nestas últimas décadas que a mecânica
de rochas passou a ser reconhecida como uma disciplina regular dos programas de engenharia, a partir
de 1960.
O anel interno deste diagrama representa o estudo de casos individuais, tais como a implantação no
maciço rochoso de fundações, poços, furos de sondagem, cavernas e taludes.
Campo de Aplicação:
As rochas são utilizadas pelo homem para fabricação de armas, ferramentas e utensílios. Este
material é muito usado para construção de casas, túneis, fortificações, esculturas entre outros.
(a) fundações: as rochas são um excelente material de fundação, mas podem ser fraturados e alterados.
É necessário estabelecer a competência da rocha em relação a sua capacidade de suportar a carga para
níveis toleráveis de deformação.
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(b) taludes: a mecânica das rochas pode identificar o risco de ruptura do talude rochoso, seja por
tombamento, flexão, em cunha ou em plano;
(c) túneis e poços: a estabilidade de túneis e poços depende da estrutura da rocha, estado de tensões,
regime de fluxo subterrâneo e técnica de construção;
(d) cavernas: o projeto de construção de grandes cavernas é influenciado pela presença e distribuição
das fraturas do maciço rochoso;
(e) mineração: a mecânica das rochas influi sobre os métodos de mineração, com a finalidade de se
obter uma maior extração de minério, utilizando-se um mínimo de suporte artificial das galerias;
(f) energia geotérmica: a produção de energia geotérmica é obtida pela percolação de água, injetada no
furo, através das fraturas da rocha-reservatório naturalmente aquecida e a posterior recuperação por
outro furo de sondagem. Este sistema depende da interação entre as fraturas do maciço, tensões in situ,
condições de fluxo, temperatura e tempo;
(g) armazenamento de rejeitos radioativos: o isolamento dos materiais radioativos em relação à
biosfera requer o estudo das fraturas do maciço, capacidade de absorção das superfícies das fraturas,
tensões in situ, condições de fluxo, temperatura e tempo.
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CAPITULO 2 – DEFINIÇÕES E PROPRIEDADES
Rochas: são todos os materiais geológicos sólidos consolidados, constituídos por minerais, e que se
apresentam em grande massa ou em fragmentos. Apresenta descontinuidade à escala ultramicroscópica
da ordem de 10-8 mm (em nível de átomos e redes cristalinas), microscópica da ordem de mm (por ex:
microfissuras, microdobras, união entre os grãos, etc.) e macroscópica da ordem de mm-cm (amostra
de mão), tais como: estratificação, xistosidade, dobras fraturas, etc.
Rocha intacta: é a porção da massa rochosa, livre de descontinuidades, sobre a qual se verificam
propriedades de resistência mecânica do material rochoso.
Rocha frágil: é aquela que apresenta ruptura frágil. Esta é definida a partir do ponto em que a
capacidade de resistir às cargas diminui simultaneamente com aumentos de deformação.
Rocha dúctil: um material é dito dúctil quando ele pode apresentar deformações permanentes sem
perder sua capacidade de resistência.
Coesão: refere-se à força que une as partículas das rochas.
Rochas coerentes: gnaisses, granitos e basaltos (não decompostos).
Rochas incoerentes: terra e areia.
Dureza: é a resistência oferecida pela rocha à penetração de uma ferramenta mineira.
Elasticidade: é a mudança de forma ou volume de uma rocha, quando submetida a forças externas,
retornando, em seguida, às condições iniciais, quando retiradas as forças que causaram a deformação.
Plasticidade: é a propriedade que tem a rocha de tomar qualquer forma, quando submetida a forças
externas, e conservar esta forma, mesmo depois de removida a causa da deformação.
densidade da rocha intacta: é a massa por unidade de volume da rocha, expressa em g/cm 3, t/m3
etc.
Obs.: - as rochas de baixa densidade se deformam e rompem com facilidade, requerendo um fator de
M EXEMPLOS: GNAISSE: 2,9 T/M3 energia relativamente baixo.
D
V GRANITO: 2,7 T/M3
QUARTZITO: 2,6 T/M3
As rochas densas precisam de uma maior quantidade de energia para obter uma fragmentação
satisfatória.
Resistência das rochas: as resistências estáticas à compressão e à tração como parâmetros indicativos
da aptidão da rocha ao desmonte.
Porosidade: é a razão entre o volume interno do espaço aberto (poros, interstícios ou vazios) e o
volume total da rocha, isto é:
Obs.: a porosidade provoca os seguintes efeitos nos desmonte de rochas:
Atenuação da onda de choque;
Redução da resistência dinâmica à compressão e, conseqüentemente, incremento da trituração e
percentagem de finos.
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Módulo de Young: é a relação entre a tensão () e a deformação () sofrida pela rocha, isto é: sendo a
deformação uma relação entre dimensões ou entre ângulos, entende-se que é uma quantidade
adimensional.
O módulo de Young, também é conhecido como módulo de elasticidade; como nas rochas nem sempre
E L
L
se observa o comportamento elástico, tem sido uma tendência da designação o módulo de deformação
para esta propriedade.
Coeficiente de Poisson: é a relação entre a deformação lateral (t) e a deformação longitudinal (l),
sofrida pela rocha, isto é:
T 1
CHAMA-SE N DE POISSON (M) AO m
L INVERSO DO COEFICIENTE DE POISSON:
Tensão: é uma grandeza física derivada de outra grandeza, a força. Não podem ser medidas
diretamente, mas estimadas pelos seus efeitos, a deformação. O termo tensão envolve dois conceitos:
tensão em um plano e tensão em um ponto. O primeiro é matematicamente definido como o quociente
entre força (grandeza vetorial) e área (grandeza escalar).
CAPITULO 3 - DESCONTINUIDADES
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Descontinuidades:
Segundo a Associação Internacional de Mecânica de Rochas (ISRM), é o termo geral para
qualquer descontinuidade mecânica, em um maciço rochoso, que apresenta baixa ou nenhuma
resistência à tração. Este é o termo coletivo para a maioria dos tipos de diáclases, juntas, planos de
fraqueza do acamamento, planos de fraqueza da xistosidade, zonas de alteração ou de falhas.
A figura ilustra estas definições através da representação físico-simbólica do efeito escala.
Rochas duras: São rochas que apresentam resistência uniaxial à compressão de 100 – 250 mpa.
Rochas brandas: São rochas que apresentam resistência uniaxial à compressão de 25 – 50 mpa.
Solo ou alteração: Quando a resistência uniaxial à compressão do material é menor do que 1 mpa.
Resistência á compressão simples: pode ser definida como sendo a resistência oferecida por uma
amostra do material rochoso a um esforço de compressão uniaxial aplicado.
Rocha de alta rigidez: elevada resistência absorve alto nível de tensão e pequena deformação.
Ruptura normalmente súbita, repentina e violenta ocasiona golpes de terreno.
Golpes de terreno : são estouros de rocha em locais submetidos a altas concentrações de tensão.
Rocha muito rígida possui pequena capacidade de deformação.
Rocha pouco rígida: possui capacidade de absorver alto nível de tensões sem se deformar muito e
reduzir a ruptura excessiva e mais lenta. Quando se deforma muito, perde a capacidade de absorver
tensão.
1) Orientação:
É a atitude da descontinuidade no espaço, podendo ser descrita pela direção do mergulho (azimute) e o
mergulho da reta de maior declividade do plano da descontinuidade. A posição ocupada no espaço por
uma estrutura geológica planar é definida pela sua direção e pelo ângulo de mergulho, ou seja, a
inclinação do plano.
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A direção é definida pelo ângulo que a intersecção do plano da descontinuidade, com o plano
horizontal, faz com a direção norte.
O mergulho é o ângulo de inclinação do plano com o plano horizontal. A reta do mergulho é a reta de
máxima inclinação no plano, perpendicular à direção.
2) Espaçamento:
É considerado como a distância perpendicular entre dois planos consecutivos de descontinuidades
pertencentes a uma mesma família representando o espaçamento médio de uma família de juntas.
O espaçamento entre descontinuidades adjacentes controla o tamanho dos blocos individuais de rocha
intacta. Descontinuidades com espaçamentos maiores fazem que o maciço tenha baixa coesão.
O espaçamento tem grande influência na permeabilidade do maciço e nas características de
percolação.
Descrição espaçamento
Extremamente próximos < 20mm
Muito próximos 20 - 60mm
Extremamente espaçados > 6000mm
É obtido por meio de medidas efetuadas ao longo de uma direção determinada, que pode ser uma
sondagem ou uma linha de levantamento sistemático de descontinuidades em afloramentos.
3) Persistência:
É a extensão do traço de uma descontinuidade como observado em um afloramento.
A persistência ou continuidade de uma fratura é um parâmetro ligado ao tamanho e à forma geométrica
da estrutura e, por isso, profundamente afetada pela orientação e dimensão da superfície rochosa.
descrição persistência
muito baixa <1m
baixa 1- 3m
média 3 –10m
alta 10- 20m
muito alta >20m
4) Rugosidade:
É a medida das irregularidades do relevo com relação ao plano médio da descontinuidade.
Irregularidades em grande escala são chamadas de ondulações. A rugosidade e ondulação contribuem
para a resistência ao cisalhamento. Ondulações em grande escala podem modificar o mergulho local.
Em geral, as irregularidades no plano de uma descontinuidade se manifestam na escala da ordem de
alguns metros, quando são caracterizadas como ondulações, ou em dimensões milimétrica a
centimétrica, quando são identificadas como rugosidade ou aspereza.
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5) Resistência das paredes:
Refere-se à resistência a compressão das paredes adjacentes a uma descontinuidade. Esta resistência
deve ser menor que a da rocha intacta devido à alteração das paredes proporcionada pela presença das
descontinuidades.
O grau de alteração próximo a superfície das fraturas afetam a resistência da mesma e se as paredes
estão em contato, teremos uma importante componente da resistência ao cisalhamento.
6) Abertura:
É a distância perpendicular entre as paredes adjacentes de uma descontinuidade, cujo espaço
intermediário é preenchido por água ou ar.
Abertura descrição
< 0,1mm muito fechadas
0,1- 0,25mm fechadas
0,5- 2,5mm abertas
>1m cavernosas
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Figura 7: Descontinuidades Abertas
7) Preenchimento:
É o material que separa as paredes de uma descontinuidade e que usualmente é mais fraco que a rocha
que lhe deu origem. Os materiais típicos de preenchimento são: areia, silte, argila, brecha e milonito.
Também inclui minerais secundários e descontinuidade seladas, por exemplo: quartzo e veios de
calcita.
8) Percolação:
Fluxo de água e umidade livre,visíveis em descontinuidades individuais ou no maciço rochoso como
um todo.
A percolação de água no maciço rochoso resulta principalmente do fluxo através de descontinuidades.
9) Número de Famílias:
É a quantidade de famílias que compõem um sistema de juntas. O maciço rochoso pode conter também
descontinuidades individuais.
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CAPÍTULO 4 – CLASSIFICAÇÃO DOS MACIÇOS ROCHOSOS
Introdução:
Durante as fases de estudo de viabilidade e projeto preliminar de uma obra, quando são
disponíveis poucas informações detalhadas sobre o maciço rochoso, seu estado de tensões e
características hidrológicas, o uso das classificações geomecânicas pode ser considerado benéfico. As
classificações podem ser vistas como um check-list para assegurar que todas as informações relevantes
vão ser consideradas. Por outro lado, as classificações podem ser usadas para elaborar uma visão da
composição e características do maciço e prover estimativas iniciais do suporte de escavações, além de
prover estimativas de propriedades de resistência e deformabilidade para o maciço rochoso.
De forma geral, uma classificação geomecânica consiste em dar notas às diversas características
do maciço. Os principais objetivos dos sistemas de classificação são:
1) Identificar os principais parâmetros que influenciam o comportamento do maciço rochosos;
2) Dividir uma formação rochosa particular em zonas de comportamento similar;
3) Prover uma base para compreensão das características de cada maciço rochoso;
4) Relatar experiência das condições de um maciço em um local com experiência encontrada em
outros;
5) Obter dados quantitativos e orientações para o projeto;
6) Prover uma base comum para comunicação entre diversas áreas.
Os maciços rochosos podem ser descritos pelos seguintes adjetivos, para dar uma visão do
tamanho do bloco e forma.
Compacto: poucas juntas ou com espaçamentos muito grandes.
Em blocos: aproximadamente equidimensionais.
Tabular: uma das dimensões consideravelmente maior que as outras duas.
Irregular: variação grande de tamanho e forma dos blocos.
Fragmentado: densamente diaclasado até a forma de pequenos cubos.
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CAPITULO 5 - ROCHA INTACTA
Classificação:
Nesta classificação, a rocha é isenta de descontinuidades a escala megascópica e regional. Se a
classificação for basicamente geológica dará uma idéia do material com que esta lidando.
A rocha ígnea possuirá anisotropia pouco marcante, apenas existente em pequenas direções e
resultante da orientação dos cristais.
A rocha metamórfica, como por exemplo, folhelhos, filitos ou xistos, a anisotropia será muito
desenvolvida.
Em se tratando de rochas sedimentares, como calcários, gesso e sal gema, deve-se associar
logo a existência de cavidades no interior do maciço, devido à dissolução da rocha, pelas águas de
infiltração e ou que percolam pelo seu interior.
A classificação geotécnica diz respeito resistência compressão simples e uma idéia da possível
resposta mecânica da rocha, as solicitações, impostas pelas obras que se desenvolve no maciço. Nunca
deve ser esquecido, que o material ensaiado em um pequeno corpo de prova, regra geral, não é
representativo do maciço. As zonas de fraqueza do maciço, tais como, zonas de alteração, fraturas e
outras descontinuidades estruturais, raras vezes estão representadas nessas pequenas amostras, devido
pequena escala dos corpos de prova. Isto significa que os valores adquiridos nesses ensaios
laboratoriais, são bem maiores que os do maciço onde a rocha foi colhida. Há então, que ser
cuidadoso, quando se pretende aplicar os dados laboratoriais de resistência compressão, porque a sua
aplicação poderá levar a um fator de segurança relativamente alto, quando na realidade, o maciço
apresentará um fator de segurança que poderá estar próximo da rotura, devido às fraquezas existentes e
que tem um papel desfavorável.
Uma das classificações geológicas apresentadas, após exaustivo estudo das suas propriedades
mecânicas, foi a de Handin (1966), que agrupou as rochas mais comuns em sete tipos litológicos.
Tabela 1.
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O sistema de classificação que tem maior importância é aquele que baseado em valores
numéricos. Coates e Parsons (1966) classificaram a rocha intacta baseados na resistência compressão e
parâmetros de deformabilidade.
Dividiram a rocha em três categorias: branda (<35 mpa), resistente (35 a 173 mpa) e muito
resistente (>173 mpa).
Quanto deformabilidade e antes da rotura classificaram as rochas como:
Elásticas: se não apresentarem fluência a 50% da sua resistência a compressão simples;
Viscosas: se as rochas apresentarem fluência a 50% da resistência a compressão simples.
Quanto a rotura, os autores classificaram a rocha em:
Frágil: se a rotura é repentina,
Plásticas: se a rotura é por fluxo (25% da deformação total é permanente antes da rotura).
Esta classificação é útil quando se classificam as rochas para perfuração, britagem, explosões
subterrâneas ou fragmentação em pequena escala e em rochas maciças sem fraturas. Vários autores
apresentaram outras classificações baseadas na resistência compressão simples.
Entre esses autores, pode-se destacar a classificação de Deere e Miller (1966) que foi aceito
mais ou menos bem universalmente e faz parte da Tabela 2.
A classificação apresentada é determinada em amostras com uma razão altura/diâmetro maior
que 2.
Na classe a, se incluem os quartzitos, doleritos, gabros, diabásico, basaltos densos e rochas
ígneas de grão fino.
Na classe b, se incluem as rochas ígneas de grão grosseiro (granitos e granodioritos), rochas
metamórficas muito resistentes, alguns arenitos muito resistentes, calcários e dolomitos.
Na classe c, se incluem a maior parte dos folhelhos, arenitos de resistência média, calcários e
rochas metamórficas com xistosidade bem evidenciada como xistos cloríticos, micáceos ou talcosos.
na classe_d, se incluem os carvões e siltitos.
na classe e, se incluem os argilitos, folhelhos argilosos, rochas salinas ( sal gema, gesso e
potássio), giz e rochas alteradas.
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CAPITULO 6 - INTEMPERISMO
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Figura 9:Processo de intemperismo
Alterabilidade:
Os minerais constituintes de rochas ígneas e metamórficas, formados em altas temperaturas ou
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altas pressões, tornam-se instáveis quando expostos à superfície. Estes minerais têm maior tendência à
alteração. Aqueles relativamente estáveis, como o quartzo, ouro, platina e diamante, são transportados
e sedimentam-se, podendo originar depósitos com valor econômico.
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Figura 10:Diagrama de alteração do maciço rochoso
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Tabela 4: perfil de intemperismo de rochas ígneas e metamórficas
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Propriedades - índice das rochas:
A determinação das propriedades físicas é importante para a caracterização da rocha e
representa uma grande compreensão do comportamento geotécnico do material. Algumas propriedades
físicas podem ser usadas para descrever a rocha quantitativamente. Estas refletem na estrutura,
composição, fábrica e comportamento mecânico, e estão descritas abaixo:
Densidade
Porosidade
Teor de umidade
Velocidade de propagação do som
Permeabilidade
Durabilidade
Resistência
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Tabela 6: Classificação geotécnica de alteração de rochas.
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o seu peso.
Agentes e causa:
Entende-se por causa o modo de atuação de determinado agente ou, em outros termos, um
agente pode se expressar por meio de uma ou mais causas. É o caso, por exemplo, do agente água, que
pode influir na estabilidade de uma determinada, massa de material das mais diversas formas: no
encharcamento do material.
Tipos de agentes:
- Predisponentes: trata-se de um conjunto de características intrínsecas, função apenas de condições
naturais, nelas não atuando, sob qualquer forma, a ação do homem.
Pode distinguir: complexo geológico (acidentes tectônicos, atitude das camadas), complexo
morfológico (massa e forma do relevo), complexo climático-hidrológico (clima e regime e água
subterrânea), gravidade, calor solar ou tipo de vegetação original.
- Efetivos: conjunto de elementos responsável pelo deslocamento do movimento de massa incluindo-se
a ação humana. Estes deslocamentos subdividem-se em:
Preparatórios – pluviosidade, erosão pela água ou vento, congelamento e degelo, variação de
temperatura, dissolução química, desflorestamento.
Imediatos – chuva intensa, fusão de gelo e neve, erosão, terremotos, ondas, vento, ação do homem, etc.
Tipos de causa:
- causas internas: são as que levam ao colapso sem que se verifique qualquer mudança nas condições
geométricas dos taludes e que resultam de uma diminuição interna ao material.
- causas externas: provocam um aumento das tensões de cisalhamento sem que haja diminuição da
resistência do material.
- causas intermediárias: resultam de efeitos causados por agentes externos no interior do talude.
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1) Causas internas
Efeito de oscilações térmicas: oscilações térmicas diárias ou sazonais provocam variações
volumétricas em massas rochosas, podendo conduzir a destaque de blocos. Num bloco de material
colocado sobre um plano horizontal, contrações e dilatações de origem térmica ocorrem
simetricamente em relação ao seu eixo e distribuem também as tensões de cisalhamento na superfície
de contato com o plano.
Diminuição dos parâmetros de resistência por intemperismo: o processo de alteração por intemperismo
leva a um enfraquecimento gradual do meio rochoso, ou terroso, no qual ocorre, pela remoção dos
elementos solúveis constituintes dos próprios minerais, pela dissolução dos elementos com função da
cimentação em solos ou rochas sedimentares, pelos desenvolvimentos de uma rede de microfraturas
num meio rochoso que não as possuía.
2) Causas externas
Mudanças na geometria do sistema: uma das causas das condições de instabilidade consiste em
modificar as condições geométricas da massa terrosa, ou rochosa, que esteja sendo analisada,
acrescentando-lhe uma sobrecarga em sua porção superior, ou então, retirando parte de sua massa na
porção inferior.
Efeitos de vibrações: agentes, como terremotos, o bater das ondas, explosões, tráfego pesado, cravação
de estacas e operação de máquinas pesadas, transmitem, invariavelmente, vibrações ao substrato.
Máquinas pesadas induzem nos solos que lhes servem de fundação, vibrações de alta freqüência.
Como a aceleração, fator principal da força nociva resultante das vibrações, é proporcional ao quadro
da freqüência.
Mudanças naturais na inclinação das encostas: as formas mais evidentes resultam de movimentos
tectônicos que mobilizaram corpos de estruturas dobradas, conduzindo-os muitas vezes a fenômenos
de desequilíbrio. As formas mais conhecidas são as cadeias montanhosas, como os Andes, Himalaia
entre outros sendo um escorregamento translacional, também chamado gravitacional.
3)Causas intermediárias:
Elevação do nível piezométrico em massas “homogêneas”: considerando uma massa saturada de rocha
intensamente fraturada, solo ou sedimento a água que ocupa os vazios se acha sob pressão a mecânica
dos solos conduz a seguinte conclusão:
- O potencial de escorregamento se situa numa camada de areia ou silte, a resistência ao cisalhamento
por unidade de área, será igual a:
S = (p- a.h).tg
P - pressão num ponto p da superfície potencial de escorregamento;
H - altura piezométrica no ponto;
a - peso específico da água;
- ângulo de atrito na superfície de escorregamento
Rebaixamento do lençol freático: a expressão se refere a abaixamentos de água numa razão de pelo
menos 1m por dia, caso comum em reservatórios ou nas margens fluviais após uma enchente. Se o
nível de uma massa de rebaixamento lento o lençol permanecerá horizontal e a resistência média será
dado como:
S= c + (pi - a.hi)tg
Sendo (pi - ª.hi) a pressão efetiva em cada elemento de espessura unitária da superfície de ruptura.
Se rebaixamento forma rápido, a descida da superfície piezométrica não acompanhará o nível de água
livre.
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Em termos gerais os movimentos de massa podem ser classificados em quedas, tombamentos,
escorregamentos, que podem ser translacionais ou rotacionais, espalhamentos, escoamentos e
movimentos complexos.
1) Queda de blocos:
É um movimento definido por uma ação de queda livre a partir de uma elevação, com ausência
de superfície de movimentação. Ocorre em taludes com forte inclinação ou escarpas onde blocos de
tamanhos variados se desprendem do maciço por intemperismo e caem pela ação da gravidade.
Movimentos das mais variadas proporções incluem-se nesta categoria, desde a queda de um
bloco isolado até o colapso de enormes complexos rochosos. A velocidade do movimento é alta.
2) Queda de detritos:
É a movimentação de reduzidas massas de fragmentos terrosos ou rochosos, inconsolidados, ou
pouco consolidados, em movimentos de pequena magnitude.
Dentro dessa classe pode-se enquadrar o fenômeno da desagregabilidade de massas rochosas.
Trata-se de um processo de proporções limitadas, que não atinge o noticiário dos jornais por não ter
efeito catastrófico, mas que produz contínuos efeitos nocivos a obras de drenagem de rodovias e
ferrovias, bem como à sua própria manutenção. Consiste no destaque contínuo de fragmentos rochosos
provocados por fenômenos de secagem e saturação sucessivas em rochas de baixa resistência expostas
ao longo de cortes artificiais.
3) Tombamentos:
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O tombamento é um tipo de ruptura em taludes em maciços rochosos com camadas ou
descontinuidades de foliação regularmente espaçadas. Ocorre quando as camadas estão inclinadas para
dentro do talude. O tombamento é comum em quartzitos, ardósias e xistos, em taludes de minas e em
taludes naturais, mas ocorre também em finas camadas de sedimentos mergulhando fortemente, em
descontinuidades colunares de origem vulcânica e em granitos com descontinuidades regulares.
4) Escorregamentos:
Escorregamentos são movimentos rápidos, de duração relativamente curta, de massas de
terreno geralmente bem definidas quanto ao seu volume, cujo centro de gravidade se desloca para
baixo e para fora do talude.
Diferentes tipos de escorregamentos podem ser identificados em função de sua geometria e da
natureza do material que se torna instável, podendo ser subdivididos em translacionais e rotacionais.
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- Escorregamentos translacionais de solos: trata-se de movimentos ao longo de superfície plana, em
geral preexistente e condicionada a alguma feição estrutural do substrato. O movimento é de curta
duração, velocidade elevada, grande poder de destruição. Pelo aumento do teor de água,
escorregamentos translacionais de solo podem adquirir o aspecto de corridas. Podem, por outro lado,
passar a atuar como rastejos, após sua movimentação e acumulação no pé da encosta.
5) Escoamentos:
Os escoamentos, numa definição ampla, são representados por deformações, ou movimentos
contínuos, estando ou não presente uma superfície definida ao longo da qual a movimentação ocorre.
O conceito de escoamento não está associado ao fator velocidade, englobando movimentos lentos
(rastejos) e movimentos rápidos (corridas).
- Rastejos: são movimentos lentos e contínuos de material de encostas com limites indefinidos. A
movimentação é provocada pela ação da gravidade, intervindo, nos efeitos devido às variações de
temperatura e umidade. Em superfície, o rastejo se evidencia, muitas vezes, por mudança na
verticalidade de árvores, postes, etc.
Translacional Muitas
unidades
Expansões laterais
Corridas/escoamentos De rocha De detritos De terra
(rastejo
profundo)
(rastejo de solo)
Tabela 7: Classificação do s Movimentos deMmassas por Varnes (1978)
30
rochoso extremamente dependente da persistência, do espaçamento, da orientação e das propriedades
geomecânicas destes planos.
O primeiro passo a ser dado em uma análise de estabilidade é determinar a relação entre as
diversas famílias de descontinuidades e o potencial cinético de instabilidade dessas estruturas, por
meio do uso de projeção estereográfica. O segundo passo é determinar a resistência ao cisalhamento
nos planos de descontinuidade ou quais os blocos de rocha que podem movimentar-se, através de
ensaios in situ ou de laboratório. Finalmente, o terceiro é determinar as condições de fluxo de água das
descontinuidades ou em maciços intensamente fraturados, por meio de poços ou avaliação de campo,
de maneira a caracterizar as pressões de água que atuam em blocos potencialmente instáveis.
Análise cinemática aplicada: a análise cinemática consiste na identificação dos mecanismos de ruptura,
feita a partir do estudo da atitude das descontinuidades e do talude, com o emprego de técnicas de
projeção estereográfica. A ruptura de um talude em rocha pode ocorrer de muitas formas, e na maioria
dos casos, é dominada pela presença de descontinuidades preexistentes.
A ruptura circular ocorre em maciços rochosos extremamente fraturados, em solos ou em
maciços muito alterados, segundo uma superfície em forma de concha.
A ruptura planar ocorre quando a descontinuidade tem a direção aproximadamente paralela à
face do talude e mergulho menor que a face do talude permitindo o material acima da descontinuidade
deslizar.
A ruptura em cunha é gerada a partir de duas descontinuidades distintas, cuja interseção
propicia o rompimento de parte do talude. As condições e orientações das diferentes famílias de
descontinuidades determinam o evento.
A ruptura por tombamento é um tipo de ruptura em taludes envolvendo rotação de colunas,
agindo umas sobre as outras. Em maciços rochosos essas colunas são formadas por planos de
acamamento regulares, clivagem ou descontinuidades, paralelas à crista do talude e mergulhando para
dentro do maciço rochoso, contrastando com a ruptura por deslizamento, na qual as descontinuidades
mergulham no mesmo sentido que o talude.
31
Figura 12: Mecanismos de Ruptura
Classes de tombamento:
- Tombamento por flexão: ocorre onde colunas contínuas de rocha, separadas por descontinuidades
bem desenvolvidas e mergulhando verticalmente, dobram para frente e se quebram em flexão.
Deslizamento, solapamento ou erosão do pé do talude provocam o início da ruptura que progride para
trás, com fendas de tração largas e profundas. A porção inferior do talude é coberta com blocos
desorientados e desordenados. O tombamento por flexão ocorre mais notadamente em ardósias, filitos
e xistos.
32
Figura 13: Tombamento por flexão
- Tombamento de blocos: ocorre onde colunas individuais de rochas são divididas por
descontinuidades espaçadas. O pé do talude, com colunas curtas, recebe cargas do tombamento das
colunas compridas acima. A base do maciço será constituída de degraus, geralmente subindo de uma
camada para a outra. Camadas espessas de rochas sedimentares como arenito e calcário, assim como
descontinuidades de origem vulcânica em forma de colunas exibem rupturas de tombamento de
blocos.
- Tombamento por flexão: é caracterizado por flexão contínua de longas colunas em função de
movimentos acumulados ao longo de numerosas descontinuidades cruzadas. O movimento de
deslizamento ocorre ao longo de várias superfícies de descontinuidades no pé do talude, enquanto
deslizamento e tombamento ocorrem de forma associada no resto do maciço. Camadas de arenito e
xisto, e camadas finas de calcário, exibem tombamento de bloco por flexão.
- Tombamento secundário: pode ser provocado por outro fenômeno independente, em casos onde o
tombamento dificilmente ocorreria.
A figura abaixo apresenta vários exemplos de tombamento secundário, como na figura (a) que
apresenta um deslizamento na parte superior do talude, provocando o tombamento secundário no pé do
talude. A figura (b) mostra tombamentos na base do talude, onde as camadas mergulham
verticalmente, induzidas pelo arraste. A figura (c) exemplifica o deslizamento de camadas inferiores
33
provocando o tombamento das camadas superiores. Na figura (d) tem-se o tombamento e colapso das
colunas de rochas sobrepostas provocado pelo intemperismo do material inferior e em (e) tem-se
tombamento devido à presença de fendas de tração em material coesivo.
(a)
(b)
(©) (D)
Introdução:
Por resistência ao cisalhamento entende-se a resistência que os corpos rochosos têm para se
romperem segundo a direção das tensões cisalhantes, ou seja, na direção tangencial. O fator mais
importante para a determinação desta resistência é a geometria da rocha. Em seguida, pode-se citar a
resistência ao cisalhamento das superfícies com potencial de ruptura.
A determinação do valor da resistência ao cisalhamento é um ponto crítico no projeto de
estabilidade da mina. Uma pequena variação no valor determinado pode provocar mudanças
34
(e)
consideráveis nesta estabilidade (altura e inclinação do talude). Vários fatores podem provocar
mudanças no valor da resistência, como a rugosidade das superfícies, intemperismo e presença de
água.
= .tg r
r = ângulo de atrito residual (r < p ).
35
Quando for impossível se realizar algum tipo de teste, as características da resistência ao
cisalhamento das superfícies da rocha podem ser aproximadas através do uso de equações específicas.
Estas equações necessitam de valores estimados ou calculados para a resistência à compressão, para o
ângulo de atrito e para a média do ângulo de rugosidade da superfície.
CAPITULO 10 – ESCAVAÇÕES
Introdução:
Escavação é o processo empregado para romper a compacidade do solo ou rocha, por meio de
ferramentas e processos convenientes, tornando possível a sua remoção. Uma escavação pode ser
realizada com dois diferentes objetivos, quais sejam obtenção de bens minerais e abertura de espaços
para fins diversos.
No primeiro caso, as escavações normalmente envolvem grandes volumes de material, tanto
estéril como minério e se processam por períodos de tempo muito longos.
Já a escavação com finalidade de abertura de espaços pode envolver volumes bem menores de
material, sendo executada em tempos inferiores.
Como exemplo, pode-se citar o desenvolvimento de canais de irrigação e de navegação,
escavações para implantação de barragens, centrais hidrelétricas e nucleares, abertura em corte e/ou
aterro ou túneis para rodovias, ferrovias, metrôs, ou ainda implantação de fundações de edifícios,
pontes e viadutos, portos e aeroportos, reservatórios de água e outras obras civis em geral.
As operações de escavação propriamente ditas são normalmente complementadas pelo
carregamento do material escavado, transporte e descarga.
Como exemplo de grandes escavações em minerações brasileiras, pode-se citar a mina do Cauê,
da Vale,
em minas gerais, em operação a céu aberto desde 1942, onde já se havia escavado até 1996 cerca de
36
890 milhões de toneladas de hematitas e itabiritos, além de mais 390 milhões de toneladas de estéril,
convivendo-se com um talude contínuo (sem bermas) de 310 m de altura e talude total de 455 m.
As principais minas de ouro da mineração morro velho, quais sejam a mina Velha a céu aberto e
subterrânea e a mina Grande, subterrânea, ambas em minas gerais, tiveram a lavra iniciada em 1834. A
explotação atingiu uma profundidade de 2.453 m (cota de 1.443,5 m, abaixo do nível do mar) e uma
extensão total de galerias estimada em 100 km, com produção total de 333 de ouro até 1996.
Outro exemplo interessante é o do garimpo de serra pelada, de onde foram oficialmente obtidas
41 t de ouro numa escavação totalmente manual, onde chegaram a trabalhar até 85 mil homens.
A usina hidrelétrica de Paulo Afonso IV possui uma escavação para a casa de força subterrânea
de 54 m de altura por 222 m de comprimento e 25 m de largura, num volume de 230 mil m 3 e um
volume total de escavações subterrâneas de 510 mil m3.
Podem ainda ser citados os túneis da ferrovia do aço, cujo projeto inicial previa um total de
cerca de 100 túneis com aproximadamente 100 km, dos quais a maioria já foi aberta. A parte em
operação até 1996 possui cerca de 50 km de túneis, o maior dos quais com 8 km de extensão.
Embora as escavações sejam em geral muito criticadas por ambientalistas pela degradação que
representam ao meio, estes exemplos mostram a sua importância na vida do homem moderno. Isto
ocorre tanto na grande mineração, para obtenção de matéria-prima para a indústria metalúrgica e
outros bens minerais imprescindíveis, como em pequenas escavações para extração de matéria prima
na construção de moradias (areia, brita, argila para indústria de telhas, tijolos e cerâmicas, etc.).
Tipos de Escavação:
Condicionantes geológicos:
1) Efeitos das escavações
As escavações provocam descompressões no maciço rochoso envolvente, ocasionando assim um
estado de tensões induzidas diferente das tensões preexistentes. Essas modificações no estado de
tensão ao redor das escavações, que são função de suas dimensões e geometria, bem como do método
de abertura e cuidados na execução, podem provocar deformações elásticas ou plásticas e
deslocamentos que se refletem principalmente em suas descontinuidades. Os deslocamentos sofridos
37
eventualmente causam o rompimento do maciço rochoso. Em escavações a céu aberto, isso pode sig-
nificar o escorregamento de taludes, seja de uma pequena porção de um banco até a movimentação de
grandes massas.
Já para escavações subterrâneas, pode haver desde pequenos desplacamentos superficiais até
desabamento de tetos ou paredes ou ainda rompimento de pisos e, eventualmente. Colapso total da
escavação, em função da forma e seção da escavação.
2) Escavabilidade:
Escavabilidade é a maior ou menor facilidade do maciço em ser escavado. A tabela abaixo
apresenta uma classificação dos materiais quanto à escavabilidade.
As características não tradicionais da rocha, como dureza e tenacidade, são importantes nos estudos
de escavabilidade, além daquelas que condicionam a perfurabilidade.
38
Tabela 9: Classificação das rochas por dureza
A densidade da rocha influi também nas condições de escavação. Solos e rochas mais densos
requerem maior energia para serem escavados e mobilizados. O empolamento ou expansão
volumétrica é o aumento de volume que sofrem solos e materiais, rochosos ao passarem do estado
intacto ao estado fragmentado ou desagregado. Esse aumento varia de 12 a 15%, em areias e
cascalhos, para 20 a 2.5 % em argilas, atingindo 34% em calcários e 45% em rochas mais duras e
compactas. Esse empolamento implica numa redução na densidade do material desmontado.
3) Estruturas geológicas
Algumas características estruturais do maciço rochoso são de grande importância, principalmente
para o desmonte de rocha por explosivos. A geologia muitas vezes determina a altura das bancadas em
escavações a céu aberto, quer pela estabilidade das faces, quer pela própria adequação das malhas de
perfuração e tipo de explosivo. Determina ainda a orientação da bancada, preferencialmente paralela
aos planos do principal sistema de juntas, acamamento, xistosidade e outras estruturas. Normalmente,
as juntas representam regiões de fraqueza que podem permitir um corte melhor numa dada direção.
Para escavações subterrâneas, a geometria do projeto não pode normalmente ser alterada pela
presença de juntas ou acamamentos. A importância de descontinuidades e planos de fraqueza é,
entretanto, significativa tanto sob o ponto de vista operacional na execução da escavação propriamente
dita (plano de fogo, por exemplo), como na forma final da cavidade aberta (contorno), e ainda na
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definição da necessidade de eventuais tratamentos. Uma direção predominante de fraqueza num
maciço rochoso condiciona a forma final obtida numa escavação em decorrência de sobre escavações
ou overbreak que provoca, conforme mostra a figura abaixo.
Decapeamento:
O decapeamento consiste na remoção do solo e rocha alterada da superfície para se chegar à
rocha sã. Muitas vezes, a camada superficial de solo com resíduos vegetais é estocada à parte, para
posterior recobrimento das escavações.
Escavações convencionais são normalmente desenvolvidas em bancadas de altura variável. Além
dos equipamentos utilizados no decapeamento, três equipamentos são os mais usuais para escavações a
céu aberto, sendo também utilizados para carregamento de rocha após seu desmonte por explosivos.
40
Figura 19: Equipamentos usados para decapeamento
Dragagem:
A dragagem é usada para a remoção de materiais que estão abaixo do nível d’água. Para tanto, são
utilizados os seguintes métodos:
- Dragagem por sucção: usada tanto para a execução ou aprofundamento de canais de irrigação,
drenagem ou navegação, como para extração de materiais para aterro ou uso civil (areia, argila, silte,
cascalho).
- Dragagem por draglines ou clamshells: método cíclico com utilização de equipamentos com
caçambas de diferentes capacidades, que efetuam a escavação em níveis inferiores à praça em que se
apóiam. Outros tipos comuns de dragas são as dragas de alcatruzes, as de roda de caçambas, etc.
A lavra por tira (stripping mining) é um método utilizado principalmente para mineração de
camadas pouco profundas. Sub horizontais e com grande extensão e volume. É muito usado no mundo
todo na lavra de carvão e bauxita
Escavações subterrâneas:
Escavações subterrâneas em material pouco consolidado geralmente requerem algum tipo de
sustentação, que pode ser feita por diferentes métodos; sua aplicação normalmente representa um custo
significativo na execução da obra. Assim, escavações subterrâneas necessitam de uma investigação
geológico-geotécnica preliminar o mais detalhada possível para evitar-se situações imprevistas, que
podem alterar grandemente tanto o custo quanto o cronograma da obra, justificando investigações
detalhadas e exposição á água, ar e gases e, ainda, sem necessidade de suporte, seria o mais indicado
para escavação a um menor custo.
Obras civis:
Cada tipo de obra civil possui diferentes características geométricas, com seções e
comprimentos muito variáveis, executadas em diferentes condições geológicas. Em função de tais
condições, os equipamentos são muitas vezes específicos, bem como o próprio método de ataque, que
por vezes é feito em seção plena (para seções médias a pequenas), ou em duas ou mais fases
executivas (normalmente, abertura inicial da abóbada e posterior rebaixo).
Os diferentes tipos de seção são função do uso futuro do túnel. Para transporte de água, as
41
seções devem ser normalmente circulares. Geralmente, túneis ferroviários possuem seção em forma de
ferradura. Seções circulares, muitas vezes, são utilizadas em material pouco consolidado para
aumentar a estabilidade e facilitar o revestimento. Normalmente, as abóbadas de túneis são
arredondadas, também com esses objetivos.
Uma mineração subterrânea exige a construção de uma série de galerias e escavações próximas
e semelhantes em geometria, geologia e sistema de execução e fatores de segurança inferiores aos de
obras civis. Além de galerias e travessas sub horizontais, escavam-se também poços (ou shafts)
verticais para transporte de homens, minério/estéril ou equipamentos, ou ainda inclinados tais como
chutes descendentes, passagens ou ainda chaminés para minério e/ou estéril, ou ainda raises
ascendentes e winzes descendentes para interligação de níveis diferentes.
42
Figura 22: Desenho esquemático com localização de equipamentos para mina subterrânea
O poço de inspeção em rocha é feitos com furos de martelete e explosivos ou com sonda
rotativa de grande dimensão. O diâmetro destes poços varia de 1 a 3 m em média. Tais poços permitem
o exame direto de feições geológicas ou geotécnicas importantes do maciço rochoso.
2) sondagem a varejão:
A sondagem a varejão é feita com uma haste lisa de ferro, cravada manualmente, ou por golpes
de marreta, em sedimentos inconsolidados submersos. E usada para o reconhecimento de aluviões,
superfícies rochosas no leito de um rio e para avaliar depósitos de areia e cascalho para uso na
construção civil.
A haste geralmente penetra até 2 m no aluvião arenoso inconsolidado e o material atravessado
pode ser identificado pela reação sonora e vibratória do processo.
Em argila, a penetração é macia, em areia áspera e em depósitos de areia com cascalho
observam-se bloqueios esparsos na cravação da haste.
3) sondagem a trado:
A sondagem a trado é uma perfuração manual de pequeno diâmetro, feita com um trado para a
investigação de solo de baixa a média resistência. O trado geralmente é constituído por uma concha
metálica dupla ou uma espiral que perfura o solo enquanto guarda em seu interior o material perfurado.
O equipamento é acionado por hastes de aço rosqueáveís e composto, em seu topo, por uma
cruzeta para aplicação de torque. O diâmetro usual do trado é de 3” (aproximadamente 7.6 cm)
entretanto, nos trechos iniciais das sondagens rotativas emprega se o diâmetro de 4”
(aproximadamente 10,2 cm). A coleta de amostras é feita a cada metro de avanço ou quando ocorre
mudança do tipo do material perfurado, para que seja identificada uma possível mudança de horizontes
44
pedológicos ou de camadas geológicas. E muito importante coletar a última amostra retirada do furo e
anotar o motivo da paralisação da perfuração.
A sondagem a trado geralmente penetra somente os horizontes de solo (baixa a média resistência) e
acima do nível d’água. Todavia, camadas argilosas plásticas situadas abaixo do nível d’água podem ser
amostradas com trado tipo espiral. Camadas de seixos ou blocos de rocha impedem o avanço deste tipo
de sondagem. A investigação a trado geralmente é utilizada para o estudo de áreas de empréstimo de
4) Sondagem a Percussão:
A sondagem a percussão ou sondagem simples e o processo de investigação mais comum
empregado na caracterização da cobertura terrosa dos terrenos naturais. O equipamento utilizado é
simples e consta basicamente de um tripé, uma bomba de água, um tanque de água de 200 l e
ferramentas de corte do solo.
O diâmetro normal da perfuração é de 2. 5” e em geral a sua profundidade varia de 10 a 20 m. A
sondagem a percussão é limitada pela ocorrência de material duro, como, matacos, seixos ou cascalhos
de diâmetro grande.
- Ensaio stp: a cada metro de perfuração é feito um ensaio de cravação de um barrilete, tubo oco de 45
cm, no fundo do furo, para medida de resistência do solo e coleta de amostra pouco deformada. para
cravar o barrilete é usado o impacto de uma massa metálica de 65 kg caindo de uma altura de 75 cm de
altura sobre um ressalto na parte superior da haste.
- Ensaio de lavagem por tempo: quando existe interesse em caracterizar a resistência de camadas
muito consolidadas, que não podem ser atravessadas com o barrilete amostrador da sondagem a
percussão, são feitas medidas da velocidade de avanço da sondagem com o processo de lavagem. esse
procedimento, denominado ensaio de lavagem por tempo, muito aplicado em rochas sedimentares
pouco cimentadas, consiste na operação padronizada dos movimentos do conjunto do trépano e
hasteamento, com quedas livres a intervalos regulares de uma altura de 30 cm, durante 10 minutos,
com medidas do avanço do furo nesse tempo.
- Coleta de amostras:na sondagem a percussão são coletadas amostras obtidas pelo barrilete
amostrador e aquelas retiradas nos avanços dos furos .as amostras retiradas do barrilete devem ser
acondicionadas em frascos, para a manutenção da umidade natural e das suas estruturas geológicas. As
amostras de trado devem ser acondicionadas em sacos plásticos ou ordenadas nas próprias caixas de
amostragem. As amostras retiradas por sedimentação da água de lavagem ou de circulação também
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devem ser guardadas. Elas são constituídas principalmente pela fração arenosa do solo original, pois os
finos geralmente são levados pela água de circulação da sondagem.
5) sondagem rotativa:
A sondagem rotativa é um tipo de investigação feita com um tubo, denominado barrilete,
dotado de uma peça cortante, feita com material de alta dureza (coroa) em sua ponta, que perfura o
terreno através de um movimento de rotação. O barrilete geralmente tem uma camisa livre em seu
interior para preservar o testemunho do terreno, que constitui a parte central da área anelar cortada pela
coroa. Para rochas brandas utiliza-se coroa com pastilhas.
Para rochas de média e alta dureza emprega-se coroa com diamante industrial, na forma de
pequenos grãos incrustados ou grânulos disseminados numa matriz, formada pela mistura de vários
metais, submetidos á sinterização. Existem barriletes e coroas de várias dimensões para permitir a
execução das perfurações em série telescópica. Com isso é possível manter protegida, com
revestimento, parte da parede do furo, constituído por material que pode desmoronar, enquanto a
perfuração prossegue com um diâmetro menor. O equipamento básico para a sondagem rotativa consta
de uma sonda motorizada, bomba de água, hastes, barriletes e coroas. As sondas geralmente imprimem
o avanço da perfuração, pressionando o hasteamento rotatório com macacos hidráulicos. A operação da
sondagem rotativa se faz por ciclos sucessivos de cone e retirada dos testemunhos do interior do
barrilete, procedimento este denominado manobra.
Os trechos com baixa recuperação devido à deficiência de operação do equipamento devem ser
indicados na caixa de testemunhos e no boletim de sondagem. Nas perfurações em rochas calcárias e
efusivas basálticas ocorrem, por vezes, cavidades com água ou lama, onde o avanço da sonda se faz
sem qualquer resistência e também devem ser indicadas. Enfim, todos os fatos ocorridos durante a
execução de uma sondagem devem ser criteriosamente registrados para que os resultados da
investigação possam ser corretamente interpretados. Os testemunhos obtidos nas sondagens devem ser
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guardados em caixas de madeira ou de plástico com tampa. Estes devem ser dispostos na seqüência
exata de sua posição no furo, da esquerda para a direita e de cima para baixo, tal como a escrita de um
texto.
6) Sondagem a Rotopercussão:
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A sondagem rotopercussiva é utilizada para avaliar, preliminarmente, a posição do topo da rocha
e a homogeneidade de um maciço rochoso, o furo geralmente tem 3” de diâmetro e um comprimento
de até 25m excepcionalmente, a profundidade ultrapassa 35 m; porém, a retirada do material toma-se
difícil. A sonda é constituída por uma perfuratriz (martelo), torre, hastes, comandos pneumáticos e
ferramenta de perfuração. Todo conjunto está montado em estrutura metálica e sob esteira rolante. Para
acionar a sonda é necessário um compressor de ar ou rede de ar comprimido.em obras subterrâneas,
por exemplo túneis, emprega-se a rotopercussão para investigação horizontal de frentes de escavação,
campanhas de injeção e drenos, etc.
7) Trado Oco:
O trado oco, ou hollow stem auger, cujo principio de funcionamento foi idealizado há alguns
anos, passou a ter um uso freqüente a partir da intensificação dos estudos ambientais, devido á sua
capacidade em recuperar amostras contínuas do maciço, sem provocar alterações nos níveis de
contaminações das diversas camadas do perfil amostrado.
Os equipamentos disponíveis no mercado são automáticos e montados sobre caminhão, chassi sobre
pneus ou esteiras e possuem capacidade de:
abrir furos a seco com o hollow stem auger;
construir poços de monitoramento;
amostrar de forma contínua o solo;
executar ensaios sf1 com emprego de maneio automático;
realizar sondagens rotativas;
atingir profundidades superiores a 60 m com diâmetro de até 12”.
Para amostragem continua de terrenos arenosos utiliza-se mola retentora no barrilete bipartido. É
importante ressaltar a dificuldade em medir o nível d’água durante a perfuração sendo recomendada
sua medição por meio de um furo auxiliar executado nas proximidades do local investigado.
8) Galeria de Investigação:
A galeria constitui um elemento de investigação eficiente, por permitir o acesso direto ás feições
frágeis do maciço, em uma grande área de exposição. Numa galeria é possível medir a posição
espacial de planos de fraqueza do maciço, executar ensaios para determinação de parâmetros
geomecânicos e fazer observações diretas quanto ás condições de fluxo da água subterrânea. Ela
proporciona também um ótimo teste piloto das condições do maciço, visando à construção de obras
subterrâneas, com a observação direta do tempo de sustentação proporcionado pelos vários tipos de
maciço, da necessidade de escoramento, das infiltrações, etc.
Em geral, a galeria de investigação é feita na fase final do projeto básico ou no início da execução,
pois é uma investigação relativamente cara, exigindo profissionais experientes, além de eventuais
suportes, equipamentos como compressor de ar, tratores, marteletes, bomba de concreto projetado, etc.
O registro do mapeamento de detalhe da galeria feito em um plano obtido por projeção das
paredes e do teto. O piso quase nunca mapeado porque os resíduos acumulados e o pisoteamento
dificultam a observação das feições do maciço. Entretanto, há locais onde é necessário mapeá-lo.
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Figura 27: Desenho esquemático de Galeria de Investigação
4) Cavernas:
As cavernas resultam de grandes escavações, com alturas, larguras e comprimentos de 30 a 60 m,
20 a 40 m e 100 a 300 m, respectivamente. Servem para acomodar conjuntos de equipamentos
hidromecânicos para geração de energia elétrica ou para recalcar vazões de água bruta ou servida.
Água Subterrânea:
A água subterrânea pode interferir de várias maneiras nas obras civis, por exemplo,
extravasando para o interior de escavações e provocando a inundação da obra. Essa situação ocorre
quando a superfície do lençol freático é alcançada pela obra de engenharia, por exemplo, quando se
escava para a construção dos pavimentos subterrâneos de um edifício, tornando necessário o
esgotamento da água, para que os serviços de construção possam ser feitos.
Os vazamentos podem tornar-se críticos quando a água percola pelo interior do maciço com
carga hidráulica elevada e aflora à superfície sob pressão. O processo de erosão tubular regressiva,
bem como os parâmetros hidrogeotécnicos que interferem no comportamento da água subterrânea nos
maciços, tais como a carga hidráulica, a poropressão ou subpressão. O gradiente hidráulico e outros
são apresentados os problemas mais importantes associados com a água subterrânea, para cada tipo de
obra.
50
Figura 28: Diagrama esquemático lençol freático
Ponteiras filtrantes:
As ponteiras filtrantes são empregadas para o rebaixamento do lençol freático em solos moles e
incoerentes. Em geral são construídas em linha, com espaçamento entre ponteiras variável em função
da permeabilidade do solo. São constituídas por tubos de aço, geralmente de 50 mm de diâmetro
providos de ranhuras filtrantes na extremidade inferior, introduzidos no terreno mediante injeção de
água sob pressão e rotação dos tubos. A ação combinada da injeção de água e da rotação dos tubos
permite o avanço em solos moles e incoerentes, tais como argilas e areias aluvionares.
A extração da água é feita por uma bomba de vácuo acoplada a uma tubulação de descarga
disposta ao longo das ponteiras, sendo necessária boa vedação das conexões. A sucção do ar reduz a
pressão atmosférica no interior da tubulação e das ponteiras, promovendo a retirada de água do
aqüífero.
As ponteiras filtrantes evitam o carreamento de partículas do solo e, conseqüentemente, a
ocorrência de erosão interna regressiva, permitindo o rebaixamento máximo efetivo do lençol freático
de 4 a 5 m.
Poços de Bombeamento:
Os poços de bombeamento são empregados para o rebaixamento do lençol freático em qualquer
tipo de solo e de rocha. Podem ser construídos com espaçamento pré-determinado, porém, geralmente,
são posicionados individualmente, de forma a possibilitar maior eficiência de rebaixamento em função
das condições hidrogeológicas locais. Os poços de bombeamento são construídos por meio de uma
perfuração com diâmetro geralmente entre 8” e 16” na qual é introduzida uma tubulação, com um tubo
filtrante na extremidade inferior com diâmetro entre 4” e 8” de aço ou pvc. O espaço anelar entre o
tubo filtrante e a parede da perfuração é preenchido por um filtro de areia, chamado de pré, filtro, com
granulometria adequada a da camada que constitui o aqüífero.
Acima do pré-filtro deve ser colocado um selo de solo argiloso ou bentonita, de forma a evitar o
fechamento do pré-filtro. A perfuração é executada com revestimento sacado à medida que se coloca o
pré-filtro e o selo, sendo conveniente evitar o emprego de lama bentonitica para a perfuração.
A tubulação do poço também chamada de tubulação de descarga e o tubo filtrante devem ser
centralizados na perfuração e um medidor de nível d’água instalado no pré-filtro, junto à parede da
perfuração, para avaliar o desempenho do pré-filtro e do filtro.
51
Figura 29: Desenho esquemático de um poço
52
Figura 30: Desenho esquemático de poço com bombeamento
53
Figura 31: Desenho esquemático de dreno horizontal
Drenos de Alívio
Os drenos de alívio recebem esse nome por auxiliarem na redução da pressão de água no interior
do maciço geológico, quando aplicados em rocha são deixados abertos, sem tubulação ou filtro. A água
retirada é conduzida para um sistema de coleta, podendo ser transferida para outras partes do maciço.
Os drenos de alívio em rocha são construídos por meio de perfurações feitas, em geral, com o emprego
dc equipamentos de rotopercussão, com diâmetros apropriados, geralmente da ordem de 75 mm. São
muito empregados em barragens de concreto, nas quais são instalados a partir de galerias de drenagem,
construídas no interior da barragem, próximas à fundação.
Galerias de Drenagem
As galerias de drenagem são utilizadas quando é necessária a retirada de grandes volumes de água
do maciço ou quando o emprego de outros sistemas é inviável ou insuficiente para alcançar o
rebaixamento pretendido, seu uso é limitado devido ao custo elevado de construção da galeria.
As galerias de drenagem, geralmente, são construídas em maciços de rocha, porém, podem ser
instaladas em maciços de solo, normalmente com diâmetro inferior a 3 m. Quando não necessitam de
revestimento, as próprias paredes da galeria drenam o maciço, entretanto, são instalados drenos de
alívio, em rocha, em solo, a partir das paredes, radialmente. As galerias de drenagem têm sido
empregadas em maciços rochosos sob as fundações de barragens, em taludes e em cavas de mineração
e drenagem de túneis.
Injeções:
O tratamento do maciço por injeção consiste em fazer penetrar nos vazios do maciço geológico,
por exemplo, nas fraturas de uma rocha, um produto líquido, suscetível de endurecer com o tempo.
Este produto, chamado de calda de injeção, tem características diferentes conforme seja o objetivo do
tratamento, de consolidação ou de impermeabilização do maciço. As caldas de injeção usualmente
empregadas são constituídas por uma mistura fluida de água e cimento, a qual pode ser adicionada
bentonita, areia e outros produtos.
A calda é injetada através de furos, feitos com equipamentos de perfuração, que atravessam o
trecho do maciço cujos vazios devem ser preenchidos. Para a penetração da calda, geralmente, aplica-
se uma pressão na calda de injeção, chamada de pressão de injeção, com emprego de uma bomba
hidráulica apropriada.
O maior emprego das injeções ocorre no tratamento de maciços rochosos, com o uso de caldas à
base de água/cimento, apesar das injeções terem sido empregadas para o tratamento de solos arenosos
ou com pedregulhos. As injeções são também utilizadas para a fixação e proteção de ancoragens,
principalmente em solo.
54
1) caldas de cimento:
As caldas de água/cimento são geralmente definidas pela proporção água/sólidos. Cujos valores
mais usuais situam-se entre 1:1 a 0,5:1. A proporção de água determina a viscosidade e a fluidez da
calda, sendo responsável pela sua injetabilidade, ou seja, sua capacidade de ser bombeada e penetrar
nos vazios do maciço. A areia é adicionada as caldas de água/cimento quando os vazios a serem
preenchidos são maiores. A bentonita é utilizada para melhorar a injetabilidade da calda.
Por outro lado, como a calda deve ser capaz de penetrar no vazio a ser obturado, a granulometria
da fração sólida da calda deve ser inferior ao tamanho dos vazios. Assim, a permeabilidade não
necessariamente reflete a injetabilidade do maciço, uma vez que altas permeabilidades podem ser
devidas as grandes aberturas.
Com caldas à base de água/cimento, fraturas com abertura abaixo de 0,1 mm não são injetáveis,
devido ao tamanho mínimo das partículas de cimento. A estabilidade da calda, ou seja, o tempo para
que ocorra a sedimentação da fase sólida da calda também é importante para a injeção.
Após a pega da calda inicia-se o furo no trecho injetado prosseguindo com a perfuração até o
final do segundo trecho de injeção, repetindo-se a seguir as operações até alcançar a profundidade final
do furo.
Os critérios de recusa de calda, ou seja, o momento em que o bombeamento de calda é
interrompido, paralisando a injeção ou substituindo a calda em uso, são fixados em função da extensão
a ser tratada, das características da calda e da quantidade de calda já injetada.
Introdução:
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A seleção do método de suporte para uma escavação no subsolo depende de uma série de fatores.
Numa mina, o último fator analisado é o custo global por tonelada de minério.
Na seleção do suporte três fatores são importantes.
O objetivo primário de um sistema de suporte é mobilizar e conservar inerentes as forças do
maciço rochoso, que era anteriormente auto-suportável.
Para os custos de suporte de mina, os elementos de maior significado a serem considerados são
os seguintes:
Custo inicial do material: diz respeito à disponibilidade
Custo de fabricação: envolve custo do equipamento e do trabalho especializado requerido
Custo de manuseio e transporte: relativo à dimensão e “peso” requeridos e equipamentos
Custo de instalação: relativo à simplicidade, ao tempo e equipamento requeridos
Vida útil: diz respeito à manutenção e substituição necessária e possíveis reutilizações
Custo global: relacionado à resistência e à aplicação eficiente do material, sendo afetado pela
dimensão da escavação e pela facilidade de manuseio
Na seleção do tipo de suporte a ser empregado, deve se confrontar as várias alternativas
possíveis, com os itens acima, visando encontrar um ponto ótimo, do ponto de vista técnico e
econômico.
Outro fator a ser considerado é o comportamento do maciço. Numa visão simplificada e de
cunho prático, podem ser consideradas cinco condições básicas de comportamento do maciço:
A rocha tem comportamento similar ao de um material plástico;
A rocha tem comportamento similar ao de uma pilha irregular de blocos que interagem entre si;
A rocha é frágil, trinca ou expande-se devido a sua exposição ao ar ou à umidade;
A rocha trinca ou explode em virtude das altas pressões;
A rocha é auto-sustentável.
Um terceiro fator a ser considerado na escolha do suporte está relacionado com o método de
lavra. Nem o suporte nem o método de lavra podem ser relacionados independentemente. Uma
seleção inteligente do método de lavra pode reduzir os problemas de suporte e também uma seleção
inteligente do suporte pode tornar viáveis métodos mais onerosos.
Para isso, devem ser examinadas algumas considerações, tais como:
Que tipo de abertura necessita de suporte (poço, túnel, galeria ou realce)?
A necessidade de suporte é temporária ou permanente?
O suporte necessário é contínuo ou permanente?
Em relação à necessidade fundamental de manter a via subterrânea aberta, durante o tempo
necessário à extração, diversos fatores podem influir no requisito de sua permanência. São eles:
Ventilação;
Prevenção de afluxo de água;
Subsidência superficial (que pode resultar de colapso).
A necessidade de suporte contínuo ou descontínuo é influenciada pela estrutura da rocha, bem
como pelo método de lavra.
Rochas coesas e maciças necessitam apenas de escoramento pontual (esteios, parafusos de
ancoragem etc);
Rochas moles ou finamente estratificadas exigem suportes ao longo de linhas (vigas, quadros etc);
Rochas intensamente fraturadas requerem suporte de toda a área (revestimentos).
Os sistemas de suporte destinam-se a conter deformações e deslocamentos do maciço os a
recompor o confinamento do maciço, pela melhoria de suas características de resistência. São ainda
utilizados para introduzir um confinamento suplementar, quando a solicitação imposta por uma obra de
engenharia ultrapassa a capacidade de auto-suporte do maciço.
Os sistemas de suporte, tanto para obras a céu aberto como subterrâneas, compreendem a
utilização de tirantes e chumbadores, concreto projetado e diversos outros métodos, podendo ser
aplicados isoladamente ou em associação, na forma de sistemas temporários ou definitivos.
Sistemas temporários são utilizados para permitir que a escavação seja feita com segurança ou, para a
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estabilização de obras transitórias, como galerias de acesso.
Sistemas definitivos são empregados para estabilizar a escavação durante toda a sua vida útil.
Os sistemas de suporte são largamente utilizados em obras subterrâneas nas quais são
geralmente, representados por ancoragens e enfilagens, que são elementos introduzidos no maciço,
melhorando suas características de resistência e por concreto projetado e cambotas metálicas, que são
elementos aplicados à superfície escavada, restringindo a deformação e a movimentação do maciço.
As chamadas obras de contenção a céu aberto tais como os diversos tipos de muros de arrimo
(gravidade, concreto armado e cortinas cravadas, inclusive gabiões, crib walls e saco-cimento), as
cortinas atirantadas e microestacas e as obras de reforço de aterros, com terra armada e solo reforçado
com geotéxtil geralmente utilizados para a estabilização de taludes.
Ancoragem:
As ancoragens constam da introdução de um elemento resistente, em geral uma barra de aço, em
perfurações no maciço natural, executadas com equipamentos rotopercussivos a ar comprimido ou
hidráulico. A barra de aço pode ser emendada por luvas, para atingir o comprimento desejado ou
substituída, em ancoragens provisórias, por barras de fibra de vidro, de manuseio mais fácil. As
ancoragens podem ser ativas, sendo chamadas de tirantes, ou passivas, conhecidas como chumbadores.
Nos tirantes, a barra é fixada no fim da perfuração, mecanicamente ou com substâncias aderentes.
Posteriormente tracionada, introduzindo um esforço compressivo no maciço entre as duas extremida-
des da barra.
Nos chumbadores a barra é introduzida na perfuração e injetada ao longo de toda a sua extensão,
ocorrendo o racionamento com os deslocamentos iniciais, de pequena magnitude, do maciço.
Nos tirantes, o tracionamento é chamado de protensão, que é obtido pela aplicação de torque
numa porca na extremidade da barra, em sua porção rosqueável, externa à perfuração pressionando
uma placa de apoio. O sistema mais comum de fixação mecânica dos tirantes consta de uma coquilha,
presa à extremidade interna da barra de aço, que é expandida pelo giro da própria barra de aço a partir
de sua extremidade externa, fazendo com que a coquilha se prenda na parede da perfuração.
A fixação por aderência geralmente é feita pela introdução de uma resina de poliéster, liquida ou
pastosa colocada no furo antes da introdução da barra. O giro da barra adere a resina e seu agente
endurecedor, provocando sua mistura, seguindo-se seu endurecimento e fixação na parede da
perfuração, devido à facilidade e rapidez na instalação, o sistema tem sido bastante utilizado.
Os tirantes de coquilha podem ser injetados com calda de cimento, ao longo de todo o espaço
anelar, entre o tirante e a parede de perfuração, para melhorar a proteção contra a corrosão.
Nos tirantes de resina, empregam-se duas resinas com tempo diferente de endurecimento, uma
rápida, na extremidade do tirante para a fixação e uma lenta, ao longo da barra, para proteção contra a
corrosão. Os chumbadores em rocha são, geralmente, utilizados em sistemas de suporte temporário e
podem ser empregados em sistemas definitivos, desde que, em ambos os casos, sejam permitidas as
deformações necessárias para seu funcionamento. Podem ser empregados para a contenção de blocos
de rocha ou para o reforço de paredes de escavação, sendo também usados para a fixação de telas
metálicas em concreto projetado, para a fixação de dutos e outras estruturas e, em solo, como
elementos resistentes.
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Figura 34: Desenho esquemático de tirantes
Os tirantes, quando utilizados em sistemas temporários, são geralmente empregados para evitar o
desprendimento de blocos de rocha das paredes de escavação, sendo aplicados esporadicamente, em
função das condições geológicas locais.
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Figura 36: Desenho esquemático da localização de tirantes
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Figura 37 Desenho esquemático e roteiro para instalação de tirantes
Esse material, semelhante à lã de vidro, é constituído por fios muito finos de quartzo e feldspato.
Produzidos à quente em centrifugas, sendo inerte e deformável. A camada de lã de rocha tem a
finalidade de absorver eventuais tensões de expansão, evitando sua aplicação diretamente sobre o
concreto projetado. A zona de resistência incrementada funciona como um arco reforçado de rocha.
Contendo os deslocamentos e deformações do maciço situado logo acima do túnel.
Os tipos de tirantes, diâmetros, comprimentos e os métodos de fixação e proteção são muito
variados, de acordo com os fabricantes. Usualmente são empregadas barras de aço comum ou especial,
com diâmetros entre 20 e 32 mm, em segmentos de 2,5 a 5 m, atingindo 30 a 40 m de comprimento
total e as cargas de trabalho de 150 a 500 kn.
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Concreto Projetado:
O concreto projetado é uma mistura pastosa de água, cimento e areia, podendo conter aditivos,
projetada como um jato de alta velocidade, por bombas especiais, formando uma camada sobre a
superfície a ser tratada. Os primeiros sistemas para aplicação de concreto projetado foram apresenta-
dos em 1910 nos Estados Unidos, com a mistura sendo chamada de gunita. Mais tarde o processo de
aplicação da mistura foi chamado de shotcrete (1966).
Traduzido por concreto projetado o processo foi inicialmente utilizado em galerias de mineração
e recuperação de estruturas e na construção de silos e tanques. Na década de 50, o concreto projetado
passou a ser utilizado no sistema natm (newaustrian tunneling method) de construção de túneis
tornando-se o principal procedimento deste método.
O sistema de projeção pode ser por via seca, em que a mistura é bombeada a seco, em fluxo de
ar de alta velocidade, recebendo a água apenas no bico de projeção ou alguns metros antes do bico e
por via úmida, em que a mistura é bombeada com água, recebendo ar comprimido na saída da bomba
ou junto ao bico de projeção.
A via úmida permite o melhor controle das características tecnológicas da mistura, reduz a
reflexão da mistura na superfície tratada e é menos dependente da habilidade do operador, conhecido
como mangoteiro.
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Cambotas Metálicas:
As cambotas metálicas são utilizadas como sistemas de suporte em túneis, geralmente quando o
tempo de auto sustentação é muito reduzido, as cambotas são constituídas por elementos metálicos,
construídos em segmentos, aparafusados ou soldados de forma a se amoldarem às paredes de
escavação.
Geralmente, o formato de um arco, acompanhando a abóboda do túnel e as paredes, apoiando-se
no piso do túnel. As cambotas escoram, parcialmente, os empuxos decorrentes das deformações do
maciço, transferindo as cargas para o piso do túnel.
São utilizadas em travessias de falhas e zonas cisalhadas e em trechos de rocha muito alterada ou
de solo, encontrados em túneis em rocha e em túneis em solo. Nos túneis em rocha, as cambotas são,
usualmente, apoiadas diretamente no piso do túnel.
Em túneis construídos em maciços de solo, os pés das cambotas podem ser apoiados em sapatas
de concreto para adequar a distribuição dos esforços à capacidade de carga do solo. Em solos de baixa
capacidade de carga, ou quando ocorrem esforços laterais, os pés das cambotas podem ser travados
entre si, por meio de segmentos de cambotas instalados sobre o piso ou por uma camada de concreto
projetado ou concreto armado.
O espaçamento entre cambotas é, em geral, de 1 m, variando de 0,5 a 1,5 m. As cambotas
podem ser constituídas por perfis de aço tipo i ou h ou por treliças de barras de aço.
Enfilagens:
As enfilagens são utilizadas para o reforço de maciços de solo, acima da abóboda de túneis, de
forma a possibilitar sua escavação. São instaladas a partir da frente do túnel para a escavação do trecho
seguinte, sendo aplicadas em solos de baixa resistência.
As enfilagens podem ser constituídas por perfis metálicos de aço, cravados no solo ou por perfis e
tubos de aço, introduzidos no solo através de perfurações e submetidos a injeção de calda de cimento.
Enfilagens cravadas: são de execução muito simples, introduzidas com auxílio de marteletes
pneumáticos, aplicadas em túneis de até 3 m de diâmetro. Podem ser constituídas por barras de aço,
em geral com cerca de 3 m de comprimento ou com chapas de aço, cravadas lado a lado, com
comprimento entre 2 e 3 m.
Enfilagens injetadas: podem ser tubulares ou de bulbo contínuo. São introduzidas no maciço através
de perfurações, sendo aplicadas em túneis de diâmetros maiores, podendo alcançar de 10 a 20 m
adiante da frente de escavação.
Enfilagem tubular: consta de um tubo de aço introduzido na perfuração, através do qual é feita a
injeção de cimento por meio de válvulas manchete ou pela extremidade do tubo.
Bulbo contínuo: a calda de cimento é injetada na perfuração, de dentro para fora, introduzindo-se a
barra ou tubo de aço após completada a injeção. A enfilagem de bulbo contínuo é instalada mais
rapidamente e permite um melhor controle da calda do que a enfilagem tubular.
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Agulhamento: utilizado para a estabilização transitória, para fins de escavação, da frente de túneis em
solo. O agulhamento consta da instalação de tubos de pvc rígido, de até 100 mm de diâmetro e com
comprimento de até 15 m, injetados com calda de cimento, introduzido em perfurações horizontais
feitas na frente de escavação proporcionando o reforço da frente com o avanço da escavação e o
agulhamento é destruído e refeito para o próximo avanço do túnel.
Pilhas:
Tal como os esteios, as pilhas também são colunas que se apertam contra as superfícies, diferindo
dos esteios apenas por apresentarem maiores seções, sendo assim destinadas ao suporte de maiores
cargas. São empregadas nos painéis de lavra, qualquer que seja o método adotado (abatimento do teto,
enchimento, abandono de pilares), e de modo geral, nas aberturas mais amplas, em áreas onde
desenvolvem várias pressões, em escavações horizontais ou inclinadas, podendo-se considerar que tais
estruturas exercem funções análogas às dos pilares de rocha. Tipos:
Bateria de esteios,
Fogueiras ou gaiolas;
Pilares artificiais,
Pilhas hidráulicas
Nos métodos de lavra onde se deseja o abatimento do teto, é necessária a formação de uma linha
de desabamento. Estas linhas são conseguidas através do emprego de estruturas de sustentação bem
mais resistentes que os esteios colocados isoladamente, ou seja, estas estruturas devem proporcionar
uma reação elevada e uniforme ao teto. A estas se dá o nome de pilha.
São também usadas nos métodos de lavra que deixam aberturas amplas e em áreas onde se
desenvolvem fortes pressões, atuando assim como verdadeiros pilares.
Silveira (1987) descreve as baterias de esteios, as fogueiras, os pilares artificiais e os suportes
hidráulicos auto-marchantes.
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Vantagens - pequena convergência, possibilitam alta produção, segurança na frente de trabalho, alta
eficiência;
Desvantagens - altos custos de investimento e de manutenção, necessidade de mão-de-obra
qualificada, admitem pequenas variações na espessura da camada lavrada.
Quadros e Arcos:
Quadros ou jogos são pórticos constituídos de elementos retilíneos que se instalam nas seções das
escavações com desenvolvimento lineares (poços verticais ou inclinados e galerias).
Os arcos são pórticos constituídos de elementos curvos (não necessariamente circulares) ou de
elementos curvos montados sobre montantes retilíneos. Os arcos apresentam, em relação aos quadros,
a vantagem de distribuir de maneira mais favorável as pressões que atuam sobre a estrutura, resultando
uma predominância de esforços de compressão, aos quais ela resiste melhor aos de flexão.
O arco circular fechado resiste quinze vezes mais que o quadro trapezoidal, podem ser construídos
com trilhos ou perfis metálicos ou de concreto. Tipos:
Arcos metálicos
Arcos articulados
Arcos deslizantes.
Nos trabalhos subterrâneos com desenvolvimento linear (poços, galerias, rampas), a sustentação
provisória descontínua é proporcionada, além dos esteios e pilhas, por quadros e arcos, que são
instalados, via de regra, com seus planos situados normalmente ao eixo da escavação.
Rochas de qualidade muito baixa, com falhas Concreto projetado reforçado com fibras pode ser usado
e zonas de cisalhamento (parafusos ou para sustentação permanente sob baixas condições de
cavilhas não podem ser ancorados neste tensão ou para sustentação temporária e em conjunto com
material). quadros metálicos, usados em escavações permanentes.
Tabela 10: Sugestão do tipo de suporte para várias condições da rocha.
Classificações geomecânicas
As classificações geomecânicas de uma forma geral, em função da classe definida para o maciço, a
partir de determinados parâmetros, indicativos do vão máximo sem suporte, do tempo de auto suporte
e da estrutura mais adequada de sustentação.
O objetivo de uma classificação geomecânica é processar informação sobre propriedades do
material rochoso, características de descontinuidades e geometria de escavação para obter valores
representativos que propiciem uma base racional para decisões acerca da engenharia de rochas.
As empresas de mineração têm desenvolvido classificações específicas para o seu maciço em
particular. Neste sentido, existem hoje diversos softwares que auxiliam nesta análise. Mas que só são
efetivos quando o usuário conhece as características do maciço, através de instrumentação adequada.
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