Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
,,------~
EXPEDIENTE
Há 0l:
SchwartzerCL
PALA, VRA AO LEITOR 3
lanchthcT:. Dao 0_'" --
Leonério Falla
Além de U'T.a '"e : .
Vox ConcordiuJi:i-~T,_'-
O CATECISMO 77
Gregory Klotz vida e doutrina .i"~
diagramação da ft·" ':::
o ESTUDO BÍBLICO 84 Cristo a nOS5: :::. - - e
Em! W. Seibert acometidos p:" 0_
de Deus.
SEPUL T A~IENTO CIUST ÃO 91
Justin A. Petersen A expansàc~" _
reconhecidas é o terT' T.
............... 121 biente evangelístico alheio à tradição luterana? Não seria talvez melhor
substituir o termo "catecismo" por outro mais adequado? Gregory Klotz se
propõe a encontrar respostas para esse tipo de indagações. Suas ponderações
3
1
• A
e conclusões podem contribuir para esclarecer dúvidas também existentes El\TRE '.-j ••
no contexto da IELB onde muitas vezes se indaga acerca da relevância e ((,~\trf \
atualidade do catecismo.
dkarten ausgemi'L1hir :,
Landesbildstelle BQdcr. ~,~'
1995), p. 106.
2 O conceito "',';":3"',
Markus Wriedt*
"jas as mesmas
,~~mão? E o que Traduzido por Airton J Glitz, Gelson Bourckhardt,
__.:_ em sua expe- Paulo R. Teixeira e Paulo W. Buss
::~2tica pastoral e
Introdução
-~2 que vem des-
"Si Deus pro nobis, quis contra nos! - Se Deus é por nós, quem será
,2mento cristão, contra nós?"] O versículo de Rm 8.31 resume a vida de Filipe Melanchthon.
_.:-:ção natalina, e Nos afazeres da vida diária, sua confiança inabalável na misericórdia prote-
~:am esse núme- tora de Deus é sempre de novo confrontada com a "Angst" sentida de dife-
:'.::ão de servir a rentes maneiras. Havia a "Aflgst,,2 suportada para com aqueles confiados a
c:, mensagem do
1 O verso serve como mote na página de título da primeira edição das obras de
Melanchthon, feita em 1562. A sentença está escrita ao redor de um medalhão mo-
delado contra um entalhe de Lucas Cranach, o Moço. A ilustração está colocada em
Philipp Melanchthon, Eine Gestalt der Reformationszeit. 50 Bilder und zwei Lan-
dkarten ausgenwdhlt und erloutert von Heinz Scheible. Herausgegeben von der
Landesbildstelle 8aden, Karlsruhe, und dem Melanchthonhaus Bretten (Karlsruhe,
1995), p. 106.
2 O conceito "Angst" é compreendido no que segue como sendo mais forte do
que profundo sentimento de responsabilidade ou um senso compreensível de respon-
sabilidade. Veja Heinz Scheible, "Luther und Melanchthon", in Scheible, ed., Me-
lonchthon und die Reformation. Forschungsbeitrdge, Verrõfentlichungen des Insti-
tuts fUr Europaische Gesch ichte, 8eiheft 4] (Mainz, 1996), p. ]44s. Scheible rejeita
ansiedade ou nervosismo [Angstlichkeit] como o epíteto típico de Melanchthon.
Scheible prossegue: "De modo algum Melanchthon foi ansioso, ao invés disso, pre-
ocupava-se grandemente com respeito ao futuro da igreja e do império da mesma
forma como não podemos fugir de pensamentos sobre uma possível guerra nuclear,
mesmo quando não estam os especialmente ansiosos com respeito a isto. A preocu-
pação de Melanchthon não era sem propósito ... Em sua vida pessoal, ele era cora-
joso."
5
seus cuidados no círculo da família, dos amigos e dos colegas. Além disso,
havia aquela "Angst" sentida com relação ao progresso da Reforma na escola
e na Universidade. E, finalmente, ele sofreu sua própria angÚstia e tribulação finalmente.: . .::
no nível pessoal. Nas páginas que se seguem, queremos rebuscar esta notória enfermidad~ " .: .
tensão na vida de Melanchthon quando ele se encontra "Entre Angst e Confi-
ança: Melanchthon como um homem do século XVI". Juntamente com co-
mentários biográficos, desejamos lançar um olhar especialmente sobre
aqueles elementos ou aspectos de vida [Lebensformen]3 que deixaram sua
marca neste estudioso desde a região de Kraichgau, afetando sua piedade e
penetrar n·.:;·
sua teologia. Primeiro, nos voltamos brevemente ao impacto de seu lar na
familiar que I'
infância, sua escola e Universidade, considerando alguns problemas típicos
sua aparência
daquela época e observando a vida familiar deste professor de Grego. As idéias e ath
amizades - especialmente com Martinho Lutero - são uma outra ênfase, e, râneas. A
compreensl\'eL _ .. .:.<"
3 Veja primeiro à guisa de panorama e para sugestões sobre uma outra literatu- poníveis. Desde c..::: :
ra, Paul Münch, "Lebensformen, Lebenswelten und Umgangserziehung", Handbllch príncipe e na asse", -:,,~ -
der delltschen Bildllngsgeschichte, v. 1: 15 bis 17 lahrhllndert. Von der Renaissance acerca das mesmas '" ~ .- ~
und der Reformation bis zum Ende der Glaubenskampfe, editado por Notker
servir como um exer:. ':" . J
Hammerstein com assistência de August Buck (Munique, 1996), p. 103-133. Como
centista e do que era se-, .~ .:
um esforço rumo a uma definição, lê-se o seguinte na p. 103: As Lebensformen
[experiências e estruturas de vida] abrangem a existência humana do nascimento à
morte. Elas governam a satisfação das necessidades vitais, comandam os hábitos
vitais globais individuais e coletivos e marcam orientações espirituais e religiosas.
Elas se desenvolvem a partir do jogo opaco das condições estruturais - já dadas e Melanchthon nas,::_
conectadas de diferentes maneiras - com os estados da personalidade. Condições
1497, na casa de seus::.' o::
externas são estabeleci das ou pela natureza ou através das instituições sociais, polí-
ticas e confessionais e sistemas de normas humanamente criados. Elas causam sen- Georg, veio de Heide]:e~;
timentos, vozes, expectativas, memórias e experiências, os quais são relevantes às armeiro de confiança e " j:
ações - individuais ou coletivas, conscientes ou inconscientes e mais ou menos de Reuchlin, Elizabeth. '"c"2..S
contínuas - que podem ser reduzidas às atitudes mentais. Lebensformen não são
famoso intelectual da '.. Z -~,
constantes antropológicas; ao invés disso, estão sujeitas a desenvolvimento históri-
co, mesmo quando uma mudança normalmente acontece apenas em passos perceptí- depois que seus pais :2:::...- .:..,
veis e em longos períodos. Como membros de um grupo social, político ou recebeu o nome em De:- ....: .:.:
confessional, pessoas em situações similares e com impressões mentais afins possu-
em interesse comum em um ambiente com mentalidades desenvolvidas através de Filipe cresceu c: '"c". ::=
um canal específico e marcado pelas Lebe115formen - um contexto no qual as antíte- tten, onde havia uma [, ,2
ses entre as estruturas coletivas e a experiência individual pode produzir uma mistu- avô e prefeito da ciei",'::::
ra indistinguível. Durante o início da Idade Moderna, no período confessional, as em Latim.
Lebensformen não governaram apenas a vida e a sobrevivência mas, muito mais que
isto, elas deram fonna ao cultivo geral tanto dos contatos sociais como da civili- Uma das e\.[:e- ~- :
zação. sete anos, foi a Guer:.:. :: ~
6
mercenários furi c se s .:.- : ~
~, :111disso,
. " na escola
.. tri bulação
cO
finalmente, concluímos com a maneira pela qual Melanchthon lidou com a
, çsta notória enfermidade e a morte.
. ·Z'[ e Confi-
Lidar com a vida e a obra de Melanchthon facilita vermos quanta dis-
Ç-ite com co-
tância nos separa dele. Quinhentos anos trouxeram desenvolvimentos, posi-
,ti ente sobre tivos e negativos, que as gerações passadas não poderiam imaginar.
:ç!xaram sua
Devemos guardar em mente as diferenças entre as épocas. Não é possível
: =a piedade e penetrar no passado tão rapidamente. Mesmo assim, Melanchthon nos é mais
:ç seu lar na
familiar que muitos outros de seu tempo e de outras épocas. Conhecemos
, çn1as típicos sua aparência a partir de muitos retratos feitos por distintos artistas. Suas
íç Grego. As
idéias e atividades tem sido transmitidas através de muitas fontes contempo-
t"a ênfase, e, râneas. A primeira fonte escrita relevante é sua abrangente correspondência
compreensível. Quase todos os seus escritos foram preservados e estão dis-
, ,,' ~ Jutra literatu- poníveis. Desde que suas atividades na Universidade e na escola, na corte do
,':", Handbuch príncipe e na assembléia imperial foram públicas, estam os bem informados
Renaissance acerca das mesmas por meio de fontes religiosas. Assim, Melanchthon pode
por Notker servir como um exemplo do que era viver no tempo do humanismo renas-
~-]33, Como
centista e do que era servir à Reforma.
~2bensformen
tascimento à
,~, os hábitos o Lar e a Infância
> e religiosas,
• - já dadas e Melanchthon nasceu como Filipe Schwartzerdt em 16 de fevereiro de
• i e Condições
1497, na casa de seus avós em Bretten, uma cidade no Palatinado. Seu pai,
:: •'JCiais, polí-
, _ :ausam sen- Georg, veio de Heidelberg, e por causa de suas habilidades superiores era o
'e':evantes às armeiro de confiança do eleitor. Sua mãe era parente distante da única irmã
c.: ou menos de Reuchlin, Elizabeth, mas um parentesco sanguíneo entre Melanchthon e o
':217 não são
famoso intelectual da vizinha Pforzheim não pode ser provado. Quatro anos
,. çnto históri-
depois que seus pais casaram, o famoso porta-estandarte da família nasceu e
. ::" .'s perceptí-
:.'olitico ou recebeu o nome em honra ao Eleitor Filipe.
: ::tms possu-
::: 3través de Filipe cresceu com seus quatro irmãos próximo ao mercado em Bre-
: _~, as antíte- tten, onde havia uma rota de negócios bem movimentada. lohann Reuter, seu
'::'\1a mistu- avô e prefeito da cidade, cuidou de sua educação completa, especial-mente
"ç,sional, as em Latim.
=: mais que
da civili- Uma das experiências memoráveis da infância, quando Filipe tinha
sete anos, foi a Guerra da Sucessão de Landshut, quando ele testemunhou
mercenários furiosos ameaçando a vida de seu avô e familiares enquanto
7
procuravam por um assassino. Seu pai estava longe, com a artilharia do
eleitor, defendendo a fronteira com Hesse. Não foi este o único episódio que
o afetou, mas certamente contribuiu para o espírito irênico de Melanchthon,
ESt2:S
que durante sua vida sempre buscou a conciliação. Isto não era um desinte-
como pCSI: j:'.:: ~ __ : ~
resse por indiferença, mas por detrás disto havia um desejo bem fundamen-
todasu3.;;~~=._=::=~c .=..
tado por paz e harmonia. Assim, por exemplo, Melanchthon deixava esgotar ,bem-esTar ~~.:~::<.-.:=
-
__
sua paciência primeiro para somente então explodir quando seus pupilos não
estivessem atentos [desperdiçando suas oportunidades educacionais]. Mas
sempre teve SL:~S'·
ele tinha consciência de sua falta de paciência e tentava controlá-Ia.
Evangelho de L-· 2 -
Na verdade, sua postura irênica mantinha posições radicais à distân- francamente ;;;:: ....
cia: ele achou o manuscrito de Justus Menius sobre o direito de auto-defesa
muito radical o o retrabalhou enquanto fugia das tropas imperiais durante a
Guerra de Esmalcalde. Com sua vida em perigo extremo e sua família amea-
creto, mas. alIe s. :;::-
çada, abrandou numerosas passagens e procurou espaço para a mansidão
criação origina! de De.s ::
cristã sem causar prejuízo ao direito de resistência. "Cada um deve perguntar
somente a primaZia :=.: - _ --o
à sua própria consciência: se bandidos viessem à sua casa e abusassem de
lima primaZIa que e:-:: '~ __ -
sua esposa e filhos, o que ele faria e o que ele pensaria que seria direito fazer
mas esta ordem criad:: :2- -o
para expulsá-Ios?" Melanchthon não pregava o quietismo a todo custo. E em
e mulheres, pais e "
tempo de guerra, ele via a si próprio e aos seus nas mãos de Deus. Ele reuniu
a "Angst" para sua situação pessoal com uma confiança admirável na graça O pai de \1",::::-::--
de Deus, preservando as atividades. Deus julgará, ele dizia. Ao mesmo tem- como lIm homem d: ~ . 5 _
po, ele também procurava analisar as causas da guerra. Deus fala e pune; relatou mais tarde sc'-"e . '--e
somente Ele conhece quando, como e porquê: muito pouco durante 5..:::
as doenças: reclama-se muito da dor, todavia poucos evitam Wirkungen Philipp Me.7_
5 Veja a Declan;,~;.:.: _,
as causas das doenças. Os sábios são eles mesmos a raiz das
11, caL 1011-16. Crr,.::-::.· . .::
punições, pois eles são inimigos veementes da verdade. Seus lanchthon Deutsch. ej ','
assaltos contra ela são julgados no final como tendo fortale- Schule 1I11d Unin,,"c ... '
cido a idolatria e suprimido o ensino realmente necessário ... pp.3 J 3·20. [As refe~~": ::.:
chthon serão dora\ace : :::
Assim, os orgulhosos e sábios atraem o povo tolo para junto
6 CR 8:367: 1 :5:
de si, de forma que o erro e os muitos vícios são reenforça- che lInd kOl1lmennç"';,- ~:,
ttgart-Bad CannstaCT, . --
MBW. Os verbetes :: "". ::.
R 7:244 (7315) C's<:s
8
- ---
--_.~::;':;~'::::'-':""-_."-' •... :~-'--
. ---1
_ ... haria do I
".~ ;Ódio que
dos entre eles. Deus não vai ficar em silêncio
sobre o seu modo de ser.4
para sempre
I
::.Jl1chthol1,
Estas linhas mostram o que Melanchthon pensava. Ele vê a si próprio
I!
:~, desinte-
como posto por Deus em uma certa situação para proclamar o Evangelho em
o'undamen-
toda sua simplicidade e clareza. Isto é o que ele deseja fazer. Nada mais. Seu
II
..''.a esgotar ii
:upilos não
bem-estar pessoal não faz sentido e não é de importância para a expansão do
i
reino de Deus e para a batalha entra Cristo e seus adversários. Que ele nem
~:iais]. Mas
sempre teve sucesso nisto e que tinha suas dificuldades apresentando o
- _.1.
Evangelho de uma forma fácil de compreender, Melanchthon confessou
".oS à distân- francamente em numerosas cartas.
:: iuto-defesa
Melanchthon era profundamente contra a rebelião e agitação por qual-
"S durante a
quer motivo.5 Esta oposição começa para ele não no ato revolucionário con-
.inília amea-
creto, mas, antes, em cada pensamento e ato dirigido contra a ordem da
J mansidão
criação original de Deus já é rebelião. A ordem da criação determina não
_ e perguntar
somente a primazia do homem contra plantas e animais - para Melanchthon,
:usassem de
uma primazia que era reconhecível sem dúvida no dom da razão humana -
.J ireito fazer
mas esta ordem criada também determina a divisão dos papéis entre homens
~usto. E em
e mulheres, pais e filhos, bem como a hierarquia fixada.
o. Ele reuniu
:,-e\ na graça O pai de Melanchthon retomou da Guerra da Sucessão de Landshut
,,1esmo tem- como um homem doente e morreu quatro anos mais tarde. Melanchthon
. ..'Jla e pune; relatou mais tarde sobre o sepultamento de seu pai, a quem Filipe tinha visto
muitopouco durante sua vidajovem.6 Seu pai preocupava-se com a maneira
como os tempos pareciam estar se desenvolvendo e insistiu com o seu filho
o: 111 iserável
:: e\.iste nela
4 Citado em Frank Pauli, Philíppus. Ein lehrer jür Deutschland Spuren und
" "~ COI11 todas
Wirkungen Philipp Melanchthons (Berlin, 1996), P. 261 .
.iCOS cvitam
5 Veja a Declamation de ordine politico de 1522 em Corpus Reformatorum voi.
- 5 a raiz das 11, cal. 1011-16. Uma tradução alemã por Rainer Kõssling está disponível em Me-
::idadc. Seus lanchthon Deutsch, ed. Michael Beyer, Stefan Rhein e Günther Wartenberg, VoI. I:
":::-10 fortale- Schule und Universitdt. Philosophie, Geschichte und Politik (Leipzig, 1997),
pp.313-20. [As referências Corplls Reformatorum para as publicações de Melan-
;;c~ssário ...
chthon serão doravante citadas como CR 11: 1011-16.]
p1I"a .i unto 6 CR 8:367; 10:256. Philipp Melanchthon, lvielanchthons Brie.fwechsel. Kritis-
fc,,-'nforça- che lInd kommentierte Gesamtausgabe, Regesten, ed. Heinz Scheible, voI. 7 (Stu-
ttgart-Bad Cannstatt, 1977), p. 244 (carta 7315). [Daqui para frente citado como
MBW. Os verbetes da séria Regesten serão MBW-R; Assim, por exemplo, MBW-
R 7:244 (7315). Os verbetes da séria Texte serão M8W- T.]
9
para levar uma vida honesta e correta e, especialmente, para manter-se firme mento pai:: _:: ::
na fé cristã. humanisI2 '
cola de Latim em seu novo lar em Pforzheim e sobressaiu-se sem seu Ivfestraclc, ..
dificuldades. Hospedou-se, junto com seu irmão mais jovem, George, e o parecido com
irmão mais jovem de sua mãe, com Elizabeth Reuchlin, a irmã do famoso com Hieronym LiS .;:< _
hebtaísta Johannes Reuchlin que estava vivendo em Stuttgart e também ser- forma como come +",~
via em TÜbingen como juiz. tinha o lema: "Dar'C's--' .:;
Filipe ofereceu alguns versos em Latim que arrancaram aplausos de guém, injustiça n2cc ~-::= :_~
Reuchlin, que envolveu-se intensivamente com este talento promissor e in- bio confiável para cõ , .
centivou-o com elogios e presentes.7 Em 15 de maio de 1509, Reuchlin deu- real para a vida. At~:: 'C
lhe o nome humanista de "Melan-chthon", a tradução grega de seu sobreno- livros Thomas Ansh'C' -. =
me Schwartz-Erdt ou "Terra-negra"g. Mas uma desavença desenvolveu-se empregado o jovem 'C"- =:::
com o patrono de Melanchthon quando Reuchlin foi, por um período, para chthon era Grego. e :. ;;
lngolstadt e quis que seu protegido se mudasse para lá, para a Universidade gramatlca de G reg: =_= --
,. 11
que servia a região da Bavária. Melanchthon recusou a oferta prestigiosa por notável professor de' ,.= ~'C';:
causa das obrigações e circunstâncias com as quais havia se comprometido Frederico III - F rede: = : .
com a Universidade de Wittenberg. Reuchlin reagiu com pronunciada ira, Universidade de seu :e':-:- : 'i
interrompendo a correspondência com Melanchthon9 e revisando seu testa- dida muitas vezes d;:o_'C 'C-'
ção ao recomendar se_ =
---~---------- __ !!!L.:-
__,~
_______._~_~~========c=-c==================:;;:;'l.
,"}nter-se firme mento para deserdar Melanchthon, que teria herdado a enorme biblioteca do
humanista suábio1o
Martin H. Jung com a assistência de Gerhard Weng, editado por Klaus-Dieter Kaiser isto pensando espe'c:.:..--ç-';
em favor do Comitê Melanchthon para a Igreja Evangélica Alemã (Frankfurt, 1996); culto que não podiarn <
veja também a Habilitationsschrift por Martin H. Jung, Frommigkeit und Theologie tamente não pode ser .:::_,.::::
bei Philipp Melanchthon: Eine Untersuchung über das Gebet im Leben und in der
na igreja. O fato de o ::-.:ç çli
Lehre des Reformators (Tübingen, 1994/95; publicação planejada para 1997).
13 Veja Wilhelm Mamer, "Melanchthon aIs Laienchrist," em Maurer, ed., Me- na administração dos S, _' ",:-T
lanchthon-Studien, Schriften des Vereins fiir Reformationsgeschichte, nO 181 Pessoalmente, estou l:' ..
(GÜtersloh, 1964), pp.9-19; Bernhard Lohse, "Melanchthon aIs Theologe," Luther por razões teológicas":: : ç
31 (1960): 14-23; Scheible, "Luther und Melanchthon," em Scheible, ed., Melan-
do altar na igreja da: c =.: ~ :
chthon und die Reformation Forschungsbeitrage, pp. 146s.
14 Veja MBW-R 1: 69 (76); também Martin Luther, Dr. Martin Luther 's Werke
[batizando um infante . :~_: i
(Bohlau, 1883-), Briefwechsel, voI. 1, p.514, linhas 33ss. [Daqui para frente as tais atos da igreja19
referências à Edição Weimar das obras de Lutero serão referidas como WA. A
B:riefwechsel ou volumes de cartas serão WA-Br, assim, por exemplo, WA-Br 16 Wilhelm Mame,. :::.
1:514, 33s8. E Tischreden ou os volumes de "Conversas de Mesa" serão WA-Tr.] formation, voL 2: Der Te ç- - '-:
Esta última referência WA-Br em Latim também está disponível em tradução alemã 17 MBW-R 2:400: . .:.
por Christian Peters em Melanchthon deutsch, voi. 2: Theologie und Kirchpolitik, Universitat Wittenberz ? ':.i::
~. 9-11. Veja também Melanchthons Werke in Auswahl, ed. Robert Stupperich, 18 Maurer. Der ~
vol. 1 (GÜtersloh, 1951), pp. 23-25 [daqui para frente citada como MAS; assim 19 Erfi "rvlelanchIh.-'
MAS 1:23-25] para as teses de disputas teológicas, escritas em parte por Melan- Teólogo" no Instituto c ••
chthon, que são empolgantes para enfatizar o texto escrito da Escritura e criticar o
Albrecht Beutel, de; T.i::r ~::. =.
ensino escolástico da transubstanciação. padosnagravuradG3':;o~ _"
15 Veja Peter F. Barton, "Die exegetische Arbeit des jungen Melanchthan von são a Batismo, a (e;;o .: - ,
1518/19 bis 1528/29." Archiv für Reformationsgeschichte 54 (1963): 52-89; Ti- infante; Lutero esta Ci' _
mothy J. Wengert, Philipp Melanchthon 's Annotations in Johannes in Relation to its
da congregação, es:j ç,_ - .-: _ ..
Predecessors and Contemporaries, Travaux d'humanisme et Renaissance, vai. 220 chthon está incluído
(Geneva, 1987). tratá-Ia oficiando Lir:::3:,·' ~"
12
_________ =======-===============;;;~;;;~
~u~~~~-~~-o~= =~
para nos Dogmática. Os esforços de Lutero para ter Melanchtho!l chamado como um
2=:ntro com professor da Faculdade de Teologia foram frustrados pela recusa de Melan-
~ \2
_Jtero , chthon e pelo seu interesse em ensinar Filosofia, que ele insistia que era um
pré-requisito não negociável para um estudo teológico produtivol6. Mais
tarde, livre de algumas obrigações na faculdade de artes e com a permissão
do eleitor, Melanchthon pôde ensinar em ambas as Faculdades: Artes e Te-
~ }InOS situar ologia. Ele julgou o acordo tanto próprio quando importante, e ele tornou
_o são dignas desnecessária qualquer discussão posterior sobre o seu status17•
_:c 3 acharei em
Melanchthon não pregou. Ele recusou servir em tal função na igreja
--~Z uso deste
da cidade por causa de fraqueza física, uma voz suave e um pequeno impe-
_.c =--"gese15
ecAc e
dimento de pronúncia. Declinou formalmente do seu chamado para ser o
pregador na igreja da cidade enquanto Lutero estava fora, no Wartburg, por-
c piedade e
c.
que o capítulo, sob a liderança de Justus lonas, havia objetado18• Ao mesmo
_~~ Gebete des
tempo, ele dava aulas bíblicas em Latim antes dos cultos na igreja, fazendo
: anotado por
~Dieter Kaiser isto pensando especialmente naqueles alunos e participantes estrangeiros do
~kfurt, 1996); culto que não podiam acompanhar o sermão em alemão. Melanchthon cer-
.;;d Theologie tamente não pode ser acusado de ter interesse ou envolvimento insuficiente
Ci und in der
na igreja. O fato de o intelectual também ter estado eventualmente envolvido
'997).
crer, ed., A1e- na administração dos Sacramentos permanece um assunto de especulação.
:hte, nO 181 Pessoalmente, estou inclinado a pensar que ele declinou de fazê-Io, menos
;Jge," Luther por razões teológicas do que por razões poIítico-organizacionais. O tríptico
: .:. ed., Melan- do altar na igreja da cidade retrata Melanchthon como amigo das crianças
>:her's Werke [batizando um infante], mas não há garantia histórica da sua participação em
: ara frente as tais atos da igreja19,
::mo WA. A
- ::'1p10, W A-Br 16 Wilhelm Maurer, Der junge Melanchthon zwischen Humanismus und Re-
'"cão WA-Tr.] formation, voI. 2: Der Theologe (Gottingen, 1969» pp.419-428.
- 'redução alemã 17 MBW-R 2:400 s. (446); veja Walther Friedensburg, ed., Urkundenbuch der
,'·:irchpolitik, Universitat Wittenberg, Parte 1: 1502-1611 (Magdeburg, 1926), pp. 133-35.
:::1 Stupperich, 18 Maurer, Der junge Melanchthon, vol. 2, pp. 164-169.
\'lAS; assim 19 Em "Melanchthon as Scholar", feito para o colóquio "Melanchthon como
~-:" por Melan- Teólogo" no Instituto para a História Européia em 20-22 de rnarço de 1997, o Dr.
:; e criticar o Albrecnt Beute!, de Tübingen, examinou a apresentação dos três Sacramentos agm~
paàos na gravura do altar de Wittenberg. [Nota da tradução: Os "três Sacramentos"
~",2hthon von são o Batismo, a Ceia do Senhor e a Absolvição. Mela.'1chthon está batizarldo um
~2-89; Ti- infante; Lutero está com a Ceia do Senhor; Johannes Bugenhagen, o pastor regular
,~c-!clti()n to its
da congregação, está pronunciando a palavra de perdão.] É quase certo que Melan-
:':. vaI. 220 chthon está incluído junto com Lutem por razões iconográficas e não a fim de re-
tratá-Io oficiando um batismo que tenha realmente ocorrido.
13
car sua \Jela ;o
21Yeja a preleção de Melanchthon em Tübingen em 1517, "De artibus liberali- vol. 46 (Genebra, 19'::_
bus, "CR 11:5-14;MSA 3:17-28. velho Melanchthon.::r,,:,,--
22"Praecipimus igitur omnibus, ut dogitent mandato Dei Scholasticos cOl1ventus chte des Proteste;; ....'"
institutos esse, et in eis Deo seíviendum esse." CR 10:995 (Leges Academiae Wi- danken- und Lehrc;_"7;_ <
tenbergensis de studiis et moribus auditorum de 1546). Biblizismus und 1r.1-:. ..
23CR 9:741 (Convite para a Promoção CeremoniaJ do Mestre Pau! Dumrich de 1908), pp. 322-335. e -_ -
Halle em 12 de fevereiro de ] 556); veja também 445. gie, vaI. 10 (Güters 'c~ -,
14
car sua vida e habilidades produtivas a serviço de Deus?4 Melanchthon vê a
educação essencialmente em termos de sua utilidade para a igreja e a comu-
nidade.
:::'.3.0 com seus
Meianchthon vê a igreja como um todo como uma escola, sendo
:;; :,'a a perceber
Cristo o mestre. Crer é um processo vitalício de aprendizagem. Ao conside-
:::,-~hthon de se
rar essa tese, deixe de lado por enquanto a semelhança institucional de es-
__'TI movimento
cola e igreja e se volte, ao invés disso, à questão da substância como ela se
~='mpletamente
enquadra nessa analogia, atentando para a transmissão da fé de geração a
_~1ar um Refor-
geração e suas conseqüências em termos de vida prática. Então somente no
:~10 um desses
final a analogia entre igreja e escola repousa sobre a concordância em termos
- _~:: entre os dois
de sua estrutura institucional e as legalidade que a definem?5
cclção de Paulo
'11 as correntes Melanchthon acreditava que uma pessoa pode colocar a verdade em
-c Tübingen. lso- palavras. Para ele, é esta a tarefa dos filósofos e teólogos de cada época.
~uando unidas, Quando ele argumentava como um teólogo bíblico, ele não acreditava que a
verdade se encontraria por meio de sua própria contemplação ou que ela
seria recebida por inspiração, mas sim apenas por meio da revelação de Deus
- _1 academia ou
testemunhada na Sagrada Escritura. A percepção disto vem em conexão com
- um mestre é
a exegese das Escrituras. Olhando para escritores, torna-se daro que alguns
__ Yl teologia de
deveriam receber autoridade especial por causa de suas exposições. Em
_-::dade.) Acima
princípio nada era aceito automaticamente sem ser criticado. O padrão (al-
- ~:-;temporâneos gumas vezes colocado literalmente desta maneira) é a proximidade para com
, DOi.' ordem de
aquilo que as Escrituras dizem. Para Melanchthon, as Escrituras deveriam
; ~ e preserva a ser afirmadas objetivamente.
istu então na
para o
- ,:cguí-ia, colo-
24Confira CR 10:992-1024 (Leges Academíae Witenbergensis de studiis et mo-
rihus auditorum de 1546) passim. Veja também Karl Hartfe!der, Melanchthon aIs
- :ldungsrefonn
PraeCci7tor (]er;naniae, lvlonulnenta Gennaniae pacdagogica, vaI. 7 (Berlinl, 1889;
J?e.fornlation.
reimpressão: Nieuwkoop, 1964), pp.437 e 478s,
_.~'Phílipp Me-
25Veja Peter Fiaenkel, Testimonia Patrum. The Function of the Patristic Argu-
chae! Beyer e
ment ill the Theology of Phiíipp lvfeIanchthon, Travaux d'humanisme et Renaissance,
'~us iiberali= vol. 46 (Genebra, 1961), p. 126. Digno de nota é esse aspecto da ec!esiologia do
velho Melanchthon, apresentado detalhadamente em Otto RitschI, Dogmengeschi-
;-:cs conventus chte des Protestantismus. Grundlagen und GrundzÜge der theologischen Ge-
: ;udemíae Wi- danken- und Lehrbildung in den protestantischen Kirchen, voI 1: Prolegomena.
Biblizismus und Traditiona/ismus in der altprotestantischen Theologie (Leipzig,
J 908), pp. 322-335, e Ulrich Kuhn, Kirche, em Handbuch Systematischer Theolo-
- __ uumrich de
gie, vol. 10 (Gütersloh, !980), pp. 50-52.
15
Melanchthon esperava poder eliminar disputas doutrinárias através de
uma conferência de teólogos cultos e equilibrados. Crucial para ele é aqui a
idéia de que a expressão da fé corre continuamente através de nosso tempo, e
o mesmo acontece com o acordo literal de formulações bíblicas com afirma- e ou\idc':
ções de fé baseadas nelas?6 O instrumento que garanteria que isto seria con- leiturJ5;,c:
tinuamente passado adiante seria o ensino academicamente fundamentado. A Johann S:,::',,- ç
- : :çã.o do sola logiae de 1535 em CR 11:262. Veja mais em Karl Hartfelder, Der Aberglaube
"ic'lanchthon, f'hilipp Melanchlhons, Hist. Taschenbuch, no. 8 (Leipzig, 1889):233-269; Wilhelm
- -_ f lermeneu-
Maurer, il-felanchthon-Studien, pp.44-50; Maurer, Der junge Melanchthon vol.
__
i!idrlerly 46 1,pp.137-139; Klaus Matthaus, "Astrologie," Theologische Realencyclopedie, vol. 4,
p.290,22-41. [Doravante citado como TRE.]
17
tamento bem como algumas do Antigo. Após sua promoção ao grau de
B.Th., ele também dava preleções em teologia.'2 Ninguém que vinha a ele
com algum pedido era mandado embora; ele procurava atender a todos.33
Com tudo isto não surpreende que sua casa fosse um caos. Colegas e amigos ria registrar :;~~:; ~_-
de sentar a .~~~,.:.- -,
falavam com ele sobre sua aparência desalinhada e estavam cada vez mais
preocupados com sua saúde. Além de suas preocupações com ele pessoal-
mente, amigos e colegas ioga tinham outras razões para se preocupar que o
afamado letrado pudesse ser atraído e levado embora por uma oferta de al-
Lutero t3.=:-,~é~ ::c',_
gum outro lugar que oferecesse circunstâncias melhores. Não admira que o
inteiramente sern :.
próprio Lutero interviesse para obter um aumento salarial para seu amigo.34
com a saúde de F
Mas ainda vendo pouca melhora, os amigos ficaram atentos procurando ar-
. um casamento M· compensar as :;L=:::::õ:'
ranJar para .elanc I1thon.· 35
Deste modo. Luõ:-
Melanchthon passou boa pal1e de sua vida na estrada. Ele não apenas eminente merca.d.='=c
estava exposto a mau tempo, mas também ficava à mercê de salteadores, chthon. O erudito eLo ::.
bandidos, hospedarias miseráveis, porém caras e às vezes até mesmo tinha Katharina mais em::::,
que pagar a despesa do próprio bolso. Ele descreveu como isso o desgastava que seus interesses se, ...
numa carta ao seu amigo de Wittenberg, Paul Eber. Melanchthol1 tinha ido a dispendiosas disc uss' ç' c.'::
Bonn a convite do eleitor e arcebispo de Colônia Hermann von Wied a fim lanchthon via o casaTe.: ,.
de oferecer sugestões concretas sobre uma maneira de promover cautelosa- seus instintos. Gradué..:-'" 0'-::
mente uma reforma evangélica na diocese. Melanchthol1 certamente não pessoa. Depois de um
considerou Bonn um local romântico com seu charme singular de cidade o casal em matrimÓni
provinciana. Não, ele se queixou do fedor em seus aposentos próximo ao eclesiástica. Na manhâ _.
cais junto ao Rena, e ele também não suportava o vinho do Rena e a comida celebração com aml:?::,. ::0'
Muitas vezes Melanchthon viajava a cavalo. Ele gostava disto apesar Embora a fam! .-
de tudo o que uma longa cavalgada acarreta. Acompanhado pelo ritmo das se preocupou em tC'IT::.:-oo'_.
patas do cavalo, ele podia orar, meditar, refletir, e desenvolver idéias. Lutero ~
iam! 'I·Ia de M' "
l elancmr.-
mesmo dinheiro sufI::e-
32As preleções tanto na faculdade de artes como na de teologia éram muito sis-
casa. Finalmente, no f:·::. __
temáticas, marcadas por êntàses reformistas e conectadas entre si. Veja Ekkehard
Mühlenberg, "Humanistisches Bildungsprogramm und reformatorische Lehre beim truiu uma casa grande -é .:0
jungen Melanchthon, "Zeitschrift für Theologie und Kirche 65 (1968):431-444. tornara o professor ma , - õ:--
33Robert Stupperich, "Melanchthon----der Mensch und sein Werk," Luther 31
(1960):4.
34WA_Br 2:130 (Carta no. 305; de Lutero a Espalatino em 25 de junho de 37 Acerca deste ICe:
1520). allein sei,' (011 2.18): L.' =
35Veja a seção sobre casamento e familia que segue abaixo. matiuns geschichte 8 j
36MBW_R 3:408(3275); CR 5: 142s.(2725). 38WA-Brl:514.~':' ::c-'_
18 19 MBW-R 2::2.1-'"
2:' grau de
. ;nha a ele às vezes achava graça do zelo pelo trabalho de seu colega mais jovem .
_:::' a todos.33 Quando Melanchthon chegava às suas acomodações, ele primeiramente que-
ria registrar seus pensamentos (que desenvolvera ao longo da estrada] antes
_:-2S e anugos
. . ' ~ ci vez mais de sentar à mesa para a refeição que já estava pronta .
",le pessoal-
Casamento e família37
:upar que o
feIta de al-
Lutero também persuadiu Melanchthon a casar-se, reconheça-se, não
::.:::11lraque o
. 34 inteiramente sem algum auto-interesse de sua parte. Ele estava preocupado
-_ seu amigo.
com a saúde de Filipe e em envolvê-Io na comunidade de Wittenberg para
-:- -:urando ar-
compensar as saudades que ele sentia de casa após ter deixado Bretten38.
Deste modo, Lutero voltou sua atenção para Katharina Krapp, filha de um
não apenas
'='c.: eminente mercador de Wittenberg, que aconteceu ser da idade de Melan-
~::-salteadores, chthon. O erudito era primeiramente muito reservado, mas quando conheceu
'lesma tinha Katharina mais e mais veio a ver os pontos fortes dela e, também, percebeu
desgastava que seus interesses sexuais tinham sido também duramente reprimidos nas
::1 tinha ido a dispendiosas discussões acadêmicas. Entretanto, seria engano dizer que Me-
Wied a fim lanchthon via o casamento simplesmente como um caminho para subordinar
eT cautelosa- seus instintos. Gradualmente, descobriu a dimensão da felicidade de uma
.:lamente não pessoa. Depois de um longo tempo de idas e reveses, Lutero finalmente uniu
.ar de cidade o casal em matrimônio no dia 26 de novembro de 1520, em uma cerimônia
próximo ao eclesiástica. Na manhã da terça-feira seguinte, a família fez uma modesta
- :0 e a comida celebração com amigos de outras cidades juntamente com notáveis da cidade
e Universidade.
i disto apesar Embora a família dos noivos fosse bem de posses, Melanchthon nunca
:';:[0 ritmo das se preocupou em tornar-se próspero. Assim, diferente do que aconteceria na
jéias. Lutero tàmília de Melanchthon, em seus primeiros quatro anos não havia nem
mesmo dinheiro suficiente para comprar um vestido novo para a dona da
__ muito sis-
:::":in1
casa. Finalmente, no final da década de 1530, o Eleitor João Frederico cons-
:::ja Ekkehard
~ :: Lehre bejm truiu uma casa grande e agradável para Melanchthon, que desde então se
4: 1-444. tornara o professor mais bem pago da Universidade39.
~-k." Luther 31
_ 5 de junho de 37 Acerca deste tópico, veja Inge Mager, "Es ist nicht gut, dass der Mensch
allein sei,' (Gn 2.18): Zum Familienleben Philipp Melanchthons", Archiv fiir Refor-
matiuns geschichte 81 (1990): 120-137.
38 WA-SI' 1:514,34; de modo semelhante 269, 33ss. Também WA 2:595,18-20.
39 MBW-R 2:244s5 (1718).
19
Muitas pessoas associadas à Universidade freqüentem ente vinham vi-
necessitacksc
sitar e reunir-se em confortáveis acomodações, alí naquela que Melanchthon
para o pcbr::;"-
afetivamente denominou "a cabana", um quarto' para estudiosos mantido
próximo aos quartos da família e àquele quarto de Johannes Koch, assistente
de Melanchthon40• Além disto, Melanchthon tomava jovens estudantes para mente, c
dentro de sua casa. Ele o fazia, acima de tudo, por razões financeiras - deles, ?\1elanch:"-. -~ : -_
não sua, pois Melanchthon e sua esposa eram completamente avessos a agir certo qL:e e.õ:::. _:
com vistas ao lucro e ao ganho material. E Melanchthon recebia os estudan-
tes por razões pedagógicas. Ele tinha a opinião que cada estudante deveria curso dos ares
ter um mentor pessoal. Em sua schola domestica, Melanchthon instruía os exemplo da n-~,;:.:
jovens especialmente no Grego e Latim, e ao lado da leitura compreensiva, vente passagC'~""."": :- - - --
ele os envolvia ativamente na prática da língua enquanto eles escreviam sacio, uma n: - -'
poesia. e encenavam come'd'Ias I'atmas 4] . descreve: "\jj~"-:, " -= -
levantava as cr 2 .• _. _.
Todas estas pessoas tinham de ser cuidadas. Embora as habilidades
palavras e enSl::2:·_
culinárias de Katharina tivessem seus limites, ela sempre estava pronta para
freqüentement::; rei: ':':'.
administrar a família que sempre crescia. Era conhecida por sua generosida-
devido a probieIL:s:
de e bom coração e deve ter visto que ao mesmo tempo esta delicadeza era
lhos em Frankfurt-s: :::-
colocada em bom uso. Realmente, ela compartilhou estas características com
poso, ela sofreu:: __;;: ,_-
seu esposo - por um lado, certamente esta foi uma das razões para o sucesso
sofreu grandemefl:e e-
do seu casamento e, por outro, para nunca apegarem-se à prosperidade.
fessar de Frankfur:' ~:
Quem quer que fosse a Melanchthon em necessidade ou aparecesse como
seu marido, enfra:;';; _
hóspede jamais era mandado embora por ele. A casa de Melanchthon tam-
sobre ele. juntam;;-r-:e :.-
bém servia em círculos escolares como um "refúgio geral para atribulados e
dito requeria uma: e-
tinha tambén:1 ITE: :.- - c
(Conferência realizada em 16-] 9 de janeiro de 1997.) Isto é semelhante àqueles Jo 16.21 afirman:::-: :-
13.19.
tipos de performances que não são feitas para o público e podem ser produzidas de
44 De Me]::r:'"
modo bem simples, não encenadas, porém realizadas mais à semelhança de aulas
dadas num tablado montado. 9:914; MBW-R 8:: S:
20 45 CR 1:855
-- .~._.~~=============';;;;;'--",".==~---~
....
~~:;:;!,
: - vinham vi-
Cç
necessitados, suas mãos ofertavam à maneira de uma despensa inesgotável
~ \ íe1anchthon
para o po bre. ,,42
_<30S mantido
~:h, assistente Não se sabe como Katharina cresceu nestes relacionamentos. Certa-
; :".dantes para mente, o início foi verdadeiramente difícil para ambos os recém-casados.
:-.:eiras - deles, Melanchthon chamou o dia de seu casamento de o "dia do ai.,,43Contudo, é
': :"essos a agIr certo que esta queixa - Melanchthon também denominou seu casamento de
: .: _ .2. os estudan- "nova servidão" - não foi resuitado da sua parceria incomum. De fato, no
:: . _:lante deveria curso dos anos, Filipe aprendeu a amar Katharina de maneira terna. Um
.-:n instruía os exemplo da mágoa que ele sofreu depois da morte dela está em uma como-
::·mpreensiva, vente passagem escrita dois anos mais tarde, em 1559. Olhando para o pas-
.ç s escreviam sado, uma mistura de tristeza e amor atravessa Melanchthon, como ele
descreve: "Minha esposa se enfada ... preocupa-se com toda a família; ela
levantava as crianças, cuidava dos doentes, aliviava minha dor com suas
,,3 habilidades
palavras e ensinava os pequenos a orar.,,44 Embora as coisas de sua saúde
- _'} pronta para
freqÜentem ente não fossem bem para ela desde meados dos seus 30 anos
." generosida-
devido a problemas com seu fígado, ela emprestava sua ajuda para seus fi-
__ 2li cadeza era
lhos em FrankfUli-sobre-o-Oder, Wittenberg ou Torgau. Junto com seu es-
_~2risticas com
poso, ela sofreu imensamente a sorte de sua filha mais velha, Ana [que
:ara o sucesso
sofreu grandemente em um casamento infeliz com Georg Sabinus, um pro-
: prosperidade.
fessor de Frankfurt). Katharina também dedicou amoroso cuidado para com
,,~2cesse como
seu marido, enfraquecido por todo o trabalho e responsabilidades colocadas
- :':1:hthon tam-
sobre ele. Juntamente com o cuidado normal, o problema estomacal do eru-
-' atribulados e
dito requeria uma dieta cuidadosa. Ao mesmo tempo, ele ocasionalmente
tinha também muito de uma boa coisa: "Ela [Katharina) sempre pensava que
.'-- 3G de outubro
eu poderia nlorrer de fOlTie se eu não estivesse recheado con10 Ulua lingui-
::bido na casa ça.' ·,45 (~>-,on1o ,
avanç.o aa . J cl
lG3Cle7P
Katharlna nao temIa na d a rnaiS
•• -'.' . ao
1 que ticar
-
da morte de fraca e frágil. E ehl Dl0rn;,q COIDO desejara. Enquanto Filipe estava eiTI
Worrns tornando parte ern sua Úhirna grande discussão religiosa, eia faleceu
de comédias
rapidamente em 11 de outubro de 1557, sem demorar-se em seu estado aca-
veja Robert
_' ~1dagogik im
42 CR 9:341, nota de 12 de outubro de 1557: Fuit enim dOillliS eius commune
Palestra dada
- \;elanchthon adt1ictorum at egentium profigium, manus eius inhastum pauperum proptuarium.
J :.hrhundert." 43 CR 4:951; o editor de MSA 7/1, p. 96, no. 3, conecta esta referência escrita a
ê'nte àqueles
Jo 16.21 afirmando-a como pano-de-fundo e reporta-se novamente à queixa de Mc
13.19.
:- ::~cduzidas de
44 De Melanchthon para Johannes Dolzig em 11 de setembro de 1559; CR
_ - :-nça de aulas
9:914; MBW-R 8:383 (9054).
45 CR 1:855 (431); MBW-R 1,237 (523).
21
mado. Um velho amigo de Melanchthon, Joaquim Camerarius, entregou a sua fanii'.::; _
notícia a ele em 27 de outubro, vindo para Heidelberg, que tinha honrado o
Jenaporc _,O~ --,=."
estimado o velho cavalheiro. Melanchthon recebeu a notícia com serenidade.
\1;:::·· .. :· , ._
Apenas após dez semanas depois do sepultamento dela, ele foi capaz de des-
eITI seu ,.: __ --
pedir-se dela junto à sepultura, e logo depois disso, ele logo seguiria sua
esposa.
gicos da é:<::
Cuidados e preocupações acompanharam Melanchthon todo o tempo bato com·:'· .lfT ;:'- - •.
com uma porção de coisas que estavam sobre ele - responsabilidade por
misogenia, e:;c: ..:"::. .:;:-
várias outras pessoas, como novo cabeça da casa, como esposo e como parte lanchthon ,ia .:oCo -.
de um enfraquecido círculo de trabalho e troca acadêmicos. Nesta situação, quanto os hcT' e": e _-
.
ele foi sustentado diretamente pela infissuráveI confiança no cuidado e na siderasse a m:::e-
misericórdia de Deus, misericórdia esta que, cria ele, experimentara quando Buía o vaior e ... :
a mesma foi mediada também através de sua família.
parte da mara-- ....: _
Desta forma, Melanchthon lentamente cresceu em seu papel como pai para a família p~r r.:-~ __
e marido. Uma experiência importante e serena para este homem que certa- ele apelava para_~,_~
mente amava crianças foram os nascimentos de seus próprios quatro reben- para com o sexo
tos. As crianças desenvolveram uma crescente saudade do pai, que no daquele tempc .:.
freqüentem ente estava longe. Katharina deu à luz dois meninos e duas meni- mento como um Tt
nas; cada vez que concebia sua vida ficava por um fio. Houve Ana (nascida uma imagem do 2fT : :
em 24 de agosto de 1522), Filipe (nascido em 21 de fevereiro de 1525)46, mulheres é conced ..:., ,~-;:
Jorge (nascido em 25 de novembro de 1527)47, que morreu já aos dois anos relacionamento m:::r -- - ..
de idade, e Madalena (nascida em 26 de julho de 1531). Em numerosas car- incontáveis trisreZ::5. ::
tas, a preocupação de Melanchthon pelo bem-estar de seus filhos, bem como nos que sua prO;:T} :: _ -
a gratidão pela graciosa proteção dada a eles corre como um cantus jirmus estimulado por esta .:e: :er·;
através de seus pensamentos. Juntamente com os estudantes de sua schola plano para montar U:.: : :
domestica, as crianças eram as mais queridas em sua famíiia. Melanchthon das e que mantinI12r--'ô :-
não somente carregou-as em seus braços e balançou-as no berço lendo novos
livros, mas ele também adiaria uma viagem porque estava preocupado com o
uma criança febril. O progresso e o crescimeto das crianças também preocu-
pava o casa! cada vez mais, ano a ano. Foi típico o profundo sentimento de
saudade de Melanchthon com reiação à sua família durante a longa e tensa
estadia em Augsburgo em 153048. Em 1536, ele considerou a separação de
49 De Melancn:r: - : :r:
46CR 1:72653. (321): MBW-R 1: 184 (379).
MBW-R 2:238 (i -C:
50 De Melanch:'-:::-. : :-: F
47CR 1:91835. (486): MBW-R 1:283 (634).
MBW-R 1:184 (38C
48 De Melanchthon para Camerariu3, em 13 de agosto de 1530; CR 2:275; 51 CR3.1172
MBW-R 1:424 (1023).
22
52 CR 3.1 i':'~
_m ... ._.~
'. entregou a sua família com similar angústia quando a Universidade foi mudada para
--:,a honrado o
Jena por causa da praga epidêmica na Saxônia49.
", serenidade.
Melanchthon deixou suas próprias experiências pessoais ingressarem
:apaz de des-
em seu lado profissional - em várias opiniões escritas sobre casamento, em
segUIna sua
conselhos dados para a cura d'almas e em outras coisas sobre aspectos teoló-
gicos da ética matrimonial. Ele compartilhou com Lutero a rejeição do celi-
. todo o tempo bato como um estilo de vida obrigatório e ele disvinculou-se da tendência à
:;abilidade por misogenia, encontrada em alguns autores do Renascimento humanista. Me-
, : e como parte lanchthon via as mulheres como uma criação divina, valorizadas tanto
"< esta situação,
quanto os homens e igualmente herdeiras da salvação50. Ainda que ele con-
-:uidado e na
siderasse a maternidade como a principal obra das mulheres, ele não dimi-
.. entara quando nuía o valor e autoridade das mesmas. Ele acentuava a maternidade como
parte da maravilha divina da criação e requeria proteção para o casamento e
:-2pel como pai para a família por parte das instituições governamentais. Ao mesmo tempo,
-- em que certa- ele apelava para que os homens da época exercessem respeito e preocupação
, J,uatro reben- para com o sexo frágil e, deste modo, destoava claramente do ideal masculi-
e do paI, que no daquele temp05l. Ainda assim, apesar de todo o discurso sobre o casa-
õ· e duas meni- mento como um meio divino para a manutenção da ordem criada e como
e ,-'\na (nascida uma imagem do amor de Cristo por sua Igreja, realmente a nem todas as
e -,' de 1525)46, mulheres é concedido serem cuidadas e amavelmente protegidas. Antes, o
}OS dois anos relacionamento matrimonial poderia ser o lugar de humilhante amargura e
'o merosas car- incontáveis tristezas, como Melanchthon experienciou a partir de nada me-
:3. bem como nos que Slla própria observação da sorte de sua própria filha Anna. Bem
_,mtus firmus estimulado por esta percepção, ele esteve atarefado em seus 40 anos com um
2e sua schola plano para montar uma coleção de exemplos de mulheres que eram destemi-
\ [elanchthon das e que mantinham-se em pé diante do desespero52.
lendo novos
Dado com o
_""o,' em preocu-
:::"cimento de
. -nga e tensa
c:;,paração de
49 De Melanchthon para Jakob Milichius, em 19 de fevereiro de 1536; CR 3 :44;
MBW"R 2:238 (1703).
50 De Melanchthon para Philipp Eberbach, em 6 de março de 1525; CR 1:591;
MBW-R 1:184 (380).
CR 2:275; 51 CR3.1172.
52 CR 3.1173.
23
Amizade
cujo reLi'::,'" eu ~
o ideal humanista de amizade se distingue fundamentalmente do ideal Contro\é~;:
que prevaleceu mais tarde, acima de tudo de relacionamentos entre pessoas crger ( i'.; .--- ••
dominados pelo romantismo e fortemente emotivos. Pensadores humanistas lfder.2;'. ,
destacavam acima de tudo representações clássicas como em Aristóteles e Witten,~c;~~
Cícero: apenas aquilo que é estabelecido com base no bem ou com base na rY-1iguel \
virtude é permanente e merece ser chamado "amizade.,,53 Ambos os amigos tàmilia um es: ":c
querem este relacionamento e se tomam iguais nele. A interação básica ou de Esmakakie
fundamental é estabelecida de acordo com a lei áurea: amigos deveriam se
Ali
conduzir em relação a amigos assim como eles por sua vez gostariam de ser
brincadeira .
tratados. Para uns poucos autores humanistas, "amizade" é uma expressão de
malS Jovem .. ::::
humanitas ou "humanidade," através da qual brilha a imagem de Deus dada
ao homem. Mas quando o assunto são os laços de amizade, por mais que as
educaçãc'! ern f
Lutem. Ele 1'e8'::
diferenças sociais, de relações de sangue, e de gerações possam ser ignora-
ção inicial sobre 3. ... '
das, uma atitude hostil em relação a mulheres, casamento e família frequen-
tara 21 anos: "\ L:--
temente ainda está ligada a este ideal54•
nos declaramos J.f
Melanchthon é parcialmente influenciado por esse alto ideal de ami- em sua pessoa.
zade. Mas ele não compartilha as noções auto-redentoras e divinizadoras tamos todos mara'.
sugeridas em escritos renascentistas. É verdade, no entanto, que ele aprecia- da teologia escola;:T:'
va o ideal de amizade da igreja antiga e dava valor a contatos sociais refina- brilha que tenha r:-,:s "
dos com pessoas educadas e com cujas idéias ele se identificava, embora o Quem quer que (' j,;o;'
relacionamento com sua esposa e filhos fosse sacrificado por causa disso. Deus."
Por quanto mais tempo e quanto mais estas amizades eram atacadas por pre-
Em principi,."
ocupação, dificuldade, e "Angst", tanto mais elas também se caracterizavam
pe Melanchthon "lTe
por confiança na graça e misericórdia de Deus, particularmente por suas
Em outro lugar lei
ações que sustinham os amigos e colegas ocasionalmente ausentes. O círculo
comentário de Rcy
de amigos, que compartilhava com Melanchthon tanto os tempos perturba-
como também a C
dos por "Angst" como os tempos de confiança, incluía Joaquim Camerarius
(1500-74) no topo da lista. A correspondência com ele oferece numerosos 55 Por causa di S-':'
relances que revelam o íntimo de Melanchthon e o seu estado de espírito. Mix, "Luther una \i~ ~
Entre outros amigos em torno de Melanchthon-incluindo aqui alguns que Sludien und Krin',·
ele perdeu e outros novos-se encontrava João Agricola (1492/94-1566), chthon", p. !21-1~::,
jált der Lehens,\ i! ,i.'
318.
50 Para o m.:;;, _
53 Heinz-Horsch Schrey, "Freundschaft", TRE 11:591-599.
54 Gregor Muller, Bildung und Erziehung im Humanismus der italienischen Re-
ghans, "Melanchth,-'
naissance Grund/agen-Motive-Quellen (Wiesbaden, 1996), p. 3ss. lima palestra pr()r~:
24 Hni\'ersário de n::><
~
.-.----------õ
1e
e
~
II
cujo relacionamento se rompeu por causa de suas posições irreversíveis na ~
~
~,te do ideal
Controvérsia Antinomista. Havia ainda o colega de Wittenberg Caspar Cru- I
~-:;e pessoas ciger (1504-48), o médico Jacó Milicius (1501-59), Paulo Eber (1511-69), o
~
I
"llllnanistas
. c
líder cívico de NÜrnberg Jerônimo Baumgartner (] 498-] 565), o pregador de I
e
ele reforçou sua avaliação no seu testamento de 1539: "Dele eu aprendi o santa igreji1~:H:
Evangelho.,,58 Ele não escondia sua afeição: "Eu preferiria morrer do que ser avaliação de '- L __
separado deste homem.,,59 ponto não nes:
que valesse a ;-e- -
Freqüentemente, se explorou60 diferenças no relacionamento entre es-
deliberado perante
tes dois Reformadores ativamente envolvidos, especialmente aquelas que se
diz que tinham surgido durante os dias tensos em 1530 em Augsburgo.61 De De slla pane, ' 'e
fato, a primeira reação de Lutero ao rascunho da Confissão de Augsburgo de deles como estandc
Melanchthon deveria ser encarado positivamente: " ...aí eu não consigo pisar para Veit Dietrich
tão gentilmente e de maneira tão suave,,,Ú2 deveria ser tomado como uma menos grosselra-.:: ..
(para a graça). a I'::: e:: __
1997, em Bretten. Está planejada sua publicação para 1998, sob a edição de Heinz [sete] pecados n1:[',,; :=.
de Colônia em 1544. Veja isto resumido em Scheible, "Luther und Melanchton", p. I ivros do mestre f
]39-152.
publicados tante" e~;
61Veja Scheible, Afelanchlon und die Reformillion, p, !98-220; ReineI' Vinke,
"Luther auf der Coburg, Melanchthon in Augsburg und das Augsburger 6.1 Veja Hans R .... c-
Bekenntnis," Ebernburg-Hefte 30 (] 996): 53-73. ul/d :lufl-âl:::.e :::.u!'
62 WA-Br 5:319, 7ss. (Carta no. 1568; de Lutero ao Eleitor João. o Constante. 6-1 MBW-R ! "
de 15demaiode 1530.) ÚSCR3:38~.\1
26
~:. Lutero elogi-
palavra de apreciação. Um pouco mais tarde ele escreveu sobre o quanto-
-=ç estilo: "Não
"vehementer"--o texto o agradava. As sentenças que seguem confirmam
esta interpretação. Mas Lutero estava muito bem a par de diferenças
~".jo com Lutero substanciais que ele tinha com seu querido amigo e ele não compartilhava a
~or e digno de esperança de Melanchthon de que o documento iria efetuar resultados
~}beis como AI- políticos permanentes. Para Lutero um rompimento não poderia ser
_- ç ira totalmente ignorado, e para ele as diferenças [com Roma] se sobrepunham ao que
; ; sempre parece restava em comum63, Melanchthon, por outro lado, não queria perder a
-~-L Melanchthon esperança na unificação permanente e tinha formulado conscientemente a
;,:3.0 de Lutero e C01?fessio Augustana para que o acordo contínuo em fé e doutrina por uma
= ~'ç eu aprendi o santa igreja católica fosse claramente visível. Não há razão para duvidar da
:rrer do que ser avaliação de Melanchthon declarada em particular, que "nós ... até este
ponto não nos comprometemos com nada que Lutero também não pensava
que valesse a pena defender, quando o assunto era cuidadosamente
:;lllento entre es-
deliberado perante o Reichstag."ií4
':; aquelas que se
.
~,ugsb urgo. 61 D e
De sua palie, Melanchthon em momento algum viu o relacionamento
=ç A.ugsburgo de
deles como estando permanentemente rompido. Ele escreveu isto numa carta
JJ consIgo pIsar para Veit Dietrich: "Como você sabe eu formulo muitas coisas de maneira
-lado como uma
menos grosseira-a respeito da predestinação, o assentimento da vontade
(para a graça), a necessidade de nossa obediência (após a justificação), os
- ::: iOdição de Heinz [sete] pecados mortais. Eu sei que Lutero na verdade é da mesma opinião em
tudo isto. Mas os incultos amam demais as suas rudes formulações, porque
eles não percebem como elas todas se encaixam. Eu não quero me juntar a
eles. Isto haveria de agradá-Ios. Apenas deixe-me, como um Aristotélico que
~:::a.mizade entre os ama o moderado caminho do meio, de vez em quando não falar tão estoica-
, ~~numa cátedra da mente65. Melanchthon pode formular esta avaliação de boa consciência. O
1525. Finalmen-
sentimento, no entanto, já existia em 1529 no prefácio de Lutero ao comen-
':;; e Bernhard Lo-
. ~-' a Controvérsia
tário de Melanchthon sobre a epístola aos Colossenses, no qual são encon-
- - rrovérsia Corda- tradas várias afirmações doutrinárias, como aquelas que comentadores
":;[ cidade católica posteriores citam para distinguí-los. Lutem escreveu: "Eu considero ... os
\!elanchton", p. livros do mestre Filipe mais preciosos do que os meus e prefiro ver estes
publicados tanto em latim como em alemão ao invés dos llleus ... porque eu
. ReineI' Vínke.
o Constante.
und A lIfl'Útze zlIr historischel1 Thc%gie (Tiibingen. !
1972), p. 108-136; I] 3-1 8.
6.\MBW-R 1:434(1053)
(., CR 3: 383; MBW-R 2:322 (1914).
27
nasci para guerrear contra a plebe rebelde e os diabos e sepultá-Ios, assim
za a ",'lua.,
meus livros são tempestuosos e belicosos. Eu tenho de arrancar os tocos e as
raízes, cortar os arbustos espinhosos e as cercas vivas, tapar os buracos, e eu
sou o rude lenhador que deve limpar e preparar o caminho. Mestre Filipe,
porém, pode então viajar ali de maneira limpa e tranquila, edificando e se tcrr:ç -,::
voz doce. Numerosas cartas contêm admoestações que lhe diziam para tomar tinha melhora2:~
cuidado de si mesm067. A fraqueza de Melanchthon era diametralmente Wittenberg: "De' .
oposta à sua disposição no trabalho e seu tato nas negociações. Ele também ra de um aiefn5~" -
Melanchthon foi a um encontro para um colóquio religioso em Hagenau. Ele com um forte re;;f'L.
sentiu-se altamente desconfortável e preocupado com o futuro da causa o instante decis:
evangélica. Em virtude disso, desmaiou em Weimar e ficou tão terrivelmente quanto ao prcgres::<_- --
enfermo que Lutero apressou-se a vir de Wittenberg. A devoção de Melan- !ogorum, louca f>
chthon é um modelo de fé que ele sustentou com uma inabalável confiança Agrícola e Flac· : -
na ajuda de Deus e com lamentos e petições reunidos em orações70. Acima d'IspOSlçao
. ~ mental . ~_~
de tudo, Lutero confortou seu querido amigo: "Sê corajoso, Filipe. Tu não seus escritos até :s~ 0:',_:,::
vais morrer. Deus certamente tem razão para matar, mas ele não deseja a perturbá-Ios por n':_ - ..
mente, e, pela graça ~e ~ .
claração da verda.]:: - _. :
66WA 30/11: 68,12-69, I.
67Para um exemplo, veja MBW-R 1:14,53,97, apenas para começar a lista. que ele me conceJ", ,. ,~
68 CR 1:729; MBW-R 1:265 (382); CR 2:240; MBW-R 1:415 (998).
69 Por exemplo, durante as negociações em Augsburgo em 1530; veja Scheible,
Melanchthon und die Reformation, p. 198-220; também MBW-R 1:377 (691).
70 Veja a documentação com WA-Br 9: 140-205 (3499-3519), 71 Citado em Pc...
28
. :,::nà-Ios, assim morte do pecador. Ele quer que a pessoa converta-se a ele e viva. Ele valori-
- .::r os tocos e as za a vida, não a morte." E Deus mostrou-se gracioso a Adão e Eva: "Muito
-5 buracos, e eu menos eu desejo perder-te, Filipe, muito menos deixando-te perecer em pe-
\lestre Filipe, cado e melancolia. Portanto, não dê lugar algum ao espírito de tristeza e n~to
c._ edificando e se torne seu próprio assassino, antes, confia no Senhor que mata e faz viver
os d ons 66 que novamente, que pode ferir e ligar, que pode derrubar e curar novamente." Ao
mesmo tempo, Lutero orou por ele: "Nosso Senhor Deus tem oferecido tudo
para mim, pois eu arremesso o saco diante da tua porta [esperando coisas) e
eu canso teus ouvidos com todas as promessas que só Ele pode aceitar e que
eu conheço diante de ti na linguagem da Santa Escritura, assim que ele me
~.r -~ssão que sua ouve se eu estou disposto a confiar em tuas promessas." Quando Melan-
': r.lOSO com uma cht1100recuperou-se, sua voz ainda falhava. Mas poucas semanas depois, ele
- =.lm para tomar tinha melhorado notoriamente, Lutero escreveu para sua esposa, Katie, em
. _ .::,Iametralmente Wittenberg: "Devoro-me como um boêmio e como excessivamente a manei-
__>:5. Ele também ra de um alemão, tudo em ações de graças a Deus. Amém. Isto acontece
: -' ~onseqüências. porque Mestre Filipe estava verdadeiramente morto e levantou-se como
_ ]. especialmente Lázaro. Deus, o querido Pai, ouve nossas orações para que vejamos e enten-
damos, sem o que jamais creríamos, de modo que ninguém diga amém para
nossa vergonhosa infidelidade." Depois de três semanas, Melanchthon viaja-
. r 2 esteve seria-
ria com seus amigos de Wittenberg para Eisenach, onde ficou com Justus
:_1 morte diante
Menius durante o mês de julho. No início de agosto, retomou a Wittenberg.
de Wittenberg
-: 5
:.\ivel confiança Agrícola e Flacius - e ainda assim, Melanchthon roi capaz de mudar sua
- -açoes.
- 70 A cIma
. disposição mental quando escreveu confidencialmente: "Deixei-os manter
_ Filipe. Tu não seus escritos até satisfazerem-se, deixei-os fazer o que queiram; não vou
~ e não deseja a perturbá-Ias por muito mais tempo. Quero, entretanto, ensinar diligente-
mente, e, pela graça de Deus, os jovens poderão levar adiante a simples de-
claração da verdade. Farei isto enquanto viver, e também implorarei a Deus
_ .'-c"çar a lista.
que ele me conceda um final feliz.,,71
~~8).
: : :'. veja Scheible,
:--(691).
7\ Citado em Pauli, Phillippus. Ein Lehrer fÜr Deutschland, p. 306.
29
Melanchthon conseguiria isto. Cercado pela família de sua filha Ma- lado de Lu:;:-,~
dalena, que tinha reunido numerosos outros neto,s e parentes, Melanchthon
morreu na sua casa em Wittenberg em 19 de abril de 1560. Sobre uma folha
de papel, escreveu porque ninguém deveria temer a morte: "V ocês serão Alcançar .:: __
libertos do pecado. Serão livres de toda fadiga e tribulação e da fúria dos telecttLils':'2 -:-'-;.- ..- ~ _.
teólogos. Irão para a luz, diante de Deus, ver o Filho de Deus. Aprenderão
todos os surpreendentes segredos que não somos capazes de compreender
nesta vida: por que fomos criados assim, o que nós somos, e em que consiste suaposi:~àc ~::;::---
a união das duas naturezas de Cristo."n crutar o cam 'T'~:.: ~~:.:
Neste ser~
Sumário
poderíamos U5"é "_
tal domínio d: ~:'--e: -'õ
Estamos no final de nossa olhada sobre Melanchthon como um ho-
.
precIsa d"elendeé
' 5'_.', ::', .~.
mem do século XVI. A questão de se também o seu exemplo pode ou não
mente, perscrütar: :".
ser um modelo para nós é deixada para nosso juizo subjetivo. Sua modéstia e
a maneira como os pesquisadores modernos voltam-se ao caráter multi- Ademais, \le2:.-.-
facetado de Lutero tem feito que Melanchthon seja encontrado sempre no não pode ser de iLO~, - e- c
segundo plano de consideração. Ainda assim, o que segue aqui permanece evangelista da igreja. - - o õ
nheceu o poder dos sentimentos, emoções e paixões. Não era alguém sem "Angst" e confiança. De _-
emoção, antes, conhecia os limites do intelecto. necessidade e a pree _~::.:.:~:
incapaz de agir, ante;: -',
Freqüentemente, sua habilidade para construir pontes através da mo-
misericordiosa e gnc
deratio73 foi tomada como sendo negativa por aqueles que consideram-se do
rança de que a Lei, no seu segundo uso, faria seu trabalho - o debate com Erasmo, que conquistaria urn G;:,~. ': 7
por exemplo - enquanto Melanchthon tentava persuadir as pessoas por meio de uma diaistodemododif:f:'.::: :.
afirmação refletida e refreada do caso ao invés de explodir com palavras ásperas. verdade meramente p2:~ _ : ~~"
Parece que ele preferia usar a Lei como uma barreira, impedindo que as pessoas que çõcs de Melanchth,x: '
estivessem vacilando na beirada, prestes a naufragar, chegassem ao ponto no qual a m.oderado de modo J. c-_
30
----~~=======---==========';=
';- sua filha Ma- lado de Lutero como verdadeiros teólogos, sendo inequívocos, confessionais
;::. \lelanchthon e fazendo afirmações rígidas. Agindo assim, poupavam-se de ter de refletir
~:':Te uma folha sobre as razões de suas próprias posições e sobre o que os outros pensavam.
"v ocês serão Alcançar a conciliação requeria um grande esforço mental que somente in-
~ da fúria dos telectuais da estatura de Melanchthon eram capazes de alcançar. Poderíamos
_ ;: _5 Aprenderão usar mais isto como ele o fez. Sua compreensão perspicaz e seu domínio dos
~;- compreender assuntos fê-Io seguro consigo mesmo de modo que não precisava assegurar
;: ;I-:J que consiste sua posição obstinadamente, antes, com sua paciência reta, ele pôde pers-
crutar o caminho para chegar à conciliação.
denúncia e a acusação fossem necessárias. Embora isto talvez não seja puramente
, de caráter pes-
: c: primeiro uso, sua aplicação da Lei em tais casos realmente parece tàvorecer esta
:'oximação num abordagem. As tendências diferentes nos dois Reformadores freqUentemente são
:c: em sua lingua- evidentes, refletindo perspectivas e aproximações variadas. Para o Me!anchthon
. ,;- pouco positiva treinado classicamente, moderatio não era fraqueza ou desistência. Ao invés disso,
, 'J3. ira na espe- isto foi um meio ponderado de alcançar os outros, buscando a linguagem e a posição
~\e com Erasmo, que conquistaria um oponente e que ainda assim fosse fiel à verdade. Eie compreen-
::x meio de lima dia isto de modo diferente do que comprometer-se, ou seja, abrir mão de pontos da
::~:avras ásperas. verdade meramente para chegar a um acordo. Outros podem discordar das avalia-
: _;- :lS pessoas que ções de Melanchthon, mas assim como ele compreendeu o assunto, o fato de ser
~·:'ntono qual a moderado de modo algum liquidou sua integridade.
31
ele. Isto é genuinamente visto não somente nas cartas e encontros pessoais, o SOFRDIE'-TC
mas esta atitude ou postura também flui para dentro dos escritos teológicos,
dos conselhos políticos, e não menos no docume~to confessional central da
da igreja evangélica, a Confessio Augustana. Mais do que Lutero, Melan-
chthon teve. sucesso em moderar sua personalidade, e ele deixou-nos a men-
sagem evangélica da salvação de Deus que nos beneficia em todas as
situações da vida: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?"
I HINÁRIO LLTER~~"C
Ende - Benjamin Praetcr:.s
2 LUTERO, MarÚ.h: Cri
critos de 1520, V. 2, S::: :..;. r-r
J Idem, ibid., p. 29
<1
I'd em, 1'b'd
I '; V, ..
; ;: ;-. -
sua vida sobre a verd3::e -::. r::'
exemplo, radicalmente ::::
32 mão de Deus tamben', ;-:
:~ 2S pessoais, o SOFRIMENTO DE CRISTO E DOS CRISTAOS
.:s teológicos, NA TEOLOGIA DE LUTERO
central da
l:ero, Melan- Paulo R. Teixeira
: .,-nos a men-
~m todas as "Era desprezado e o mais rejeitado
entre os homens; homem de dores e
que sabe o que é sofrer ... pelas suas
pisaduras fomos sarados."
(Is 53.3,5)
INTRODUçAo
"Sofrer", palavra triste. Termo que evoca uma realidade cruel presente
no cotidiano de cada ser humano desde a queda em pecado2. Realidade espe-
cial na vida de Cristo, o "príncipe dos sofredores,,3. ConseqÜentemente, o
sofrimento é presença marcante também na vida dos cristãos4• Por que Cristo
sofreu? Por que os cristãos sofrem? Deveriam realmente sofrer? Há algo de
positivo em seu sofrimento? Qual o maior consolo no sofrimento?
I HINÁRIO LUTERANO, hino 320, primeira estrofe. Sei getreu bis na das
Ende - Benjamin Praetorius (1636-1674), Trad. Rodo1fo Hasse.
2 LUTERO, Martinho. Obras Seleciona das - O Programa da Reforma - Es-
critos de 1520. V. 2, São Leopo1do/Porto Alegre: SinodaI/Concórdia, i989, p. 28.
J Idem, ibid., p. 29.
4 idem, ibid., v. I, p. 50. Lutero manteve um ferrenho combate teológico em
sua vida sobre a verdadeira perspectiva do sofrimento do cristão. Discordava, por
exemplo, radicalmente dos teólogos da "glória", que eram incaazes de perceber a
mão de Deus também no sofrimento.
-------------------
33
.•_---]
_ ..
No presente estudo, pretende-se dar uma visão geral, ainda que su-
cinta, de como o Dr. Martinho Lutero abordava o "Sofrimento de Cristo e
dos Cristãos" em sua teologia. E o Reformador tem muito a dizer aos cris- .' ....
leOlU2l3
tãos. Ele próprio sofreu muito em sua vida e, ainda mais do que isso, estudou
profundamente a questão do "Sofrimento" nas Sagradas Escrituras, da qual
também tirava todo o consolo necessário para prosseguir em sua caminhada.
Diante de tudo o que poderia ser dito acerca deste tema, as limitações
desta pesquisa são imensas. Almeja-se, no entanto, que o estimado leitor
encontre aqui a motivação para ler mais Lutero e maravilhar-se com a sua
maneira de expor e aplicar a Palavra de Deus com vistas à salvação e à cura
d'almas. Deseja-se, igualmente, que este humilde estudo possa ser algo mais •
~.- -- - - --.
·-- --"'--
-~ _ ••• ~. "o
A certa altura de sua vida, Paulo, o grande "Apóstolo dos Gentios", trec h.os da Iamu~2.
~ .. -;::
quase que num desabafo aos coríntios que contestavam a validade de seu
ministério, relembrou-Ihes o quanto ele próprio já tinha sofrido para que eles
e muitos outros pudessem ter recebido a Boa-Notícia da salvação em Jesus.
pre:'~. __
n
o
Isto pode ser verificado em I Coríntios 11. Paulo foi um homem que sofreu iâU
grandemente pela causa da propagação do Evangelho de Cristo.
À semelhança do apóstolo, muitos outros cristãos também sofreram,
."
.-< -=:.
.....•..•......
-, -.
'- ~~----
--
-,~ -
sendo alguns até mesmo martirizados. Um desses cristãos, digno de nota por
causa da obra que Deus operou através dele, foi o Dr. Martinho Lutero.
[ _..iI _--------------!I!!II!I!!I!!!!I!!II!I!!I!!!I!I!!I!II----
minha satisfação. (...) Aí Deus teve pena de mim. Dia e noite
fora-da- lei ,': ~.. ,.
eu andava meditativo, até que for fim observei a relação en-
tre as palavras: "A justiça de Deus é nele revelada, como
está escrito: o justo viverá por fé." Aí passei a compreender onde penc-:::--;ô: :: ';ô' ::-
a justiça de Deus como sendo uma justiça pela qual o justo optou ~;r;ô;::'
vive através da dádiva de Deus, ou seja, da fé. ( ...) Então me tendo c:
- '
senti como que renascido, e entrei pelos portões abertos do queStiL: ~.: ó.::
próprio paraíso. Aí toda a Escritura me mostrou uma face 50S de sua :::::.
completamente diferente. (...) Assim, de fato esta passagem
igualmente .:L~". ,.
de Paulo para mim foi a porta do paraíso.6
Santa do ane se: -=" = -
verdade mais que a própria vida, Lutero foi alvo de inúmeras perseguições mente dito à \i,~.-.
por parte do Império e da Igreja Romana. Mas, nem por isso, desistiu de e se refi ita so Or;:
proclamar o sola gratia, solafide e sola Scriptura.
Em primei:. ,::-,,-
Foi justamente passando por experiências amargas que Lutero tam- do Salvador na pe:rs;-::.
bém aprendeu mais e mais o que é sofrer. E também foi estudando as Escri-
turas que Lutero descobriu o consolo certo para o seu sofrimento e o de .. ' '-- ; ,.
todos os demais cristãos. Tal consolo reside exatamente no fato de também o toda
Senhor Jesus Cristo ter sofrido voluntária, inocente e obedientemente por menL: :: ;ô ,
tudo e--
6 Idem, ibid., pp. 30-31_
7 LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas - Os Primórdios - Escritos de
1517 a 1519. V. I, São Leopoldo/Porto Alegre: SinodallConcórdia, 1987, p. 252.
8 LUTERO, Méln
Lutero tem aqui registrado um estudo muito curioso a respeito da "Contemplação do
Sofrimento de Cristo". Tal atitude, a contemplação, era comum na Idade Média ConcÓrdia/Sinodal, 1CiS.:
9 Idem, ibid., p. ::"J-
desde os tempos de Clarava!. Lutero, todavia, pede que não se medite apenas na
10 OBRAS DE \1.\I\! "
forma externa do seu sofrer, e sim no porquê Cristo teve de sofrer e o que seu sotÍ'i-
mento resultou aos cristãos. Martín Lutero, Buenç;, \
36 II Idem. ibid .. p. ,,-
'11 Dia e noite
. - '; a relação en- fora-da-Iei no veredicto do Império8, Mesmo perseguido, Lutero não se ca-
: 'ç',elada, como lou e proclamou o Evangelho de forma magistral na cidade de Coburgo,
'-:} ~ompreender onde permanecia refugiado. Alí, para o culto matutino do dia 6 de abril,
J
, -: .i qual o justo optou pregar "Um sermão sobre Sofrimento e Cruz,,9. Nesta mensagem,
...) Então me tendo como ponto de partida o sofrimento de Cristo, Lutero analisou a
--:';;s abertos do questão do sofrimento do cristão, sendo este um dos documentos mais valio-
',~rc'u uma face
sos de sua teologia atinente a tal questão. Outro destes sermões de Lutem,
~Sla passagem
igualmente digno de nota, é o que o Reformador proferiu na Sexta-Feira
Santa do ano seguinte, em 153 i 10. Neste segundo sermão, Lutero esmerou-
, ~::rel1dendo esta se em comentar e aplicar de modo prático o sofrimento de Cristo propria-
:'~:', perseguições mente dito à vida cristã. Tendo como base estes dois sermões, que se aponte
::~', desistiu de e se reflita sobre alguns pontos.
.ardim do Get- pósito e a intenção com que o fez. Não quero deter-me so-
mente em considerar quão profunda foi sua dor e quão
- :·sso sangue, e
grandes foram seus trabalhos, senão que, antes de tudo, devo
c'..) paraíso. Ele
saber por que se submeteu a semelhante sacrifício, e por que
:::·igue. Mas aqui
derramou seu sangue de maneira tão voluntária. Porque tudo
Ninguém ja-
:C-
isto se fez por ti. Assim o explica Isaías [53.4ss]: as feridas,
. ias suficientes,
o fato de ele desesperar da vida e tudo mais, se faz por tua
: ::nte do fato de
causa. Porque tu estavas aprisionado em pecados, o Senhor
: enena a todos
impôs o castigo a Cristo para que obtivéssemos a paz. Assim
,Oiadaqui perde-
.. como Cristo veio aos homens e se fez semelhante a eles, as-
,irIZ a um anJo,
sim tem de padecer agora o que os homens teriam de pade-
: :: já havia venci- 16
cer.
::', glle ainda esta-
.:c Deus. Por isso,
E Lutero vai mais além, afirmando que Cristo não apenas sofreu para
. :r-me esta débil
vencer o diabo, a morte e o mundo, mas, além disso, pelo fruto do seu sofri-
i. sem dÚvida, o
mento, libertou os cristãos do pecado e os fortalece para que eles possam
·.1 do que na oca-
vencer suas próprias tribulações pelo fortalecimento que brotou de sua cruz:
:C (:llStou a nosso
que nunca o
• Ij Quando o pecado e a tribulação nos assaltam, que faremos?
.. s por ISSO.'
A Escritura diz: O Senhor pôs os teus pecados sobre Cristo,
e este venceu, no jardim, a Satanás quando se viu molestado
j iz
Lutero que
por ele. O que tens de fazer, pois, ao sentir-te atribulado, é
.' r Jesus e tentar
falar a ti mesmo desta maneira: "Pois bem: não sou eu quem
,j·::stes agentes é
vencerá a Satanás e a morte, senão que a vitória já foi obtida,
>isto ainda per-
por Jeslls. Outra vitória sobre o pecado, a morte e o diabo
De maneira tão bem explanada e aplicada por Lutero, o que mais di- Além 2 ",-
zer sobre o sofrimento de Cristo? Sobre este assunto, por enquanto, bastam para nes -"
estas palavras. Passe-se a ver mais detidamente a opinião do Reformador sotnme:
sobre "O Sofrimento dos Cristãos". que. se' ::--
entame, -. , e
IH. O SOFRIMENTO DOS CRISTÃOS
Estas duas Ú
"Por isso falaremos agora, a partir do exemplo desta paixão, apenas medida em que se per,::::::-::
sobre a cruz que nós carregamos e sofremos, bem como sobre a maneira
18 LUTERO, \1:-:", - ,-
do: ConcórdialSinodaL -
19 Idem, ibid_. p :>=OS
zo Idem, ibid,. p
17 Idem, ibid., pp. 77-78 21 Idem, ibid .. p --
40
~:;rprdar a pai-
como devemos carregar e sofrê-Ia.,,18 Este é especialmente o assunto do pri-
___:; rompamos a
meiro dos sermões referidos no início do capítulo anterior e, sobre ele, Lute-
. c monges e, em
.. ro não é menos sensacional. De saída, afirma Lutero:
. . cnam ser all1-
Sçl11dúvida, fi-
Por isso é preciso observar, em primeiro lugar, que Cristo
sinto-me tão
com seu sofrimento, não somente nos ajudou contra o diabo,
- no de Deus! E,
a morte e o pecado. Seu sofrimento é também um exemplo
. ~::~:)riosaos cam-
que devemos seguir em nosso sofrimento.19
~. ç]has. Tal é o
~-~bém isto signi- Pergunta-se aqui, a propósito, que tipo de agrura ou mal-estar poderia
:;s disso, deves
fazer parte dos "sofrimentos" referidos por Lutero neste ponto. Ele próprio
:~ para que não responde que não pode ser qualquer "sofrimentozinho":
''':-:ç e ao pecado.
u ~nte um relato
Entretanto, deve e precisa ser uma cruz e sofrimento tal que
. -:; mim e sobre ti
tenha um nome e realmente angustie e doa, como, por
_-IstO, valendo o exemplo, quando estão em grande perigo os bens e a honra,
>~nfia nisto, para o corpo e a vida. Este sofrimento se sente muito bem e ele
"crte, no pecado angustia, caso contrário não seria sofrimento, se não doesse
:;." tem de carre- muito?O
:: homem que le-
-- é que se celebra Juntamente com isto, Lutero ainda assevera que o tal "sofrimento" a
o : ~ auta a mais alta
que ele se refere tem outra importante dissemelhança com relação aos "so-
frimentos" que as pessoas alegam pelos quatro ventos:
_ -õ-~. o que mais di- Além disso, deve ser um sofrimento que não escolhemos
:;nquanto, bastam para nós mesmos, como os espíritos sectários escolhem um
do Reformador sofrimento próprio para si mesmos; deve ser um sofrimento
que, se possível, gostaríamos que fosse eliminado, o qual, no
entanto, nos é imposto pelo diabo ou pelo mundo?'
41
ção que o mundo faz das palavras de Cristo em Lc 9.23: "Quem quiser tor-
nar-se meu discípulo, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me." É ,- - -
verdade, sem dúvida, que no escopo exegético de "cruz", encontra-se envol-
vido o "sofrimento". Tal sofrimento, no entanto, não é qualquer um e nem
pode ser aquele que alguém escolheu para si. Desta maneira, excluem-se da
compreensão de "cruz" quaisquer obras ou contigência que atinjam circuns-
tancialmente o ser humano (e inclusive o cristão), bem como e especial-
mente aquelas obras que o ser humano procura cumprir para, flagelando-se as 2."- - -
ou sofrendo, encontrar o favor de Deus. O sofrimento ao qual Lutero refere- n: [~
se é mais que isto e aponta para todo e qualquer sofrimento amargado pelo
cristão por causa do Evangelho de Cristo e da fé. No ser cristão já está im- r"l -.::-'"
butido o "carregar a cruz", como diz Lutero:
1112. ~~ - -
~ue o leva para Palavras vívidas pintando uma crua realidade: por causa de Cristo, as-
:e\emos aceitar sim como os cristãos dos primeiros séculos o foram concreta e cruelmente,
os cristãos de todos os tempos também sempre sofrerão por carregarem a
cruz como símbolo de sua salvação, "loucura para os que se perdem". "Per-
.11 "símbolo do
seguição" é apenas mais uma das facetas do sofrimento dos cristãos. Lutero
:J ,greJa
j ''') para o tece mais alguns comentários interessantes a este respeito. O primeiro deles
faz uma aplicação do SI 44.22:
" --e o santo povo Se você quiser fogo, deve aguentar a fumaça. Se você for
.;; ele tem de so- um cristão, você foi chamado sob a cruz. Assim, o profeta
:Jda espécie de diz: [SI 44.24]: "Somos contados como ovelhas para o mata-
Jii parte do dia- douro.,,24
" -:ar-se, atemori-
.--------------------
43
Por conseguinte, da mesma maneira que o sofrimento por causa da
Palavra de Deus é inevitável na vida do verdadeiro cristão, Lutero chega c-i,- .•.. ,--
U~~ -
mesmo a afirmar que "é do agrado de Deus que. soframos, para que assim
nos tornemos de forma igual a Cristo, como já disse.,,25 E ainda pede que os
cristãos "mornos" se definam finalmente sobre o chamado gracioso que
Cristo lhe faz:
mes 5 ... -.
São .P.:.... _ ~-
o caminho passa por esta porta. Só que tem que saber o se-
quese,~C'.-
guinte: Se não está disposto a sofrer, também não será servo
juntan' e
na corte. Faça, então, o que dos dois preferir: sofrer ou negar
a Cristo?6 que' a c
sinonimizando "sofrimento" e "tentação". Eis como diz em certa passagem: suportara .::.
nele que Ia: a :
para longe dos olhos, para que não se olhe senão para a afli- para qlla
ção presente, assim como ele também agora está fazendo não pode:
conosco. (...) Se você se encontra em atribulação e sofri- guinte. C25:
mento, diga assim: Esta cruz não fui eu mesmo quem a es- ou um pe-;;: ~
colheu e preparou; é culpa da querida Palavra de Deus que seus
estou sofrendo isto e que eu tenho e ensino a Cristo. Deixe para as ;:-~.... -:<.'
estar, em nome de Deus. Eu deixo que ele tome as rédeas e so e paz '" - ::;"
dê cabo disso, ele que já há muito me falou desse sofrimento de arreb'-;F;" :.:
e me prometeu sua ajuda divina e misericordiosa.29
Por fim, é impcs:- .:
Mais especificamente ainda sobre as palavras de Jesus "em mim tereis certeza de salvação de':'- ::.
planação encontra eco até os dias atuais nas palavras do seu brilhante "Cas- Lutero mesmo o cc~,::::.
telo Forte é nosso Deus", Perceba-se a confiança de Lutero em Cristo frente
ao sofrimento em duas de suas estrofes:
CONCLUSÃO
Espera-se que estas poucas páginas tenham dado, ainda que de manei-
ra mui limitada, uma visão geral do pensamento luterano sobre o sofrimento
de Cristo e dos cristãos.
J3 LUTERO, 1\1ar.r'
32 HINÁRIO LUTERANO, hino 165: Ein Feste Burg ist unser Golt. Martinho
Lutero, 1528. do: CO!1córdialSinodJ(
48
~
~:; popular ex- À guisa de conclusão sobre o assunto, permita o estimado leitor que
- ihante "C as- Lutero mesmo o conclua, como diz:
Cristo frente
Sabemos agora que é do agrado de Deus que soframos e que
a glória de Deus se revela e se torna visível em nosso sofri-
mento, mais do que em qualquer outro ponto; e visto que
somos do tipo de gente que sem sofrimento não consegue
persistir na Palavra e na fé; e ainda assim tendo, ao lado, a
nobre e preciosa promessa de que nossa cruz, a nós enviada
por Deus, não é algo ruim, mas exclusivamente uma coisa
sagrada, excelente e nobre, por que nos haveríamos de negar
a sofrer? Quem não quiser sofrer vá lá e viva como um lati-
fundiário. Nós pregamos isto apenas aos devotos que que-
rem ser cristãos, os outros, de qualquer forma, não o farão;
nós, entretanto, temos consolo e promessa segura de que ele
não nos deixará presos no sofrimento, mas que nos ajudará a
nos livrarmos, ainda que todas as pessoas se desesperassem
disso. Por isso, ainda que doa, vamos lá, você tem que sofrer
com alguma coisa de qualquer jeito, pois nem sempre pode
estar tudo em ordem. Tanto faz, sim, até é mil vezes melhor
sofrer por causa de Cristo, que nos prometeu consolo e ajuda
no sofrimento, do que sofrer por causa do diabo e cair no de-
sespero e perdição, sem consolo e ajuda. (...) Deus conceda
que o compreendamos bem e o aprendamos. Amém?3
se descobre tanto
:: respeito de sua
. :;ado Evangelho,
~.J ao sofrimento,
'lI' Cott. Martinho 13 LUTERO, Martinho. Pelo Evangelho de Cristo. Porto Alegre/São Leopol-
do: Concórdia/Sinadal, 1984, pp. 307-308.
49
BIBLIOGRAFIA
LUTERO, Martim. Da Autoridade Secular - A Obediência que lhe é De- ' ....
i. Pat,ticipação em ger:1!
Leonério fâller
I, P:u,ticipação em geral
~-------------
_.
crist;ius que passaram por sofrimentos, perseguições e martírios. Mulheres
51
como Mônica, mãe de Agostinho, com suas orações e esforços dedicados ção e estudo da B iLo',
prepararam homens paqra dedicarem suas vidas a Cristo. sos d·Ias.,,5 [T ra duç:2.~
- _
Também na era pós-reforma, mulheres cristãs tiveram influências de Foram surgi!1~L -
várias maneiras. A Condessa de Zinzendorf e Susana Wesley (mãe de João e nominacionais ou ir;,,:::-:;:'
Carlos Wesley) tiveram importância decisiva. ligadas à missão que
enviavam missionária: ~
No século XVIII encontramos o nome de Bárbara Ruckle Heck de-
m issionária american~'i_
nominada "mãe do metodismo na América". Também Ana Marshman que
tempo estas sociedadc:'-
levou o evangelho ao norte da Índia e em 1800 dedicou-se à educação femi-
nina.1 cendoe dando lugar p.
3. A organização da, muihc-._
Na metade do século XIX e depois, mulheres foram uma grande força
na proclamação do evangelho às mulheres na Índia. Em 1869 foi estabeleci- No meio lutemn.
do o primeiro hospital para mulheres nesse país. Df". Clara N. Swain, meto- conferência em Nova Y
dista americana, é considerada a primeira médica missionária? os maridos presentes. as :
ajudar na formação de fi,'-'-
Estes poucos relatos podem ser multiplicados muitas vezes em várias
ção Feminina do Sínodc ·c
partes do mundo como um testemunho do heróico trabalho de mulheres em . " 7
trangelros .
missões. Na Lutheran Cyclopedia lemos que "during these earlier centuries
women served the church as individuais, each in her own way. They become A paliir de então. Di. :.
stimu/i for women to organize for missions".3 dar na obra missionária {-.
Alguns exemplos: em 1SS':
2. As mulheres se organizam para a missão
diram se organizar para "c;
Após a Guerra da Revolução (Revolutionary War) vários grupos de general support of the sa;;,,,
mulheres cristãs nos Estados Unidos organizaram-se para levantar ofertas da Igreja Luterana Unida'
para missões nacionais e estrangeiras. Um dos primeiros grupos foi de mu- ciedade M issionária de \ i.
lheres Quakers. Em 1800 em Boston organizaram-se mulheres Batistas. Em 1908 foi se organizando:
1801 foi a vez das Presbiterianas e em 1819 das Metodistas.4
pastores jovens e peque;,}" ~.
Assim muitas organizações de mulheres formaram-se para apoiar mis- No ano de 1942. {,,'.
sões. Não tinham nenhum precedente pelo qual pudessem se nortear. Elas Synod" a "Lutheran \\"cn'.:
desenvolveram suas próprias idéias, dedicaram-se muito à oração e creram zação fem i11 ina lutera na L,.: -~
que o Espírito Santo as guiaria. "Sua lealdade a Cristo e às missões, em ora-
lbid., p. 823;
5
(, Anotações em CL1S'~
I LUTHERAN CYCLOPEDIA. Envin L. Lueker, ed., 1975; p. 823; com a professora Dr' .I0>(~·-
2Ibid., p. 823; 7 LUTHERAN CYCl
3Ibid., p. 823; x lbid., p. 824;
4 Ibid., p. 823; ) lbid, p. 824:
52
;.205 dedicados ção e estudo da Bíblia, é um exemplo para mulheres cristãs também de nose
sos dias."s [Tradução.]
ll1f1uências de Foram surgindo inÚmeras sociedades missionárias femininas interde-
:.mãe de João e nominacionais ou independentes. Em 1890 havia 34 sociedades femininas
ligadas à missão que oravam por missões, levantavam ofertas para missões,
. ~'.lçkle Heck de- enviavam missionárias e as sustentavam. No final do século passado a força
missionária americana contava com 60% de mulheres. Com o passar do
:-larshman que
tempo estas sociedades m issionárias interdenominacionais foram desapare-
.: } educação femi-
cendoe dando lugar para as sociedades missionárias denominacionais.6
'.3.y. They become A partir de então, muitas organizações femininas americanas para aju-
dar na obra missionária foram se formando no seio das Igrejas Luteranas.
Alguns exemplos: em 1882 as mulheres da Igreja Luterana Augustana deci-
diram se organizar para "awaken a greater interest for missions and a more
\ários grupos de general support of the same"g dentro e fora do país. Logo após a organização
. é"Ci levantar ofertas da Igreja Luterana Unida na América em 19] 8, organizou-se também a So-
:; ;rupos foi de mu- ciedade M issionária de Mulheres. Porém, já antes desta data, a partir de
c.eres Batistas. Em
1908 foi se organizando o "Danish W omen' s Mission Fund"para auxil iar
pastores jovens e pequenas congregações, e cultivar o amor pelas missões.~
_- -se para apoiar mis- No ano de 1942, foi organizada na "The Lutheran Church - Missouri
. : ~m se nortear. Elas Synod" a "Lutheran Women's Missionary League". Mas, sobre esta organi-
3. oração e creram zação feminina luterana falaremos no capítulo seguinte.
: }5 missões, em ora-
5Ibid.,p.823;
(, Anotações em classe no curso de História da Expansão Missionária da Igreja
p.823; com a professora Dr'1 Joyce Every-Clayton, CEM, jul!96;
7 LUTHERAN CYCLOPEDlA, p. 823;
x lbid., p. 824;
" Ibid., p. 824;
53
._------_ ..•...•.
_-====-----~
Portanto, desde o sécuio passado mulheres cristãs americanas de vári-
as denominações organizaram-se com o grande objetivo de promover mis-
sões nacionais e estrang;;iras - conscientizando, orando, Ofetiando, ajudando
a formar profissionais e missionários para os campos de missão, enviando
missionários e muitas missionárias. De modo que, mulheres cristãs america-
cabec 3.. - ~ - - :
nas além de darem suporte para missões, tiveram entre elas inÚmeras jovens
que se envolveram em missões pelo mundo a fora e foram grandes bênçãos 3. o came - -- "
de Deus para a expansão do evangelho. muio. E _: _
dades .. ,- -
lL Biografias de Missionárias Solteiras
OPOrtL::-.:: ,:c
No século XIX, embora a sociedade fosse contrária à idéia de mulhe-
1. Lottie
res solteiras trabalharem em campos missionários, havia homens que as jul-
gavam necessárias, e "a paJiir de 1820, mulheres solteiras começaram a tra- Uma das pmne:,,,-
b a 11lar para mlssoes
. - .
estrangeiras ,,10
~. missionário foi Charlcr::ô
como a 'santa padroeira' ,-
No ano de 1861, havia apenas uma missionária no estrangeiro. Cin-
quenta anos depois o número subira para "800 professoras, ] 40 médicas, 380 Lottie Moon nasc::_
evangelistas, 79 enfermeiras diplomadas, 578 diaconisas e ajudantes nati- Eram em sete irmãos. ··t·,_
,., li
vas .
pela ambição e independ~--_
boa educação e cultura. j,---
As mulheres saiam-se bem em quase todas as atividades, principal-
mente na medicina, na educação e na tradução da Bíblia. Hert Kane afirma: "mas ansiava por um m __
sua irmã mais nova, Edm,'-
"Quanto mais difícil e perigosa a tarefa, maior nÚmero de mulheres em pro-
- ao dI"
porçao e 10mens . 12 Lottie a seguiu.
_,;;iI_------------
igreja cristã. O serviço de proclamar a Palavra era conside-
l1as de vári-
rado atividade masculina. Algumas que no século passado
- :,lOver mlS-
foram para os campos de missão o fizeram enfrentando
ajudando
muita oposição. Uma, Florence Nightingle, que muito dese-
enviando
java ir e não pode, disse: "Eu teria dado a ela (igreja) minha
<iis america-
cabeça, minhas mãos, meu coração. Mas não os aceitou".'3
.'i eras Jovens
= ,:-,,:Jes bênçãos 3. O campo missionário dava condições para aventura e estí-
mulo. Enquanto os homens podiam aventurar-se como sol-
dados, marinheiros e exploradores, as mulheres tinham esta
oportUl1l'd a de nas mlssoes.
. - 14
~~ia de mulhe-
1. Lottie
:"1S que as jul-
.- ,:çaram a tra- Uma das primeiras mulheres solteiras a se entregarem ao trabalho
missionário foi Charlotte (Lottie) Diggs Moon. "Até hoje é mencionada
como a 'santa padroeira' das 111
issões batistas". I5
"élngclro. Cin-
médicas, 380 Lottie Moon nasceu em 1840 na Virgínia e cresceu em Viewmont.
.1 i udantes nati- Eram em sete irmãos, "todos fortemente influenciados pela fé persistente,
pela ambição e independência de sua mãe, que enviuvou em 1852". 16 Tinha
boa educação e cultura. Trabalhou como professora numa escola da Geórgia,
,Jcs, principal-
"mas ansiava por um ministério cristão e por novas aventuras".'7 Em 1872
_:'[ Kane afirma:
sua irmã mais nova, Edmonia, foi para a China como missionária e em 1873
_liileres em pro-
Lottie a seguiu.
Mas devido a problemas de saúde, a irmã teve que voltar para casa.
';:eiras ao ponto
Lottie, então, passou por um período de depressão. Sentia-se frustrada no
c~;. as dificulda-
ministério devido à solidão, desapareceu o ideal romântico da obra missioná-
ria, "achava extremamente difícil identificar-se com o povo chinês e como
- " Porém, que- professora considerava praticamente impossível penetrar suas mentes 'em-
-'rt UIl idade nos botadas'" .18
',:' oportunidade
DO integral na
13 Ibid., p. 247;
14 Ibid., p. 247;
15 Ibid., p, 248;
"'ida Nova, p, 16 Ibid., p. 248;
17 lbid .. p. 249;
18 Ibid., p. 251;
55
.---------------."""..,.----
Começou a viajar pelas povoações rurais e por volta do ano de 1885,
"concluiu que seu ministério seria mais eficaz se fosse a Ping-tu e começasse
ali uma obra".19 Queria trabalhar de tempo integral como evangelista e li- Lottie morre'.::::;; --
vrar-se da autoridade arrogante do diretor da missão.
vez viu tão grande interesse em aprender. Adiou novamente suas férias e Nasceu numa 1'3'1:
escreveu à pátria: "Não pode haver certamente alegria maior do que salvar va com ] 8 anos seu pa i
almas".2l Apesar de oposição, estabeleceu ali uma igreja e dois anos depois, ceira. Em Belfast pôde t.
1889, aconteceram os primeiros batismos por um pastor batista. Durante du- com que os interesses es::' -
as décadas houve crescimento sendo batizadas mais de mil pessoas. sua participação numa c,---=-~
Dos anos 1890 até sua morte em 1912, LoUie passava parte do ano nas tizou a 'teologia da vidi\
povoações fazendo trabalho evangelístico e noutra parte passava em Ten- crescimento espiritual",-
gehow treinando novos missionários, aconselhando mulheres e lia com pra- Quando sentiu-si;'
zer livros e revistas ocidentais. Escrevia muito procurando recrutar mulheres parte do presidente da C
para o trabalho missionário. Para os Estados Unidos planejou em 1888 "uma adotiva.
semana de oração e uma oferta especial de Natal a ser preparada só por mu-
Aos 24 anos foi
lheres e dirigida exclusivamente às missães".22
cker,
Mais. Ruth Tucker acrescenta:
Ela em.· ,~ .;
Ela também solicitou 'mulheres fortes e vigorosas' para en- cera cc;o-
cher as fileiras deixadas vazias pelos homens. A resposta foi ções. A .
imediata ... Nos anos que se seguiram, a oferta de Natal cres- a COI11U', •. __
que pre\
somos "1.
56
.11
__ -----------
·,,'0 de 1885, ceu e foi possível enviar mais mulheres solteiras para servir
e começasse na China?3
gelista e li-
Lottie morreu de inanição aos 72 anos. Nos anos que se seguiram,
23 Ibid., p. 253;
24 Ibid., p. 253;
25 lbid., p. 254;
26 Ibid., p. 254;
57
,~~iIi!Iil!!iii\iiliillli!liíii_-_l[;"'··· ~ ••
---------------- •••••••••••••••••••
-----
velmente ocupado ... barcos missionanos antes excelentes,
hoje não passam de restos de naufrágios". A saúde de Amy da. C'~\
também se tornou um problema. Ela mais tarde confiou a faze:,. __
Sherwood Eddy que "ficara com esgotamento nervoso du-
rante o primeiro ano de ... serviço, sofrendo, como fazem al-
Observamos n;;s'-"-,
guns estrangeiros, do que era chamado de cabeça japonesa".
"O clima", escreveu à mãe, "tem um efeito terrível sobre o Deus que conflitos 11 ..:,- :: - -
Por atender as cri ancas em suas necessidades físicas, de educação e de Infelizmente não diS::: _ - -;
vermos como está atua!mei.::Ó _
formação de caráter, foi criticada de não ser suficientemente evangelística.
teiras missourianas.
Ela se defendia dizendo que era preciso tratar da pessoa no seu conjunto -
corpo e alma. A The Lutheran Ch:.;:
Passou por grande conflito quando ainda no .Japão teve "de enfrentar a 1847 em Chicago por pa5'~::ó, ~
perspectiva de manter-se solteira o resto de sua vida,,29 Tranquilizou-se especialmente da AlemanL.::. ~.:::
quando teve a certeza que Deus jamais a desampararia. expressão resumida e aperte.; :ó:~
27 Ibid., p. 255:
28 Ibid., p. 256;
29 Ibid., p. 256:
10 Ibid., p. 257;
58
" :'~celentes"
Mesmo tendo passado seus Últimos vinte anos como inváli-
",'e de Amy
da, devido a uma queda, Amy continuou escrevendo livros e
;: confiou a
fazendo apelos a favor da causa de suas queridas crianças.
o:'r\'oso du-
Morreu no ano de 1951, em Dohnavar, aos 83 anos.30
,:' fazem al-
'=_.1 japonesa". Observamos nestas missionárias e em todos os grandes homens de
\cl sobre o Deus que conflitos humanos e espirituais, e até depressão psicológica em
muitos casos, fizeram parte da vida. Porém, pela graça e pelo poder de Deus
puderam, apesar destes conflitos, realizar trabalhos significativos na obra
o:'mais tarde
missionária da Igreja Cristã.
':1 licença se-
[lI. A participação de mulheres do Sínodo de Missouri na missão
, , :cialmente de Queremos neste capítulo descrever um pouco a participação das mu-
"ri:nas como lheres da The Lutheran Church -- Missouri Synod na missão. Desejamos fa-
;;:', aos hindus. lar desta denominação luterana americana devido ao fato de ter sido ela que
:ljuda de I11U- em 1900 iniciou trabalhos no Brasil e deste trabalho resultou a fundação da
',o e 12 anos Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) em ] 904, da qual fazemos par-
te.
i
T ,'unqu I izou-se
especialmente da Alemanha. A partir de agora neste trabalho vamos usar a
expressão resumida e aportuguesada "Sinodo de Missouri".
59
b. Levantar fundos para projetos missionários promovidos pelo 3. Missionárias Solteiras rc.:' ; - j
Sínodo, especialmente para aqueles que não têm recursos su- Visando ter 2~e::.
fiIClentes
. no orçamento. 3J
sões médicas têm feiI: ::_:-~ .. e
O primeiro congresso da Lutheran Women's Missionary League foi Nigéria, Hong Kong. "':
realizado em 1943 em Fort Wayne. Estiveram presentes 73 delegadas repre- n.
sentando as 36.890 senhoras luteranas ativas nas sociedades femininas das
Nessas missões -ç
igrejas locais e escolheram como lema o Salmo 100.2: "Servi ao Senhor com fermeiras missionárlê,~ ,<_
alegria."32 sobre missionárias se ite-
No perpassar dos anos esta Liga tem ajudado em projetos missionários Em 1913 o Sín0dc=~
como escolas, seminários, hospitais, construções de capelas e outros projetos
ra, solteira, Louise Ellerrt . .:
ao redor do mundo com orações e ofertas. "The major programs are directed médico do Sínodo nessÇ ':'.:
toward Christian growth and missionary service.,,)3
nos Estados Unidos, faz 2. ::
60
·~ria entre as Cyclopedia de 1975 traz que "though many deaconesses in various churches
- Inspiração serve in nursing, social welfare, institutional work, and foreign missions, a
growing number are being trained to serve asassistants to parish pastors".35
61
'lJIi!!!'IIÍ!
vem missionária enfermeira Angela Rewinckel. Fez um trabalho excepcional
pastOícs, diacc!';c.
como enfermeira chefe e missionária até dezembro de 1958, quando voltou
para os Estados Unidos com 76 anos. Em 1959 Angela recebeu uma home- evange I..
lstas e mu: _
nagem especial pelo 'Concordia Seminary', que é um dos seminários do Sí-
nodo nos Estados Unidos. Meyer conclui: "God has certainly permitted her
to be a blessing to many through her chosen work".38
quase cada ano de 1922 a 1935 entre os missionários seguem também missi-
onárias solteiras. Exemplos:
Strieter;
gação. Eram 19.503 m~
1926 - as missionárias Anena Christensen e Louise Rathke e o trabalho l11isSl'
seis missionários;
em 1917. Dos anos 1Q::'::'
1927 - seis mlsslonários e as jovens missionárias Elsie estando entre esses ] :11::-
Infelizmente não temos literatura mais recente disponível para obter- 1926 - a -_
mos informações a partir de 1935.
1931 - a· :;:
62
Em trabalho missionário na índia o Sínodo envolveu mlSSlonanos
::~\cepcional
i!1do voltou pastores, diaconisas, enfermeiras, como também professores-categuistas,
., uma home- evangelistas e mulheres de Bíblia (bible women). Baepler explica que:
~irios do Sí- Sible women are native female workers who are trained to
-(:'rmitted her meat the lndian women in their homes and to teach them the
Word of God. They work under the suypervision of the wi-
'ia Índia. Em ves of our missionaries, nurses and deaconeses in tlle so-
:,c,nbém missi- cal!ed zenana missions, that is missions to the female popu-
lation of india.42
_ Henrietta Zie- Em julho de 1945 a igreja luterana indiana contava com 36 missioná-
rios e 4 111 issionárias, 20 pastores, 17 evangelistas, 152 catequistas, ] O mu-
lheres de Bíblia, 264 professores e professoras, 2 médicos indianos, 5 enfer-
'.ma Gertrude meiros e 5 enfermeiras. Eram 210 igrejas locais e 66 pontos de ensino e pre-
gação. Eram 19.503 membros batizados e 5.2] 1 comungantes,
'uise Rathke e
O trabalho missionário na China foi iniciado pelo Sínodo de Missouri
em ] 9] 7. Dos anos 1922 a 1943 foram enviados à China 34 111 issionários,
:·nárias EIsie estando entre esses ] médico, 2 professores e 5 jovens missionários. Essas
foram em:
42 Ibid., p. 289-290;
43 Ibid., p. 292-293;
11 lbid., p. 293-294;
4' Ibid., p. 295;
63
4Ifj_----!l!!!I!!!!I!!!!!!!!I!!!II!!!I!-------- •••••••••
--------
mente foram enviados inúmeros obreiros: 15 missionários, I médico, 2 en- o Dr. Selber:. 2"::
fermeiras.46 na revista Vox Ccn2"':: :,
4R REVISTA VOX C
46 Ibid., p. 296-297;
1989, vol. I, p. 46;
47 PARECERES DA CrRE da iELB. A mulher na Igreja. 1995, \01. L p. 25; 19 Ibid., p. 47;
64
'1édico, 2 en-
o Dr.
Seibert, analisando "O papel da mulher na igreja" em um artigo
na revista Vox Concordiana, afirma:
~;:!ras Iuteranas
Entre as qualificações que Deus revelou para alguém entrar
:: l11l1 papel im-
no ministério eclesiástico, uma é ser homem (I Tm 2.12-14)
c]tÍvo de agra-
... Exercer o ministério eclesiástico implica em desempenhar
. :'l1eira Angela
muitas funções. O ministro prega a palavra, o ministro ensi-
:ia profissional.
na, batiza, administra a Santa Ceia, testemunha, consola,
ampara, dirige o culto público e assim por diante. Exercer o
ministério não significa que o ministro seja a pessoa que de-
sempenha todas estas funções. Aí todos os membros da
:_.\nda maior de-
igreja participam auxiliando o seu ministro eclesiástico para
• "tê em todos os
que todas as funções do ministério exlesiástico sejam bem
:.:: 111 issionários
desempenhadas. Os membros da congregação participam do
ministério auxiliando no ensino, no testemunho, na adora-
ção, na comunhão, no serviço. Permanece, no entanto,
""~'m não ordena como responsável pelo ministério eclesiástico a pessoa do
c'nde que:
ministro. Esta é a razão porque numa congregaçlio (igreja
local) mio é apenas a pessoa do ministro que precisa pre-
:-;ua função, no gar, lecionar escola hiblica, visitar os enfermos e os neces-
\1ç,10 que é só sitados e assim por diante. Embora estas funções sejam
. .1 função que é re.\jJol1.mbilidade do ministro, todo!" os aisttios, llOmens e
i<.'. ITm 2.12), mulheres, podem participar das mesmas.48
. "a. Am bos, ho-
"ia família hu- Mais adiante, o Dr. Seibert esclarece mais:
65
Daí deduzimos que: nada impede de mulheres solteiras ou casadas se- cessários
rem evangelistas ou missionárias na !ELB: , .
para oesen\-cl:\·~r
- desde que haja, perto ou à distância, um pastor que seja a au- Mensageiro L ll-:;
toridade no ensino sobre a evangelista ou a missionária; Ação Social ::L lE~-=
ras, administrackr;::, ... -
- desde que não administre a santa ceia nem celebre o batismo
nhor de ambos cs se"..
(a não ser em caso de emergência, já que temos o batismo
infantil). Em ] 977. este ::'"'
nÚmero de crístã'Js k
Portanto, nas atividades ligadas ao ensino da Palavra que fazem parte
desafio.
das tarefas no sacerdócio universal de todos os crentes, as mulheres estão
livres para servir ao Senhor. A malOrla qu= ., ~ .._
formação missionari:: :: ...
2. Organização missionária feminina (manas
.. " conslc
'd er:mcc
-
Apesar de a IELB não ordenar "pastoras", moças e mulheres casadas IIIissionário. Várias e:-.c
têm tido um envolvimento cada vez maior nas atividades da igreja (denomi- São Leopoldo, RS. um.' ~..::
nação) há mais de 50 anos. Tem sido um envolvimento progressivo: reunião
Já que pouquíss;·,
nos departamentos femininos da igreja local para estudo bíblico, cooperar na
pesquisa de campo. Prê~'::"::-
obra da missão principalmente com orações e ofertas, praticar a caridade,
IELB que por alguns a,",:'
visitar doentes, ornamentar o altar com flores e embelezar o recinto para os
mos designá-ios apenz\s ,Co;:
66
------------
-...
_ .i casadas se-
cessarlos profissionais de educação, de administração e de serviço social
para desenvolver atividades sociais e a missão. Através da revista oficial -
cue seja a au- Mensageiro Luterano - e dos pastores, os Departamentos de Missão e de
õõionária; Ação Social da JELB solicitaram profissionais (médicos, dentistas, enfermei-
C0:2re o batismo ras, administradores, professores, etc), cristãos luteranos consagrados ao Se-
0::,05 o batismo nhor de ambos os sexos para atuarem naqueles campos.
::' para escolas A formação acadêmica destas quatro jovens moças antes de partir para
. - .1 F:mnação de o campo missionário era: magistério, secretariado, nutrição e serviço social.
67
ver melhor com outras pessoas a partir do amor que Cristo tem por mim", tence à nossa ira..:, ~__ ~~-~ ~,:'
"dificuldades no relacionamento familiar", "necessidade de auto-afirmação"
e "de início curiosidade e depois o desejo de vencer desafios." um dos membro5 ::::~:: _:: ~
outros obreiros nas Frentes de Missão pode ajudá-Ios, responderam: "Precisa meses a candidata devesse " : '.:c
dar apoio logístico, espiritual, entusiasmo e que saiba ser pastor". "Precisa poderia ser dada a oportun
reeiclar-se para trabalhar em equipe. Um ministério compartilhado não per- dir.
68
'em por mim", tence à nossa tradição. Para poder prestar ajuda, o pastor precisa conhecer
.!to-afirmação" melhor as outras funções e trocar idéias com os demais obreiros. Deve ser
Um dos membros da equipe e não o chefe ou dono da missão",
__"ação não foi A respeito do projeto e do relacionamento entre pastores e obreiros
C1JUVeuma en- auxiliares, uma entrevistada concluiu: "Acredito que, por ser um projeto
:::L B, quando era novo na IELB, ninguém estava preparado. Tanto o pastor quanto eu e demais
xários, mora- pessoas que se envolveram foram aprendendo na prática".
_-:. tratado com o
Na questão "quais as vantagens de ser solteira para um trabalho em
.:: um pastor re-
Frentes de Missão?" todas responderam: mais disponibilidade de tempo para
dedicar-se ao trabalho. Quanto às desvantagens vêem principalmente a soli-
.'colas das mis- dão ("falta do apoio familiar e do carinho nas horas difíceis"), discriminação
.'.ras de escolas ("muitas vezes você é vista como uma pessoa aventureira ou leviana, Isto
__ .::5 no trabalho ocorria muito na época devido às jovens que participavam do Projeto Ron-
don e muitas tinham vida bastante desregrada. Por extensão, as missionárias
;::11 real izar fo- também 'deveriam ser assim'''), "muitos convites do mundo" e "a gente pre-
r'amiliares, vi- cisa aprender a dar conta de muita coisa sozinha".
.__resolver pro- Porém, todas concordam que tiveram vantagens espirituais, psicológi-
cas e afetivas: mais estudo da Bíblia e oração, mais tempo para evangelizar,
missão fazia oportunidade de ser mais útil a Deus e ao próximo, conhecer muitas pessoas
.\:11 momentos e outras culturas, amadurecimento, "aprendi a ser mais gente" .
., imensa von- A solidão era mais sentida em ocasiões de datas especias (páscoa, na-
__nda material- tal, dias dos pais e das mães) e quando o trabalho não tinha o progresso de-
._1ligo, mas de sejado. Mas experimentaram que a solidão é possível de ser superada "en-
e eu fazia fora volvendo-se muito no trabalho e fazendo muita amizade com pessoas cristãs
, bíblicos. No do local", "criando um círculo de pessoas que tenham com você coisas em
.sartido' ...Fui comum", "conscientizando-se da tarefa que Deus lhe incumbiu e saber que
·:-",proveitava Ele não lhe abandona" e através da oração.
'J::'LlS. Depois
,:;5 trabalhar
Um fator que às vezes pode ajudar ou atrapalhar o ânimo é a questão
"moradia". Sobre o tipo de moradia ideal as missionárias têm opiniões dife-
rentes. Duas preferem morar com outras colegas, uma prefere morar com a
'.ibalha com família da missão e outra morar sozinha. Sugestão: talvez nos dois primeiros
.:n: "Precisa meses a candidata devesse morar onde a missão puder oferecer, mas depois
.- "Precisa poderia ser dada a oportunidade de a missionária escolher onde prefere resi-
não per- dir.
69
Deus" e "de com i\t[ ~: ..
Uma das que trabalhou por 10 meses e estava com 18 anos na época,
vel por mais difícil c;.;;; 5::,"
respondeu o seguinte sobre moradia: "Ficamos numa casa com cinco profes-
soras. Foi difícil, pois cada uma vinha de uma região diferente, com costu- No caso de -..;r-: :~:: - _~ :
mes diferentes, valores e hábitos diferentes. Tivemos muitos atritos por ser nas
• loram
<:' unanlrr:e:5
. :,'; '; --:c:
uma turma muito nova. Mas mesmo assim valeu a experiência". AI'em desta maten2.
. ' ;: :
cultural e saber re5Fe::,:
4. Reativar ou intensificar este projeto? de recursos humancs e::.'::':' -.
Atualmente, poucos luteranos leigos do sul ou sudeste estão traba- mentos básicos de enie:~-
lhando nas frentes de missão do norte e nordeste. Ao perguntarmos aos líde- os, etc).
res porque diminuiu o número de participantes neste projeto, responderam:
Rapazes e mcç:.:, .:
"O esvaziamento dos Centros Integrados de Missão por parte dos Sllcessores
os líderes. Um anw::',e-'Ll .;.,:
na administração nacional", "mudança na direção da igreja nacional, há ex-
entusiasmo, vontade ce: .::.:--::-.;::~
cesso de pastores, não há verbas, falta de visão missionária".
forem esta experiência" .•~
Os dois líderes concordam que 'vale a pena' a direção da I ELB reati- timento financeiro é :11:: ..
var ou intensificar este projeto. "jamais deveria ter sido interrompido". Das Solteiros, depende da :.],::,::::
moças missionárias, três acham que a IELB deveria voltar a enviar jovens de serem missionárias s.::::: ~c-:
para ajudar nas Frentes de Missão. Uma acha quc seria "mais frutífero se nordeste, é a "recepti\id3.ce :-: -3.
fossem enviados casais". confianças por parte dos T"F .:::;
Para este projeto funcionar melhor, segundo os líderes, "a IELB pri- v. O que está sendo feilo li:! lEl
meiro precisa saber o que ela quer e tomar decisões a longo prazo. Não deve Gostaríamos de des:..:.":
ficar a mercê das idéias boas ou desastrosas, de cada novo presidente ou se-
lELB para formação de c::-e -. ,
cretário de missão ou missionário. Deve preparar seus obreiros de forma es- extensão através da Escc],,;:; .::~.
pecífica para a missão integral em determinada região e igualmente os obrei-
São Paulo. Mais de 200 a~= . -
ros dos outros ministérios". "Dar apoio aos voluntários, valorizar tal traba-
cursando.
lho". Duas missionárias afirmam que a IELB deveria primeiro definir de
forma clara sua concepção de missão. Mas além disso, junto com as demais, 1. Curso de diaconia
afirmam que deve haver curso de treinamento para os candidatos antes da Um dos cursos de r>:::·-
partida para o campo, ser apresentado a eles "um pedil de candidato"para os os sexos que tenham cone
mesmos terem condições de melhor decidir, haver encontros mais seguidos lização.
entre os missionários dos vários campos para maior entrosamento e troca de
De acordo com oCa:::
experiências.
finalidade preparar pCSSC3.5 :-:-"2
As entrevistadas responderam que aconselhariam alguém a partiCipar gregações e pontos de m i::~
de um trabalho como elas fizeram. Apresentariam como razões '"o cresci-
mento espiritual, emocional e psicolÓgico", '"é lima opl1rtunidade de servir a
CATÁLOGO AC.'\C~'
50 '.-
1994. p. 25;
70
anos na época, Deus" e "de conviver com outras realidades", "é uma experiência incalculá-
vel por mais difícil que seja" .
. '1 cinco profes-
, He, com costu- No caso de um treinamento preparatório aos candidatos, as missioná-
5 atritos por ser rias foram unânimes que é preciso ser treinado em evangelismo prático.
J"
Além desta matéria sugerem antropologia cultural (para diminuir o "susto"
cultural e saber respeitar a cultura local), relações humanas, administração
de recursos humanos e materiais. Um dos líderes sugere: doutrina, conheci-
. = 'Te estão traba-
mentos básicos de enfermagem, aconselhamento (questões de família, víci-
:armos aos iíde-
os, etc).
- :'. responderam:
~= dos sucessores Rapazes e moças missionários são importantes e necessários, opinam
':acional, há ex- os líderes. Um argumenta que "solteiros geralmente são jovens e jovens têm
entusiasmo, vontade de aprender e levam para o resto da vida e para onde
forem esta experiência". O outro líder lembra que sendo solteiros, "o inves-
da I ELB reati-
timento financeiro é menor. Mas de preferência deviam ser obreiros casados.
IOl11pido". Das Solteiros, depende da idade. Missão não é convescote". Porém, as vantagens
.1 enviar Jovens de serem missionárias solteiras ou mesmo casadas, principalmente para o
.ais frutífero se nordeste, é a "receptividade para contactar elemento feminino evitando des-
confianças por parte dos maridos e dos pais".
C·S. "a IELB pri- V. O que está sendo feito na IELB
- ::'razo. Não deve
- :'esidente Oll se- Gostaríamos de destacar algo muito positivo que está acontecendo na
::'s de forma cs- !ELB para formação de obreiros. São os cursos de diaconia e de teologia por
mente os obrci- extensão através da Escola Superior de Teologia (EST) situada na cidade de
_,rizar tal traba- São Paulo. Mais de 200 alunos de diversas partes do Brasil estão inscritos e
cursando.
--:eiro definir de
-:,)111as demais, 1. Curso de diaconia
:.Jatos antes da
Um dos cursos de Diaconia é em Evangelismo. Para pessoas de ambos
,didato"para os
os sexos que tenham concluído o primeiro grau ou atuam na área de evange-
< mais seguidos
lização.
--;;:i1tO e troca de
De acordo com o Catálogo Acadêmico da EST, "o curso ... tem como
finalidade preparar pessoas para uma evangelização mais efetiva nas con-
_ .;'[1 a participar
./."'-'5 "o cresci-
gregações e pontos de missão. Para tal estuda sua teologia e prática".50
71
Algumas matérias devem ser estudadas de forma intensiva com do- giâ Prática: 11 cr~J~.: -~
centes da EST, na própria escola ou fora onde haja um número maior de alu- um ano considera.c,: - .. --
nos. Mas a maioria das matérias podem ser ministradas por pastores da regi-
ão com a orientação e supervisão da escola. Não dispOTT>:;: ~~-~ ~:-~ -
72
" com do-
gia Prática; 11 créditos de disciplinas optativas; o estágio supervisionado de
..:ler de alu-
um ano considerado como 18 créditos e 3 créditos de leituia programada.
: ,es da regi-
Não dispomos para este trabalho do currículo do Bacharelado em Te-
ologia em Educação Cristã na ULBRA, mas deve ser igualou parecido com
o da EST.
e,ecidas pelo Sem dúvida este também é um curso de alto nível dando boa formação
.:iluno deve- aos alunos.
rrina, 6 cré-
Je Teoria e No entanto, a 1ELB deveria permitir que este curso formasse também
='lJgramada e "missionárias". Usando o mesmo currículo e tendo o cuidado de no pré-
.. :npreende ao estágio, realizado durante o curso, e no estágio, de um ano, haja envolvi-
mento das alunas em atividades evangelísticas ou missionárias, ótimas mis-
sionárias poderão ser formadas.
mínimo, em
Sendo o mesmo currículo para formação de professores (as) em edu-
cação cristã e de missionárias, na época de ir para o estágio a aluna poderá
-''> poSSUI um
escolher se deseja ser professora em educação cristã ou missionária. E então,
el. equipando cada terminal idade deverá ter o tipo de estágio mais apropriado para a for-
._ 31S como em
mação desejada.
73
administradoras, assistentes sociais, secretárias e até aviado-
ras.54 --1.-;
u'--<.
--; -. ,.-
'_ .•• __
74
3. Que sejam designadas de 'missionárias' moças e mulheres
da denominação que cursarem o Bacharelado em Teologia
em Educação Cristã da Escola Superior de Teologia ou da
Universidade Luterana do Brasil, desde que realizem no pré-
'::5tres, mas estágio e no estágio atividades evangelísticas e/ou missioná-
:: mo diáco- nas;
portanto,5.
4. Que evangelistas e missionárias possam realizar todas as ati-
praticadas
::-0
. _~5 e clrcuns- vidades que fazem parte do sacerdócio universal dos crentes,
sendo vedado a elas/eles a administração dos sacramentos
- ; ram, por al-
(batismo e santa ceia);
o ••• as precIsam
" Jrios, diáco- 5. Que evangelistas e missionárias tenham as mesmas atribui-
_ :::lães.55 ções, sendo que às missionárias, por fazerem um curso teo-
lógico mais profundo e mais extenso, possam ser dadas tare-
fas mais difíceis e/ali de maior responsabilidade;
. s de) minis-
6. Que as missionárias possam fazer e/ou coordenar trabalhos
:::reja" .
missionários nas igrejas locais, em pontos de missão e em
: Jconos e dia- frentes avançadas de missão no Brasil ou no exterior;
_-::5centamos -
7. Que continuemos a incentivar rapazes e moças, homens e
mulheres a fazerem os cursos oferecidos pelas escolas ofici·
aIs;
.:.re556 também 8. Que, sendo aprovado pela !ELB através dos canais compe-
_ - 2S:
tentes a formação de missionárias, que divulguemos, incen-
o J5 da denomi- tivemos e desafiemos moças e mulheres da denominação a
- :mglismo ofe- se prepararem para trabalhar como missionárias;
,-:' Paulo; 9. Que a Diretoria nacional da !ELB e os Seminários tratem
dos detalhes para a execução deste projeto;
10. Que a Diretoria nacional da !ELB e especialmente a área de
Sociedade Missão providencie a colocação destas no trabalho missioná-
no.
oêros Auxiliares
.::" seus Educan-
~ sob a sua su-
o '"istros Auxi!i-
~xial e em Mú-
75
CONCLUSÃO De
o estudo
deste assunto deu-nos a oportunidade de conhecer um pouco
sobre a importantíssima participação da mulher no trabalho da Igreja, princi-
palmente no trabalho missionário. Quer através de organizações missionárias
ou diretamente, inúmeras mulheres cristãs têm ajudado na obra missionária.
76
-------.---
---."--
____ -~._._._._--_.
.~.; •. - .._." ..-,--"
"'. ,._... ;;,_ ••• ",. m_ •• ~ __ • ·_·__ M ~' __'_M • _
o CATECISMO
Gregory Klotz,
;.:~r um pouco Antigua, Guatemala
: - : ireja, princi-
:;: rnissionárias Trad. por Paulo R. Teixeira
11 i ssionária.
e Ivonelde S. Teixeira
=}s a se prepa-
Algumas vezes, no campo de missão, um livro luterano simples tal
como o Catecismo pode tornar-se bastante complexo. Complexo no sentido
de ensejar a questão: "Qual é o valor do Catecismo neste contexto?" Ou,
talvez, a melhor questão a ser argüida seja: "Como o Catecismo pode tornar-
se um documento vivo e útil nas vidas dos novos cristãos luteranos em outra
cultura?" Tendemos a ignorar a "mono-culturalidade" do Catecismo e o
formato diferente no qual o mesmo foi escrito em 1528. Nos Estados Unidos
da América, temos escrito e reescrito o Catecismo, bem como comentários
sobre ... adições a ... e abreviações do CATECISMO. Não temos escrito o
Catecismo a partir de um ponto de vista "evangelístico", e parece que não
temos levado verdadeiramente em consideração aspectos culturais ou
sociológicos pertinentes à discussão da vida cristã no mundo de hoje tal
como Lutero o fez no Catecismo Maior.
77
Luterana. Come' re"_ ~.::::-
"Demorou bastante, mas gostaria de responder às suas ponderações, as
fnalS tremamento ,,::,
quais estão em seu e-mail a mim enviado em 10 de maio de 1997.
pode conseguir "o",::':
Primeiramente, acho que vocês tem algumas ponderações boas. colocam. O tom dJS ~_ :
Definitivamente, há uma ignorância geral sobre o significado da palavra lacuna de "identidad~
Catecismo e sobre seu uso no contexto "evangélico" ou protestante. O muitos missionários ç:~;:- -.-
Catecismo é interpretado como sendo algo exclusivamente Católico verdade destrói o que e es e'
Romano. Ao longo de meus 16 anos no campo na América Latina, tenho
Uma outra canse.::_~
notado algo disso, todavia, nunca experimentei uma rejeição do Catecismo
alguns missionários ser:,::~e -e--.::
após explicar qual é o seu conteúdo. Colocar o Catecismo ao alcance de um
deles através de uma te'--- -- - -:::
grande número de pessoas, muitas delas não luteranas, exige muito
intrínsecos àquela CU1L":' ---
planejamento. Creio que sensibilidade cultural entre os missionários é um
luteranos tendem a dei::- "-'O::-. ~
verdadeiro dom de Deus - muito difícil de ensinar - e creio que vocês estão
protestantes, alguns til ís~
no caminho certo. Contudo, por favor, considerem o seguinte ao decidirem
"cordeiro" (no Novo T 0::-:':-
chamar ou não o livro que vocês estão traduzindo de Catecismo:
qualquer conhecimentc::.o::- -
No Panamá, plantei igrejas usando as Escrituras e o Catecismo. romano por um soldadc::..:: ::
Lidamos mais com o conteúdo do material do que com o nome propriamente
procurarem definir o equ:\:: o::-
--o::-:
dito. Meu problema com o Catecismo naquele momento era o fato de que o comunicar a verdade da E':- - -::
mesmo fora escrito exclusivamente como um livro de orientação doutrinária tratando.
para aqueles que "já estão na igreja" e não como uma ferramenta
O Catecismo é uma .::::'
evangelística para o alcance daqueles que ainda não conhecem a Cristo. Com
o Catecismo em mente, por conseguinte, minha ênfase maior nos estudos de não apenas dos luteranc~. --
ofensivo a alguns que s~:
pós-graduação no Seminário foi "métodos didáticos culturalmente sensíveis
doutrinas, mas isto de\ e se"
para o ensino doutrinário transcultural."
Latina em dois aspectos: er: -:- -:
Ainda tendo a usar o termo Catecismo, quando referindo-me ao
impacto (tanto social corne "e ;'
Catecismo, por causa de uma outra razão muito boa. Tenho visto, em
países latino-americanos :,::.'-':, ~
diferentes partes da América Latina que, quando missionários luteranos são
meados do século XIX) p3.::: __
perguntados acerca de com que a Igreja Luterana se parece, tais missionários
em 1883 (como é ocas: -=
tendem a compará-Ia com a Igreja Católica Romana ou com as igrejas desenvolvimento um tanI, ::s:.:..;
evangelicais, dizendo: "Somos parecidos com os católicos romanos e com os
Vaticano lI), bem como a s~
protestantes. Usamos velas como os católicos, mas cremos somente em
para como aquelas dos pe~_.::_:
Cristo para nossa salvação", ou algo do gênero. Essencialmente, os
segundo lugar, e postefl::-~-_::
missionários estão definindo a Igreja Luterana - e sua essência, doutrina, etc.
desenvolvimentos secu !ar" s.::_
- comparando-a com outros corpos eclesiásticos. Isto NÃO define a Igreja
78
- - ::ç:rações, as Luterana. Como resultado disso, hoje, nossas igrejas estão clamando por
mais treinamento doutrinário luterano. Na região de vocês, a igreja nunca
pode conseguir "boa doutrina luterana" o suficiente da maneira como eles a
=-:~::';:õesboas. colocam. O tom das congregações luteranas em geral tem sido que há uma
. ::.=:.da palavra lacuna de "identidade luterana" em muitas partes da América Latina. O que
- -ctestante. O
muitos missionários podem ter julgado como sendo um boa comparação, na
-::':e Católico
verdade destrói o que eles estavam empenhados em tentar construir.
. - L2tina, tenho
=: Catecismo Uma outra conseqüência perigosa deste tipo de pensamento é que
....=ance de um alguns missionários sempre tentam definir a si próprios ou a mensagem
-:xige muito deles através de uma terminologia exclusiva ou de equivalentes culturais
"';arios é um intrínsecos àquela cultura particular. Por exemplo, assim como alguns
-: \ocês estão luteranos tendem a definir-se entre os polos da Igreja Católica Romana e dos
'-:}, decidirem protestantes, alguns missionários podem ser tentados a traduzir a palavra
"cordeiro" (no Novo Testamento) pela palavra "porco" por não haver
qualquer conhecimento de ovelhas na cultura, ou substituir um guarda
Catecismo.
romano por um soldado da Polícia nacional. Tais tentativas, a despeito de
::- rClpriamente
procurarem definir o equivalente cultural, não satisfazem a meta proposta de
c:}tode que o
comunicar a verdade da Escritura e nem definem bem sobre o que se está
_2' doutrinária
tratando .
.: ferramenta
i Cristo. Com O Catecismo é uma das pedras de toque da fé dos cristãos luteranos, e
..s estudos de não apenas dos luteranos, mas de todos os cristãos. O nome pode ser
-:lHe sensíveis ofensivo a alguns que são ignorantes quanto à Igreja Luterana e suas
doutrinas, mas isto deve ser esperado, pois a história privou a América
ndo-me ao Latina em dois aspectos: em primeiro lugar, a América Latina não sentiu o
impacto (tanto social como religioso) da Reforma em 1517. A maioria dos
, v isto, em
'tç:ranos são países latino-americanos saltaram da Inquisição (que não terminou até
"'llssionários meados do século XIX) para os missionários presbiterianos, os quais vieram
em 1883 (como é o caso na Guatemala). Desta forma, você tem um
as Igrejas
'":'s e com os desenvolvimento um tanto estagnado por parte da Igreja Católica (pré-
:-:mente em Vaticano lI), bem como a similaridade das visões religiosas de seus adeptos
.:;mente, os para como aquelas dos períodos da Renascença e da Idade Média. Em
.... ltrina, etc. segundo lugar, e posteriormente, a América Latina não passou pelos
-:':a Igreja desenvolvimentos seculares do Iluminismo e da Revolução Industrial, que
79
..
incluem ênfase nos modelos educacionais seculares, na tecnologia, enSll1ar e ensmame:;c:'
possivelmente nas habilidades analíticas e no desenvolvimento artístico - A significância de 3e'.: .:.,
incluído nisto também estão a ênfase no desenvolvimento religioso e na sendo perdida. ma3 3. .' _3.
tolerância mútua entre católicos e evangélicos (protestantes). Nesta cena, o com a instrução de e,e-.:":" '.-
Luteranismo sempre se encontra fazendo uma ponte para cobrir o abismo: Há uma alterna ti·:: .:."-."-
não sendo nem católicos e nem evangelicais, nem querendo chamar os início de meu curso scL';;;,::: --
católicos de "não-cristãos".
destas palavras anteri,:r:- ..•;:;: -:
A Igreja Luterana, carecendo de uma definição histórica no contexto não permanecem n a i gn: r i -~"-...
,
social da América Latina, está fadada a ser mal compreendida ainda que o precauções infundadas:: -r': -
nome "Catecismo" fosse mudado. Deveríamos ter a oportunidade de termo católico romanc \" -
definirmos a nós mesmos, a doutrina luterana e a distinção entre Lei e e esclarecer os estudar:::;; -,
Evangelho no ensino e na pregação. O Catecismo apresenta a oportunidade Então, eles podem emer; -.:. .:
para que nos definamos ao ensinar a vida diária para o cristão. Sendo uma todas as congregações '- e-:'-
pequena estrela no cosmos protestante latino americano, a Igreja Luterana ensinam aos novos mel:' C:':" -
precisa brilhar de maneira mais intensa e precisa ser compreendida suas igrejas. Há outros de::
cabalmente. O Catecismo apresenta o desafio de introduzir alguns assllntos como o conteúdo e os tÓp~,:" : 0-.
doutrinários muito importantes, assuntos estes negligenciados por muitos e que variam de igreja p::r.::. __ ,
evangelicais. Além disso, outras denominações demonstram-se orgulhosas a era pré-Nicena.
por aquilo que as mesmas têm publicado e produzido: deixemos que nossa Basta isto acerca d:;; - -;
voz proclamadora de Cristo e da vida cristã também ressoe fOliemente!
Há um outro perigo ao re-r:,'·;;e
O Catecismo é uma destas coisas que podemos introduzir e dar novo tais como "meditações", ::
sentido no contexto latino-americano. Realmente, dar novo significado para um documento do tipo \1: _ :03
coisas velhas é o que Cristo fez dentro de sua cultura; Lutero também o fez um luterano pode tomar -
dentro de sua própria cultura. Lutero usou a palavra Catecismo, assim como Catecismo!" Ou, um am·g. ~~
outros reformadores, mesmo levando em conta o risco de uma acepção mesmo dar-lhe tal livro e ::-:l
católica da palavra. Como vocês provavelmente bem sabem, a razão foi que "Catecismo". Então, o :::-g:
o sentido real da palavra Catecismo, no Grego, significa "ensinar" "Catecismo", quando ache' ... .::...=
(katecheo). Tiramos a palavra Catecismo desta palavra. Mas esta espécie de termo não será esclarecidc. ::.:~
ensinar não é o "ensino didático", para o qual o Grego utiliza a palavra realmente um "Catecismc e .:f
didasko (do quai, tiramos a palavra "didática"); antes, Catecismo refere-se a integridade - foi provoca::: ? ='
um "ensinamento espiritual" da fé. As palavras aparecem ao longo de todo o caso o nome Catecismo lL'::-=
Novo Testamento, o que significa que mesmo no estágio primitivo do série de meditações, emãc. =-,e õ;i
desenvolvimento dos livros do Novo Testamento. havia uma distinção entre nenhum "ensino espiritual ':'-ç
80
ensinar e ensinamento espiritual: a diferença entre "didática" e "catequese".
A significância do sentido das duas palavras, desde a Igreja Antiga, vem
e na
sendo perdida, mas aindà há importância nisto. Qualquer ensino que lide
com a instrução de crentes, realmente, é katecheo.
~tSlno:
Há uma alternativa para não chamar o Catecismo de "Catecismo". No
início de meu curso sobre Catecismo, apresento o Catecismo e o significado
destas palavras anteriormente mencionadas. Desta maneira, os estudantes
, ~=l1texto
não permanecem na ignorância no que concerne ao termo e podemos discutir
:.i que o precauções infundadas contra o "conceito" como sendo estritamente um
_3.de de termo católico romano. Assim, acho que prefiro ensinar a realidade do termo
.~C:: Lei e
e esclarecer os estudantes no tocante ao verdadeiro objetivo do Catecismo.
Então, eles podem emergir das falsas concepções infundadas e perceber que
'-::'do uma todas as congregações verdadeiramente têm um "catecismo", o qual elas
.. Luterana ensinam aos novos membros quando estes vem para tornar-se membros de
::-reendida suas igrejas. Há outros desenvolvimentos históricos para o Catecismo, tais
, assuntos
como o conteÚdo e os tópicos escolhidos sobre os quais também aprendemos
., '" muitos
e que variam de igreja para igreja, assim como eles também fizeram durante
rgulhosas a era pré-Nicena .
.:jue nossa
. -::ite! Basta isto acerca dos meus pontos de vista sobre o nome "Catecismo" .
Há um outro perigo ao tentar-se introduzir outros nomes para o Catecismo,
e jar novo
tais como "meditações", de modo a atrair a comunidade cristã em geral. Se
. r:cado para um documento do tipo "Meditações de Martinho Lutero sobre ..." circular,
. :,ém o fez
um luterano pode tomar um exemplar e dizer: "Aha! Este é nosso
.'Sim como
Catecismo!" Ou, um amigo protestante de outra denominação pode até
.1 acepção mesmo dar-lhe tal livro e então constatar que o mesmo é, de fato, um
=30 foi que "Catecismo". Então, o amigo sentirá que foi enganado ao ler um
"ensinar"
"Catecismo", quando achou que estava lendo "meditações". O significado do
espécie de termo não será esclarecido, a pessoa continuará ignorante acerca do que seja
a palavra realmente um "Catecismo" e, em resumo, um prejuízo maior - no tocante à
:efere-se a
integridade - foi provocado. Por outro lado, o que poderia acontecer é que,
_ de todo o
caso o nome Catecismo nunca fosse usado e se esperasse meramente uma
';'! itivo do
série de meditações, então, mesmo entre igrejas luteranas novas, não haveria
:í~:l') entre
nenhum "ensino espiritual" que realmente fosse o conteúdo do Catecismo.
81
menos que o mesm,: .:".::"1::--3
Isto, infelizmente - creio - não tem ocorrido com tão poucos campos de
por alguém que o a:'-,:. ::::.--_:
missão: que o Catecismo não é usado no preparo de jovens cristãos e, então,
ser impressa em livre:: ~::: - .2 .: ::'
posteriormente, o membro da igreja quer saber mais a respeito da Igreja
Luterana e suas doutrinas. O que eles eles precisam fazer? Estudar o A título de ncLl :-:-::. -
Catecismo. começou na GuatemaLl :: ::-..
Havia um grupo de .~>....
o Catecismo é, no entanto, muito mais do que doutrina somente. De
Catecismo Menor de L.lç·:
fato, Lutero planejou que o Catecismo fosse um guia para a vida cristã - um
queriam pertencer. (,Yi:: : . _
Enchirideon: um livro carregado na mão direita do cristão para guiá-Ia pelo
contactaram o Sínodo ,j", '.' ,
caminho de uma vida cristã virtuosa. Lutero teve esta intenção em mente ao
trabalho em EI Sa!\acLr '-
escrever o Catecismo, porque, como vocês podem recordar, o Catecismo foi
pegar e ler o livro aind:: ::..:: -
realmente o produto final de uma série de sermões a respeito de assuntos dos
Dez Mandamentos, Pai Nosso, Credo, etc. Somente mais tarde, durante o Vocês também :'::'.l _.-.
movimento confessional ortodoxo da Igreja Luterana, no século XVII, o analfabetos funcionaI~
Catecismo recebeu muitos acréscimos de rodapés doutrinários, os quais possibilidade para aque:::,
foram, finalmente, incorporados ao "Catecismo Azul" (em Espanhol, o significar que eles pree ':::'"
"Catecismo Vermelho") sob o título "Uma Breve Exposição". Embora no quantas fam ílias teriio e':-l'
início deste Catecismo esteja incluído o Catecismo MenOí de Lutero, o resto tivessem de comprar ou eu _.
do Catecismo é uma exposição doutrinária ou uma mini teologia sistemática com ida". No Panamá. C_.
para equipar as pessoas com as "respostas certas", mas nem sempre as que desde então desa p.::e >: -.""'
desafiando para uma "vida correta". para os analfabetos. C cri' --' _ "
relevantes dos argumenL':s :.e--:
Tudo o que foi mencionado acima, no entanto, não responde à questão
lembrança ativa. Crei~' ::...__
sobre como conseguir que mais material chegue às mãos de muitas pessoas.
prim itivas (o Antigo Tes:.-;."ç
As intenções de vocês são admiráveis e é bom vê-Ios se esforçando acerca
uma série de pala\T3s ~ ... c
do que fazer para atingir mais pessoas. Minha sugestão seria, porém, manter
realmente recontando a :." ~
o nome "Catecismo" e explicar no primeiro capítulo qual é o significado
Pode ser??
verdadeiro de Catecismo, bem como seu contexto na Guatemala. Isto pode
ser feito de modo simples. Mesmo que o título não traga o nome Bênçãos a voces e I:'::' _
82
menos que o mesmo Ihes tenha sido dado como uma leitura recomendada
~2mpos de
por alguém que o achou edificante. Eu realmente penso que cada parte pode
~, e. então,
ser impressa em livretos separados. Igualmente, acrescentem gravuras.
~:ü Igreja
Estudar o A título de nota marginal, é interessante notar que a Igreja Luterana
começou na Guatemala e em EI Salvador como um resultado do Catecismo.
Havia um grupo de quakers que, de alguma maneira, conseguiu um
. e[stã - um Catecismo Menor de Lutero, ieu-o e decidiu que esta era a igreja à qual eles
queriam pertencer. Como o endereço estava em algum lugar no livro, eles
~~:á-]o pelo
~ mente ao contactaram o Sínodo de Missouri. Estas mesmas pessoas iniciaram, então, o
~.".1 11tos dos pegar e ler o livro ainda que o mesmo dissesse Catecismo?
83
bíblico seria o estudo
o ESTUDO BÍBLICO de
Já vimos a expressão "estudo bíblico" ser usada para designar uma bíblicos que confirmem'~ ::
série de acontecimentos. Entre eles, podemos citar: uma palestra dada a um bíblico eao que ele quer'::::'
grupo ou departamento da congregação; um sermão "diferente", que não é
O estudo bíblico V -,
dado do púlpito; a explicação de um texto bíblico; o estudo de um livro da
livro da Bíblia por um gr.
Bíblia; o estudo de um tema qualquer utilizando textos bíblicos.
tipo de estudo não recebç . .:..
Em alguns lugares é comum as pessoas distinguirem entre o culto bíblicos sejam lidos nos c, '
regular e o estudo bíblico. Um acontecimento é o culto regular, outro é o poucas as vezes em que e;:::: =
estudo bíblico. São dois acontecimentos separados. Quando culto e estudo Aquilo que seria um "çscu.,
bíblico são feitos dessa forma, um depois do outro, em geral, acontece a recebe uma atenção secu::L: _
experiência de que o culto tem maior freqüência do que o chamado estudo
1.2. Fidelidade ao que () [2.\':
bíblico. Existem outros ainda que distinguem o estudo bíblico do culto
mudando a forma como um e outro são realizados. No culto são utilizadas De qualquer formZi. e'- '
roupas litúrgicas e no estudo bíblico não. No culto usam uma liturgia mais importa ser fiel às EscrÍtL ..:' : "
formal e no estudo bíblico não seguem uma seqüência muito rígida. Muitas vezes teorias pess'_
são transm itidos. sob o j':e-e'
Neste artigo queremos abordar alguns aspectos daquilo que é
Estudar o texto bíblico. '"
entendido por "estudo bíblico", provocando algumas reflexões sobre um
exegese na mais legítima 2.:r '
tema que está recebendo bastante atenção. Neste trabalho vamos nos referir
aspectos novos, que jus'.:--:: -e
ao estudo bíblico como sendo aquele momento em que a congregação ou
culturalmente condicion,':.:' :
um grupo da congregação se reÚne em torno da Palavra de Deus para
estudar um texto bíbl ico ou um tema bíbl ico. provocar na igreja é estuC2: .: :::
podemos mencionar du::s '.: _.•
1. Quanto ao conteÚdo ensina uma verdade. zoe:---
1.1. Diferença entre o estudo bíblico e () estudo de tema biblico comprova a verdade qUe;; :. ~:
intenção. nesse caso. e:' '::-
Uma primeira diferença que precisa ser constatada na abordagem do
"estudo bíblico" é a distinção entre texto bíblico e tema bíblic\), 1'l'1I13 compreensão de um k'.-'
84
bíblico seria o estudo de um assunto abordado nas Sagradas Escrituras, a
partir de vários textos bíblicos. Exemplos de temas bíblicos são: a oração, o
·,'- Seibert
batismo, as ofertas, as boas obras. Estes temas podem ser estudados a partir
de vários textos bíblicos.
sada na
.:ie malS
o que caracteriza o estudo de um tema bíblico é que ele não se
encontra fundamentado apenas num texto da Bíblia. Normalmente os
-,-SSim por
estudos doutrinários são estudos de temas bíblicos. A grande maioria dos
:,rando ser
estudos feitos na igreja, embora recebam o título de "estudos bíblicos", na
'. e e para
verdade são estudos de "temas bíblicos". Estes estudos são possíveis e até
:: "estudo
mesmo necessários na igreja. importa, entretanto, que, ao serem feitos, seja
dada a devida atenção à Bíblia. Estudar um tema bíblico e citar textos
;nar uma bíblicos que confirmem o tema estudado implica em fidelidade ao texto
_.J.Ja a Ui11
bíblico e ao que ele quer dizer.
.::Llc nao e
livro da O estudo bíblico propriamente dito é o estudo de uma perícope ou
livro da Bíblia por um grupo da igreja Oll pela igreja toda. Infelizmente este
tipo de estudo não recebe, ao nosso ver, a atenção suficiente. Embora textos
_~ o culto bíblicos sejam lidos nos cultos e em várias ocasiões na vida da igreja, são
-litro é o poucas as vezes em que estes textos realmente são estudados com o povo.
e estudo Aquilo que seria um "estudo bíblico", na mais legítima acepção da palavra,
._.~y1tece a recebe uma atenção secundária .
_.k, estudo
do culto 1.2. Fidelidade ao que o texto emfoco diz
.tilizadas De qualquer forma, estudando um tema bíblico ou um texto bíblico,
importa ser fiel às Escrituras e basear-se realmente no texto bíblico citado.
= Muitas vezes teorias pessoais são ensinadas, aspectos culturais ou sociais
são transmitidos. sob o pretexto de que está se realizando um estudo bíblico.
que é
'-bre um Estudar o texto bíblico, ver o que a Bíblia realmente está dizendo, fazer
:. r('ferir exegese na mais legitima acepção da palavra, abre os horizontes da fé para
aspectos novos, que justamente podem romper com nossas convicções
_= __ ;:10 ou
culturalmente condicionadas. Uma das maiores revoluções que se pode
_ .:S para
provocar na igreja é estudar a Bíblia, a Palavra de Deus. Para exemplificar,
podemos mencionar duas situações bastante comuns. Num caso, a pessoa
ensina uma verdade, aponta um texto bíblico como prova, mas o texto não
comprova a verdade que a pessoa está querendo afirmar. Embora com boa
intenção, nesse caso, o texto bíblico é forçado. Outras vezes a falsa
i ,-,ma compreensão de um texto leva a pessoa a ensinar algo contrário ao
85
Lei e e\allgelh~
ensinamento bíblico. Em ambos os casos falta aprofunàamento no texto
bíblico. um texto apresenta .:::-: -" - - . -
A lei sempre conden2. >~~"',,
1.3. Lei e evangelho juizo que está ;',"',"'::: ::
fundamentalmente, é :'2..2.: ::2.::-
Um outro aspecto do estudo bíblico que, muitas vezes, deixa a desejar
fla hora da apresentação, é a correta distinção entre lei e evangelho. Por trás que pudéssemos nos \~: ::- -=-
86
Lei e evangelho num texto bíblico não servem apenas para ver o que
um texto apresenta como mandamento e o que ele apresenta como consolo.
A lei sempre condena. Pregar a lei, ou ensinar a lei, é também anunciar o
juízo que está presente em toda a lei. Pregar o evangelho,
fundamentalmente, é falar daquilo que Jesus Cristo fez em nosso favor para
que pudéssemos nos ver livres da maldição da lei. Por isso que o evangelho
deve estar presente em qualquer anúncio da Palavra de Deus, e nisso estão
incluídos os estudos bíblicos. A dinâmica lei e evangelho é fundamental
para que haja um bom estudo bíblico.
2. Quanto à apresentação
2.1. Providenciar texto bíblico ou esboço do estudo para todos
participantes.
87
estudos bíblicos. O d:;,:.;:;:-:;: .:.- _
Bíblia realmente seja usada. Por vezes as pessoas se queixam de que vão a
estudos bíblicos e a Bíblia nem é utilizada. Fica mais fácil para elas estivesse falando cem C2'T ;- :: - _,
entenderem que estão fazendo um estudo bíblico ,se efetivamente a Bíblia é médios e grandes imp _:~ ;:u _
utilizada. estudo para os dlferente~ c- __ -
dirigente do estudo insiste que as pessoas falem, muitas vezes acontece que responsabilidade sobre c; :;,- j
alguém não treinado para falar em público se expressa com pouco volume responsável pelo ensino da ?~ ::.r
ou má dicção de forma que só as pessoas mais próximas conseguem ouvir. Isso não significa que o P2.;::: - "
Isso não traz proveito para o grupo todo. Outra experiência muito comum é acontecem, mas que ele é r~,:<,
que sempre os mesmos falam. São as pessoas mais desembaraçadas, ou estudo bíblico na igreja de, e _
aquelas que monopolizam o diálogo. Outras vezes acontece que pessoas pastor.
ficam muito receosas de que sejam solicitadas a falar e, com isso, não
conseguem nem prestar atenção no que está se passando. Nunca se devia Um outro aspecto qu:; -;:-,~
constranger alguém a falar em público. A desculpa de que a pessoa, com o quem ministra o estudo b,b: _ .'"
deve receber treinamento 2:::e: :.0
passar do tempo, perderá a inibição não é verdadeira. O resultado pode ser
exatamente o contrário. bíblico não é nada tão d ~fI: , =_;:
possa fazer. Também não e :,L s
Além disso, são diferentes as técnicas de apresentação de estudos e tarefa a contento. Cada: Z'" = -
palestras para diferentes tamanhos de grupos. Não se pode falar para uma minimamente, as pessoas qc:e = ;:
igreja com 200 pessoas da mesma maneira como se fala para um grupo de 8 um maior desenvolvimernc :::- ~
ou 10 pessoas. Esta realidade nem sempre é observada nos chamados
88
estudos bíblicos. O dirigente do estudo se dirige ao grande grupo como se
estivesse falando com um grupo pequeno. Distinguir entre grupos pequenos,
-= : J Ia é médios e grandes implica em usar técnicas adequadas de apresentação do
estudo para os diferentes auditórios.
A pergunta deve ser clara. Não deve ser nem tão difícil que ninguém
saiba respondê-Ia, nem tão óbvia que não representa desafio ao raciocínio.
O ouvinte deve ter tempo para pensar na resposta. No entanto, este tempo
_ grupo
não deve ser tão longo que se cria um clima de insegurança nos presentes
~r1.1DOS
por causa do silêncio. Enfim, perguntar é uma arte que precisa ser
desenvolvida.
~: a parte
_ 2Tantle 3. Quem deve dirigir o estudo bíblico
o Para concluir, gostaríamos de chamar a atenção para a questão da
responsabilidade sobre o estudo bíblico. Luteranos ensinam que o
clume
responsável pelo ensino da Palavra de Deus numa congregação é o Pastor.
Isso não significa que o Pastor irá ministrar todos os estudos bíblicos que
acontecem, mas que ele é responsável pelo ensino na igreja. O líder de
estudo bíblico na igreja deve trabalhar sob a supervisão (episcopado) do
-: :essoas pastor.
'õC', naa
Um outro aspecto que também merece cuidado é o do preparo de
quem ministra o estudo bíblico. A pessoa que irá ministrar estudos bíblicos
~e ser deve receber treinamento adequado para realizar essa tarefa. Dar um estudo
bíblico não é nada tão difícil que somente alguém altamente especializado
possa fazer. Também não é tão simples que qualquer um pode executar a
dos e
tarefa a contento. Cada congregação deveria capacitar, pelo menos
uma
minimamente, as pessoas que ela pede para dirigirem estudos bíblicos. Para
,je 8
um maior desenvolvimento dos líderes de estudo bíblico, a inscrição num
89
SEPlL T~
programa de estudos formal, como o oferecido pelo Curso de Diaconia em
Educação Cristão, através do programa da Educação Teológica por
Extensão, é desejáveL
CONCLUSÁO
rr; --,)- --
A temática do estudo bíblico é ampla e ainda vai merecer muita
reflexão. O intuito deste artigo é incentivar que estudos bíblicos continuem
acontecendo e que eles sirvam cada vez mais para a edificação do corpo de
Cristo.
Este assunto, à prlTé' _:.: -
Dr. Em! W. Seibert é Professor mais para uma conferên~ .: ~.::'-
da Escola Superior de Teologia requer, acima de tudo. um.:: ~:~,
do Instituto Concórdia de São Paulo dido, exige que se pratiq~;é' _
é de muita importância. ,.::_
congregação cristã, espe~ •.::-- ~-:
geral de que o sepultame:-- - ~-;
obrigação a qualquer pess_.:: ~_;;
soa falecida confessou e nem.
assunto o pastor e a congre~.::~~:
basamento bíblico claros. C':
e congregação estão diane '::.: ...
gregação, e têm que dec:: - -=-:-
tão. O propósito deste eSL.::: .~
apoio para este assunto. Q _ e _ "
suas bênçãos.
c.
90
SEPUL TAMENTO CRISTÃO
_:: Diaconia em
-:-~:::l)ógica por Título Original: "Christian Buria/"
De: Justin A. Petersen
Traduzido, e adaptado de "Christian Buria/"
de Justin A. Petersen, em CTM, Vai. 111, p. 509-519;
por Rev. Osmar Schneider, pastor em Pires, Limeira, SP
erecer muita
:::5 continuem
. ~.::do corpo de INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
91
corpo não ser achado. Também, qualquer um pode ser sepultado, bem como a cerimônia é para (\ m=:-: =
qualquer pessoa pode oficiar um sepultamento, Isso porque o sepultamento, Somente a pregaçãiJ e ~ _:: _
em si, não é instituição divina e ninguém depende dele para o seu destino muitas oportunidades ;2"2 .:.-
eterno.
Conforme a fES;:2 - ;"::
Agora, por causa do modo como o sepultamento é praticado entre os mente na Bíblia, um sere"" ::-:é
cristãos, com liturgia, hinos, atos religiosos, oração e pregação da Palavra de honra que cabe unicaIT;e:·~::: .::..-":3
Deus, o sepultamento se torna um ato sagrado - não sacramento - , um ato ditar que, em sua vida. '.:'. -:"2-- o;;
religioso, uma parte da liturgia dos cristãos e dos seus serviços públicos. Além do mais, o se;:_ :..:.-';
Para a nossa igreja luterana, a real essência de um sepultamento cris- amor. Ele mostra a esperar:..:. ::. ~
tão consiste nas palavras do próprio ato. Lembre-se que o sepultamento é um dos à fé e aos irmãos na ';"_~
ato que só é realizado quando alguém morre. Sem uma pessoa mOlia não deixemos de congregar-nu5,_ ,,"
pode haver cerimônia fúnebre e, portanto, esse ato sempre, e só, é feito para admoestações, e tanto mais CéL'é
o morto, e nunca para os vivos: "Do pó foste formado e ao pó tornarás - e do 10.25). É até pecado e crer"":' ; :)
pó ressuscitarás. Ámém!" maravilhosa a uma peSSC2~ :: -
relação a Cristo e à sua igrc." _:
Nestas palavras é expressa a esperança e a certeza de que a Bíblia fala,
o sepultamento secular. ,':".1 r. = -..:.
da ressurreição para a vida eterna, não uma esperança geral como muitos
como a maçonarIa, ou tnc,_· - ':
pensam, mas uma esperança específica somente para aqueles corpos que
que o sepultamento tamb~r- :: -
morreram no Senhor. "Bem-aventurados os mortos que desde agora mor-
igreja declarada e visi\ejrne-~e
rem no Senhor" (Ap 14.13). Esta mesma esperança específica de ressurrei-
vem completamente separéo'::=, -
ção para a vida também é poderosamente expressa nas palavras: " ... nos
pretendem receber da igre.'o ~.:: :
regenerou para uma vÜ'tl esperança mediante a ressurreição de Jesus
pultamento. Muitas desta;: :,;::.-,-
Cristo dentre os mortos ... " (1 Pe 1.3).
durante suas vidas, dizem J.2
Repetimos que as palavras do ato ou do ofício fÚnebre, e o que elas pois, a família destas pess.::'-,-"..:.
querem dizer, são apenas a parte essencial, o centro de um sepultamento que pertencem à igreja, me;:': :.;:
cristão. Não haveria o ato, se não estivesse presente um morto, e não seria cientes e preparadas para. na. -.= "a
cristão se o ato não fosse um ritual cristão. Todas as outras coisas no ritual Deus e não abusar do E\ange
de sepultamento cristão podem ser deixadas de lado e, ainda assim, por cau-
Desde que o sepu ltarne... ~
sa das palavras, continuaria sendo um sepultamento cristão. O mesmo acon-
de amor, segue-se clararner::e
tece com os Sacramentos do Batismo e da Santa Ceia: outras cerimônias po-
desprezam a nossa fé bíblk2 e - I
dem, em caso de emergência, ser deixadas de lado, menos as palavras da devem ser unidos a essa fe e ..:.~,
instituição, mens está ordenado morrer"'>!, ••
Visto que a esperança da vida eterna só pode ser buscada pelos cris- 9.27). "Buscai () Senhor e!lqtH"!
tãos e somente a eles garantida, segue-se que, assim como a noite se distin- perto" (Is 55,6). fsto já e ;;~.-~ :"
gue do dia, só a cristãos se pode oferecer um sepultamento cristão, O ato ou
92
a cerimônia é para o morto, mas só se ele foi cristão ele o poderá receber.
Somente a pregação é que é para os vivos, e esses, enquanto vivos, têm
muitas oportunidades para a ouvir.
93
sepultamento cristão. Daqui em diante, consideraremos o compromisso que
a igreja tem para com os seus fiéis falecidos.
Sempre se pode perceber que a igreja de Deus teve e tem cuidado es- o PROPOSITO [l() ~
pecial com seus membros falecidos. Lembramos aqui que o corpo de um
cristão falecido foi "santuário, templo e habitação do Espírito Santo" (Rm o sepultameflfo criS:.7. '.'-
8.9), mas o corpo de um incrédulo falecido não foi habitação de Deus e, sim,
do diabo. Como aplicar um ato cristão, que é o sepultamento cristão, a um
corpo que não foi e nem é de Deus? "Como se sepulta um jumento, assim o 1) Com respeito à pc.>' c
sepultarão; arrastá-lo-ão e o lançariío para bem longe, para fora das por- sepultamento cristào. a ~~- ;-~:-=
tas de Jerusalém" (Jr 22.19). "... Os perversos ...maldita é a porção dos tais mundo: "Esta pessoa qé:e ;;0-'
na terra ... assim faz a sepultura aos que pecaram. A mãe se esquecerá congregação, foi um dcs "
dele, os vermes o comerão gostosamente; nunca mais haverá lembrança do santo corpo de CíiSL'. _~
dele ... " (Jó 24.18ss). "Respondeu-lhe, porém, Jesus: Segue-me, e deixa aos seu rebanho. Nós agora ts'ê:.--" _
mortos o sepultar os seus próprios mortos" (Mt 8.22) .. um cristão. Como um cri < ,.
ele morreu. E, apesar 0::2 =" -.:
No Livro de Deuteronômio, capítulo 34, versículo 8, lemos: "Os fi- pultura, cremos que um dê:. t~
lhos de Israel prantearam (choraram) a Moisés por trinta dias nas campi- alma e, transformado à se;:c::
nas de flrfoabe; então se cumpriram os dias de pranto no luto de Moisés". Cristo e com todos os e1ç :",
Também no Evangelho de Mateus, capítulo 14, versícu 10 12, onde lemos que
que, naquele dia, nós irem.:, ~ ;
João Batista teve a sua cabeça cortada vieram os
por Herodes, diz: "Entüo
ada vida eterna e, lá, .lu",:
discípulos, levaram () corpo e o sepultaram; depois foram e anunciaram a Salvador, o Cordeiro de De
Jesus".
através do seu sangue",
Também é norma! que no sepultamento de um cristão, não somente
2) Um sepultamento L ré.·.i
os seus familiares e amigos participem, mas também os seus irmãos na fé.
tudo O que ele fez pela p,,'\,,"i ;
Em outras palavras, a congregação dos cristãos participa como família da fé,
Batismo) Deus o trouxe:' .~
em testemunho pÚblico de que aquela pessoa cristã falecida, que agora está
agora, por fim, lhe conce.Jé __ -.
sendo sepultada, pertencia a esta família da fé. Principalmente em um se- como uma morte cristà é 2. --
pultamento cristão, o que deve realmente aparecer e ser exaltado nunca é o
humano aqui na terra e. CJ , "
morto e os seus méritos e fama, mas unicamente Cristo e a graça de Cristo
tamento cristão é um de: __ ~
revelada no Evangelho. E mesmo que um cristão mio receber qualquer se-
cristã possui. Significa a~:: ~:--.::cé
pultamento, como no caso de se perder no mar e ser comido pelos peixes,
Lar Celeste, pelo fiel sokLlé. ~
isso em nada afeta a Slla salvação. E nunca pode o sepultamento em si ser o
sa luta, e garantida vÍtÓr;s. ~: -':
conforto para a família do enlutado. Isso seria pura ilusão. A Única coisa que
73.24: "Tu me guias com i=,',
pode servir de conforto para a família enlutada é a fé cristã e a esperança da
ressurreição e do reencontro nos céus. 2Tm 4.6-8: "Qullnto a mi!"!.' ='-' ~
da minha partida é {·ltegiiJ' '- 'j
ra, guardei a fé. Já agOTil ;] _
94
CAPÍTULon
95
~"",-'-"".~(
I
circunstância o sepu !t2." ~--:
Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; não somente li mim, mas também (l A maioria das pesscas. se. .'- __
todos quantos amam a sua vinda." um tipo de "agente fune-.:.-
Este segundo propósito de um sepultamento cristão também diz res- luteranos, ou por ceE',:": : ,.
peito aos que choram a partida de um ente querido. Se são cristãos, eles tam- se deixam levar pCi esse ::: -: ':'-,
nhuma relutância. se d:5::- '::-.:. _
bém são nossos irmãos ou nossas irmãs na fé. Os seus corações foram apu-
nhalados e estão doendo pela morte de seu ente querido. Em sua dor e triste- Verdade é que. ne~.:.~ __ o .-
za eles são tentados a considerar esta perda como uma evidência da ira de fácil. Jvfuito mais CÓíii'.=.:',
Deus. Eles estão em perigo de perder a luz de sua gloriosa esperança cristã, e mundo fica conteme. Ser ", .....
ficar de luto como aqueles que não têm esperança. Os verdadeiros cristãos que, para o pastor e a cC'i::::-.:.;
têm simpatia uns pelos outros, especialmente na hora da dor e necessidade. nem a igreja podem Q2.f .::: ':- .. '.
Com a Única verdade - a Palavra de Deus - e o verdadeiro conforto - o Evan- um dos momentos ma:s
gelho - os irmãos na fé dizem aos irmãos enlutados: "Podem chorar, mas um pastor coerente com
esse choro vai passar e vai dar lugar ao consolo, porque vocês sabem que porém, niio crer, será conde
está bem, que tudo está bem com o ente querido que partiu, porque: "Bem- de morto, não está rC5c"' .. '
aventurados os mortos que desde agora morrem llO Senfwr"(Ap 14.13). mônia e nenhuma esp"fe';'::.:
3) E o terceiro propÓsito de um sepultamento crisMo diz respeito à Um pastor consc:e'~=":: -
COllgregaçiio à qual a pessoa falecida pertenceu. Através do sepultamento guiar por costumes ou :ri:: ~o::: '
cristão a Congregação cristã confessa a SLla fé perante o mundo todo. Tam- lecidas. Da mesma fomE,
bém é como um clarim ou urn aviso do além, de Deus, chamando todos os será visto pela opinião
membros vivos da congregação para se prepararem para a sua hora, agamll1- muito menos, pelos seus ~:. ~'
do-se firmemente, pela fé, ao seu Salvador, pois só nele se estará sempre em estrita conformidad:;: c'
preparado e pronto para deixar esta vida. regra e guia na doutrina ç - _ ~ - .::
Mas, este ofício do sepultamento, a congregação não deve e nem pode cair sob da condenação d= =:::.
estender a todo o povo ou a qualquer pessoa em geral e, nem é esta uma hon- mam bem, e ao bem, ma!: qi,,,' 'J':
ra que a congregação cristã pode ou deve oferecer a estranhos ou incrédulos, põem o amargo por doce, "
sem com isto estar desonrando o Evangelho (ao oferecê-lo a quem nunca, seus prÓprios olhos e pruL!::: _
durante a sua vida, aceitou) e manchando e negando a sua esperança. Tanto o significa:':.
dão poderosos argumet'~:· ~ - - c -
06
circunstância o sepultamento cristão deve ser negado a quem quer que seja".
A maioria das pessoas, seja dentro ou fora da igreja, acaba vendo no pastor
um tipo de "agente funerário" nesses momentos. E muitos pastores, mesmo
luteranos, ou por comodismo, ou por desejarem ser benquistos e populares,
se deixam levar por esse pensamento popular e, em muitos casos, sem ne-
nhuma relutância, se dispõem a sepultar a quem quer que seja.
Verdade é que, negar um ofício de sepultamento cristão, não é assunto
fácil. Muito mais cômodo e tranqüilo é ir logo e fazer o sepultamento, e todo
mundo .fica contente. Ser forçado a dizer, por exemplo, a uma viúva desolada
=- ~J.:JS
que, para o pastor e a congregação serem coerentes com o Evangelho, ela, e
__ :''....1;;::.
97
Jeoaquim,jilho de Josias, rei de Judá: mio o lamentarão dizendo: Ai, meu também não está se,';':: ".
irmão! Ou: Ai, minha irmii! Nem o lamentarão, dizendo: Ai, meu senhor! do mundo, por causa di!, " _." "~
Ou: Ai, sua glória! Como se sepulta um jumento assim o sepultarão; ar- cândalos, mas ai do /;Ot71c"H'i .:::.
rastá-lo-ão e o lançarão para bem longe, para fora das portas de Jerusa-
5)Aosect.or.o··'·--
I \.J.. ••••""':;:-, : ••. ~ _ -
......:__."
lém!" (Jr 22/18,19). Para um dos discípulos de Jesus que, antes de seguir o
cendo e apoiando as s __
.:~ .. : _.é
Mestre, queria primeiro sepultar o seu pai, que certamente tinha sido um
como oferecendo-lhês_,~.:. '. :.:
homem ateti, Jesus mesmo diz: "Segue-me, e deL\:a aos mortos o sepulta-
rem os seus próprios mortos" t 8.22). Em outras palavras: "Deixa os mortos igreja agir deve ser um tê ~:.
espirituais, que foram contra a vida espiritual, sepultar os seus mortos fisi- danos a dizer: "A quest:lc:':: ':=-:-.
COS, e não os cristãos fazerem isso." Esta tem sido a prática da verdadeira incredulidade. Ou se é (:- :::ti. -- _
igreja cristã e luterana. Vários pastores cristãos e luteranos fiéis já disseram cristãs, ou se é incréd'J i: e ;::= -:-.:l}
que prefeririam ser depostos dos seus cargos do que, em desonra e desres- crédulo." Pode alguérn .,
peito ao Evangelho, dar um sepultamento cristão a um incrédulo manifesto. abençoado na morte?
reição para a vida eterna, e é destinado unicarnente para cristãos, ser usado que diria a sociedade m2~
para sepultar um incrédulo? Ou, como poderiam os hinos de sepultamento seus ritos, mas que sem;:-o; _.
do nosso Hinário Luterano, os quais, todos expressam os sentimentos e a fé sua vida?
cristãos e positivos, ser cantados em sepultamentos para incrédulos? Por Como cristãos
exemplo: verificar aqui o que dizem as letras de tais hinos em nosso Hinário
geral: Sepultamento Cr!st:;
Luterano. Não estaria sendo falsidade e blasfêmia cantar tais hinos para o
nha que negar ao pnpJ
funeral de alguém que, durante a sua vida, rejeitou a Cristo, a igreja e, tudo
isso? mente incrédulos"
Adiante, no
4) Oficiar um sepultamento cristão a incrédulos, também, segura-
mente é ofensa para aqueles cristãos que são humildes, sinceros e fiéis à pecíficas em que um,l
luteranos, devem se rec.: ': c,;-
igreja cristã e, principalmente, ao Santo Evangelho. E tal ofensa certamente
98
também não está sendo menor aos olhos de nosso Salvador, o qual diz: "Ai
do mundo, por causa dos escândalos; porque é inevitável que venham es-
cândalos, mas ai do homem pelo qual vem o escândalo" (Mt 18. 7).
5) Ao se oferecer sepultamento cristão a incrédulos, se estará fortale-
cendo e apoiando as suas idéias e os seus caminhos ateus e mundanos, bem
como oferecendo-Ihes uma falsa esperança. A maneira firme e cristã da
igreja agir deve ser um testemunho vivo, e deve levar os incrédulos e mun-
danos a dizer: "A questão do sepultamento cristão é uma questão defé ou de
increduiidade. Ou se é cristão e se parte deste mundo coroado de honras
cristãs, ou se é incrédulo e se parte deste mundo com o que é devido ao in-
crédulo." Pode alguém viver na incredulidade durante a vida e, depois, ser
abençoado na morte?
99
_.I!!I!!!.II!íi!iifi!liiiiii-1!! II~_
.. !!!J!!!!!!!!!!\!!i!!!!l~!!!!!lg IIII!lII!!!!!!!!!I!I_I_
CAPÍTULO IV :..'rezou os meleS da ~::::_ .
,ncredulo. E, abenc :::., --:".::'
Evangelho e de um s",p_ :::.-::-:::
INSTÂNCIAS OU CASOS ESPECÍFICOS Dorco. Isto é uma. n ._
santo, nem lanceis atU2.
CiJnl os pés e, volrando-'2
1) Uma Congregação e um pastor cristãos luteranos devem recusar-se
a oficiar sepultamento cristão a todos aqueles que são classificados como pultamento cristào P":"''':'
'nflia e dar testelilw:h:
teoricamente ímpios ou ateístas, como os zombadores e escarnecedores ma-
nifestos, os liberais, os pagãos e idólatras, os judeus, os maometanos, os uni- olguém para dar a um ';:;: 0" __
versalistas, os unitários, os da ciência cristã, os modernistas e outros destas Alguém também c::; __
linhas. Em uma palavra, todos os que negam a divindade de nosso Senhor e Santa Ceia e, mesmo 8.55,::'. __
Salvador Jesus Cristo, e a salvação unicamente atiavés de sua morte e res- pócrita. E não pode perr::::.:::::-
surreição. graça. Tal pessoa excL:l-5e ::: c -
2) A todos aqueies que, deliberada e manifestamente vivem na prática palavras de nosso Sah:,,::,
de pecados grosseiros, como ladrões, assaltantes, adúlteros, beberrões e ou- por isso não me dais ou:,:,'
disto, a congregaçeio CTe: ,; .'
tros semelhantes, dos quais se sabe claramente que morreram nos seus peca-
dos, sem se arrependerem e sem crerem. Também os que, por razões justas, não sepultamento crista: _.'
foram excluídos da congregação cíistã e, até onde se sabe, nunca se arrepen- tempo, não pisa mais 12(1 :;;-'0: -'
Paulo: "E assim, a fé ,;'í'! rol
deram de seus pecados.
-""'. "(R m 1
Cflsto . o .1'7), . '.,-
3) A quem despreza constantemente os meios da graça (Palavra, Ba- ierminantemente da p,',cg.::.:::
tismo e Santa Ceia). A quem, durante a sua vida, se recusou a prestar qual- cristão se abandonou (1 t",'
quer colaboração à igreja cristã, nem viveu nela, no seu Evangelho e nos
seus Sacramentos. O fato de alguém receber o pastor, ou um lider, ou um o desprezo e o de:, ::s:::
irmão nafé em sua casa e deixar um destes ler a Bíblia e fazer uma devoção Palavra, é freqüentemec::, : _. :
ou oração; nefn senlpre é caso de ,fé, rnas 11o(le, rnuitas vezes, ser apenas até, considerado por ai gCl:-;: "-
con5'icleração ou arnizade. O jl1eSl1iO tarnbéril se aplica a alguénl que tenha pecado já está inserido n'
.. e pior \.
Inalor d e toàcs
. c: :'::-- - ~
pariici.:.vado, COlno visitante] (le un1. ou
cultos; ou de progralnas
lnais da
igreja, !Joi.s isso ainda não é eviclência cle Íé ou ele algurn conlproluisso for= "pecado dos pecados", p.:::
do. Falando da obra do C-, _
inal dele ]Jara COHl a igreja~ ou da igreja para con:~ele. Jtlstamente neste
convencerá {}mumlo au p: __1
ponto, há muita frouxidão da igreja cristã e, especialmente, na igreja lutera-
n/io crêem em mim ... " rJf7 i·" .i,
na. Do pÚlpito é anunciado que o perdão dos pecados, a vida e a salvação
eternas são encontrados unicamente nos meios da graça (Palavra, Batismo e o 01'. Walther, em
Santa Ceia) e, depois desta pregação, a Congregação representada peio seu a "Parábola das Bodas"
pastor ou por seus líderes, admite sepultar, com cerimonial cristão, aquela do desprezo do Evang'::
pessoa que, até o último minuto da sua vida, desprezou e não usou os meios horror do pecado da ,; o • - .' :
da salvação pregados pela Bíblia e pela igreja. Tal falecido que assim des-
100
_.il!' _. !!!!i!i!lii1---------
prezou os meios da graça, não pode ser considerado um cristão, mas sim um
incrédulo. E, abençoar uma pessoa incrédula morta, com as honras e o
Evangelho e de um sepultamento cristão, é o mesmo que jogar pérolas a um
porco. Isto é uma ofensa ao Evangelho e a Deus. "Não deis aos cães o que é
santo, nem [anceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem
... .:>se com os pés e, voltando-se, vos dilacerem"(Mt 7.6). Correr atrás de um se-
. ~:mo pultamento cristão para um incrédulo, com a intenção de agradar a sua fa-
mília e dar testemunho público, é a mesma coisa que roubar dinheiro de
alguém para dar a um necessitado diante dos olhos das demais pessoas.
=- -:SIas
Alguém também pode usar diligentemente a Palavra, o Batismo e a
Santa Ceia e, mesmo assim, não ser um verdadeiro cristão mas, sim, um hi-
pócrita. E não pode permanecer cristão aquele que deixa de usar os meios da
graça. Tal pessoa exclui-se a si mesma da salvação. Aqui valem as decisivas
- ':::lca palavras de nosso Salvador: "Quem é de Deus, ouve as palavras de Deus;
:: c>u- por isso não me dllis ouvidos, porque não sois de Deus"(Jo 8.47). Diante
·c:a- disto, a congregação cristã deveria refletir muito seriamente se oferece ou
stss, não sepultamento cristão àquele membro que, insistentemente, por muito
tempo, não pisa mais na igreja. Valem também aqui as palavras do apóstolo
Paulo: "E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de
Cristo" (Rm 10.17). Como pode alguém permanecer na fé, afastando-se
'h·
terminantemente da pregação e, como alguém pode receber sepultamento
::ua]-
cristão se abandonou afé e não é mais de Deus?
nos
U!n O desprezo e o desrespeito aos meios da graça, Batismo, Santa Ceia e
.• LiO Palavra, é freqüentem ente tido pelas pessoas como um "pecado pequeno" e,
c.'!US até, considerado por alguns como não sendo pecado. É que, na verdade, este
pecado já está inserido na incredulidade e, o pecado da incredulidade é o
maior e pior de todos os pecados. Jesus mesmo chama a incredulidade de
"pecado dos pecados", porque ele inclui todos os outros pecados neste peca-
do. Falando da obra do Consolador prometido, Jesus diz: "Quando ele viver
convencerá o rmmdo do pecado, da jus/içil e do juizo; do pecado, porque
mio crêem em mim ... " (Jo 16.8,9).
c : seu
o DI'. Walther,em um sermão para o 20° domingo da Trindade, sobre
a "Parábola das Bodas", registrada em Mt 22J~14, fala a respeito do pecado
.~uela do desprezo do Evangelho, Diz ele: "Em comparação com a grandeza e o
'--,elOS
horror do pecado da descrença, todos os outros pecados são pequenos.
iJeS-
101
Quem persiste neste pecado, expulsa-se a si mesmo do céu e se precipita na em sua vida. tinhJ CÇO~ -c::_:
profundeza do inferno. Tal pessoa, proposital e deliberadamente, risca o seu
na e, também,
nome do Livro da Vida, bate na face do Filho de Deus, joga o seu precioso ,cido tenha mudacL.: _. .c ;;
sangue no chão e declara claramente perante a terra e o céu: 'eu não quero cristã iuterana.
ser salvo; eu quero é ser condenado!'"
Por outro ia'::, Cç
Para um persistente desprezador dos meios da graça, sem dúvida, não
pastor da igreja ]uter.c_ .
se deve oferecer um sepultamento cristão. Quem se recusa a andar no cami-
da igreja católica, ou :,'::-' .
nho de Deus e ir à casa do Senhor enquanto vivo, certamente não é digno e
fessa-se pecador e arrê~ç-':: -.
nem deve ser carregado para dentro dela depois de morto. , morre, d eve-se CiO:-
aSSlll1
4) Normalmente uma congregação e um pastor cristãos luteranos não
7) Como agir ,-'
devem oficiar um sepultamento cristão a um suicida, mesmo que ele tenha
princípio, o sistema de: ,'~
pertencido à congregação. A vida é dádiva divina; é coisa sagrada. Só Deus
Bíblia como prática '1:'_' ,_
é quem a pode dar, e só Deus é que tem o direito de a tirar. Um suicídio, via nos esclarece como n:,~' .':
de regra, é expressão da incredulidade e desrespeito à vida, juntamente com
do pó da terra e, qUZlnd-
o desespero que, com certeza, não está em harmonia com a fé e a esperança !lhor Deus ao homem ti"
cristã. Além do que, é crasso pecado contra o Quinto Mandamento de Deus.
como o era ... " (Ec 12, -j.
Podem, todavia, existir circunstâncias especiais, no caso de distúrbios tanto do Antigo como de '\
mentais causados por doenças, que justificam que a Congregação e seu pas- "Depois sepultou AbraiÍ,) d S -
tor, ou os seus líderes encarregados ofereçam o sepultamento cristão a essa reu ali Moisés, servo di! Se': 7
pessoa que, durante a sua vida, conduziu-se como um sincero filho de Deus. sabe, até hoje, o lugar iL'
Esta honra, porém, nunca deverá ser dada a pessoas completamente relapsas. exemplo de nosso Sen;'..
sobre o meu corpo, ela fi
5) E o que fazer no caso de insanidade mental? Se a pessoa, antes de
sua insanidade, foi um declarado desprezador dos meios da graça, sendo que corpo, envolveu-o ilum p.u:
~ 26 • 12 e ~"':o
IlOVO ••• "(Mt •.., .2 .•
depois não teve mais nenhum momento de lucidez para poder demonstrar
arrependimento de seus pecados e fé no perdão de Cristo, lhe deve ser nega- Cremação não p3;ç:~::
do sepultamento cristão pois, no caso, temos diante de nós, um incrédulo blia. Por outro lado,
insano mentalmente. Caso, porém, viva como um membro cristão normal na preceito contra tal prática .:' ,-~
igreja e, em meio a isso, foi acometido por uma doença mental, então ele falso conceito e fé a respe,: -, ,
permanece sob a graça de Deus, que vai além do nosso humano entendi- parte das crenças e fi k,ç:·- :' .
mento, e é apta para transformar mentes e corações através de Cristo Jesus. depois desta vida e, que p_ c','::"
O apóstoio Paulo diz: "E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, ante destes pensamentos :. -- c
guardará os vossos corações e as vossas mentes em CrL~toJesus" (Fp 4.7). até como lima cerimônia:..: : _ --
6) Que atitude devemos tomar com respeito a pessoas da igreja católi- ção, bem como a cren'ça q:,,:ç
102
103
e, portanto, nenhuma congregação e nenhum pastor genuinamente cristãos e Até aqui foram .::._;c .::.. ;c
luteranos devem prestar sepultamento cristão a esses restos mortais. çào e um pastor !uter::-::-: -:. ;c
tro de outra fé. Contra isso nos advertem muitas passagens das Escrituras os vivos. E a pregação "_'~' _
os sobreviventes, depoi s ..:: :. . :
que condenam o unionismo. Oficiar em tais circunstâncias poderá compro-
meter a verdadeira fé, e colocar a verdade e o erro na mesma panela. Ao ne- for preciso. O fato é que - ,_
gar-se a participar em tais casos, o pastor e a congregação cristãos e lutera- pastor ou um padre a faisé '.. -' ,~
nos devem deixar bem claro que eles, negando-se a participar, de forma ne- qüilo e garantido. E, jU:I:C ;c-e
nhuma estão julgando o falecido. Aqui é uma questão de doutrina prática. pessoa que sempre fez p=-,- _
104
Até aqui foram apenas enumeradas situações em que uma congrega-
ção e um pastor luteranos não devem ministrar um sepultamento cristão. Não
foi dito como fazer para suprir cada caso. Podem acontecer casos especiais
em que a Congregação e o ministro fiquem em dúvida sobre o que fazer. Em
tais momentos, tanto Congregação como pastor devem buscar sabedoria de
Deus e conselho junto a outras congregações e ministros irmãos sinceros da
mesma fé e do mesmo trabalho.
105
""- •
de que a Palavra de Deus é verdade, é a sua ausência na hora do sepulta-
mento. Assim fica bem claro que aquela pessoa que durante a vida despre-
zou a Deus, agora, na hora da sua morte, continua sem Deus junto a ela. \ef as pessoas sair,;;;', ~:
=,erde do que se gCir .. _
2) Outro argumento muito usado é: "Mas, não se precisa dizer nada momento destes.
para o morto e nem sobre o morto." Resposta: Isto seria hipocrisia tanto da
5) "Ajas, a
parte da congregação, como da parte do pastor. Seria a mesma coisa que "ser
)wra, é trabalho c,
cachorro com boca amarrada para não latir". Em outras palavras: o que iria mente, é trabalho de ~
dizer um pastor ou uma congregação na hora do sepultamento de um incré- falso conforto nào é:~ - -- --
dulo? Mentir? Dizer que está tudo bem e que tem esperança para o morto? E, nessa situação, com c:-e:--.-:2~ ~:
se realmente disser a verdade que a Palavra de Deus diz sobre alguém que incrédulo e, sincercHTle"-:e -,.
morreu incrédulo, isso confortaria a família? Tudo isso é clara evidência de crisia, mentir e enco" .~.:. -~
que a igreja e o ministro cristãos não têm nada a fazer no cerimonial de en- ministro levará o \erC2.:e .' :
terro de um incrédulo, a não ser que, para não serem hipócritas, fossem dizer enlutados. Certamente rc.::' ê. :
a pura verdade. ança no seu pastor e n2 ;-0 -
106
.~II!I!!I!!ii!i~ ---_.
4) Alguém então diz: "Mas, então, o pastor que vá e que pregue a
dura lei," Resposta: Agindo assim, o maior resultado que se poderá colher, é
ver as pessoas saírem com os corações feridos e ofendidos e, ver que mais se
perde do que se ganha. Muitas pessoas se afastam da sua igreja porque, num
·ja momento destes, limitou-se a dizer a dura e pura verdade.
__ da
ser 5) "Mas, afamília da pessoa falecida pertence à congregação e, nesta
hora, é trabalho do pastor confortá-Ios em sua tristeza." Resposta: Real-
mente, é trabalho do pastor confortar quem é membro de sua igreja. Mas,
~re-
falso conforto não é conforto. Uma família que pertence à igreja e é cristã,
F
~, nessa situação, com certeza sabe a verdade a respeito do falecido, se ele foi
que incrédulo e, sinceramente, não gostaria de ver o seu pastor agindo com hipo-
:.: de
crisia, mentir e encobrir a verdade. Depois, em particular, com a família, o
ministro levará o verdadeiro e sincero conforto da Palavra de Deus para os
::zer enlutados. Certamente nisto a família sentirá mais firmeza e terá mais confi-
ança no seu pastor e na igreja e, sem dúvida, mais conforto.
6) Alguém ainda argumentará: "lv/as, recusando-se a oficiar o sepul-
tamento cristão, a congregação e o pastor estarão julgando a pessoafaleci-
e da; ninguém sabe o que se passou entre a pessoa falecida e Deus nos seus
: fJ- últimos momentos." Resposta: Uma congregação e um pastor sinceramente
cristãos só podem se basear naquilo que vêem, e julgar quando têm provas.
os Outrossim, mesmo que, em certo sentido, isto representasse um certo tipo de
"julgamento" por parte da Congregação e do pastor, esse não seria o julga-
mento final. Por isso, de maneira nenhuma afetaria o destino eterno do fale-
cido. O julgamento final e decisivo é feito e dado por Deus, diante do qual
não existe volta e nem mudança. "Aos homens está ordenado morrerem
uma só vez e, depois disto, ojuizo"(Hb 9.27).
:j
Justamente quando a Congregação e o ministro, fazem o sepultamento
cristão de uma pessoa que visivelmente foi incrédula durante a sua vida, aí é
que se está o falec.ido de viva voz. Por quê? Porque ao pronunc.iar
ura sepultanlento cristão, COi11 liturgia e palavras cristãs, que só pertencern
aos cristãos, se estará realizando a cerimônia em nome do Deus dos cristãos,
se est<lrá chamando aquele morto de abençoado e se estará requerendo para
ele, a esperança da ressurreição para a vida eterna. A não ser que a congre-
gação e o pastor realizassem um sepultamento
- calado ou hipócrita.
-
107
guém, nada mudará no destino eterno do morto se ele foi realmente cristão, e ;11portância Crie
uma congregação e seu ministro cristão errarem. ~mportància d:· ser"r,~,: ,
7) Outro argumento muito usado é: "Mas, se não fizermos o sepulta- Incalculável d" .c
mento então os familiares e amigos poderão se doer e deixar a congrega- sermões de sepultar,,;;:':_ :, _c-
ção; "ou: "A congregação vai se dividir!" Resposta: Se os familiares e ami-
'2m ajudado a COi7g"C';':',
gos realmente forem cristãos, claro que não deixarão a sua congregação .
._causas que tenl cOJZrrz/- :,-~,.:'-
Certamente procurarão se esclarecer com a pessoa mais indicada, que é o seu
da igreja é o doce e tu..' .'.
pastor e, ao compreenderem bem o que diz a Palavra de Deus, se conforma-
c o 'cartão de crédito c<,·_
rão, mesmo em meio a muita dor. Muitas vezes já aconteceu que, longe de
enfraquecer uma congregação, uma tal firmeza do pastor e dos líderes da rliõesde sepultamento r.;'
congregação, só serviu para fortalecer ainda mais a congregação. A igreja do pastores e congregaçÔ;;s. :"".
Deus verdadeiro nunca é fraca quando segue firme o que diz a Palavra desse vida, recebido apoio ['::r.: .
Deus verdadeiro. E, mesmo no caso de alguém chegar ao ponto de deixar a Contra esses chocantes :: , .: .~
congregação, o pastor e a sua congregação devem estar mais preocupados igreja têm até defendidc;' : ~ __
em agradar a Deus, a salvar a maioria das almas e a respeitar todos os mem- para isso, lembramos c ~.~~_ ~. _
bros que querem seguir a verdade, do que se preocuparem simplesmente em a criança com a água
contar com a simples simpatia do povo ou de algumas pessoas. E quando
num desses casos, o pastor e a congregação forem acusados de negar o amor,
o sermão de sepu;:;:::~c
e a amizade, e serem muito duros, eles devem lembrar as palavras: "O dor oficial, o pastor ou. ,,-,~.
amor...não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade! "(1 ados, uma oportunidade se~"" ::-
Co 13.4-6). E de que foi o próprio meigo e amoroso Salvador quem passou a morte. Muitas pessoas qUe;; : _' _""
pior dureza ao morrer na cruz por nós, e quem nos ensinou a Parábola do normais da igreja, COSluTT: -. : ':'
Rico e do Lázaro. Se nunca levam a séric, se ~_
incertezas desta vida e C:CrI: :: ,:,,:-1
à realidade de que os seus: --:_ o
CAPÍTULO V pultura, então esta oportu:- ""e
muito duro para os incrd~ .. : c
SOBRE O SERMÃO DE SEPULTAMENTO suas frontes orgulhosas e :,e;;
diante de um esquife e de Ir ~
Não poderíamos concluir o assunto do sepultamento sem também dar Se antes, para tais ~e::
uma atenção especial ao sermão fúnebre. Por que, depois do assunto que diz ser proclamado clara, cC;'· ,~._c
pregar para estas pessoas ..~::
respeito ao objeto do sepultamento, que é o morto, pois sem uma. pessoa
morta, não haveria sepultamento, o sermão é a parte mais importante? Espe- nidade sem igual está nco~--~ = "
cialmente em nossos dias, quando o sermão fúnebre está sendo cada vez frente, nós podemos cokc2.: '. "
mais transformado num discurso sentimentai e de elogios à pessoa falecida de que "o salário do pecad
locar diante dos ouvintes::
ou, então, em uma dura sentença de julgamento sobre o morto, é de suma
108
importância que os cristãos sejam instruídos com respeito ao significado e à
importância do sermão e ao que este deve conter.
109
em, de que "o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso
Senhor". ::-,LijO pecal1c e :,:r::c.'
:ransformar o sermão e-:-
o pecado e a graça devem ser sempre anunciados de forma bem clara
em cada sermão de sepultamento e, com certeza,. a totalidade deste assunto o costume fe;n:"--~ ,
pode ser muito bem resumida em cada sermão de sepultamento. Especial- ,,:-:,orador para ])1'('n',,:',. ~.
mente se o falecido foi um cristão sincero, pode e deve ser enfatizado no .:' \irtudes do fa!ec,u .. ~. _
sermão a maravilha e o conforto do perdão dos pecados, da graça de Cristo e :.1 peio povo e para q:.:e e e· -~:
da certeza da vida eterna pela fé em Cristo sem, com isso, deixar de mostrar :.inamente revivido el!'
a dureza e a firmeza da lei. - orador ou, até, de se i.:.:-' ,.:. _.
'e-fmões fúnebres têm 5::- ,~-_-.
Em um artigo sobre sermões fúnebres na revista alemã "Lehre und
Wehre", VoI. 15, p. 112, o pastor E. W. Keyl faz as seguintes afirmações Maravilhoso ser::: 'e
sobre o que um sermão fúnebre deveria conter: "O sermão fúnebre deveria, :,stivesse em todos os p:'e;-,
conforme nos mostra a lição do Evangelho na ressurreição do filho da viÚva c,jedoso cristão, antes ,Je-"
de Naim (cf Lc 7. l1ss), ter duas proclamações para nós: ia - A proclama- eie fosse ignorada no seu .',
ção da morte. Esta proclamação perante um esquife, fala até mais alto do se lembrada e exaltada. 1:-:'
que as próprias palavras de nossa Agenda Litúrgica para cerimônias de \irtudes e boas obras de '..:'::
sepultamento, que dizem: Em meio à vida, estamos na morte!"; e, 2a - A iSSO.O que deve ser e\ ::2.: - e
proclamação da vida, que se une às palavras do hino de vitória: "Em meio sejam de alguma forma cs'"
à morte, estamos na vida!" O sermão fúnebre sempre deve testificar que a nas como frutos da fé na c:: -.:.::-.'
morte veio ao mundo e acomete a todos por causa do pecado, e que a vida
vem unicamente por causa de Cristo. O sermão fÚnebre deve admoestar-nos
a um constante preparo nosso para o dia da nossa morte, bem como para
um constante amor e comunhão com Cristo, o destruidor da morte e Doador
da Vida. Deve admoestar-nos a, constante e sabiamente, aproveitarmos o
"tempo da graça" que Deus, tão amorosa e pacientemente nos dá".
Segundo estes conselhos, a verdadeira finalidade do sermão fúnebre
será preenchida, ou seja: admoestar, advertir, instruir e, sobretudo, confortar
e fortalecer no sentido de que as almas possam ser ganhas para o abençoado
porvir, também nessas ocasiões. O mais importante, porém, é que cada um
dos participantes que acompanhou o sermão, possa levar no seu coração a
convicção de que é confortante e esperançoso o partir de um cristão, mas, é
horroroso e desesperador o partir de um incrédulo, e, que cada um, saiba
como se preparar para a morte.
110
muitas coisas sobre o L1lecido. o que acontece muito em nossos dias, Pre-
gando pecado e graça nós também evitamos a perigosa e amarga prática de
transformar o sermão em um discurso de elogios.
O costume reinante entre os antigos gregos e romanos, de introduzir
um orador para pronunciar um discurso de elogios no funeral, para glorificar
as virtudes do falecido, de sorte que a sua memória fosse muito bem guarda-
da pelo povo e para que ele pudesse alcançar favor entre os deuses, tem sido
fartamente revivido em nossos dias, inclusive com a finalidade de glorificar
o orador ou, até, de se ganhar dinheiro. Não é de se estranhar que muitos
, sermões fúnebres têm sido sarcasticamente chamados de "falsos sermões".
_-"J
Maravilhoso seria se o espírito de Christian Ernst, Duque da Saxônia,
estivesse em todos os pregadores e ouvintes de cada sermão fúnebre. Este
piedoso cristão, antes de sua m0l1e, fez o pedido para que qualquer glória a
ele fosse ignorada no seu funeral, mas que unicamente a graça de Cristo fos-
se lembrada e exaltada. Isto não significa que nós nunca podemos apontar as
virtudes e boas obras de um cristão falecido. As Escrituras não nos proíbem
.-1 isso. O que deve ser evitado é a aparência de que as virtudes e as boas obras
sejam de alguma forma caminho para a salvação, em vez de apontá-Ias ape-
nas como frutos da fé na obra e nos méritos de Cristo.
- - -.c
j
-,'
,)
í11
--
AUXÍLIOS LITÚRGICOS
O.: ,;:~:- __ .. ~ __
ORDEM DE CULTO C.: q ti ~ '-r ,~, c __ ' -:: __ ::-:
Todos; V~I'-: =o_.:~ :;'--
PARA O PERÍODO DO ADVENTO
..j, Confissão e AbsohiciL:
Ivonelde Sepúlveda Teixeira
O.: Se dissermcs: _-: ,0_
PREPARANDO-NOS a verdade nào e:'~.:-:--
PARA A VINDA DE JESUS ... C.: Mas, se confes:'.:~ -- -:
perdoar e nos ç .. , ~-~ - ,
O.: Confessemos 5110-::',:
1. Saudação: Estamos no período do Advento. Advento significa "vinda". Os
sua confissão pcr
paramentos de nossa Igreja nesta época são roxos, simbolizando a
meditação. Nesta época, meditamos sobre a abençoada vinda de Jesus entre
Jesus disse: "To~L:
nós para nos salvar e assim nos preparamos para um Natal realmente feliz
e cheio de sentido. Jesus está chegando. Cada semana, mais uma vela da Deus entregou o ;::~_
coroa do advento será acesa; é o Natal que se aproxima. Que a lembrança nos perdoou todos
reconhece e declf;"? :~_
do menino de Belém - nosso Salvador Jesus - restaure em nós a paz de
Deus e em nós desperte e aumente a vontade de adorá-Io e serví-Io. Espírito Santo. A:c:~-
Congregação: 8. Saudação:
.1.._- iiiiIIlii _
c.: que te humanaste a fim de salvar-nos:
O.: Ó Senhor Deus Espírito Santo.
c.: que nos deste a fé e nos santificas.
Todos: Vem estar entre nós. Amém.
4. Confissão e Absolvição:
O.: Se dissermos que não temos pecado, a nós mesmo nos enganamos, e
a verdade não está em nós.
C.: Mas, se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos
perdoar e nos purificar de toda injustiça.
Js O.: Confessemos silenciosamente o que nos pesa a Deus. (Cada qual faz
- ~~ a sua confissão por um breve momento, em silêncio).
Jesus disse: "Todo o que vem a mim, de modo algum o lançarei fora."
: :: da Deus entregou o seu Filho para morrer em nosso lugar e por amor dele
nos perdoou todos os pecados. Aos que confiam em Jesus, Deus
reconhece e declara filhos e herdeiros do seu reino e lhes concede o
Espírito Santo. Amém.
8. Saudação:
9. Coleta do dia.
Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, no terceiro palavra, pois os meus c _2
dia ressuscitou dos mortos, subiu ao céu, e está sentado à direita de a face de todos os pO"~', _=::::
povo Israel. Glória 2e IJ". :: _
Deus Pai Todo-Poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
c.: Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus, gerado do Pai desde a princípio, agora é e pc: : _:::
eternidade, e também verdadeiro homem, nascido da virgem Maria, é
meu Senhor. Pois me remiu a mim, homem perdido e condenado, me 25. Ação de graças:
resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo;
não com ouro ou prata, mas com seu santo e precioso sangue, e sua O.: Todas as vezes que .~---- ~-.
C.: Anunciamos a mo,,:: ~-
inocente paixão e morte, para que eu lhe pertença e viva submisso a ele,
em seu reino, e o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança,
assim como ele ressuscitou dos mortos, vive e reina eternamente. Isto 26. Bênção:
é certamente verdade.
O.: O Senhor esteja à nc~ c - -
15. Hino (do dia). c.: O Senhor esteja ao :::'_
O.: O Senhor esteja atri~:~
16. Mensagem. c.: O Senhor esteja err:~::
O.: O Senhor esteja der":: :_
17. Ofertório: Cria em mim, ó Deus, um puro coração, e renova em mim C.: O Senhor esteja ao::' _ :-
espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu O.: O Senhor esteja sob:;; : _ -
Todos: O Senhor este!"
Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação. E sustém-me com
Senhor. Amém.
um voluntário espírito. Amém.
18. Recolhimento das Ofertas. 27. Hino final: (HL 12.31 ::::-
22. Palavras da Instituição seguidas de: "Vinde a mim todos os que estais
cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei" Tudo já está preparado.
Bem-vindos à mesa do Senhor.
_ ~ ~ sua O.: Todas as vezes que comemos este pão e bebemos este cálice,
~
-; ,.::.!p.
~- •... .•.... , c.: Anunciamos a morte do Senhor até que ele venha.
-::nça,
-:-:-: Isto 26. Bênção:
115
-.
REP:O.USA TRAN:Q:ÜIL:O
(T, Br, B e/ou S, Ms, C)
Mel.: do nordeste brasileiro
Letra: Isaac N. Sal um, 1943
Arr.: Raul Blum, 1990/1996
VI
T,Br
teu ~"'!-
° '=2;'
~-FF ~ (!.
r ê ~
F F
~
JII _
Gm luz.
"
, ID7 -.
f/I
no"'.
~
ca-
nem
'"-.•.
I ores
Imei po
-11/."""'
.
-10,
~.
Ó
-..,;.
-[
a•--•- pou
II..I I I
"-
va
ri
nho-
sa dOu
eba
Re
-de_em-
11I
go
vi -Jearam
("'..
.r
to
-sa
qUi-
G.-'\
" --
----TII- tran
I lllae
pas DII
jj- I 1,.;;..1
tõ
-,
-,---
0--
J __
moI': o C311 -to dos an- jos, lou- Vai} -do_ao Se - 1hor.
".---~-- II - sus.
lar A_cs- tro-
teu IbCF -ço
-Ia se_a- pa-
tão Iru- mas I 1'0-
1;a, a_al}
-de, ~i- ora, re -fta~.
~a_a can - luz!
--.-,---
RECENSÃO
manifestaçÔes é= R~::~-'
inconsistência j,.) :t:'
LUTERO, MARTINHO: OBRAS SELECIONADAS. Volume VI. São
camponeses à fê'''- ':::'" ::
Leopoldo/Porto Alegre: Sinodal/Concórdia, 1996.557 p.
coerente contra "__ ~_ :..::
A publicação do sexto volume das Obras Selecionadas de Martinho o que :r.:.",'<.:c:c.: ~--
(Cristocéntrica '.. - -:~_. __ . _
Lutem representa mais um passo significativo em direção ao alvo de tornar os
considerações de cfje'~' ::::':" -
escritos do grande Reformador acessíveis aos leitores de língua portuguesa.
reconhece Deus cem _ -, ~- -
Este volume é o segundo a abordar o tema da ética cristã. O volume cinco
as ec eSlastlcas (:':~_
J" " .
abordou diversas áreas da vida cristã. O sexto ocupa-se com a ética política. Os
Dezenove escritos de Lutero incluídos neste volume encontram-se distribuídos Lutero quer orie:: :C:~' :.:c --: - -,;;
pelos seguintes blocos: Fundamentação, Governo, Guerra dos Camponeses, Deus deles espera, L-:-, --:_'
Guerra contra os Turcos, e Paz Social. Cada bloco de textos é antecedido por tipos de autoridades --:'':5 :: -:', e
divina e subordinadu 3. -: _
uma introdução ao tema e cada texto individual vem acompanhado de uma
introdução sucinta que identifica seu contexto histórico. Leitores já
de Lutero muitas '.ezes , _
Os textos foram originalmente escritos por Lutero ao longo das duas
ordenados conforme v','. ::'.3 .:c ,_;.
décadas que vão de 152 J a 1541. A maioria deles, porém, foi escrita em meio
sabor da circunstância C:-:-e:::. :
aos conflitos dos anos decisivos de "formação e definição" da Reforma, para
usar a expressão de Martin Brecht. Lutem já fizera a grande descoberta de sua uma clareza e simpL.: . .:..::e::.e-
vida: que o ser humano é justificado perante Deus por causa de Cristo, peja O lançameme ce :- .:c ~ ~:-
graça, por meio da fé. Toda a teologia de Lutero, também suas manifestações gigantesco e bem-sue e:
na área da ética política, passou a ser enfocada a partir daquela descoberta instituições. Os textos
fundamental e central. Uma leitura atenta revela como a expressão dessa e considerada, de modo
verdade vai adquirindo cada vez maior clareza, especialmente, ainda, na estudiosos se empenlnra'T: -' -,
primeira metade da década de 1520. preciso mencionar a:::,ja e· :- .:c
118
manifestações do Reformado. no devido contexto e já com isso revelando a
inconsistência do mito de que Lutero de alguma maneira incentivou os
camponeses à revolta. Fica evidenciado que Lutero se manifestou de maneira
coerente contra o uso da força na propagação do Evangelho.
Os assuntos ,:'.
ologia e prática Im::-.'.
tra de tudo. NãC' h? -.. '.
renovação litúrgiea.
radas à luz da
costumes antigos
sugere alguma muda. -'-.= :: ::
A connS5a~:·
~- ::'
norma! relacÍonaJa ::-
obra nos lembra C;Uê' :_
parte da igreja da Fef
120
__
Jií iM _
RECENSÃü
PRECHT, Fred L., editor. Lutheran Worshipi history and practice. St.
Louis Concordia Publishing House, 1993.639 pp.
122