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à nutrição animal
Objetivos
Conhecer a terminologia utilizada na nutrição animal.
Resumo
Alguns conceitos serão comumente utilizados e necessários ao processo de
fabricação de rações, como por exemplo, na diferença de se elaborarem
“rações balanceadas” ou simplesmente “rações”. Chama-se atenção para
diferenciação entre os tipos de alimentos fornecidos aos animais (volumosos
e concentrados, proteicos e energéticos) e conceitos de energia (bruta, diges-
tível, metabolizável e líquida).
Atividades de aprendizagem
1. Diferencie ração e ração balanceada.
Objetivos
Conhecer as principais matérias-primas de origem vegetal, animal
e líquidas.
Aula 4 - Principais ingredientes utilizados na fabricação de rações para animais de produção 37 e-Tec Brasil
Quadro 4.1: Principais ingredientes empregados na fabricação de rações
Demais
Origem vegetal Origem animal Líquido Aditivos
ingredientes
Proteicos1
Farelo de soja Ácidos orgânicos e inorgânicos
Farelo de algodão Antioxidante
Farelo de girassol Adsorventes
Calcário
Aromatizantes e palatabilizantes
Farinha de Carne Fosfato bicálcico
Básicos 2 Melaço Enzimas
e Ossos (FCO) Sal comum
Milho Óleo de soja Probióticos, prebióticos e
Farinha de peixe Lisina
Quirera de arroz Gordura de simbióticos
Soro de leite Metionina
Farelo de arroz origem animal Ractopamina
em pó Triptofano
Sorgo baixo tanino Bicarbonato de sódio
Treonina
Farelo de trigo Ionóforos (monensina e lasolicida)
Virginiamicina
Outros Ureia pecuária
Casca de soja
1
Alimentos proteicos – apresentarem valores de proteína bruta acima de 18 %.
2
Alimentos básicos – apresentam valores de proteína bruta abaixo de 18 %.
Fonte: Autores
Saponinas, estrógenos,
Reduzem a absorção de nutrientes, causando efeitos deletérios sobre as
fatores flatulentos e alérgicos
microvilosidades do intestino delgado de suínos.
(Glicinina e Conglicinina)
Aula 4 - Principais ingredientes utilizados na fabricação de rações para animais de produção 39 e-Tec Brasil
A contaminação e os defeitos do grão também influenciam na sua qualidade.
Excesso de cascas, partículas superaquecidas, areia, terra, talos e sementes
são considerados exemplos de contaminação (BUTOLO, 2010). Com base nos
defeitos dos grãos e limites aceitáveis de impurezas e matérias estranhas, a
soja é classificada de acordo com a Instrução Normativa nº 11, de 15 de
Instrução Normativa (IN) maio de 2007, na qual podem ser encontradas as definições do que vem a
Atos normativos expedidos ser grãos ardidos, brotados, chochos, quebrados e carunchados. A presença
por autoridades que visam
complementar ou regulamentar destes acaba por depreciar qualitativamente o grão.
leis, decretos ou portarias
sem, no entanto, transpor ou
modificar seu conteúdo. 4.3.2 Farelo de algodão
O farelo de algodão é uma das mais usuais fontes de proteína vegetal utilizadas
na alimentação de gado de leite e corte. O uso do algodão e seus subprodutos
resumem-se as áreas produtoras, tornando sua utilização economicamente
Para saber mais sobre a
inviável em região aonde não se tem o plantio e a colheita desta oleaginosa.
Instrução Normativa nº 11,
de maio de 2007, a respeito
do padrão de classificação O teor de fibra e a presença de gossipol, pigmento amarelo, polifenólico,
da soja, acesse: encontrado nas glândulas de óleo do caroço de algodão, são os fatores
http://www.agricultura.gov.br/
legislacao limitantes quanto à utilização desse ingrediente nas rações de animais
não ruminantes (BUTOLO, 2010, p. 113).
Nos suínos, “a intoxicação pelo gossipol pode causar esterilidade dos repro-
Para saber mais sobre o
algodão e do efeito do dutores, debilidade muscular, edema cardíaco e outros prejuízos econômicos
gossipol, acesse: decorrentes da queda do desempenho” (FIALHO, 2009, p. 145). “Nas aves,
http://sistemasdeproducao.
cnptia.embrapa.br/ pode ocorrer a descoloração da gema e do albúmen e aparecimento de
FontesHTML/Algodao/ manchas de sangue na gema” (BUTOLO, 2010, p. 113). Os touros são dez
AlgodaoAgriculturaFamiliar_2ed/
subproduto.html vezes mais susceptíveis que as vacas, pois podem apresentar redução súbita
4.3.4 Milho
“O milho é a principal fonte energética empregada nas rações produzidas no
Brasil” (FIALHO, 2009, p. 24). O grão de milho participa com mais de 60 %
do total nas rações. Apresenta alto valor nutritivo e conteúdo de carboidra-
tos, principalmente o amido, e é rico em caroteno e xantofila, que fornece a
provitamina A, responsável pela pigmentação amarela da pele dos frangos e
coloração da gema do ovo (BUTOLO, 2010).
Aula 4 - Principais ingredientes utilizados na fabricação de rações para animais de produção 41 e-Tec Brasil
Os principais contaminantes do milho são os fungos e as sementes de plantas
invasoras (principalmente o Fedegoso).
O FAI tem um alto teor de gordura, rico em ácidos graxos insaturados (ácidos
palmítico, linoleico e oleico), que são facilmente peroxidáveis (ramificáveis), o
que reduz o valor nutricional do alimento (vitaminas) e pode causar problemas
gastrointestinais nos animais. Assim, o emprego de antioxidantes, armazena-
gem adequada e período mínimo de estocagem são medidas que contribuem
para minimizar este problema (ANDRIGUETTO et al., 2002).
Aula 4 - Principais ingredientes utilizados na fabricação de rações para animais de produção 43 e-Tec Brasil
As plantas produzem vários compostos fenólicos, dentre os quais se destaca o
tanino condensado, que tem ação antinutricional, principalmente em animais
não ruminantes, devido a se complexar com as proteínas, o que vai afetar a
digestibilidade e modificar a palatabilidade. O tanino é responsável, metabo-
Para saber mais sobre a Portaria
licamente, pela inibição de algumas enzimas presentes no sistema digestivo,
nº 268/1984, a respeito do diminuindo, assim a absorção dos nutrientes através da parede intestinal
padrão de classificação do
sorgo, acesse: (FIALHO, 2009). Os parâmetros de impurezas e imperfeições do grão são
http://www.agricultura.gov.br/ observados na Portaria nº 268, de 22 de agosto de 1984, que dispõe sobre
legislacao
a classificação do sorgo.
O trigo apresenta teor de proteína mais elevado que o milho e teor de energia
em torno de 10 % inferior, e também possui teores menores de biotina dis-
ponível. O trigo contém em torno de 5 a 8 % de pentosanas. Os compostos
das pentosanas são os arabinoxilanos, que contribuem para o aumento da
viscosidade da digesta de aves, que não produzem quantidades suficientes de
enzimas xilanases para hidrolisá-las. Esses problemas podem ser contornados
limitando a quantidade de trigo na dieta, especialmente para aves jovens ou
utilizando-se de enzima exógena, a xilanase (BUTOLO, 2010).
enzima exógena
Refere-se às enzimas que são O trigo também contem inibidores de alfa-amilase, que são termolábeis e
fornecidas via ração, podendo
ou não ser produzida pelo podem ser destruídos durante o processo de peletização (BUTOLO, 2010).
organismo dos animais. A alfa
amilase salivar é um exemplo
de enzima endógena (que O farelo de trigo é incluído nas rações em pequenas porcentagens, geralmente
é produzida no organismo
dos animais) que pode ser como uma fonte de fibra.
fornecida de forma exógena.
A suplementada via ração nas
dietas visa melhorar a eficiência 4.3.8 Casca de soja
da degradação do amido. O valor energético metabolizável da casca de soja, para suínos, pode chegar
a 66 % do valor energético do milho (grão), porém com valor de fibra muito
acima (32,7 %) daquele proporcionado pelo milho (1,73 %) (ROSTAGNO et
Para saber mais sobre enzimas
al., 2011), sendo muito utilizada em dietas de fêmeas suínas em gestação,
exógenas utilizadas na para se alcançar um nível mais elevado de FB.
alimentação de aves, acesse:
http://periodicos.ufersa.edu.br/
revistas/index.php/acta/article/ Apesar do elevado teor de fibra, a digestibilidade da Fração em Detergente
view/485/241
Neutro (FDN) pode alcançar 95 % em bovinos, devido ao padrão de fermenta-
De maneira geral, o que mais limita o uso da FCO em rações de suínos e aves
é o alto conteúdo em cálcio e fósforo.
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níveis maiores que 1,5 % de fósforo, poderá se observar uma mobilização de
cálcio dos ossos (desmineralização), prejudicial para o animal (SOBESTIANSK;
BARCELLOS, 2007).
et al., 2011).
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Em geral, orienta-se a inclusão de 15 a 25 % e lactose em rações de leitões
até a primeira semana após o desmame, e de 10 a 15 % para leitões de duas
a três semanas após o desmame (VIEIRA et al., 2010).
4.5 Líquida
4.5.1 Melaço
O melaço é um subproduto da fabricação do açúcar da cana. Não contêm
mais do que 48 % de açúcares totais, e sua umidade excede a 27 %. É um
líquido xaroposo, de cor escura, de odor característico e agradável, utilizado
com a finalidade de melhorar a aceitabilidade de alimentos grosseiros e pouco
palatáveis (ANDRIGUETTO et al., 2002) como um saborizante nas rações de
suínos e bovinos e para melhorar a apetibilidade das forrageiras (verdes ou
secas) de qualidade inferior, e das palhas. Neste caso, é diluído em água morna
(preferencialmente), em proporções de 1:3 ou 1:4 e administrado em camada
sobre os alimentos (ANDRIGUETTO et al., 2002). Além da forma líquida, o
melaço também é encontrado na forma de pó, e este apresentada umidade
inferior a 7 %. O teor de proteína bruta dos melaços é baixo, variando de
2,44 a 3,66 % (ROSTAGNO et al., 2011).
Em média, o óleo de soja possui um teor de energia bruta 137 % maior que
o milho (ROSTAGNO et al., 2011).
Aula 4 - Principais ingredientes utilizados na fabricação de rações para animais de produção 49 e-Tec Brasil
A L-Lisina HCl é produzida por fermentação de matéria-prima de origem
agrícola, como o açúcar ou o xarope da cana-de-açúcar. Apresenta-se na
forma de cristais (pó) de coloração branca a amarelo claro, podendo ser
encontrada na forma de pó ou líquida com teores de 78 % e 24 % de lisina,
respectivamente.
Resumo
Os ingredientes e/ou matérias-primas de origem vegetal, particularmente grãos
e derivados, constituem a base da formulação de rações, no entanto, os alimen-
tos de origem animal como farinhas de carnes apresentam uma superioridade
nutricional a exemplo do fornecimento de proteínas de alto valor biológico.
Assim, além de conhecer os ingredientes de diferentes origens disponíveis
para formulação, é importante que o responsável analise sua composição
nutricional, fatores antinutricionais, limitações de uso e cuidados específicos
no armazenamento e manipulação a fim de se evitar perdas de qualidade.