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I.

«Descalça vai para a fonte»

RESPOSTAS
Educação literária
1. Leanor é uma jovem que vai à fonte buscar água. A personagem é descrita fisicamente, num
cenário campestre, e a sua roupa faz sobressair a sua beleza.
2. Leanor é uma jovem bela. A sua pele é branca («mãos de prata») e o cabelo louro. Podemos
intuir que Leanor é pura, serena e repleta de graciosidade.
3. A roupa e os adereços fazem sobressair a beleza e a graciosidade de Leanor.
Salientam o seu corpo e as suas formas («Cinta de fina escarlata» e «Descobre a
touca a garganta») e conferem cor ao retrato da jovem («Cabelos de ouro o trançado / Fita de
cor de encarnado»). O pote pode ser uma representação do corpo curvilíneo da jovem.
4. Tanto as mãos como a saia de Leanor são brancas, o que representa a pureza
da personagem (a pureza moral e a castidade).
4.1 O verso contém uma hipérbole. Dizer que a saia que Leanor usa quotidianamente está mais
branca do que a neve (exagero) é uma forma de intensificar a pureza da jovem.
5. A expressão é uma personificação. São atribuídas características humanas ao «mundo» (isto
é, a toda a natureza), que se deslumbra com a beleza de Leanor. Assim se enfatiza a beleza da
personagem.

II. «Endechas a Bárbara escrava»

RESPOSTAS
Educação literária
1. A palavra «cativa» significa que esta mulher é uma escrava. Já a forma «cativo» alude
ao facto de o eu poético se sentir preso e servidor desta mulher porque a ama. O senhor torna-
se assim aquele que serve.
2. O eu lírico «vive» na cativa, na medida em que nutre por ela um sentimento amoroso que
dá sentido à sua vida. Porém, ela «já não quer que viva» porque, pelo facto de não
corresponder a esse sentimento, o deixa «morrer de amor», isto é, deixa o sujeito lírico
emocionalmente destroçado.
3. A cativa é uma mulher bela e graciosa, de pele negra, cabelos pretos, olhos pretos e meigos e
com um rosto fora do comum («rosto singular»).
3.1 A beleza desta figura feminina contrasta com o modelo da mulher da época de Camões. No
Renascimento, o padrão estético correspondia a uma mulher de tez clara, olhos claros e cabelos
louros. Bárbora é negra, como negros são os seus olhos e cabelos. No entanto, o eu poético
sabe apreciar a beleza desta mulher.
4. A amada do sujeito é uma mulher doce e terna («doce a figura»), que transmite
tranquilidade. É alegre mas serena e ponderada («leda mansidão» e «que o siso acompanha»).
Trata-se de uma mulher com um encanto próprio, que se exterioriza no comportamento («graça
viva»).
5.
5.1 Neste excerto, o eu lírico afirma que os olhos de Bárbora são tão graciosos que
transformam a personagem, que é uma escrava, em senhora daquele que, de facto,
serve (o eu poético).
5.2. Estes versos significam que os cabelos negros de Bárbora são tão belos, que
conseguem fazer com que outro tipo de beleza seja valorizada, para além do padrão de beleza
da época, que privilegiava os cabelos louros.
6. O trocadilho assenta na palavra «bárbara», que se refere, por um lado, ao nome da
«cativa», e que, por outro lado, significa «selvagem» e até «cruel». Ora, Bárbora
não corresponde a esse epíteto: embora seja «estranha», diferente, não é selvagem e cruel.
7. Estes versos contêm uma hipérbole: a tranquilidade de Bárbora é tal que a sua presença
consegue apaziguar uma tempestade. Desta forma se sublinha a imensa serenidade da
personagem. (Há também uma antítese.)
8.
8.1
a) Instrumento utilizado para abrir variados tipos de fechadura; explicação ou fórmula de
resolução de um problema.
b) Astro que tem luz e calor próprios; ator ou atriz célebre.
c) Assento; instituição financeira que executa operações que podem envolver dinheiro, títulos ou
valores.
d) Parte inferior de um corpo; sopé de um monte.
9.
9.1
a) Amada, paixão, desejo, coração, beijar.
b) Senhor, amo, cativo, trabalho, escravo, maltratar.
c) Humanismo, Classicismo, Descobertas, saber, italiano.

III. «Sete anos de pastor Jacob servia»

RESPOSTAS
Antes de ler
1. O episódio que envolve as quatro figuras encontra-se no livro do Génesis do
Antigo Testamento. Jacob é filho de Isaac e neto do patriarca Abraão. Teve duas
mulheres, Raquel e Lia (ou Lea) e uma prole de doze filhos. Labão era tio e sogro de Jacob, que
para ele trabalhou durante catorze anos para poder desposar a sua filha Raquel.
Educação literária
1.
1.1 Neste poema narra-se a história do pastor Jacob, que, enamorado de Raquel, servia
(trabalhava para) o pai desta, Labão, na esperança de que ele lha concedesse em casamento.
No entanto, ao cabo de sete anos de serviço, Labão deu a Jacob a mão de Lia e não a
de Raquel. O pastor decide, então, trabalhar outros sete anos para alcançar o seu objetivo:
casar com Raquel.
2. A forma verbal «servia» ocorre em duas aceções diferentes: Jacob «servia» Labão, ou seja,
trabalhava para ele como pastor; mas também «servia» Raquel, no sentido em que lhe era
dedicado no amor: o sentimento amoroso fazia de Jacob «servo».
3. As formas verbais «servia», «pretendia», «passava» e «dava» encontram-se no pretérito
imperfeito do indicativo, e «contentando-se», «usando», «vendo» e «dizendo», no gerúndio.
3.1 Ambas as formas verbais dão conta do passar do tempo e de ações continuadas; desta
forma se representa a persistência e a perseverança de Jacob.
4. Jacob vivia cada dia na expectativa do dia em que Labão lhe desse Raquel em casamento.
Enquanto esse dia não chegava, limitava-se a olhá-la, o que, para ele, era só por si gratificante.
5.
5.1 Labão engana Jacob porque, findos os sete anos de trabalho acordados, o pastor recebe
por esposa não Raquel, mas Lia, irmã desta. Jacob propõe-se servir mais sete anos, de modo a
poder casar com Raquel.
6. Aliteração. A repetição deste som contribui para dar ritmo ao poema mas também para
aproximar e dar ênfase às palavras «servir», «sete», «servira».
6.1 Encontramos aqui uma antítese, que sublinha a ideia de que a vida é demasiado curta para
poder abarcar um tão grande amor como o que Jacob sentia por Raquel.
7. Identifique o tema e o assunto do soneto.
7.1 Tendo em conta o terceto final do poema, explique a função que o episódio relatado neste
poema tem numa composição que se inscreve no modo lírico.

IV. «Um mover d'olhos, brando e piadoso»

RESPOSTAS
Antes de ler
1. Cenário de resposta: felicidade, serenidade; tristeza, crispação.
2. Resposta livre.
3. O facto de o sorriso da figura retratada ser profundamente enigmático, podendo suscitar
diferentes interpretações.

Educação literária
1.
1.1 O olhar desta figura feminina é suave e compreensivo; o riso, suave e ambíguo (é
descrito como «honesto», mas, simultaneamente, como «quase forçado»); e o rosto, doce e
humilde. Além disso, a personagem tem também um aspeto sereno. Estes traços físicos
remetem-nos para características psicológicas: a personagem é doce, piedosa e
modesta, sendo, no entanto, investida de alguma ambiguidade, na medida em que parece
assumir uma pose convencional.
1.2 O facto de o «mover d'olhos» ser feito «sem ver de quê» pode apontar para uma atitude de
sedução estudada, que iria no mesmo sentido do «riso» aparentemente «honesto», mas, na
realidade, quase forçado. Assim, esta figura feminina, embora de forma muito contida, parece
assumir uma atitude sedutora.
2. «Um despejo quieto e vergonhoso», «um encolhido ousar».
2.1 Antítese. O seu objetivo é mostrar a ambiguidade que marca a figura feminina, que,
através da pose que assume, procura conter a ousadia e desenvoltura que a caracterizam,
transmitindo uma imagem de timidez e recato.
3. Cenário de resposta: Como foi anteriormente referido (cf. questão 1.1), a personagem é doce,
piedosa e modesta. É também pura e bondosa. No entanto, a imagem que pretende transmitir é
algo construída, sendo caracterizada por uma intensa contenção. Com efeito, apesar do seu
sorriso e da sua aparente serenidade, a verdade é que esta figura evidencia uma desenvoltura
que é reprimida, bem como uma profunda tristeza e dor, que se associam mesmo a algum
receio.
4.
4.1 Na estrofe final, diz-se que as qualidades e a beleza desta figura feminina levaram
o eu poético a apaixonar-se por ela.
4.2 Cenário de resposta: As expressões «celeste formosura» e «Circe» contrastam entre si, na
medida em que a primeira nos remete para uma figura idealizada, que está associada ao
ideal de pureza, recato e modéstia feminina da época, enquanto a segunda aponta para a
capacidade de sedução da figura feminina descrita, possivelmente associada não só aos seus
gestos estudados, mas também à própria ousadia que procura reprimir.
4.3 Metáfora. O objetivo é mostrar que, apesar da sua pose de recato, a figura feminina exerce
uma poderosa sedução sobre o sujeito poético.
5. Tal como Mona Lisa, também a figura feminina do poema é marcada por uma
profunda ambiguidade, sendo complexo identificar os seus verdadeiros sentimentos.
6.
6.1 b);
6.2 b);
6.3 a);
6.4 c).
7.
7.1 óculo(s).
7.2 Olhos entrou por via popular; óculo(s), pela via erudita.
7.3 Fenómeno de evolução divergente (palavras divergentes).

V. «Alma minha gentil, que te partiste»

RESPOSTAS
Antes de ler
1. A saudade é um sentimento melancólico desencadeado pela dor da ausência de alguém
querido ou do afastamento de um lugar.
2. Uma prece é um pedido que se faz a alguém de forma suplicante.

Educação literária
1. A situação trágica é a morte da mulher amada pelo sujeito poético. Este formula o voto de que
ela descanse em paz no reino de Deus.
1.1 A situação torna-se mais trágica porque a mulher era jovem, tendo morrido
prematuramente e, ainda mais, porque o eu a amava.
1.2 Apóstrofe: o eu dirige-se à amada, procurando suavizar a dor da sua perda ao falar com ela.
2. Na segunda estrofe, o sujeito poético pede à sua amada que, se no Céu lhe é
permitido conservar a recordação da sua vida na Terra, não se esqueça do intensoamor que ele
sente por ela.
3. No terceto final, o sujeito poético pede à amada que interceda junto de Deus para que encurte
a sua vida, de modo a que possam reencontrar-se no Céu o mais cedo possível.
3.1 Paralelismo sintático, lexical e semântico: as duas orações apresentam construções
frásicas com sentidos equivalentes e palavras repetidas («cedo» e «te»), de forma a veicular o
desejo de que o destino da amada seja em breve o destino do sujeito poético — o
paralelismo vem associar os dois percursos de vida.
4. Cenário de resposta: Um eufemismo encontra-se no primeiro verso («partiste») e outro, na
expressão «teus anos encurtou» (v. 12). Ambas os termos são formas de aludir de um modo
mais suave à dolorosa realidade da morte da amada.
5.
5.1 Porque o eu poético expõe o seu intenso sofrimento pela morte da amada, de modo a
tentar convencê-la a suplicar a Deus que solucione o seu problema.
6.
a) Vocativo.
b) Modificador do grupo verbal.
c) Complemento oblíquo.
d) Complemento direto.
e) Complemento direto.
7.
a) Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
b) Oração coordenada copulativa.
c) Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
d) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.

VI. «Amor é um fogo que arde sem se ver»

RESPOSTAS
Antes de ler
1. O tema deste poema é o amor, o assunto são as contradições inerentes a este sentimento.
2. Nas duas quadras e no primeiro terceto, cada verso corresponde a uma tentativa de definir o
amor. As definições têm um carácter metafórico e são marcadas por uma dimensão paradoxal.
2.1 Oxímoro. O seu objetivo é dar conta da natureza contraditória do amor.
2.2 Anáfora. A repetição de «é» em início de verso traduz a ideia de que o eu lírico procura
definir um conceito, mas, ao mesmo tempo, sugere a dificuldade que tal tarefa acarreta, pois o
sujeito poético vê-se forçado a empreender várias tentativas.
Educação literária
1. O tema deste poema é o amor, o assunto são as contradições inerentes a este sentimento.
2. Nas duas quadras e no primeiro terceto, cada verso corresponde a uma tentativa de definir o
amor. As definições têm um carácter metafórico e são marcadas por uma dimensão paradoxal.
2.1 Oxímoro. O seu objetivo é dar conta da natureza contraditória do amor.
2.2 Anáfora. A repetição de «é» em início de verso traduz a ideia de que o eulírico procura
definir um conceito, mas, ao mesmo tempo, sugere a dificuldade que tal tarefa acarreta, pois o
sujeito poético vê-se forçado a empreender várias tentativas.
3. Cenário de resposta: Tendo em conta que, de acordo com Maria Vitalina Leal de Matos, na
lírica camoniana, o objeto último do amor é o próprio amor, é possível considerar que o
verso procura transmitir esta ideia. O amor é visto como «um não querer mais que bem querer»,
na medida em que, se o amor não se concretizar, a insatisfação mantém-se, perpetuando o
sentimento. Em contrapartida, a concretização do desejo pode levar a uma diminuição da
intensidade do sentimento amoroso, ou mesmo à sua extinção.
4. Neste verso, é feita referência à morte de amor, topos já presente na líricatrovadoresca.
Aquele que ama sente, de forma paradoxal, lealdade pelo objeto do seu amor, apesar de este o
fazer sofrer.
5.
5.1 O eu poético pergunta como pode o ser humano aceitar de bom grado o amor, se sabe
que experimentará as contradições e as tensões violentas deste sentimento poderoso.
5.2 A interrogação retórica mostra a incapacidade, por parte do eu poético, de compreender o
facto de o Homem se entregar a um sentimento paradoxal como o amor.
6. Cenário de resposta: Amor — intensidade; sofrimento; insatisfação; loucura; dor;
contradição; solidão; submissão; lealdade…
7.
(a)-(2);
(b)-(5);
(c)-(6);
(d)-(1);
(e)-(3);
(f)-(4).
I. «Esparsa sua ao desconcerto do mundo»

RESPOSTAS
Educação literária
1. Os indivíduos honestos e justos («Os bons») têm dificuldade em ser bem-
-sucedidos na vida, porque o seu código ético os impede de alcançar o que desejam de forma
ilícita.
2. Metáfora. O sucesso dos desonestos e egoístas («Os maus») é comparado ao ato de nadar
«num mar de contentamentos». Desta forma se representa como a vida é fácil para os que têm
comportamentos e práticas condenáveis.
3. O eu afirma que, não havendo justiça nem ordem neste mundo, decidiu assumir uma conduta
de vida que não se guiava pelas regras de ética vigentes. Contudo, não teve a vida próspera que
esperava vir a ter e foi castigado.
4. Num mundo onde a desordem impera, o eu lírico parece ser o único indivíduo para quem as
leis da justiça e da punição atuam. Ele assume que teve uma conduta condenável; no entanto,
ao contrário dos outros «maus», foi castigado.
5. O estado de espírito do eu lírico é de desânimo e frustração. O tom é melancólico e de
alguma revolta.
5.1 O desânimo e a frustração traduzem o sentimento de impotência do eulírico face à
desordem em que a sociedade se encontra.
6. O tema é o desconcerto porque na vida do eu poético e na sociedade não há
acerto entre o que se faz e a retribuição que se tem.
7.
7.1 O poema é constituído por dez versos de sete sílabas métricas (redondilha maior). O
esquema rimático é abaabcddcd: rima emparelhada e interpolada.

II. «Perdigão perdeu a pena»

RESPOSTAS
Antes de ler
2. Ícaro, filho de Dédalo, voou com umas asas de cera e penas que o seu pai construiu. Durante
o voo, o jovem, fascinado com o Sol, aproximou-se demasiado do astro. A cera das asas
derreteu, Ícaro precipitou-se sobre a Terra e morreu. Por seu lado, Faetonte era filho de Hélios, o
titã que representava o Sol. Diariamente, Hélios conduzia a carruagem do Sol, fazendo-o
atravessar os céus até, ao fim do dia, desaparecer no horizonte. Um dia, Faetonte quis conduzir
a carruagem solar no lugar do pai. Como jovem inexperiente, não soube controlar o veículo e
quase incendiou a Terra. Zeus fulminou-o com um raio para prevenir um dano maior.
2.1 Os mitos representam as consequências danosas ou mesmo trágicas da ambição
desmedida.
RESPOSTAS
Educação literária
1. O tema central do poema é a ambição. O perdigão quis voar mais alto do que as
suas capacidades permitiam — impulso que representa a ambição desmedida.
2. Estes versos expressam o objetivo a que o perdigão se propôs: a ave pretendia voar até um
lugar alto, onde não conseguia chegar. Por não ter capacidade para o fazer, acaba por cair. O
seu «pensamento» (vontade, ambição) voou mais alto do que ele.
2.1 Este episódio representa as consequências negativas que advêm da ambição desmedida.
3. O trocadilho assenta na palavra «pena». A palavra tanto se refere ao revestimento das asas
da ave, como significa «sofrimento». Faltaram ao perdigão as penas («perde a pena») porque
este não alcançou o seu objetivo; assim, ficou o sofrimento («pena do tormento»).
4. A «alta torre» poderá representar os objetivos demasiado ambiciosos que as pessoas por
vezes se propõem atingir.
5. Literalmente, a expressão significa que a ave perdeu as asas e, metaforicamente, que se
encontra desprovida das condições necessárias para atingir a sua meta.
6. A ave morre de sofrimento.
6.1 Estes dois versos significam que o perdigão sofrerá ainda mais se se lamentar da sua má
sorte. Talvez isto sucedesse porque seria criticado por aqueles a quem exporia os seus lamentos
ou pelo facto de as suas queixas o levarem a sofrer duplamente pelo infortúnio.
7. O verso final de ambas as estrofes mostra que o mal decorrente do fracasso da façanha do
perdigão é inevitável. Dá também conta do facto de que, quando a situação é desfavorável, toda
a adversidade parece desabar sobre nós.
8. O poema tem um mote (um dístico) e duas voltas (duas setilhas ou sétimas). Metricamente,
temos versos em redondilha maior (sete sílabas métricas) e as voltas
apresentam rima interpolada e emparelhada, tendo o seguinte esquema rimático:
abbaacc/deeddcc.
9.
a) Oração subordinada adjetiva relativa restritiva.
b) Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
c) Oração coordenada adversativa.
d) Oração subordinada adverbial condicional.

III. «O dia em que eu nasci, moura e pereça»

RESPOSTAS
Antes de ler
1. Uma maldição é um voto que se expressa no sentido de se desejar mal
a alguém (ou a uma coisa). As pessoas amaldiçoam quem as prejudica e quem as magoa.
2. Uma pessoa egocêntrica é aquela que se preocupa exclusiva ou predominantemente consigo
própria e com os seus interesses.
2.1 Um egocêntrico revela pouco respeito e pouca consideração pelas outras pessoas.
Preocupa-se pouco com os problemas ou com os sentimentos dos outros.
RESPOSTAS
Educação literária
1.
1.1 O eu poético expressa o desejo de que o dia em que veio ao mundo deixe de existir e que,
caso tal não suceda, o sol desapareça e se multipliquem sobre a terra sinais de cataclismo:
nasçam monstros, chova sangue e a mãe não «conheça» o próprio filho.
2. O eu lírico está desiludido, extremamente revoltado e desesperado: «O dia em que eu nasci,
moura e pereça, / Não o queira jamais o tempo dar».
3. O tom utilizado pelo sujeito poético é de ira, furor e exaltação. Desta forma se traduz o seu
estado de espírito de revolta e desespero.
4. A figura de estilo é o hipérbato: a alteração da ordem natural das palavras (que seria o sol
padeça eclipse nesse passo) dá conta, em termos sintáticos, da alteração da ordem dos
elementos (do caos) neste cenário assombroso.
5. As outras pessoas ficariam surpreendidas e assombradas, receando que o mundo estivesse
prestes a acabar.
6. O sujeito poético amaldiçoa veementemente o dia em que nasceu porque foi ele o
responsável por trazer ao mundo o mais desgraçado e infeliz dos seres humanos: o próprio
sujeito poético.
6.1 O eu lírico concebe-se como uma pessoa especial, mas infeliz. O seuegocentrismo (a
hipertrofia do eu) traduz-se no facto de ele achar que pode impor ao mundo e aos outros a
grandeza da sua tragédia pessoal, arrastando-os para um cenário imaginário de cataclismo.
7. Este poema liga-se ao tema do destino porque o sujeito lírico insinua que é vítima da
conspiração do destino, que o persegue desde o dia do nascimento.
8.
a) Sujeito simples;
b) Vocativo;
c) Complemento oblíquo.
9.
a) Oração subordinada adverbial condicional;
b) Oração subordinada substantiva completiva.

IV. «Erros meus, má fortuna, amor ardente»

RESPOSTAS
Antes de ler
1. Segundo a tradição, o destino é uma força metafísica que determina o percurso de vida dos
seres humanos e todas as circunstâncias da vida terrena.

RESPOSTAS
Educação literária
1. O eu poético afirma que o facto de o seu percurso de vida ter sido mal sucedido se deve a
uma conspiração que os erros que cometeu, o destino e o amor inflamado montaram contra si.
1.1 Ao atribuir vontade e comportamentos humanos aos erros, ao destino e ao amor,
o eu poético está, de alguma maneira, a culpar outras entidades pela sua vida infeliz. Por outro
lado, o facto de duas entidades tão importantes como o destino e o amor conjurarem contra ele,
dá-lhe um estatuto excecional entre os homens.
2. Seria desnecessário os erros e o destino terem tomado parte nessa conspiração porque o
amor (o modo como o viveu) era suficiente para trazer infelicidade ou ruína à sua vida.
3. O estado de espírito do eu poético é de tristeza e revolta, tendo em conta que, nesta análise
que faz da sua vida, constata que teve um percurso infeliz e marcado pela desilusão, em que
cometeu muitos erros e enfrentou poderosas forças adversas, o amor e o destino: «Tudo passei;
mas tenho tão presente / A grande dor das cousas, que passaram».
4. O tom é confessional e melancólico mas também de ira. Este tom adequa-se a um poema em
que se faz a análise de uma vida marcada pela infelicidade e traduz a revolta do eu poético face
ao sucedido.
5.
5.1 A infelicidade do eu poético surge como resultado de sucessivos erros. Mas para ela
contribuíram também as punições que o destino lhe atribuiu. A responsabilidade é partilhada
entre si e forças alheias, de quem ele foi vítima.
5.2 As experiências amorosas que o eu teve foram breves ilusões e nunca foram a verdadeira
vivência do amor.
5.3 O eu poético, num ato de desespero, formula o desejo de ver alguém puni-lo
ainda mais por toda a culpa que teve. Trata-se de mais um momento de excessivo
egocentrismo (de hipertrofia do eu).
I. «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades»

RESPOSTAS
Antes de ler
2. Nos últimos cinquenta anos, Portugal desenvolveu-se bastante do ponto de vista tecnológico.
O modo de vida das populações transformou-se: a vida nas cidades é mais agitada e exigente.
Socialmente, a mulher ganhou novos direitos e aproximou-se da posição dominante do
homem. Politicamente, o País saiu de uma
ditadura e tornou-se uma democracia: os cidadãos dispõem hoje de liberdade. O sistema
económico do País converteu-se numa economia de mercado, dominada pelo capitalismo e que
encoraja o consumo.
RESPOSTAS
Educação literária
1. O tema do poema é a mudança: o mundo encontra-se em permanente mutação, e o próprio
eu poético também é vítima deste processo.
2. Numa primeira parte, correspondente à primeira quadra, o eu poético constata o fenómeno de
o mundo sofrer permanente mutação. Numa segunda parte, que engloba as estrofes dois e
três, apontam-se causas, manifestações (as mudanças na natureza e na vida das pessoas) e
consequências desse processo (o sofrimento). Na terceira parte, o segundo terceto, conclui-
se que o próprio processo de mudança se alterou, pois a mudança não se realiza agora como no
passado.
3. Esta repetição contribui para enfatizar as múltiplas e sucessivas mutações
a que o mundo está sujeito.
4. A mudança na vida do Homem é perspetivada de forma profundamente pessimista. As
novidades que continuamente surgem são «diferentes em tudo da esperança», isto é, não
correspondem às nossas expectativas, contribuindo para
o nosso desencanto em relação ao futuro («muda-se a confiança»). Assim, a existência
humana é vista como um percurso em que o sofrimento se sobrepõe à felicidade: «do mal ficam
as mágoas na lembrança / e do bem (se algum houve), as saudades» (vv. 7-8).
5. Cenário de resposta: A mudança na natureza segue um sentido positivo: a primavera surge
após o inverno. Em contrapartida, no eu lírico, assume uma expressão negativa: o «doce
canto», passível de ser associado à juventude e às esperanças que lhe estão
associadas (simbolicamente ligada à primavera), dá lugar ao «choro», isto é, à
decetividade característica de um processo de envelhecimento associado ao desencanto.
5.1 Hipérbato. A alteração da ordem das palavras coloca em destaque o efeito do processo de
mudança no eu poético.
6. Cenário de resposta: Dado que tudo está em permanente mudança, seria de esperar que as
alterações na vida do sujeito poético também fossem cíclicas, à semelhança do que sucede na
natureza — e que, portanto, lhe fosse permitido recuperar a esperança e alegria dos bons
momentos. No entanto, tal não sucede, o que vem confirmar a ideia avançada na segunda
estrofe, de que as alterações na vida do Homem têm um sentido negativo.
I. «Eu cantei já, e agora vou chorando»

RESPOSTAS
Educação literária
1. Na primeira estrofe, é estabelecida uma oposição entre o passado — época em que o sujeito
poético cantava cheio de esperanças no futuro — e o presente «triste» — tempo em que se
apercebe de que as suas expectativas não passaram de ilusões, e em que, por isso, chora os
sonhos que teve outrora.
2. «Parece que no canto já passado / Se estavam minhas lágrimas criando» e «Cantava, mas já
era ao som dos ferros».
3. O presente veio afetar a visão que o sujeito poético tem do passado porque, pela sua
decetividade, o leva a idealizar o tempo anteriormente vivido: «É tão triste este meu presente
estado, / Que o passado por ledo estou julgando.» Com efeito, embora tenha consciência de
que as esperanças que alimentou no passado não passaram de ilusões, sente nostalgia de uma
época em que ainda sonhava com um futuro feliz.
4. O sujeito poético afirma que o fizeram cantar «manhosamente», porque todas as
esperanças que alimentou acabaram por ser malogradas. Acrescenta ainda que a matéria dos
seus versos não era a felicidade presente (isto é, os «contentamentos»), mas a esperança de
felicidade futura (as «confianças»).
5. Cenário de resposta: Metáfora («ao som dos ferros»). Esta figura de estilo tem o objetivo de
mostrar que o sofrimento que marca o sujeito poético no presente estava já subjacente ao seu
canto no passado. Os ferros podem estar associados tanto a armas ou instrumentos de
tortura (que infligem dor), como a meios de aprisionamento (mostrando que é impossível ao eu
fugir ao tormento que já lhe estava destinado).
6. De acordo com o sujeito poético, o elemento culpado pela situação presente é a injustiça da
Fortuna (isto é, do destino): «Mas eu que culpa ponho às esperanças, / Onde a Fortuna injusta é
mais que os erros?».

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