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A ESCRITURA E O

CONHECIMENTO

NATANAEL BENVINDO
MÓDULO: BÍBLIOLOGIA
MIAMI INTERNATIONAL SEMINARY (MINTS)
SUMÁRIO

A ESCRITURA, A RAZÃO E O ESPÍRITO ANTI-INTELECTUAL .........PÁG. 03


PESSOAS QUE CONHECEM ........................................................ PÁG. 04
SE FOR BÍBLICO É VERDADEIRO................................................. PÁG. 07
LEI DA NÃO-CONTRADIÇÃO ...................................................... PÁG. 08
BATALHANDO DILIGENTEMENTE .............................................. PÁG. 09
CONCLUSÃO.............................................................................. .PÁG. 12

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A ESCRITURA, A RAZÃO E O ESPÍRITO ANTI-INTELECTUAL
“Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para
responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em
vós” 1ª Pedro 3:15

Estamos vivendo em tempos onde o relativismo impera, infelizmente, não precisamos ir


muito longe para atestar essa realidade. Dentro do cristianismo moderno, esse pensamento tem o
seu lugar garantido. “Cada um tem sua verdade” Esse é o slogan! Na realidade, não demora
muito para que percebamos que tal pensamento não passa de um refúgio de pessoas irracionais e
que certamente não conhecem aquele que Diz: “Eu sou a verdade” João 14:6.

Vemos cristãos que não santificam os seus corações ao Senhor Deus, antes, estão prontos
para tagarelar asneiras quando são questionados sobre a razão da esperança que neles habita. É
sabido que um espirito anti-intelectual está por trás disso tudo. O não saber é cultuado por uma
geração perversa. São pessoas que não questionam o que elas estão defendendo e o “eu acho” é
justificação para seu pensar, viver e agir. São rasas em seus pensamentos. Esse mesmo espirito
anti-intelectual, também apela para o famoso “É mistério!” ou “A letra mata!”. Dentro desse
meio, a espiritualidade é definida por: “Irracional, portanto espiritual!” Isso fica claro, pois
muitos dos que buscam conhecimento, são rotulados de “crentes carnais”. Todavia contra esse
sistema de pensamento diabólico a bíblia nos ensina: “... estai sempre preparados para
responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a RAZÃO da esperança que há em
vós”.

A Escritura nos chama a expormos, de uma forma clara e inequívoca, sobre a RAZÃO da
esperança que habita em nós. Algumas pessoas pensam que razão é ciência, mas isso não passa
de um pensamento deturpado a cerca do real significado para definir o que é “Razão”. Por isso
vemos esse tipo de aversão à “Razão”, mas a Escritura expressamente nos pede para expormos a
“Razão” da esperança que habita em nós. Uma proposta clara e justificada pela Escritura: Use a
razão!

Podemos utilizar a definição para "razão" que diz: "o poder de compreender, inferir ou
pensar, especialmente em formas racionais sistemáticas.". Ou seja, ter razão é pensar com
validade lógica.

Pense comigo, quando alguém diz: “Não preciso de razão para ter fé” isso já é uma razão para
não ter razão para ter fé. O indivíduo crê que não precisa de razão, mas se utiliza da razão para
justificar o “não preciso de razão” afirmando o Fideísmo. ¹. Mas Sabemos que tal modo de
pensar é insustentável.

Como diz o Norman Geisler:

“Se alguém não tem razão para não usar a razão, então essa posição é indefensável. Não há
razão para que se aceite o fideísmo”.

Dessa perspectiva, não há nada errado em identificar a revelação com a razão de nossa fé.
Isto é, a revelação é razão com conteúdo verdadeiro auto justificável. Não adotemos algumas
posições desse meio, tais como “A letra mata”, “Cada um tem sua verdade”, “fé contra razão”,
“fé e razão” ou “fé acima da razão” isso é de uma tolice inigualável, assim por diante
tomaremos a posição de que a fé é razão com conteúdo Bíblico, a “Razão” que a Escritura está
pedindo para darmos é a “Razão” com conteúdo do que é verdadeiro é a forma racional e
sistemática que deduzimos logicamente o que é verdadeiro ao analisarmos suas premissas e
desse modo anuncia-la com coerência, não apelando para relativismo ou achismos diabólicos,
Mas “sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a
razão da esperança que há em vós” em tudo dando glorias ao nosso Deus.

Nota: 1 - Fideísmo (do latim fides, fé) é uma doutrina religiosa que prega que as verdades metafísicas,
morais e religiosas, como a existência de Deus, a justiça divina após a morte e a imortalidade, são
inalcançáveis através da razão, e só serão compreendidas por intermédio da fé.
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PESSOAS QUE CONHECEM

E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32

Podemos conhecer alguma coisa?

Em primeiro lugar, devemos rejeitar a proposta “nenhum conhecimento é possível”, porque


ela é auto-contraditória. Quando um indivíduo assume tal proposta de que “nenhum
conhecimento é possível” dizemos em um sentido filosófico que ele é "cético" refere-se àquele
que mantém que "nenhum conhecimento é possível... ou que não há evidência suficiente ou
adequada para dizer que qualquer conhecimento é possível". Ambas as expressões de ceticismo
são auto-contraditórias -- um reivindica saber que não pode saber nada, e o outro reivindica
saber que há evidência inadequada para saber alguma coisa. Se uma pessoa reivindica que
ninguém pode saber se alguém pode saber alguma coisa, então ela já está reivindicando saber
que ninguém pode saber se alguém pode saber alguma coisa, e assim, contradiz a si mesma. O
ceticismo total é auto-contraditório, e assim indefensável. Isso significa que devemos utilizar
um primeiro princípio adequado visando garantir a possibilidade do conhecimento.

Heráclito de Éfeso (530-470 a.C.) argumentou que: “se a natureza está constantemente
mudando. Sua famosa ilustração contende que um homem não pode parar no mesmo rio duas
vezes, visto que a água e o leito do rio estão constantemente se movendo e mudando. Em
adição, o próprio homem está constantemente mudando também, de forma que quando ele
parar num rio pela segunda vez, ele já será diferente do homem que era quando parou no rio
pela primeira vez. Mas se tudo muda constantemente, então nada realmente "existe” . Imagine
que um escultor trabalhe uma peça de barro numa aparência de um cachorro, mas antes de
você dizer o seu nome ou até mesmo decidir o que está em sua mente, o objeto muda num carro,
então num edifício, e então num pote. De fato, a aparência do objeto muda constantemente de
forma que nunca há alguma coisa definida e reconhecível em qualquer ponto no tempo. Se isso
é verdade, então você ainda pode pelo menos chamá-lo de barro; contudo, e se a substância do
objeto também mudar constantemente? O barro muda em bronze, então em ferro, então em
gelo, e então em ouro. Ele muda constantemente de forma que não é nenhuma substância
definida em qualquer ponto no tempo. Isto é, o objeto não é nenhuma "coisa" em nenhum ponto
no tempo. Mas se algo não é alguma coisa, então ele é nada, e se é nada, então não pode ser
conhecido. Portanto, o conhecimento depende da imutabilidade.”

Assim, Heráclito disse que há um logos, uma lei ou princípio, que não muda. Ele é "um agente
racional e bom, cuja atividade parece como a ordem da Natureza". Sem isso tudo seria um caos,
e a natureza seria ininteligível.

A Escritura ensina que o homem nasce com um conhecimento inato de Deus, de forma que
aparte de qualquer experiência, o homem sabe algo sobre Deus e algo sobre o código moral que
Deus impôs sobre toda a humanidade.

“19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes
manifestou. 20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também
a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo
percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração
insensato..” Romanos:1:19-21

Paulo Anglada destaca em seu livro Sola Scriptura:

“Deus se revela por meio das obras que foram criadas e da própria consciência do homem, na
qual está impregnado um padrão moral, ainda que imperfeito por causa da queda.
Biblicamente falando, o universo físico é uma pregação. O cosmo proclama os atributos de
Deus. O macrocosmo (as estrelas, os planetas, os satélites, com sua imensidão, grandeza e
leis), o cosmo (a terra, os mares, as montanhas, os vegetais, os animais, o homem), e o
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microcosmo (os micro-organismos, a constituição dos elementos, etc.) revelam muitas verdades
a respeito da pessoa e da obra de Deus. O Autor de tal obra tem de ser infinitamente sábio e
poderoso. O próprio ser humano, como criatura de Deus, independentemente do aprendizado,
já nasce com uma consciência, uma versão da lei de Deus impregnada no seu ser que o habilita
a discernir entre o bem e o mal, e com um instinto que o induz à adoração da divindade. Este é
o ensino bíblico do Antigo e do Novo Testamento”

Paulo Anglada diz: “um instinto que o induz à adoração” instinto quer dizer: impulso natural,
independente da razão, que faz o indivíduo agir com uma finalidade específica. Penso que essa
definição não cabe para a proposta apresentada em Romanos:1

Uma criança já é nascida com uma mente que conhece, visto que ela “entende”.

Por exemplo: Um pai pode tentar ensinar seu filho o que a palavra "chupeta" significa
apontando para uma chupeta. Antes de tudo, sobre a base do “Nascemos com uma mente branca
e não possuímos um sistema lógico capaz de deduzir”, a criança não pode nem mesmo ver ou
conhecer o pai, a chupeta e o ato de apontar, visto que ela não saberia interpretar nada do que
está acontecendo, mas nós ignoraremos isso por ora. A criança ainda deve fazer uma inferência
(não sei como isso aconteceria) a partir do ato de apontar do pai. Se o pai tenta ensinar ao seu
filho o significado da palavra "chupeta" apontado para uma chupeta, então, para a criança, a
palavra "chupeta" pode significar o ato de apontar, o dedo usado para apontar, a cor da chupeta,
qualquer parte da chupeta, a chupeta juntamente com a paisagem de fundo, qualquer objeto
maior, o significado de "ali" ou "deixa pra lá", e um número infinito de outros significados
possíveis. O ponto é que o ato de apontar para uma chupeta não produz a inferência necessária
de que "chupeta" signifique o que queremos dizer pela palavra.

Essa questão de nascer com uma mente lógica é proposta pela Escritura:

Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os
criou. Gênesis: 1:27

Quando Deus criou o homem à sua própria imagem. Essa imagem consiste não em seu corpo
ou um “espírito” anti-intelectual, como o termo é frequentemente usado de forma errônea, como
já vimos; antes, a imagem de Deus refere-se à nossa mente racional, que é muito limitada
comparada à mente de Deus, mas é, todavia, similarmente estruturada. Isso não somente separa
o homem dos animais, mas faz também possível a comunicação verbal significante e até mesmo
extensiva entre Deus e o homem. Isso nos torna diferentes dos animais. Um cachorro, por
exemplo, não pode entender os Dez Mandamentos.

A Escritura nos afirma: “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra
era Deus”. João 1:1

A “Palavra” no grego é Logos. Que pode ser traduzida também como Lógica ou Razão.

“Há um Logos, Razão, Palavra, uma lei ou princípio, que não muda. Sem Ele isso tudo seria
um caos, e a natureza seria ininteligível”.

“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito”
João 1:3

Visto que a “Razão” (Palavra, Sabedoria, Lógica) é eterna e precede à criação, as leis da lógica
não foram criadas. Elas são verdadeiras não somente para os seres humanos, e elas operam não
somente pela convenção natural. Pelo contrário, elas são leis necessárias de pensamento e tem
existido eternamente na mente de Deus. Lógica é a forma que Deus pensa.

Romanos 1 diz que o homem consegue “reconhecer” καθοράω – kathorao: identificar,


distinguir (algo ou alguém, por certos caracteres, ou que se conheceu anteriormente).

Através da Lógica (por ser a imagem de Deus) o homem consegue reconhecer de uma forma
que ele já conhece. Contudo, por causa dos efeitos do pecado sobre sua mente, o homem
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frequentemente comete enganos em seu raciocínio. O homem natural confunde o Criador com a
criação (e crê no panteísmo), isola o Criador da criação (e prega o deísmo), rejeita o Criador (e
professa o materialismo), ou dá-se por satisfeito com a criação (dando origem ao naturalismo).
Ele pode deturpar a verdade, mas o que lhe parece uma contradição pode não ser uma
contradição genuína. Todavia, o ponto permanece, pois as leis da lógica são a mesma para Deus
assim como para o homem. Ele, o homem, nem sempre pensa com validade lógica. Mas, as leis
da lógica são regras de raciocínio válido, de forma que dada as informações e premissas
corretas, um processo de raciocínio válido capacita uma pessoa a traçar verdadeiras inferências
e conclusões (ou deduzir o que é verdadeiro e absoluto). Isso implica que quando um homem
pensa com perfeita racionalidade, sua mente, de uma forma finita, espelha a mente de Deus, e
seu pensamento é válido. Contudo, por causa dos efeitos do pecado sobre a mente, o homem é
frequentemente irracional. Contudo, se o homem não pode descobrir qualquer conhecimento ou
informação por si mesmo, e se ele não pode sobrepujar os efeitos do pecado sobre a mente por
si mesmo, então ele precisa da revelação verbal proposicional de Deus na Escritura para
sobrepor a falha da mente humana e poder captar a verdade e adquirir conhecimento. Isto é, o
homem precisa da Escritura para lhe dar as premissas necessárias para conhecer e raciocinar
corretamente sobre Deus e a realidade.

João declara que Cristo era “a verdadeira luz que ilumina a todo homem” João 1:9

Ou seja, esse “ilumina” quer dizer que Cristo é quem nos dá a capacidade para reconhecer e
raciocinar corretamente sobre ele mesmo e a realidade. Em outras palavras, se Ele não nos
iluminar nada podemos entender. O Logos não é somente o mediador da revelação divina
especial (João 1:14), ele é também o fundamento de todo conhecimento humano.

“O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do
evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. Mas não pregamos nós mesmos, mas a
Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por causa de Jesus. Pois Deus, que
disse: “Das trevas resplandeça a luz”, ele mesmo brilhou em nossos corações, para
ILUMINAÇÃO do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo.” 2 Coríntios 4:4-6

Nesse caso, o ouvir do evangelho fornece uma ocasião para a mente deduzir logicamente de
uma forma válida ou compreender de maneira errada as premissas apresentadas pela pregação.
Por isso se Deus não conceder o processo de raciocínio logicamente válido, então o homem não
pode entender (duma maneira ou extensão necessária para a salvação) as premissas apresentadas
pela pregação e crer no evangelho.

"Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não
se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados." Marcos:4:12

Essa passagem nos revela que a pregação do evangelho em si mesma não salva, pois para a luz
do evangelho penetrar, é necessário que Deus aja diretamente na mente humana para produzir
fé. É Deus quem “faz sua luz brilhar em nossos corações”, de modo que “nem o que planta nem
o que rega são alguma coisa, mas unicamente Deus, que efetua o crescimento” (1 Coríntios 3:7).

Apresentadas às premissas conseguimos deduzir logicamente chegando a um resultado. Visto


que o raciocínio dedutivo nunca produz informação que já não esteja implícita nas premissas, o
princípio primeiro de um sistema dedutivo contém todas as informações para o resto do sistema.

Por exemplo:

Deus é verdadeiro (premissa maior)


A bíblia é a palavra de Deus (Premissa menor)
Raciocínio Lógico dedutivo ==> A bíblia é verdadeira (conclusão)

Então fica claro que podemos conhecer a verdade. Uma criança já nasce com um sistema
lógico capaz de deduzir e conhecer o que é verdadeiro a partir da iluminação que o próprio Deus
realiza no ser humano para sobrepor o efeito que a queda causa em nossa mente.
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SE FOR BÍBLICO É VERDADEIRO

“...a Escritura não pode falhar” João 10:35

O que validará um do sistema de pensamento como sendo verdadeiro?

A Bíblia é a única que fornecer um número suficiente de propostas/proposições para


se construir uma cosmovisão abrangente e auto-consistente, pois tem sido
infalivelmente revelada por um Deus onipotente e onisciente. Portanto, o princípio
primeiro de todo cristão genuíno é a infalibilidade bíblica, ou a proposição, "A Bíblia é a
palavra de Deus".

16 Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para
a educação na justiça, 17 a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para
toda boa obra. 2ª Timóteo 3:16-17

Embora haja argumentos convincentes para apoiar um tal princípio mesmo se alguém fosse
empregar métodos inválidos, de forma que nenhum incrédulo poderia refutá-los, o cristão deve
considerá-los como inconclusivos, visto não serem os métodos confiáveis. Além do mais, se
fôssemos depender de métodos científicos ou de outros procedimentos empíricos para verificar
a verdade da Escritura, estes testes permaneceriam então como juízes sobre a própria palavra de
Deus, e assim, a Escritura não mais seria a autoridade última em nosso sistema para valida-lo
como verdadeiro.

"Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, por não haver ninguém superior por quem jurar,
jurou por si mesmo". Hebreus 6:13

Visto que Deus possui autoridade última, não há nenhuma autoridade maior pela qual alguém
possa pronunciar a Escritura como infalível. Entretanto, nem todo sistema que reivindica
autoridade divina tem dentro do seu princípio primeiro o conteúdo para provar a si mesmo. Um
texto sagrado pode contradizer a si mesmo, e auto se destruir. Outro pode admitir a dependência
da Bíblia cristã, mas por outro lado, essa condena todas as outras alegadas revelações. Ora, se a
Bíblia é verdadeira, e ela reivindica exclusividade, então todos os outros sistemas de
pensamento devem ser falsos. Portanto, se alguém afirma uma cosmovisão não-cristã, ele tem
de, ao mesmo tempo, rejeitar a Bíblia. Isto gera um confronto entre as duas cosmovisões.

Quando afirmamos algo é necessário que tenhamos noção ou conhecimento sobre o ponto de
partida das nossas afirmações para justifica-las. Não podemos sair por ai a afirmar coisas
irracionais, a não ser que queiramos parecer completos idiotas.

Temos visto que a lógica é necessária em um sistema de pensamento equilibrado. Duas


afirmações contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Por
exemplo:

As duas propostas: Proposta nº 1: "A é B" = Simplificando = “Há um só Deus” 1ªco 8:6
Proposta nº2: "A não é B" = Simplificando = “Existem vários deuses”

Não podemos afirmar as duas propostas, pois elas se excluem mutuamente. Se afirmarmos "A é
B" descarta-se "A não é B"

7
LEI DA NÃO-CONTRADIÇÃO
"Se és o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito: " `Ele dará ordens a seus
anjos a seu respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma
pedra". Jesus lhe respondeu: "Também está escrito: `Não ponha à prova o Senhor, o seu
Deus'" Mateus 4:5-7.

Existe uma lei da lógica chamada de lei da não-contradição que declara "A não é não-A", ou
que algo não pode ser verdade e não-verdade ao mesmo tempo e no mesmo sentido. Uma
pessoa deve assumir essa lei mesmo na tentativa de rejeitá-la; de outra forma, ele não pode nem
mesmo distinguir legitimamente entre aceitar e rejeitar essa lei. Mas uma vez que ele a assuma,
ele não mais pode rejeitá-la, visto que ele já a assumiu.

Alguns exemplos de afirmações autocontraditórias:

Se dissermos que:============== “a verdade pode ser contraditória”


Então podemos dizer também que == “a verdade não pode ser contraditória”,

Pois já abandonamos a distinção entre poder e não poder.

Se dissermos que:============== “Ninguém pode querer está com a verdade, pois ela só pertence a Deus”
Então alguém pode perguntar ==== “não poderei acreditar em você”

Visto que “Ninguém pode querer está com a verdade” é afirmada como uma verdade a pessoas que faz
tal afirmação se passa por Deus ou é só uma pessoas irracional mesmo.

Se dissermos que:============== “Tudo é relativo”


Então alguém pode perguntar ==== “Essa afirmação é absoluta?”

Se tudo é relativo, nada pode ser absoluto nem a própria afirmação, pois tudo é relativo.

Se dissermos que:============== “Você não pode impor sua verdade a ninguém”


Então alguém pode perguntar ==== “Eu posso impor a verdade”

Como alguém impõe uma “verdade” dizendo que não se pode impor a verdade?

Se dissermos que:============== “Eu respeito sua opinião e por isso respeite a minha”
Então alguém pode dizer ======= “A minha opinião é que você está errado”

Visto que se deve respeitar a opinião, não se pode desrespeitar a opinião do oponente seja ela
qual for. Por exemplo: “A sua opinião tem que ser desrespeitada porque essa é minha opinião e
você tem que respeita-la”

Se não afirmamos a lei da contradição, então cachorros são gatos, elefantes são ratos, "Eu vejo
Jane correr" pode significar "Eu casei", e "Eu rejeito a lei da contradição" pode significar "Eu
afirmo a lei da contradição", ou até mesmo "Eu sou um idiota".

Se não é verdade que "A não é não-A", qualquer coisa pode significar qualquer coisa e nada ao
mesmo tempo, e anda é ininteligível.

A escritura não se contradiz e é altamente lógica em suas propostas que são altamente racionais.
A inspiração subentende a unidade da Escritura e que as suas palavras procedem de uma única
mente divina, faz supor que a Bíblia deve exibir uma coerência perfeita. Isso é o que
encontramos na Bíblia. Embora a personalidade distinta de cada escritor bíblico seja evidente, o
conteúdo da Bíblia como um todo exibe uma unidade e desígnio que revela um único autor
divino. A consistência interna caracteriza os vários documentos escriturísticos, de forma que
uma parte não contradiz outra.

8
Jesus pressupõe a coerência da Escritura quando responde à seguinte tentação de Satanás:

Então o Diabo o levou à cidade santa, colocou-o na parte mais alta do templo e lhe disse: "Se és
o Filho de Deus, joga-te daqui para baixo. Pois está escrito: " `Ele dará ordens a seus anjos a seu
respeito, e com as mãos eles o segurarão, para que você não tropece em alguma pedra". Jesus
lhe respondeu: "Também está escrito: `Não ponha à prova o Senhor, o seu Deus'" (Mateus 4:5-
7). Satanás encoraja Jesus a pular do templo citando Salmo 91:11-12. Jesus replica com
Deuteronômio 6:16, subentendendo que o uso da passagem por Satanás contradiz aquela
instrução e, portanto, é uma má-aplicação.

Quando alguém entende ou aplica uma passagem da Escritura de uma maneira que contradiz
outra passagem, é porque manejou mal o texto ou está sendo desonesto. O argumento de Cristo
aqui presume a unidade da Escritura, e nem mesmo o diabo pôde contestá-la.

Numa outra ocasião, quando Jesus tratava com os fariseus, seu desafio para com eles supõe a
unidade da Escritura e a lei da não-contradição:

E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus, dizendo: Que pensais vós do Cristo? De
Estando os fariseus reunidos, Jesus lhes perguntou: "O que vocês pensam a respeito do Cristo?
De quem ele é filho?" "É filho de Davi", responderam eles. Ele lhes disse: "Então, como é que
Davi, falando pelo Espírito, o chama `Senhor'? Pois ele afirma: " `O Senhor disse ao meu
Senhor: Senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo de teus pés '. Se,
pois, Davi o chama `Senhor', como pode ser ele seu filho?" Ninguém conseguia responder-lhe
uma palavra; e daquele dia em diante, ninguém jamais se atreveu a lhe fazer perguntas (Mateus
22:41-46).

Visto que Davi estava "falando pelo Espírito", ele não poderia ter errado. Mas, se o Cristo
haveria de ser um descendente de Davi, como ele poderia ser seu Senhor ao mesmo tempo? Que
isso coloca um problema significa, em primeiro lugar, que tanto Jesus como sua audiência
admitiam a unidade da Escritura e a lei da não-contradição. Se eles reconhecessem que a
Escritura se contradiz, ou que alguém pode afirmar duas proposições contraditórias, então Jesus
não estaria significativamente fazendo questão em absoluto.

Há um padrão racional lógico pelo qual devemos nos basear para expor as doutrinas bíblicas
com perfeição, qualidade e equilíbrio, As propostas não podem entrar em contradição, pois
serão automaticamente excluídas por uma simples analise lógica. Devemos evitar querer
defender o indefensável.

BATALHANDO DILIGENTEMENTE
“Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum
salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a
batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.”
Judas 1:3

Como foi mostrado, toda cosmovisão necessita que o seu primeiro princípio ou ponto de
partida não contradiga a si mesmo para que seja logicamente válido, devemos rejeitar a proposta
“que não se pode saber nada”, porque ela é auto-contraditória. Como vimos: Não se pode saber
que não se pode saber nada, e ou reivindicar saber que há evidência inadequada para saber
alguma coisa. Porque se uma pessoa reivindica que ninguém pode saber se alguém pode saber
alguma coisa, então ela já está reivindicando saber que ninguém pode saber se alguém pode
saber alguma coisa, e assim, contradiz a si mesma.

Através de um sistema racional dedutivo bíblico, podemos compreender inferir ou pensar. Ou


seja, ter razão e pensar com validade lógica. Para expormos a razão precisamos de uma
justificação para todas as propostas que apresentaremos e com isso formarmos nossa
cosmovisão.

9
Cosmovisão: São propostas que estão inter-relacionadas e quando somadas formam "uma
concepção ou visão do mundo" pela qual jugaremos tudo ao nosso redor.

Quando convocados para batalharmos em defesa da fé que nos foi entregue, expormos nossa
razão ou cosmovisão, devemos está preparados, pois acontecerá um embate, um choque entre
cosmovisões e só obteremos êxito se formos cristãos bíblicos, pois devemos recusa assumir
primeiros princípios antibíblicos como o ponto de partida e base para estabelecermos nossa fé.
Em vez disso, debateremos esses primeiros princípios bem como a própria ideia de primeiros
princípios, e recomendar a revelação divina como o fundamento necessário para todo
pensamento e conhecimento, mostrando como ela autentica a si mesma e destrói todas as visões
opostas. Essa abordagem é vastamente superior a qualquer experiência ou evidência que possa
ser apresentada fora da bíblia.

A Bíblia exibe perfeita verdade e coerência, e na extensão em que sua teologia for fielmente
derivada dela, ela exibirá a mesma perfeição intelectual. Aquilo que é intelectualmente perfeito
é também intelectualmente invencível. Mas se o que você pensa é infestado de humanismo,
pluralismo, inclusivismo, empirismo, cientismo, e outros ensinos antibíblicos, então a sua fé é
vulnerável a ataques igual a dos não-cristãos. Pois não há como um não-cristão ou até mesmo
um “cristão-não-bíblico” justificar o que ele crê e como se comporta.

A autoridade última dentro do sistema cristão é a Escritura; portanto, nosso princípio primeiro é
a infalibilidade bíblica, ou a proposição, "A Bíblia é a palavra de Deus". Embora haja
argumentos convincentes para apoiar um tal princípio mesmo se alguém fosse empregar
métodos empíricos, de forma que nenhum incrédulo poderia refutá-los, o cristão deve considerá-
los como inconclusivos, visto não serem os métodos empíricos confiáveis. 5 Além do mais, se
fôssemos depender da ciência ou de outros procedimentos empíricos para verificar a verdade da
Escrituras, estes testes permaneceriam então como juízes sobre a própria palavra de Deus, e
assim, a Escritura não mais seria a autoridade última em nosso sistema. 6 Como Hebreus 6:13
diz, "Quando Deus fez a sua promessa a Abraão, por não haver ninguém superior por
quem jurar, jurou por si mesmo". Visto que Deus possui autoridade última, não há nenhuma
autoridade maior pela qual alguém possa pronunciar a Escritura como infalível. Entretanto, nem
todo sistema que reivindica autoridade divina tem dentro do seu princípio primeiro o conteúdo
para provar a si mesmo. Um texto sagrado pode contradizer a si mesmo, e auto se destruir.
Outro pode admitir a dependência da Bíblia cristã, mas por outro lado, essa condena todas as
outras alegadas revelações. Ora, se a Bíblia é verdadeira, e ela reivindica exclusividade, então
todos os outros sistemas de pensamento devem ser falsos. Portanto, se alguém afirma uma
cosmovisão não-cristã, ele tem de, ao mesmo tempo, rejeitar a Bíblia. Isto gera um confronto
entre as duas cosmovisões.

Todo sistema de pensamento não bíblico deve ser rejeitado, pois não possuem justificação para
serem considerados como verdadeiros. Destaco alguns métodos pelos quais muitos não cristãos
frequentemente afirmam estarem embasados:

MÉTODO EMPIRICO: O empirismo ensina que você aprende sobre os atributos e aparências
de algo precisamente observando-os. Se você deve conhecê-los antes de observá-los, e se você
só pode conhecê-los observando-os, então isso significa que você nunca pode saber nada que
você já não saiba. E se você seguir alguns empiristas na afirmação de que o homem nasce com
uma mente branca, então sobre a base do empirismo, sua mente permanecerá branca para
sempre. A aquisição de conhecimento é impossível sobre a base do empirismo. Uma
justificativa de conhecimento que é baseada sobre um princípio empírico não pode ter sucesso,
visto que o empirismo necessariamente depende da indução, e a indução sempre é uma falácia
formal. O empirismo induz pela experiência obtida a acha que algo é verdadeiro pela sensação.
Mas dizer que podemos aprender alguma coisa pelo método empírico é o mesmo que dizer que
todos que passaram, passam e passarão pela mesma experiência foram, foi e serão induzidos ao
mesmo conhecimento que um indivíduo obteve. Também surge outro problema quanto a esse
método, pois como justificar uma experiência obtida pelas entradas sensoriais e saber se a
sensação não é uma sensação de está tendo uma sensação? Para que venhamos justificar tal
conhecimento precisaríamos de onisciência.

10
MÉTODO CIENTÍFICO: Esse Método usa o experimento para adquirir o conhecimento. Mas
para um experimento ser considerado como um método de conhecimento garantido, ele tem que
dar o mesmo resultado em todos os lugares e em todos os tempos (passado/presente/futuro).
Para apoiar que tal experimento como sendo verdadeiro mais uma vez seria necessário o uso do
atributo da onisciência que não pertence a nenhum ser humano. Sem contar que esse método
também depende do empirismo.

Imagine que você esteja assistindo um jogo de futebol na televisão um amigo. Agora suponha
que ele conheça as regras do jogo que vocês estão assistindo, mas você não conhece as regras de
forma alguma. Suponha ainda que tenhamos colocado a televisão no mudo, de forma que
nenhuma comunicação verbal possa ser ouvida do comentarista do jogo. Finalmente, suponha
que nenhuma comunicação verbal esteja vindo visualmente da tela, de forma que nem mesmo o
placar é mostrado. A pergunta é se o jogo seria inteligível para você de alguma forma. Se seu
amigo prestar atenção, ainda será capaz de seguir o jogo, mesmo sem que seja apresentado
qualquer comunicação visual ou auditiva, pois ele já conhece as regras do jogo. Da mesma
forma, os próprios jogadores seriam capazes de seguir o jogo que eles estão jogando sem o
constante auxílio do anunciador ou do placar. Por outro lado, embora você esteja assistindo
exatamente o mesmo jogo que seu amigo, você não seria capaz de entender o que estaria vendo,
visto que não conhece as regras que correspondem ao jogo.

O que é mostrado aqui é que quando você está assistindo um jogo, o que você vê não fornece
sua própria inteligibilidade e interpretação. Antes, para que você entenda o jogo, e para que
tenha a interpretação correta do que está acontecendo, você deve trazer uma quantia
considerável de conhecimento para o ato de assistir ao jogo, e esse conhecimento não vem de
assistir o próprio jogo. Agora se tivesse sido explicado sistematicamente as regras do jogo para
você, ou explicado as regras à medida que você conversasse assistindo ao jogo, então você
entenderia o que estavam assistindo, e você seria capaz de interpretar corretamente o que estaria
vendo.

Sem conhecimento que vem à parte da observação, a observação em si não pode fazer nenhum
sentido ou comunicar nenhuma informação. Não há como entender ou interpretar corretamente
a partir da observação, pois a observação pressupõe conhecimento sobre o que você está
observando, e tal conhecimento não pode vir do ato da própria observação. Isto é, o
entendimento e interpretação de uma experiência é feito possível pelo conhecimento que vem à
parte, ou antes, da experiência. Esse conhecimento pode ser algo que você nasceu com ele, ou
pode ser algo lhe ensinado por comunicação verbal.

Mas se um conhecimento prévio da realidade que não veio por observação é requerido para se
interpretar apropriadamente a observação sobre a realidade, isso significa que a ordem e o
significado do que você observa é imposta sobre o que você observa, e nunca derivada do que
você vê. Isso é outra forma de dizer que o significado do que você observa é governado por suas
crenças anteriores a observação.

Retornando à ilustração inicial, o que acontece se você pressupõe as regras do basquetebol ou


xadrez quando você está assistindo ao jogo de futebol? Mesmo que pareça que você seja capaz
de entender algumas das coisas que observa, porque as regras erradas são aplicadas ou
pressupostas, seu entendimento ou interpretação do que é observado será falso. Portanto, não é
suficiente reconhecer que as crenças ou pressuposições que não veio pela observação precedem
a observação inteligível e significante, mas devemos perceber que nem todas as crenças ou
pressuposições são iguais, e que elas podem ser verdadeiras ou falsas.

O resultado é que duas pessoas podem estar observando exatamente a mesma coisa, mas
chegarão a interpretações contraditórias. Contudo, isso não precisa resultar em relativismo, visto
que uma pessoa pode de fato estar correta e a outra pode de fato estar errada. Depende de quem
tem as crenças ou pressuposições corretas sobre o universo em geral, e a coisa que está sob
observação em particular.

Dois exemplos bíblicos que ilustram bem o que está sendo relatado. Primeiro mostra que a
observação não é confiável, e o segundo mostra que nossas crenças ou pressuposições
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determinam o significado ou a interpretação do que observamos, de forma que as crenças ou
pressuposições erradas levam a uma interpretação falsa.

O primeiro exemplo vem de João 12:28-29. Assim que Jesus exclama, “Pai, glorifica o
teu nome!”, a Escritura diz, “Então veio uma voz dos céus: „Eu já o glorifiquei e o
glorificarei novamente‟. A multidão que ali estava e a ouviu, disse que tinha trovejado;
outros disseram que um anjo lhe tinha falado”. O testemunho infalível da Escritura diz
que a voz expressou uma sentença completa: “Eu já o glorifiquei e o glorificarei
novamente”. Todavia, alguns daqueles que estavam presentes, que observaram o
mesmíssimo evento, disseram “que tinha trovejado”. Portanto, a observação não é
confiável, e a verdade não pode ser conclusivamente estabelecida pela observação.

O segundo exemplo vem de Mateus 12:22-28, e diz respeito à autoridade de Cristo para
expelir demônios: “Depois disso, levaram-lhe um endemoninhado que era cego e mudo,
e Jesus o curou, de modo que ele pôde falar e ver. Todo o povo ficou atônito e disse:
„Não será este o Filho de Davi?‟. Mas quando os fariseus ouviram isso, disseram: „É
somente por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa demônios‟” (v. 22-24).
Baseada em sua observação do evento, a audiência geral estava preparada para
considerar pelo menos a possibilidade de que Jesus fosse o Cristo, mas os fariseus, que
tinham observado o mesmo evento, disseram que ele expelia demônios pelo poder de
Satanás.

Contudo, isso não levou a um impasse, nem reduziu a verdade ao relativismo. A resposta de
Cristo indica que nem todas as interpretações são corretas:

Todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e toda cidade ou casa dividida
contra si mesma não subsistirá. Se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si
mesmo. Como, então, subsistirá seu reino? E se eu expulso demônios por Belzebu, por
quem os expulsam os filhos de vocês? Por isso, eles mesmos serão juízes sobre vocês.
Mas se é pelo Espírito de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino
de Deus. (v. 25-28)

Ele primeiro reduz a afirmação deles ao absurdo, e então dá a interpretação correta do evento, e
conclui com uma implicação sobre o evangelho. Agora, se os fariseus tivessem crido
verdadeiramente na Escritura, eles deveriam ter chegado à mesma interpretação sobre Cristo
como aquela que o próprio Cristo afirmou sobre si mesmo. Mas embora reivindicassem crer na
Escritura, na realidade eles suprimiam a verdade sobre ela. Embora eles tivessem acesso às
pressuposições corretas ou ao conhecimento pelo qual eles poderiam interpretar corretamente a
realidade, por causa da sua pecaminosidade, eles rejeitaram aceitar essas pressuposições e suas
implicações, e rejeitaram assim a verdade, suprimindo-a e distorcendo-a.

CONCLUSÃO
Para formarmos uma cosmovisão equilibrada, sermos diligentes em batalharmos por nossa fé e
declararmos a verdade sem medo, precisamos assumir os pensamentos de Deus que nos foram
revelados, visto que o único meio de conhecer o que é verdadeiro é assumirmos revelação da
mente Deus através da Escritura como nossa fonte de conhecimento infalível, pois a soma total
de todas as verdades existem na mente de Deus: “Pois nele [Deus] vivemos, e nos movemos, e
existimos” (Atos 17:28). Nada existe fora da mente de Deus. Esse é o significado das palavras
“onisciente” e “onipresente”. Se o homem há de conhecer a verdade, ele deve chegar a
conhecer as proposições eternas na mente de Deus. Algumas dessas proposições são
implantadas no homem a partir da concepção, por Deus. E quando o homem interage com a
criação ou lê as palavras da Escritura, o professor divino, o Logos, ilumina a mente de forma
que as proposições venham à consciência, como a tinta invisível aparece. Isso é possível porque
a mente do homem é envolvida pela mente do Logos, que o ilumina para entender as
proposições eternas na mente de Deus. Ele não vem pelo esforço ou iniciativa do homem, mas
por Deus, que sozinho revela a verdade.

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Cristão bíblico recusa confiar na intuição e na sensação em sua justificação de conhecimento,
pois os mesmos não podem fornecer as premissas verdadeiras necessárias para o pensamento
racional. E ele recusa aceitar conclusões alcançadas pelo raciocínio indutivo e científico, pois
esses são métodos logicamente inválidos de processamento de informação. Visto que o
racionalismo lógico bíblico meramente processa e aplica a revelação divina, ele permanece
simples e flexível, no fato que é ao mesmo tempo um sistema de teologia, filosofia e
apologética.

Por praticar uma verdadeira confiança na revelação divina, e pelo fato da revelação ser
infalível, o próprio racionalismo bíblico é verdadeiro, coerente e invencível em conflitos
intelectuais. E porque ele presta atenção aos seus próprios princípios básicos e aqueles dos
outros, o racionalismo bíblico dá um golpe mortal no sistema de pensamento do incrédulo em
cada argumento que propõe e em cada resposta que oferece. Em cada investida, golpeia
severamente o fundamento do pensamento não-cristão. Repetidamente, ele expõe a futilidade
intelectual e a depravação moral de tal pensamento. E em qualquer ponto na conversação, é
capaz de apresentar a luz da revelação de Deus através de Jesus Cristo.

O não-cristão apela ao seu próprio modo de conhecimento, alegando que tem informação que
lhe dá uma saída. Ao invés de dizer que o incrédulo meramente não pode explicar essa
informação, ou que embora seu modo de conhecimento possa ser confiável, a informação é de
certa forma errônea, a apologética bíblica destrói tudo desse absurdo e destrói tudo do que
depende o incrédulo, tudo ao mesmo tempo, deixando-o sem ajuda e sem escusa, e sustentando
o evangelho de Jesus Cristo como a sua única esperança.

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BIBLIOGRAFIA

http://www.monergismo.com/textos/filosofia/conhecimento_clark_crampton.pdf

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