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CONSERVAÇÃO DE FORRAGEIRAS NATIVAS E INTRODUZIDAS

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GUILHERME FERREIRA DA COSTA LIMA , FRANCISCO CANINDÉ MACIEL

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Pesquisador – Embrapa/EMPARN, Rua Jaguarari, 2192 – L. Nova; Natal – RN guilhermeemparn@rn.gov.br
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Pesquisador – Embrapa/EMPARN, Rua Jaguarari, 2192 – L. Nova – Natal – RN macielemparn@rn.gov.br

RESUMO

A pecuária representa uma das mais importantes atividades para os


pequenos agricultores familiares do semi-árido brasileiro. Em função de sua
menor vulnerabilidade à seca quando comparada às explorações agrícolas, ela
tem se constituído num dos principais fatores de fixação do homem à terra e de
geração de emprego e renda na região. No entanto, devido à marcada
estacionalidade na disponibilidade dos pastos nativos e a limitada área dos
estabelecimentos rurais, o desempenho produtivo dos rebanhos é baixo,
principalmente devido a reduzida oferta de alimentos no período seco. Nesse
cenário, a produção e a conservação de forrageiras nativas e cultivadas
surgem como uma alternativa natural para disponibilizar alimentos nos
períodos de estresse nutricional dos rebanhos. Por outro lado, as barreiras
culturais, a insuficiente assistência técnica, a pequena disponibilidade de
máquinas e o desconhecimento das práticas de armazenamento de forragens
determinam um baixo índice de adoção de tecnologias de formação de
reservas forrageiras estratégicas. A presente revisão procura apresentar os
resultados de pesquisa disponíveis sobre o assunto, com ênfase nas
tecnologias apropriadas para os produtores com baixa capacidade de
investimento. Nesse contexto são apontadas opções de práticas simplificadas
de conservação como a ensilagem e a fenação, utilização de secadores
solares e enfardadeiras manuais e formas de armazenar alimentos no seu
estado natural, como a palma forrageira, o capim elefante irrigado, o sorgo, e
as leguminosas manejadas como bancos de proteína . É ainda ressaltada a
importância dos resíduos da agroindústria na alimentação dos ruminantes com
sugestões de práticas de manejo, conservação e utilização.

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ABSTRACT

Conservation of Native and Introduced Forages

Animal husbandry is one of the most important activities for the


smallholders producers of the brazilian semi-arid region. Due to its small
vulnerability to drought periods, when compared to agriculture, cattle raising has
been converted on the major factor to maintain smallholders in rural areas, and
to generate employment and income. On the other hand, due to the strong
seasonability of the native pastures and the limited areas of the farms, the
performance of the herds is very low. In this context the production and
conservation of native and cultivated forages emerge as a natural alternative to
struggle against nutritional stress of the animals. The low level of technology
adoption by smallholders is motivated by cultural barriers, lack of technical
assistance, lack of machinery availability, and low knowledge of practical forage
conservation methods. This revision try to show the available research results
about forage conservation with emphasis on appropriate technologies for
smallholders. In this way several information are pointed out about silage, hay,
solar driers, manual hay bailing, and other forages like elephant grass,
sorghum, forage cacti, and legumes managed as protein banks. It is also
emphasized the importance of agricultural by-products for ruminant nutrition.

INTRODUÇÃO

Com uma área aproximada de 882 mil km2 , o semi-árido nordestino


abriga cerca de 18 milhões de habitantes e tem uma densidade demográfica de
20/hab/km2 (Duarte, 2001). A presença de cerca de 50% da população do
Nordeste e nove milhões de habitantes na zona rural numa região
caracterizada por limitações ambientais, dá a dimensão dos desafios existentes
para a elaboração de políticas governamentais para o desenvolvimento
regional. Dentre essas limitações, a restrição da área dos minifúndios torna
difícil à estruturação de suportes alimentares para os sistemas de produção
pecuários regionais.
O Nordeste possui 1.570.511 estabelecimentos rurais, dos quais 67,5%
apresentam área inferior a 10 ha e 26,0% são maiores que 10 ha e menores
que 100 ha (IBGE, 1996).

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Guimarães Filho e Lopes (2001), afirmam que nas áreas mais secas da
região são necessários 200 a 300 ha para manter, em condições semi-
extensivas, um rebanho caprino ou ovino de corte de 300 matrizes. Para os
autores, este número representa o rebanho mínimo necessário para viabilizar a
acumulação de meios de produção de uma família.
A pecuária tem grande expressão econômica e social no Nordeste,
incluindo-se entre algumas das poucas atividades com possibilidade de
exploração em sistemas de sequeiro na região.
Para Chedly e Lee (2005) a pecuária tem um papel significante para os
pequenos agricultores dos países em desenvolvimento, pois ela provê
elementos essenciais à economia, tais como: tração animal, transporte, esterco
como fertilizante e combustível, alimento, fibras, couro, poupança e renda, pela
venda de a nimais e produtos.
A frágil estrutura de suporte alimentar dos rebanhos nordestinos reflete
a baixa capacidade de suporte dos pastos nativos, particula rmente das
caatingas, as secas periódicas e a errática distribuição das chuvas, a reduzida
utilização de pastos cultivados, o alto custo dos concentrados comerciais e a
ausência de tradição no armazenamento de forragens nas formas de feno e
silagem.
Mesmo nessas condições desfavoráveis, estudos recentes da
EMBRAPA/Semi-Árido em 107 municípios situados nas áreas secas do
Nordeste, constataram que cresce a renda dos produtores, à medida que se
eleva a participação da pecuária na unidade produtiva (ARAÚJO, 2003).
Com a baixa capacidade de suporte dos pastos nativos e a pequena
área dos estabelecimentos rurais e das pastagens cultivadas, são limitadas as
alternativas para o desenvolvimento de uma pecuária com uma escala de
produção sustentável para a agricultura familiar fora da produção intensiva de
forragens e da utilização de práticas de armazenamento.
Dentre as tecnologias capazes de duplicar ou até mesmo triplicar a
produção de carne e leite no Nordeste brasileiro, Oliveira (1994) relaciona as
seguintes: produção e conservação de forragens, esquemas de suplementação
alimentar durante épocas críticas, utilização de subprodutos e resíduos da
agroindústria, disseminação e uso de forrageiras mais produtivas, recuperação
de pastagens degradadas e sistemas alternativos de pastejo.

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Não existem dúvidas que um dos principais impedimentos à viabilização
de sistemas pecuários no Nordeste é a pequena disponibilidade de volumosos
de qualidade e o manejo inadequado dos recursos forrageiros existentes.
Quando se considera, a título de exemplo, as necessidades de um
rebanho de 50 vacas leiteiras no semi-árido, com um período de seca de seis
meses e consumo médio, por vaca, de 12 kg MS/vaca/dia, estima-se o
requerimento mínimo de 108 t. MS de forragens armazenadas por ano. Torna-
se praticamente impossível, para pequenos criadores, obterem quantidades de
forragens dessa magnitude, sem contar com o cultivo de forrageiras de alta
produção. A combinação desses recursos forrageiros, associados a práticas
de ensilagem, fenação e utilização de resíduos da agroindústria, representa
uma sólida base para edificar sistemas de produção no semi-árido.
Armazenar forragens de boa qualidade para utilização no período seco
significa ir de encontro a um dos principais problemas da exploração pecuária
regional, que é a extrema estacionalidade da produção forrageira. (MACIEL et
al., 2004a).
Embora o tema solicitado para a palestra resuma-se a conservação de
forrageiras nativas e exóticas, enfocando particularrmente os processos de
fenação e ensilagem, pretende-se aqui ampliar a discussão sobre o leque de
alternativas forrageiras com potencial para o armazenamento e utilização no
período seco do semi-árido nordestino. Dessa forma, serão consideradas
também, as espécies com potencial para “armazenamento verde”, ou na forma
natural, como a palma forrageira, o sorgo, o capim elefante irrigado, o capim
buffel e leguminosas para fenação e utilização como bancos de proteína, além
dos resíduos da agroindústria, utilizados na forma natural ou conservada.
Será ainda abordado o grave problema da reduzida taxa de adoção de
novas tecnologias pelos agricultores familiares do semi-árido, notadamente na
área de armazenamento de forragens, discutindo-se as barreiras existentes, os
fatores socioeconômicos, políticos e culturais, as ferramentas de combate ao
problema e o exemplo de um programa desenvolvido há mais de 12 anos pela
EMPARN – Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte.

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REVISÃO DE LITERATURA

CAATINGA

Nada melhor para respaldar a necessidade de ampliação de programas


de produção e conservação de forragens no semi-árido, que uma discussão
sobre o potencial forrageiro da caatinga nordestina.
Inicialmente é importante ressaltar a existência de uma diversidade de
tipos de vegetação de caatinga no semi-árido, onde Silva et al. (1992)
destacam a presença de 20 unidades de paisagem e 110 unidades
geoambientais distintas, gerando demandas políticas e tecnológicas bastante
diferenciadas. Andrade-Lima (1981), ressaltando o aspecto da associação
entre espécies, realiza uma classificação com 12 tipos de unidades
vegetacionais de caatinga no Nordeste.
Sejam as caatingas ralas ou densas, arbustivas ou arbóreas, altas ou
baixas, a disponibilidade de fitomassa comestível para os ruminantes no
período seco é bastante reduzida.
Comentando esse problema, Albuquerque (2001) ressalta que a
caatinga é uma pastagem pobre que difere das outras pastagens nativas do
mundo em alguns aspectos, quais sejam: a alta densidade de arbustos e
árvores, que dificultam muitas operações de manejo animal e as folhas do
estrato arbustivo -arbóreo que caem cedo.
Lima et al. (1998) mensuraram em uma caatinga aberta do Seridó
potiguar, uma disponibilidade máxima de 1,4 t. de MS no mês de abril e mínima
em dezembro com 0,4 t. Nesse tipo de caatinga, o estrato herbáceo participou
com 74 a 87% da disponibilidade de fitomassa total e o estrato arbustivo com
13 a 26%. Em caatingas densas arbustivo-arbóreas, na região de Ouricuri-PE,
Lima (1985) registrou uma disponibilidade total de fitomassa, exceto cactos e
bromélias, da ordem de 0,5 t. MS/ha no período chuvoso, com 91,1% sendo
representado por folhas e brotos do estrato arbustivo. No período seco, nessas
mesmas áreas, 94,8% da fitomassa disponível eram folhas secas no chão.
Confirmando a alta variabilidade das unidades de caatinga, Araújo Filho et al.
(1995), citado por Cândido et al. (2005), indicam uma produção média anual
das forrageiras nativas do semi-árido da ordem de 4,0 t. MS/ha.

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Fica claro que, mesmo possuindo uma grande diversidade de espécies
nativas, particularmente leguminosas, de alto valor forrageiro, a severa
estacionalidade na disponibilidade de forragem das caatingas promove
desempenhos animais bastante modestos. Albuquerque (2001) lista para
diversas unidades de caatinga do Ceará, Paraíba e Pernambuco, capacidades
de suporte de 5 a 15 ha/animal/ano e ganhos de peso de 5 a 49 Kg/ha/ano, em
sistemas explorando caatingas nativas e manipuladas.
Estudando formas de pastejo múltiplo nos sertões cearenses, Araújo
Filho et al. (2002ab) afirmam que as secas periódicas do semi-árido nordestino
reduzem o ganho de peso dos caprinos criados em caatinga, em cerca de 50%
e de ovinos criados em caatinga raleada em cerca de 41%. Mesmo utilizando
práticas de manipulação das caatingas, Araújo (1999) relata índices de
capacidade de suporte para pequenos ruminantes de 1,0 ha/cab./ano na
caatinga rebaixada e de 0,5 a 1,0 ha /cab./ano, quando a caatinga é raleada e
enriquecida.
Dessa forma, as unidades de vegetação de caatinga no semi-árido,
apresentam, como característica comum, uma concentração da produção de
fitomassa num período chuvoso de três a cinco meses, onde normalmente o
estrato herbáceo apresenta alta qualidade forrageira, mas com uma produção
efêmera, que praticamente desaparece com a chegada do período seco. A
disponibilidade de forragens nos estratos arbustivo e arbóreo varia de unidade
para unidade, mas normalmente é baixa, precocemente caducifólia e muitas
vezes apresentando baixa digestibilidade, em função da presença de
compostos anti-nutricionais característicos de plantas xerófilas. Por outro lado,
é esse estrato arbustivo/arbóreo que melhor representa a adaptação dessas
espécies ao ambiente, quando em um curto período de cerca de 15 dias após
as primeiras chuvas, se transforma de arbustos cinzentos secos, sem nenhuma
folha, em uma explosão de brotos, que saciam a fome dos rebanhos
castigados pelo longo período de seca.
As limitações das caatingas do semi-árido no aspecto quantitativo de
disponibilidade de fitomassa são por outro lado compensadas por uma grande
diversidade de espécies forrageiras, principalmente leguminosas, de alto valor
forrageiro e plenamente adaptadas ao ambiente. No entanto, existe uma
grande demanda não atendida por trabalhos de melhoramento vegetal,

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fisiologia e reprodução dessas espécies forrageiras, para garantir, por exemplo,
uma maior produção de fitomassa, períodos de manutenção de folhas mais
extensos, melhor relação folha/caule, maior digestibilidade pela redução de
compostos anti-nutricionais e um domínio sobre as melhores condições de
produção de sementes, cultivo e manejo. Essa carência de estudos pode ser
comprovada pelo pequeno número de espécies forrageiras nativas do semi-
árido disponíveis comercialmente para serem utilizadas.
A pequena produção pecuária familiar do semi-árido tem, nas caatingas
e pastos nativos, seu principal suporte forrageiro. Dessa forma, resta a esses
produtores, como opção de manejo, utilizar esses pastos até o limite de sua
capacidade, com rotações de cercados, enriquecimento do estrato herbáceo
com gramíneas como os capins buffel e urocloa e selecionar a melhor
alternativa de armazenamento de forragens para garantir o alimento dos
rebanhos no período seco. Essas alternativas não se limitam às práticas de
fenação e ensilagem e podem incluir o cultivo da palma forrageira e sorgo,
manejo de cactos nativos, uso de resíduos agroindustriais, capineiras irrigadas,
bancos de proteína, entre outras.

FENAÇÃO
O feno é a forma mais antiga e de maior importância de conservar a
forragem, apesar da dependência de condições climáticas satisfatórias no
período da colheita. Pode ser produzido com equipamentos simples,
manualmente ou com mecanização, e, em pequena ou grande escala,
assegurando alimento volumoso ao gado na estação seca (SUTTIE, 2000).

Em função da pequena existência de gramíneas e leguminosas mais


indicadas para produção de fenos (tifton, coast cross, pangola, alfafa, entre
outras) no semi-árido, faz-se necessário difundir a utilização da fenação de
espécies forrageiras adaptadas à região, com alto potencial de produção de
matéria seca, mesmo que estas não apresentem as características
tradicionalmente mencionadas das espécies recomendadas para a fenação
(muitas folhas, talos finos) ou requeiram processos alternativos de dessecação.
Projetos desenvolvidos pela EMPARN na região do Seridó potiguar, com
apoio do PRONAF, MDS e MDA, e FINEP, avaliaram a utilização de secadores

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solares cimentados de 10,0m x 10,0m (100 m2) para desidratação de forragens
trituradas em pequenas propriedades, com resultados bastante promissores
para a agricultura familiar.
Os pequenos secadores têm uma capacidade de produção de 200 kg de
feno triturado por cada processo de secagem (2 kg feno/m2). Considerando a
possibilidade do criador realizar essa prática pelo menos 50 vezes por ano
(utilizando 100 dias/ano, em uma média de desidratação de dois dias), isso
resultaria numa produção de feno da ordem de 10 mil kg (LIMA et al., 2004).
Pesquisa desenvolvida em parceria entre a EMPARN/Banco do
Nordeste/PRONAF/UFRN/UFRPE e FINEP (AGUIAR, 1999), comprovou a
qualidade forrageira do feno triturado de capim elefante com mais de um ano
de conservação em sacos de polietileno. O período ideal de corte para a
fenação foi de 45 a 60 dias de rebrota, o que proporcionou um rendimento de 6
a 8 t. de MS, com 6,3 a 7,8% de proteína bruta (PB) e digestibilidade da MS de
56,0 a 59,0%.
Estudando o potencial de gramíneas como o milheto, sorgo sudanense,
capim elefante e sorgos forrageiros, na produção de fenos triturados, Aguiar
(2005) registrou rendimentos de matéria verde de 25 a 48 t./ha/corte, teores de
PB de 5,0 a 11,0%, digestibilidade da MS de 50,0 a 57,0% e consumos de MS
por ovinos variando de 1,8 a 2,4% do peso vivo.
Entre as espécies forrageiras indicadas para a produção de fenos
triturados e desidratados no secador solar, destacam-se aquelas de maior
porte, caules ou ramos grossos, e as que apresentam dificuldades no processo
de desidratação quando expostas ao sol na forma inteira, como o capim
elefante (Pennisetum purpureum Schum.), os sorgos granífero e forrageiro
(Sorghum bicolor L. Moench.), o milheto (Pennisetum americanum (L.) Leeke.),
o sorgo sudanense (Sorghum sp. ), culturas de sorgo e milho que, pela seca,
não conseguiram completar seus ciclos, a cana-de-açúcar na produção da
sacharina, as manivas da mandioca (Manihot esculenta) e a própria raiz, a flor-
de-seda (Calotropis procera L.), a maniçoba (Manihot sp.), leguminosas
arbustivas, como a leucena (Leucaena leucocephala), o guandu (Cajanus
cajan ), assim como uma grande diversidade de forrageiras nativas arbustivas
e herbáceas, que, processadas no fi nal do período chuvoso, ainda trazem a
vantagem de uma rebrota rica para ser consumida (LIMA et al., 2004).

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Outra alternativa para utilização do secador solar, como ferramenta no
fortalecimento de reservas forrageiras estratégicas no semi-árido, é a
desidratação de resíduos agroindustriais, como do sisal, do caju, do melão, do
abacaxi, do tomate, da banana e de tantos outros, que, na sua grande maioria,
são desperdiçados. Na utilização desses resíduos torna-se fundamental o
monitoramento dos resíduos de agroquímicos, e da proliferação de fungos ou
mofos, que podem comprometer os alimentos.
De acordo com Lima e Maciel (1996), existe um grande número de
espécies forrageiras nativas no Nordeste, aptas à fenação, mas que, ainda,
requerem estudos de avaliação de seus potenciais produtivos de fitomassa e
da mão-de-obra requerida para preparação desses fenos. Diversas
leguminosas arbustivo-arbóreas, como a jurema preta (Mimosa sp), sabiá
(Mimosa caesalpinifolia Benth.), jucá (Caesalpinia ferrea), rapadura de cavalo
(Desmodium sp.), mororó (Bauhinia cheilantha (Bong) Steud.), e tantas outras,
possibilitam a produção de fenos de boa qualidade. No entanto, muitas vezes,
a produção é inviável pela pequena produção de fitomassa e/ou alto
requerimento de mão-de-obra em função da presença de espinhos e baixa
relação folha:caule. Assim sendo, algumas vezes torna-se mais econômico a
prática de rebaixamento desses arbustos, colocando a forragem dessas
plantas ao alcance dos animais.

FENOS TRITURADOS DE MANIÇOBA, FLOR-DE-SEDA E LEUCENA


Entre as forrageiras nativas, naturalizadas ou introduzidas com potencial
para a produção de fenos triturados, merecem destaque forrageiras como a
leucena, a maniçoba, a flor-de-seda e o guandu, que pelo alto valor nutritivo,
principalmente em proteína, podem representar alternativas locais para
formulação de concentrados, indo de encontro a um dos principais fatores
determinantes dos altos custos de produção dos produtos pecuários.
Salviano (2001) classifica a maniçoba como excelente forrageira para o
semi-árido, com níveis de PB acima de 20% e digestibilidade superior a 60%.
Para o autor, o risco de intoxicação (ácido cianídrico) é eliminado quando a
planta é fornecida na forma de feno.
Na EMBRAPA/Semi-Árido, em plantios de maniçoba com espaçamento
de 1 a 2 m. entre fileiras, e 0,5 a 1 m. entre plantas, e uma densidade de 10 mil

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plantas/ha , foram obtidas na estação chuvosa produções da ordem de 5 t.
MS/ha em dois cortes. A inclusão do feno de maniçoba na dieta de novilhos,
alimentados com capim buffel promoveu ganhos de peso superiores a 700
g/cabeça/dia.
Araújo (2005) avaliou a utilização de níveis de feno de maniçoba (30, 40,
50 e 60%) em dietas para cabras da raça Moxotó em lactação. A digestibilidade
aparente de MS, MO, PB, EE, CHT, CNF, EB e FDA decresceu linearmente,
enquanto que a digestibilidade da FDN não se alterou com o aumento dos
níveis de feno na dieta.
Entre algumas limitações para uma divulgação mais ampla do cultivo da
maniçoba, lista-se a baixa disponibilidade de sementes, associada a problemas
de germinação e dormência, além do baixo enraizamento das estacas
utilizadas para a propagação vegetativa. Também a perda de folhas no período
seco, revela a necessidade de manejo da forrageira com cortes durante o
período das chuvas.
A flor-de-seda (Calotropis procera) faz parte da família Asclepiadaceae,
sendo originária da Índia e África Tropical e, provavelmente, foi introduzida no
Brasil como planta ornamental. A espécie encontra-se disseminada em todo o
semi-árido, sempre se destacando na paisagem seca dos sertões, por
permanecer verde mesmo nos períodos mais críticos.
Entre outras características positivas da flor-de-seda como forrageira
para a produção de feno no semi-árido, incluem-se:
• Permanência das folhas, mesmo durante os períodos mais críticos de
estresse hídrico;
• Rebrota vigorosa em resposta aos cortes, mesmo nos períodos de
seca e sem o registro de qualquer precipitação;
• Grande disponibilidade de sementes, sem qualquer dormência e
excelente germinação, que facilita, sobremaneira, a produção de
mudas ou o plantio direto;
• Tolerância na utilização em solos salinos;
• Embora não palatável quando verde, o feno da flor-de-seda apresenta
alta digestibilidade e consumo da matéria seca.

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Estudando o cultivo da flor-de-seda, Lima et al. (2002) avaliaram
diferentes espaçamentos em solos aluvionais e obtiveram rendimentos da
ordem de 1 a 3 t. MS/ha/corte aos 70 e 135 dias, teores de PB de 16 a 22% e
de MS de 10 a 15%, nos espaçamentos de 1,0 x 0,5m e 1,0 x 1,0m, com
apenas 150 mm de precipitação.
Oliveira (2002) estimou a produção de fitomassa de Calotropis procera
em função da circunferência do caule e de espaçamentos em dois sítios da
Paraíba, obtendo os seguintes resultados: nos espaçamentos de 0,5 x 0,5; 1,0
x 0,5 e 1,0 x 1,0 m, obteve-se, respectivamente, 26,0 a 49,4; 13,0 a 24,7 e 6,5
a 12,3 t./ha de biomassa, com cortes a 10 cm de altura do solo.
Vaz et al. (1998) verificaram ao determinar a composição química dos
fenos de Calotropis procera, valores de 29,5% de FDN, 21,0% de FDA, 8,5%
de hemicelulose, 11,1% de celulose e 21,2% de PB. Já Oliveira (2002)
encontrou percentuais de 14,3; 14,0; 31,5 e 18,2%, respectivamente, para PB,
Matéria Mineral (MM), FDN e FDA.
Fall (1991) obteve valores de 72% para a digestibilidade da MS das
folhas de Calotropis procera. Vaz et al. (1998) melhoraram o consumo e a
digestibilidade da MS e PB de uma dieta para caprinos, com a inclusão de até
60% do feno de flor-de-seda, em substituição ao feno de coast cross. Abbas et
al. (1992), citados por Silva et al. (2001), afirmam que as folhas secas dessa
espécie podem ser usadas na alimentação de caprinos, sem exceder 0,5 kg/dia
ou misturadas a fenos de outras forrageiras, em até 50% do consumido.
Melo et al. (2001) realizaram estudos fitoquímicos da utilização da flor-
de-seda na alimentação de caprinos, com até 60% de participação na dieta, por
um período de 40 dias consecutivos, avaliando os efeitos clínicos e
bioquímicos séricos. Confirmando o potencial forrageiro da espécie, esses
autores concluíram que a ingestão, na forma de feno, por caprinos adultos, não
produziu alterações clínicas, nem enzimáticas séricas.

FENOS DE CAMPOS NATIVOS COM LEGUMINOSAS


O potencial de leguminosas herbáceas nativas no Nordeste é muito
grande, podendo ser destacadas diversas espécies dos gêneros Stylosanthes,
Centrosema, Rhyncosia, Macroptilium, Zornia, Phaseolus, entre outras. Cabe
ao produtor, avaliar o potencial produtivo dessas plantas em suas fazendas, os

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custos do processo, da preparação ao armazenamento, e optar ou não pelo
processo de fenação.
Na sua Estação Experimental de Apodi-RN, a EMPARN realizou
experiências de produção de fenos de pastos nativos herbáceos, com
dominância de leguminosas. Nessas áreas, o processo incluiu uma roçagem
antes do início do período chuvoso para remoção de arbustos maiores e
padronização da altura. Foi utilizada uma colheitadeira TARUP para a colheita
da forragem diretamente em carroções e o material obtido foi espalhado para
desidratação no próprio campo, sendo armazenado com utilização de
enfardadeiras manuais. Nesse processo, foram obtidos fe nos com teores de
PB de 8 a 12% e dois trabalhadores conseguiram enfardar cerca de 160 a 180
fardos/dia.

BUFFEL
Outras opções de forrageiras para a produção de feno em áreas de
sequeiro, incluem o capim Buffel e a leucena. Guimarães Filho et al. (1995)
obtiveram produções de buffel em Petrolina-PE da ordem de 4 t. MS/ha em
solos com 1 a 3,5 ppm de fósforo e de 7 t. a 9 t. MS/ha /ano, com adubações
fosfatadas. Quanto a leucena, Duarte (2001) relata rendimentos por corte de
1,3 t. MS/ha até 6 t. MS/ha, quando a pluviosidade mais intensa permitiu maior
número de cortes por ano.
Sem considerar as perdas do processo de fenação, Ribeiro Filho (1996)
apresenta resultados de produtividade média na Bahia, com base nas
gramíneas mais utilizadas para fenação de 6 t. a 10 t MS/ha, sendo, no
entanto, a produtividade média das fazendas de 3 t. MS/ha /ano.
A importância dos capins buffel e urocloa no semi-árido é destacada por
Oliveira (1999), que em latossolos com 3 ppm de fósforo em Petrolina obteve
rendimentos de MS da ordem de 3,1 a 4,4 t. MS/ha, capacidade de suporte
variando de 0,9 a 1,3 cab./ha e ganhos de peso de 129 a 158 kg/ha/ano.
Pitombo (1999) estima a existência de mais de 400.000 ha de capim
buffel no semi-árido, mas ressalta que essa área poderia ser superior a 35
milhões de ha. A Fazenda Colonial no semi-árido de Minas Gerais, conta com
quase 10 mil ha de capim buffel das variedades aridus, biloela e grass, tendo

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obtido lotações de 1,0 a 2,0 UA/ha e ganhos de peso entre 100 e 130
kg/PV/ha.

ENSILAGEM – SILOS CINCHO E DE SUPERFÍCIE


Para se ter idéia quão antiga é a utilização da silagem pelo
homem na alimentação de ruminantes, Bolsen (1995) relata que o
desenvolvimento histórico dessa prática data de 1.500 a 2.000 aC, com
registros firmados no Velho Testamento. Como uma prática de manejo
alimentar de ruminantes bastante antiga, a ensilagem conta com um enorme
arsenal de pesquisas realizadas, o que confere a esta tecnologia um amplo
conhecimento das diversas fases do processo.
É consenso entre os estudiosos do assunto, a indicação dos sete pontos
fundamentais para elaboração de uma silagem de qualidade, que são os
seguintes: Planejar cuidadosamente todas as etapas da realização do
processo; escolher a forrageira adaptada ao ambiente e produzi-la dentro das
recomendações técnicas; definir o “ponto de colheita” de acordo com o teor de
MS da forragem; rapidez e eficiência na colheita, enchimento e compactação
da forragem; vedação das superfícies expostas do silo, não permitindo a
entrada de ar; fazer uso racional dos aditivos existentes, de acordo com suas
indicações e relação custo:benefício; promover uma utilização eficiente visando
diminuir as perdas por fermentações secundárias.
Segundo Ferreira (1991), a experiência e/ou treinamento gerencial são
muito importantes para manejar aspectos tecnológicos da produção e colheita
da forragem, operação e manutenção de máquinas, dimensionamento e
distribuição da mão-de-obra, entre outros aspectos. Essas etapas são
fundamentais uma vez que as operações do corte da forragem no campo até a
vedação do silo representam cerca de 60% do custo total da silagem
(MONTEIRO; DUTRA, 1991).
De acordo com Mannetje (2000), devem ser avaliados três pontos antes
de se fazer a indicação de um programa de ensilagem: Se existe a
necessidade de se fazer silagem, se existe forragem de boa qualidade ou
outros produtos suficientes para ensilar e se há condições necessárias para
obtenção de uma silagem de boa qualidade.

13
Quando se procura agrupar os diversos fatores favoráveis à produção
de silagens, como volumosos para ruminantes no Nordeste, facilmente podem
ser listados: a escassez de forragem no período seco, a disponibilidade de
materiais de milho, sorgo, capim elefante e outras forragens, a simplicidade das
tecnologias empregadas, a produção de dietas mais equilibradas, a geração de
alimento rico em energia e palatável, a disponibilidade de aditivos, entre outros
(LIMA; MACIEL, 1998).
Para Cowan (2000) a importância da ensilagem é ressaltada como
reserva para a seca, para aumentar produtividade, para ajudar o manejo de
pastagens, para usar o excesso de forragem e para balancear nutricionalmente
as dietas.
Por outro lado, a listagem dos fatores limitantes ao processo de adoção
dessa tecnologia engloba: alto custo de produção, deficiência de máquinas,
grande necessidade de mão-de-obra, assistência técnica insuficiente,
insucessos anteriores, pequeno acesso ao crédito, dificuldades de transporte e
ausência de tradição cultural.
O silo cincho é um tipo de silo de superfície que, por sua menor
capacidade de armazenamento de forragem (< 10 t), baixo custo de produção,
menor requerimento de máquinas e mão-de-obra e maior rapidez no
enchimento, vem encontrando boa receptividade entre pequenos e médios
criadores do Nordeste.
Maciel et al. (2004 ab), apresentam em detalhes os aspectos
importantes e algumas limitações para a utilização racional dos silos tipo cincho
e de superfície, destacando suas adaptações à agricultura familiar e aos
pequenos rebanhos, os cuidados no correto preparo, manutenção e uso da
silagem.
Mesmo com suas limitações, o silo cincho pode representar uma
importante ferramenta para fortalecer a transferência e apropriação de
tecnologias de armazenamento de forragens no semi-árido. Em função da
facilidade e baixo custo para preparação da silagem em pequena escala, o
agricultor familiar pode reconhecer a importância desse recurso para a
convivência com a seca e adotar a tecnologia, passando a utilizar silos de
superfície ou trincheira com maiores dimensões.

14
SORGO
Como em muitas regiões do semi-árido nordestino o milho é uma cultura
de risco, o sorgo surge como um ótimo substituto para a produção de silagem.
Valente (1991), considera o valor nutritivo da silagem de sorgo equivalente a 85
a 90% da de milho, havendo, no entanto, referências mais amplas (72 a 92%).
Existem à disposição dos criadores no mercado três tipos básicos de
sorgo que são o granífero, o forrageiro e o sacarino.
De acordo com Vilela (1994), as variedades que produzem maior
quantidade de grãos, proporcionalmente à massa verde, parecem produzir
silagem de melhor digestibilidade, e muitas vezes proporcionam um maior
consumo de MS. Em concordância com essas afirmações, Nussio (1992),
recomenda cultivares denominados de duplo propósito com altura média de 2
m e 40 a 50% da MS na forma de grãos, na tentativa de garantir qualidade e
consumo ao material ensilado.
A EMPARN, em parceria com a Embrapa/Milho e Sorgo lançou
recentemente uma variedade de sorgo de dupla aptidão denominada BRS –
Ponta Negra, que apresenta como pontos de destaque , rendimentos de matéria
verde e MS de, respectivamente, 40 a 60 t. e 12 a 15 t../ha/corte e rendimento
de grãos em sequeiro superior a 3 t. e com irrigação de 6 t.
Mesmo sendo uma cultura anual, o que implica em gastos para a sua
renovação, o sorgo representa uma das poucas possibilidades do agricultor
familiar obter altos rendimentos de forragem com qualidade em regime de
sequeiro. Além disso, nas restritas áreas úmidas do semi-árido, essa espécie
tem grande capacidade de produzir rebrotas de excelente material forrageiro.

CAPIM ELEFANTE

O capim elefante pode ser considerado uma das forrageiras mais


importantes na produção de volumosos para a pecuária da região nordestina.
Pelo seu alto potencial produtivo, é uma das poucas forrageiras cultivadas
pelos criadores nas restritas áreas úmidas de aluvião existentes. Paralelamente
a esse potencial de produção, as capineiras de capim elefante são em geral,
extremamente mal manejadas no Nordeste (LIMA; MACIEL, 1996).
Ensaios de avaliação de capim elefante realizados pela EMPARN, com
materiais oriundos da Rede Nacional-RENACE, coordenada pela Embrapa

15
Gado de Leite, identificaram clones com potencial de produção de até 10 t.
MS/ha/corte, a cada 60 dias, ou seja, com potencial de produção de 60 t.
MS/ha /ano, em condições de irrigação e adubação.
Considerando-se que 70 a 80% da produção das capineiras ocorre no
período das águas e que o valor nutritivo destas decresce à medida que elas
se desenvolvem, Vilela (1994) recomenda a ensilagem dessa produção de
forragem como uma prática de manejo viável.
Com um bom planejamento, em um período de chuvas de seis meses,
os criadores poderiam realizar até três cortes nas capineiras (com intervalos de
45 a 60 dias), com potencial de produção de 30 a 40 t. de MV/corte.
Trabalhos experimentais descritos por Faria (1994), indicam ser possível
a obtenção de silagens de capim elefante de qualidade razoável, sem a
utilização de aditivos. O autor considera como ponto realmente limitante para a
ensilagem dessa gramínea, o alto teor de umidade, que no ponto de corte,
situa-se na faixa de 82% a 85%. O emurchecimento do capim ao sol após o
corte por 8 a 12 horas pode melhorar o padrão da fermentação das silagens.
Outra alternativa seria a adição de materiais de alto teor de MS (fenos
triturados, raspa e manivas de mandioca, polpa cítrica) ao capim elefante
úmido por ocasião da ensilagem.
PALMA
As palmas são forrageiras de longa tradição na pecuária nordestina e
representam um suporte alimentar fundamental para os rebanhos no semi-
árido. Um número restrito de espécies tem sido cultivado na região, sendo duas
Opunfia ficus-indica Mill (cultivares gigante e redonda) e uma Nopalea
cochenilifera Salm Dyck (cultivar miúda ou doce).
Embora considerada por alguns técnicos e criadores como forrageiras
de baixo valor pelo excessivo teor de umidade (10 a 15% de MS), as palmas
são alimentos com alta concentração de energia e boa digestibilidade, ricos em
minerais, com excelente palatabilidade, ótimo potencial de produção por área
e, principalmente, disponíveis nos períodos mais críticos de oferta de
alimentos.
Considerando dados de produção de MS de milho, sorgo e palma
forrageira em Pernambuco, Ferreira (2005) aponta que essa cactácea produz
mais energia por unidade de área que essas duas gramíneas, com 6,43 t.

16
NDT/ha/ano e, respectivamente, 4,32 e 5,16 para o milho e sorgo. Segundo
esse autor, a palma apresenta coeficientes de digestibilidade in vitro na MS da
ordem de 74,4; 75,0 e 77,4%, para as cultivares redonda, gigante e miúda e
teores de NDT de 61,1 a 65,9%.
Resultados obtidos pelo IPA em Caruaru-PE e Arcoverde-PE, apontam
produções no espaçamento de 1,0 x 0,5 m de 170 t. a 200t/MV/ha, dois anos
após o plantio, com teores médios de proteína bruta de 3 a 6% e de
digestibilidade da MS de 65 a 75%. O cultivo adensado da palma, com
espaçamento de 1,0 x 0,25m (40 mil plantas por hectare), vem sendo bastante
utilizado, principalmente, nos estados de Pernambuco e Alagoas. A tecnologia
embora venha obtendo resultados expressivos em produção com 250 a
300t/MV/ha, dois anos após o plantio, requer níveis de adubação mais altos,
além maiores requerimentos em termos de limpas. Segundo esses resultados,
a produção obtida em um hectare de palma em cultivo adensado, permite
alimentar 30 vacas por um período de seca de 180 dias, com um consumo
diário de 50kg/vaca/dia (SANTOS et al., 1997).
Como restrição à sua utilização exclusiva como volumoso para
ruminantes, a palma é pobre em fibra, que é necessária para manutenção das
condições normais do rúmen, e não atende às recomendações mínimas de
FDN para vacas de leite. Dessa forma, existe a necessidade de associação
com fontes de fibra, a fim de se prevenir desordens metabólicas
(FERREIRA,2005).

RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA
Na opinião de West (1994), o manejo dos resíduos agroindustriais
tornou-se uma importante ferramenta para o sucesso de qualquer programa
alimentar de ruminantes. Esse autor destaca que na determinação do valor do
produto não deve ser considerado apenas o valor nutritivo da forragem, mas
também o custo de transporte e as perdas no armazenamento e desidratação.
Especial atenção deve ser direcionada aos resíduos úmidos (polpas de frutas e
cevada), sempre calculando-se o valor nutricional do produto em termos de
MS. O teor de MS desses produtos é extremamente importante na formulação
de rações completas e no valor alimentar do resíduo.

17
Em uma abrangente revisão sobre a utilização de subprodutos da
agroindústria, Neiva (2003) informa que os dados de pesquisa já divulgados
sugerem que sejam utilizados vários materiais (abacaxi, acerola, caju, manga,
etc.) como aditivos na ensilagem do capim elefante. Para o autor, o uso dos
subprodutos, tanto melhora a qualidade fermentativa das silagens como
promove maior consumo e ganho de peso, além de contribuir para diminuir a
poluição ambiental.

Segundo Oltjen e Beckett (1996), somente nos EUA 250 bilhões de Mcal
de energia metabolizável são obtidos a partir de resíduos culturais e
subprodutos originados de culturas agrícolas. Para os autores, se convertidos
por bovinos leiteiros ou de corte em produtos de origem animal, esses resíduos
e subprodutos poderiam produzir 750 bilhões de litros de leite ou 4,5 milhões
de toneladas de carne.
Lima (2005) em revisão sobre a utilização de subprodutos da
agroindústria na alimentação de bovinos, destaca que o alto valor e a oscilação
dos preços dos concentrados comerciais torna necessário uma avaliação da
possibilidade de substituí-los por alimentos alternativos de menor custo, de boa
qualidade e que mantenham o patamar de produção dos rebanhos.
A produção de pedúnculos de caju no Brasil é estimada em mais de 1
milhão de toneladas por ano , quase totalmente no Nordeste, onde a safra da
cultura ocorre no período seco.
De acordo com Holanda et al. (1996) o resíduo da indústria de sucos de
caju contém 30 a 35% de umidade e pode ser utilizado diretamente na
alimentação animal. O produto final após secagem apresenta maior conteúdo
protéico que o caju seco no campo, com até 14,8% de PB. Em termos dos
resíduos agroindustriais, esses autores informam que para bovinos têm sido
usadas quantidades de caju superiores a 50% na formulação de concentrados,
obtendo-se um produto com cerca de 18% de PB.
Segundo Dias et al. (1998), o cultivo de melão (Cucumis melo L.) é uma
das explorações sob regime de irrigação de maior expressão socioeconômica
para a região semi-árida brasileira, concentrada nos estados de Pernambuco,
Bahia, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte, que juntos respondem por mais
de 90% da produção nacional. Como cultura de exportação, a seleção dos

18
frutos é rigorosa, que resulta numa produção de resíduos de 11,0 a 20,0 t. e
1,5 a 2,3 t de matéria verde e seca por hectare, respectivamente.
Utilizando frutos refugo de melão em substituição ao farelo de trigo na
dieta de vacas leiteiras, com participação de até 26% da MS, Lima et al. (2005)
concluíram que a utilização desses resíduos promoveu o aumento da produção
de leite, sem alterações de sua composição. Dois experimentos atualmente em
andamento na EMPARN avaliam a utilização desses frutos refugo como aditivo
de silagens e na terminação de cordeiros Morada Nova em confinamento.
Chedly e Lee (2005) ressaltam a utilização de subprodutos do cultivo da
bananeira para ruminantes, embora esses apresentem baixos teores de fibra,
proteína e minerais. Segundo os autores, as bananas rejeitadas e o tronco
podem proporcionar boas silagens misturadas com outros produtos como
folhas de mandioca, melaço, raízes de vegetais e outros produtos ricos em
carboidratos fermentáveis e proteína.
Como recurso disponível para agricultores familiares Caluya (2000)
aponta a possibilidade de utilizar a ensilagem no aproveitamento de
subprodutos da indústria do tomate, associados a restos de cultura de arroz.

PROBLEMAS DE ADOÇÃO

A eficácia da ensilagem e fenação como alternativas para a convivência


com a escassez de forragens nos períodos de seca do semi-árido, tem sido
mencionada nos antigos e atuais estudos da viabilidade da pecuária regional.
No entanto, ao serem avaliados os índices de adoção dessas práticas pelos
criadores da região, torna-se difícil compreender a pequena popularidade
dessas tecnologias em um ambiente onde o armazenamento de forragens é,
praticamente, uma condição essencial à eficiência produtiva dos rebanhos
(LIMA; MACIEL, 1996).
Diversos programas de fomento à produção de silagem foram realizados
no Nordeste, no final da década de 60 e início dos anos 70, inclusive com a
construção subsidiada de centenas de silos do tipo “trincheira”. Problemas
como a insuficiência de máquinas e apoio técnico, super dimensionamento dos
silos e ausência de tradição cultural, motivaram o insucesso desses programas.

19
Diagnóstico (1998) da Bovinocultura Leiteira do Rio Grande do Norte
registrou peque na utilização de silagem (20,1%) e inexpressivo uso do feno
(2,8%), que refletem o cenário característico do manejo de volumosos
forrageiros nas pequenas e médias propriedades leiteiras do Nordeste.
Na expressão popular “escapar o gado”, que muitas vezes significa a
vitória do criador ao evitar a morte de seus animais nos períodos críticos de
seca, podem estar enraizados diversos valores culturais avessos aos
processos de armazenamento e vinculados às habilidades do produtor de
retirar do ambiente inóspito o alimento mínimo necessário à sobrevivência do
gado. O problema situa-se na intrínseca imprevisibilidade do regime pluvial da
região e conseqüentemente, na incapacidade do criador em dimensionar o
período de estresse alimentar a que estarão sujeitos seus animais. Assim
sendo, em vez de perdas recuperáveis pelo ganho de peso compensatório do
gado no início do período chuvoso, normalmente observam-se danos severos,
claramente registrados nos índices produtivos e reprodutivos dos rebanhos
manejados na caatinga e até na morte de animais (MACIEL et al., 2004a).
O processo de quebra de barreiras à adoção de tecnologias de
armazenamento de forragens, passa, necessariamente, pelo conhecimento da
realidade sócioeconômica-ambiental do público-meta. Uma descrição do
universo dos agricultores familiares do semi-árido, entre outros problemas,
engloba o baixo nível de instrução dos produtores e gerentes, severa
descapitalização e conseqüente baixa capacidade de investimento, aversão a
riscos, limitação das áreas de cultivo, baixa e errática precipitação e
insuficiente apoio técnico e creditício.
Uma ação governamental que poderia vir de encontro a esta carência de
máquinas agrícolas, seria o estímulo à formação de empresas prestadoras de
serviços nessa área. Como acontece nos países desenvolvidos, existe um
grande número de fazendeiros especializados em serviços de corte e
enfardamento de campos de feno e enchimento de silos. As cooperativas e
prefeituras do Nordeste poderiam também prestar um serviço significativo à
pecuária regional, simplesmente adquirindo máquinas, capacitando operadores
e alugando serviços aos pecuaristas.
De acordo com Lacky (2004), um dos motivos dos fracassos da
modernização dos agricultores familiares é a tendência dos programas

20
governamentais utilizarem modelos excessivamente dependentes de fatores
externos às propriedades. Para o autor, os extensionistas deveriam priorizar o
incremento da produtividade de todos os fatores de produção já existentes,
antes de sugerirem novas incorporações optando por métodos demonstrativos,
em vez de discursivos, onde as vantagens das inovações “penetrem mais pelos
olhos que pelos ouvidos”.
Em relação às dificuldades de adoção das tecnologias de fenação no
semi-árido, LIMA et al. (2002) destacam a necessidade do processo de
intervenção contemplar, entre outros, os seguintes aspectos:
• Iniciar o processo com a utilização de forrageiras nativas ou cultivadas já
existentes, para baixar os custos do investimento inicial;
• Promover cursos e eventos de difusão, voltados para práticas de manejo
de pastagens que permitam o armazenamento de alimentos para
utilização no período seco do ano;
• Concentrar as ações de difusão no período chuvoso, para quebrar o
paradigma da impossibilidade de fenação durante o período das chuvas;
• Treinar a mão-de-obra familiar na utilização de equipamentos artesanais
de fenação, como as segadeiras e enfardadeiras manuais e formas de
armazenamento em galpões ou a campo.
• Elaborar cartilhas, englobando informações simples e diretas,
enriquecidas com ilustrações, indicando passo a passo todas as etapas
do processo de fenação;
• Destacar o valor forrageiro do feno, o período de armazenamento,
formas de utilização, inclusive, com demonstrações de aceitação e
quantificação na participação das dietas para as diferentes espécies e
categorias animais.
Nos últimos 12 anos, a EMPARN, em parceria com a EMATER-RN,
Sebrae, SENAR-RN e FINEP, realizou anualmente grandes encontros de
difusão de práticas de ensilagem e fenação, envolvendo a participação de
milhares de produtores rurais, extensionistas, técnicos, estudantes, lideranças
comunitárias e políticas. Esses encontros foram iniciados como atividades (dias
de campo) de sensibilização dos produtores, quanto à necessidade de
armazenar alimentos para o período seco e procuraram estreitar os laços da

21
pesquisa e extensão rural, com eventos extremamente práticos e diretos, do
tipo “aprender fazendo”, com ênfase especial na capacitação dos
extensionistas e instrutores-multiplicadores. Atualmente, além de uma
expansão geográfica no Estado, passando a ser realizado em oito
microrregiões, o evento evoluiu para um “Circuito de Tecnologias Apropriadas
para a Agricultura Familiar”, englobando além da segurança alimentar dos
rebanhos, outras atividades como a apicultura, ave caipira, bancos de
sementes, caprino e ovinocultura.
Entre as razões básicas do fracasso de programas de ensilagem para
agricultores familiares do Paquistão, Raza (2000) enumera os altos custos de
produção, a limitação de terras disponíveis e o pequeno efetivo dos rebanhos.
Os mesmos problemas são ressaltados por Rangnekar (2000) na Índia, que
acrescenta a falta de experiência prática dos extensionistas, o reflexo dos
insucessos ocorridos, a não participação da mulher e a alta necessidade de
mão-de-obra. Sobre os programas de difusão, esse autor destaca que tudo
aquilo que parecia altamente promissor técnica e economicamente, foi
normalmente rejeitado pelos pequenos fazendeiros.
Por outro lado, Nakamanee (2000) destacou as seguintes razões de
sucesso para um mesmo tipo de programa na Tailândia: o processo de
“aprender fazendo” que superou as dificuldades do desconhecimento do
processo, o convencimento do produtor da escassez de forragem como
principal barreira ao desempenho produtivo dos rebanhos e a disponibilidade
de forrageiras apropriadas.
De acordo com Hildebrand (1984), existe uma preocupação crescente
que a tecnologia agrícola mundial não esteja beneficiando a pequena
agricultura familiar. Entre os argumentos apontados que procuram justificar
essa situação, esse autor menciona a ineficiência da extensão, as barreiras
culturais dos agricultores e a produção de tecnologias não apropriadas às
condições desse público.
Lockeretz (1987) destaca que existem diferenças fundamentais no
ambiente de pesquisa das estações experimentais em relação às pequenas
fazendas. E acrescenta que no passado, sempre existiu preconceito entre os
pesquisadores em relação às pesquisas desenvolvidas nessas propriedades,
que não eram consideradas “científicas”.

22
Observa-se que a problemática da adoção de práticas de
armazenamento de forragens no Nordeste, além das questões estruturais de
crédito, disponibilidade de máquinas, pequena participação das cooperativas e
prefeituras e limitações no processo de assistência técnica, carrega em sua
essência um gargalo cultural de resistência aos riscos e as novas tecnologias,
que só encontra solução no processo educativo e de conscientização dos
produtores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como pode se observar nessa revisão, é ampla a disponibilidade de


volumosos forrageiros adaptados ao ambiente semi-árido que podem ser
utilizados tanto na forma natural como conservada.
Utilizando o bom senso e procurando atualizar-se na obtenção de
informações técnicas do manejo desses alimentos, o agricultor familiar
nordestino poderá implementar novos padrões de eficiência à pecuária
regional.
Fica claro também, que somente será possível viabilizar a exploração
pecuária em pequenas propriedades do semi-árido associando-se a utilização
de pastos nativos com a produção e armazenamento de forrageiras cultivadas
de alto rendimento.
Nesse cenário, é de fundamental importância a atuação dos sistemas
público e privado de assistência técnica, promovendo ações de capacitação
dos produtores familiares, com vistas à quebra das barreiras existentes em
relação à adoção de novas tecnologias.

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