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SOCIEDADE
MEIO AMBIENTE E
SOCIEDADE
Patricia Carla Barbosa Pimentel
IMES
Instituto Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano S/C Ltda.
William Oliveira
Presidente
Reinaldo Borba
Diretor de Novos Negócios
Jussiara Gonzaga
Gerente Técnica do NEaD
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Coord. de Produção de Material Didático
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ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, tampouco poderá ser utilizado
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Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia S/C Ltda.
2016
Direitos exclusivos cedidos ao Instituto Mantenedor de Ensino Superior da Bahia S/C Ltda.
SUMÁRIO
1.1
TEMA 1.
HISTÓRICO DA PROBLEMÁTICA AMBIENTAL
A degradação ambiental e a história da humanidade caminham juntas. A percepção da
humanidade para a problemática ambiental vem ganhando destaque nas últimas décadas, com
as consequências decorridas dos desequilíbrios causados ao meio ambiente.
Mesmo antes da Revolução Industrial, que é um marco para início da era da degradação
ambiental, é observada a utilização de recursos naturais pelo homem, o que, em princípio,
ocorria de maneira menos impactante ao ambiente natural.
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
A seguir, está a representação segundo Dansereau (apud Vieira & Ribeiro 2000), na fi-
gura 1, da relação da espécie humana com o ambiente desde a Pré-História até a atualidade.
8. a do controle climático.
3. a caça e a pesca;
Figura 1: representação, segundo Dansereau, da evolução do homem e uso dos recursos naturais. Fonte: Pierre Dansereau Apud, Vieira,
p. F & Ribeiro, m. A. 2000.
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PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
Sem dúvida alguma, a segunda Revolução Industrial foi o grande marco para aumento
do impacto da ação humana sobre o meio ambiente (figura 03). Em meados do Século XVIII
(1750), uma série de mudanças no modo de produção foi intensificada, sendo observada uma
substituição do artesanato e da manufatura para um maquinário mais elaborado, como má-
quinas de fiar - tear mecânico -, gerando uma significativa transformação nos processos pro-
dutivos. Na medida em que se aumentava a possibilidade de produção, aumentava também a
utilização de recursos naturais. Além do crescimento econômico, a Revolução Industrial ge-
rou perspectivas de maior geração de riqueza que, por sua vez, traria prosperidade e melhor
qualidade de vida. (DIAS, 2006, p. 05).
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
1.1.1
CONTEÚDO 1.
CONTEXTUALIZANDO A QUESTÃO AMBIENTAL
Vamos iniciar nossa jornada com uma breve, mas necessária, apresentação de alguns
conceitos básicos ligados à ecologia e ao meio ambiente. Isso porque, para compreensão de
alguns fenômenos e problemas ambientais será necessário recorrer a conhecimentos adquiri-
dos durante a educação básica (fundamental e médio), mas que farão parte do nosso dia a dia,
tanto nessa disciplina, quanto na nossa vida quotidiana para além do ensino superior.
Dessa forma, a ecologia se ocupa especialmente da biologia de grupos de organismos e
de processos funcionais na terra, no mar e na água doce, sendo definida como o estudo da
estrutura e do funcionamento da natureza, considerando que a humanidade é uma parte dela
(figura 1).
Matéria Energia
Figura 1: modelo representando a complexidade dos sistemas naturais, desde a mais simples até a mais complexa das escalas de organi-
zação. Fonte: autoria própria, adaptado de conceito de Odum, 2004, p. 6.
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SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
Habitat de um organismo é o local onde este vive ou onde este deve ser procurado. O
nicho ecológico representa não apenas o espaço físico ocupado por um organismo, mas tam-
bém o seu papel funcional na comunidade, como por exemplo, a sua posição trófica e a sua
localização nos gradientes ambientais de temperatura, umidade, pH, solo e outras condições
de existência (ODUM, 2004, p. 375).
Comunidade biótica é qualquer conjunto de populações que vivem em uma área deter-
minada ou habitat físico; é uma unidade organizada, na medida em que tem características
adicionais às das suas componentes, indivíduos e populações e funciona como uma unidade
mediante transformações metabólicas associadas (ODUM, 2004, p. 221).
População é o conjunto de organismos da mesma espécie (ou outros grupos no seio dos
quais os indivíduos podem trocar informação genética), ocupando um dado espaço e que tem
várias características que embora melhor expressas como funções estatísticas, fazem parte uni-
camente do grupo e não são características dos indivíduos que o compõem, como por exem-
plo, a densidade, a natalidade, a mortalidade, a distribuição de idades, a dispersão e as formas
de crescimento (ODUM, 2004, p. 257).
Entende-se por ecossistema a unidade que inclui a totalidade dos organismos de uma
área determinada, interagindo com o ambiente físico de forma que uma corrente de energia
conduz a uma estrutura trófica, a uma diversidade biótica e a ciclos de materiais (isto é, trocas
de materiais entre as partes vivas e não vivas) claramente definidos dentro do sistema ecológi-
co ou ecossistema (ODUM, 2004. p. 11).
Por ser mais complexo, podemos definir Meio Ambiente a partir de diversos conceitos.
Pode-se dizer que Meio Ambiente ou Ambiente é a realidade física e orgânica de um determi-
nado espaço, que pode compreender tanto um ecossistema como toda a biosfera, ou como o
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas suas formas (Lei n. 6.938/91). É possível definir Meio
Ambiente como “um conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que envolvem um indi-
víduo e com os quais ele interage, influenciando e sendo influenciado por eles” (LIMA-E-
SILVA apud TRIGUEIRO, 2005, p. 77). Vale destacar, que a compreensão de meio ambiente
vai muito além de aspectos ecológicos, pois abrange todas as interações existentes entre o ho-
mem e o seu meio.
Um conceito importante que deve ser considerado é o de Recursos Naturais. Tudo aqui-
lo que é necessário ao homem, que se encontra na natureza e que pode ser dotado de valor
econômico (embora estudos mais recentes sobre economia dos recursos naturais indiquem
que alguns recursos naturais e serviços ambientais – como, por exemplo, a ciclagem do solo,
do carbono e o ciclo da água não tenha preço!). Dentre os inúmeros recursos naturais pode-
mos citar: o solo, a água, o oxigênio, a energia oriunda do Sol, as florestas, os animais e outros.
Nesse contexto, é importante estabelecer que há Recursos Naturais Não-renováveis, que são
utilizados, em sua grande maioria, nas atividades antrópicas e que não têm capacidade de re-
novação (em se tratando de tempo geológico). Assim, podemos citar o alumínio, o ferro, o
petróleo, o ouro, o estanho, o níquel e muitos outros minerais como recursos naturais não
renováveis. Isso significa dizer, quanto mais se extrai, mais as reservas mundiais desses miné-
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
rios diminuem. Diante desse fato, é importante que medidas de consumo sustentável e novas
alternativas ao uso desses minérios sejam estudadas, poupando e propondo novas formas de
uso desses recursos para o futuro.
Quando falamos em Recursos Naturais Renováveis, podemos imaginar todos aqueles
que possuem a capacidade de renovação após serem utilizados pelo homem em suas ativida-
des produtivas. Temos como recursos naturais renováveis a energia solar e dos ventos, a flora,
a fauna, o solo e a água, por exemplo. Entretanto, é importante mencionar que embora os re-
cursos naturais renováveis tenham a possibilidade de se renovarem (lembre-se, em termos de
tempos geológicos, ou seja, milhões e milhões de anos!), a frequência e a intensidade com que
a degradação desses recursos tem ocorrido pode dificultar ou mesmo impossibilitar a essa
capacidade de renovação. Vejamos o exemplo da água. Embora seja um bem renovável, a água
não deixa de ser limitado. Isso porque seu volume no planeta apresenta-se de forma constante
e a sua capacidade de renovação tem sido comprometida devido a diversas degradações do-
mésticas, industrial e agrícola e por desequilíbrios ambientais causados por desmatamento e
uso indevido do solo, além do consumo crescente e indiscriminado. Diante desses cenários,
alguns autores preferem adotar como categorias, recursos naturais não renováveis petróleo e
minerais, pois podem se esgotar após o uso, recursos naturais renováveis que não se esgotarão
após o uso, como a energia solar e a dos ventos e os recursos potencialmente renováveis como
a água, o solo, as florestas, pois estão tendo sua capacidade de renovação limitada devido ao
mau uso pelo homem.
Poluição é a introdução pelo homem, direta ou indiretamente, de substâncias ou energia
no ambiente, provocando um efeito negativo no seu equilíbrio, causando, assim, danos à saú-
de humana, aos seres vivos e ao ecossistema.
As ações naturais ou provocadas pelo homem (antrópica) produzem alterações sobre o
meio ambiente ou em parte dele – sendo os resultados dessas ações chamadas de Impacto
Ambiental. Para se mensurar a amplitude desses efeitos, para algumas atividades exigi-se a
elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental
(EIA/RIMA). Mas esses assuntos iremos abordar mais adiante.
Espero que com estes conceitos básicos consigamos avançar e aprofundar nossos conhe-
cimentos na área ambiental. Caso tenha persistam dúvidas ou outros conceitos apareçam nos
seus estudos não hesite em tirar dúvidas, com o seu professor-tutor da disciplina ou ainda,
você mesmo pode pesquisar na bibliografia especializada sobre o tema.
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PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
1.1.2
CONTEÚDO 2.
GRANDES DESASTRES AMBIENTAIS
Uma série de desastres ambientais tem ocorrido ao longo da história contemporânea,
demonstrado os efeitos dos impactos da ação do homem sobre o meio ambiente. Em muitos
desses eventos desastrosos, não havia associação entre o desastre e um problema ambiental.
Somente em anos mais recentes é tais desastres foram “classificados” como problemas com
sérias consequências ambientais. Citaremos a seguir alguns desses desastres:
O lançamento de bombas nucleares em Hiroshima e Nagasáki em 1945, ficou conhecido
como pesadelo atômico, pois mataram entre 150 mil e 220 mil japoneses. As estimativas não
são precisas porque os documentos militares da época foram destruídos. No entanto, registra-
se que em um quilômetro do centro da explosão, quase todos os animais e plantas morreram
com as ondas de choque e calor. Em 58 anos, a radiação aumentou em 51% a ocorrência de
leucemia nesses locais (RATIER,[201-?]). Apontamos esse evento como um dos desastres am-
bientais da humanidade, pois a partir daí inúmeros outros eventos desastrosos com energia
nuclear ocorreram e dizimaram a fauna, a floras e centenas e milhares de vidas humanas.
Em 1952, eventos ligados à poluição do ar decorrente do processo de industrialização
em Londres - Inglaterra provocou a morte de cerca de 1.600 pessoas por problemas respirató-
rios. Entre a década de 1930 – 1950, mais de 3 mil pessoas adoeceram e centenas morreram,
vítimas de uma doença conhecida como “mal de Minamata” (figura 04). A doença provocava
convulsões, problemas neurológicos e deformações físicas no corpo, sendo a causa da doença
o mercúrio derramado ao longo de 40 anos por uma empresa de fertilizantes (FERREIRA, 20-
?]. Somente em 1997, o processo de descontaminação dessa baía foi concluído.
Figura 04: indivíduos com paralisias causadas, pelo que ficou conhecido como mal de Minamata. Fonte:
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quais-foram-os-maiores-desastres-ecologicos-do-mundo.
Um dos mais conhecidos eventos foi a morte de aves provocada pelos efeitos secundá-
rios imprevistos do DDT e outros pesticidas e a introdução destas substâncias na cadeia ali-
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
mentar, destacada na publicação da bióloga Rachel Carson, autora do Livro Primavera Silen-
ciosa, publicado em 1962. Este livro foi um dos grandes marcos para o movimento ambienta-
lista moderno, pois a partir daí, iniciou-se uma grande mobilização mundial acerca da temáti-
ca ambiental.
Houve em Bhopal, Índia, em 1984, um caso de omissão que ocasionou a morte de 2500
pessoas. 45 toneladas de gases tóxicos vazaram de um tanque da fábrica de agrotóxicos da
Union Carbide. A omissão se deu porque a empresa, depois do acidente, abandonou o local e
além dos mortos, deixou outras 150 mil pessoas sofrerem com queimaduras nos olhos e pul-
mões. Até recentemente há protestos pela limpeza da área. O solo e a água nesse local possu-
em altos níveis de metais pesados e derivados de cloro cancerígenos (RATIER,[201-?]).
Considerado o pior acidente radioativo do mundo. A radiação emitida no acidente em
Chernobyl na Ucrânia (uma ex-república soviética), foi 100 vezes maior que as da bomba de
Hiroshima e Nagazaki, ocorreu em 1986, e foi ocasionado por uma explosão após uma série
de falhas humanas em uma usina. O incêndio foi controlado nove dias depois, mas a nuvem
radionativa já tinha se espalhado, chegando a ultrapassar fronteiras entre países. Nesse aciden-
te houve 31 mortes, porém as consequências mais graves desse desastre vieram a longo prazo:
estima-se que mais de 300 mil pessoa ficaram doentes e até anos recentes havia nascimentos
de crianças com graves mutações em função da radiação (RATIER,[201-?]).
Um dos mais conhecidos desastres ambientais da atualidade foi o derramamento de
óleo causado pelo petroleiro Exxon Valdez que colidiu com rochas submersas na costa do
Alasca, provocando um grave desastre ecológico em 1989. Cerca de 100 mil aves morreram e 2
mil quilômetros de praias ficaram contaminadas. Isso foi apenas uma parte do estrago causa-
do por 40 milhões de litros de óleo lançados ao mar (Figura 05). O problema se agravou por-
que, com o frio, o óleo demorou a se tornar solúvel e ser consumido por microorganismos
marítimos, agravando ainda mais o problema. Apesar da limpeza, que mobilizou mais de 10
mil pessoas, cerca de 800 mil litros do petróleo continuam poluindo a costa da região até hoje
(FERREIRA, [20-?]).
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tal pó era valioso, mostrou para toda a família e amigos, o que ele não sabia era que o pó era
cloreto de césio (césio 137), que causou horas mais tardes, vômitos e tonturas e 4 mortes (Fi-
gura 06). Aproximadamente 120 pessoas foram contaminadas e 1000 são monitoradas até
hoje. Esse acidente é considerado o maior do Brasil e o maior do mundo, considerando-se que
ocorreu fora de usinas nucleares.
Estes são apenas alguns dos diversos desastres ambientais da atualidade. Todos estes
eventos possuem efeitos diretos ou indiretos para a natureza, para a economia e para a socie-
dade como um todo, reflita sobre isso.
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
O CASO DE CUBATÃO
Considerado como o “vale da morte” (the new york times), o polo petroquímico paulista
gerava tanta poluição que chegou a produzir bebês sem cérebro, chocando a opinião pública
em todo o mundo. Em 1980, as indústrias do polo cuspiam cerca de mil toneladas de gases
tóxicos por dia, alimentando uma névoa venenosa que afetava o sistema respiratório e gera-
va bebês com deformidades físicas, contaminando também a água e o solo da região. Chuvas
ácidas e deslizamentos na serra do mar eram uma constante. Após as denúncias, as autori-
dades exigiram o controle da poluição industrial, melhorando a situação, mas não resolveu
totalmente o proble-
ma.
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1.1.3
CONTEÚDO 3.
CONFERÊNCIAS INTERNACIONAIS E NACIONAIS: DE ESTOCOLMO A RIO +
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Na década de 60, a relação da degradação ambiental com estilo de crescimento econô-
mico da época já era objeto de estudo e preocupação internacional, sobretudo após a publica-
ção do livro Primavera Silenciosa, em 1962, pela bióloga americana Rachel Carson. Conforme
comentado anteriormente, este livro tornou-se um clássico do movimento ambientalista mo-
derno, pois tratava de questões como a diminuição da qualidade de vida devido ao uso exces-
sivo de inseticidas, pesticidas e outros produtos químicos na produção agrícola e os efeitos
destas substâncias sobre o meio ambiente e a saúde humana.
Na onda ambientalista, em 1970, a revista Britânica “The Ecologist” elabora o “Manifes-
to para Sobrevivência”, no qual pesquisadores insistiam que um aumento indefinido de de-
manda não poderia ser sustentado por recursos finitos. Essa assertiva foi ratificada pela publi-
cação do livro “Limites do Crescimento”, em 1972, - no qual foram divulgados os resultados
de estudos realizados pelo Clube de Roma1 -, onde se discutia a crise e os dilemas atuais e
futuros da humanidade naquela época. Neste livro, foram expostos temas como a preocupa-
ção mundial com a pobreza e a abundância, a deterioração do meio ambiente, o crescimento
urbano acelerado, entre outros temas. (ANDRADE, 2001, p. 29). Nada muito diferente do que
se discute hoje, não acha?
A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada
em Estocolmo - Suécia, em 1972, foi, e ainda é considerada, um grande marco histórico pois
chamou a atenção do mundo para a gravidade da situação na área ambiental. Esta conferência
obteve resultados importantes como a evolução do pensamento ambientalista, trazendo uma
percepção de que o uso dos recursos estava inadequado, necessitando de gestão apropriada. A
determinação de prioridades e necessidades ambientais, antes definidas somente pelos países
desenvolvidos, foi estendida para os países em desenvolvimento e foi criado o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA. Durante a Conferência de Estocolmo, sur-
giu pela primeira vez o termo “Ecodesenvolvimento”, que tem como critérios, a justiça social,
a prudência ecológica e a eficiência econômica, pilares do Desenvolvimento Sustentável. Para
o Brasil, como reflexo da discussão realizada em Estocolmo, foi elaborado o decreto que insti-
tuiu em 1973, a Secretaria Especial do Meio Ambiente, no âmbito do Ministério do Interior, e
que, posteriormente, deu origem ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis - IBAMA. Nessa década, iniciou-se uma revolução na sociedade que pas-
sou a criticar não só o modelo de produção existente, como também, o modo de vida dele de-
corrente (ANDRADE, 2001, p. 29).
1 O Clube de Roma é um grupo de pessoas ilustres que se reúnem para debater um vasto conjunto de assuntos
relacionados a política, economia internacional e, sobretudo, ao meio ambiente e o desenvolvimento sustentá-
vel (Wikipedia, 2010 – on line).
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Diante da necessidade de mudança de modelos de desenvolvimento e ações efetivas para
minimizar os impactos sobre o meio ambiente (Figura 09), foi realizada, em 1977, a I Confe-
rência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, na cidade de Tbilizi, Georgia (antiga
União Soviética).
Uma das declarações aprovadas nesta conferência enfatizava que a Educação Ambiental
deveria,
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SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
ser considerado insustentável. O argumento de que tal modelo não deveria ser copiado pelos
países em desenvolvimento sob pena de esgotamento dos recursos naturais foi ressaltado, en-
tretanto, isso não tem sido praticado. De acordo com o Relatório de Brundtland, o conceito de
“Desenvolvimento Sustentável” está relacionado ao modelo de desenvolvimento que visa ao
“atendimento das necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações
futuras atenderem as suas próprias necessidades".
No início da década 90, o meio ambiente passou a ocupar um patamar privilegiado na
agenda global, se tornando assunto quase obrigatório nos encontros internacionais. Em 1992,
foi realizada na cidade do Rio de Janeiro a “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD)”. Na Rio-92 ou Eco-92, como ficou conhecida,
discutiu-se que o meio ambiente e o desenvolvimento são duas faces de uma mesma moeda
com um nome próprio: Desenvolvimento Sustentável. Daí, partiram as principais iniciativas
para a implementação de um modelo de desenvolvimento mais sustentável. Como resultados
dessa conferência, foram assinados cinco documentos que direcionariam as discussões sobre o
meio ambiente nos anos seguintes, são eles:
(1) Agenda 21
(2) Convenção sobre Diversidade Biológica
(3) Convenção sobre Mudanças Climáticas
(4) Princípios para a Gestão Sustentável das Florestas
(5) Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
propostas e contribuições que seriam incorporadas ao texto-base que serviram como referên-
cia para o documento oficial produzido.
1.1.4
CONTEÚDO 4.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
As causas da degradação do meio ambiente e da crise nas relações sociedade-natureza
não emergem apenas de fatores conjunturais ou do instinto perverso da humanidade. As im-
plicações de tal degradação não são consequências apenas do uso indevido dos recursos natu-
rais, mas sim de um conjunto de variáveis interconexas (Figura 10).
Figura 10: variáveis da sociedade contemporânea e a relação com o meio ambiente. Fonte: autoria própria.
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recursos naturais e a matriz energética estabelecida para proporcionar este desenvolvimento,
que é, como já mencionado anteriormente, insustentável.
PARA REFLEXÃO
“... a principal causa da contínua deterioração do meio ambiente global são os padrões insus-
tentáveis de produção e consumo...” (Capítulo 4 da AGENDA 21).
3 É o fenômeno causado pelo excesso de nutrientes (compostos químicos ricos em fósforo ou nitrogênio) numa
massa de água, provocando um aumento excessivo de algas. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Eutrofiza%C3%A7%C3%A3o>.
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
zos econômicos também são computados a partir da erosão, pois provocam fechamento de
rodovias, ferrovias e outros meios transportes.
Existem diversas formas de evitar ou pelo menos minimizar os impactos das erosões,
são elas: não retirar a cobertura vegetal dos solos, principalmente de regiões montanhosas ou
em locais com morros; elaborar obras-civis com o devido planejamento (rodovias, prédios,
hidrelétricas, túneis etc) para que não ocorra o deslocamento de terra; monitorar as mudanças
que ocorrem no solo; realizar o reflorestamento de áreas devastadas, principalmente em regi-
ões de encosta.
Desmatamento
O desmatamento é um grave problema ambiental, pois altera as composições originais
do solo, destrói a vegetação e provoca a mortalidade de animais, sendo uma das principais
causas da perda da biodiversidade (Figura 13). Associado às queimadas, o desmatamento é
um dos principais emissores de gases do efeito estufa.
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palmente, para utilização do corante avermelhado do pau-brasil. A partir dessa época, a flora e
a fauna brasileira vêm sendo utilizadas em um rimo sem precedentes.
Dados publicados pela wwf no ano de 2000, revelaram que o desmatamento na amazônia já
atinge 13% da cobertura original. O caso da mata atlântica é ainda mais trágico, pois apenas
9% da mata sobrevivem à cobertura original de 1500.
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Desertificação
A desertificação é definida como um processo de degradação ambiental causada pelo
manejo inadequado dos recursos naturais nos espaços áridos, semiáridos e subúmidos secos,
que compromete os sistemas produtivos das áreas susceptíveis, os serviços ambientais e a con-
servação da biodiversidade (MMA, 2015). A desertificação é uma das principais consequên-
cias dos desmatamentos e das práticas agrícolas inadequadas. As práticas agrícolas comumen-
te utilizadas têm provocado alterações de caráter físico (como a erosão, as queimadas, a
impermeabilizações para construção de estradas e represas, os aterros e as escavações, as ara-
gens, o gradeamento e a compactação), e químico (como a contaminação por agrotóxicos,
salinização, disposição de resíduos sólidos e líquidos). É um processo que está diretamente
associado às atividades humanas, embora fenômenos naturais possam contribuir para o agra-
vamento da desertificação. Estudos realizados pelo MMA em parceria com os governos dos 11
Estados brasileiros demonstram que as áreas suscetíveis a desertificação representam 16% do
território brasileiro e 27% do total de municípios envolvendo uma população de 31.663.671
habitantes, onde se concentra 85% da pobreza do país. Logo, representa um contexto que de-
manda políticas públicas específicas importantes para o combate à pobreza e a melhoria das
condições de vida de parte significativa da população brasileira (Figura 14).
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SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
Em junho de 1994, o Brasil junto com outros 192 países, ratificou a Convenção das Na-
ções Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas - UNCCD
(sigla em Inglês). Os compromissos assumidos nessa convenção consistem no estabelecimento
de soluções qualitativas que atendam às demandas socioambientais nos espaços áridos, semiá-
ridos e subúmidos secos, o que ocorre particularmente onde residem as populações mais po-
bres do planeta. Essa convenção é reconhecida como o instrumento fundamental para erradi-
cação da pobreza e promoção do desenvolvimento sustentável nas áreas rurais das terras
secas, tendo um significado estratégico, por ser reflexo do novo enfoque de qualificação do
uso sustentável dos recursos naturais como elemento transformador da relação sociedade e
meio ambiente (MMA, 2015).
Práticas Agrícolas
Neste modelo, há redução da diversidade genética, pois tanto para produção de alimen-
tos quanto para produção de fibras e fármacos, é eleito um número cada vez menor de vege-
tais para cultivo. Com isso, há também redução da diversidade biológica, o que expõe os culti-
vos à ocorrência de problemas causados pelo aumento da especificidade dos agentes causais e
hospedeiros (as chamadas pragas agrícolas). Para sanar este problema, uma maior quantidade
de insumos, tais como fertilizantes de síntese química e agrotóxicos, é utilizada.
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Tais práticas podem causar a exposição direta do solo à água da chuva e ao vento, o que
também pode gerar como consequência a erosão, com o arraste uniforme da camada mais
superficial do solo.
A poluição do solo está relacionada às atividades que o homem desenvolve sobre o solo,
alterando suas características naturais. São as principais fontes de poluição do solo (MMA,
2005):
• Aplicação de agentes químicos (agrotóxicos).
• Despejos de resíduos sólidos (lixo em áreas impróprias e a céu aberto).
• Lançamento de resíduos líquidos (esgotos domésticos e industriais).
• Atividades que resultam na erosão do solo.
A poluição do solo, da água e do ar pode causar uma série de problemas de saúde públi-
ca. Por esse motivo, a poluição deve ser tratada como uma questão primordial pelas secretari-
as de saúde de estados e municípios (Figura 16).
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Poluição/ Contaminação da Água
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Poluição do Ar
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las emanações gasosas resultantes de ações antrópicas. Este efeito causa a eleva-
ção da temperatura, a elevação do nível do mar e a alteração das precipitações
pluviométricas (chuvas) e tem provocado mudanças climáticas no mundo intei-
ro.
Outros tipos de poluição, como a acústica e visual, devem ser levadas em consideração
nas grandes cidades, pois estas podem ter consequências ao o homem e ao ambiente.
Para entender um pouco mais sobre os efeitos da poluição sonora e visual assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=9d3quz4r228
Biodiversidade
No panorama atual, a Diversidade Biológica é uma das prioridades fundamentais do
meio ambiente, sendo um dos componentes básicos para manutenção da qualidade ambiental,
ou seja, a perda da biodiversidade em qualquer nível – ecossistema, espécies ou populações –
comprometerá a qualidade dos ambientes (DIAS, 2001).
Segundo a WWF – Brasil, não se sabe ao certo quantas espécies existem no mundo. No
entanto, especialistas estimam que a variabilidade de espécies (animais, vegetais e todas as
formas de vida existentes) possa chegar entre 10 e 50 milhões. O fato, é que até agora, os cien-
tistas identificaram e classificaram apenas 1,5 milhão de espécies. O Brasil é considerado um
país megadiverso, pois possui cerca de 20% das espécies conhecidas no mundo (MMA, 2015).
Os danos causados com a perda da biodiversidade normalmente são considerados irre-
versíveis. O uso dos recursos naturais, assim como a conservação da biodiversidade, está na
origem dos conflitos de interesses das sociedades que é preciso gerenciar. Nessas condições, o
futuro da biodiversidade dependerá dos modos de desenvolvimento que serão privilegiados
pelos países, em especial, os em desenvolvimento e da evolução dos circuitos econômicos
(LÉVEQUÊ, 1999).
a. Conceitos
O conceito de biodiversidade procura referir e integrar toda a variedade que encontra-
mos em organismos vivos, nos mais diferentes níveis e ambientes. Portanto, este conceito tor-
na-se abrangente e, muitas vezes, de difícil compreensão. Dessa forma, iremos agora buscar
alguns conceitos para definição da biodiversidade ou diversidade biológica:
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
"A soma de todos os diferentes tipos de organismos que habitam uma região tal como o
planeta inteiro, o continente africano, a Bacia Amazônica, ou nossos quintais" (Andy Dob-
son).
"A totalidade de gens, espécies e ecossistemas de uma região e do mundo" (Estratégia
Global de Biodiversidade).
"A variedade total de vida na Terra. Inclui todos os genes, espécies e ecossistemas, e os
processos ecológicos de que são parte" (ICBP - Conselho Internacional para a Proteção das
Aves).
É importante ressaltar que a biodiversidade não é apenas uma coleção, uma quantifica-
ção das espécies existentes em uma determinada região ou localidade, é também a maneira
como estes organismos estão organizados e como eles interagem e desempenham suas ativi-
dades em um ecossistema.
Assim, entende-se por biodiversidade - ou diversidade biológica -, a variabilidade de or-
ganismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres,
marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos ecológicos de que fazem parte;
compreendendo ainda, a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas
(Convenção da Diversidade Biológica - CDB, Artigo 2). Talvez esta seja a mais completa defi-
nição para biodiversidade.
b. Impactos à biodiversidade
De acordo com Dias (2001), a diversidade biológica representa um recurso de real ou
potencial utilidade ou valor para o ser humano, pois fornece produtos para exploração e con-
sumo da humanidade, presta serviços ambientais de uso indireto essenciais à manutenção dos
diferentes sistemas econômicos de uso da terra. Assim, não é só o valor econômico que im-
porta, mas a preocupação com a conservação da biodiversidade se justifica por que esta é uma
das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos
ecossistemas.
Os principais fatores que impactam diretamente na biodiversidade, comprometendo sua
estabilidade são:
1. Perda e fragmentação dos habitats;
reflorestamento;
34
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
Indiretamente, também estão relacionados à perda da biodiversidade, o crescimento
acelerado das populações humanas que leva ao aumento do desmatamento, o comércio de
espécies ameaçadas de extinção, à distribuição desigual da propriedade, da geração e fluxo dos
benefícios advindos da utilização e conservação dos recursos biológicos. Tudo isso impacta
com o aumento da pobreza e da fome, dos sistemas e políticas econômicas que não atribuem o
devido valor ao meio ambiente e aos recursos naturais, sistemas jurídicos e institucionais que
promovem a exploração não sustentável dos recursos naturais e insuficiências de conhecimen-
to e falhas em sua aplicação4.
4
Fonte: WRI, IUCN, PNUMA (1993). A Estratégia Global da Biodiversidade, apud Garay e Dias (2001).
35
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Biológica, e que dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, a proteção e o acesso ao conhe-
cimento tradicional associado, a repartição de benefícios e o acesso à tecnologia e transferên-
cia de tecnologia para sua conservação e utilização.
d. Perda da biodiversidade
Podemos considerar que a perda de biodiversidade está relacionada ao conjunto de in-
terferências antrópicas sobre o meio ambiente. O continente europeu foi o primeiro a sofrer
as consequências da perda da biodiversidade, no entanto a mesma situação se repete com o
continente norte americano e demais países considerados desenvolvidos.
Os danos causados com a perda da biodiversidade normalmente são considerados irre-
versíveis. O uso dos recursos naturais, assim como a conservação da biodiversidade está na
origem dos conflitos de interesses das sociedades que é preciso gerenciar. Nessas condições, o
futuro da biodiversidade dependerá dos modos de desenvolvimento que serão privilegiados
pelos países, em especial, os em desenvolvimento e da evolução dos circuitos econômicos.
As causas da perda da biodiversidade residem no desenvolvimento das atividades hu-
manas, consumidoras de espaços e de recursos, é, portanto, exatamente no contexto das rela-
ções homem-natureza, que é preciso situar as preocupações atuais e buscar as soluções even-
tuais para os problemas da humanidade. (LÉVÊQUE, 1999, p. 22).
36
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
ESTUDO DE CASO
Tudo no meio ambiente tem uma função saiba o ser humano ou não. O Ministério da
Saúde registrou 501 ataques de abelhas em 2012 no estado da Bahia. O desequilíbrio ecológico
foi apontado como a principal causa do aparecimento dos insetos na capital baiana. Diante
dos casos de morte por infecção e a infestação em domicílio, questionados especialistas expli-
caram que a diminuição da cobertura vegetal, fez com que as abelhas, por não encontrarem
árvores, procurassem abrigo para fazer a proteção do ninho. Elas preferem locais com tempe-
ratura mais baixa e com sombra. Biólogos defendem que as abelhas só atacam quando são
ameaçadas. Diante desta problemática você é líder de uma associação de bairro e tem recebido
muitas reclamações de moradores, sobre o que fazer, que órgão procurar. Conhecedor dos
conceitos de ecologia, você domina alguns princípios e sabe o porquê do desequilibro ecológi-
co. Elabore estratégias que contribuam para que a sua comunidade compreenda a importância
de se manter a harmonia da cadeia alimentar. Se matarem essas abelhas alguém vai ficar sem
comida no reino animal certo? O que você faria para ajudar a prevenir os ataques? Para aguçar
o seu pensar crítico: O que falta ao ser humano para que respeite a cadeia alimentar e contri-
bua para o equilíbrio dela?
37
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
QUESTÕES ENADE
QUESTÃO 01
A Ecologia proporciona ao ser humano um estudo da nossa casa terra, para prever e
prover soluções em tempo hábil de reverter e ou amenizar danos.
A charge apresenta a ecologia simbolizada na árvore e do outro lado da ampulheta faz uma
crítica ao:
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PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
QUESTÃO 02
Meio Ambiente e Sociedade, dois aspectos de um único todo.
Com base nos estudos e no que a figura nos remete a compreensão, qual das alternativas
a seguir, define a ideal relação consciente do ser humano e o meio em que vive?
a) o ser humano é egoísta, só pensa no que a natureza pode proporcionar ao bolso;
b) a economia pode ser sustentável desde que não interfira o interesse das grandes em-
presas;
c) A sociedade vencerá o ego quando se ver dentro da ecologia, como parte a ser estuda-
da também, a fim de que melhor determine o que necessita do que acha que precisa;
d) o desequilíbrio ecológico é uma realidade devido às ações antropogênicas. Quando a
ecologia for prioridade dos debates internacionais, deixa de existir o ego;
e) Sair do ego e ir para o eco, requer apoio do governo que ainda não demonstrou ter sa-
ído com consciência desse processo;
QUESTÃO 03
(ENADE 2013) A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento bási-
co precário como uma grave ameaça à saúde humana. Apesar de disseminada no mundo, a
falta de saneamento básico ainda é muito associada à pobreza, afetando, principalmente, a
população de baixa renda, que é mais vulnerável devido à subnutrição e, muitas vezes, à higie-
ne precária. Doenças relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e a deficiências na
higiene causam a morte de milhões de pessoas todos os anos, com prevalência nos países de
baixa renda (PIB per capita inferior a US$ 825,00).
Dados da OMS (2009) apontam que 88% das mortes por diarreia no mundo são causa-
das pela falta de saneamento básico. Dessas mortes, aproximadamente 84% são de crianças.
Estima-se que 1,5 milhão de crianças morra a cada ano, sobretudo em países em desenvolvi-
mento, em decorrência de doenças diarreicas.
39
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
No Brasil, as doenças de transmissão feco-oral, especialmente as diarreias, representam,
em média, mais de 80% das doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado
(IBGE, 2012). Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br>. Acesso em: 26 jul. 2013 (adap-
tado).
Com base nas informações e nos dados apresentados, redija um texto dissertativo acerca
da abrangência, no Brasil e em sua cidade, dos serviços de saneamento básico e seus impactos
na saúde da população. Em seu texto, mencione as políticas públicas já implementadas e apre-
sente uma proposta para a solução do problema apresentado no texto acima.
QUESTÃO 04
(ENADE 2013) Os gráficos abaixo indicam a evolução das empresas brasileiras na im-
plementação de práticas ambientais do ano de 2007 a 2012. Para a obtenção dos dados, mais
de 800 empresas foram pesquisadas, evidenciando-se um aumento do peso da questão ambi-
ental na estratégia de negócio das companhias.
Com base nos gráficos apresentados e nas normas vigentes, é correto concluir que
a) o aumento de 21% de empresas que usam fontes de energia renováveis pode ser ex-
plicado pela Lei Federal de Energias Renováveis, publicada em 2008, que obriga to-
das as empresas a utilizarem produtos renováveis como fonte de energia no processo
de produção.
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PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
b) as empresas que fazem o reúso da água (61%, em 2012) podem utilizar a água resi-
duária em processos, atividades e operações industriais e para consumo humano
dentro da própria indústria, conforme estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA).
c) o aumento do número de empresas que adotam políticas para mudanças climáticas
pode estar relacionado com a publicação, em 2009, da Política Nacional de Mudan-
ças Climáticas, que prevê linhas de crédito para desenvolver atividades voltadas para
a redução de emissões de gases do efeito estufa.
d) as empresas estão preocupadas com o meio ambiente, pois se observa redução de
15% da poluição ambiental, devido ao aumento do número de companhias que
usam energia eólica como alternativa na maneira de se produzir e de se consumir no
Brasil.
e) as emissões atmosféricas do processo produtivo industrial são de inteira responsabi-
lidade do órgão ambiental que fornece a Licença de Operação do empreendimento,
o que explica o fato de a maioria das empresas (77% em 2012) possuir monitora-
mento de emissões.
QUESTÃO 05
(ENADE 2010) Analise a imagem.
41
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
d) apresentar um desequilíbrio irreversível causado no ecossistema pela ação predató-
ria do ser humano.
e) demonstrar a urgência de serem criadas leis mais severas de proteção ambiental e de
exploração de recursos hídricos.
INFORM@ÇÃO
WALL-E (2008) - Se você gosta de desenho animado, vai se apaixonar por este. Vale a
pena sentar com seu(s) filho(s) e assistir. Este filme vai ampliar sua visão, fazer você rir, se
entristecer com a atitude humana e se emocionar com o personagem principal que é o título
da animação. Uma produção audiovisual da Walt Disney/Pixar que conseguiu retratar um
futuro apocalíptico, em que a Terra se transformou num gigantesco lixão sem vida, exceto por
uma graciosa barata. Apesar do estúdio ter minimizado a mensagem ambiental nas propagan-
das do filme, Wall-e - o último robô no planeta, apesar de mudo, tem uma mensagem muito
importante para passar para sua família.
42
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
1.2
TEMA 2.
POLÍTICAS E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Chegamos a um assunto que nos remete a nossa história. Os principais movimentos em
defesa do Meio Ambiente tiveram início logo após os movimentos hippies e pacifistas da dé-
cada de 1960, nos Estados Unidos, que posteriormente criou o superfund. Em seguida espa-
lhou-se para a Europa Ocidental, Japão e Austrália. A partir da década de 1970, a preocupação
ambiental surgiu como movimento social.
1.2.1
CONTEÚDO 1.
POLÍTICAS PÚBLICAS AMBIENTAIS
Na medida em que surgiam os problemas ambientais e, principalmente, o homem se
dava conta do esgotamento de recursos naturais iniciaram-se as preocupações com a gestão
ambiental pelos governos e organizações. A partir da Revolução Industrial sinais de degrada-
ção ambiental, como a poluição, começaram a ser tratados de modo mais sistemático. Os pri-
meiros registros de manifestações sobre gestão ambiental buscavam soluções dos problemas
de poluição/degradação e escassez de recursos, ou seja, com caráter corretivo. Tais situações
permanecem ainda nos dias de hoje. A partir da década de 70, em vários países, começaram a
surgir políticas governamentais que procuram tratar as questões ambientais de modo integra-
do e introduzindo uma abordagem mais preventiva. Essas medidas surgiram em função dos
debates da Conferência de Estocolmo de 1972 (Capítulo I) e demais discussões acerca da te-
mática ambiental no mundo (BARBIERE, 2007, p. 71).
A gestão ambiental pública é a ação do poder público conduzida segundo uma política
pública ambiental. Sendo o conjunto de objetivos, diretrizes, instrumentos de ação que o po-
der público dispõe para produzir efeitos desejáveis sobre o meio ambiente. A partir da mobili-
zação do Estado, inicia-se o surgimento de instrumentos de políticas públicas ambientais de
que o poder público pode se valer para evitar novos problemas ambientais, bem como elimi-
nar ou minimizar os já existentes. (BARBIERE, 2007, p. 71).
43
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Os principais grupos de instrumentos de políticas públicas ambientais estão apresenta-
dos na Figura 19.
Gênero Tipo
Padrão de emissão
Padrão de qualidade
Padrão de desempenho
Padrões tecnológicos
processos
Licenciamento ambiental
Zoneamento ambiental
rais
conservar recursos
Permissões negociáveis
Sistema de depósito-retorno
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PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
Apoio ao desenvolvimento científico e
tecnológico
Unidades de Conservação
Informações ao público
Princípio do Poluidor-pagador
Assim como estabelecido na legislação ambiental brasileira, o princípio do poluidor pa-
gador foi adotado pela Conferência do Rio de Janeiro em 1992, nos seus princípios n.º 7 e 16
(TAKEDA, 2010):
45
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
pressões que suas sociedades exercem sobre o meio ambiente mundial e das
tecnologias e dos recursos financeiros de que dispõem (TAKEDA, 2010).
Esse princípio tem como premissa que a cobrança de tributos ambientais objetiva inter-
nalizar os custos ambientais produzidos pelos particulares ou empresas para que estes não
recaiam sobre a sociedade (custos externos ou sociais). Para exemplificar tal princípio, utili-
zemos a seguinte explicação – a poluição de um rio causada por um processo produtivo repre-
senta custos reais desse processo, porém é a sociedade que paga por eles, constituindo-se, des-
sa forma, em custos externos à empresa poluidora (BARBIERE, 2007, p. 78). Ou seja, a
população faz uso do rio e de seus recursos de maneira menos impactante do que a empresa,
por isso não deve pagar a mesma conta que a empresa pelo impacto causado ao rio.
Atualmente, empresas de todo mundo buscam o desenvolvimento sustentável dos seus
negócios, o que se dará por meio da eficiência econômica, equidade social e proteção do meio
ambiente. Dessa forma, os governos e instituições dos mais variados setores da sociedade de-
vem promover “Uma política pública ambiental deve contemplar a educação ambiental como
um de seus instrumentos, pois deve preparar o ser humano para viver em harmonia com o
meio ambiente”.
Para enriquecer seus conhecimentos pesquise um pouco mais sobre os princípios do polui-
dor pagador e usuário pagador.
pagador.
46
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
1.2.2
CONTEÚDO 2.
POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE E SUA IMPORTÂNCIA PARA
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL
Antes de falar da Política Nacional de Meio Ambiente é preciso expor o conceito de Le-
gislação Ambiental que é o conjunto de normas jurídicas que tem como objetivo disciplinar a
atividade humana, para torná-la compatível com a proteção do meio ambiente e utilização
racional dos recursos naturais, assim como apresentar o histórico e as origens da legislação
que contribuiu para o atual arcabouço de leis ambientais brasileiras.
Assim, as primeiras formulações legislativas disciplinadoras do meio ambiente, são en-
contradas na legislação portuguesa que vigorou no Brasil até o advento do Código Civil, em
1916, e que listou várias normas de caráter ecológico. Em seguida, começa a florescer a legisla-
ção tutelar do meio ambiente no Brasil, com o aparecimento dos primeiros diplomas legais
permeados por algumas regras específicas pertinentes aos fatores ambientais, como por exem-
plo, (MILARÉ, 2001, p. 94):
• Decreto 16.300, de 31/12/1923: Regulamento de Saúde Pública;
• Decreto 23.793, de 23/01/1934: Código Florestal (substituído pela Lei
4.771/1965);
• Decreto 24.114, de 12/04/1934: Regulamento de Defesa Sanitária Vegetal;
• Decreto 24.643, de 10/07/1934: Código das Águas;
• Decreto – Lei 25, de 30/11/1937: Patrimônio Cultural (organiza a proteção do
patrimônio histórico e artístico nacional);
• Decreto-Lei 794, de 19/10/1938: Código de Pesca (Substituído pelo Decreto
221/1967).
Na década de 1960, com a emergência do movimento ecológico, novos instrumentos le-
gais, com normas mais diretamente dirigidas à prevenção e ao controle da degradação ambi-
ental surgiram no Brasil, como o Novo Código Florestal (Lei 4.771/1965), a Lei de Proteção à
Fauna (Lei 5197/1967), o Código de Pesca (Decreto – Lei 221/1967), a criação do Conselho
Nacional de Controle da Poluição Ambiental (Decreto-Lei 303/1967), entre outras. (MILARÉ,
2001, p. 97).
A partir da década de 1980, a legislação sobre a matéria passou a desenvolver-se com
maior consistência e agilidade. A legislação existente até o início desta década não se preocu-
pava em proteger o meio ambiente de maneira específica e sistêmica, apenas cuidava dos re-
cursos de maneira limitada e eventual objetivando sua utilização e evitando o esgotamento.
(MILARÉ, 2001, p. 98).
No Brasil, como em outros países, a legislação ambiental emergiu como resultado do
movimento ambientalista que se estabeleceu no cenário internacional no final dos anos 60,
principalmente a partir da Conferência das Nações Unidas em Estocolmo, em 1972. A partir
desta conferência uma nova compreensão das questões ambientais passou a nortear os legisla-
47
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
dores brasileiros que voltaram as suas atenções para a proteção do patrimônio ambiental do
país sob uma ótica mais integral e sistêmica.
Dentre as leis ambientais vigentes no país daremos destaque a algumas, consideradas re-
levantes para o seu conhecimento, pois como a Legislação Ambiental Brasileira é uma das
mais ricas do mundo, é difícil trata-la em poucas páginas de um capítulo.
A Lei n° 6.938/81 que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente, é um dos princi-
pais documentos legais do país, pois além de estabelecer princípios, objetivos e instrumentos a
serem cumpridos, criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente – SISNAMA.
Pode-se afirmar que todos os princípios da Política Nacional de Meio Ambiente mere-
cem destaque, uma vez que indicam uma maior preocupação com a proteção dos recursos
ambientais e a proposição de utilização “sustentável” destes recursos, são eles:
• Ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o
meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo.
• Racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar.
• Planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais.
• Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas.
• Controle e zoneamento das atividades potenciais ou efetivamente poluidoras.
• Incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e
a proteção dos recursos ambientais.
• Acompanhamento do estado da qualidade ambiental.
• Recuperação de áreas degradadas.
• Proteção de áreas ameaçadas de degradação.
• Educação ambiental em todos os níveis do ensino, inclusive a educação da co-
munidade, objetivando capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente.
É observado dentre os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, que existia
uma preocupação em promover a utilização racional dos recursos naturais, com vistas à dis-
ponibilidade permanente destes recursos. Assim, destacamos como objetivos mais marcantes
desta lei:
• A compatibilização do desenvolvimento econômico social com a preservação da
qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico.
48
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
• O estabelecimento de critérios e padrões da qualidade ambiental e de normas relati-
vas ao uso e ao manejo de recursos ambientais, incentivo ao desenvolvimento de
pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional de recursos am-
bientais.
• A preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização ra-
cional e disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio
ecológico propício à vida.
Além dos objetivos acima citados, a referida lei consagrou a responsabilidade objetiva,
impondo ao poluidor e ao predador, a obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causa-
dos ao meio ambiente independentemente de sua culpa. Determina ainda que os usuários
devam contribuir pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
• Os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente são importantes ele-
mentos para a implementação da gestão ambiental no país. Podemos citar alguns
exemplos dessas ferramentas de gestão regulamentadas por legislações específi-
cas tais como:
• Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, o que, em geral, são regu-
lamentadas a partir de Resoluções do CONAMA como padrões de qualidade da
água (Resolução CONAMA n°357/2005, bem como outras resoluções que alte-
ram e complementam), padrão de qualidade do ar (Resolução CONAMA
n°03/1990), padrão que estabelece limites máximos de ruídos dos veículos auto-
motores em uso (Resolução CONAMA n°252/1999), entre outras.
• Zoneamento ambiental, também conhecido como Zoneamento Econômico Eco-
lógico, visa o planejamento integrado, surgindo como “solução” para o ordena-
mento do uso racional dos recursos, manutenção da biodiversidade, e de proces-
sos naturais e serviços ambientais ecossistêmicos, frente à rápida expansão
urbana e exploração imobiliária, as fronteiras agrícolas e a industrialização
(IBAMA, 2015). O artigo 9º, inciso II, da Lei n°6.938/81, apresenta o zoneamen-
to ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambien-
te, sendo que na maioria das vezes estes zoneamentos são estabelecidos pelo Pla-
no Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) nas grandes cidades.
• A avaliação de impactos e o licenciamento ambiental, a revisão de atividades efe-
tivas ou potencialmente poluidoras, é um dos principais instrumentos de contro-
le ambiental vigentes no país. A implantação de obras ou atividades potencial-
mente poluidoras deve ser avaliada pelos órgãos ambientais em suas diferentes
esferas, atribuições e competências (definidas por resoluções específicas), em su-
as diferentes fases: seja no estudo da viabilidade ambiental do empreendimento,
seja durante a instalação/ implantação, seja durante a fase de operação. Esses es-
tudos, regulamentados pelas Resoluções CONAMA n°001/1986 (Avaliação de
Impacto Ambiental) e 237/97 (Licenciamento Ambiental) permitem avaliar por
meio de estudos técnicos (e matrizes de Avaliação de /Impacto) os aspectos e
49
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
impactos ambientais ligados à obras, atividades ou empreendimentos a serem
implantados. É importante ressaltar que estas Resoluções são apenas marcos
norteadores. Existe uma enorme especificidade de Resoluções Conama aplicáveis
aos mais variados tipos de obras, atividades e empreendimentos.
Para saber mais sobre o licenciamento ambiental acesse a cartilha do ministério do meio
ambiente no link:
http://www.mma.gov.br/estruturas/sqa_pnla/_arquivos/cartilha.de.licenciamento.ambiental
.segunda.edicao.pdf
50
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
• Dentre os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, podemos ainda
destacar, as penalidades disciplinares ou compensatórias aplicadas pelo não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou à correção da degrada-
ção ambiental.
A Política Nacional do Meio Ambiente criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente -
SISNAMA, formado pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e
melhoria da qualidade ambiental (MILARÉ, 2001, p. 295). Dessa forma, surge um sistema de
gestão dos recursos ambientais baseado na cooperação entre os entes federados, cuja estrutura
é composta por:
1. Órgão Superior (Conselho de Governo): tem como função assessorar o Presidente da
República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais para o meio
ambiente e os recursos ambientais.
2. Órgão Consultivo e Deliberativo (Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA): tem como finalidade assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, dire-
trizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no
âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecolo-
gicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
3. Órgão Central (Ministério do Meio Ambiente – MMA): com a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes
governamentais fixadas para o meio ambiente.
4. Órgão Executor (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re-
nováveis – IBAMA): tem a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a polí-
tica e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
5. Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de
programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degra-
dação ambiental.
6. Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fisca-
lização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
Para finalizar os instrumentos de gestão ambiental e as formas de controle e fiscalização
estabelecidos pela Política Nacional de Meio Ambiente citaremos a seguir a Lei dos Crimes
Ambientais, pois essa legislação também é considerada um importante marco regulatório para
a proteção ambiental no Brasil.
51
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
De acordo com a Lei dos Crimes, a pessoa jurídica (representante legal ou contratual no
interesse ou benefício da sua entidade), assim como a pessoa física, pode ser responsabilizada
administrativa, civil e penalmente.
Para a imposição e gradação da pena, são observadas a gravidade do dano ambiental, os
antecedentes do infrator e a sua situação econômica. Além disso, são citadas nos artigos 14 e
15 respectivamente, as circunstâncias que atenuam e agravam a pena. Como exemplos de cir-
cunstâncias que atenuam a pena, podemos citar:
(1) O baixo grau de instrução ou escolaridade do agente.
(2) O arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou
limitação significativa da degradação ambiental causada.
(3) A comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental.
(4) A colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle ambiental.
São circunstâncias que agravam a pena, a reincidência nos crimes de natureza ambien-
tal, as situações que afetem ou exponham ao perigo a saúde pública ou o meio ambiente, que
causem danos às áreas de unidades de conservação, em período de defesa à fauna, aos domin-
gos ou feriados, à noite, o abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental
entre outros.
As penalidades atribuídas aos crimes ambientais podem ser aplicadas isolada, cumulati-
va ou alternativamente.
• O decreto nº6.514/2008, regulamentou a Lei dos Crimes Ambientais e dispõe sobre
as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente, estabelece o processo ad-
ministrativo federal para apuração destas infrações e dá outras providências. Os ar-
tigos 72 da Lei 9.605/98 e 3º do Decreto nº6.514/08 apresentam as penas aplicáveis
aos crimes cometidos contra o meio ambiente. São elas:
• Advertência.
• Multa simples.
• Multa diária.
• Apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora e demais produtos
e subprodutos objeto da infração, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veícu-
los de qualquer natureza utilizados na infração; (Redação dada pelo Decreto nº
6.686, de 2008).
• Destruição ou inutilização do produto.
• Suspensão de venda e fabricação do produto.
• Embargo de obra ou atividade e suas respectivas áreas.
• Demolição de obra.
• Suspensão parcial ou total das atividades.
• Restritiva de direitos.
• Reparação dos danos causados.
52
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
A partir do Capítulo V da Lei n° 9.605/98, constam as seções que descrevem (tipificam)
especificamente os crimes contra a Fauna, a Flora, o Ordenamento Urbano e o Patrimônio
Cultural e a Administração Ambiental.
1.2.3
CONTEÚDO 3.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 E O MEIO AMBIENTE
Para consagrar a Política Nacional de Meio Ambiente a proteção do meio ambiente foi
elevada a nível constitucional, sendo a Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988,
reconhecida como a 1ª Constituição Verde do Brasil.
No Capítulo VI do Título VIII, dirigido à Ordem Social, foram tratados temas específi-
cos sobre a questão ambiental, embora esta seja observada em outros capítulos devido ao seu
conteúdo multidisciplinar.
No Título III, que trata da Organização do Estado, está definido como bem da união, “os
recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva”. Neste título, es-
tão definidas como competências comuns da União, dos Estados do Distrito Federal e dos
Municípios (art. 23), a proteção dos documentos, das obras e de outros bens de valor históri-
co, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológi-
cos, a proteção do meio ambiente e o combate à poluição em qualquer de suas formas e a pre-
servação das florestas, da fauna e da flora.
No que se refere à competência para formulação de leis, a União, os Estados e o Distrito
Federal podem legislar concorrentemente sobre florestas, caça, pesca, fauna, conservação da
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da po-
luição, proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; responsa-
bilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e aos direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
O Título VII da CF/88, que trata da Ordem Econômica e Financeira, traz em seu art.
170, como princípio da ordem econômica brasileira, a defesa do meio ambiente. É observado
53
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
que a Constituição Federal apresenta uma nova dimensão da temática ambiental, revelando
no seu conteúdo a necessidade de integração das questões de ordem social, econômica e ambi-
ental.
A Constituição Federal/1988 trouxe um capítulo próprio para o Meio Ambiente, no
qual institucionalizou o direito ao meio ambiente sadio como direito fundamental do indiví-
duo (MILARÉ, 2001, p. 233).
Vejamos o artigo 225 na íntegra:
Capítulo VI
Do Meio Ambiente
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso co-
mum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coleti-
vidade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
54
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à cruelda-
de.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais ficará obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma
da lei.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discri-
minatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que, não poderão ser instaladas.
O meio ambiente foi expressamente reconhecido como um “bem de uso comum do po-
vo e essencial à sadia qualidade de vida”, sendo imposta a corresponsabilidade ao cidadão e ao
Poder Público pela sua defesa e proteção.
• De acordo com a Constituição Federal/1988, para assegurar a efetividade do direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, foi incumbido ao Poder Público:
• Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas.
• Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético.
• Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas so-
mente através de lei, proibida qualquer utilização que comprometa a integridade
dos atributos que justifiquem sua proteção.
55
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
• Exigir para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significati-
va degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade.
• Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e subs-
tâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente.
• Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente.
• Proteger a fauna e a flora, sendo proibidas as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica ou provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.
1.2.4
CONTEÚDO 4.
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Temos acompanhado uma tendência mundial de aumento de consumo e consequente-
mente de resíduos gerados, principalmente a partir da globalização e do rompimento de fron-
teiras de compras frenéticas pela internet (afinal quem nunca comprou pela internet produtos
Xingling?!). No Brasil essa tendência não é diferente. A população brasileira aumentou 9,65%,
enquanto que, no mesmo período, o volume de lixo cresceu mais do que o dobro disso, 21%,
sendo o mais grave dos problemas a ausência de descarte adequado desses resíduos. De acordo
com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(Abrelpe), só em 2012, dos 64 milhões de toneladas de resíduos produzidos pela população, 24
milhões (37,5%) foram enviados para destinos inadequados (OECO, 2015).
Com vistas a promover o descarte adequado do lixo que é não só prejudicial ao meio
ambiente, mas também pode também gerar sérias consequências para a saúde da população,
se instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Após muitos anos de tramitação entre
ministérios, congresso e senado federal, finalmente em 2010 ela foi sancionada e os prazos
56
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
para sua regulamentação de alguns de seus temas, estabelecido até o ano de 2015. Veremos
uma linha do tempo com apresentação de eventos ligados a regulamentação dessa lei (Figura
20).
Figura 20: histórico da política nacional de resíduos sólidos. Fonte: autoria própria adaptado de ministério do meio ambiente
(http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos/politica-nacional-de-residuos-solidos/linha-do-tempo).
A Lei nº 12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e foi
regulamentada pelo Decreto 7.404/10, propõe a prática de hábitos de consumo sustentável e
contém instrumentos variados para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos
resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a
destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reuti-
lizado). Por ser bastante atual, esses instrumentos permitem o avanço necessário ao País no
enfrentamento de problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inade-
quado dos resíduos sólidos, além de contribuir para o cumprimento de metas ligadas a Políti-
ca Nacional de Mudanças do Clima que é de alcançar o índice de reciclagem de resíduos de
20% em 2015.
57
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
A Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos congregou conceitos modernos da gestão
de resíduos sólidos e trouxe novidades à legislação ambiental brasileira. São alguns pontos
relevantes dessa Lei:
• Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atri-
buições dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumi-
dores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e manejo dos resíduos
sólidos pela minimização do volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem co-
mo pela redução dos impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental
decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;
• Acordo Setorial: ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabri-
cantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação
da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;
• Logística Reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social, caracteriza-
do por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta
e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em
seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente
adequada;
• Coleta seletiva: coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua
constituição ou composição;
• Ciclo de Vida do Produto: série de etapas que envolvem o desenvolvimento do pro-
duto, a obtenção de matérias-primas e insumos, o processo produtivo, o consumo e
a disposição final;
• Sistema de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos - SINIR: tem co-
mo objetivo armazenar, tratar e fornecer informações que apoiem as funções ou
processos de uma organização. Essencialmente é composto de um sub-sistema for-
mado por pessoas, processos, informações e documentos, e um outro composto por
equipamentos e seu meios de comunicação;
• Catadores de materiais recicláveis: diversos artigos abordam o tema, com o incenti-
vo a mecanismos que fortaleçam a atuação de associações ou cooperativas, o que é
fundamental na gestão dos resíduos sólidos;
• Planos de Resíduos Sólidos: O Plano Nacional de Resíduos Sólidos a ser elaborado
com ampla participação social, contendo metas e estratégias nacionais sobre o tema,
como por exemplo a eliminação dos lixões até o ano de 2014, e também estão pre-
vistos planos estaduais, microrregionais, de regiões metropolitanas, planos inter-
municipais, municipais de gestão integrada de resíduos sólidos e os planos de ge-
renciamento de resíduos sólidos.
É importante destacar que lixo que produzimos é uma questão ambiental e consequen-
temente não pode ser compartimentada a só uma entidade ou pessoa, sendo, dessa forma,
responsabilidade de todos já que o ambiente ecologicamente equilibrado e essencial a sadia
qualidade de vida é prioritário para o uso comum de todos os brasileiros. Vamos compreen-
58
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
der a partir da lei a classificação dos resíduos sólidos? De acordo com o Art. 13 da PNRS, os
resíduos sólidos têm a seguinte classificação (tabela 1):
a) resíduos domiciliares: os ori-
ginários de atividades domésticas em
residências urbanas;
b) resíduos de limpeza urbana:
os originários da varrição, limpeza de
logradouros e vias públicas e outros
serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os
englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) resíduos de estabelecimentos
comerciais e prestadores de serviços:
os gerados nessas atividades, excetua-
dos os referidos nas alíneas “b”, “e”,
“g”, “h” e “j”;
e) resíduos dos serviços públi-
cos de saneamento básico: os gerados
nessas atividades, excetuados os refe-
ridos na alínea “c”;
I - quanto à origem:
f) resíduos industriais: os gera-
dos nos processos produtivos e insta-
lações industriais;
g) resíduos de serviços de saú-
de: os gerados nos serviços de saúde,
conforme definido em regulamento
ou em normas estabelecidas pelos
órgãos do Sisnama e do SNVS;
h) resíduos da construção civil:
os gerados nas construções, reformas,
reparos e demolições de obras de
construção civil, incluídos os resul-
tantes da preparação e escavação de
terrenos para obras civis;
i) resíduos agrossilvopastoris:
os gerados nas atividades agropecuá-
rias e silviculturais, incluídos os rela-
cionados a insumos utilizados nessas
atividades;
59
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
j) resíduos de serviços de trans-
portes: os originários de portos, aero-
portos, terminais alfandegários, ro-
doviários e ferroviários e passagens
de fronteira;
k) resíduos de mineração: os
gerados na atividade de pesquisa,
extração ou beneficiamento de miné-
rios;
a) resíduos perigosos: aqueles
que, em razão de suas características
de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, patogenicida-
de, carcinogenicidade, teratogenici-
dade e mutagenicidade, apresentam
significativo risco à saúde pública ou
à qualidade ambiental, de acordo com
lei, regulamento ou norma técnica;
II - quanto à periculosi- b) resíduos não perigosos:
dade: aqueles não enquadrados na alínea
“a”.
Parágrafo único. Respeitado o
disposto no art. 20, os resíduos refe-
ridos na alínea “d” do inciso I
do caput, se caracterizados como não
perigosos, podem, em razão de sua
natureza, composição ou volume, ser
equiparados aos resíduos domiciliares
pelo poder público municipal.
Tabela 1: Classificação dos resíduos, segundo a PNRS.
Fonte: Adaptado da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Podemos citar como princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Art. 6°), I - a
prevenção e a precaução; II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; III - a visão sistêmi-
ca, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, eco-
nômica, tecnológica e de saúde pública; IV - o desenvolvimento sustentável; V - a ecoeficiên-
cia, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e
serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a
redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo,
60
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta; VI - a cooperação entre as dife-
rentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; VII - a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; VIII - o reconhecimento do
resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de
trabalho e renda e promotor de cidadania; IX - o respeito às diversidades locais e regionais; X -
o direito da sociedade à informação e ao controle social; XI - a razoabilidade e a proporciona-
lidade.
Dentre os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Art. 7°), temos :
I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos,
bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e servi-
ços;
IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais;
V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-
primas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII - gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor em-
presarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos só-
lidos;
IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos servi-
ços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos
gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como
forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de
2007;
XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo
social e ambientalmente sustentáveis;
XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que en-
volvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial vol-
tados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos,
incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;
61
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.
Como já comentado anteriormente, os instrumentos (Art. 8°)da Política Nacional de
Resíduos Sólidos são:
I - os planos de resíduos sólidos;
II - os inventários e o sistema declaratório anual de resíduos sólidos;
III - a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à
implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
IV - o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;
V - o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária;
VI - a cooperação técnica e financeira entre os setores público e privado para o desen-
volvimento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de gestão, reci-
clagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final ambientalmente adequada de
rejeitos;
VII - a pesquisa científica e tecnológica;
VIII - a educação ambiental;
IX - os incentivos fiscais, financeiros e creditícios;
X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Ci-
entífico e Tecnológico;
XI - o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir);
XII - o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa);
XIII - os conselhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde;
XIV - os órgãos colegiados municipais destinados ao controle social dos serviços de re-
síduos sólidos urbanos;
XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos;
XVI - os acordos setoriais;
XVII - no que couber, os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente, entre
eles:
a) os padrões de qualidade ambiental;
b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras
de Recursos Ambientais;
c) o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental;
d) a Avaliação de impactos ambientais;
e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima);
f) o Licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
62
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
XVIII - os termos de compromisso e os termos de ajustamento de conduta; XIX - o in-
centivo à adoção de consórcios ou de outras formas de cooperação entre os entes federados,
com vistas à elevação das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos.
Conforme destacado acima, alguns dos instrumentos a Política Nacional de Meio Am-
biente se fizeram presentes na Política Nacional de Resíduos Sólidos corroborando a impor-
tâncias desses instrumentos para a efetividades da Gestão ambiental do País.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
ESTUDO DE CASO
Nestas duas décadas que sucederam o surgimento da agenda 21, que visa traduzir em
ações o conceito de desenvolvimento sustentável. Até que ponto este documento trouxe mu-
danças significativas para a proteção do meio ambiente? Quais aspectos dentro dos 40 capítu-
los você considera mais relevantes na sua cidade, levante uma problemática que a Agenda 21
auxiliaria com soluções sustentáveis. A disciplina propõe no título ‘Meio Ambiente e socieda-
de’, como este plano de ação pode atuar de forma mais eficaz?
63
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
2. Sobre o desenvolvimento da Agenda 21, podemos afirmar que:
a) No Brasil as discussões são coordenadas pela Comissão de Políticas de Desenvolvi-
mento Nacional Habitacional (CPDS);
b) Cada país desenvolve a sua Agenda 21;
c) Todos os países desobedecem ao acordo proposto em 1993;
d) Há um engajamento dentro de cada país para que a Agenda seja destituída.
5. Na Seção 2 da Agenda 21, sobre a Conservação e gestão dos recursos para o desenvol-
vimento, assinale o item que não estiver na lista:
a) Luta contra o desmatamento
b) Proteção da atmosfera
c) Enfoque integrado do planejamento e da ordenação dos recursos das terras
d) Acordos institucionais internacionais.
64
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
QUESTÕES ENADE
QUESTÃO 01
(ENADE 2010)O Código de Aguas, estabelecido pelo Decreto Federal n.o 24.643, de
1934, constitui um marco legal na gestão dos recursos hídricos no Brasil. O código foi institu-
ído em
um momento de transição, em que o Brasil deixava de ser uma economia agraria para se
tornar uma economia urbano-industrial.
Considerando o Código de Águas, avalie as informações que se seguem.
I. A necessidade de preservação das condições da água pelo usuário de jusante perante
os usuários de montante regulamenta o aproveitamento das águas comuns.
II. O regime de outorga define que as águas públicas não podem ser derivadas para apli-
cação na agricultura, da indústria e da higiene sem a existência de concessão administrativa.
III. A definição do uso prioritário da água para o abastecimento público estabelece a
preferência da derivação para o abastecimento das populações.
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.
65
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
QUESTÃO 02
(ENADE 2010). A figura a seguir representa o ciclo hidrológico ou ciclo da água, fenô-
meno mantido pela energia solar e pela gravidade.
Por ser de circulação fechada, a quantidade total de água da Terra permanece constante.
Estima-se que o volume de água do planeta seja de aproximadamente 1,4 bilhão de quilôme-
tros cúbicos, distribuídos conforme apresentado no gráfico.
Com base nas informações do texto, da figura e do gráfico apresentados, avalie as afir-
mações abaixo.
Da quantidade total de água doce da Terra,87% encontram-se nos lagos.
66
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
II. No ciclo hidrológico, existem quatro locais onde ocorre o armazenamento de água,
sendo que cerca de um terço do volume total está no subsolo.
O volume de água doce retira nas camadas de gelo e geleiras é maior do que 25 milhões
de quilômetros cúbicos.
Os rios representam 0,00018% do volume total de água do planeta.
São corretas apenas as afirmações:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
INFORM@ÇÃO
Série Contagem Regressiva ‘Mega construções Itaipu’ – este é um documentário de
aproximadamente 47 minutos sobre a engenharia da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Está dispo-
nível no youtube. A produção audiovisual mostra a megaestrutura que Itaipu exige para sua
produção e as interferências na vida de milhares de pessoas. A Usina Hidrelétrica de Itaipu é
uma usina hidrelétrica binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Pa-
raguai. Itaipu é hoje a maior usina geradora de energia do mundo. Um clássico exemplo de
que temos convenções por todo o mundo mas, que a conscientização precisa chegar aos diver-
sos graus do poder tão cobiçado pelas nações.
Série Agenda 21, a utopia concreta: Parte I, II e III - A série aborda a história do desper-
tar da consciência ecológica e da eclosão do movimento ambientalista. Dá especial destaque à
Agenda 21 - documento de referência da Rio-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992 - , na
qual os governos dos países participantes se comprometeram a trabalhar com a questão do
meio ambiente.
67
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
68
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
SÉRGIO TADEU DE OLIVEIRA SANTO
BLOCO
TEMÁTICO2
EDUCAÇÃO E GESTÃO AMBIENTAL
2.1
TEMA 3.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SUSTENTABILIDADE
2.1.1
CONTEÚDO 1.
MARCOS HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental não é algo assim tão novo, efetivou-se como uma preocupação
no âmbito da educação há mais ou menos quatro décadas. A emergência da crise ambiental
como uma preocupação específica da educação foi precedida de certa “ecologização das socie-
dades”. Essa ecologização começou no momento em que o meio ambiente deixou de ser um
assunto exclusivo de amantes da natureza e se tornou um assunto da sociedade civil de manei-
ra mais ampla (GRUN, 1996, p.15).
O surgimento da educação ambiental, segundo Worster 1992 (apud Grun 1996), se deu
no ano de 1945, no Deserto de Los Alamos, Novo México, Estados Unidos, quando a equipe
científica liderada pelo físico R. Oppenheimer explodia experimentalmente a primeira bomba
atômica. De acordo com o autor, o Homo sapiens sapiens havia conquistado o poder de des-
truição total de si próprio e de todas as demais espécies sobre a face da terra. Os seres huma-
nos adquiriram a autoconsciência da possibilidade de destruição completa do Planeta. Segun-
do esse autor, a bomba atômica plantava as primeiras sementes do ambientalismo
contemporâneo.
A Onda Ambientalista
O movimento ambientalista nasce, de acordo com Cascino (2000, p.31), na década de
60, período em que ocorreram grandes movimentos, como dos hippies, a explosão do femi-
nismo, o movimento negro – Black Power –, o pacifismo, a liberação sexual e a pílula, as dro-
gas, o rock and roll, as manifestações antiguerra fria e a corrida armamentista e anti-Vietnã.
Esse surgimento em meio a uma fase de transformação social permitiu que o movimento am-
bientalista ganhasse força e se consolidasse com a devida importância na sociedade moderna.
Segundo McCormick 1992, apud Cascino 2000 p 35,
71
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
parecem ter desempenhado um papel na mudança: os efeitos da afluência, a
era dos testes atômicos, o livro Silent Spring6 (Primavera silenciosa), uma sé-
rie de desastres ambientais bastantes divulgados, avanços nos conhecimentos
científicos e a influência de outros movimentos sociais (MCCORMICK,
1992, apud CASCINO 2000, p. 35).
A expressão educação ambiental foi utilizada pela primeira vez na “Conferência de Edu-
cação” da Universidade de Keele, Grã-Bretanha, em 1965 (MMA, 2007). Em 1968, nasceu no
Reino Unido, o Conselho para Educação Ambiental. Neste mesmo ano, surgiu o Clube de
Roma, que, em 1972, publicou o relatório “Os Limites do Crescimento Econômico” no qual
definiu ações para se obter no mundo um equilíbrio global, tendo em vista as prioridades so-
ciais.
Em 1972, a Conferência das Nações sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, chamou
a atenção mundial para os problemas ambientais, sendo um marco histórico internacional
para a educação ambiental. Esta firmou as bases para um novo entendimento a respeito das
relações entre o ambiente, o homem e o desenvolvimento. Nessa mesma conferência, foi enfa-
tizada a necessidade de se criar novos instrumentos para tratar os problemas ambientais, e,
entre estes, a educação ambiental que passou a receber atenção especial em praticamente to-
dos os fóruns relacionados à temática do desenvolvimento e meio ambiente. A Resolução 96,
da Conferência de Estocolmo, recomendou a educação ambiental de caráter interdisciplinar,
com o objetivo de preparar o ser humano para viver em harmonia com o meio ambiente
(BARBIERE, 2007, p. 89).
Em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo (1972), a UNESCO e o
PNUMA promoveram em Belgrado (Iugoslávia), um Encontro Internacional sobre Educação
Ambiental em 1975, no qual criou o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA) e
formulou os seguintes princípios orientadores: a Educação Ambiental deve ser continuada,
multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os interesses nacionais. A
Carta de Belgrado é ainda considerada como um dos documentos mais lúcidos e importantes
gerados nesta década, pois trata de temas que falam que a erradicação das causas básicas da
pobreza, o analfabetismo, a poluição, a exploração e a dominação, além da necessidade de
uma ética global. Finalizava com a proposta para um programa mundial de Educação Ambi-
ental, trazendo como objetivos:
6
Publicação do Livro Primavera Silenciosa, da Bióloga Raquel Carson, que apresentava os efeitos danosos do DDT, no meio
ambiente e para saúde humana, comentada no Conteúdo I,.
72
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
2. Conhecimento: propiciar uma compreensão básica sobre o meio ambiente, princi-
palmente quanto às influências do ser humano e de suas atividades.
3. Atitudes: propiciar a aquisição de valores e motivação para induzir uma participação
ativa na proteção ao meio ambiente e na resolução dos problemas ambientais.
4. Habilidades: proporcionar condições para que os indivíduos e grupos sociais adqui-
ram as habilidades necessárias a essa participação ativa.
5. Capacidade de avaliação: estimular a avaliação das providências efetivamente tomadas
em relação ao meio ambiente e aos programas de educação ambiental.
6. Participação: contribuir para que os indivíduos e grupos desenvolvam o senso de res-
ponsabilidade e de urgência com respeito às questões ambientais.
73
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
cípios deste tratado: a educação ambiental deve basear-se num pensamento crítico e inovador;
ter como propósito formar cidadãos com consciência local e planetária; ser um ato político,
baseado em valores para a transformação social; envolver uma perspectiva holística, enfocan-
do a relação entre o ser humano, a natureza e o universo de forma interdisciplinar e deve es-
timular a solidariedade, o respeito aos direitos humanos e a equidade.
A educação ambiental está presente em diversas áreas dos programas propostos na
Agenda 21, além do Capítulo 36, dedicado à promoção do ensino, da conscientização pública
e do treinamento, cujos princípios básicos são as recomendações da Conferência de Tbilisi de
1977. O capítulo 36 destaca que deve ser dada uma nova orientação do ensino para o desen-
volvimento sustentável, tanto no ensino formal, quanto no informal, essa reorientação é in-
dispensável para modificar a atitude das pessoas e para conferir consciência ambiental, ética,
valores, técnicas e comportamentos em consonância com as exigências de um novo padrão de
responsabilidade socioambiental (BARBIERE, 2007, p. 88-89).
Em 1995, foi criada a Câmara Técnica temporária de Educação Ambiental no Conselho
Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, determinante para o fortalecimento da Educação
Ambiental. Em 1996, o Plano Plurianual do Governo 1996/1999, definiu como principais ob-
jetivos da área de Meio Ambiente a “promoção da Educação Ambiental, por meio da divulga-
ção e uso de conhecimentos sobre tecnologias de gestão sustentável dos recursos naturais”,
procurando garantir a implementação do Programa Nacional de Educação Ambiental.
A Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciên-
cia Pública para a Sustentabilidade – Thessaloniki (1997) reconheceu que passados cinco anos
da Conferência Rio-92, o desenvolvimento da educação ambiental foi insuficiente. Essa afir-
mação pode ser trazida para os dias atuais. Embora os esforços para implantação da educação
ambiental em todos os níveis de ensino, nas organizações e para a sociedade civil como um
todo, as iniciativas ainda são insuficientes diante da necessidade de mudanças rápidas e efica-
zes no modelo atual de desenvolvimento e nos padrões de produção e consumo.
O Brasil apresentou o documento “Declaração de Brasília para a Educação Ambiental”,
consolidado após a I Conferência Nacional de Educação Ambiental – CNIA. Nesta Conferên-
cia, foi reconhecido que a visão de educação e consciência pública foi enriquecida e reforçada
pelas conferências internacionais e que os planos de ação dessas conferências devem ser im-
plementados pelos governos nacionais, sociedade civil (incluindo ONGs, empresas e a comu-
nidade educacional), a ONU e outras organizações internacionais. Também em 1997, foram
elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs com o tema “Convívio Social, Ética
e Meio Ambiente”, nos quais a dimensão ambiental é inserida como um tema transversal
74
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
2.1.2
CONTEÚDO 2.
CONCEITO(AÇÃO) E POLÍTICA NACIONAL DE MEIO AMBIENTE
Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indi-
víduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem
75
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabi-
lidade.
Todos estes conceitos deixam claro que a educação ambiental é proposição para uma
mudança individual e coletiva de atitudes com relação ao meio ambiente.
Em 1999, é promulgada a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999, que institui a Política Na-
cional de Educação Ambiental. Esta lei dispõe sobre a educação ambiental, estabelecendo co-
mo princípios básicos da educação ambiental, o enfoque humanista, holístico, democrático e
participativo, a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdepen-
dência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;
o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisci-
plinaridade; a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; a garantia
de continuidade e permanência do processo educativo; a permanente avaliação crítica do pro-
cesso educativo; a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e
globais; o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. A
Política Nacional de Educação Ambiental envolve além dos órgãos e entidades integrantes do
SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente), instituições educacionais públicas e priva-
das dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios e organizações não-governamentais com atuação em educação ambiental.
Além dos princípios, esta lei traz, também, os objetivos, ações e práticas educativas voltadas à
sensibilização da coletividade sobre questões ambientais.
2.1.3
CONTEÚDO 3.
PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
76
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), bem como desempenha um importante papel na ori-
entação de agentes públicos e privados para a reflexão e construção de alternativas que alme-
jem a Sustentabilidade. Dentre as estratégias e ações do ProNEA, a geração e disponibilização
de informações que permitem a participação social na discussão, na formulação, implementa-
ção, fiscalização e avaliação das políticas ambientais voltadas à construção de valores culturais
comprometidos com a qualidade ambiental e a justiça social; e apoio à sociedade na busca de
um modelo socioeconômico sustentável (MMA, 2015, on-line).
As linhas de ação estão focadas na gestão e planejamento da Educação Ambiental no Pa-
ís e na formação de educadores ambientais e na comunicação para educação ambiental. Para
tanto, uma das ferramentas utilizadas é o Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação
Ambiental (SIbea) desenvolvido em uma parceria entre o governo e a sociedade. É nesse con-
texto de formação de novas parceiras que o Departamento de Educação Ambiental pretende
estimular a ampliação e o aprofundamento da educação ambiental em todos os municípios e
setores do país, contribuindo para a construção de territórios sustentáveis e pessoas atuantes e
felizes.
2.1.4
CONTEÚDO 4.
CONSUMO, SUSTENTABILIDADE E QUALIDADE DE VIDA
Consumismo
Os bens de consumo, continuamente produzidos pelo sistema industrial, são considera-
dos um símbolo do sucesso das economias capitalistas modernas. No entanto, esta abundância
passou a receber uma conotação negativa, sendo objeto de críticas que consideram o consu-
mismo um dos principais problemas das sociedades industriais contemporâneas.
Com a expansão da sociedade de consumo que foi amplamente influenciada pelo estilo
de vida norte-americano, o consumo se transformou em uma compulsão estimulada pelas
forças do mercado da moda e do marketing. A sociedade de consumo produz carências e de-
sejos (materiais e simbólicos) incessantemente e os indivíduos passam a ser reconhecidos,
avaliados e julgados por aquilo que consomem, e não mais, por aquilo que são.
Até mesmo a felicidade e a qualidade de vida estão sendo associadas e reduzidas às con-
quistas materiais. Isto acaba levando a um ciclo vicioso, em que o indivíduo trabalha para
manter e ostentar um nível de consumo, reduzindo o tempo dedicado ao lazer, a outras ativi-
dades sociais, bem como as relações com a sociedade.
77
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
O consumo é o lugar no qual os conflitos entre as classes, originados pela participação
desigual na estrutura produtiva, ganham continuidade, através da desigualdade na distribui-
ção e apropriação dos bens. O termo sociedade de consumo é uma das inúmeras tentativas de
compreensão das mudanças que vêm ocorrendo nas sociedades contemporâneas. Refere-se à
importância que o consumo tem ganhado na formação e fortalecimento das nossas identida-
des e na construção das relações sociais. Podemos chamar de consumismo a expansão da cul-
tura do “ter” em detrimento da cultura do “ser”.
A partir do movimento ambientalista, surgem novos argumentos contra os hábitos os-
tensivos, perdulários e consumistas, deixando evidente que o padrão de consumo das socieda-
des ocidentais modernas, além de ser socialmente injusto e moralmente indefensável, é ambi-
entalmente insustentável.
Até mesmo a Agenda 21 destaca a preocupação com o impacto ambiental de diferentes
estilos de vida e padrões de consumo:
A partir da percepção de que os atuais padrões de consumo estão na raiz da crise ambi-
ental, a crítica ao consumismo passou a ser vista como uma contribuição para a construção de
uma sociedade mais sustentável. Como o consumo faz parte do relacionamento entre as pes-
soas e promove a sua integração nos grupos sociais, a mudança nos seus padrões torna-se
muito difícil. Por isso, este tema tem feito parte dos programas de educação ambiental e mui-
tos conceitos importantes vêm ganhando destaque nos últimos anos, tais como:
Consumo verde
É aquele em que o consumidor, além de buscar melhor qualidade e preço, inclui em seu
poder de escolha, a variável ambiental, dando preferência a produtos e serviços que não agri-
dam o meio ambiente, tanto na produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte
final.
Consumo ético, consumo responsável e consumo consciente.
• São expressões que surgiram como forma de incluir a preocupação com aspectos so-
ciais e não só ecológicos, nas atividades de consumo. São características essenciais
que devem fazer parte de qualquer estratégia de consumo sustentável:
• Deve ser parte de um estilo de vida sustentável em uma sociedade sustentável.
• Deve contribuir para nossa capacidade de aprimoramento, enquanto indivíduo e
sociedade.
78
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
• Requer justiça no acesso ao capital natural, econômico e social para as presentes e
futuras gerações.
• O consumo material deve se tornar cada vez menos importante em relação a outros
componentes da felicidade e da qualidade de vida.
• Deve ser consistente com a conservação e melhoria do ambiente natural.
• Deve acarretar um processo de aprendizagem, criatividade e adaptação.
Consumo sustentável
O conceito de consumo sustentável é mais amplo que os anteriores, pois além das ino-
vações tecnológicas e das mudanças nas escolhas individuais de consumo, enfatiza ações cole-
tivas e mudanças políticas, econômicas e institucionais, para fazer com que os padrões e os
níveis de consumo se tornem mais sustentáveis.
Os consumidores devem exigir permanentemente uma postura ética e responsável de
empresas, governos e de outros consumidores. Estas estratégias trazem benefícios importan-
tes, como o fato de os cidadãos comuns sentirem, na prática, que podem ajudar a reduzir os
problemas ambientais.
A educação Ambiental consiste em práticas para mudarmos a realidade dos problemas
ambientais atuais, minimizando os impactos futuros em toda a sociedade. A partir de agora,
vamos apresentar ações voltadas para a redução do desperdício, controle da poluição e boas
práticas para melhoramos a qualidade e a relação do homem com o meio ambiente7!
Sustentabilidade
Embora o tema sustentabilidade seja pauta das mais diversas reuniões, acordos, nacio-
nais e internacionais e de programas de governos e de empresas, observamos que na prática
depende de mudanças que partem do comportamento individual com reflexos no coletivo.
Essas mudanças individuais se dão por meio de atitudes e comportamentos com relação ao
meio ambiente, e de ações coletivas adotadas pelas organizações governamentais e não gover-
namentais que visam minimizar os impactos sobre o meio ambiente. Esse talvez seja o cami-
nho para alcançar as metas do tão desejado “desenvolvimento sustentável”.
Veremos a seguir algumas medidas práticas que podem ser adotadas em nosso dia a dia
para redução do desperdício e economia de nossos recursos naturais.
7
As informações apresentadas a seguir foram retirada do Livro Consumo Sustentável: manual de educação.
Brasília: Consumers Internacional/MMA/IDEC, 2005. 144p.
79
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Água
Estas são ações voltadas para a redução do desperdício e para o controle da poluição da
água.
1 - Para reduzir o desperdício de água:
80
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
Quantidade
Consumo de Água por atividade
(em litros)
01 descarga no WC 10 a 16
01 minuto no chuveiro 15
Alimentos
A adoção destas práticas de cultivo minimiza o uso de insumos químicos:
81
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
• Contribuir com a geração de empregos, renda e educação para a população
E como consumidor:
Biodiversidade
Ações voltadas para a preservação da biodiversidade:
• Procure se informar sobre as questões ambientais, sobre o funcionamento da vida e
a importância das florestas. Informe-se sobre a legislação que regula seu uso e con-
servação nos sites www.mma.gov.br ou www.ibama.gov.br.
• Procure conhecer e apoiar as instituições que trabalham com as questões ambientais
e a valorização das florestas.
• Aproveite as oportunidades de viagens para conhecer os ecossistemas brasileiros e
suas populações tradicionais e indígenas.
• Em visita às áreas protegidas, siga as dicas da Campanha para uma Conduta Consci-
ente em Ambientes Naturais, desenvolvida pelo Programa Nacional de Áreas Prote-
gidas/Ministério do Meio Ambiente. Acesse o site:
www.mma.gov.br/port/sbf/dap/index.cfm.
• Procure conhecer e consumir os produtos da floresta – alimentos, cosméticos e al-
ternativas de medicamentos produzidos de forma sustentável –, pois o sucesso de
sua comercialização pode evitar a derrubada de florestas.
82
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
• Economize papel, pois o papel quando não é reciclado, é fabricado a partir da celu-
lose, extraída da madeira das árvores.
• Economize energia elétrica porque a maior parte da energia que consumimos é pro-
duzida pelas usinas hidrelétricas, cuja construção implica a inundação de extensas
áreas de mata que abrigam inúmeras espécies de animais e plantas.
• Não compre orquídeas e bromélias à beira das estradas, pois essas plantas são extra-
ídas das florestas, geralmente de forma predatória, com o corte das árvores que as
sustentam. Prefira as plantas vendidas em supermercados e floriculturas, cultivadas
por produtores legalizados.
• Quando comprar palmito em conserva, verifique se no rótulo consta o número do
registro no IBAMA. Se não tiver, não compre, pois a produção não foi autorizada.
• Para o cultivo de plantas ornamentais, procure alternativas de vasos, placas e palitos
de suporte feitos com fibra de coco, que já existem no mercado. Jamais compre o
xaxim (samambaiaçu-imperial), pois ele é oriundo de extrativismo ilegal e está ame-
açado de extinção.
• Ao comprar móveis de madeira, dê preferência para os que são certificados ou ori-
ginários de florestas que tenham os seus planos de manejo aprovados por órgão
competente. As madeiras nobres como mogno, imbuia, cerejeira, pau-marfim e
muitas outras, correm o risco de ser extintas, devido ao comércio abusivo.
• Ao utilizar madeiras, verifique se sua origem é legal e se o comerciante possui os do-
cumentos exigidos em lei para sua comercialização. No site do Conselho Brasileiro
de Manejo Florestal FCS Brasil, você pode encontrar a relação das florestas certifi-
cadas e das empresas que têm cadeia de custódia no Brasil.
• Promova a manutenção adequada dos móveis para garantir que durem por muitos
anos.
• Nunca compre animais silvestres vendidos sem nota fiscal. O comércio ilegal é uma
atividade criminosa. Busque mais informações sobre o assunto e conheça o trabalho
da Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres
(www.renctas.org.br), uma instituição sem fins lucrativos que combate o tráfico de
animais.
• Denuncie atos criminosos praticados contra a nossa fauna aos órgãos ambientais
competentes. Acione o IBAMA por meio da Linha Verde 0800-61-80 (a ligação é
gratuita) ou e-mail: linhaverde.sede@ibama.gov.br.
• Quando for adquirir carne ou outro produto derivado da fauna silvestre, verifique
se a origem é legal. A carne deverá conter na embalagem uma etiqueta indicando a
procedência e o número do registro no IBAMA. Em caso de dúvida, pergunte ao ge-
rente do estabelecimento.
• Em épocas de defeso (restrição ou proibição de pesca) não compre espécies ameaça-
das ou sobre-exploradas do mar, como camarões, piramutabas, sardinha, pargo, ca-
ranguejo-uçá.
83
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
• Em visitas turísticas aos locais florestados, procure deixar tudo exatamente como
encontrou. Não leve mudas de plantas para casa, não corte galhos, nem escreva nas
árvores e lembre-se de carregar consigo, de volta, todo o lixo que produzir. Jamais
pense em fazer fogueiras, pois o fogo pode se alastrar repentinamente.
• Nunca solte balões, eles podem provocar incêndios.
Transportes
Ações para diminuir as emissões provenientes de veículos motorizados:
84
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
• O Brasil já tem produzido carros com esse tipo de tecnologia e o mercado tende a
crescer ainda mais nos próximos anos.
• Para reduzir o número de veículos circulando pelas ruas, é preciso que as pessoas
deixem de usar seu automóvel ou façam uso dele com menor frequência. No entan-
to, para que as pessoas abram mão dessa comodidade, é preciso que elas tenham
uma alternativa viável: um transporte coletivo de boa qualidade.
• Portanto, a redução das emissões depende muito de uma ação efetiva dos municí-
pios para melhorar o transporte coletivo. Um transporte coletivo eficiente requer
uma frota compatível com o número de passageiros, horários preestabelecidos e iti-
nerários convenientes, além de conforto e segurança para os passageiros.
• Outro ponto importante é reduzir os congestionamentos para que os automóveis fi-
quem o menor tempo possível com o motor ligado. Isso pode ser feito com medidas
para melhorar as condições de tráfego, por exemplo, investindo na construção de
vias públicas que desviem o fluxo de automóveis dos locais mais congestionados e
incentivando escalonamento de horários de funcionamento de bancos e repartições
públicas para aliviar o trânsito nos horários de pico.
• Além dessas medidas, é fundamental investir em outras opções de transporte menos
poluidoras, como o metrô, trens e bondes elétricos, barcos e balsas – sabe-se que o
transporte ferroviário polui oito vezes mais que o transporte hidroviário ou aquavi-
ário, enquanto o rodoviário polui 27 vezes mais, e o aeroviário 667 vezes mais. Para
alguns tipos de mercadoria, pode-se usar também o transporte por meio de dutos,
como os oleodutos e gasodutos.
• Para os especialistas, no entanto a opção de transporte não pode se ater a uma regra
rígida, afinal, cada meio de transporte tem sua importância e seu emprego ótimo. O
importante é procurar racionalizar ao máximo o uso de todos eles.
85
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Abasteça o carro somente à noite ou no início da manhã. Isso evita que os vapores ema-
nados do tanque se transformem em ozônio pela ação dos raios do sol.
Previna-se contra incêndios. Não queime lixo nem solte balões.
Se você estiver no estado de São Paulo, denuncie os veículos que emitem fumaça preta,
ligando para o disque Meio Ambiente, tel. 0800113560. Se você estiver em outros estados, exi-
ja do governo a disponibilidade de um atendimento como este, para denúncias.
Dê preferência aos transportes coletivos que não emitam gases tóxicos, como o trem e o
metrô.
• Quando o uso do automóvel for inevitável, o motorista poderá dar sua parcela de
contribuição fazendo com que o seu carro polua menos. Seguindo as dicas abaixo,
além de melhorar a qualidade do ar e evitar acidentes, o motorista vai economizar
cerca de 10% de combustível, velas e pneus.
• Troque de marcha na rotação correta.
• Evite reduções constantes de marcha, acelerações bruscas e freadas em excesso.
• Evite paradas prolongadas com o motor funcionando.
• Use o afogador somente no momento da partida, sem esquecer-se de desativá-lo.
• Tente manter a velocidade constante, tirando o pé do acelerador quando o semáforo
fechar ou quando o trânsito parar à frente.
• Oriente os seus passageiros para que não joguem lixo, pontas de cigarro, latas etc.
pelas janelas.
• Faça as manutenções e revisões recomendadas pelo fabricante, principalmente no
que tange ao catalisador do escapamento.
• Observe a vida útil dos componentes importantes no controle da poluição, como fil-
tro de ar e de óleo.
• Abasteça o veículo com combustível de boa qualidade.
86
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
• Rode com os pneus bem calibrados.
• Não sobrecarregue o veículo.
• Desligue o ar-condicionado nas subidas muito íngremes.
• Mantenha o sistema de arrefecimento do motor revisado e no nível adequado de
funcionamento.
Em muitos países a bicicleta é um importante meio de transporte, tanto de pessoas como de pe-
quenas mercadorias. Na capital da Dinamarca, Copenhagem, vivem 1,3 milhões de pessoas. Um terço
delas usa a bicicleta para ir e voltar do trabalho. Há alguns anos, foi implantado no centro da cidade um
sistema de estacionamento chamado “bicicletas grátis”: deposita-se uma moeda na entrada e, ao retirar a
bicicleta do estacionamento, o dinheiro é devolvido. O uso de bicicletas como meio de transporte no
Brasil é uma boa alternativa para cidades planas e para pequenas distâncias. Além de não poluir, andar
de bicicleta é um ótimo exercício físico!
Figura 21: andar de bicicleta tornou-se uma atividade saudável e ambientalmente correta. Fonte:
http://batalhavips.blogspot.com/2011/04/ciclista-morre-ao-ser-atropelado-por.html
No seu dia a dia, o consumidor doméstico pode adotar uma série de medidas simples,
mas que no final do mês pode se converter numa boa economia de energia.
Chuveiro
• O chuveiro elétrico é um dos aparelhos que mais consome energia. O ideal é evitar
seu uso em horários de maior consumo (entre 18 h e 20 h; no horário de verão, en-
tre 19 h e 20h30).
• Quando o tempo não estiver frio, procure usar o chuveiro com a chave na posição
verão (morno). O consumo é 30% menor do que na posição inverno.
87
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
• Tente limitar seus banhos em aproximadamente cinco minutos. Feche o chuveiro
enquanto se ensaboa.
• Máquina de Lavar e Ferro Elétrico
• Se usar máquinas de lavar louças e roupas, ligue-as somente com toda a sua capaci-
dade preenchida.
• Habitue-se a juntar a maior quantidade possível de roupas para passá-las de uma só
vez.
• Se o ferro for automático, regule sua temperatura. Passe primeiro as roupas delica-
das, que precisam de menos calor. No final, depois de desligá-lo, você ainda pode
aproveitar o calor para passar algumas roupas leves.
Geladeira e Freezer
• De forma geral, esses equipamentos são responsáveis por cerca de 30% do consumo
de uma residência. Na hora de comprar, leve em conta a eficiência energética certi-
ficada pelo selo Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica) e
dê preferência aos que utilizam gases inofensivos à camada de ozônio (livres de
CFC’s);
• Evite a proximidade com o fogão, aquecedores ou áreas expostas ao sol; no caso de
instalação entre armários e paredes, deixe um espaço mínimo de 15 cm dos lados,
acima e no fundo do aparelho;
• Evite abrir a porta da geladeira em demasia ou por tempo prolongado.
• Deixe espaço entre os alimentos e guarde-os de forma que você possa encontrá-los
rápida e facilmente.
• Não guarde alimentos e/ou líquidos quentes, nem recipientes sem tampa na geladei-
ra.
• Não forre as prateleiras com vidros ou plásticos, pois isso dificulta a circulação in-
terna de ar.
• Faça o descongelamento do freezer periodicamente, conforme as instruções do ma-
nual, para evitar que se forme uma camada com mais de meio centímetro de espes-
sura.
• No inverno, a temperatura interna do refrigerador não precisa ser tão baixa como
no verão.
• Regule o termostato.
• Conserve limpas as serpentinas (as grades) que se encontram na parte de trás do
aparelho e não as utilize para secar panos, roupas etc.
• Quando você se ausentar de casa por tempo prolongado, esvazie o freezer e a gela-
deira e deixe-os desligados.
88
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
Lâmpadas
Televisão
• Quando ninguém estiver assistindo, desligue o aparelho.
• Não durma com a televisão ligada. Mas se você se acostumou com isso, uma opção é
recorrer ao timer (temporizador) para que o aparelho desligue automaticamente.
Ar condicionado
• Na hora da compra, escolha um modelo adequado ao tamanho do ambiente em que
será utilizado.
• Prefira os aparelhos com controle automático de temperatura e dê preferência às
marcas de maior eficiência (selo Procel).
• Na instalação, procure proteger a parte externa da incidência do sol (mas sem blo-
quear as grades de ventilação).
• Quando o aparelho esteja funcionando, mantenha as janelas e as portas fechadas.
• Desligue-o quando o ambiente estiver desocupado.
• Evite o frio excessivo, regulando o termostato.
• Mantenha limpos os filtros do aparelho, para não prejudicar a circulação e a quali-
dade do ar.
89
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Veja quanta energia você pode economizar se usar:
80
Lâmpadas fluorescentes compactas
%
45 a
Lava-roupas de baixo consumo
80%
100
Varal em vez de secadora
%
100
Andar a pé ou de bicicleta em vez de automóvel
%
16 a
Carro de baixo consumo
25%
65 a
Tostador de pão em vez de forno
75%
90
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
Lixo
Todos nós podemos contribuir para minimizar os problemas causados pelo lixo com
pequenas ações no dia a dia. Vejamos algumas dicas:
91
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
• Organizar-se em seu trabalho/escola/bairro/comunidade/igreja e iniciar um projeto
piloto de separação de materiais recicláveis.
• Organizar-se junto a outros consumidores para exigir produtos sem embalagens
desnecessárias, como também vasilhames reutilizáveis ou recicláveis.
• Evitar gastos de papel e outros materiais desnecessários ao embrulhar presentes.
• Evitar a queima de qualquer tipo de lixo; se não houver coleta no seu bairro, enterre
o lixo em vez de queimá-lo.
• Evitar a compra de cadernos e papéis que usam cloro no processo de branqueamen-
to.
• Não descartar remédios no lixo; o mesmo vale para material usado em injeções e cu-
rativos feitos em casa. Procure com o seu farmacêutico ou nos postos de saúde uma
alternativa de descarte mais adequada.
• Ler os rótulos dos produtos para conhecer as suas recomendações ou informações
ambientais;
• Usar detergentes e produtos de limpeza biodegradáveis.
• Utilizar pilhas recarregáveis ou alcalinas.
• Deixar a bateria usada do seu carro no local onde adquiriu a nova e certificando-se
que existe um sistema de retorno ao fabricante.
• Deixar os pneus velhos nas oficinas de troca, pois elas são responsáveis pelo destino
final adequado;
• Colecionar dicas ambientais sobre consumo sustentável e compartilhá-las com seus
amigos.
Qualidade de Vida
Dos temas tratados foi possível encontrar alguma correlação: Consumismo X Sustenta-
bilidade e a Qualidade de Vida onde entra nessa discussão. Nessa incessante corrida para do
“ter” ao invés de “ser” e da busca por uma sociedade mais ambientalmente equilibrada e mais
sustentável, todos os indivíduos buscam uma melhoria na qualidade de vida. Bem mas esta-
mos a falar de qualidade de vida sob quais aspectos??? De maneira geral a compreensão de
qualidade de vida encontra-se alicerçada nos elementos indicados na figura abaixo (figura 22):
92
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
Figura 22: elementos que compõem qualidade de vida.
Quer no ambiente urbano, quer no meio rural, para garantia da qualidade de vida é ne-
cessário o estabelecimento de indicadores. Tais indicadores são elementos básicos como defi-
nidos pelos seres humanos para possuir bem-estar físico e mental, a harmonia, o equilíbrio
nas relações familiares dentro da sua comunidade e do ambiente de trabalho, além de condi-
ções mínimas necessárias à sobrevivência tais como, acesso à saúde, à educação, ao emprego e
á segurança pública.
O conceito de qualidade ambiental urbana está diretamente relacionado ao de qualidade
de vida urbana. Esta se refere à capacidade e às condições do meio urbano em atender às ne-
cessidades de seus habitantes. Dentre estas condições, podemos citar as questões ligadas à es-
trutura e à infraestrutura dos equipamentos e serviços urbanos como: saneamento básico,
saúde, educação, transporte, emprego, qualidade ambiental, entre outros. Tais indicadores
acabam por tornar-se não só ferramentas de orientação das políticas públicas para melhoria
da qualidade ambiental, mas também de avaliação e monitoramento destes indicadores.
A avaliação da qualidade ambiental das cidades recai no estabelecimento de indicadores
ambientais. Para alguns autores, os indicadores podem estar relacionados à disponibilidade
de recursos naturais, à forma de uso dos mesmos e aos resíduos gerados no seu consumo, para
outros, a referência para a avaliação da qualidade ambiental consiste nas características físico-
naturais, urbano-arquitetônicos e socioculturais.
93
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Portanto, o problema da avaliação da qualidade ambiental urbana coloca-se como uma
questão complexa e que implica tanto na análise dos diversos componentes do ecossistema
urbano, através de um sistema de indicadores, quanto nas metodologias de quantificação e
sistematização desses indicadores em índices que sintetizem o grau de comprometimento am-
biental da cidade, de forma a oferecer parâmetros confiáveis para a tomada de decisão nas
políticas ambientais urbanas (Qualidade Ambiental Urbana, 2009, on-line).
Na realidade, os problemas decorrentes do crescimento das cidades, do aumento da po-
pulação, das desigualdades sociais, além dos problemas ambientais que se estabeleceram têm
intensificado a sensação de desconforto no ambiente urbano. É possível que a tão sonhada
qualidade de vida, que deveria estar intimamente relacionada à qualidade ambiental, está sen-
do substituída pelo conforto e bem-estar proporcionado pelos padrões de consumo.
A vida no campo é sem dúvida muito diferente da vida nas grandes cidades. Não há cor-
reria, poluição, barulho de buzinas de automóveis, violência e o estresse do dia a dia que tem
comprometido cada vez mais a saúde e a qualidade de vida da população urbana. Especial-
mente, sobre os aspectos físicos e psicológicos a qualidade de vida no ambiente rural é incom-
paravelmente melhor do que nas grandes cidades. No entanto, se os parâmetros de avaliação
for saneamento básico, educação e saúde este quadro pode ser bastante diferente. O ambiente
rural, em geral, é pouco assistido no que se refere aos itens mencionados. Estes elementos po-
dem comprometer a qualidade de vida das populações rurais. Vale ressaltar, no entanto, que
as necessidade e demandas da população rural são diferenciadas, as exigências são bem menos
expressivas do que a população dos ambientes urbanos. Com isso, podemos afirmar que a
qualidade de vida, tanto no ambiente urbano, quanto no ambiente rural, irão depender dos
parâmetros, dos indicadores utilizados para esta avaliação. O que irá definir a qualidade de
vida será os indicadores que você estabelecer para sua comparação.
As questões ligadas à qualidade de vida e a saúde estão cada vez mais presentes na socie-
dade contemporânea. Prova disso, é que até mesmo no ambiente de trabalhão há uma preo-
cupação crescente com a qualidade de vida dos empregados no ambiente de trabalho. Práticas
inadequadas no ambiente de trabalho geram impacto negativo à saúde física e emocional dos
empregados, tais como; baixa motivação, falta de atenção, diminuição de produtividade e alta
rotatividade criam uma energia negativa que repercute na família, na sociedade e no sistema
médico. Os objetivos de se promover a qualidade de vida no ambiente de trabalho é encorajar
e apoiar hábitos e estilos de vida que promovam a saúde e o bem-estar dos funcionários e de
seus familiares durante a sua vida profissional. Muitas empresas têm adotado práticas de me-
lhoria da qualidade de vida no ambiente laboral e esta tem se tornado uma vantagem competi-
tiva para estas organizações.
As pessoas do meio urbano e do meio rural possuem o direito a um padrão de vida ade-
quado, que lhe assegure, assim como à sua família, a saúde e o bem-estar, a alimentação, o
vestuário, a habitação, a assistência médica e os serviços sociais essenciais.
94
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
ESTUDO DE CASO
Em contribuição com o meio ambiente uma grande empresa alimentícia tomou a deci-
são de passar a usar embalagens de papel, em substituição às de iso-
por e, posteriormente para reduzir ainda mais o lixo sólido diminu-
iu a espessura de seus canudinhos e embalagens.
Se você fosse um cliente fiel, como se sentiria? A empresa está
de fato preocupada com o meio ambiente? Promoveu mudanças
visando lucro e reduções de custo? Pensando a longo prazo e em
grande escala, a atitude deste empresário pode ou não contribuir com o meio ambiente? Com
base no conteúdo que trabalhamos, fundamente seu ponto de vista.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
QUESTÕES DO ENADE
QUESTÃO 01
(ENADE, 2013) A discussão nacional sobre a resolução das complexas questões sociais
brasileiras e sobre o desenvolvimento em bases sustentáveis tem destacado a noção de corres-
ponsabilidade e a de complementaridade entre as ações dos diversos setores e atores que atu-
am no campo social. A interação entre esses agentes propicia a troca de conhecimento das
distintas experiências, proporciona mais racionalidade, qualidade e eficácia às ações desenvol-
vidas e evita superposições de recursos e competências. De uma forma geral, esses desafios
moldam hoje o quadro de atuação das organizações da sociedade civil do terceiro setor. No
Brasil, o movimento relativo a mais exigências de desenvolvimento institucional dessas orga-
nizações, inclusive das fundações empresariais, é recente e foi intensificado a partir da década
de 90.
BNDES. Terceiro Setor e Desenvolvimento Social. Relato Setorial nº 3 AS/GESET. Disponível em: <www.bndes.gov.br> Acesso
em: 02 ago. 2013 (adaptado).
De acordo com o texto, o terceiro setor:
95
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
c) Gerencia o desenvolvimento da esfera estatal, com especial ênfase na responsabi-
lidade social.
d) Controla as demandas governamentais por serviços, de modo a garantir a parti-
cipação do setor privado.
e) É responsável pelo desenvolvimento social das empresas e pela dinamização do
mercado de trabalho.
QUESTÃO 02
(ENADE, 2013) Uma sociedade sustentável é aquela em que o desenvolvimento está in-
tegrado à natureza, com respeito à diversidade biológica e sociocultural, exercício responsável
e consequente da cidadania, com a distribuição equitativa das riquezas e em condições dignas
de desenvolvimento. Em linhas gerais, o projeto de uma sociedade sustentável aponta para
uma justiça com equidade, distribuição das riquezas, eliminando-se as desigualdades sociais;
para o fim da exploração dos seres humanos; para a eliminação das discriminações de gênero,
raça, geração ou de qualquer outra; para garantir a todos e a todas os direitos à vida e à felici-
dade, à saúde, à educação, à moradia, à cultura, ao emprego e a envelhecer com dignidade;
para o fim da exclusão social; para a democracia plena. TAVARES, E. M. F.
Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br>. Acesso em: 25 jul. 2013 (adaptado).
PORQUE
96
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
QUESTÃO 03
Uma estratégia sócia espacial que pode contribuir para alterar a lógica de uso da água
apresentada no texto é a .
QUESTÃO 04
Leia o texto.
Para diminuir o acúmulo de lixo e o desperdício de materiais de valor econômico e, as-
sim, reduzir a exploração de recursos naturais, adotou-se, em escala internacional, a política
dos três erres: Redução, Reutilização e Reciclagem.
97
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
INFORM@ÇÃO
INSTITUTO AKATU. Sempre que puder visite o site do Instituto Akatu. Nesse site
são disponibilizados artigos muito interessantes sobre os mais diversos temas da área ambi-
ental.
2.2
TEMA 4.
GESTÃO AMBIENTAL E AS MUDANÇAS DO CLIMA
2.2.1
CONTEÚDO 1.
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO AQUECIMENTO GLOBAL E MUDANÇAS
CLIMÁTICAS
98
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
Para uma melhor compreensão das causas e consequências desses eventos climáticos, é
necessário entender como se deu a formação do buraco na camada de ozônio, o efeito estufa, e
consequentemente, o aquecimento global.
99
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Estudos científicos revelaram que substâncias químicas fabricadas pelo homem, ao rea-
girem com o ozônio, poderiam destruir esta camada de proteção. A lista dos produtos danosos
à camada de ozônio inclui os óxidos nítricos e nitrosos expelidos pelos exaustores dos veículos
e o CO² produzido pela queima de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Mas, em
termos de efeitos destrutivos sobre a camada de ozônio, nada se compara ao grupo de gases
chamados clorofluorcarbonos, os CFC. Em 1987, cientistas identificaram que o cloro presente
nos compostos de clorofluorcarbono, como um dos principais poluentes responsáveis pela
redução da camada de ozônio. O CFC é usado como propelente em vários tipos de sprays, em
motores de aviões, circuitos de refrigeração, espuma de plástico, fôrmas e bandejas de plástico
poroso, chips de computadores e solventes utilizados pela indústria eletrônica. Com uma vida
útil de 75 anos, combina-se com o oxigênio, decompõe as moléculas de ozônio e forma o gás
cloro. Os maiores produtores e consumidores de CFC vivem no hemisfério norte. Os países
desenvolvidos fabricam, em média, 1 kg de CFC por pessoa ao ano. (WWF, 2015).
A camada de ozônio absorve a maior parte da radiação ultravioleta, uma pequena por-
ção atinge a superfície da Terra. É essa radiação que acaba provocando doenças ao homem,
como, por exemplo, o câncer de pele que mata milhares de pessoas por ano em todo o mundo.
A radiação ultravioleta afeta também o sistema imunológico, enfraquecendo a resistência hu-
mana, causando doenças como herpes. Além do homem, outros organismos são atingidos
pelos raios ultravioletas.
Acredita-se que níveis mais altos da radiação podem diminuir a produção agrícola, o
que reduziria a oferta de alimentos. A vida marinha também pode ser ameaçada, especialmen-
te o plâncton (plantas e animais microscópicos), que vivem na superfície do mar. Esses orga-
nismos minúsculos estão na base da cadeia alimentar marinha e absorvem mais da metade das
emissões de dióxido de carbono (CO²) do planeta.
Vários aspectos climáticos fazem da estratosfera sobre a Antártida uma região especial-
mente sensível à destruição do ozônio. Os cientistas observam que o buraco vem crescendo e
que seus efeitos têm se tornado mais evidentes nesta região. Países do Hemisfério Norte como
Estados Unidos, Europa, norte da China e do Japão vêm sendo atingidos com as consequên-
cias do buraco na camada de ozônio. O PNUMA calcula que cada 1% de perda da camada de
ozônio cause 50 mil novos casos de câncer de pele e 100 mil novos casos de cegueira, causados
por catarata, em todo o mundo.
Protocolo de Montreal
Em 1987, representantes de 57 países reuniram-se no Canadá e assinaram o Protocolo
de Montreal sobre as substâncias que deterioram a Camada de Ozônio. Nesta convenção, me-
didas apropriadas deveriam ser adotadas para proteger a saúde do homem e do ambiente con-
tra os efeitos nefastos que resultam ou poderiam resultar das atividades humanas que, direta
ou indiretamente, modificam a camada de ozônio. Em junho de 1990, o acordo foi ratificado
pela ONU e mais de 90 nações aderiram, inclusive, o Brasil. Neste protocolo, ficou determina-
100
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
do que até o ano de 2010, a produção do CFC iria gradativamente acabar. A ONU declarou a
data de 16 de setembro como o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio.
Devido à grande adesão mundial, Kofi Annan (Ex-Secretário Geral da ONU) declarou que o
Protocolo de Montreal “seria o mais bem sucedido acordo internacional de todos os tem-
pos...".
101
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
quena na composição atmosférica, formada em sua maior parte por nitrogênio (75%) e oxigê-
nio (23%).
O problema é que ao lançar gases de efeito estufa (GEE’s) na atmosfera, esse efeito é po-
tencializado, contribuindo para desestabilidade climática, causando a elevação da temperatu-
ra, elevação do nível do mar e alteração das precipitações pluviométricas (chuvas).
O aquecimento global é resultado do lançamento excessivo de GEE’s, sobretudo o dió-
xido de carbono (CO²) na atmosfera. Esses gases formam uma espécie de cobertor cada dia
mais espesso que torna o planeta cada vez mais quente e não permite a saída de radiação solar.
É nesse contexto, que ocorrem as mudanças climáticas, já que o equilíbrio existente é quebra-
do com a potencialização do efeito estufa. Esse desequilíbrio é causado porque são lançados
mais gases de efeito estufa do que as florestas e os oceanos são capazes de absorver.
A ação antrópica na natureza tem feito aumentar a quantidade de dióxido de carbono
na atmosfera. Além da queima de combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás natural, o
desmatamento e as queimadas tem sido responsável por grandes emissões de GEE’s (figura
25).
102
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
Figura 25. Desmatamentos e queimadas, principais causadores de efeito estufa no Brasil. Fonte:
http://plantebonito.blogspot.com/2010/08/chega-de-queimadas-brasil-campeao.html
Após o desmatamento, normalmente as pessoas queimam a madeira que não tem valor
comercial. O gás carbônico (CO²) contido na fumaça oriunda dessa queima vai para a atmos-
fera e se acumula, aumentando ainda mais o efeito estufa. Também, uma menor quantidade
de árvores significa menos dióxido de carbono sendo absorvido. Estudos revelam que no Bra-
sil, os desmatamentos e as queimadas são os principais responsáveis pelas emissões de gases
de efeito estufa.
Algumas das consequências do aquecimento global já estão sendo percebidas em dife-
rentes partes do planeta. Eventos climáticos fora dos padrões habitualmente conhecidos, co-
mo furacões, tempestades tropicais, inundações, ondas de calor, seca ou deslizamentos de ter-
ra, são consequências desse aquecimento global. Concomitantemente a estes eventos, já se
observa o aumento significativo do nível do mar por causa do derretimento das calotas pola-
res e o aumento da temperatura média do planeta em 0,7ºC de acordo com dados WWF –
Brasil desde a Revolução Industrial.
Com o derretimento do gelo das calotas polares, o nível do mar tem se elevado, provo-
cando a inundação de terras mais baixas e a submersão de países no Oceano Pacífico (Figura
26). Países como Bangladesh e Egito podem perder até um décimo de seus territórios, o que
obrigaria o deslocamento de 16 milhões de pessoas – os chamados “refugiados ambientais”.
Figura 26: derretimento das calotas polares. Fonte: http://www.turismoacre.com/2008_06_01_archive.html Fonte: http://amanda-
ecobrasil.blogspot.com/2011/05/geleiras.html
103
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
cutir negativamente na produção de alimentos, já que diversas áreas cultiváveis serão afetadas.
As alterações climáticas incomuns podem reduzir a população ou mesmo levar à extinção de
muitas espécies que não seriam capazes de se adaptar às novas condições ambientais, afetando
o equilíbrio de diversos ecossistemas.
As soluções para combater o aumento do efeito estufa e do aquecimento global, residem
principalmente na mudança de comportamentos e atitudes do homem com relação ao meio
ambiente, conforme falamos no capítulo sobre educação
ambiental. A diminuição de emissões dos gases de efeito
estufa, a minimização dos desmatamentos, o incentivo ao
uso de energias renováveis não-convencionais, a busca pela
eficiência energética, a reciclagem de materiais e a melho-
ria do transporte público nas grandes cidades, podem con-
tribuir bastante para reduzir tais impactos.
Os fenômenos “El Niño” e “La Niña” são mudanças na temperatura da água que influenci-
am a intensidade dos ventos alísios. As variações de intensidade destes ventos influenciam a
pressão atmosférica no oceano, afetando vários fenômenos climáticos em todo o mundo.
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/_nuQKH7UyBxc/TS5sDCQs
OXI/AAAAAAAAHn8/k7PLAZsMVeQ/s
1600/el-nino-la-nina.jpg.
104
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
centros de saúde). As secas prolongadas têm o poder de afetar a saúde humana em face dos
efeitos da exposição prolongada à fumaça de queimadas, especialmente na região amazônica.
Haverá também alterações na agricultura, já que esta é uma atividade amplamente de-
pendente de fatores climáticos, cujas alterações podem afetar a produtividade e o manejo das
culturas, além de fatores sociais, econômicos e políticos. Segundo as previsões de longo prazo,
as regiões tropicais e subtropicais seriam as mais afetadas pela mudança do clima, como tam-
bém os países em desenvolvimento devido à baixa capitalização de suas economias, à deficiên-
cia de mercados, à predominância de atividades agrícolas entre outros fatores. Os impactos
das mudanças climáticas nas florestas também serão percebidos, como por exemplo, alteração
nas taxas de crescimento que dependem de um grande número de fatores, incluindo o clima.
Em alguns casos, elas podem aumentar e em outros diminuir, dependendo de quanto o clima
atual é ou não um fator limitante a este crescimento; pode haver problemas com a regeneração
de algumas espécies; o regime de queima de biomassa pode se alterar; os incêndios devem
aumentar em frequência e extensão. Espera-se que as alterações nas espécies de insetos e do-
enças provocarão perdas florestais e degradação. Uma maior incidência de eventos extremos
(tais como secas, incêndios florestais ou doenças epidêmicas), assim como o aumento na ocor-
rência, persistência e intensidade de eventos relacionados à variabilidade climática, como por
exemplo, o El Niño, poderá exacerbar os danos nas florestas de regiões afetadas por secas cau-
sadas por este fenômeno, como o norte e leste da Floresta Amazônica. Há evidências que su-
gerem que já está havendo uma resposta da população de insetos às mudanças climáticas. É
estimado que a ocorrência de pragas seja mais comum e longa, reduzindo a produtividade das
florestas e seu estoque de carbono.
105
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
gens de reservatórios hidrelétricos, o que pode acarretar na mortalidade de diversas espécies,
inclusive a humana.
.
2.2.2
CONTEÚDO 2.
CONVENÇÃO SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E PROTOCOLO DE KYOTO
A Convenção do Clima é uma reunião anual da ONU, na qual os países membros discu-
tem as questões mais importantes sobre mudanças climáticas. Surgiu em resposta às ameaças
das mudanças climáticas para o desenvolvimento sustentável, a segurança alimentar e os ecos-
sistemas do planeta, como um tratado internacional de caráter essencialmente universal – foi
firmada e ratificada por praticamente todos os países. Em 1992, no Rio de Janeiro, a primeira
convenção mundial ocorreu com o nome oficial Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre
Mudanças do Clima. Essa convenção enuncia o objetivo de alcançar “a estabilização das con-
centrações de GEE na atmosfera em um nível que impeça uma interferência antrópica perigo-
sa no sistema do clima. Este nível deverá ser alcançado em um prazo suficiente que permita
aos ecossistemas adaptarem-se naturalmente à mudança do clima, assegurando que a produ-
ção de alimentos não seja ameaçada e que permita o desenvolvimento econômico prosseguir
de maneira sustentável” (art. 2º). Os princípios que fundamentam os artigos da Convenção
Quadro sobre Mudanças do Clima são: (i) princípio de precaução, que não condiciona medi-
das para prever, evitar ou minimizar as causas da mudança climática a uma definitiva clareza
científica sobre o assunto, e (ii) princípio de responsabilidade comum, porém diferenciado,
quanto aos compromissos de redução de emissões globais. Com base neste segundo princípio,
foram estabelecidos dois grupos de países (partes) e suas respectivas responsabilidades. Os
países do Anexo-I que são países industrializados membros da OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico), da Comunidade Europeia e países industrializa-
dos da ex-União Soviética e do Leste Europeu. Os Países não-Anexo-I são todos aqueles que
ratificaram a convenção, mas não estão listados no Anexo-I.
Nesta convenção, todos concordaram que as atividades humanas estavam afetando nos-
so clima e alterando o modo com que ele se transforma, sendo, dessa forma, necessária a im-
plementação de políticas nacionais e internacionais para combater as mudanças climáticas.
O Protocolo de Kyoto representa o principal avanço obtido na convenção, pois estabele-
ce limites para a emissão de GEE pelas nações que, em seu conjunto, deverão no período
2008-2012 reduzi-la em 5,2% do total emitido por eles em 1990. Negociado em 1997, assinado
por praticamente todos os países e ratificado por cerca de 170, o Tratado de Kyoto entrou em
vigor em 16 de fevereiro de 2005. Países como Estados Unidos e Austrália decidiram não rati-
ficar o acordo. Embora estes países tenham declarado que limitarão as suas emissões. Para os
países em desenvolvimento e, sobretudo, para as maiores economias em desenvolvimento
como China, Índia e Brasil, que devem, ao mesmo tempo, inserir-se na moderna economia
106
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
globalizada e superar seu passivo social e econômico, o Protocolo de Kyoto é um dos itens
prioritários na agenda ambiental. A importância do instrumento se dá, principalmente, por
dois motivos: do ponto de vista político, o fato de os países do Anexo I terem metas, e os paí-
ses em desenvolvimento não as terem, representou o claro fortalecimento do princípio das
responsabilidades comuns, porém diferenciadas, um dos pilares da posição dos países em de-
senvolvimento nas negociações internacionais sobre mudança do clima. Do ponto de vista
econômico, o fato de os países fora do Anexo I não terem metas, assegura flexibilidade para
seus projetos de desenvolvimento (MUD CLIM, 2005).
Aos países do Anexo-I, em função de suas responsabilidades históricas, coube assumir
compromissos de redução das emissões. Os países do não-Anexo-I, incluindo o Brasil, foram
chamados a adotar medidas para que o crescimento necessário de suas emissões seja limitado
pela introdução de medidas apropriadas, contando para isso com recursos financeiros e acesso
à tecnologia dos países industrializados. O Protocolo estabelece três mecanismos para aumen-
tar a flexibilidade e reduzir os custos totais de redução de emissão, conforme descritos abaixo
(CLIMA, 2000):
O compromisso conjunto de redução das emissões de gases de efeito estufa soma 5%.
Cada país tem uma meta diferente dentro da meta global. Participantes podem reduzir as
emissões nacionalmente e/ou podem usar as vantagens dos chamados "mecanismos de flexibi-
lização" (Comércio de Emissões, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e Implementação
Conjunta), como também usar o carbono absorvido nos chamados "sumidouros", como flo-
restas e terras agrícolas, para compensar suas necessidades de redução. Punições serão aplica-
das aos países que não cumprirem suas metas (WWF, 2007).
107
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas
Em 2007, o IPCC publicou seu quarto relatório no qual afirma com 90% de certeza que
as atividades humanas são as principais causadoras do aumento da temperatura da terra e,
consequentemente, das mudanças climáticas.
108
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
A COP deve elaborar modalidades e procedimentos que objetivem garantir transparên-
cia, eficiência e responsabilidade, através de auditoria e verificação independente destes proje-
tos. A COP deve também garantir que parte destes certificados seja usada para cobrir custos
administrativos, assim como ajudar países em desenvolvimento, particularmente vulneráveis
aos efeitos adversos da mudança do clima, a cobrir os custos de adaptação.
A COP-1 foi realizada em Berlim, em 1995. Nesta conferência, foram definidos com-
promissos legais de redução de emissões que foram inseridos no Protocolo de Kyoto
(REBOUÇAS, 2009). As últimas conferências entre as parte (COP 15 e 16) não trouxeram
muitos avanços nas negociações internacionais. A COP-15 foi realizada em Copenhague (Di-
namarca). Em 2009, foi esperada com enorme expectativa por diversos governos, ONGs, em-
presas e pessoas interessadas em saber como o mundo vai resolver a ameaça do aquecimento
global à sobrevivência da civilização humana. No entanto, tal conferência não conseguiu uni-
ficar os objetivos ambientais aos econômicos entre países pobres e ricos e não gerou um do-
cumento legal de compromisso entre as nações. Esta conferência deixou uma imagem de de-
sastre e frustração em virtude da incapacidade dos países ricos de assumirem compromissos
sobre redução das emissões, principalmente por parte dos EUA e China.
A COP 16 que ocorreu em Cancún, México, em 2010, alcançou alguns resultados positi-
vos, após o fiasco da COP 15. Foi definido um Fundo Verde para adaptação e mitigação nos
países em desenvolvimento e a aprovação de um mecanismo de Redução de Emissões por
Desmatamento e Degradação de (REDD), com algumas salvaguardas que visam garantir que
esses projetos respeitem os direitos de povos indígenas e comunidades locais, bem como a
biodiversidade.
109
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
opções mais tecnológicas, como a captura e armazenamento de carbono, são muito mais
caras e poderiam levar muitos anos para serem implementadas em larga escala.
110
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
2.2.3
CONTEÚDO 3.
POLÍTICA NACIONAL SOBRE MUDANÇA DO CLIMA
111
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
5) Buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quinquenal,
em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero;
6) Eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015;
7) Fortalecer ações intersetoriais voltadas para redução das vulnerabilidades das popula-
ções;
8) Procurar identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e fo-
mentar o desenvolvimento de pesquisas científicas para que se possa traçar uma estratégia que
minimize os custos sócio-econômicos de adaptação do País.
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima apresenta também algumas metas, que se
reverterão na redução de emissões de gases de efeito estufa, além de outros ganhos ambientais
e benefícios socioeconômicos (MMA, 2015).
- reduzir o índice de desmatamento anual da Amazônia (redução de 80% até 2020
- ampliar em 11% ao ano nos próximos dez anos o consumo interno de etanol;
- dobrar a área de florestas plantadas, para 11 milhões de hectares em 2020, sendo 2 mi-
O Plano Nacional sobre Mudança do Clima possui caráter dinâmico e passará por revi-
sões regulares, bem como avaliações de seus resultados para que possa ser implementado em
consonância com os desejos e desígnios da sociedade brasileira.
112
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
2.2.4
CONTEÚDO 4.
OPORTUNIDADES EMPRESARIAIS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Inúmeras oportunidades empresariais poderão surgir a partir do mercado de créditos de
carbono, como os compromissos assumidos a partir da Política Nacional de Mudança do
Clima e até mesmo da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Nessa sessão faremos uma breve
apresentação de alternativas com vistas ao desenvolvimento sustentável.
113
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
Figura 29: esquema de biodigestores. Fonte: http://www.revistaea.org/img/biogestores40_files/image002.jpg>.
Figura 30: foto de uma estufa. Plantas nas fases iniciais de crescimento são importantes sequestradores de carbono. Fonte:
http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-content/uploads/2012/08/projeto-reflorestamento-2.jpg.>.
• Japan Greenhouse Gas Reduction Fund foi o primeiro fundo de carbono do Japão,
estabelecido em 2004, por mais de 33 entidades, destinado ao desenvolvimento de
114
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
projetos de redução das emissões de gases do efeito estufa, e a compra CERs e ERUs
para o primeiro período de compromisso do Protocolo de Kyoto. Direcionado à
compra de créditos derivados de projetos de eficiência energética, energia renovável,
troca de combustível, gerenciamento de resíduos, indústrias químicas, gases fugiti-
vos etc. Oferece apoio financeiro para as fases de desenvolvimento de projetos, co-
mo elaboração do PDD, validação etc.
• Biocarbon Fund este fundo é uma parceria público/privada que fornece financia-
mentos para a redução das emissões de gases do efeito estufa, criado com o objetivo
de abrir o mercado de carbono para atividades florestais e agrícolas. Associar bene-
fícios sociais e econômicos com uso do solo, mudança de uso do solo e florestamen-
to (LULUCF) em muitas comunidades rurais ao redor do mundo, o fundo pretende
agregar benefícios climáticos globais e créditos de redução das emissões aos seus
participantes.
• Danish Carbon Fund foi estabelecido em janeiro de 2005. O fundo que considera
projetos de MDL e JI. Tem preferência para projetos em áreas como: energia eólica,
cogeração, hidrelétrica, biomassa e aterros sanitários.
115
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
• MGM International esta empresa trabalha com financiamento, desenvolvimento e
comercialização de projetos créditos de carbono.
• Climate Change Capital seu grupo de carbon finance desenvolve e gerencia fundos
que investem em campanhas e projetos envolvidos na redução das emissões de gases
do efeito estufa. Sua experiência inclui desde grandes bancos de investimentos até
pequenas empresas. Com dois fundos e gerenciando mais de $ 750 milhões. Investe
em projeto de reduções em mercados emergentes.
• Climate Trust é uma organização sem fins lucrativos que oferece reduções de emis-
sões de gases do efeito estufa provenientes de projetos de alta qualidade.
116
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
• BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) oferece uma li-
nha de crédito para "estudos de viabilidade, custos de elaboração do projeto, PDD e
demais custos relativos ao processo de validação e registro"
(http://www.bndes.gov.br/ambiente/meio_ambiente.asp), além do Programa
BNDES Desenvolvimento Limpo, que é um programa para a seleção de Gestores de
Fundos de Investimento, com foco direcionado para empresas/projetos com poten-
cial de gerar Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) no âmbito do MDL.
• Caixa Econômica Federal conta com uma linha de crédito para financiamento inte-
gral de atividades de projetos no âmbito do MDL em áreas como saneamento, bom-
beamento de água e pequenas hidrelétricas, por exemplo.
Em dezembro de 2003, 14 empresas, que juntas são responsáveis por metade da emissão
anual do Reino Unido, fundaram a Bolsa do Clima de Chicago (CCX), na tentativa de criar
um mercado de carbono próprio e alternativo ao Protocolo de Kyoto. O maior poluidor do
mundo, apesar de estar fora do principal acordo multilateral para reduzir as emissões de gases
do efeito estufa, é o primeiro a criar uma bolsa de venda de créditos de carbono. Na primeira
fase, até 2006, a CCX apenas organizou a comercialização de redução de emissões de gases do
efeito estufa nos Estados Unidos, México, Canadá, e de um primeiro projeto de compensação
brasileira – da Indústria de Papel e Celulose Klabin. A empresa mantém um projeto de reflo-
restamento em uma área de 10 mil hectares. Para as empresas que se associam à Bolsa do Cli-
ma de Chicago, as vantagens são muitas. A principal delas é o aumento do valor do título em
bolsas “Uma ação como a da Ford, por exemplo, que vale tanto na Bolsa de NY pode ter crité-
rios de sustentabilidade que a façam subir de preço (Carbono Brasil, 2007 – esse site deixou de
existir o que fazer com a citação???).
As bolsas de valores como Dow Jones Sustainability Index; ISE – Índice de Sustentabili-
dade Empresarial da Bovespa estão criando índices de sustentabilidade corporativa, que levam
em consideração aspectos sociais e ambientais além dos aspectos econômicos na valoração das
empresas.
Desenvolvimento Sustentável
Embora o termo desenvolvimento sustentável já tivesse sido usado anteriormente, ficou
amplamente conhecido nos círculos políticos após a divulgação do Relatório de Brundtland.
Os pontos centrais do conceito de desenvolvimento sustentável contidos na publicação Nosso
Futuro Comum de 1991, tornaram-se o ponto-chave para elaboração da Agenda 21 como já
mencionado anteriormente: “A Agenda 21 é a agenda para o desenvolvimento traduzida em
ações!”.
117
MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
De acordo com esse relatório, os pilares que compõem o conceito de desenvolvimento
sustentável são (Figura 31):
Figura 31: esquema dos pilares do desenvolvimento sustentável. Fonte: autoria equipe material didático.
Autores como SACHS (2004), apontam para outras dimensões no conceito de desen-
volvimento sustentável, considerando cinco dimensões principais, quais sejam:
a) Social: fundamental por motivos tanto intrínsecos quanto instrumentais, por causa da
perspectiva de disrupção social que paira de forma ameaçadora sobre muitos lugares proble-
máticos do nosso planeta;
b) Ambiental: com suas dimensões (os sistemas de sustentação da vida como provedores
de recurso e com “recipientes” para a disposição de resíduos);
c) Territorial: relacionado à distribuição espacial dos recursos, das populações e das ati-
vidades;
d) Econômico: sendo a viabilidade econômica a condição necessária para que as coisas
aconteçam;
e) Político: a governança democrática é um valor fundador e um instrumento necessário
pra fazer as coisas acontecerem, a liberdade faz toda a diferença.
O desenvolvimento sustentável é um processo de transformação da sociedade que ne-
cessariamente requer mudança nos padrões de desenvolvimento, objetivando conciliar de
maneira harmoniosa as necessidades presentes sem comprometer a possibilidade das gerações
futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.
O desafio atual é a implementação desse novo modelo de desenvolvimento, traduzindo-
o em ações efetivas, como mudança nos padrões de produção, consumo e desenvolvimento,
associados à utilização racional dos recursos naturais. Por esse motivo, as oportunidades em-
presariais que surgiram e surgirão em função de compromissos nacionais e internacionais
oriundos de Políticas tão relevantes para o Brasil, devem ser concebidas como grandes opor-
118
PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
tunidades para a implementação de projetos com as premissas propostas por esse novo mode-
lo de desenvolvimento, sob bases sustentáveis.
ATIVIDADE COMPLEMENTAR
ESTUDO DE CASO
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
QUESTÕES DO ENADE
QUESTÃO 01
(ENADE, 2011) O aquecimento global é um fenômeno natural de manutenção da tem-
peratura do planeta causado pela retenção, na atmosfera, pelos gases de efeito estufa, de parte
da energia refletida pela superfície terrestre. Com o aumento rápido das emissões desses gases,
gerados pela aceleração das atividades antropogênicas, esse fenômeno passou a se intensificar,
determinando um aumento mais rápido na temperatura da Terra.
Para enfrentar esse problema, o Brasil instituiu, em 29 de dezembro de 2009, a Política
Nacional sobre Mudança do Clima, por meio da Lei n.º 12.187, regulamentada, posteriormen-
te, pelo Decreto n.º 7.390, de 9 de dezembro de 2010. Essa lei prevê que “todos têm o dever de
atuar, em benefício das presentes e das futuras gerações, para a redução dos impactos decor-
rentes das interferências antrópicas sobre o sistema climático” e “a promoção da disseminação
de informações, a educação, a capacitação e a conscientização pública sobre mudança do cli-
ma”. Além disso, essa lei instituiu “as medidas de divulgação, educação e conscientização”
como um dos instrumentos da Política Nacional sobre Mudança do Clima.
Nesse contexto, as campanhas de educação sanitária e ambiental voltadas para as mu-
danças climáticas devem abordar a necessidade de
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
a) reduzir os índices anuais de desmatamento na Amazônia Legal e no Cerrado.
b) desestimular o aumento na oferta de biocombustíveis, como o etanol.
c) incrementar a geração de energia proveniente de usinas termelétricas movidas a car-
vão mineral.
d) aumentar o rebanho bovino e suíno do país, por meio da destinação de maior núme-
ro de áreas para a pecuária.
e) investir na exploração do petróleo descoberto nas extensas jazidas do pré-sal.
QUESTÃO 02
(ENADE, 2011) A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada
é a que procura atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações
futuras. O mundo assiste a um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na eco-
nomia e também na cultura política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida na mu-
dança climática, é uma ameaça real ao pleno desenvolvimento das potencialidades dos países.
O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se
acumulam. Abriga elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da
biodiversidade e da água doce existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis;
diversidade étnica e cultural e rica variedade de reservas naturais.
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em três
componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade so-
ciopolítica.
a) a preservação do equilíbrio global e do valor das reservas de capital natural, o que não
justifica a desaceleração do desenvolvimento econômico e político de uma sociedade.
b) a redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam
os efeitos socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação.
c) o reconhecimento de que, apesar de os recursos naturais serem ilimitados, deve ser
traçado um novo modelo de desenvolvimento econômico para a humanidade.
d) a redução do consumo das reservas naturais com a consequente estagnação do desen-
volvimento econômico e tecnológico.
e) a distribuição homogênea das reservas naturais entre as nações e as regiões em nível
global e regional.
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PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
QUESTÃO 03
(ENADE, 2010) Nosso planeta recebe anualmente do Sol energia suficiente para suprir
nossas necessidades energéticas. Perto de 55% da radiação solar é refletida ou usada em pro-
cessos naturais. A sobra de 45% é convertida em movimento térmico (calor), do qual parte
escapa como infravermelho. O calor retido na atmosfera por certos gases aquece a Terra, pro-
vocando o chamado efeito estufa.
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. São
Paulo: Bookman, 2001, p. 746 (adaptado).
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
QUESTÃO 04
(ENADE, 2013) O estado do Rio de Janeiro vai ser palco do plantio de 34 milhões de ár-
vores até 2016, com a geração de 5 000 empregos verdes. O plantio dessas mudas será suficien-
te para o poder público cumprir suas obrigações de plantio de árvores para compensar as
emissões de gases-estufa que deverão ser liberadas durante a realização da Copa do Mundo,
em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016.
a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
QUESTÃO 05
(ENADE, 2011) Recentes relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Cli-
máticas (IPCC, na sigla em inglês) voltaram a defender que a ação antrópica tem contribuído
significativamente para o aumento dos níveis de carbono na atmosfera terrestre. A conse-
quência mais conhecida desse aumento é o aquecimento global, originado pela intensificação
do efeito estufa. Todavia, há um assim chamado irmão gêmeo do mal do aquecimento global,
que é pouco conhecido. Trata-se do processo de acidificação dos oceanos, que já ocorreu antes
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PATRICIA CARLA BARBOSA PIMENTEL
na história da Terra, no limite Permo-Triássico, há, aproximadamente, 250 milhões de anos.
Correlacionando a importância dos oceanos na manutenção da vida na Terra com as possíveis
causas do colapso ambiental observado pelo processo de acidificação dos oceanos ocorrido no
limite Permo-Triássico, e ainda, com as consequências para a biodiversidade atual, analise as
afirmações abaixo.
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.
INFORM@ÇÃO
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MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE
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