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Santo André
28 de setembro de 2016
Aspectos e fatos interessantes da história da microeletrônica no Brasil
O imperador Don Pedro II era um grande entusiasta das novas tecnologias e após
retornar da visita à Exposição Universal de Filadélfia, que ocorreu nos Estados
Unidos em 1876, ficou tão fascinado com a nova invenção apresentada por
Alexander Graham Bell que foi a primeira pessoa a comprar as ações da empresa
de Bell e também um dos primeiros donos do equipamento quando mandou instalar
um telefone entre o Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, cuja linha estava
ligada ao Ministério da Guerra, à casa de veraneio da família imperial em Petrópolis
e outros endereços importantes escolhidos pelo imperador.
O Padre Landell de Moura, egresso da Escola Central, antiga Academia Real Militar
e atual Instituto Militar de Engenharia (IME), desenvolveu e construiu o primeiro
transmissor sem fio para mensagens em 1892, fazendo a primeira transmissão por
meio de ondas hertezianas em 1894 entre o alto da Avenida Paulista e o alto de
Sant'Anna, em São Paulo, cobrindo uma distância de oito quilômetros. Além do
trabalho com ondas eletromagnéticas, o Padre Landell também conhecia e
pesquisava as propriedades fotoelétricas do selênio.
Apesar das iniciativas citadas acima, ainda na segunda metade do século XIX havia
aqui resistência aos inventos da ciência e tecnologia, já bem difundidos em alguns
centros da Europa e Estados Unidos. Mesmo próximo aos acontecimentos do
processo de desenvolvimento da produção com bases modernas, divisão
internacional do trabalho e o início da gerência científica (taylorismo) na indústria, no
Brasil houve pouca ou quase nenhuma aplicação sistemática da ciência e da
pesquisa à indústria, exceto em momentos esporádicos e descontínuos. Mesmo já
havendo nesta época pesquisa tecnológica realizada nas escolas politécnicas de
São Paulo e Rio de Janeiro, bem como em outros institutos de pesquisas criados
nesta época, não se pode pensar em indústria, produção em larga escala ou mesmo
desenvolvimento contínuo e sustentável da tecnologia se não há um considerável
mercado de consumo.
Na década de 1930 foram criadas universidades, mas não tinham como objetivo a
interação com o setor produtivo, pois visavam a formação de uma camada que
atuasse na área administrativa, política e educacional. Mesmo as indústrias maiores
e mais dinâmicas, sobretudo as norte-americanas, não desenvolviam pesquisas em
suas filiais, mas nas matrizes de seus países de origem.
Só em 2001, com a nova Lei de Informática, a produção de chip voltou a ter força. A
partir de então, os fabricantes teriam até 97% de desconto do IPI (Imposto de
Produtos Industrializados), desde que investissem 5% do faturamento em pesquisa
de novas tecnologias. Depois desta, outras leis ampliaram a possibilidade de
isenções fiscais que aceleraram o desenvolvimento de inovações tecnológicas
dentro do Brasil. O grande marco veio em 2008, com a fundação do Centro de
Excelência em Tecnologia Eletrônica (Ceitec), empresa pública federal responsável
por desenvolver chips com tecnologia nacional. O Ceitec é a primeira fábrica de
chips da América Latina.