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Editora Iluminuras Ltda. e Itaú Cultural
Projeto gráfico
Eder Cardoso | Iluminuras
Capa
Michaella Pivetti
sobre foto de CC/Thomas Claveirole
Preparação de texto
Jane Pessoa
Revisão
Bruno D’Abruzzo
ÍNDICE
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO PREFÁCIO 9
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Francine Mariani-Ducray
L976 INTRODUÇÃO
O lugar do público : sobre o uso de estudos e pesquisa pelos museus / organização Os estudos sobre público: pesquisa fundamental, escolha de políticas e apostas
Jacqueline Eidelman, Mélanie Roustan, Bernardette Goldstein ; operacionais 13
tradução Ana Goldeberger. - 1. ed. - São Paulo : Iluminuras : Itaú Cultural, 2014. Jacqueline Eidelman
360 p. ; 23 cm. Mélanie Roustan
Tradução de: La place des publics De l’usage des études et recherches par les musées
PARTE I
ISBN: 978-85-7321-450-5 (Iluminuras) CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO 41
ISBN: 978-85-7979-059-1 (Itaú)
Introdução 43
1. Museologia. 2. Memória coletiva. 3. Artes. I. Eidelman, Jacqueline. II. Roustan, Mélanie.
Corinne Guez
III. Goldstein, Bernardette.
Visitação e imagem dos museus da França no começo de 2005 47
14-15402 CDD: 069 Bernadette Goldstein
CDU: 069.1 Régis Bigot
A modelização da visitação pagante do Louvre: uma abordagem retrospectiva e
prospectiva 63
Anne Krebs
Bruno Maresca
Evolução das expectativas do público e capitalização dos estudos para as futuras
exposições da Cité des Sciences et de l’Industrie 81
Marie-Claire Habib
2014 Aymard de Mengin
EDITORA ILUMINURAS LTDA. Conhecer a população e o público 97
Sylvie Octobre
Rua Inácio Pereira da Rocha, 389 - 05432-011 - São Paulo - SP - Brasil
Tel./Fax: 55 11 3031-6161
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PARTE IV
OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL 201
Introdução 203
Marc Plocki
O impacto do discurso museográfico nos visitantes da exposição L’Art Italien et la
Metafisica. Le Temps de la Mélancolie 1912-1935, apresentada no Museu de Grenoble de
março a junho de 2005 207
Marie-Sylvie Poli
Danièle Houbart
Usos e desafios da análise dos livros de ouro para as estratégias culturais da
instituição 223
Marie-Pierre Béra
Emmanuel Paris
Experiência de visita e dispositivos de participação: o lugar do corpo na percepção da
proposta da exposição 239
Nathalie Candito
Delphine Miège
Cada visita a uma exposição é uma experiência única? Como foram recebidas quatro
exposições nas Galerias Nacionais do Grand Palais 253
Marie Clarté O’Neill
PREFÁCIO 9
O desenvolvimento dos estudos estatísticos e sociológicos As duas jornadas de junho de 2006 apresentaram uma síntese dos estudos
no Ministério da Cultura e da Comunicação através de uma escolha significativa e variada, com as grandes tendências e as
dimensões estratégicas. Elas trouxeram elementos de análise para orientar a
O desenvolvimento de estudos estatísticos e sociológicos corresponde a programação cultural das instituições e abrir novas perspectivas. Em geral, os
novas necessidades no Ministério da Cultura e da Comunicação. As missões relatórios apresentaram dois pontos de vista: o do profissional do museu ou
estatísticas foram reforçadas por causa da evolução do ambiente socioeco- monumento que tem de concretizar a política cultural de seu estabelecimento;
nômico e técnico da cultura e da necessidade de uma observação cultural e o do consultor ou pesquisador que realiza o estudo. Duas oficinas de iniciação
regional. Os campos de reflexão foram ampliados até o público e as políticas aos estudos de público foram organizadas para responder às questões metodo-
de público. Por outro lado, a entrada em funcionamento dos indicadores da Lei lógicas. Como redigir um relatório de temas e questões? Em que bases, segundo
Orgânica referente às Leis de Finanças (Lolf) leva à concretização de dispositi- quais critérios selecionar um protocolo de estudo? Como medir a contribuição
vos de análise estatística da visitação, a um acompanhamento da gratuidade de uma pesquisa, como interpretar seus resultados? Qual parcela atribuir ao
contexto da encomenda de pesquisa feita, às condições de sua realização? Até
1 Odit (Observação, Desenvolvimento e Engenharia Turística). Odit France é um órgão de interesse público
subordinado ao Ministério do Turismo.
12 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 13
14 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 15
16 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 17
18 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 19
A base de dados que foi construída reúne os estudos e as pesquisas cuja rea- museus particulares
e de civilizações
lização e/ou publicação aconteceram do começo de 2000 até meados de 2006. 12% Louvre
Aproximadamente setecentas referências dizem respeito a cerca de 250 esta- 12%
18 Em 1993-1994, a primeira pós-graduação nacional em Museologia Geral irá contar com 22 alunos, sendo
Sem ver nisso, necessariamente, uma relação de causa e efeito, pode-se
que alguns, hoje, tornaram-se responsáveis por um serviço de estudo dos públicos em um museu. notar que a curva que distribui cronologicamente as referências se inscreve
19 Ver, para a situação na virada do século, Chroniques de l’Afaa, n. 30, 2001.
20 J.-M. Tobelem, Le Nouvel Âge des musées. Les institutions culturelles au défi de la gestion (Paris: Armand
em paralelo à da visitação global dos museus e das exposições (com, sobretudo,
Colin), 2005. o declínio pós-setembro de 2001 e o aumento progressivo em 2004 e 2005).
21 Em 2002-2003, uma pesquisa da dmf dedicada aos serviços dos públicos dos museus da França tinha
permitido observar cerca de 350 estabelecimentos que declararam ter um estudo de públicos. Mas, no es-
sencial, dentre eles, tratava-se de explorar os números da bilheteria. O inventário 2000-2005 não leva em
consideração esse tipo de detalhe se ele não trabalha em conjunto com algum outro tipo de investigação.
22 Museus sobre bens naturais e culturais de um meio ambiente e de seus modos de vida. (N. T.)
20 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 21
400
140
350
120
300
100
250
80 200
60 150
100
40
50
20
0
Publicações Estudos e relatórios Diplomas e trabalhos acadêmicos
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 começo de 2006
Mesmo que a relação entre um vetor de distribuição e uma categoria de tra-
Essa produção caracteriza-se, em primeiro lugar, pelo destaque da “litera- balhos não seja forçosamente próxima, os estudos pontuais e circunscritos a
tura cinza” (isto é, dos relatórios de circulação restrita): em volume, cerca de estabelecimentos, eventos ou dispositivos específicos são mais numerosos em
60% das referências são constituídas por essa categoria. Por comparação com termos de permanência em um circuito restrito, enquanto os estudos cumu-
a década precedente, ela dá lugar, mais sistematicamente, a publicações: mais lativos, transversais ou globalizantes têm uma difusão mais ampla. O certo é
de um quarto dos títulos são de livros, de capítulos de livros ou de artigos. Algu- que a super-representação da literatura cinza freia a capitalização dos conheci-
mas coleções são agora dedicadas total ou parcialmente à cultura, ao museu ou mentos sobre públicos, pois é mais difícil de atualizar e reunir.
à museologia; dentre as editoras, deve-se citar L’Harmattan, puf, La Documen- Mas esse relativo excesso de publicação também depende das circunstân-
tation Française, Armand Colin e Nathan. Existe apenas uma revista do tipo cias, dos objetivos e dos usos do que é encomendado, que remetem à identidade
acadêmico inteiramente consagrada à temática (trata-se de Culture et Musées, e à posição dos autores dos trabalhos recenseados. Já se notou antes como foi
antes Publics et Musées), mas várias revistas de ciências humanas e sociais constituído o sistema de produção e configurada a rede inicial dos produtores.
lhe abrem regularmente suas colunas (deve-se citar, especialmente: Espaces, O que acontece hoje?
Médiamorphoses, Gradhiva, Réseaux, Ethnologie Française). Tratando-se de 23
As empresas de estudos constituem um primeiro grupo de agentes. Pode-se
revistas de caráter profissional, é essencialmente La Lettre de l’Ocim, mais do contar mais de trinta: de um lado, aquelas cujo status está bem estabelecido,
que Musées et Collections Publiques de France, que serve como apoio para a difu- que são generalistas ou se especializaram no campo da engenharia cultural; do
são dos estudos dedicados aos visitantes. Os trabalhos universitários visando outro, aquelas que são do tipo associativo e desempenham a função de apoio
algum título (mestrados, doutorados, capacitação para dirigir pesquisas) cons- para jovens diplomados em ciências sociais.
tituem o apoio para um terceiro tipo de produção, que ilustra a perenização de Os pesquisadores, professores pesquisadores e estudantes formam um
novos diplomas especializados. segundo grupo (às vezes, tangenciando o primeiro se se considera o caso dos
não contratados em caráter permanente, de percurso muitas vezes complexo).
No conjunto do território nacional, pode-se encontrar uns dez laboratórios de
23 A revista Espaces dedica-se à “informação estratégica a serviço do desenvolvimento do turismo e do la- pesquisa (Paris, Lille, Grenoble, Dijon, Avignon, Lyon…), bem como uns trinta
zer”. Médiamorphoses e Réseaux são revistas de ciências da informação e da comunicação. A revista Gradhi- polos universitários (faculdades, Unidade de Formação e de Pesquisa (ufr),
va, antropologia e museologia, foi relançada em 2005 pelo Museu do Quai Branly, e Ethnologie Française é
publicada pela Sociedade de Etnologia Francesa, com a colaboração do cnrs e da dmf. departamentos), que são locais de fixação de formações específicas, da qual
22 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 23
ção para os estagiários das universidades e escolas, formando, ainda, uma outra imagem e atratividade 8
Estudos de audiência 25
ponte entre diferentes categorias de agentes. Essencialmente, eles podem ser
práticas de visitação (entrevistas nacionais) 3
encontrados nos grandes estabelecimentos parisienses (o Louvre, o Centro visitação e satisfação (entrevistas in situ) 22
Georges Pompidou, a csi, o Museu Nacional, o Museu Guimet) ou regionais (o Estudos de avaliação e de recepção 40
Musée des Confluences em Lyon), mas também em estruturas de menor enver- representações, motivações e expectativas 8
avaliação e experiência da visita 32
gadura. Alguns foram criados em prol de um programa de renovação de um
Balanços e teorização 18
estabelecimento; outros, mais raros, são serviços cooperativos na escala de síntese de estudos 12
uma coletividade territorial. Em outro âmbito (ministerial ou paraministerial), pesquisa e conceitualização 6
diferentes departamentos, direções ou mesmo agências (que se pense em Odit- 100
-France) irrigam o meio dos museus com dados nacionais coletados por ocasião
de campanhas regulares de entrevistas (é emblemática a atividade do deps) ou Tratando-se do modo de recolhimento de dados,24 um número maior de
da avaliação de um determinado evento. entrevistas dá primazia ao qualitativo, mais do que ao quantitativo, mesmo
Não está na lógica das empresas de estudos divulgar seus resultados (aliás, que a combinação das duas abordagens aumente de importância. Ao mesmo
muitas vezes eles estão protegidos por uma cláusula de confidencialidade), tempo, desenvolvem-se dispositivos de investigação que servem de apoio para
enquanto, para o mundo acadêmico, pelo contrário, está implícita a legitimação a definição de um projeto museal ou patrimonial. Estes se inscrevem mais na
da atividade através de uma publicação. Quanto aos agentes institucionais, cada linha de estudos de mercado e muito menos na da avaliação prévia, que se
vez mais eles revelam uma iniciativa de difusão que ora visa essencialmente desenvolveu pouco depois de um primeiro impulso, na França, nos anos 1990.25
os profissionais (a exemplo das Atas das jornadas de estudos organizadas pela Assim, o apoio à concepção de exposições ou de suportes de mediação parti-
dmf), ora se dirige a um público mais amplo (em particular, pelo viés da Docu- culares, pelo viés de uma entrevista junto ao público em potencial, permanece
mentation Française). sendo pouco frequente, mesmo que o empreendimento não seja mais apaná-
gio só dos museus de ciência.
O foco dos estudos recentes
De fato, são os estudos e as pesquisas sobre o impacto da experiência da
Em uma primeira leitura, pode-se distinguir quatro grupos de produção: visita que constituem a categoria com mais dados. Nela, duas perspectivas
estudos preliminares e/ou de visão prospectiva (17%); estudos de audiência e se confrontam. Uma põe a tônica naquilo que o visitante obtém, levando em
de composição dos públicos (25%); estudos de avaliação e de recepção de cole- conta os objetivos que o museu se propôs (são os chamados estudos de avalia-
ções e de exposições (40%); e, por fim, balanços, sínteses e conceitualização dos ção). Outra coloca em destaque o que o visitante viveu e sentiu, isto é, qualifica
resultados (18%). Pode-se, a seguir, proceder a uma segunda leitura em função o efeito do museu segundo o horizonte de expectativa dos visitantes (são os
da vocação do estudo: ajudar a conceber ou a desenvolver um projeto museal 24 Em oposição a essas abordagens empíricas, o que se costuma chamar de avaliação de especialistas re-
esclarecendo certo número de indicadores de seu âmbito de recepção (projeção presenta menos de 2% da produção.
25 J. Eidelman e M. van Praët (orgs.), La Muséologie des sciences et ses publics. Regards croisés sur la grande
da visitação, imagem, atratividade); conhecer os públicos atuais e sua satisfação; galerie du Museum d’histoire naturelle (Paris: puf), 2000.
24 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 25
26 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 27
28 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 29
30 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 31
32 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 33
34 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 35
36 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 37
Conclusão
Gráfico 4 – Alegrias (e inconveniências) da visita ao museu
Durante um tempo, a pesquisa em ciências humanas e sociais pouco se inte-
euforia
ressou pelo fato de que o pessoal do museu se questionava sobre sua identidade
falta de civilidade
AXIOLÓGICO exclusão plenitude PERCEPÇÕES E profissional, repensava seu ofício a partir de uma atenção maior dada ao público.
Pode-se mesmo dizer que, quanto mais a análise da atividade do museu incorpo-
- EMOÇÕES
indignação serenidade +
rava as questões dos agentes do território, mais o museu passava por um objeto
tédio surpresa
CONHECIMENTO CONHECIMENTO
de pesquisa não acadêmico. Para ser reconhecido, o pesquisador em museolo-
apatia enriquecimento
EMPÍRICO
-
EMPÍRICO
+
gia não tinha outra alternativa se não manter a postura do “crítico distanciado”,
estimulação
esgotamento
com certeza nunca o seria, através da da reflexão enquanto método indispen-
sável para prestar contas da complexidade da demanda social. Ele tinha ainda
de enfrentar a rigidez dos cortes das disciplinas e, nestas, a dominação de certos
desânimo confiança
PERCEPÇÕES E paradigmas. A ideia de “mudança”, tão cara a Catherine Ballé,51 por longo tempo,
decepção hospitalidade AXIOLÓGICO
EMOÇÕES
- + se chocou então com esta representação, pintada por Pierre-Michel Menger, “de
raiva
um tempo que nada produz além da sedimentação e da reativação”.52 Museus e
civilidade
38 O LUGAR DO PÚBLICO sobre o uso de estudos e pesquisas pelos museus INTRODUÇÃO - OS ESTUDOS SOBRE PÚBLICO 39
PARTE I
CAPITALIZAR OS
ESTUDOS DE PÚBLICO
INTRODUÇÃO 43
1 O. Donnat, Les Pratiques culturelles des Français. Enquête 1988-1989 (Paris: La Documentation Française,
deps, Ministério da Cultura e da Comunicação), 1990.
2 L. Mironer, P. Aumasson e C. Fourteau, Cent Musées à la rencontre du public (Castelbany: France Édition), 2001.
3 J. Eidelman, “Catégories de musées, de visiteurs et de visites”. In: O. Donnat e P. Tolila (orgs.), Les Publics de
la culture (Paris: Presses de Sciences Po), 2003, pp. 279-84.
46 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 47
48 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 49
Em comparação com outras saídas culturais, a visitação aos museus se O Crédoc pediu às pessoas que não visitaram um museu para explicar o por-
situa em um nível intermediário: claramente inferior à do cinema (56% dos quê. Podia-se esperar um discurso convencional do tipo: “é caro demais”, “não
entrevistados foram ao cinema durante o ano de 2004), um pouco inferior à tive tempo”, “os horários de funcionamento não eram convenientes” etc. A res-
dos espetáculos e dos concertos (38%), mas duas vezes mais alta que a do tea- posta é bem mais simples e mais “sincera”: 43% dos entrevistados, ou seja,
tro (17%). 29% da população, reconhecem que, se não foram a um museu, é porque isso
O público dos museus é recrutado nas categorias de grande capital cultural não lhes interessa de verdade! A segunda resposta mais mencionada, “não há
e econômico: os formados em cursos superiores, com rendimentos altos, e os museus por perto”, recolhe apenas 16% dos votos. Esses resultados são de espan-
executivos vão ao museu muito mais do que a média. tar, pois, em geral, esse tipo de pergunta provoca muito mais respostas que
permitem apresentar uma desculpa razoável.
40 38 Você não tem informação sobre os museus e sobre o que se encontra neles 7
33
Isso não interessa a seu cônjuge ou seus filhos 5
30
Os horários de funcionamento não são convenientes 2
20 Outras razões 17
17
NSP 1
10 0 20 40 60
Campo: pessoas que não foram a um museu há um ano (ou seja, 67% da população)
0 Fonte: Crédoc, pesquisa “Condições de vida e aspirações dos franceses”, 2005
50 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 51
52 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 53
50
Pergunta: “Você concorda ou não com as seguintes ideias?”
40
20
A visita a um museu permite compreender 63 35 2
melhor a sociedade em que se vive
54 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 55
0 20 40 60 80 100
Proporção de pessoas que iria mais vezes ao museu se...
60 56
Nos museus,
as pessoas ficam abandonadas, 52 45 3 49
sem ter realmente explicações
50
40 36
Os museus são lugares acolhedores 48 50 2
30
56 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 57
58 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 59
60 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO VISITAÇÃO E IMAGEM DOS MUSEUS DA FRANÇA NO COMEÇO DE 2005 61
4 Conjuntura dos
Greves de trem/avião (número de dias/meses) o público das outras regiões francesas segue globalmente a mesma evolução,
Acidentes nos meios de transporte
transportes com quedas afetando os anos de 2001 e 2004; o público europeu, cujo trend de
Plano Vigipirate — antiterrorista (número de dias/meses)
Indicadores demográficos
visitação esteve ligeiramente em baixa entre 1994 e 2001, passa para uma visi-
Evolução dos rendimentos e do desemprego (França) tação vigorosa e constantemente em alta desde 2001; depois de uma visitação
5 Comportamento Evolução do número de dias trabalhados (França)
flutuante entre 1994 e 2001, a tendência também é de alta para os visitantes
dos consumidores Indicador do moral dos consumidores (França, Europa, EUA)
Acontecimentos midiáticos favorecendo a vinda dos estrangeiros não europeus. Em uma primeira análise, a forte alta de visitação
moradores do interior e dos estrangeiros por que passa o Louvre depois de 2003 é imputável à visitação dos estrangeiros.
Ampliação dos acordos que permitem a
6 entrada de estrangeiros sem visto
Contexto político
Acontecimentos limitando a vinda de estrangeiros Gráfico 1 — Número bruto mensal de entradas pagantes e dessazonalizadas
(insegurança, conflitos, boicote…) entre 1994 e 2005 segundo a origem geográfica dos visitantes4
7 Dias feriados fora dos fins de semana, pontes (número de dias/meses)
Calendário
Períodos de férias (França, Europa,…) REGIÃO DE PARIS OUTRAS REGIÕES
Sazonalidade
8 Fatores climáticos
Chuva, neve, sol BILHETERIA
BILHETERIA BILHETERIA
BILHETERIA DESSAZONALIZADA
tiu que se tomasse por base as séries corrigidas de variações sazonais (cvs),
a fim de neutralizar os efeitos da repetição da variabilidade dos indicado-
res no tempo.
O procedimento da estimativa
As crônicas dessazonalizadas
As estimativas das quatro séries de visitação do Louvre foram realizadas
A análise das crônicas dessazonalizadas traz um primeiro esclarecimento pelo viés de um procedimento clássico de mínimos quadrados. Esse método
sobre as tendências da visitação do Louvre desde 1994. Ela também confirma determina o jogo dos coeficientes, que minimiza a soma dos quadrados das
a pertinência da abordagem em quatro modelos distintos. A dessazonalidade diferenças entre os valores reais e as estimativas. Esse tipo de construção de
das crônicas põe claramente em evidência as diferenças na evolução da visi- modelos permite determinar o efeito de cada uma das variáveis explicati-
tação conforme os grandes tipos de origem dos visitantes: o público da região vas (exógenas) que são significativas estatisticamente. A variável endógena
de Paris, que aumentou muito suas visitas em 1998 quando foram reabertas 4 Bilheteria da população dos moradores da região de Paris não dessazonalizada.
O cenário “central”
O cenário central (cenário tendencial) é construído no prolongamento das
tendências observadas durante os últimos anos. Nesse cenário, a projeção dos
agregados macroeconômicos se baseia, de um lado, nas previsões institucio-
nais disponíveis (insee, ocde…) e, do outro lado, em uma progressão fixada no
ritmo de crescimento médio quando faltam as previsões oficiais.
A projeção do jogo de hipóteses leva a uma progressão moderada da ordem Bilheteria Estimativa/previsão
de 4% ao ano. Esse cenário prevê que a visitação dos anos futuros vai se situar
entre 7 e 8 milhões de visitas anuais (entradas pagantes e não pagantes) para
uma visitação pagante da ordem de 3,9 milhões em 2008.5 Esse resultado repre-
senta uma progressão da visitação pagante da ordem de 527 mil ingressos, que Gráfico 3 — Cenário baixo: projeção da visitação
se dividem em 15% de entradas da região de Paris, 19% de entradas de franceses Número mensal de entradas pagantes observadas e estimadas/projetadas nos cenários central e baixo
das outras regiões, 37% de entradas de europeus e 30% de entradas de estran-
geiros do resto do mundo.
O cenário “baixo”
Ele corresponde à avaliação do impacto na visitação do Louvre das hipóteses
menos favoráveis para cada variável exógena. Cenário pessimista, ele integra
níveis fracos de crescimento com choques capazes de frear o crescimento atual
do Louvre. A título de exemplos, o nível de crescimento dos agregados macro-
econômicos inferior a um ponto em relação às hipóteses do cenário central, o
indicador de atratividade em seu ponto mais baixo, a manutenção do plano
Vigipirate no nível de alerta “vermelho”, os quinze dias de greve no museu, as
Bilheteria
Previsão — cenário baixo
Estimativa/previsão — cenário central
condições meteorológicas desfavoráveis… Nesse cenário, a projeção leva a uma
previsão global de 3 milhões de entradas pagantes em 2008. Com base na razão
observada em 2004 entre os bilhetes vendidos e as entradas totais, a visitação
pagante poderia levar a 6 milhões de ingressos no total.6
O cenário “alto”
É a opção otimista do modelo. Para cada variável exógena, as hipóteses
mais favoráveis para a visitação do museu foram conservadas. A progressão
anual dos agregados macroeconômicos foi fixada em um nível de cresci-
5 Atualmente, o número passa de 10 milhões. (N. T.)
6 Atualmente, o número passa de 10 milhões. (N. T.) mento superior em um ponto em relação às hipóteses de referência. Entre as
Essa variante media o impacto, em 2007, de um evento crítico importante A variante contempla o aumento da alta do indicador de atratividade
e externo ao Louvre, cuja repercussão seria mundial. No contexto desse exer- relativa do museu. Para esse indicador, que avalia o número de visitas ao Lou-
cício, a variante se limita a considerar um evento isolado, sem avaliar suas vre engendrado pelas estadias turísticas na região de Paris, é o aumento do
consequências brutais no contexto geopolítico. Esse acontecimento iria pro- número de visitas ao Louvre por cem noites de estrangeiros na região de Paris
vocar um déficit na visitação de 144 mil visitantes pagantes, distribuído por que é considerado, com uma razão levada a 11,5% em 2008, contra 9% em 2004.
vários meses. Nessa hipótese, o comportamento de todos os visitantes poten- O ganho para o Louvre, limitado aos visitantes estrangeiros, pois esse efeito
ciais, sejam franceses ou estrangeiros, seria influenciado pelo evento. não é significativo quanto aos visitantes franceses, é estimado em cerca de 280
Tabela 5 — Variante: “Atentado em 2007”* mil ingressos pagantes, divididos entre 164 mil ingressos europeus e 116 mil
Hipóteses
para os estrangeiros do resto do mundo.
(milhares de ingressos por ano)
2005 2006 2007 2008
Atentado (efeito de menos da metade 0 0 1 0
do que o de 11 de setembro de 2001)
CONCLUSÃO
Variante
Projeção
Em milhares de ingressos 2005 2006 2007 2008 Cenário central
A análise empírica tradicional da visitação do Louvre, que enfatizava os
Lembrete cenário de referência 3338 3547 3708 3873
Variante 3338 3547 3564 3873 efeitos da sazonalidade na visitação dos estrangeiros, o impacto da reabertura
Diferença 0 0 -144 0 de espaços museográficos na visitação do público nacional ou, ainda, a impor-
Diferença quanto ao cenário de referência
tância do fator climático para explicar a alta ou baixa do número de visitantes,
Em milhares de ingressos 2005 2006 2007 2008
Região de Paris 0 0 -27 0 foi confirmada pelo estudo. Mas o modelo ajustou e enriqueceu consideravel-
Outras regiões 0 0 -28 0 mente essas hipóteses evidenciando especialmente a importância de critérios
Europa 0 0 -49 0
Resto do mundo 0 0 -40 0 comportamentais conforme a origem geográfica dos visitantes e, em particu-
Conjunto 0 0 -144 0 lar, os fatores explicativos fortemente correlacionados à conjuntura econômica
Em valores arredondados.
*
e às escolhas de consumo.
Em matéria de previsão, a tendência globalmente à alta é a primeira con-
Tabela 6 — Variante: “Aumento progressivo da atratividade do Louvre”*
clusão do resultado do modelo estabelecido para o Louvre. Desde 2003, um
Hipóteses
2005 2006 2007 2008
(milhares de ingressos por ano) patamar foi atingido, verdadeiro ponto de virada em uma evolução grande-
Atratividade relativa do Louvre 9,2 9,9 10,7 11,5 mente sustentada pelo dinamismo do turismo internacional. Conforme a
Projeção Cenário central origem geográfica dos visitantes, todas as categorias parecem ser atingi-
Em milhares de ingressos 2005 2006 2007 2008
Lembrete cenário de referência 3338 3547 3708 3873
das pelo crescimento, mesmo que, proporcionalmente, a parte dos visitantes
Variante
Variante 3338 2659 3895 4152 nacionais deva diminuir ligeiramente em razão da estabilidade da visitação
Diferença 50 111 187 279
francesa (Paris e outras regiões). O modelo confirmou essa tendência ao cres-
Diferença quanto ao cenário de referência
Em milhares de ingressos 2005 2006 2007 2008 cimento e sugeriu, em seu cenário central, uma visitação de mais de 7 milhões
Região de Paris 0 -36 -38 0 de visitas a partir de 2006.
Outras regiões 0 -28 -29 0
Europa 29 65 110 164
Na realidade, a visitação nesses dois últimos anos (2004 e 2005) foi mais
Resto do mundo 21 46 77 116 dinâmica do que o cenário central previa. O cenário alto reflete melhor a ten-
Conjunto 50 111 187 279
dência recente, o que deixa pensar que dois fenômenos foram reforçados: a
Em valores arredondados.
*
conjuntura muito positiva do turismo internacional e a atratividade própria do
80 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 81
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86 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 87
11 O vocabulário utilizado nas entrevistas foi analisado, e segmentos, palavras, atributos, verbos foram con-
servados, pois julgamos pertinente do ponto de vista das lembranças espontâneas ou da possibilidade de
imaginar uma exposição. Da leitura das entrevistas surgem propostas e representações. Consolidar esses
discursos depende de uma construção, que visa estabelecer e delimitar melhor as expectativas dos diversos
públicos. Esses dados textuais dão esclarecimentos para quem decide ou para quem lê sobre a missão da csi.
88 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 89
É verdade que a determinação de uma problemática clara não poderia sur- Todas essas missões da instituição cultural podem se realizar em uma única
gir apenas dessas entrevistas exploratórias. Mas a diversidade de focos de exposição? Ou será melhor uma programação simultânea de exposições incidindo
interesse e das pistas dadas pelo público consultado deixa entrever a oportu- em diferentes registros: emoção, contemplação, jogo, perguntas, fruição intelec-
nidade de uma exposição Couleur(s) que iria contribuir para uma renovação tual, imersão em um cenário ou uma experiência?
da museologia das ciências através de ações estratégicas: fazer parceria com Um olhar retrospectivo sobre algumas exposições que foram objeto de ava-
as indústrias pondo em cena técnicas, ofícios, usos; cooperar com os museus liação junto aos visitantes deixa ver que uma exposição envolve certas posturas
de belas-artes ou de arte contemporânea; ajudar os visitantes a decifrar os de visita. O modo como a temática é tratada e as escolhas museográficas entram
fenômenos ópticos, físicos e apresentar seus campos de aplicação; conceber ou não em ressonância com as preferências dos visitantes e com aquilo que eles
criações multimídia; reformar as exposições permanentes Images, Jeux de esperam de uma exposição. Pode-se, assim, extrair sete exemplos das posturas de
Lumière; repensar a relação arte-ciência… visita a uma exposição:13
Ao mesmo tempo, manifestam-se as expectativas ante a csi e se formulam, »» revisitar, de maneira surpreendente, os objetos de sua vida cotidiana;
além do projeto de uma exposição, uma série de enunciados reclassificando »» ser iniciado nas novas tecnologias;
a vocação e as missões do estabelecimento cultural. A csi deve “interpretar” 12
»» percorrer, em companhia de um autor, um tema da sociedade;
os fenômenos científicos via uma abordagem cultural, “fazer com que a temá- »» deixar-se atrair por um mediador;
tica da exposição fique interessante” e sua finalidade, acessível, com explicações »» envolver-se pessoalmente;
e práticas fazendo referência ao prazer visual e à experimentação: “expli- »» situar-se como agente de uma experiência;
car como criar”, “explicar como as cores são formadas”, “explicar as aplicações »» impregnar-se de um contexto histórico e cultural.
no mundo industrial”. As expectativas de compreender os fenômenos confun- Observa-se uma crescente diversidade nas maneiras de visitar as exposições.
dem-se com as que dependem da apresentação de experiências, de obras de Os visitantes procuram, ao mesmo tempo, ser surpreendidos e sentir-se em ter-
arte e de inovações. Os estilos propostos para o tratamento museográfico ultra- reno conhecido. Sua formação, seu itinerário pessoal e profissional os predispõem
passam o limite estrito da pedagogia: “fazer com que se tenha consciência dos favoravelmente para abordar certas temáticas. Graças às pesquisas nacionais,
preconceitos sobre o uso da cor”, “interrogar a construção mental”, “imaginar”, sabe-se que a vontade de desenvolver seus próprios conhecimentos não será a
“interpretar”, “interrogar”, “abandonar os preconceitos”, “abandonar as ideias fei- mesma de acordo com o gênero e a idade do público.14
tas”, “dominar”, “manipular”. Trata-se, então, de considerar simultaneamente as Não se trata de fazer exposições documentadas para os cientistas e lúdicas
expectativas clássicas dos visitantes de museu, saber, aprender, compreender, para as famílias, mas de encontrar as abordagens adaptadas a diferentes momen-
ver, amar, depois desviar a hesitação entre o fundamental e o contemporâneo. tos em função dos modos de acompanhamento e de favorecer todas as formas de
Assim se determina a missão do museu de ciências, redefinida pelos visitantes: mediação entre os visitantes. O estudo sobre a imagem dos museus, apresentado
“despertar a curiosidade”, “fazer comparações inéditas”, “interessar, apaixonar”, por Bernadette Goldstein e Régis Bigot nesta mesma obra, mostra que a demanda
“abrir portas”, “apresentar ou explicar conhecimentos fundamentais”, “mostrar, por uma acolhida adequada é geral em todos os locais de visita (“a gente fica aban-
manipular”, “contar, prolongar a história”. Destinada aos amantes da arte, bem donada”, “os museus não são calorosos”); ela é tanto mais forte quando os locais
como aos amantes da ciência, a exposição imaginada pelo público potencial tratam de ciências.
constrói pontes entre saberes normalmente isolados. Ela conta e ela mostra, ela
13 A. de Mengin, “Muséographie et publics”. In: O. Donnat e P. Totila (orgs.), Le(s) Public(s) de la culture. v. 2 (Paris:
põe em questão as ideias prontas e abre portas.
Presses de Sciences Po), 2003, p. 285.
12 Estes e os demais fragmentos de frases em itálico foram extraídos do vocabulário dos entrevistados. 14 Mengin e Habib, Les Visiteurs…, op. cit., pp. 76-7.
90 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 91
do âmbito da direção de público da csi, para preconizar um melhor acolhimento que a trindade saúde, dor e morte tem em todas as civilizações, sejam elas antigas ou con-
aos visitantes e para um tratamento museográfico adaptado aos públicos des- temporâneas, do outro lado. Deve-se lembrar, por exemplo, que o ritual de entabular uma
tinatários ou previstos. conversa em francês é feito através de uma referência à saúde e de um brinde à saúde
(“salut, ça va?”) [como na expressão em português “saúde” quando se faz um brinde]. A
Visitar uma exposição para fazer perguntas doença e o sofrimento que ela provoca também são temas privilegiados. Essa vivência da
e inserir-se no debate público intimidade do corpo confere interesse a todo comentário explicativo. Em contrapartida, ela
As questões de saúde e de ambiente sustentável, que são objeto de futu- também gera uma restrição, um achatamento do discurso erudito que fica como que rebai-
ros programas de exposições na csi, demandam maneiras de tratamento xado e interpretado pelo filtro da vivência e das sensações. Está-se, em sentido próprio,
relacionadas com o envolvimento dos visitantes nesses assuntos. A visita a em uma relação com o ”bom senso”, que é o primeiro obstáculo para a compreensão da
15 Ibid., pp. 73-8. 17 G. Bachelard, La Formation de l’esprit scientifique (Paris: Vrin), 1987 [1938].
16 E. e D. Jacobi, Les Publics et la thématique “Médécine, santé et société” (Paris: csi, dep), 2006. 18 Jacobi, Les Publics…, op. cit., nota 16.
92 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 93
94 PARTE I | CAPITALIZAR OS ESTUDOS DE PÚBLICO EVOLUÇÃO DAS EXPECTATIVAS DO PÚBLICO E CAPITALIZAÇÃO DOS ESTUDOS... 95
16 Os associados dos museus recebem uma carteira de acesso, que geralmente lhes permite ter desconto Determinar um “alvo”
na entrada, na compra de produtos etc. (N. T.)
17 Para citar apenas alguns: F. de Singly, L’Enquête et ses méthodes: le questionnaire (Paris: Nathan), 1992; J.- Pode-se distinguir quatro tipos de “alvos”:
C. Kaufman, L’Entretien compréhensif (Paris: Nathan), 1999; A.-M. Arborio e P. Fournier, L’Enquête et ses mé-
thodes: l’observation directe (Paris: Nathan), 1999; N. Berthier, Les Techniques d’enquête en sciences sociales »» os públicos (unidos por uma ação: o fato de visitar o museu ou participar
(Paris: Armard Colin), 2006; R. Quivy e L. van Campenhoudt, Manuel de recherche en sciences sociales (Pa- daquilo que ele oferece, de serem assinantes ou associados etc.). Essa cate-
ris: Dunod), 2006.
18 P. Bourdieu, J.-C. Chamboredon e J.-C.Passeron, Le Métier de sociologue (Paris: Mouton), 1968. goria reúne o maior número de estudos. Dentre os exemplos: estudo dos
CONCLUSÃO
PARTE II
O que está em jogo com a capitalização dos saberes em matéria de estu-
dos é, portanto, de várias naturezas para construir e afirmar uma linha de
análise. Capitalização entre as quatro dimensões requeridas pelas ciências TURISMO CULTURAL:
sociais — dimensão empírica (a descrição), dimensão explicativa (o princípio
de causalidade), dimensão compreensiva (traduzir as causas em significa- CIDADES, MONUMENTOS,
dos) e dimensão normativa (contribuir para uma ética ou norma de ação) —,
que se trata de articular a fim de ultrapassar, ao mesmo tempo, a denúncia MUSEUS
das desigualdades de acesso à cultura e a acumulação de descrições minucio-
sas da diversidade dos modos de receber o público. Tal articulação é necessária
mas ambiciosa; ao mesmo tempo teórica, porque lança mão de campos cientí-
ficos diferentes, e prática, porque a distância necessária para a linha de estudo
é uma conquista permanente nas instituições naturalmente voltadas para a
ação.
36 Les Musées de France en 2003. Résultats de l’enquête 2004, nota estatística n. 17, maio 2006. Disponível
em: <www.culture.gouv.fr/deps>.
INTRODUÇÃO 117
O CONTEXTO
120 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 121
122 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 123
124 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 125
126 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 127
128 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 129
12 A. Riegl, Le Culte moderne des monuments. Son essence et sa genèse (Paris: Seuil), 1984. 13 Ibid.
130 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 131
132 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS A VISITAÇÃO DO PATRIMÔNIO ANTIGO EM ARLES 133
nal do Castelo de Pau é um serviço nacional ligado à dmf e à rmn para o conjunto
das atividades comerciais realizadas no local (ingressos, lojas, mecenato).
16 O “fazer” remete, aqui, à expressão espontânea dos turistas nos relatos de viagem, por exemplo, tradu-
zindo: “Em Arles, nós fizemos as arenas e o claustro”.
134 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS O DESENVOLVIMENTO DO PÚBLICO TURÍSTICO DO MUSEU NACIONAL DO CASTELO DE PAU 135
136 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS O DESENVOLVIMENTO DO PÚBLICO TURÍSTICO DO MUSEU NACIONAL DO CASTELO DE PAU 137
138 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS O DESENVOLVIMENTO DO PÚBLICO TURÍSTICO DO MUSEU NACIONAL DO CASTELO DE PAU 139
140 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS O DESENVOLVIMENTO DO PÚBLICO TURÍSTICO DO MUSEU NACIONAL DO CASTELO DE PAU 141
1 A quantidade mais usual das versões se situa entre seis e oito, com, algumas vezes, dez traduções. De acor-
do com as sondagens, a tradução para oito línguas atinge diretamente cerca de 95% dos visitantes. O domí-
nio de línguas estrangeiras pelos visitantes garante a esse documento uma cobertura teórica quase total.
144 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS DOCUMENTOS DE VISITA PUBLICADOS... 145
146 PARTE II | TURISMO CULTURAL: CIDADES, MONUMENTOS, MUSEUS AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS DOCUMENTOS DE VISITA PUBLICADOS... 147
O mito, o sonho
lise dos percursos e sua fiel transcrição sob a forma de um folheto para a visita.
mentos significativos modificados ou acrescentados à versão precedente do
sob a forma de um guia metodológico a ser difundido junto aos criadores de
forma de uma coesão reforçada das equipes dos monumentos envolvidas na aná-
reno é positivo. A instituição extrai, desse esforço, uma vantagem “colateral” sob
Grande parte do programa já foi realizada. O retorno da informação no ter-
contrário; igualmente, foi proposto acrescentar informações práticas, até então
cebidas; a parte destinada a auxiliar a visita foi completamente remanejada
uma nova estrutura em três ou quatro grandes partes imediatamente per-
da basílica de Saint-Denis) permite visualizar as mudanças realizadas.3 Os ele-
Mistério, fantasmas, um pouco de poesia… Os documentos, como eram
para facilitar Ao mesmo tempo que preserva príncipes e princesas, dez dignitários do monastério que ali foi implantado.
Basílica de Saint-Denis
sua construção parcialmente a construção de Suger, o reino ali jazeram até a Revolução. Reis Em 754, Pepino, o Breve ali se faz
e aumentar sua novo edifício se beneficia das contribuições sem túmulos, os Bourbons ocuparam a sagrar rei pelo papa, com seus filhos
resistência. do gótico* em seu apogeu. A altura cripta como câmara mortuária; seus corpos Carlomano e o futuro Carlos Magno.
das abóbadas aumenta graças ao uso embalsamados foram encerrados em Com os vínculos entre a abadia e o
*Gótica dos arcobotantes. A planta totalmente caixões colocados sobre cavaletes de ferro. poder real aumentando no decorrer dos
renovada se caracteriza por um Em 1793, os revolucionários atacam o séculos, ela se impõe como uma das
transepto de amplidão excepcional, símbolo da monarquia. Os túmulos são mais poderosas do reino sob o abadado
Assim chamada de Suger (1122-1151), conselheiro de reis,
destinado a receber os túmulos reais. desmontados, alguns destruídos, como o
por seus regente da França durante a segunda
A elevação interna em três níveis oferece de Hugo Capeto. Os corpos profanados são
detratores, essa cruzada. Local de memória, sua história
várias inovações: pilares fasciculados, jogados em valas comuns. A Restauração
arte espalhou-se se confunde com a da monarquia.
trifório vazado, janelas altas e rosáceas do restitui à igreja abacial seu papel de
pela Europa do Inúmeros reis foram ali sagrados.
transepto ocupando todo o espaço superior. necrópole real. Em 1817, Luís xviii faz
século xii até o Graças à presença de relíquias dos
Apelidada de Lucerna (a lanterna) por enterrar na cripta os ossos dos reis.
Renascimento. santos mártires, a abadia assume uma
causa de sua luminosidade, a abadia é Ele faz com que sejam transferidos, do
uma das principais obras do século xiii. cemitério de la Madeleine, os corpos de tripla proteção: a do corpo e da alma do
Depois da tormenta revolucionária, os Luís xvi e de Maria Antonieta. Os túmulos rei por sua função de necrópole, a do
trabalhos de restauração começados Centro dos recuperados por Alexandre Lenoir para reinado simbolizado pela presença da
por ordem de Napoleão i prosseguem Monumentos seu museu dos monumentos franceses auriflama, estandarte real, e a da coroa
durante todo o século xix, dirigidos Nacionais são recolocados no lugar e restaurados. pela conservação em seu tesouro — um
por Viollet-le-Duc desde 1846. Basílica de Com mais de setenta estátuas jacentes e dos principais do Ocidente — de objetos
Saint-Denis túmulos, a necrópole real de Saint-Denis se da consagração, as regalias. A Guerra
1 rue de la Légion impõe como o mais importante conjunto de dos Cem Anos, as guerras de religião,
93200 Saint-Denis escultura funerária dos séculos xii ao xvi. problemas políticos contribuem para o
tel.: 01 48 09 83 54 declínio da abadia real de Saint-Denis,
AVALIAÇÃO QUALITATIVA DOS DOCUMENTOS DE VISITA PUBLICADOS...
16/09/2014 11:48:56
Transepto sul abriga as efígies decompostas do
Catorze estátuas jacentes do século xiii rei e da rainha. Em cima, o casal em
150
subsistem das dezesseis encomendadas oração é o símbolo de sua ressurreição.
por São Luís, distribuídas pelos dois braços Na base, desenrolam-se os fatos
do transepto. (1) Elas representam os reis e marcantes da vida de Luís xii. As
as rainhas merovíngios, carolíngios e capetos virtudes cardinais simbolizam as
enterrados anteriormente no edifício. Todos qualidades atribuídas aos soberanos.
apresentam o rosto idealizado, os olhos Colocado anteriormente na rotunda
Abadia abertos, coroados e segurando o cetro. dos Valois, demolido no começo do
siga o guia
xvi, Maria Antonieta e Luís xviii, bem de Luís xvi e de Maria Antonieta
antiga, ornado de estátuas dos apóstolos, (18), encomendadas por Luís xviii.
1 * Na época, às vezes o corpo, o coração e as
entranhas eram enterrados separadamente. (N. T.)
História Visitar Criação no século XX Vocabulário/Informações História Visitar Criação no século XX Vocabulário/Informações História Visitar Criação no século XX Vocabulário/Informações
152
Introdução à visita 8 A capela de uma só nave construída
A CORTE DOS SENHORES FEUDAIS por volta de 1410 por Iolanda de
1 A pequena fortificação, pitoresca por Aragão, esposa de Luís ii de Anjou, é
suas pequenas torres de vigia nos cantos, é notável por suas amplas proporções
o pórtico de entrada da moradia senhorial. e sua abóboda angevina.
2 A sala das maquetes, no térreo do
O PÚBLICO JOVEM
DE MUSEU… OU NÃO:
TORNAR-SE VISITANTE
153
16/09/2014 11:48:57
INTRODUÇÃO
Sylvie Octobre
1 N. Heinich, L’Art contemporain, exposé aux rejets. Étude de cas (Nîmes: Jacqueline Chambon), 1998.
156 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM INTRODUÇÃO 157
158 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM INTRODUÇÃO 159
160 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 161
162 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 163
164 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 165
que os casais de genitores são mais raros (25%), e, dentre os genitores sozinhos,
os pais são tão numerosos quanto as mães, e os filhos são mais numerosos. 15
166 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 167
O motivo de compartilhar parece mesmo ser primordial quando essa A visita em família participa, assim, da ressocialização e do reajustamento
mulher explica que não teria vindo ao museu sem seus filhos, pois “vir sem eles da memória familiar.24 De maneira complementar, a visita oferece um ter-
é menos interessante”. Trata-se, para as famílias, por meio da visita à exposição, reno para o conhecimento do outro. Impulsionada em um ambiente inédito, a
de conversar em torno dessa experiência: “Estar bem em família é poder fazer criança não se comporta como no espaço doméstico. Na visita familiar, a expo-
comentários”, e é nessa ótica que se inclui a vinda ao museu.
23
sição surge como um dispositivo de exploração que dá a oportunidade ao pai
Esse compartilhar, essa sociabilidade familiar procurada no museu, arti- de aprofundar a descoberta de seu filho, de seus centros de interesse. Os bene-
culam várias opções e benefícios. Além do momento passado no museu, a fícios dessa observação mútua se incluem, então, na relação familiar, indo além
experiência de visita participa da coesão familiar: pelo diálogo que origina na do tempo e do espaço da visita. É o que afirma esta mãe que veio com o filho
volta para casa, ela cria uma ligação dentro do grupo, reativando sua coesão. visitar a Galeria de Paleontologia:
Pai — É bom poder conversar depois, dizer: “Ah! Veja só! A gente estava lá juntos”. Mãe — Através de um objeto ou de um campo que não faz parte da relação afe-
Pesquisador — É compartilhar… tiva própria, que está fora de nossa relação, isso permite, justamente, no limite, que a
Pai — É compartilhar, sim, isso cria uma experiência e reforça as nossas ligações, as gente se conheça melhor pelas trocas de ideias, de emoções, de saber o que cada um
ligações familiares, de fazer coisas em conjunto. gosta, e depois, também, compartilhar os conhecimentos. (Mulher, 35 anos, sem pro-
(Homem, 34 anos, executivo, com curso de especialização, veio com a filha de seis fissão, com mestrado, veio com o filho de oito anos)
anos)
23 F. de Singly, “La Famille individualiste face aux pratiques culturelles”. In: O. Donnat e P. Tolila (orgs.), Le(s) 24 J.-P. Cordier e S. Serre, “Interactions familiales au musée: approches sociologiques et psycho-cognitives”.
public(s) de la culture (Paris: Presses de Sciences Po), 2003, pp. 43-59. In: J. Eidelman e M. van Praët (orgs.), La Muséologie des sciences…, op. cit., pp. 259-79.
168 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM IR COM A FAMÍLIA AO MUSEU: OTIMIZAR AS NEGOCIAÇÕES 169
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OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA
VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE
MODERNA E CONTEMPORÂNEA: UMA
PESQUISA COM ESTUDANTES
Hana Gottesdiener
Jean-Christophe Vilatte
1 H. Gottesdiener e J.-C. Vilatte, L’Accès des jeunes adultes à l’art contemporain. Approches sociologique et
psychologique du goût des étudiants pour l’art et de leur fréquentation des musées (Paris: Ministério da Cul-
tura e da Comunicação, ddai, deps), 2006. Disponível em: <http://culture.gouv.fr/dep/telechrg/tdd/jeunesa-
dultes/somm_jeunesadultes.htm>.
2 N. Heinich, Le Triple Jeu de l’art contemporain. Sociologie des arts plastiques (Paris: Minuit), 1998; L’Art con-
15 Alberti, “Sensuel palimpseste”, Évaluation d’une exposition multisensorielle…, op. cit., p. 5. temporain exposé aux rejets. Études de cas (Nîmes: Jacqueline Chambon), 1998.
190 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA 191
192 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA 193
6 P. T. Costa e R. R. McCrae, NEO PI-R, Inventaire de Personalité-Révisé. Adaptação francesa de J.-P. Rolland (Pa-
ris: Centro de Psicologia Aplicada), 1998.
7 Seria possível continuar essa pesquisa utilizando uma versão curta (tempo para responder: alguns minu- 8 Para mais detalhes sobre as características dessa amostra (nível de instrução e profissional dos pais, vi-
tos) dessa prova da personalidade, atualmente disponível, que seria assim aplicável no caso de uma pesqui- sita em família, práticas escolares e extra-escolares…), cf. Gottesdiener e Vilatte, L’Accès des jeunes adultes à
sa em diferentes lugares, inclusive museus. l’art contemporain…, op. cit.
194 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA 195
Além dessa constatação, é preciso perguntar-se sobre as variáveis que per- .20
.25 .13
mitem explicar a diferença entre a visitação a um museu de arte moderna e
.22
Gosto pela arte clássica
Visita a um museu -.1
contemporânea e a de um museu de belas-artes. de belas-artes 1
.13
O peso dos determinantes da visitação Gosto pela arte moderna
Visita a um museu de arte
que se exercem quando são considerados, simultaneamente, os comportamen- Gosto pela arte contemporânea
.14
tos a explicar e o conjunto das variáveis que poderiam ter um papel nesses .15
comportamentos. A análise que é feita aqui baseia-se no modelo estrutural,
9 10 Gosto pela dança
.11
.11
.13
.15
contemporânea
que pode ser apresentado como uma extensão da regressão múltipla que, por
sua vez, expressa a relação entre diversas variáveis independentes e uma variá- Visita a museus quando criança
ou adolescente com amigos
Prática atual de uma atividade
do tipo belas-artes
Conhecer uma pessoa que
tem uma prática artística
Conhecer um artista plástico
196 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA 197
15 O gregarismo descreve pessoas que procuram a companhia de outras e o contato social. No que se refe-
re à visitação de museus de arte moderna e contemporânea, quanto mais as pessoas têm uma pontuação
baixa em gregarismo, mais elas têm uma forte probabilidade de frequentar esse tipo de museu, o que ex-
plica, aqui, porque é negativa a relação entre gregarismo e visita a um museu de arte moderna e contem-
porânea (-11).
198 PARTE III | TORNAR-SE VISITANTE DE MUSEU… OU NÃO: O PÚBLICO JOVEM OS PRINCIPAIS DETERMINANTES DA VISITAÇÃO DOS MUSEUS DE ARTE MODERNA E CONTEMPORÂNEA 199
OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO,
FERRAMENTAS E
ESTRATÉGIA CULTURAL
201
1 P. Ancel, P. Le Quéau, Y. Neyrat, M.-S. Poli e Ch. Surcouf (orgs.), Étude de la fréquentation et de la réception de
l’exposition L’Art italien et la Metafisica. Le temps de la melancolie 1912-1935. Relatório para o Museu de Gre-
noble e para a Direção dos Museus da França, Ministério da Cultura e da Comunicação, 2005. Disponível,
O IMPACTO DO DISCURSO MUSEOGRÁFICO NOS VISITANTES DA EXPOSIÇÃO L’ART ITALIEN ET LA METAFISICA... 207
208 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL O IMPACTO DO DISCURSO MUSEOGRÁFICO NOS VISITANTES DA EXPOSIÇÃO L’ART ITALIEN ET LA METAFISICA... 209
212 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL O IMPACTO DO DISCURSO MUSEOGRÁFICO NOS VISITANTES DA EXPOSIÇÃO L’ART ITALIEN ET LA METAFISICA... 213
214 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL O IMPACTO DO DISCURSO MUSEOGRÁFICO NOS VISITANTES DA EXPOSIÇÃO L’ART ITALIEN ET LA METAFISICA... 215
216 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL O IMPACTO DO DISCURSO MUSEOGRÁFICO NOS VISITANTES DA EXPOSIÇÃO L’ART ITALIEN ET LA METAFISICA... 217
218 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL O IMPACTO DO DISCURSO MUSEOGRÁFICO NOS VISITANTES DA EXPOSIÇÃO L’ART ITALIEN ET LA METAFISICA... 219
220 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL O IMPACTO DO DISCURSO MUSEOGRÁFICO NOS VISITANTES DA EXPOSIÇÃO L’ART ITALIEN ET LA METAFISICA... 221
CONCLUSÃO
222 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL USOS E DESAFIOS DA ANÁLISE DOS LIVROS DE OURO PARA AS ESTRATÉGIAS CULTURAIS DA INSTITUIÇÃO 223
224 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL USOS E DESAFIOS DA ANÁLISE DOS LIVROS DE OURO PARA AS ESTRATÉGIAS CULTURAIS DA INSTITUIÇÃO 225
226 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL USOS E DESAFIOS DA ANÁLISE DOS LIVROS DE OURO PARA AS ESTRATÉGIAS CULTURAIS DA INSTITUIÇÃO 227
228 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL USOS E DESAFIOS DA ANÁLISE DOS LIVROS DE OURO PARA AS ESTRATÉGIAS CULTURAIS DA INSTITUIÇÃO 229
230 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL USOS E DESAFIOS DA ANÁLISE DOS LIVROS DE OURO PARA AS ESTRATÉGIAS CULTURAIS DA INSTITUIÇÃO 231
232 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL USOS E DESAFIOS DA ANÁLISE DOS LIVROS DE OURO PARA AS ESTRATÉGIAS CULTURAIS DA INSTITUIÇÃO 233
19 C. Tellier, Les Livres d’or, de remerciements et de réclamations au Château de Versailles, trabalho de conclu- 20 J. Le Marec e R. Topalian, “Énonciation plurielle et publication de la parole du public en contexte muséal:
são de curso, Instituto Universitário Profissionalizantes em Artes, Ciências, Cultura e Multimídia da Univer- le cas de la ‘Tribune des visiteurs’”, seminário de Museologia da Cité des Sciences et de l’Industrie de La Vil-
sidade de Versailles-Saint-Quentin-en-Yvelines. lette, em 4 jun. 2003.
234 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL USOS E DESAFIOS DA ANÁLISE DOS LIVROS DE OURO PARA AS ESTRATÉGIAS CULTURAIS DA INSTITUIÇÃO 235
22 N. Dodier, “Les Arènes des habiletés techniques”, Raisons pratiques, n. 4, pp. 115-39, 1993.
21 J. Le Marec, “Évaluation, marketing et muséologie”, Publics et Musées, n. 11-12, pp. 165-89, 1997. 23 M. Akrich, “Comment Décrire Les Objets techniques?”, Techniques et Culture, n. 9, pp. 38-62, 1987.
236 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL USOS E DESAFIOS DA ANÁLISE DOS LIVROS DE OURO PARA AS ESTRATÉGIAS CULTURAIS DA INSTITUIÇÃO 237
CONCLUSÃO
1 A exposição L’Ombre d’un Doute foi de 3 de dezembro de 2002 a 3 de junho de 2003. O princípio desenvol-
24 P. Bourdieu, Ce Que Parler Veut Dire. L’Économie des échanges linguistiques (Paris: Fayard), 1982. vido nessa instalação foi retomado na exposição universal de Aichi (Japão) em 2005.
238 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL EXPERIÊNCIA DE VISITA E DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO 239
240 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL EXPERIÊNCIA DE VISITA E DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO 241
242 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL EXPERIÊNCIA DE VISITA E DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO 243
mos em perspectiva a tipologia dos comportamentos originada da grade de É, você vê, a gente… A gente faz uma ginástica com o corpo, ah, é pior que
observação com o discurso que os visitantes têm sobre sua experiência de o mouse… No começo, puxa! A gente faz uma ginástica com o corpo que é
visita. muito aleatória. Bom, ou então a gente não entendeu, hein, quer dizer, de
uma tela pra outra. Pode ser que passando pela terceira vez eu consiga ser
O DISCURSO DE INTERPRETAÇÃO DE UMA EXPERIÊNCIA mais rápido. […] É superlegal, em compensação, fazer uma comunicação que
usa de novo o corpo. Porque pra mim, eu morro de medo de ver essas comu-
Surgem duas figuras principais de visitantes, cujo discurso se cristaliza ora nicações, enfim esse… O virtual. O mouse, o botão de rolagem. […] Não existe
na sombra — e, portanto, na interação com o dispositivo — ora na dúvida — em ligação entre o corpo e a comunicação.
outras palavras, o sentido gerado por este último. (Homem, 53 anos, estudioso, visita de treze minutos, em família, professor)
A sombra… …E a dúvida
Para uma categoria de público, a interação com o dispositivo concretiza o Para uma outra categoria de público, a interação com o dispositivo dá lugar
essencial da experiência de visita: a gente se deixou surpreender, a gente hesi- para uma curiosidade sobre o conteúdo.
tou, a gente recomeçou e, enfim, a gente conseguiu iniciar uma sequência de
imagens. A ergonomia do dispositivo prima sobre a natureza do conteúdo: O que interessava pra mim, quer dizer, no nível da ciência. L’Ombre d’un
cerca de três quartos dos visitantes consultados ressaltaram a dimensão lúdica Doute. Quer dizer que é o conteúdo que me impressionou, mais do que a
da instalação com a qual eles interagiram de diversas maneiras. forma, a forma da exposição. É o conteúdo que me interessou, que me atraiu.
Essa dimensão lúdica, entretanto, é ambivalente em vários níveis. A des- Quer dizer, se você quiser, o homem que falava sobre ciência, sobre Popper. Foi
coberta de L’Ombre d’un Doute exige uma verdadeira colocação em jogo do isso que me interessou.
5 J.-C. Passeron e E. Pedler, Le Temps donné aux tableaux (Marselha: Documents Cercom, Imerec), 2001. 7 J. Le Marec, “Interactivité et multimédia: lieux communs revisités par l’usage”, Rencontres médias 2 (1997-
6 E. Veron e M. Levasseur, Ethnographie de l’exposition (Paris: bpi, Centre Georges Pompidou), 1991. 1998) (Paris: Centre Georges Pompidou), 1998.
244 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL EXPERIÊNCIA DE VISITA E DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO 245
246 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL EXPERIÊNCIA DE VISITA E DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO 247
248 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL EXPERIÊNCIA DE VISITA E DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO 249
250 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL EXPERIÊNCIA DE VISITA E DISPOSITIVOS DE PARTICIPAÇÃO 251
1 L. Mironer, P. Aumasson e C. Fourteau, Cent Musées à la rencontre du public (Castelbany: France Édition),
2001.
2 V. Kanel e P. Tamir, “Different Labels — Different Learnings”, Curator, v. 24, n. 1, pp. 18-31, 1991.
3 P. McManus, “Memories as Indicators of the Impact of Museum Visits”, Museum Management and Cura-
torship, v. 12, n. 4, pp. 367-80, 1994.
252 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL CADA VISITA A UMA EXPOSIÇÃO É UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA? COMO FORAM RECEBIDAS QUATRO EXPOSIÇÕES... 253
254 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL CADA VISITA A UMA EXPOSIÇÃO É UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA? COMO FORAM RECEBIDAS QUATRO EXPOSIÇÕES... 255
Tabela 1 — Tamanho da amostragem e distribuição dos dados (efetivos) A VISITA A UMA EXPOSIÇÃO SERIA UMA
EXPERIÊNCIA NORMATIZADA?
Visions du Futur L’Or des Rois Scythes Matisse-Picasso Vuillard Total
Antes da visita 120 180 180 60 540
Durante a visita 61 60 80 70 271 Diversidade de exposições, tanto pela natureza dos objetos apresentados
Depois da visita 160 160 200 120 640 quanto pela maneira de fazer a exposição, multiplicidade de pessoas envolvi-
Total 341 400 460 250 1451
das na coleta de dados, essas duas característica da pesquisa feita poderiam
ter desembocado em uma extrema dispersão de resultados e na dificuldade
Os métodos utilizados de pesquisa, como foi dito acima, variaram segundo de interpretar as diferenças, sistemáticas em vários níveis. Uma das surpre-
os momentos da visita. Entrevistas individuais com perguntas abertas e fecha- sas dos dados coletados é, pelo contrário, a recorrência de certos aspectos em
das foram feitas antes e depois da visita com as três categorias visadas de cada uma das quatro exposições francesas. Antes de serem sinais que podem
visitantes. Esses dados foram tratados de maneira majoritariamente qualita- inspirar interpretações sólidas, essas interações validaram, de algum jeito, os
tiva, baseando-se na grande quantidade de visitantes consultados para extrair métodos de pesquisa utilizados.
as tendências principais. O próprio desenrolar da visita foi objeto, ao mesmo Primeira constante: seja qual for a natureza dos objetos expostos, antigos
tempo, de um estudo de comportamento e da gravação do discurso de cada ou contemporâneos, estéticos ou mais arqueológicos, os visitantes atribuem
visitante consultado: este é convidado a fazer comentários espontâneos e extrema importância à comparação com sua realidade material. Eles expres-
informais durante toda a visita, sem nenhuma intervenção externa, segundo o sam claramente essa atração pelas coleções apresentadas, pelo aspecto
método chamado de “thinking aloud”. O conjunto das declarações coletadas é
8
original dos objetos, tanto antes quanto depois da visita. Seu comportamento,
a seguir separado em unidades de sentido, correspondentes às operações men- da mesma forma, está fortemente marcado por sua relação com os objetos.
tais feitas sucessivamente pelo visitante durante sua experiência. Cada uma 9 A. Weltz-Fairchild, “The Impact of Exhibition Design on Visitors’ Meaning-Making”. In: H. Gottesdiener e
dessas unidades é, então, codificada em função de vários eixos corresponden- J.-C. Vilatte (orgs.), Culture and Communication, Proceedings of the xix Congress of the International Associ-
ation of Empirical Aesthetics, Laboratório Cultura e Comunicação, Universidade de Avignon e Pays de Vau-
cluse, 2006.
10 S. Potterie, M.-C. O’Neill e C. Dufresne-Tassé, “Le Livre d’or comme barographe du besoin d’expression des
7 Exceto a amostra do estudo dos livros de ouro. visiteurs. Proposition d’un instrument d’analyse”. In: C. Dufresne-Tassé (org.), Familles, écoliers et personnes
8 K. A. Ericcson e H. A. Simon, Protocol Analysis (Cambridge, ma: mit Press), 1993. âgées au musée: recherches et perspectives (Paris: Conseil international des Musées), 2006.
256 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL CADA VISITA A UMA EXPOSIÇÃO É UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA? COMO FORAM RECEBIDAS QUATRO EXPOSIÇÕES... 257
depois dos objetos apresentados, o próprio visitante. Cada um dos indivíduos Orientação afetiva 18% 12% 19% 27%
Orientação 15% 8% 18% 12%
consultados atribui a sua pessoa, a suas experiências anteriores, a suas opini-
ões, àquilo que ele sabe sobre sua maneira de apreender as exposições, uma
importância muito grande. A experiência da visita à exposição se revela, então, Outra constante, de uma exposição para outra, o equilíbrio relativo entre
por isso, como majoritariamente um modo de construção de sentido entre dois as categorias de interpretação produzidas pelos visitantes durante sua visita.
protagonistas: o objeto e o visitante. Os outros elementos próprios da exposi- A pesquisa revela um visitante totalmente mobilizado pela procura de um
ção contemporânea, como os textos ou a museografia, têm, proporcionalmente, sentido e cuja produção está em permanente evolução do começo ao final da
um lugar menor no comportamento, no funcionamento intelectual ou na visita. O que ele entende da proposta da exposição e o que faz com isso?
construção do sentido. Os objetos reais observados, o eco afetivo, cognitivo ou É possível identificar categorias de sentido criadas pelos visitantes como
imaginário que provocam no visitante aparecem, em todas as exposições estu- resposta ao que os criadores deixam que eles percebam da proposta.13 Exem-
dadas em Paris, como o centro absoluto da experiência. plos de declarações coletadas na exposição Visions du Futur:
Da mesma forma, seja em torno dos objetos, dos textos ou de abstrações »» o sentido do criador, quando o visitante fabrica sentido na linha global defi-
diversas, observa-se uma orientação do funcionamento intelectual muito nida pelo criador da exposição, seja uma apreciação ou uma compreensão:
semelhante de uma exposição para a outra. Três tipos de orientações foram “Ali, pode-se ver bem a relação entre o antigo e o futuro, ele esperava que
identificados no funcionamento intelectual dos visitantes,12 que serão ilustra- alguém viesse colocar uma pedra ao lado da sua”;
dos pela transcrição palavra por palavra das manifestações sobre a exposição »» o sentido enriquecido, quando o visitante constrói um sentido que vai além
Matisse-Picasso: do que lhe é dado, contribuindo com conhecimentos pessoais ou fazendo
»» uma orientação cognitiva: “A gente começa com uma comparação dos deduções pertinentes em torno de elementos não explícitos: “Mais uma vez,
retratos”; a nudez perfeita. No fim, a gente tem a impressão de que a nudez está muito
»» uma orientação afetiva: “Ah, eu gosto muito disso, é bonito!”; ligada à ideia de Paraíso, de ideal, de vida depois da vida. No fim, a gente tem a
»» uma orientação imaginária: “Enfim, até dá pra dizer que parece a torre Eiffel impressão de que a roupa está ligada ao pecado”;
na base da personagem”. »» o sentido inacabado, quando o visitante sente algo que falta na percepção que
Nas quatro exposições, a orientação majoritária é de natureza cognitiva, ele tem da exposição ou de um dos elementos que a compõem: “Bom. Com
seguida, mas bem de longe, pela orientação afetiva, a seguir com, e sempre em o texto, eu não vejo muito bem a relação. Isso parece um pouco complicado”;
último lugar, a imaginação. A exposição arqueológica, sem surpresa, acentua »» a oposição, quando o visitante manifesta não estar de acordo com o que lhe
ainda essa tendência geral, mas, finalmente, de maneira menos específica do é apresentado, seja essa discordância de natureza estética, seja sobre a com-
que se poderia esperar e sem que, com isso, faça variar a importância relativa preensão do conteúdo: “Isso não explica nem um pouco o título, ora! Quando
dos três tipos de funcionamento intelectual. tem coisas desse tipo, eles poderiam por pelo menos um pequeno subtítulo
para explicar o que é”;
»» o outro sentido, quando o visitante extrapola a proposta da exposição sem
que, com isso, se oponha ou cometa erros de interpretação. Suas reflexões,
11 M.-C. O’Neill, “La Place des objets dans la visite d’une exposition”, Familles, écoliers et personnes âgées au
musée…, op. cit.; “Visitors and Objects in Temporary Exhibitions”, Culture et Communication…, op. cit. então, passam ao largo do conteúdo da exposição: “Coitada da criança, se eu
12 C. Dufresne-Tassé, N. Banna, M. Sauvé, J. Lepage e L. Lamy, “Fonctionnement imaginaire, culture du visi-
teur et culture exposée au musée”. In: C. Dufresne-Tassé (org.), Diversité culturelle, distance et apprentissage 13 M.-C. O’Neill, “Comment Les Éléments d’une exposition peuvent faire varier la construction de sens des
(Paris: Conseil Internatinal des Musées), 2000. visiteurs”, Apprendre au musée (Paris: Museu do Louvre), 2005.
258 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL CADA VISITA A UMA EXPOSIÇÃO É UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA? COMO FORAM RECEBIDAS QUATRO EXPOSIÇÕES... 259
»» o falso sentido, quando o visitante comete um erro no julgamento, na iden- Objetos olhados 58% 74% 83% 68%
Objetos não vistos 42% 26% 17% 32%
tificação ou na compreensão de um aspecto da exposição: “Mas a gente
realmente alcança, todo o mundo alcança a eternidade através do desapareci- Não apenas o consumo visual da oferta não é sistemático, mas também
mento da hierarquia divina, se é que posso dizer assim”. não parece seguir a regra ligada à natureza dessa oferta. Os visitantes não
De uma exposição para outra, a produção de sentido parece se articular de olham proporcionalmente menos objetos quando lhes são apresentados mais
maneira semelhante, a proporção mais importante sendo feita no sentido do (58% de 178 objetos para Visions du Futur, em vez de 68% dos 296 objetos para
criador, a proporção de falso sentido sendo fraca, sentido enriquecido e sentido Vuillard). Do mesmo modo, as coleções de mesma natureza parecem provocar
incompleto sendo relativamente próximos em importância. consumos diferentes de acordo com as exposições: Matisse-Picasso e Vuillard
que apresentam obras da mesma natureza e de épocas semelhantes originam
Tabela 3 — As unidades de sentido produzidas pelo visitantes estratégias diferentes de apreensão visual. A atenção relativa dada aos obje-
tos apresentados não dependeria, portanto, nem de seu número, nem de sua
Visions du Futur L’Or des Rois Scythes Matisse-Picasso Vuillard
Sentido do criador 52% 45% 39% 51%
natureza. Pode-se, então, supor que há influência das condições da montagem
Sentido enriquecido 13% 9% 9% 7% da exposição, da maneira como o meio constrói um cenário em torno desses
Sentido incompleto 12% 17% 11% 10%
objetos — construção intelectual, construção material e espacial.15 Se os obje-
Oposição 7% 10% 10% 16%
Outro sentido 11% 15% 29% 16% tos são essenciais para os visitantes, percebe-se aqui que eles não bastam para
Falso sentido 5% 2% 2% 1% a produção do sentido, e que ela depende grandemente do ambiente criado em
torno desses objetos.
Mas, se essas colocações em paralelo de dados fazem surgir constantes de A utilização de textos também varia de uma exposição para outra.16 As
uma exposição para outra, elas também lançam luz sobre variações, sendo que quatro exposições estudadas propunham dois tipos clássicos de textos museo-
algumas delas parecem ser devidas, depois de análise, à natureza diversa das gráficos: de um lado, textos gerais desenvolvendo os temas que estruturavam a
exposições, à dos temas que elas desenvolvem, à maneira como elas escolhem proposta da exposição e apresentados nas paredes, em painéis; do outro, carta-
como estruturar sua proposta.14 zes colocados perto de cada objeto ou grupo de pequenos objetos.
260 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL CADA VISITA A UMA EXPOSIÇÃO É UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA? COMO FORAM RECEBIDAS QUATRO EXPOSIÇÕES... 261
262 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL CADA VISITA A UMA EXPOSIÇÃO É UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA? COMO FORAM RECEBIDAS QUATRO EXPOSIÇÕES... 263
18 H. Laurent, “Comparison as the Visitor’s Device for Meaning-Making”, Culture and Communication…, 19 S. Pearce, “Objects in the Contemporary Construction of Personal Culture: Perspectives Relating to Gen-
op. cit. der and Socio-Economic Class”, Museum Management and Curatorship, v. 17, n. 3, 1998.
264 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL CADA VISITA A UMA EXPOSIÇÃO É UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA? COMO FORAM RECEBIDAS QUATRO EXPOSIÇÕES... 265
20 M.-C. O’Neill, “Âge et statut social: leur influence sur la visite d’une exposition temporaire”. In: C. Du-
fresne-Tassé (org.), L’Évaluation, recherche appliquée aux multiples usages (Paris: Conseil International des
Musées), 2002.
266 PARTE IV | OS ESTUDOS DE RECEPÇÃO, FERRAMENTAS E ESTRATÉGIA CULTURAL CADA VISITA A UMA EXPOSIÇÃO É UMA EXPERIÊNCIA ÚNICA? COMO FORAM RECEBIDAS QUATRO EXPOSIÇÕES... 267
Associar o público à concepção das exposições, para quê? Eis a pergunta pri-
mordial que se fazem ou devem se fazer os profissionais dos museus.
A partir das exposições universais, os organizadores de exposições têm
sempre desejado atrair as massas e educá-las, mas é nos anos 1970 que se mani-
festa pela primeira vez de maneira oficial a vontade de associar os visitantes
potenciais à programação dos museus para que estes fiquem bem adaptados
a seu público. Serge Chaumier e Joëlle Le Marec nos lembram que os artesãos
do nascimento dos ecomuseus, Georges-Henri Rivière e Hugues de Varine, cha-
maram os habitantes para participar da elaboração de seus museus e de suas
atividades.
Serge Chaumier enfatiza que os ecomuseus tendem, através dos comi-
tês de usuários, “menos a se dirigir a um público do que expressar a ação de
uma população”. O museu torna-se “um instrumento de desenvolvimento do
indivíduo e de sua comunidade colocando-se a serviço de projetos de autores
locais”. A ideia de democracia cultural é então considerada “ora como o acesso
da maior quantidade de pessoas às formas legítimas de cultura, ora como o
‘direito’ de cada um de considerar sua cultura como legítima”, diz o autor.
Acho que essa questão se coloca atualmente de maneira particularmente
sensível quando se abrem ou se preparam grandes museus apresentando as
culturas mundiais, tais como o Museu do Quay-Branly em Paris, o Museu da
Europa e do Mediterrâneo em Marselha, e o Museu das Confluências de Lyon.
272 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES INTRODUÇÃO 273
O PÚBLICO, ATOR NA PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO? UM MODELO DIVIDIDO ENTRE ENTUSIASMO E HESITAÇÃO 275
276 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES O PÚBLICO, ATOR NA PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO? UM MODELO DIVIDIDO ENTRE ENTUSIASMO E HESITAÇÃO 277
278 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES O PÚBLICO, ATOR NA PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO? UM MODELO DIVIDIDO ENTRE ENTUSIASMO E HESITAÇÃO 279
280 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES O PÚBLICO, ATOR NA PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO? UM MODELO DIVIDIDO ENTRE ENTUSIASMO E HESITAÇÃO 281
282 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES O PÚBLICO, ATOR NA PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO? UM MODELO DIVIDIDO ENTRE ENTUSIASMO E HESITAÇÃO 283
284 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES O PÚBLICO, ATOR NA PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO? UM MODELO DIVIDIDO ENTRE ENTUSIASMO E HESITAÇÃO 285
286 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES O PÚBLICO, ATOR NA PRODUÇÃO DA EXPOSIÇÃO? UM MODELO DIVIDIDO ENTRE ENTUSIASMO E HESITAÇÃO 287
1 Especialmente a Cité des Sciences et de l’Industrie de La Villette e o Centre de Culture Scientifique et Te-
chnique de Grenoble.
2 Ecomuseu: instituição cultural de um determinado território com as funções de pesquisa, conservação,
apresentação e valorização dos bens naturais e culturais representativos de um meio e dos modos de vida
que ali ocorreram. (N. T.)
3 M. Maggi (org.), Museo e cittadinanza. Convidere il patrimonio culturale per promuovere la partecipazio- 4 Fazemos referência à apresentação de A. Desvallées na introdução à antologia de textos reunidos e pu-
ne e la formazione civica (Turim: Istituto di Ricerche Economico-Socialo (Ires) del Piemonte), 2006. Especial- blicados sob o título Vagues. Une anthologie de la nouvelle muséologie (Lyon: Mâcon et Savigny-le-Temple,
mente os artigos da seção “Ecomuseo e partecipazione comunitaria”, pp. 41-54. Pul/W/mnes), 1992.
290 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES MUSEOLOGIA PARTICIPATIVA, AVALIAÇÃO, CONSIDERAR O PÚBLICO: A PALAVRA INEXISTENTE 291
292 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES MUSEOLOGIA PARTICIPATIVA, AVALIAÇÃO, CONSIDERAR O PÚBLICO: A PALAVRA INEXISTENTE 293
13 Não é possível nos limites deste artigo abarcar os debates atuais sobre a evolução da cultura como for- 14 D. Sperber, Le Savoir des anthropologues. Trois essais (Paris: Hermann), 1982.
mação discursiva nos campos acadêmicos e políticos. 15 J. Clifford, Malaise dans la culture. L’ethnographie, la littérature et l’art au xxe siècle (Paris: ensb-A), 1998.
294 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES MUSEOLOGIA PARTICIPATIVA, AVALIAÇÃO, CONSIDERAR O PÚBLICO: A PALAVRA INEXISTENTE 295
296 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES MUSEOLOGIA PARTICIPATIVA, AVALIAÇÃO, CONSIDERAR O PÚBLICO: A PALAVRA INEXISTENTE 297
das pessoas. vimento de uma museografia expressiva nos museus de história social, depois
A reflexão sobre a diversidade cultural na escala internacional e sobre as nos museus de ciências, depois a onda de abertura dos centros de cultura cien-
redes de proximidade em escala local assume o lugar da reflexão sobre a pro- tífica e técnica, até a criação da Cité des Sciences et de l’Industrie em março de
moção de culturas regionais nos ecomuseus dos anos 1970. A museologia 1986. Os centros de museologia científica, não tendo de garantir a conservação
participativa escapa então duplamente do olhar dos analistas: por um lado, ela de um patrimônio material, exploram grandemente a renovação da lingua-
se desenvolve em níveis infra e supra regionais e nacionais e, por outro lado, ela gem museográfica até operar a junção da exposição com o campo das mídias
encoraja um tipo de relação com seu ambiente, o que os marcadores habituais de massa, aqui entendidas como tecnologias de comunicação de informações
da eficácia cultural, reduzida a medidas de visitação e de impacto junto a um desenvolvidas economicamente através de estruturas industrializadas.22 Por
público como polo de recepção, não podem tornar visível. isso, a concepção midiática do museu, promovida na nova museologia para
Infelizmente, até hoje não existe nenhum índice que permita prestar con- favorecer uma aproximação da instituição com seu público, ao se dar os meios
tas da qualidade e da intensidade da relação que um museu mantém com sua de desenvolver um discurso sobre a natureza e a sociedade, serviu igualmente
população de referência. os interesses de concretizar um relacionamento entre a instituição museal e a
esfera profissional da mídia e das tecnologias de comunicação.
LEVANDO EM CONTA O PÚBLICO DOS As relações entre o museu e seu público tornaram-se o eixo de reflexão
MUSEUS: UMA OUTRA HISTÓRIA… que estrutura o movimento de renovação dos museus, agrupando um grande
número de interesses e de visões às vezes contraditórias da missão cultural e
Voltemos ao movimento da nova museologia. Já foi dito que, se a tendência social do museu: desafio de democratização cultural, de desenvolvimento de
comunitária não foi apoiada em nada, não aconteceu o mesmo com a tendên- uma concepção midiática do museu, de racionalização da gestão dos museus
cia midiática. A qualidade da museografia constitui uma norma defendida como empresas.
pelos novos profissionais. Ora, são estes que se opõem aos amadores segundo Essa intensa preocupação com o público originou muitos dispositivos de
a análise de Serge Chaumier dos pequenos museus. As duas tendências, midiá- pesquisa, de estudo e de avaliação. De fato, o critério de eficácia da ação cultu-
tica e comunitária iriam então se enfrentar, e uma delas seria dominante. ral para a nova museologia e o da ação de comunicação para os profissionais
De fato, se efetivamente se pode fazer recuar a tentativa de institucionali- da mídia são, nos dois casos, a objetivação e a otimização do impacto sobre o
zação dos ecomuseus para a crise dos museus nos anos 1970, o interesse pela público.
dimensão midiática do museus não nos parece, em compensação, estar ligada É nesse contexto que se desenvolveu a avaliação museal, em favor da
diretamente a essa crise dos museus que se questionam sobre seu papel social. criação e da renovação de instituições de grande porte que têm os meios de
desenvolver essa atividade: o Centro Georges Pompidou, a Cité des Sciences et
la mondialisation?”, Paris, 15 jun. 2006. Dentre as contribuições dessa jornada, a de L. Rinçon era sobre “Pa- de l’Industrie, a Grande Galeria do Museu. Visitantes dos museus foram convi-
trimonialisation en contexte d’immigration: La Muséologie participative comme outil de promotion de la
diversité culturelle” [Patrimonialização no contexto da imigração: A museologia participativa como ferra- 22 J. Davallon, “Le Musée est-il vraiement un média?” e B. Schiele, “L’Invention simultanée du visiteur et de
menta de promoção da diversidade cultural]. l’exposition”, Publics et Musées, n. 2, 1992.
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300 PARTE V | AS “MUSEOLOGIAS PARTICIPATIVAS”: ASSOCIAR OS VISITANTES À CONCEPÇÃO DAS EXPOSIÇÕES MUSEOLOGIA PARTICIPATIVA, AVALIAÇÃO, CONSIDERAR O PÚBLICO: A PALAVRA INEXISTENTE 301
pesquisas): nenhum grupo de visitantes jamais se mobilizou para fazer valer É verdade que se pode tentar fazer uma distinção entre, de um lado, a
reivindicações dentro da instituição. Os criadores têm um direito de interpreta- compilação da palavra do público para fim de pesquisa no contexto de estu-
ção ampla sobre todas as informações utilizáveis para fins de concepção, quer dos ou de pesquisas que fornecem análises e interpretações dessa palavra e,
estas provenham da comunidade científica, quer dos visitantes via avaliação do outro lado, a organização da tomada de palavra pelos membros do público
ou estudos prévios: não há simetria nem continuidade de mundos entre visi- no contexto de dispositivos de consulta ou de deliberação cujo desafio é fazer
tantes e criadores, mas, antes, um encavalamento e perpétuo recolocar em jogo manifestar-se essa palavra, ou mesmo de incluí-la em comunicados e relató-
do status imaginário de cada um em nome da experimentação museológica. É rios redigidos pelos membros do público. A avaliação museal, que seja mais
por isso que os criadores conseguem ouvir, através das avaliações, as posições uma vez o conjunto dos estudos de público feitos antes, durante ou depois de
ou opiniões que podem lhes dizer respeito diretamente. O limite é então fluido 26 B. Castagna, S. Gallais, P. Ricaud e J.-P. Roy (orgs.), La Situation déliberative dans le débat public (Tours:
entre a avaliação prévia das expectativas e representações e a consulta prévia a Presses universitaires François-Rabelais), 2004.
27 Em 1999, encontros deliberativos sobre as experiências com animais ligados às audiências científicas
membros do público que formam painéis de cidadãos, o que depende de outros de Brest.
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44 C. Lefort, “Penser La Révolution dans la révolution française”, Essais sur le politique. xixe-xxe siècles (Paris: Seu-
il), 1986. Ali, Lefort retoma as páginas que F. Furet dedica, em sua obra Penser La Révolution française (Paris,
Gallimard, 1985), aos trabalhos de Augustin Cochin sobre as sociedades “de reflexão” na véspera da Revolução.
45 Ibid., p. 135. Mesmo que Lefort jamais cite J. Habermas, os fenômenos que ele comenta estão muito pró-
ximos daqueles que são objeto de L’Espace public. Archéologie de la publicité comme dimension constitutive
de la société bourgeoise (Paris: Payot), 1997 [1962]. 1 Intervenção de Jacqueline Eidelman, encarregada de pesquisas no cnrs, na convenção de pesquisas assi-
46 Sobre essa dinâmica, ver os trabalhos do Laboratório Comunicação, Cultura e Sociedade, da Escola Nor- nada entre o Museu do Homem e o Cerlis, por ocasião do colóquio Sciences, Médias et Sociétés no ens lsh em
mal Superior de Letras e Ciências Humanas, Lyon. junho de 2004. Cf: <http://sciences-medias.ens-lsh.fr/article.php3?id_article=34>.
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4 Trecho do discurso de Zeev Gourarier na primeira reunião do comitê de visitantes que aconteceu em 19
2 O livro foi publicado em 2007. (N. T.) de setembro de 2005 no museu.
3 J.-P. Mohen (org.), Le Nouveau Musée de l’Homme (Paris: Odile Jaceb, mnhn), 2004, p. 22. 5 G. Selbach, Les Musées d’art américains: une industrie culturelle (Paris: L’Harmattan), 2000.
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Há algumas décadas que a instituição museal pretende trazer uma con- De fato, as concepções mais recentes de museologia participativa fazem a
tribuição decisiva para a democratização da cultura: é assim que, hoje, um ligação entre duas abordagens: uma abordagem quase política que se inspira
francês em cada dois visita um museu ou um local de exposição durante o ano. na filosofia de ação inicial dos ecomuseus; uma abordagem quase epistemo-
A modernização da relação entre o museu e seus visitantes pode ser consta- lógica que se inspira no estudo compreensivo do público de museus. Com a
tada, por exemplo, por uma melhor inserção do museu na trama social — tanto primeira, a construção da identidade e a consolidação dos vínculos sociais são
no meio urbano, quanto no meio rural —, ou por uma ação cultural e educacio- recolocados em destaque (embora a partir de problemáticas sociológicas e
nal voluntária na direção dos chamados públicos do “campo social”, isto é, para 6
antropológicas); com a segunda, são não apenas os resultados empíricos, mas
os quais se dirige classicamente na França o trabalho social. Essa relação que também as linhas de pesquisa que são retrabalhadas. Em termos concretos,
progressivamente tem sido repensada de outra maneira esteve, nos últimos tome-se o exemplo da contribuição dos estudos de recepção e dos procedimen-
anos, em vários países, no princípio de uma museologia chamada de “inclu- tos de cogestão ou coanimação do museu com seu público.
siva” ou “participativa”. É claro que esse procedimento não deixa de lembrar o Assim, os estudos de recepção focaram na repercussão da questão da iden-
que caracterizava, na virada dos anos 1970-1980, a “nova museologia” ou ainda tidade do público de uma exposição. A exposição dedicada a La Mort n’en Saura
a museologia “social” ou “comunitária”.7 Assim, no caso dos ecomuseus de asso- Rien [A morte não será nada] (Museu Nacional das Artes da África e Oceania
ciações, foram instituídos três comitês distintos — um comitê científico, um — Maao, 2000-2001) mostra que confrontar-se com uma coleção de relíquias
comitê de usuários e um comitê de gestão — que tinham assento, de modo e de restos humanos originários da Europa e da Oceania provoca reações de
representativo, no conselho da administração. Segundo J. Le Marec, o comitê de identificação e de projeção, onde a própria identidade do visitante se encontra
usuários, “tal como definido pelos estatutos, não menciona o termo ‘público’: ele questionada por um “efeito de espelho”.10 Quanto à recepção dada à exposi-
se compõe de representantes de associações e outras organizações que fazem ção Kannibals et Vahinés [Canibais e mulheres do Taiti] (Maao, 2001-2002), ela
uso regular do ecomuseu e aceitam colaborar com suas atividades”. O proce- 8
apresenta visitantes particularmente sensíveis a uma proposta que os remete
dimento participativo se situa em dois níveis: no nível científico (ecomuseu: a uma história familiar e os envolve no terreno da introspecção, mas que, de
lugar de pesquisa e de coleta) e no nível político e cidadão (agentes associa- acordo com suas identificações, avalizam as propostas museológicas no conte-
tivos e coletivos locais envolvidos no processo museal e dotados de poder de údo ou na forma ou as questionam.11
decisão). Mas progressivamente esses museus reduziram, ou mesmo abando- Em outro plano, os museus de história social remetem hoje a essa ideia de
naram, esse funcionamento característico quando eles se desligaram da ideia que a exposição de artes chamadas “distantes”, depois “primeiras”, não pode
do museu de identidade e seguiram no caminho do museu de história, mesmo ser feita sem o envolvimento de populações originárias de áreas culturais
que permaneçam marcados por uma gênese singular. 9
não ocidentais, ao mesmo tempo que se leva em consideração um contexto
de globalização e de hibridação das culturas. Em seu artigo “Visiteurs d’origine
6 Cf. o colóquio “Partages: ‘Le Musée, ça fait du bien?’”, Museu do Louvre, Direção de públicos, 27 abr. 2007.
7 Neste artigo não nos referimos à história da museologia participativa. Cf. os textos básicos: H. de Varine, é um espaço delimitado, com paredes, alguns objetos cuja única necessidade é estar ali. Como um túmulo, o
L’Initiative communautaire, recherche et expérimentation (Lyon: Mâcon et Savigny-le-Temple, Pul/W/mnes), museu é um lugar necessário, ele encerra uma história a que se vem prestar homenagens e que se visita de
1991; A. Desvallés, Vagues, une anthologie de la nouvelle muséologie, 2 v. (Lyon: Mâcon et Savigny-le-Tem- tempos em tempos. Os moradores de Creusot, depois de terem habitado o Ecomuseu e de terem feito parte
ple, Pul/W/mnes), 1992 etc. de seu acervo, podem hoje visitar os objetos de um museu que eles mesmos não mais precisam ser. O pas-
8 J. Le Marec, “Museologia participativa, avaliação, considerar o público: a palavra inexistente”, nesta mes- sado tem um lugar, não enquanto é abolido, mas enquanto é nomeado, designado, portanto delimitado”. (O.
ma obra. Debary, “L’Écomusée est mort, vive le musée”, Publics et Musées, n. 17-18, p. 78, 2002.)
9 A análise que Octave Debary faz da evolução dos ecomuseus, particularmente o de Creusot, é especial- 10 J. Eidelman, H. Gottesdiener, J. Peignoux, J.-P. Cordier e M. Roustan, L’Exposition La mort n’en saura rien
mente esclarecedora desse ângulo: “A transformação do Ecomuseu em estrutura museal clássica acompa- et sa réception. Enquête realisée auprès des visiteurs de l’exposition du musée national des arts d’Afrique et
nha um mudança de temporalidade que pode parecer como um ir além. O tempo do ecomuseu, sua duração d’Océanie (Paris: Cerlis), 2000.
de vida, é função desse tempo de passagem. O ecomuseu, entendido como um museu vivo, ao desaparecer 11 J. Eidelman, H. Gottesdiener, J. Peignoux, J.-P. Cordier, L. Rinçon et al., La Réception de l’exposition Kanni-
e tornar-se um museu rígido, pode-se dizer que permite o fim de uma história e, portanto, a passagem para bals et Vahinés. Enquête realisée auprès des visiteurs de l’exposition du musée national des arts d’Afrique et
outra. O ecomuseu é um espaço desviante, sem limites, sem paredes […], por seu lado, o museu tranquiliza; d’Océanie, v. 1: Visite entre adultes; v. 2: Visites familiales(Paris: Cerlis), 2002.
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Re ient
O público
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no tempo, permitindo que uns e outros se conhecessem e se ouvissem. A ges- do mh
rê ca
nc
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tão da palavra provou ser mais delicada quando certos membros da equipe do
Força
museu estavam presentes: sem se desviar de sua neutralidade, os animado- COMITÊ DE Agente das propostas
-crítico-e
VISITANTES speciali
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res-pesquisadores tiveram de fazer as vezes de mediadores entre a palavra do POLO MUSEOLÓGICO
público (muitas vezes ofensiva) e a do museu (muitas vezes defensiva). DO MH
Tra de i
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Pode-se notar uma grande emulação entre os membros do comitê e a ce a
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vontade cada vez mais manifestada de se envolver nessa missão de acom- ca
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Dispositivo de ão
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panhamento à renovação do museu. Sob mais de um aspecto, seu nível de niç
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envolvimento se aproxima de uma missão filantrópica em um comitê de da a p co
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bairro, como pôde ser estudado no caso do Pátio da Indústria, onde artistas e
artesãos locais formaram uma associação para salvaguardar um patrimônio Cerlis
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PARTE FINAL
CONCLUSÃO/ PERSPECTIVAS
22 A Cité des Sciences et de l’Industrie de La Villette concretiza, com a colaboração do Cerlis, desde novem-
bro de 2006, seu próprio comitê de visitantes. A Cité Nationale de l’Histoire de l’Immigration também te-
ria esse projeto.
332 PARTE FINAL BIBLIOGRAFIA DAS ENQUETES, DOS ESTUDOS E DAS PESQUISAS SOBRE PÚBLICO/VISITANTES DE EXPOSIÇÕES... 333
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350 ANEXOS BIBLIOGRAFIA DAS ENQUETES, DOS ESTUDOS E DAS PESQUISAS SOBRE PÚBLICO/VISITANTES DE EXPOSIÇÕES... 351
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U
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vandangeon, Solène. Étude du public du musée Rodin. 2006. Dissertação (Mestrado em Ofícios da Cul-
tura) — Universidade de Lille iii. do Louvre, e para Claire Barbillon, diretora de estudos, e também para Camille
vareille, Emmanuelle. L’Entretien comme méthode et situation d’enquête: le cas de l’évaluation muséale.
Houbart, chefe do serviço de assistência técnica e da segurança, e sua equipe.
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W
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RÉGIS BIGOT
Doutor em ciências econômicas, é diretor adjunto do departamento Condições de Vida e Aspi-
rações dos Franceses no Centro de Pesquisas para o Estudo e a Observação das Condições de
Vida (Crédoc) desde 2001. Seus trabalhos abordam a análise do comportamento e das opini-
ões dos franceses através das pesquisas feitas pelo Crédoc. Os temas abordados são variados:
práticas culturais, atitudes em relação à televisão, os valores dos jovens, sociabilidade, novas
tecnologias etc. Publicações recentes: L’Image de TF1 ao début 2006, relatório feito para o canal
TF1 em mar. 2006; La Diffusion des technologies de l’information dans la société française, cole-
ção de relatórios do Crédoc, em dez. 2005; com C. Piau, “Peut-on parler d’une opinion de la
jeunesse?”, Cahier de Recherche du Crédoc, n. 181, jan. 2003; “Quelques aspects de la sociabilité
des Français”, Cahier de Recherche du Crédoc, n. 169, dez. 2001.
contato: bigot@credoc.fr
NATHALIE CANDITO
Criou a célula de avaliação no departamento Développement et Stratégie du Muséum —
Musée des Confluences, em Lyon. Doutorou-se em ciências da informação e da comunicação
(museologia) pela Universidade de Avignon e Pays du Vaucluse em 2001, com a tese intitu-
lada Expérience de visite et registres de la réception. L’exposition itinérante La Différence et ses
publics. É membro da Association Internationale des Sociologues de Langue Française (aislf),
do cr18, sociologia da arte, e da associação Médiation Culturelle em Rhône-Alpes.
contato: nathalie.candito@rhone.fr
SERGE CHAUMIER
Com formação em sociologia da cultura, é hoje especialista em estudos de público e em
avaliação de exposições, bem como em questões relativas aos museus de história social e eco-
museus, à noção de patrimônio e ao campo das artes da rua. Leciona em iup Denis-Diderot
MARC PLOCKI
Especialista em gerenciamento de equipes comerciais, também é homem de cultura. Depois
de estudos superiores em história, aprende o ofício de vendedor de livros na Fnac, onde tra-
balha a mais de nove anos. E, ao criar a livraria do Louvre sob a Pirâmide, passa a integrar a
Reunião dos Museus Nacionais (rmn), onde passará oito anos, galgando as etapas até a cria-
ção do departamento de comercialização. Depois, ele confirma sua competência como diretor
comercial a serviço de produtos educacionais e como editor, lançando, há três anos, a difusão
de novas ferramentas de educação via internet. Sua chegada à chefia do serviço de público do
Museu d’Orsay lhe permite retomar os contatos com o mundo dos museus, que representa
para ele um lugar de cultura viva.
contato: marc.plocki@musee-orsay.fr
MARIE-SYLVIE POLI
É professora de ciências da linguagem na Universidade Pierre-Mendès-France de Grenoble ii.
É pesquisadora em museologia e sociologia da cultura no Centro de Sociologia sobre as Repre-
sentações e as Práticas Culturais (laboratório csrpc). Trabalha especialmente com os discursos
de mediação das instituições museais, com a exposição como espaço de discurso sensível do
conhecimento, bem como com as modalidades de recepção das exposições pelos visitantes.
contato: marie-sylvie.poli@upmf-grenoble.fr
MÉLANIE ROUSTAN
É doutora em etnologia e sociologia pela Universidade Paris Descartes, pesquisadora asso-
ciada ao Centro de Pesquisa sobre os Vínculos Sociais (Cerlis, cnrs/ Paris Descartes) desde
1999. Participou de vários estudos de recepção e trabalhos de consultoria sobre o público
dos museus, sob orientação científica de Jacqueline Eidelman. De modo mais amplo, tem um
interesse especial pelas questões de cultura material, pela maneira como os objetos “fazem
cultura”, tanto em escala individual quanto social. Em 2003, escreveu, com Anne Monjaret
e Jacqueline Eidelman, Maao Mémoires (editora Marval), uma obra de etnologia cortada por
“lembranças vivas” e traços materiais do passado no Museu Nacional das Artes da África e da
Oceania, que então fechava suas portas. Em 2007, publicou, pela Harmattan, Sous L’Emprise
des objets? Culture matérielle et autonomie.
contato: melanieroustan@yahoo.com
cadastro@iluminuras.com.br