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Curso OAB
Procedimento comum
INTRODUÇÃO
Conceito: procedimento é a forma previamente prevista em lei pela qual os atos se sucedem
dentro do processo.
Regra de transição: art. 1.046 – o rito sumário e o especial revogado pelo novo CPC que ainda
não tenham sentença até o início da vigência são regidos pelo velho CPC.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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PROCEDIMENTO COMUM
Previsão legal: art. 318 / 512
*OBS: será "cancelada" a distribuição se aparte intimada por seu adv. não recolher as custas
em 15 dias.
PETIÇÃO INICIAL
Conceito: É o ato processual a ser praticado pelo autor, cuja distribuição dá inicio ao processo.
Importância: Na petição Inicial o autor formula o pedido. O pedido é que vincula a atuação do
Poder Judiciário. Assim, o Juiz não pode julgar acima, fora ou aquém do pedido.
Nome da ação: O nome que se dá à ação na petição inicial é irrelevante, pois o juiz julga o
pedido e não o nome da ação.
Requisitos: Intrínsecos:
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ATENÇÃO: se for rito especial fora do CPC, deve ser verificado se existe regra sobre
competência na legislação extravagante.
*OBS: Se a ação for distribuída na primeira instância deve ser endereçada para um juiz de
direito.
*OBS: Se for o caso de competência originária, deve ser dirigida para um tribunal.
II – O nome, prenome, estado civil (ou existência de união estável), a profissão, o CPF/MF ou
CNPJ/MF, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu.
Nesta parte da petição inicial é necessário fazer primeiramente a identificação das partes.
*OBS: A importância reside no fato de que, em regra, a sentença gerará efeitos somente para
as partes.
*OBS: O importante é que possa ocorrer a perfeita identificação das partes. Assim, mesmo que
falte algum dado (v.g. a profissão), a ausência não gerará o indeferimento da petição inicial.
*OBS: É possível também se pedir que os dados faltantes sejam colhidos no curso do processo
através do oficial de justiça ou da expedição de ofício aos órgãos públicos.
*OBS: O endereço é importante para que as partes possam ser intimadas pessoalmente se
necessário. Quanto ao réu é imprescindível, pois deverá ser citado.
*OBS: O CEP é importante, pois a regra do NCPC é que as citações e intimações ocorram pelo
correio.
ATENÇÃO: o juiz fica vinculado aos fatos narrados na petição inicial. É sobre os fatos colocados
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*OBS: Deverão ser colocados na petição inicial somente os fatos pertinentes (ao caso concreto)
e relevantes (para formação da convicção do juiz).
*OBS: Os fatos deverão ser colocados na petição inicial em ordem cronológica: do mais antigo
para o mais recente.
Os fundamentos jurídicos do pedido são uma mera sugestão que não vinculará o juiz no seu
julgamento.
*OBS: Os fundamentos legais, apesar de não ser requisito da petição inicial, são importantes.
O pedido é a parte mais importante da petição inicial, pois o juiz julgará o pedido dizendo sim
ou não à pretensão do autor.
Espécies de pedido:
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1 – Alternativo
2 – Subsidiário
3 – Sucessivo
3 - Cumulativo
IV – Valor da causa
O valor da causa é a expressão econômica do benefício pretendido pelo autor, cuja indicação é
obrigatória, mesmo que a lide não tenha conteúdo econômico imediato.
*OBS: Importância:
Tipos:
*OBS: Impugnação do valor dado à causa – art. 293, NCPC (em preliminar de contestação).
V – As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados
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Se o autor nada indicar na petição inicial presume-se que tenha interesse na designação de
audiência de conciliação ou mediação.
Requisitos extrínsecos
Casos:
1 – inépcia (falta de causa de pedir ou do pedido / falta de lógica entre os fatos e a conclusão /
pedidos incompatíveis entre si);
2 – ilegitimidade de parte;
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*OBS: Contra a sentença cabe apelação com possibilidade de retratação do juiz em 5 dias.
Casos:
4 – quando o pedido contrariar enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local;
*OBS: contra a sentença cabe apelação com possibilidade de retratação no prazo de 5 dias.
CITAÇÃO
Modalidades:
Carta registrada.
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de ausência).
Quando por 2 vezes o oficial tiver diligência citatória frustrada com suspeita de ocultação.
a) Induz litispendência;
c) Constitui em mora o devedor. Mora "ex persona" se não tiver ocorrido anteriormente a
mora. A mora "ex re" não!
Início do prazo para contestação e outras ações pelo réu: art. 231.
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1 - juntada AR;
2 - juntada mandado;
3 - ocorrência da citação feita por escrivão ou chefe de secretaria;
4 - dia útil seguinte ao prazo do edital;
5 - dia seguinte útil à consulta qdo. citação eletrônica;
6 - cartas: a) da data da juntada do comunicado do juiz deprecante ao deprecado; b) se não
houver comunicado, da data da juntada da carta cumprida aos autos principais.
Determinação pelo juiz para ocorrer em 30 dias. Réu deve ser citado com antecedência mínima
de 20 dias.
Pode ocorrer mais de uma sessão de conciliação. Não pode ultrapassar dois meses da primeira
sessão - art. 334, §2º.
CONTESTAÇÃO
Importância: Na contestação o réu combate o pedido feito pelo autor, sendo que sua ausência
gera o fenômeno da revelia.
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*OBS: prazo em dobro se houver litisconsórcio passivo com advogados de escritórios diferentes
(NCPC, art. 229), e desde que o processo não seja eletrônico (§2º, art. 229).
Espécies de defesa:
a) Processuais
b) De mérito
*OBS: salvo a arbitragem e a incompetência relativa, as matérias são conhecidas pelo juiz de
ofício e não precluem.
Quando o réu pretender justificar a aparente intempestividade. Fazer petição simples e pedir
restituição do prazo.
A impugnação do valor dado à causa atribuído pelo autor (NCPC, art. 293) gera decisão do juiz
e necessidade de complementação do valor se houver necessidade.
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Casos:
a) Falta de pedido ou causa de pedir;
b) Pedido indeterminado (salvo os casos permitidos);
c) Da narração dos fatos não tiver um conclusão lógica;
d) Pedidos incompatíveis entre si.
V – Perempção
Perda pelo autor do direito de ação por ter dado causa à extinção por falta de andamento
(abandono) por 3 vezes (NCPC, art. 486, §3º).
VI – Litispendência
Repetição da ação que já foi decidida (sentença definitiva) com trânsito em julgado
VIII – Conexão
Consequência: reunião dos processos para julgamento em conjunto pelo juízo prevento.
*OBS: apesar de não previsto no NCPC, a continência também gera o mesmo fenômeno.
1 - Incapacidade (assistência)
3 - Falta de autorização (quando a lei exige). Ex. outorga uxória, C.C. art. 1647, II.
X – Convenção de arbitragem
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Lei. 9397/96
a) Cláusula compromissória
b) Compromisso arbitral
XI – Carência da ação
*OBS: Se o réu alegar ser parte ilegítima, pode ser alterado pelo autor o polo passivo no
prazo de 15 dias com pagamento da sucumbência (honorários entre 3% a 5%).
*OBS: Incumbe ao Réu indicar o sujeito passivo da relação (se tiver conhecimento).
É aquela por meio da qual o réu ataca a pretensão material do autor com o objetivo de
convencer o juízo da improcedência do pedido.
- Princípios:
1) Da impugnação especificada: O réu deve impugnar todos os fatos afirmados pelo autor, sob
pena do fato se tornar incontroverso (art. 341, NCPC).
*OBS: não se aplica esse ônus ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador
especial.
*OBS: Não gera a veracidade do fato não impugnado: a) se não for admissível a confissão;
b) a petição inicial estiver desacompanhada de documento que a lei determine; c) houver
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1 – Direta: quando o réu nega o fato constitutivo do direito do autor ou das consequências
jurídicas atribuídas a ele pelo autor;
2 – Indireta: quando o réu concorda com a existência do fato, mas alega fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do autor.
RECONVENÇÃO
- Requisitos de admissibilidade:
1 – Genéricos:
a) Condições da ação;
b) Pressupostos processuais.
2 – Específicos:
a) Compatibilidade procedimental;
b) Que o juízo da ação originária não seja absolutamente incompetente para apreciar a
reconvenção;
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- Procedimento:
- Observações:
2 – Ações são autônomas. Extinta a ação originária reconvenção pode prosseguir até o final
julgamento;
3 – Não cabe reconvenção na Lei 9.099/95 pelo princípio da celeridade. Lá, pode-se fazer
pedido contraposto;
4 – Nas ações de caráter dúplice por natureza, não existe necessidade de propor reconvenção,
pois a decisão do juiz já atinge o réu. Ex. ação declaratória.
ATENÇÃO: a decisão que julga questão prejudicial tem força de coisa julgada,
independentemente de pedido feito pelas partes, (art. 503, §1º, CPC) se:
*OBS: não se aplica, o que acima se disse se não houver possibilidade de cognição ampla sobre
a questão prejudicial.
REVELIA
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Efeitos:
2 – desnecessidade de intimação pessoal se a parte não tiver advogado nos autos (art. 346).
PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
Conceito: providências adotadas pelo juiz antes da instrução do feito ou que geram a sua
extinção.
a) Sem a contestação
Indicação pelo autor das provas que pretenda produzir em 5 dias (NCPC, art. 348).
*OBS: Possibilidade de indicação das provas pelo réu 5 dias (NCPC, art. 349).
b) Com a contestação
Alegação do réu das matérias preliminares: réplica do autor em 15 dias (NCPC, art. 351)
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Ocorrendo qq. das hipóteses do art. 485 (extinção sem julgamento de mérito) ou do art. 487, II
e III (extinção com julgamento de mérito) o juiz prolata a sentença.
SANEAMENTO DO PROCESSO
Conceito: ato de organizar o processo para a fase instrutória.
2 – constituição dos fatos controvertidos sobre os quais será produzida prova (com o
deferimento ou indeferimento de pedido de provas);
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*OBS: O juiz deve marcar audiência para sanear o processo se a causa for complexa.
*OBS: Se houver designação de perícia o juiz já determina os prazos para sua realização.
Adiamento da audiência: por convenção das partes; por ausência injustificada; por atraso
injustificado por mais de 30 min.
*OBS: se a causa for complexa o juiz poderá substituir as alegações orais por memoriais (15
dias).
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- Fundamento de existência:
a) inconformismo humano;
- Ação impugnativa que não se confunde com os recursos: M.S.; H.C.; Ação rescisória; Ação
anulatória, etc.
- Reexame necessário: não é recurso e sim instituto que tem a finalidade de gerar a eficácia à
decisão de primeira instância. Ocorre em resumo quando a Fazenda Pública for condenada a pagar
determinado valor acima de teto legal, estando a decisão contra posicionamento de tribunal superior
ou STF.
- Atos decisórios:
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4) Princípio da fungibilidade: por este princípio o julgador pode receber o recurso errado
como se certo fosse. Necessário para a sua aplicação que o recorrente esteja de boa-fé e
que o erro não seja grosseiro (dúvida objetiva);
- Pressupostos de admissibilidade:
Pressupostos específicos: devem ser analisados em conjunto com os recursos em espécie: ex.:
violação da CF é um pressuposto específico para o Recurso Extraordinário.
Pressupostos Gerais:
I – OBJETIVOS
1) Cabimento: É necessário que contra a decisão que se quer atacar caiba recurso. Caso a
decisão for irrecorrível, não poderá ser interposto recurso, sob pena de se violar o presente
pressuposto (CPC, art.1001);
2) Adequação: Não basta caber recurso, é necessário também que seja o recurso adequado
para atacar a decisão recorrida. Nesse sentido, o recurso contra a violação da CF é o
Extraordinário e não o Especial, por exemplo.
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4) Tempestividade: o Recurso deve ser protocolado dentro do prazo previsto em lei. Via de
regra três são os prazos recursais (15, 10 e 5 dias). Caso o recurso seja protocolado fora do
prazo será o mesmo intempestivo não merecendo conhecimento. Também merece atenção
a impossibilidade de protocolar aditamentos ao recurso mesmo que dentro do prazo
recursal;
*OBS: art. 1003, §5º, CPC
5) Ausência de fato impeditivo ou extintivo: Uma vez ocorrida a renúncia ou a desistência (que
não precisa de concordância da outra parte) do recurso, não poderá ser julgado o mesmo.
A renúncia se relaciona a ato anterior à interposição e a desistência a ato posterior à
interposição, sendo que esta pode ser realizada até o momento do início do julgamento do
recurso.
II – SUBJETIVOS
RECURSO DE APELAÇÃO
*OBS: prazo em dobro se houver litisconsórcio passivo com advogados de escritórios diferentes
(NCPC, art. 229), desde que o processo não seja eletrônico (§2º, art. 229).
*OBS: STF 641
- Efeitos:
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*OBS: quando o recurso é recebido só no efeito devolutivo, a sentença começa a produzir seus
efeitos imediatamente à publicação, podendo ser promovida a execução do julgado (NCPC, art.
1.012, §1º e 2º).
*OBS: a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator quando o apelante demonstrar a
probabilidade do provimento do recurso ou risco de dano grave ou de difícil reparação (NCPC, art.
1.012, §4).
*OBS: as matérias de ordem pública serão devolvidas ao tribunal, ainda que não sejam
objeto da apelação (efeito translativo).
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- Procedimento:
a) Pela sua inadmissibilidade; como prejudicado; pela ausência de impugnação específica dos
fundamentos da decisão recorrida;
b) Negando provimento quando o recurso for contrário a súmula do STF, STJ ou do Tribunal;
contrário a acórdão do STF ou STJ de recursos repetitivos; for contrário a julgamento de
demandas repetitivas ou assunção de competência;
c) Dando provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a súmula do STF, STJ ou
do Tribunal; contrária a acórdão do STF ou STJ de recursos repetitivos; for contrária a
julgamento de demandas repetitivas ou assunção de competência.
2 – elaborar seu voto (NCPC, art. 1.011, II) e enviará os autos ao presidente para designação de
dia para julgamento (NCPC, art. 934).
- vista dos autos para as partes em cartório após a publicação da pauta para o julgamento
(NCPC, art. 935, §1º).
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*OBS: a sustentação poderá ser por videoconferência (NCPC, art. 937, §4º).
6 – voto do relator
7 – voto do 2º desembargador
8 – voto do 3º desembargador
*OBS: qualquer dos componentes da turma julgadora poderá pedir vista dos autos por 10 dias
(NCPC, art. 940).
11 – Publicação do acórdão
*OBS: se a votação não for unânime haverá novo julgamento com a convocação de novos
julgadores em número suficiente para a inversão de julgamento (NCPC, art. 942).
A regra é que uma vez prolatada a sentença o juiz de primeira instância não poderá se retratar,
gerando a consequente alteração do julgamento.
Exceções:
Procedimento:
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a) Se não houver retratação o juiz determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões
em 15 dias e após envia os autos para o tribunal julgar, sendo que, se este reformar a
sentença será aberto prazo para contestação e o processo prosseguirá na primeira
instância;
b) Se houver retratação o juiz determinará a citação do réu e o processo prossegue na
primeira instância.
Procedimento:
c) Se não houver retratação o juiz determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões
em 15 dias e após envia os autos para o tribunal julgar, sendo que, se este reformar a
sentença já julga pela procedência;
d) Se houver retratação o juiz determinará a citação do réu e o processo prossegue na
primeira instância.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
- Conceito: É o recurso ordinário cabível contra as decisões interlocutórias (PREVISTAS DE
MODO TAXATIVO - art. 1.015, I a XIII) ou sentenças com conteúdo de decisão interlocutória.
*OBS: prazo em dobro se houver litisconsórcio passivo com advogados de escritórios diferentes
(NCPC, art. 229), desde que o processo não seja eletrônico (§2º, art. 229).
- Casos em que cabe agravo de instrumento. Decisões interlocutórias que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
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*OBS: Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase
de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo
de inventário.
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Regra - só o devolutivo;
Exceção: - poderá ser atribuído efeito suspensivo pelo relator (art. 1.019, I)
- Intimação do agravado para contrarrazões em 15 dias.
- Julgamento no prazo de 1 mês.
- Não tem sustentação oral (art. 937)
- Possibilidade de retratação com prejuízo do recurso
- Tem custas (art. 1017, §1º).
AGRAVO INTERNO
- Conceito: É o recurso ordinário cabível contra as decisões proferidas pelo relator (art. 1.021).
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
- Conceito: recurso apto a sanar vícios de contradição, obscuridade, omissão, ou erro material
existentes na decisão (acórdão, sentença ou decisão interlocutória). art. 1.022, CPC.
- Prazo: 5 dias;
*OBS: prazo em dobro se houver litisconsórcio passivo com advogados de escritórios diferentes
(NCPC, art. 229), desde que o processo não seja eletrônico (§2º, art. 229).
- Não tem efeito suspensivo (regra); mas pode ser dado ao mesmo o citado efeito (exceção)
para evitar risco de dano grave ou de difícil reparação ou se houver demonstração da probabilidade
do provimento. (CPC,art. 1.026, caput e §1º).
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- Multa de 1% se protelatórios, podendo ser elevada até 10% (do embargante para o
embargado).
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
CONCEITO
Conjunto de normas jurídicas que define as infrações penais, onde o Estado proíbe determinadas
ações ou omissões, cominando sanções (penas ou medidas de segurança) aos infratores. É um ramo
do direito Público que abrange o estudo do crime, da pena, da medida de segurança e do
delinquente.
FUNÇÃO
Tutelar os bens essenciais e fundamentais à vida do homem e com isso procurar manter a paz
pública e social.
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
intervir quando os outros ramos do Direito não forem suficientes para coibir a conduta. Princípio
orientador do legislador.
- Princípio da insignificância ou da bagatela: sustenta a desnecessidade de se tutelar bens jurídicos
insignificantes, é bastante debatido na atualidade, principalmente ante à ausência de definição do
que seria irrelevante penalmente (bagatela), ficando essa valoração, muitas vezes, ao puro arbítrio
do julgador. De acordo com o entendimento jurisprudencial, o princípio da insignificância deve ser
analisado em consonância aos vetores trazidos pelo STF.
- Princípio da Presunção de Inocência Previsto na Constituição Federal de 1988, em seu art. 5º,
inciso LVII, aduz ue i gu se o side ado ulpado at o t sito e julgado de se te ça
o de ató ia.
- Princípio do ne bis in idem: Prevê a impossibilidade de haver duas ou mais punições criminais pelo
mesmo fato criminoso. O bis in idem significa a pluralidade de sanções num mesmo âmbito jurídico
pela prática de uma única infração penal. (Súmula 241 STJ).
- Princípio da Responsabilidade Pessoal: A pena a ser aplicada pela infração, não passará da pessoa
do acusado, segundo dispõe o artigo 5º, inciso XLV, da CF. (Súmula 444 do STJ)
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
a regra da irretroatividade se aplica tão somente à lei penal mais severa, pois se for para beneficiar
o réu, a lei posterior deverá ser aplicada mesmo que haja sentença penal condenatória transitada
em julgado. Ex: artigo 240 do CP (em vigor até 2005).
VIGÊNCIA DA LEI: só começa a vigorar a partir da determina em seu conteúdo, e na falta desta, em
45 dias após a sua publicação. O espaço compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em
vigor denomina-se va atio legis va ia da lei .
Leis temporárias e excepcionais: art. 3º CP. Mesmo cessada a duração aplica-se ao fato praticado
durante a vigência. Exceção: Aqui não se aplica a retroatividade da lei mais benigna, pois perderia
o efeito, porque se o agente soubesse que quando cessada ou finda a vigência, acabaria impune
pela retroatividade.
TEMPO DO CRIME
É importante estabelecer o tempo do crime para se aplicar a lei penal. Existem três teorias que
indicam qual o tempo do crime:
- Teoria da atividade: momento da ação/omissão, ainda que outro seja o resultado. (Adotada pelo
Código Penal, artigo 4º).
-Teoria do resultado: momento em que houve o resultado.
- Teoria mista ou da ubiquidade: é tanto o momento da ação como do resultado.
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PRISCILA SILVEIRA
LUGAR DO CRIME
Existem três teorias sobre o lugar do crime:
-Teoria da atividade: é aquele em que ocorreu a conduta criminosa.
-Teoria do resultado: aquele em que ocorreu a consumação.
-Teoria mista ou ubiquidade: tanto o local da conduta como do resultado ou onde deveria ocorrer o
resultado (tentativa). (Adotada pelo Código Penal, Art. 6º CP.
QUESTÕES:
1- Quais as fonte do Direito Penal?
2- A lei penal retroagirá?
3- De acordo com o princípio da presunção de inocência, quando o acusado será considerado
culpado?
4- O princípio da insignificância está atrelado apenas ao valor do objeto para a sua aplicação?
5- O que se entende por norma penal em branco?
6- No caso do a olitio i i is , a retirada de um fato considerado criminoso do ordenamento
penal, resultará em causa extintiva da punibilidade, mesmo que tenha havido o trânsito em julgado
da decisão que condenou o Acusado pelo crime em questão?
7- O que resulta a aplicação do princípio da consunção?
8- Qual a teoria adotada para auferir o tempo do crime?
9- O artigo 6º do CP, que dispõe sobre o lugar do crime, se aplica a quais crimes cometidos somente
no território nacional?
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
perceber que nele não estão inseridas as espécies de drogas não autorizadas ou que se
encontram em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Dessa forma, é correto
afirmar que se trata de uma norma penal
a) em branco homogênea.
b) em branco heterogênea.
c) incompleta (ou secundariamente remetida).
d) em branco inversa (ou ao avesso).
FATO TÍPICO
Para que se tenha um crime, é necessário a existência de uma conduta (ação/omissão) típica
(definida por lei) e antijurídica (ilícita), que provoca, em regra um resultado.
Elementos:
-CONDUTA: Ação ou omissão (humana), voluntária e consciente, dolosa ou culposa, que objetiva
uma finalidade.
Ação: fazer, comportamento positivo. Crimes comissivos.
Omissão: deixar de fazer algo que a lei determina.
Omissivos próprios: a lei prevê uma abstenção. Pune porque deixou de agir, pouco
importando se houve resultado. Não admite tentativa. Ex: Omissão de socorro, artigo 135 CP.
Omissivos Impróprios ou comissivos por omissão: tinha o dever de agir para evitar o
resultado, mas se omite, respondendo por este se não o evitar. Artigo 13, § 2º CP. Ex: Salva-vidas
contratado pelo clube que te o dever de evitar afogamento e não o faz responde pelo crime que
não evitou.
Voluntária: requisito essencial da conduta, se não houver, será atípica, como acontece no caso ter
agido sob coação moral irresistível.
Consciente: somente atos realizados de forma consciente merecem reprovação penal. Agindo sem
consciência será irrelevante, ou atípica. Ex: A quer se vingar de B e coloca no tempero veneno e a
empregada o coloca na comida vindo B a falecer. A empregada não tinha consciência do que fez
pois desconhecia o fato.
Dolosa: vontade de concretizar um fato ilícito. Intenção. Desejo. Artigo 18, inciso I, CP. O agente
quis o resultado e assumiu o risco de produzi-lo. Espécies de dolo:
Dolo direto: quer produzir um determinado resultado.
Dolo indireto: = Dolo eventual: embora não queira o resultado, assume o risco de produzi-lo.
Dolo alternativo: quer produzir um ou outro resultado.
Culposa: não emprega os devidos cuidados para evitar o fato ilícito. A punibilidade pela forma de
culpa é exceção. Artigo 18, parágrafo único CP.
Elementos: Exige conduta voluntária com resultado involuntário, nexo causal entre ambos, estar
previsto como crime. E ainda, que tenha agido com inobservância ao deve de cuidado (negligência,
imperícia ou imprudência) e que tenha antevisão do resultado (previsibilidade objetiva, que a
pessoa mediana possa prever) (na previsibilidade subjetiva analisa se nas circunstâncias em que o
agente encontrava-se era possível antever o resultado), na ausência torna o fato atípico.
Espécies:
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
Culpa consciente: o agente prevê o resultado, não o quer e nem assume o risco, pois acredita
que não ocorrerá. (Danou-se /ái eu Deus . ≠ dolo eve tual: o ue o esultado, as o se
importa com o resultado, assume o risco de produzi-lo ( Dane-se).
Culpa inconsciente: Não prevê, não quer e não assume o risco de produzir o resultado.
Preterdolosa: artigo 19 CP. Chamado de crime agravado ou qualificado pelo resultado. O agente
quer um resultado, mas o resultado vai além. Dolo no antecedente e culpa no consciente. Dolo na
ação e culpa no resultado.
Só responderá pelo crime agravado, se concorrer para ele, ao menos culposamente.
-RESULTADO:
• Resultado jurídico: lesão ou ameaça de lesão a um bem juridicamente tutelado. Adotado
pelo legislador.
• Resultado Naturalístico: transformação que a conduta provoca no mundo exterior. Adotado
pela doutrina.
-NEXO CAUSAL: vínculo entre a conduta e o resultado naturalístico. Assim, esse resultado é efeito
natural da conduta humana, logo não se aplica o vínculo aos crimes formais e de mera conduta,
pois não dependem de resultado.
• Teo ia do exo ausal o ditio si e ua o ou teo ia da e uival ia dos a te ede tes
causais: é considerada causa, toda conduta dolosa ou culposa que contribui para o resultado. A
ação é condição para o resultado.
• Causa Superveniente: ação ocorrida após a conduta do agente. Relativamente independente
de alguma forma ligada, mas alcança resultado por si mesma. Exclui a imputação, quando por si só
produziu o resultado, rompendo o nexo causal.
-TIPICIDADE: adequação de um fato, ou ima conduta a um tipo normativo. Os tipos podem ser
dolosos ou culposos.
ANTIJURIDICIDADE:
Contrário ao ordenamento jurídico. Contradição entre a conduta (típica) e a lei. Todo fato típico
presume-se antijurídico, desde que não haja causas de exclusão da antijuridicidade ou da ilicitude.
As principais causas estão descritas no artigo 23 CP:
- Legítima Defesa: pratica o fato para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito
próprio ou alheio, usando moderadamente dos meios necessários. Artigo 25CP.
- Estado De Necessidade: pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua
vontade, e nem poderia de outra forma evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício não seria
razoável exigir-se.
- Exercício Regular De Direito: age dentro dos limites permitidos pela lei.
- Estrito Cumprimento Dever Legal: dever legal é obrigação, e se age em razão estritamente do
dever legal, não responde por crime.
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
Descriminantes Putativas: são excludentes de ilicitude imaginária. O agente age achando que está
acobertado por justificação.(art. 20, §1º CP).
CULPABILIDADE:
Após analisarmos as teorias do crime, encontramos na teoria tripartida a culpabilidade como parte
integrante do crime (FATO TÍPICO+ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL), ou seja, para essa teoria, o sujeito
só comete crime se o fato estiver enquadramento legal, ser contrário a lei e que este possa receber
pena, caso contrário para essa teoria o sujeito nada praticou, não houve crime.
Para a teoria bipartida, temos que a culpabilidade É UM PRESSUPOSTO PARA A APLICAÇÃO DA
PENA, e sendo assim, o sujeito comete um fato típico e antijurídico, ocasião em que será verificada
a possibilidade de receber ou não punição, não deixando de existir o crime.
Pela TEORIA NORMATIVA PURA OU TEORIA DA CULPABILIDADE, o dolo e a culpa são relativos a
conduta, e a culpabilidade é obtida através dos seguintes elementos:
-Imputabilidade: o CP só traz a defi iç o de INIMPUTãVEL a t. 26CP , e t o a o t a io se su ,
temos que a imputabilidade é a capacidade do sujeito são e desenvolvido de ao tempo do crime,
entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse entendimento, podendo
assim receber pena.
-I i put veis: a tigo 28, aput CP. É ise to de pe a, ue ao te po do i e, e a
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com esse
e te di e to. Ex luída a pu i ilidade, ise ta o sujeito de pena, mas pode receber medida de
segurança, cuja sentença será absolutória imprópria. Absolve mas impõe tratamento.
-menoridade penal: Artigo 27 CP. A presunção é absoluta, em razão da idade, adotando o
sistema biológico do agente, respondendo se for o caso, por ato infrancional perante a Vara da
Infância e Juventude (ECA L.8069/90 com alterações introduzidas pela Lei 12010/2009).
- Embriaguez Acidental Completa Por Caso Fortuito Ou Força Maior: artigo 28 § 1º CP.
Não basta ter agido sob o estado de embriaguez, tem que ter atuado também sem capacidade de
entendimento, oportunidade que caberá absolvição sem aplicação de Medida de Segurança (Se
sofrer de psicose alcoólica pode ser aplicada MS).
-Potencial Consciência Sobre A Ilicitude Do Fato: é o conhecimento leigo que alguém possui de
que faz algo contrário ao direito. Deve-se provar que o agente não tinha e nem poderia ter
consciência de que fazia algo errado. Se isso ocorrer estaremos diante de ERRO DE PROIBIÇÃO
INEVITÁVEL, que exclui a culpabilidade, artigo 21 CP. Se evitável, apenas reduzirá a pena.
-Exigibilidade De Conduta Diversa: Alguém só pode ser punido, se era exigível conduta diversa
da que adotou. Ou seja, se qualquer pessoa adotaria conduta idêntica no lugar do agente, NÃO
HAVERÁ CULPABILIDADE.
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
CONCURSO DE PESSOAS
Também chamado de concurso de delinquentes ou concurso de agentes. É A COLABORAÇÃO
CIENTE E VOLUNTÁRIA DE DUAS OU MAIS PESSOAS NA PRÁTICA DA MESMA INFRAÇÃO PENAL. Há a
decisão comum para o resultado.
REQUISITOS:
- PLURALIDADE DE CONDUTAS E DE AGENTES
- RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS
- LIAME SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES (contribuição consciente de que ajuda na prática ilícita).
- IDENTIDADE DO CRIME: a infração penal deve ser igual para todos os concorrentes.
Partícipe: É AQUELE QUE EMBORA NÃO REALIZE A CONDUTA DESCRITA NO TIPO PENAL, CONCORRE
MORAL (induzindo/instigando) e MATERIALMENTE (auxílio material, emprestando carro, objetos,
etc...), para a realização do ilícito. Para que o partícipe possa ser punido, basta que o Autor tenha
praticado fato típico.
Coautoria: PRATICAM COMPORTAMENTO DEFINIDO COMO CRIME, NÃO SENDO NECESSÁRIO QUE
PRATIQUEM A MESMA AÇÃO, BASTANDO QUE CONTRIBUA DE FORMA SIGNIFICATIVA PARA O
RESULTADO COMUM.
NATUREZA JURÍDICA DO CONCURSO DE PESSOAS: O CP em seu artigo 29, adotou a teoria monista
ou unitária de participação punível, onde determina que todos, coautores e partícipes respondam
por um único crime na medida de sua culpabilidade.
EXCEÇÃO: ARTIGO 29, § 2º CP: onde um dos concorrentes queria participar de crime menos grave
do que aquele que acabou sendo cometido pelo outro concorrente.
Pelo CP mandante e autor intelectual não são autores porque não realizam diretamente a conduta
descrita no tipo penal, sendo partícipes. Teoria restritiva.
Das Penas
O art. 32 do Código Penal dispõe as seguintes espécies de penas:
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
-Multa: O sistema adotado é o sistema do dia-multa (art. 49 do CP). Por esse sistema, o juiz deve
fixar primeiro número de dias-multa e, depois, o valor de cada dia-multa, no mínimo, 10 e, no
máximo, 360 dias-multa e o valor do dia-multa –no mínimo 1/30 e, no máximo, 5 vezes o salário
mínimo mensal; dependendo da situação econômica do condenado o juiz pode aumentar esse
valor até o triplo (o parâmetro é a situação econômica do réu).
Pagamento: O pagamento da multa, segundo o art. 50 do CP, deve ser efetuado dentro de 10
dias, depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado, poderá ser
parcelado mensalmente, inclusive, deduzido diretamente do salário ou vencimento do réu. Porém,
o desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua
família (art. 50, § 2º, do CP).
QUESTÕES:
1- A legítima defesa exclui qual elemento do crime?
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
TESTE OAB
(2015/Banca: FGV/Exame de Ordem Unificado - XVI - Primeira Fase) Carlos e seu filho de dez anos
caminhavam por uma rua com pouco movimento e bastante escura, já de madrugada, quando são
surpreendidos com a vinda de um cão pitbull na direção deles. Quando o animal iniciou o ataque
contra a criança, Carlos, que estava armado e tinha autorização para assim se encontrar, efetuou
um disparo na direção do cão, que não foi atingido, ricocheteando a bala em uma pedra e
acabando por atingir o dono do animal, Leandro, que chegava correndo em sua busca, pois notou
que ele fugira clandestinamente da casa. A vítima atingida veio a falecer, ficando constatado que
Carlos não teria outro modo de agir para evitar o ataque do cão contra o seu filho, não sendo sua
conduta tachada de descuidada. Diante desse quadro, assinale a opção que apresenta situação
jurídica de Carlos.
a)Carlos atuou em legítima defesa de seu filho, devendo responder, porém, pela morte de Leandro.
b)Carlos atuou em estado de necessidade defensivo, devendo responder, porém, pela morte de
Leandro.
c) Carlos atuou em estado de necessidade e não deve responder pela morte de Leandro.
d)Carlos atuou em estado de necessidade putativo, razão pela qual não deve responder pela morte
de Leandro.
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DIREITO CIVIL
PROF. MARCIO PEREIRA
Parte Geral
Livro I das Pessoas
1. Naturais ou fisicas – todo ser humano com aptidão para adquirir direitos e
obrigações;
2. Juridicas (coletivas);
Nascituro não tem personalidade civil, vez que ele não é sujeito de direito, o mesmo
tem apenas uma expectativa de direito.
Capacidade:
1. Direito – gozo – é a aptidão para dquirir direitos e contrair deveres, bastando nascer
com vida;
2. Fato – exercicio ou de ação – é a aptidão para exercer os atos da vida civil;
Capacidade plena
1
DIREITO CIVIL
PROF. MARCIO PEREIRA
Se ele pratica o ato sem a devida representação ele é nulo. A vontade deve ser
acompanhada devendo ser assistido.
Obs: o menor entre 16 e 18 anos não poderá invocar a sua idade que dolosamente
a ocultou ou se declarou maior para eximir-se de uma obrigação – art 180 do CC –
ninguém poderá se beneficiar da própria torpeza.
Da cessação da incapacidade
Especieis de Emancipação:
1. Voluntária –é aquela concedida pro ambos os pais, desde que o menor tenha no
minimo 16 anos – devendo ser formal por escritura publica – independente de
homologação judicial.
2. Judicial – é aquela concedida pelo juiz desde que completados 16 anos.
3. Legal – é aquela que se dá automaticamente pelos fatos previstos em lei.
Se for comprovado que a emancipação for mediante coação ela será anulada e
continuará sendo irrevogável.
Se a mãe não quer emancipar e o pai quer – é necessário ingressar com ação para
obter o suprimento da recusa injustificada da mãe.
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DIREITO CIVIL
PROF. MARCIO PEREIRA
São todos aqueles inerentes a toda e qualquer pessoa humana, honra, privacidade,
liberdade de pensamento religiosa.
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DIREITO CIVIL
PROF. MARCIO PEREIRA
7. Oponivel ergaomnes
8. Vitaliciedade
9. Extra patrimonialidade
Ninguém pode ser constrangido com risco de vida submeter-se a tratamento médico,
procedimento cirúrgico, ex transfusão de sangue.
Podendo sem a disposição gratuita do próprio corpo ou parte do corpo, para depois
sua morte com o objetivo auto extrincico ou cientifico.
Obs: o código civil adotou a teoria da realidade técnica, quanto a natureza jurídica
art 40 e seguintes.
Pessoa jurídica não comete crime em regra, haja vista no âmbito penal a PJ ser uma
ficação, salvo nas hipótese de crime ambiental, ordem econômica financeira e
tributária.
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DIREITO CIVIL
PROF. MARCIO PEREIRA
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DIREITO CIVL
PROF.MARCIO PEREIRA
Quanto ao efeito à doação pura ela é unilateral, pois ela gera efeito apenas para
o doador.
Dica: Reserva Mental – ocorre a reserva mental quando aquele que manifestou
sua vontade reserva para si sua real vontade. É dizer subsistirá a manifestação de vontade
ainda que seu autor tenha feito à reserva mental de não querer o que não manifestou salvo,
se o destinatário conhecia da reserva mental. Art. 110 do CC1.
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DIREITO CIVL
PROF.MARCIO PEREIRA
Quando o juiz reconhece que o negócio é nulo a sentença tem efeito ex tunc –
retroage a data do negócio.
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DIREITO CIVL
PROF.MARCIO PEREIRA
Coação moral
Acontece quando a vítima passa por pressão psicológica para praticar o negócio
jurídico.
Exemplo: Casamento feito por pressão do pai da noiva.
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DIREITO CIVL
PROF.MARCIO PEREIRA
E. Lesão - De acordo com o artigo 1577, ocorre lesão quando uma pessoa, sob
premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta.
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DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
1
DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
2
DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
3
DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
Classificação:
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DIREITO CIVIL
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MATÉRIA: DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO
NATUREZA JURÍDICA
Tem natureza privada pois depende da vontade particular das
pessoas, mas, existe o interesse público na constituição da família
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MATÉRIA: DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
NOME
§ 1o Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu
o sobrenome do outro. (Art.1565)
Art. 55. Quando o declarante não indicar o nome completo, o
oficial lançará adiante do prenome escolhido o nome do pai, e na falta, o
da mãe, se forem conhecidos e não o impedir a condição de
ilegitimidade, salvo reconhecimento no ato.
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MATÉRIA: DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO
O casamento se realiza no momento que o juiz os declara
casados (1514). A solenidade deve ter portas abertas e duas
testemunhas, se alguém não souber assinar, serão 4. Se em prédio
particular serão 4 testemunhas.
Art. 1.534. A solenidade-se-á na sede do cartório, com toda
publicidade, a portas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas,
parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo
a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este
de portas abertas durante o ato.
§2º Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo
anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder escrever.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por
procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do
registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que
pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o
casamento, nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos
acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher,
eu, em nome da lei, vos declaro casados”.
SUSPENSÃO DO CASAMENTO
O casamento será suspenso se algum dos contraentes recusar,
manifestar-se arrependido ou declarar que não é de sua livre e
espontânea vontade. Não pode se retratar no mesmo dia.
Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente
suspensa se algum dos contraentes:
I - recusar a solene afirmação da sua vontade;
II - declarar que esta não é livre e espontânea;
III - manifestar-se arrependido.
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos
mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será
admitido a retratar-se no mesmo dia.
REGIME DE BENS
É o Estatuto que regula as relações patrimoniais entre os
cônjuges e terceiros. Se os cônjuges optarem por nenhum regime, será
atribuído o regime Legal (Parcial).
Características:
1- VARIEDADE DE REGIMES PRÉ-ESTABELECIDOS (a lei
oferece alguns regimes de bens);
2- LIBERDADE CONVENCIONAL;
3- MUTABILIDADE CONTROLADA (hoje os cônjuges podem
pedir para o Juiz, para durante o casamento, mudar o regime de bens
do casamento);
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MATÉRIA: DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
PACTO ANTENUPCIAL
É realizado por escritura pública e seus efeitos começam a
valer depois do casamento.
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se não for feito por
escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento.
No pacto permite fazer doações ao outro cônjuge. Tornando
este bem incomunicável.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: IV - as doações
antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de
incomunicabilidade;
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MATÉRIA: DIREITO CIVIL
PROF.: MARCIO PEREIRA
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
-Remição
O condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá remir parte do
tempo de execução da pena pelo trabalho (art. 126, caput, da LEP). Contagem do tempo: para
cada 3 (três) dias de trabalho o preso irá remir 1 (um) dia de pena (art. 126, § 1º, inciso II da
LEP).
Pelo estudo, 1 (um) dia de pena a cada 12 (doze) horas de frequência escolar - atividade de
ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional - divididas, no mínimo, em 3 (três) dias; ( art. 126, § 1º, inciso I da LEP – Súmula n.
1 do “TJ, p ev ue a f e u ia a u so de e si o fo al ausa de e ição de pa te do
te po de exe ução de pe a so egi e fe hado ou se ia e to ).
- Progressão de regime: Consoante dispõe o art. 112 da LEP, a pena privativa de liberdade será
cumprida na forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso. Para a
progressão basta o atendimento de dois requisitos: cumprimento de ao menos 1/6 da pena no
regime anterior e bom comportamento carcerário (comprovado pelo diretor do
estabelecimento), devendo a decisão ser motivada e precedida de manifestação do MP e do
defensor.
Lei n. 8.072/90 – Lei dos Crimes Hediondos – aqui a pena será cumprida inicialmente em regime
fechado e a progressão dar-se-á após o cumprimento de 2/5 da pena (para o condenado
primário) e de 3/5 da pena (para o condenado reincidente).
Crimes contra a administração pública – O condenado por crime contra a administração pública
terá a progressão de regime condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do
produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais (art. 33, § 4º do CP).
1
DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
-Livramento condicional
Trata-se de verdadeira antecipação da liberdade, visando à reinserção social, mediante certas
condições, conferida ao condenado que já cumpriu parte da pena imposta. Dessa maneira, o
beneficiário deverá demonstrar que detém condições para viver em liberdade. É uma forma
especial de execução da pena privativa de liberdade. Se até o término do período, o livramento
não for revogado, será extinta a pena privativa de liberdade (art. 90 do CP).
Extinção de Punibilidade
Punibilidade nada mais é que a possibilidade jurídica de o Estado impor pena ao autor culpável
de um crime. Muitas vezes, porém, tal não ocorre. Diante de causa extintiva da punibilidade, o
Estado estará impedido de desempenhar seu papel de repressão à prática delitiva. Podemos
conceituar causa extintiva de punibilidade como aquela que extingue o direito de punir estatal,
impedindo a imposição de pena. E extinção de punibilidade como a perda, por parte do Estado,
do exercício do poder-dever de punir.
QUESTÕES:
1- O que é remição?
2- Se o reeducando concluir o ensino médio no curso do cumprimento de sua pena, haverá
remição?
3- O que se entende por detração?
4- Quais os requisitos do sursis?
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DIREITO PENAL
PRISCILA SILVEIRA
5- Quais as espécie
s de suspensão condicional da pena?
6- No caso de suspensão condicional do processo, se o reeducando cumpra as condições
impostas, o que ocorrerá com a pena?
7- Quais as diferenças entre progressão de regime e livramento condicional?
8- É possível progressão de regime e livramento condicional aos crimes hediondos?
9- Quais as causas extintivas de punibilidade elencadas no rol do artigo 107 do CP?
10- Quais as espécies de prescrição?
TESTE OAB
(2015/ Banca: FGV/ Órgão: OAB/Prova: Exame de Ordem Unificado - XVII - Primeira Fase)
Marcus foi definitivamente condenado pela prática de um crime de roubo simples à pena
privativa de liberdade de quatro anos de reclusão e multa de dez dias. Apesar de reincidente,
em razão de condenação definitiva pretérita pelo delito de furto, Marcus confessou a prática
do delito, razão pela qual sua pena foi fixada no mínimo legal. Após cumprimento de
determinado período de sanção penal, pretende o apenado obter o benefício do livramento
condicional. Considerando o crime praticado e a hipótese narrada, é correto afirmar que
a)Marcus não faz jus ao livramento condicional, pois condenado por crime doloso praticado
com violência ou grave ameaça à pessoa.
b)O livramento condicional pode ser concedido pelo juiz da condenação logo quando proferida
sentença condenatória.
c)Não é cabível livramento condicional para Marcus, tendo em vista que é condenado
reincidente em crime doloso.
d)Ainda que praticada falta grave, Marcus não terá o seu prazo de contagem para concessão do
livramento condicional interrompido.
3
DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
A nova legislação tributária é aplicável aos fatos futuros e aos pendentes, mas
não aos passados (princípio da irretroatividade). No entanto, há 02 (duas) exceções:
Ex: Uma nova lei reduz a alíquota do imposto de 20% para 10% e o percentual
de multa de 100% para 50%. Assim, em relação aos fatos passados, aplica-se 20% de
alíquota, mas 50% de multa. No entanto, essa retroatividade não é tão ampla quanto a
do Direito Penal, pois só alcança os atos ainda não definitivamente julgados. A
definitividade, segundo a doutrina e a jurisprudência, se dá em âmbito judicial (é a
coisa julgada).
1
DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
INTEGRAÇÃO
Integrar é preencher lacuna. É dizer o Direito, no caso concreto, na ausência de
norma geral. No Direito Tributário, o aplicador deve utilizar os seguintes meio de
integração, na seguinte ordem:
Ex: Se a lei fixa uma alíquota para vagões de trem, essa alíquota não pode ser
utilizada para exigir tributo sobre vagões de Metrô.
Ex: Um IPTU de R$ 30.000,00 sobre uma mansão nos Jardins, mas único bem
recebido por herança por uma senhora com dois salários mínimos, não pode ser
dispensado.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Ex: Preencher uma declaração (obrigação de fazer), não rasurar livros fiscais
(obrigação de não-fazer).
2
DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
Ex: Um vizinho não pode ser eleito pela lei como responsável pelo pagamento
do IPTU do outro vizinho porque não tem nenhuma relação com esse fato.
Ex: Uma pessoa física, quando paga o serviço prestado por um autônomo, tem
relação indireta com o fato de o autônomo auferir renda, mas não tem responsabilidade
pelo IR por ausência de previsão legal.
Ex: Já a pessoa jurídica tem que reter o IR porque assim determina a lei, e, nessa
condição, é responsável.
CONVENÇÕES PARTICULARES
SOLIDARIEDADE
Isso não ocorre no lado ativo e, assim, não há solidariedade ativa. Contudo, há 2
hipóteses de solidariedade passiva:
3
DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
EFEITOS DA SOLIDARIEDADE
LANÇAMENTO1
Qual é a natureza jurídica do lançamento? Se não me engano, há 3 correntes: a) declaratória; b) constitutiva; e c) declaratória-constitutiva. Se não
me engano, prevalece a terceira corrente.
4
DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
MODALIDADES DE LANÇAMENTO
A homologação pode ser: (i) expressa; ou (ii) tácita (por decurso de prazo).
5
DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
SUSPENDEM A EXIGIBILIDADE
(MODERECOPA)
1.1) A moratória;
1.2) Depósito do montante integral (autolançamento);
1.3) Reclamações e recursos nos termos da lei que regula o processo
administrativo-fiscal;
1.4) Liminar em Mandado de Segurança;
1.5) Liminares e tutelas antecipadas nas demais ações judiciais; e
1.6) Parcelamento.
6
DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
a) Decisão em Agravo;
b) Decisão de primeiro e segundo graus em MS;
c) Decisão de segundo grau nas ações de conhecimento.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Súmula 373, STJ: É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.
SV 21, STF: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
DECADÊNCIA
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
PRESCRIÇÃO
1) Isenção; e
2) Anistia.
ISENÇÃO
Art. 2º, §3º, LEF: A inscrição em dívida ativa suspende a prescrição pelo prazo de 180 dias ou até a distribuição da execução se essa ocorrer antes.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
Exemplo: Uma lei publicada em 2012 que dispensa o IPTU 2011 é de remissão,
enquanto a que dispensa o IPTU 2013 é de isenção.
DIREITO ADQUIRIDO
A isenção concedida por prazo certo e sob condição onerosa não pode ser
revogada. Na verdade, a lei pode ser revogada, mas aquele que cumpriu as condições
tem direito adquirido à isenção pelo resto do prazo.
Exemplo: uma lei concede por 10 (dez) anos isenção de IPI para novas
montadoras que criarem 5000 (cinco mil) empregos. A Ferrari se instala no país e cria
os empregos. Dois anos depois a lei é revogada. Assim, novas montadoras não obterão
os benefícios, mas a Ferrari, se mantiver os empregos, terá direito por mais 8 (oito)
anos.
ANISTIA
a) Crimes e contravenções;
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
A nova legislação tributária é aplicável aos fatos futuros e aos pendentes, mas
não aos passados (princípio da irretroatividade). No entanto, há 02 (duas) exceções:
Ex: Uma nova lei reduz a alíquota do imposto de 20% para 10% e o percentual
de multa de 100% para 50%. Assim, em relação aos fatos passados, aplica-se 20% de
alíquota, mas 50% de multa. No entanto, essa retroatividade não é tão ampla quanto a
do Direito Penal, pois só alcança os atos ainda não definitivamente julgados. A
definitividade, segundo a doutrina e a jurisprudência, se dá em âmbito judicial (é a
coisa julgada).
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
INTEGRAÇÃO
Integrar é preencher lacuna. É dizer o Direito, no caso concreto, na ausência de
norma geral. No Direito Tributário, o aplicador deve utilizar os seguintes meio de
integração, na seguinte ordem:
Ex: Se a lei fixa uma alíquota para vagões de trem, essa alíquota não pode ser
utilizada para exigir tributo sobre vagões de Metrô.
Ex: Um IPTU de R$ 30.000,00 sobre uma mansão nos Jardins, mas único bem
recebido por herança por uma senhora com dois salários mínimos, não pode ser
dispensado.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Ex: Preencher uma declaração (obrigação de fazer), não rasurar livros fiscais
(obrigação de não-fazer).
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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Ex: Um vizinho não pode ser eleito pela lei como responsável pelo pagamento
do IPTU do outro vizinho porque não tem nenhuma relação com esse fato.
Ex: Uma pessoa física, quando paga o serviço prestado por um autônomo, tem
relação indireta com o fato de o autônomo auferir renda, mas não tem responsabilidade
pelo IR por ausência de previsão legal.
Ex: Já a pessoa jurídica tem que reter o IR porque assim determina a lei, e, nessa
condição, é responsável.
CONVENÇÕES PARTICULARES
SOLIDARIEDADE
Isso não ocorre no lado ativo e, assim, não há solidariedade ativa. Contudo, há 2
hipóteses de solidariedade passiva:
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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EFEITOS DA SOLIDARIEDADE
LANÇAMENTO1
Qual é a natureza jurídica do lançamento? Se não me engano, há 3 correntes: a) declaratória; b) constitutiva; e c) declaratória-constitutiva. Se não
me engano, prevalece a terceira corrente.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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MODALIDADES DE LANÇAMENTO
A homologação pode ser: (i) expressa; ou (ii) tácita (por decurso de prazo).
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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SUSPENDEM A EXIGIBILIDADE
(MODERECOPA)
1.1) A moratória;
1.2) Depósito do montante integral (autolançamento);
1.3) Reclamações e recursos nos termos da lei que regula o processo
administrativo-fiscal;
1.4) Liminar em Mandado de Segurança;
1.5) Liminares e tutelas antecipadas nas demais ações judiciais; e
1.6) Parcelamento.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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a) Decisão em Agravo;
b) Decisão de primeiro e segundo graus em MS;
c) Decisão de segundo grau nas ações de conhecimento.
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA
Súmula 373, STJ: É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo.
SV 21, STF: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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DECADÊNCIA
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DIREITO TRIBUTÁRIO
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PRESCRIÇÃO
1) Isenção; e
2) Anistia.
ISENÇÃO
Art. 2º, §3º, LEF: A inscrição em dívida ativa suspende a prescrição pelo prazo de 180 dias ou até a distribuição da execução se essa ocorrer antes.
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
Exemplo: Uma lei publicada em 2012 que dispensa o IPTU 2011 é de remissão,
enquanto a que dispensa o IPTU 2013 é de isenção.
DIREITO ADQUIRIDO
A isenção concedida por prazo certo e sob condição onerosa não pode ser
revogada. Na verdade, a lei pode ser revogada, mas aquele que cumpriu as condições
tem direito adquirido à isenção pelo resto do prazo.
Exemplo: uma lei concede por 10 (dez) anos isenção de IPI para novas
montadoras que criarem 5000 (cinco mil) empregos. A Ferrari se instala no país e cria
os empregos. Dois anos depois a lei é revogada. Assim, novas montadoras não obterão
os benefícios, mas a Ferrari, se mantiver os empregos, terá direito por mais 8 (oito)
anos.
ANISTIA
a) Crimes e contravenções;
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DIREITO TRIBUTÁRIO
PROF. ALEXANDRE BELUCHI
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MATÉRIA: DIREITO DO TRABALHO
PROF.: MARCIA GEMAQUE
DIREITO DO TRABALHO
CONCEITO:
É exclusivo da relação de emprego que obrigatoriamente
decorre de um contrato, entre empregado e empregador e que
obrigatoriamente exige CTPS.
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MATÉRIA: DIREITO DO TRABALHO
PROF.: MARCIA GEMAQUE
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MATÉRIA: DIREITO DO TRABALHO
PROF.: MARCIA GEMAQUE
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MATÉRIA: DIREITO DO TRABALHO
PROF.: MARCIA GEMAQUE
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO
A remuneração, caput do art. 457 e § 3º14, CLT e súmula 35415,
TST, é a soma do salário com as gorjetas pagas pelo empregador ou
por terceiro. E a base para recolhimento de FGTS, porém o salário é
base para INSS, 13º, férias, aviso prévio, horas-extras, adicional
noturno, adicional de transferência. O salário é a soma de todas as
parcelas pagas pelo empregador aos empregados em caráter habitual e
como contraprestação pelos serviços prestados de forma subordinada
pelo empregado.
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MATÉRIA: DIREITO DO TRABALHO
PROF.: MARCIA GEMAQUE
PRINCÍPIOS:
Impenhorabilidade
O salário não pode sofrer penhora, nem parte do salário
aplicada em poupança, sob pena de MS, porém, pode haver penhora
nas hipóteses do art. 462.
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MATÉRIA: DIREITO DO TRABALHO
PROF.: MARCIA GEMAQUE
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROF. SERGIO CANTAL
Curso OAB
E.C.A.
- INTRODUÇÃO
Inicialmente a proteção dos menores era feita através do Código de Menores (Lei 6.697/79).
Basicamente, trava-se de um diploma que estabelecia normatização para o menor em situação
irregular. Este documento em várias passagens não foi recepcionado pela Constituição Federal de
1988. A Lei 8.069/90 revogou o aludido documento legal e, estando em consonância com a
Constituição Federal criou um verdadeiro micro sistema com a previsão de normas pricipiológicas,
civis, penais administrativas, trabalhistas e processuais.
- PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Fora todos os princípios previstos no art. 5º da C.F., especificamente aos sujeitos do E.C.A.
três princípio norteiam o tratamento da matéria:
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROF. SERGIO CANTAL
Todas as ações que sejam realizadas devem priorizar o melhor interesse da criança e do
adolescente
Regra:
a) criança : até 12 anos incompletos;
b) adolescente: entre 12 e 18 anos;
Exceção
a) nascituro;
b) gestante;
c) art. 40;
d) art. 104, parágrafo único;
e) art. 121, §3º;
Art. 19/59
A criança e o adolescente tem direito ao acolhimento em sua família (natural ou ampliada) ou
na sua família substituta.
A manutenção ou reintegração da criança/adolescente no seio de sua família prefere qq.
outra providência.
Provisoriamente (fora as dias situações acima citadas), cabe o acolhimento familiar e o
institucional no máximo por 2 anos (salvo comprovada necessidade) e sendo a situação reavaliada
no máximo a cada 6 meses.
A criança e o adolescente tem direito de conviver com seu pai/mãe que cumprem pena
privativa de liberdade através de visitas periódicas.
Não se aceita mais a nomenclatura de filho bastardo (art. 20)
A falta de carência de recursos não é motivo para a perda ou suspensão do poder familiar.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROF. SERGIO CANTAL
I - FAMÍLIA NATURAL
Comunidade formada pelos pais ou qq. deles e seus ascendentes
Família extensa ou ampliada: aquela que se estende para além da unidade pais e filhos,
formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos
de afinidade e afetividade.
II - FAMÍLIA SUBSTITUTA
Se dá através da:
- Guarda;
- Tutela;
- Adoção.
Regras gerais
1 - oitiva do menor sempre que possível (art. 28, §1º).
2 - maior de 12 anos é necessário seu consentimento (art. 28, §2º).
3 - colocação em família estrangeira: só na modalidade da adoção (art. 31).
4 - grupo de irmãos devem ficar juntos, via de regra (art. 28, §4º).
Guarda
- A guarda destina-se a regularizar a posse de fato.
Regra: a guarda tem lugar durante o procedimento de tutela e adoção (salvo a internacional).
Exceção: a guarda tem lugar para situações para suprir eventual falta dos pais.
- Gera o dever de assistência material, moral e educacional.
- O detentor pode se opor a terceiros, inclusive aos pais.
- O acolhimento familiar tem preferência ao acolhimento institucional.
Tutela
- Pressupõe a suspensão ou a perda do pátrio poder
- Para pessoas com mais de 18 anos
Adoção
- Só como medida excepcional (primeiro família natural ou extensa)
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROF. SERGIO CANTAL
- É medida irrevogável
- Adotando: máximo de 18 anos, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes
- Adotantes:
mais de 18 anos;
diferença mínima de 16 anos entre adotante e adotando;
irmão e ascendente não pode
a) Conjunta (Casamento ou união estável, do mesmo sexo ou não)
b) Unilateral
c) Divorciados ou separados judicialmente: art. 42, §4º - possível desde que o estágio de
convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência.
- Adoção "post mortem": adoção deferida ao adotante que após inequívoca manifestação de
vontade, vier a falecer no curso do procedimento antes de prolatada a sentença (art. 42, §6º).
- Procedimento:
Somente Judicial
Via de regra depende do consentimento dos pais biológicos (art. 166 e §§).
Estágio de convivência (art. 46): internacional (mínimo de 30 dias); nacional (pode até ser
dispensado)
Sentença judicial
1 - Ação constitutiva;
2 - O vínculo se estabelece com a sentença
3 - A adoção produz efeitos a partir do trânsito em julgado, salvo nos caos de adoção "post
mortem" que tem força retroativa á data do óbito
4 - Nome: inscrição no registro com alteração do sobre nome. Pode ser alterado o prenome.
*OBS: a criança e o adolescente tem direito ao conhecimento de sua origem genética (art. 48)
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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5 - Para adotar precisa estar no cadastro, salvo adoção unilateral; família extensa; quem
detém a guarda ou a tutela de criança de mais de 3 anos e que tenha convivência apta a
demonstrar afinidade e afetividade.
- Adoção internacional
Pessoa ou casal que é residente ou domiciliada fora do Brasil (brasileiro ou estrangeiro)
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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Viagem ao exterior:
1) ambos os pais
2) um só pai com autorização do outro
3) com autorização judicial
MEDIDAS DE PROTEÇÃO
art. 98 e ss.
Quando a criança ou o adolescente estiver em "situação de risco" (art. 98).
I - por ação ou omissão do Estado ou da sociedade;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta (da criança /adolescente)
I - SÓ PARA CRIANÇA
Art. 101, VII, VIII e IX
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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CONSELHO TUTELAR
Art. 131 e ss
- órgão autônomo e permanente
- órgão municipal (não faz parte do Poder Judiciário)
- 5 membros (mandato de 4 anos, permitida uma recondução)
- eleição
- remuneração
* OBSERVAÇÃO
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DIREITO DO CONSUMIDOR
Prof. Mario Chiuvite
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DIREITO DO CONSUMIDOR
Prof. Mario Chiuvite
de um serviço
Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
• No STJ prevalece a teoria finalista segundo a qual o consumidor é aquele que adquire ou
utiliza produto ou serviço para consumo próprio. Mas o próprio STJ atenua essa teoria pelo
reconhecimento de que profissionais ou PJ’s poderão ser consumidores quando estiver
comprovada sua vulnerabilidade diante do caso concreto. (ver RESP 476.428)
Mas há os consumidores por equiparação.
Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja
intervindo nas relações de consumo.
Também são consumidores por equiparação todas as vítimas do evento (art. 17, CDC). São as
vítimas de um acidente de consumo. Exemplo acidente Eduardo Campos.
E, por fim, equiparam-se a consumidores todas as pessoas, determináveis ou não, expostas às
práticas comerciais e contratuais abusivas (art. 29, CDC). Ex.: Pessoas que foram colocadas expostas
a uma publicidade enganosa. Não precisa alguém efetivamente se sentir enganado. Basta a
potencialidade de enganar.
Caiu na OAB:
(XVII EXAME UNIFICADO – OAB FGV) Saulo e Bianca são casados há quinze anos e, há dez,
decidiram ingressar no ramo das festas de casamento, produzindo os chamados “bem-casados”,
deliciosos doces recheados oferecidos aos convidados ao final da festa. Saulo e Bianca não
possuem registro da atividade empresarial desenvolvida, sendo essa a fonte única de renda da
família. No mês passado, os noivos Carla e Jair encomendaram ao casal uma centena de “bem-
casados” no sabor doce de leite. A encomenda foi entregue conforme contratado, no dia do
casamento. Contudo, diversos convidados que ingeriram os quitutes sofreram infecção
gastrointestinal, já que o produto estava estragado. A impropriedade do produto para o consumo foi
comprovada por perícia técnica. Com base no caso narrado, assinale a alternativa correta.
(A) O casal Saulo e Bianca se enquadra no conceito de fornecedor do Código do Consumidor, pois
fornecem produtos com habitualidade e onerosidade, sendo que apenas Carla e Jair, na qualidade
de consumidores indiretos, poderão pleitear indenização.
(B) Embora a empresa do casal Saulo e Bianca não esteja devidamente registrada na Junta
Comercial, pode ser considerada fornecedora à luz do Código do Consumidor, e os convidados do
casamento, na qualidade de consumidores por equiparação, poderão pedir indenização
diretamente àqueles.
(C) O Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao caso, sendo certo que tanto Carla e Jair
quanto seus convidados intoxicados são consumidores por equiparação e poderão pedir
indenização, porém a inversão do ônus da prova só se aplica em favor de Carla e Jair, contratantes
diretos.
(D) A atividade desenvolvida pelo casal Saulo e Bianca não está oficialmente registrada na Junta
Comercial e, portanto, por ser ente despersonalizado, não se enquadra no conceito legal de
fornecedor da lei do consumidor, aplicando-se ao caso as regras atinentes aos vícios redibitórios
do Código Civil.
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DIREITO DO CONSUMIDOR
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DIREITO DO CONSUMIDOR
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consumidores em número compatível com a gravidade do dano, caberá aos legitimados coletivos
promover a liquidação e execução da indenização devida, cujo produto será revertido para o fundo
O produto da indenização devida reverterá para o Fundo de Defesa de Direitos Difusos, criado
pelo Decreto 1306 de 9 de novembro de 1994, criado com fundamento na Lei n.° 7.347, de 24 de
julho de 1985.
A COISA JULGADA NA TUTELA COLETIVA
Nas ações coletivas a coisa julgada terá características especiais:
I – no caso dos interesses difusos, a coisa julgada terá efeitos erga omnes, com exceção da
hipótese da improcedência do pedido por insuficiência probatória, quando qualquer legitimado
poderá ingressar com nova ação, desde que haja prova nova.
II – no caso dos interesses coletivos stricto sensu, a coisa julgada terá efeitos ultra partes
limitado aos membros do grupo, categoria ou classe unidos por enlace jurídico, também com exceção
da hipótese de improcedência por insuficiência probatória;
III – no caso dos interesses individuais homogêneos, a coisa julgara terá efeitos erga omnes
unicamente na hipótese da procedência do pedido, que servirá para todas as vítimas e seus
sucessores. Na hipótese de improcedência do pedido, todos os interessados que não tiverem
intervindo como litisconsortes poderão propor ação de indenização individual, já que não haverá
eficácia erga omnes.
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DIREITO DO CONSUMIDOR
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O FORNECEDOR
Fornecedor, nos termos do art. 3º do CDC, é toda pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, nacional ou estrangeira, ou mesmo os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade
de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
De acordo com o art. 3º do Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/06), será fornecedor por
equiparação a entidade responsável pela organização da competição (a CBF, por exemplo), bem
como a entidade de prática desportiva detentora do mando de jogo (o multicampeão Juventus da
Mooca, por exemplo).
Produto é qualquer bem colocado no mercado de consumo, seja móvel ou imóvel, material
ou imaterial, novo ou usado, principal ou acessório, inclusive a amostra grátis.
Serviço, de outro lado, é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, com exceção
daquelas decorrentes de relações trabalhistas. A remuneração será poderá ser direta ou mesmo
indireta (como na gratuidade do estacionamento em hipermercado). Em regra, o serviço não
remunerado não caracteriza relação de consumo, como no caso da prestação de serviço comunitário
gratuito. Não posso, por exemplo, ingressar com ação de contrato descumprido contra pessoa que
gratuitamente se oferece para pintar um muro, mas deixa o trabalho pela metade.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO FORNECEDOR NAS RELAÇÕES DE CONSUMO
A regra no CDC é que o fornecedor (fabricante, produtor, construtor ou importador)
responderá objetivamente, isto é, independentemente da prova de dolo ou culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como
por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos (responsabilidade pelo
fato do produto ou serviço). São, assim, basicamente, três os requisitos para a conformação da culpa
do fornecedor:
(1) Que o produto ou serviço apresente defeito;
(2) Que haja prejuízo ao consumidor; e
(3) Que se estabeleça uma relação de causalidade entre o defeito e o prejuízo.
O produto será considerado defeituoso quando não oferecer a segurança que dele
legitimamente se espera (ele gera risco para o consumidor).
(XV EXAME UNIFICADO – OAB FGV) Carmen adquiriu veículo zero quilômetro com dispositivo de
segurança denominado airbag do motorista, apenas para o caso de colisões frontais. Cerca de dois meses
após a aquisição do bem, o veículo de Carmen sofreu colisão traseira, e a motorista teve seu rosto
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DIREITO DO CONSUMIDOR
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arremessado contra o volante, causando-lhe escoriações leves. A consumidora ingres medida judicial em
face do fabricante, buscando a reparação pelos danos materiais e morais que sofrera, alegando ser o produto
defeituoso, já que o airbag não foi acionado quando da ocorrência da colisão. A perícia constatou colisão
traseira e em velocidade inferior à necessária para o acionamento do dispositivo de segurança. Carmen
invocou a inversão do ônus da prova contra o fabricante, o que foi indeferido pelo juiz. Analise o caso à luz da
Lei nº 8.078/90 e assinale a afirmativa correta.
A) Cabe inversão do ônus da prova em favor da consumidora, por expressa determinação legal, não
podendo, em qualquer hipótese, o julgador negar tal pleito.
B) Falta legitimação, merecendo a extinção do processo sem resolução do mérito, uma vez que o
responsável civil reparação é o comerciante, no caso, a concessionária de veículos.
C) A responsabilidade civil do fabricante é objetiva e independe de culpa; por isso, será cabível indenização à
vítima consumidora, mesmo que esta não tenha conseguido comprovar a colisão dianteira.
D) O produto não poderá ser caracterizado como defeituoso, inexistindo obrigação do fabricante de indenizar
a consumidora, já que, nos autos, há apenas provas de colisão traseira.
Em regra, o comerciante não será responsabilizado por defeito do produto. Contudo, nos
moldes do art. 13 do CDC, quando houver problema com a identificação do produto, isto é, quando o
fabricante, o construtor, o produto ou o importador não puderem ser identificados ou quando o
produto for fornecido sem essa identificação, ou quando o comerciante não conservar
adequadamente os produtos perecíveis. Será permitido ao comerciante, no entanto, na hipótese de
problema com a identificação do produto especialmente, exercer o direito de regresso contra os
demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso.
O serviço não será considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas e nem o produto
será considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado
(não posso dizer que meu celular antigo tem defeito por não funcionar na rede 4G, por exemplo).
No caso dos profissionais liberais, por expressa previsão legal, sua responsabilização pessoal
dependerá da verificação de culpa no caso concreto (art. 14, § 4º, CDC).
Caiu na OAB:
(XVI EXAME UNIFICADO – OAB FGV) A responsabilidade civil dos fornecedores de serviços e produtos,
estabelecida pelo Código do Consumidor, reconheceu a relação jurídica qualificada pela presença de uma
parte vulnerável, devendo ser observados os princípios da boa-fé, lealdade contratual, dignidade da pessoa
humana e equidade. A respeito da temática, assinale a afirmativa correta.
A) A responsabilidade civil subjetiva dos fabricantes impõe ao consumidor a comprovação da existência de
nexo de causalidade que o vincule ao comprovação da culpa, invertendo que tange ao resultado danoso
suportado.
B) A responsabilidade civil do fabricante é subjetiva e subsidiária quando o comerciante é identificado e
encontrado para responder pelo vício cabendo ao segundo a responsabilidade civil objetiva.
C) A responsabilidade civil objetiva do fabricante somente poderá ser imputada se houver demonstração dos
elementos mínimos que comprovem o nexo de causalidade que justifique a ação pro consumidor.
D) A inversão do ônus da prova nas relações de consumo é questão de ordem pública e de imputação
imediata, cabendo ao fabricante a carga probatória frente ao consumidor, em razão da responsabilidade civil
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DIREITO DO CONSUMIDOR
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objetiva.
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DIREITO DO CONSUMIDOR
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do preço. Na primeira hipótese, a reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros
devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor.
Caiu na OAB:
(XIV EXAME UNIFICADO – OAB FGV) Um homem foi submetido a cirurgia para remoção de cálculos renais
em hospital privado. A intervenção foi realizada por equipe médica não integrante dos quadros de
funcionários do referido hospital, apesar de ter sido indicada por esse mesmo hospital. Durante o
procedimento, houve perfuração do fígado do paciente, verificada somente três dias após a cirurgia, motivo
pelo qual o homem teve que se submeter a novo procedimento cirúrgico, que lhe deixou uma grande cicatriz
na região abdominal. O paciente ingressou com ação judicial em face do hospital, visando a indenização por
danos morais e estéticos. Partindo dessa narrativa, assinale a opção correta.
A) O hospital responde objetivamente pelos danos morais e estéticos decorrentes do erro médico, tendo em
vista que ele indicou a equipe médica.
B) O hospital responderá pelos danos, mas de forma alternativa, não se acumulando os danos morais e
estéticos, sob pena de enriquecimento ilícito do autor.
C) O hospital não responderá pelos danos, uma vez que se trata de responsabilidade objetiva da equipe
médica, sendo o hospital parte ilegítima na ação porque apenas prestou serviço de instalações e
hospedagem do paciente.
D) O hospital não responderá pelos danos, tendo em vista que não se aplica a norma consumerista à relação
entre médico e paciente, mas, sim, o Código Civil, embora a responsabilidade civil dos profissionais liberais
seja objetiva.
Serão considerados impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que
razoavelmente deles se esperam, e aqueles que não atendam as normas regulamentares de sua
realização.
É importante registrar que o fornecedor não pode alegar a ignorância sobre os vícios de
qualidade por inadequação dos produtos e serviços.
Relembrando:
Vício é a inadequação do produto/serviço para os fins a que se destinam (ex.: compro um
celular mas ele não funciona). - grave
Já o defeito é associado à insegurança do produto/serviço (ex.: compro um celular, ele
chega a funcionar, mas ele explode no meu bolso). + grave
Caiu na OAB:
(XIII EXAME UNIFICADO – OAB FGV) Mauro adquiriu um veículo zero quilômetro da fabricante brasileira
Surreal, na concessionária Possante Ltda., revendedora de automóveis que comercializa habitualmente
diversas marcas nacionais e estrangeiras. Na época em que Mauro efetuou a compra, o modelo adquirido
ainda não era produzido com o opcional de freio ABS, o que só veio a ocorrer seis meses após a aquisição
feita por Mauro. Tal sistema de frenagem (travagem) evita que a roda do veículo bloqueie quando o pedal do
freio é pisado fortemente, impedindo com isso o descontrole e a derrapagem do veículo. Mauro,
inconformado, aciona a concessionária postulando a substituição do seu veículo, pelo novo modelo com freio
ABS. Diante do caso narrado e das regras atinentes ao Direito do Consumidor, assinale a afirmativa correta.
A) Mauro tem direito à substituição, pois o fato de o novo modelo ter sido oferecido com o opcional do freio
ABS, de melhor qualidade, configura defeito do modelo anterior por ele adquirido.
B) Se o veículo adquirido por Mauro apresentar futuro defeito no freio dentro do prazo de garantia, a
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concessionária Possante Ltda. é obrigada a assegurar a oferta de peças de reposição originais enquanto não
cessar a fabricação do veículo.
C) Somente quando cessada a produção no país do veículo adquirido por Mauro, a fabricante Surreal ficará
exonerada do dever legal de assegurar o oferecimento de componentes e peças de reposição para o
automóvel.
D) Havendo necessidade de reposição de peças ou componentes no veículo de Mauro, a fabricante Surreal
deverá, ainda que cessada a fabricação no país, efetuar o reparo com peças originais por um período
razoável de tempo, fixado por lei. A reposição com peças usadas só é admitida pelo Código do Consumidor
quando houver autorização do consumidor.
DA DECADÊNCIA E DA PRESCRIÇÃO
O direito de reclamar pelos vícios aparentes ou de fácil constatação caduca em trinta dias, se o
produto ou serviço for não durável ou em noventa dias se durável. A contagem do prazo decadencial
se inicia a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução dos serviços. Tratando-se
de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito.
Esse prazo será suspenso em caso de reclamação comprovadamente formulada pelo
consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que
deve ser transmitida de forma inequívoca ou da instauração de inquérito civil, hipótese em que
permanecerá suspenso até seu encerramento.
A prescrição da reparação dos danos causados por fato do produto ou serviço (defeito) será de
cinco anos a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
DA PROTEÇÃO CONTRATUAL DO CONSUMIDOR
Por regra geral o consumidor somente será obrigado por contrato que lhe for dada a
oportunidade de tomar conhecimento prévio. Essa cláusula será relativizada quando o contrato for
redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Em razão da própria ideia que fundamentou a edição do CDC, as cláusulas contratuais
sempre serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
No mesmo sentido, prevê o art. 49 do CDC que o consumidor terá o prazo de desistência de
sete dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a
contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial,
especialmente por telefone ou a domicílio (atualmente pela internet). Caso exerça o arrependimento,
os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de
imediato atualizados monetariamente.
DAS CLÁUSULAS ABUSIVAS
De acordo com o art. 51 do CDC, são absolutamente nulas, dentre outras (o rol é
exemplificativo), as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:
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DIREITO DO CONSUMIDOR
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(2) subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste
código;
(3) transfiram responsabilidades a terceiros;
(4) estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade;
(5) estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor;
(6) determinem a utilização compulsória de arbitragem;
(7) imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor;
(8) deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o
consumidor;
(9) permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral;
(10) autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja
conferido ao consumidor;
(11) obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual
direito lhe seja conferido contra o fornecedor;
(12) autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato,
após sua celebração;
(13) infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais;
(14) estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor;
(15) possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias.
Além dessas hipóteses exemplificadas pelo CDC, há três cláusulas gerais que visam dar
parâmetros para interpretação de outras hipóteses não consignadas pelo legislador, que considera
exageradas quaisquer cláusulas que tragam ao fornecedor vantagem que (1º) ofenda os princípios
fundamentais do sistema jurídico; (2º) restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza
do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; ou (3º) se mostrar excessivamente
onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e conteúdo do contrato, o interesse das partes e
outras circunstâncias peculiares ao caso.
Em todo caso, a nulidade de uma (ou mais de uma) cláusula abusiva não invalidará o contrato como
um todo, exceto quando a ausência dessa(s) cláusula(s) ocasionar ônus excessivo a qualquer das partes
(mesmo que o fornecedor).
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DIREITO DO CONSUMIDOR
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Caiu na OAB:
(XIV EXAME UNIFICADO – OAB FGV) O fornecimento de serviços e de produtos é atividade desenvolvida
nas mais diversas modalidades, como ocorre nos serviços de crédito e financiamento, regidos pela norma
especial consumerista, que atribuiu disciplina específica para a temática. A respeito do crédito ao
consumidor, nos estritos termos do Código de Defesa do Consumidor, assinale a opção correta.
D) A pena moratória decorrente do inadimplemento da obrigação deve respeitar teto do valor da prestação
inadimplida, não se podendo exigir do consumidor que suporte cumulativamente a incidência dos juros de
mora.