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Engenharia de Itajubá
“ANÁLISE TÉCNICO
ECONÔMICA DO
REPARO DE MOTORES DE
INDUÇÃO WEG
VISANDO A CONSERVAÇÃO
DE ENERGI A”
Além da justificativa usual e direta de que o uso eficiente de energia interess a por si mesmo, como de
resto são oportunas todas as medidas de redução das perdas e de racionalização técnico-econômica dos fatores
de produção, é conveniente observar o caráter estratégico e determinante que o suprimento de eletricidade e
combustíveis apresenta em todos os processos produtivos. Ainda que representando uma parcela por vezes
reduzida dos custos totais, a energia não possui substitutos senão a própria energia e sem ela os processos não se
desenvolvem. Tendo em conta o presente cenário da oferta de energia, seja no Brasil ou nos demais países, onde
restrições de ordem financeira e ambiental se conjugam de modo a incrementar os custos dos energéticos e
configuram perspectivas preocupantes de descompasso entre as disponibilidades e as demandas energéticas, o
uso efici ente de energi a amplia significativam ente sua importância.
De maneira geral, reduzir as perdas traz benefícios para todos. Melhora a economicidade
dos processos produtivos e aumenta a disponibilidade de energia de modo a atender um maior
número de pessoas com o menor uso de recursos. Mas, fundamentalmente, de forma distinta de
outros métodos de incremento de produtividade, valoriza o esforço humano, favorece a geração de
empregos e ajuda a preservar o meio ambiente.
A Weg começou a fabricar motores elétricos numa cidade do interior de Santa Catarina, com
crescimento acelerado sendo uma marca reconhecida devido a qualidade de seus produtos.
Atualmente reconhecida no mundo todo, a Weg produz geradores, componentes eletroeletrônicos,
produtos para automação industrial, transformadores de força e distribuição, tintas líquidas e em pó e
vernizes eletroisolantes. Sendo a maior indústria de motores elétricos da América Latina (e presente
em mais de 50 países nos cinco continentes), possuindo os processo s de produção mais avançados,
os mais exigentes programas de qualidade total e sabendo a importância da energia elétrica hoje em
dia, a Weg teve a ótima iniciativa de criar um concurso que incentiva trabalhos voltados para a
conservação de energia.
Apesar de possuir vários produtos de excelente qualidade, é devido a grande presença dos
motores elétricos nas indústrias que este trabalho foi desenvolvido objetivando avaliar o reparo nos
motores elétricos de indução, visando a conservação de energia. Os motores são responsáveis por
grande parte do consumo de energia nacional, e consequentemente, há desperdícios de energia
ocasionados por usos inadequados, qualidade duvidosa dos motores, etc. Este trabalho analisa a
qualidade dos serviços prestados e materiais utilizados pelas oficinas situadas no Sul do Estado de
Minas Gerais e na região do Vale do Paraíba (SP) no reparo dos motores, fazendo um estudo sobre
a melhor maneira de se efetuar o reparo.
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO i
INTRODUÇÃO 01
CAPÍTULO I
A IMPORTÂNCIA DA CONSERVAÇÃO DE ENERGIA 03
CAPÍTULO II
RESUMO TEÓRICO 11
CAPÍTULO III
AS OFICINAS DE MOTORES ELÉTRICOS 23
CAPÍTULO IV
O REPARO EM MOTORES ELÉTRICOS 29
Remoção do enrolamento 30
Amarração e ligação 31
Conclusão 33
CAPÍTULO V
OS ENSAIOS NOS MOTORES ELÉTRICOS 34
Introdução 35
Método da Resistência 35
CAPÍTULO VI
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 44
BIBLIOGRAFIA 47
ANEXOS 48
INTRODUÇÃO
Normalmente, os motores elétricos constituem-se nas cargas mais significativas das indústrias. Estudos
recentes mostram que estes são responsáveis por 50% do consumo de energia, podendo chegar a 70%
dependendo do segmento da indústria, o que corresponde a cerca de 30% de toda energia produzida no País.
[OLIVEIRA, 1998]
A realidade prática mostra que existem muitas incertezas sobre a substituição, ou não, dos motores
elétricos. No tocante à critérios de decisão, pode-se dizer que existe todo um campo de estudos para ser
desenvolvido, principalmente com relação ao rendimento, vida útil, caract erísticas elétri cas, custos, etc.
Neste sentido, a questão das condições do motor pós-reparo motivaram o presente trabalho. Pesquisou-
se o desempenho dos motores antes e após o seu reparo, bem como as oficinas que fazem esse trabalho,
avaliando-s e principalmente os aspectos de qualidade e atualização tecnológica, e sua correl ação com o
desempenho do motor depois de recondicionado. Estas oficinas podem ser bastante di ferenciadas, situando-se as
vezes dentro das próprias instalações industriais, contando ou não com pessoal especializado e capacitado.
Acredita-se que, enquanto um motor bem reparado, deva apresent ar desempenho praticament e idêntico
ao do motor novo, um reparo mal feito, empregando métodos e procedimentos não padroni zados e materiais não
recomendáveis, poderá alterar as características originais do motor, levando a significativos desperdícios de
energia el étrica.
A questão energética é, hoje, fundamental no mundo inteiro pois a energia elétrica é o motor
das sociedades e das economias atuais. Entre as muitas formas de energia secundária usadas pela
humanidade destaca-se a importância da eletricidade. O consumo de eletricidade vem crescendo
rapidamente no mundo inteiro. Em muitos países ela cresce mais velozmente do que o produto
econômico, indicando uma tendência para a eletrificação das economias. A eletricidade é uma forma
de energia de alta qualidade, tem múltiplas aplicações práticas facilmente controláveis e uma série
de usos cativos cujo emprego se amplia a cada dia. A iluminação, o calor concentrado, os
sofisticados aparelhos modernos e os componentes tecnológicos de nossa era, as comunicações, os
processo s de controle, a computação e a automação, por exemplo, são áreas dependentes do uso
da eletricidade que se expandem em todos os países.
Energia População
Regiões % %
(Milhões TEP) (Milhões hab.)
Nações desenvolvidas de economia
4112 50 852 16
de mercado - OECD
Antiga URSS, Europa Central e do
1724 20 413 8
Leste
Nações em desenvolvimento ou
2459 30 4005 76
subdesenvolvidas
O consumo de energia por habitante das nações desenvolvidas é cerca de oito vezes aquele
apresentado nas nações em desenvolvimento e/ou subdesenvolvidas. Nesta proporção, a metade
mais pobre da população mundial não deverá atingir nem mesmo um nível mínimo de condição
material de vida e de consumo de energia no horizonte possível. Apesar disto, algumas nações em
desenvolvimento, possivelmente o Brasil, conseguirão romper o teto da pobreza e passarão a ser
maiores consumidores de energia, porém, não deverão atingir o padrão dos Estados Unidos da
América e da União Européia por não haver disponibilidade de recursos energéticos globais na Terra
para tal demanda de energia.
Devido aos choques dos preços do petróleo promovidos pela OPEP em 1973 e 1979
aumentou a insegurança e a preocupação com a questão da energia dos países importadores. Por
conseguinte, ocorreram significativos ajustes de demanda, de produção e de substituição entre
recursos energéticos alternativos. 0 quadro sintético da evolução recente do consumo de energia em
suas formas primárias no Brasil e no mundo explica a grande importância da participação da energia
hidrelétrica no Brasil em comparação aos países industrializados.
Tabela I.2: Evolução recente do consumo de energia primária em %
Mundo Brasil
Origem
1971 1992 1971 1992
Carvões 31,0 29,0 3,1 5,3
Petróleo 47,8 39,2 34,8 30,6
Gás 18,4 22,0 0,3 2,4
Nuclear 0,6 7,0 - 0,1
Hidro 2,1 2,4 16,0 37,8
Biomassa/Outros 0,1 0,4 45,8 23,9
Fonte: OLIVEIRA, 1998
Países Países em
Setores Brasil
Industrializados Desenvolvimento
Residências e Serviços 21 21 15
Transportes 22 14 20
Indústrias 19 34 25
Eletricidade (todos) 38 31 39
Fonte: OLIVEIRA, 1998
Na virada do século XIX para o século XX estavam em curso, no Brasil, várias iniciativas
privadas e locais de geração de energia elétrica, especialmente nos Estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais. A maioria era promovida por empresários cujas atividades agrícolas,
comerciais, industriais ou financeiras estavam vinculadas às localidades a serem beneficiadas pela
introdução dos novos serviços. No Nordeste e no Norte as iniciativas limitaram-se às capitais e,
particularmente em Manaus, Belém e Recife.
Sempre que são implementadas, essa s medidas fazem parte do programas que têm o
objetivo de atingir o grande público, fazendo com que o mesmo se conscientize sobre os benefícios
da utilização eficiente de todos os recursos energéticos. A busca da eficiência no processo de
transformação energética tem como objetivo evitar as conseqüências indesejáveis do uso irracional
da energia, que vão desde a poluição local até o efeito estufa global passando pela insegurança da
energia nuclear e pelo esgotamento das fontes de energia.
No horizonte de médio prazo a maior de todas as fontes de energia para o futuro está na sua
conservação. A conservação da energia é entendida como a soma de todas as ações voltadas para
o uso eficiente da energia. Neste sentido destacam-se as operações de controle do desperdício, a
adequada operação de máquinas e utensílios, a busca da eficiência na concepção do projeto e da
construção de equipamentos de produção e transformação de energia e, bem assim, a eficiência das
próprias máquinas, das instalações e dos utensílios em que a energia final é utilizada.
O uso eficiente da energia nas edificações, tanto comerciais como residenciais envolve duas
etapas distintas: a da produção dos materiais de construção e a etapa de ocupação da edificação. A
produção de materiais faz parte do setor industrial e como tal se comporta. Por outro lado, a
construção civil contém, mais do que qualquer outra atividade produtiva, uma contradição intrínseca
entre gastos presentes e futuros, decorrentes das concepções arquitetônicas e das características
dos materiais empregados. Ao se optar entre dois materiais, para produção de calor ou de luz, por
exemplo, utilizando-se o critério do preço corrente de mercado o usuário estará criando um consumo
futuro cujo custo dependerá de sua escolha atual. Essa dificuldade de se avaliar quantitativamente a
economia de energia nas edificações é agravada pelo simples fato de que, em geral. a comparação
entre os consumos da fase de construção e da fase de ocupação é feita por pessoas diferentes, o
construtor/proprietário e o usuário.
Fato semelhante ocorre com os utensílios domésticos, em que a escolha pelo menor valor de
aquisição a preços correntes de mercado pode-se tornar onerosa ao longo da vida útil do
equipamento devido ao consumo de energia. Tanto nos utensílios quanto na iluminação têm sido
feitos significativos aperfeiçoamentos técnicos ao mesmo em que se progride na informação ao
público. Existe também um esforço para a certificação destes equipamentos por parte de instituições
idôneas e incentivadas pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL).
Este programa foi criado em 1985 com o objetivo de combater o desperdício de energia na produção
e no consumo de esforço coordenado de governos, empresas concessionárias, consumidores,
fabricantes de equipamentos e instituições de pesquisas tecnológicas. A secretaria executiva ficou a
cargo da Eletrobrás. A partir de 1990 o PROCEL passou a atuar também do lado da oferta dos
sistemas isolados de geração termelétrica e em 1991 passou a se constituir em programa de
governo.
A grande vantagem de se investir num projeto para tornar eficiente o uso da energia elétrica
é que ele é mais barato do que um projeto de produção de energia. Não resta dúvida que investir em
tecnologia para produtos mais eficientes sempre requer maiores investimentos. Sistemas e
equipamentos mais eficientes são, em geral, mais caros que as tecnologias que eles substituem.
Entretanto, o custo de conservar 1,0 kWh é geralmente mais barato que a produção da mesma
quantidade de energia. Em muitas aplicações o custo da eficiência é uma pequena fração dos custos
da produção de energia.
Dos vários tipos motores elétricos, os de indução trifásicos (MIT) são os mais utilizados no
campo industrial, perfazendo um número cada vez maior de motores utilizados, em relação aos
outros tipos.
Para produzirem torque, todos os motores elétricos de indução requerem a interação de dois
campos magnéticos (T = K ∅ I). Estes campos são produzidos por dois conjuntos de enrolamentos
percorridos por correntes supridas por uma rede de alimentação. Um dos conjuntos de enrolamentos
está situado no estator (parte estacionaria da máquina), enquanto o outro está situado na parte
rotativa, chamada rotor. Em motores de corrente alternada do tipo indução, o enrolamento do estator
é normalmente distribuído em ranhuras existentes na sua parte interna. Estes enrolamentos são
alimentados pela fonte e o campo produzido induz corrente no enrolamento do rotor. A corrente do
rotor, por sua vez, cria um campo magnético que, interagindo com o campo magnético produzido
pelo estator, dá origem ao torque necessário ao funcionamento da máquina.
Temperatura máxima de
Classe Materiais ou Combinação de Materiais
Operação
Algodão, seda, papel e materiais similares, não
Y 90ºC
impregnados nem imersos em dielétricos líquidos
Algodão, seda, papel e materiais similares, imersos, ou
A 105ºC
impregnados em dielétricos líquidos como o óleo
E 120ºC Fibras orgânicas sintéticas e outros materiais
Materiais à base de poliéster e poli-imídicos aglutinados
B 130ºC
ou impregnados com materiais orgânicos
Materiais à base de mica, amianto e fibra de vidro
F 155ºC aglutinados com materiais sintéticos como o silicone,
poliésteres ou epóxis
Materiais à base de mica, amianto e fibra de vidro
H 180ºC
aglutinados com silicones de alta estabilidade térmica
C Acima de 180ºC Mica, vidro, cerâmica e quartzo sem aglutinante
Fonte: SANTOS, 1997
Em se tratando de máquinas elétricas, são utilizadas as classes A, E, B, F, e H, sendo as
classes B e F as mais utilizadas em motores de indução atualmente. A utilização de materiais de
classe H em motores de indução é restrita devido ao aumento de custo que o uso deste tipo de
isolamento acarreta.
• A diferença entre a temperatura média e a do ponto mais quente não varia muito de
motor para motor e seu valor estabelecido em norma, baseado na prática é: 5ºC para as
classes A e E, 10ºC para a classe B e 15ºC para as classes F e H.
Classe de Isolamento A E B F H
Temperatura Ambiente (ºC) 40 40 40 40 40
Elevação de temperatura∆t (ºC) 60 75 80 100 125
Diferença até o ponto mais quente
5 5 10 15 15
(ºC)
Temp. do ponto mais quente (ºC) 105 120 130 155 180
Fonte: SANTOS, 1998
II.5 – O Cálculo do Rendimento de um Motor Elétrico
Na norma NBR 5383 constam diversos métodos para determinação do rendimento que
podem ser divididos em dois grupos principais:
a) Métodos diretos:
- Ensaio através de freio mecânico
- Ensaio através de dinamômetros
- Ensaio com máquina calibrada
- Ensaio de oposição elétrica e mecânica
b) Métodos indiretos:
- Determinação das perdas separadamente para sua adição
- Determinação das perdas totais
- Circuito equivalente
- Diagrama circular
Nos métodos diretos, o rendimento é calculado através de medições das potências elétrica e
mecânica. Já nos métodos indiretos, o mesmo é obtido através do cálculo das perdas normalmente a
partir da medição dos parâmetros do motor nos ensaios de rotor livre e bloqueado.
A curva característica de um motor de indução mostra que o seu rendimento e o seu fator de
potência dependem da carga instalada no seu eixo. Independentemente da potência do motor,
observa-se que quanto menor for o carregamento menores serão as grandezas acima citadas e, em
conseqüência, menos eficiente será a sua operação.
Nem sempre é possível ajustar a potência do motor àquela efetivamente necessária para
acionar uma determinada carga. Primeiro porque os motores oferecidos no mercado têm valores de
potência padronizados, segundo porque, em alguns casos, o regime de funcionamento e
carregamento das máquinas são variáveis.
A especificação adequada dos motores depende do tipo de trabalho ao qual o mesmo estará
submetido. Quando o regime de trabalho for continuo deve-se especificar o motor para operar entre
75% e 100% da carga, o que corresponde à faixa de rendimento máximo, segundo as curvas
características.
O fator de serviço do motor é, neste caso, considerado um fator de segurança. Para partidas
pesadas deve-se levar em consideração os dados de carga, o tipo de partida (estrela-triângulo,
compensadora ou direta) e o tipo de acoplamento. Nos casos de regime intermitente, o motor deve
ser dimensionado pelo método quadrático, calculando-se a potência em regime continuo equivalente
que produz a mesma imposição térmica ao motor.
Pa = 3 *V * I * cosϕ [W ]
em que:
Pa = potência ativa do motor (W)
U = tensão de operação do motor(V)
I = corrente medida do motor (A)
cosϕ = fator de potência obtido da curva característica do motor
Pa * η
Pu = [W ]
736
em que:
Pu = potência útil do motor (CV)
Pa = potência ativa do motor (W)
η = rendimento obtido da curva característica do motor;
• calcular a relação entre a potência útil (Pu) e a potência nominal (Pn). Se Pu/Pn > 0,75; o
motor está dimensionado de forma compatível com a tarefa que executa. Caso contrário,
ou seja, Pu/Pn < 0,75; o motor está sobredimensionado, continuar com os seguintes;
Pa' = 3 * V * I * cosϕ [W ]
em que:
Pa’ = potência ativa do motor (W)
U = tensão de operação do motor(V)
I = corrente medida do motor (A)
cosϕ = fator de potência obtido da curva característica do motor
(Pa − Pa')* h
E=
1000
- Perdas por correntes parasitas (Foucault): Numa massa metálica sujeita à variação de
fluxo, geram-se f.e.m. que produzem, dentro da própria massa metálica condutora, correntes
muito intensas, chamadas correntes parasitas.
Estas correntes produzem uma f.m.m. (força magnetomotriz) que, pela Lei de Lenz, se opõe
à causa que a produz, isto é, ao movimento. Assim sendo, o efeito destas correntes constitui
uma perda de potência. A fim de se reduzir esta perda de potência, é necessário construir-se
o induzido com lâminas de ferro isoladas entre si. Com esta construção, o valor da f.e.m.,
produzida em cada lâmina é pequeno e atua sobre um circuito elétrico de pequena seção o
que reduz consideravelmente o valor das correntes parasitas e a correspondente perda de
potência.
b) Perdas por Efeito Joule no estator e rotor: As perdas por efeito Joule são as que se
verificam nos condutores estatóricos e rotóricos por efeito da passagem da corrente elétrica.
c) Perdas adicionais: Além das perdas citadas anteriormente, outras se verificam no decorrer
do funcionamento da máquina devido à alguns fatores como fluxo de dispersão, distribuição
não uniforme da corrente, imperfeições mecânicas e irregularidades no entreferro.
Segundo a NBR 5383, salvo especificação diferente, admite-se que o valor destas perdas
com carga nominal é de 0,5% da potência elétrica aparente absorvida pelo motor.
d) Perdas mecânicas: As perdas mecânicas são devidas aos atritos nos suportes e à
ventilação, por isso dependem do tipo de suportes dos processo s de lubrificação, dos
sistemas de ventilação e da velocidade de rotação do motor.
A economia de energia a ser alcançada com esta medida pode assim ser estimada:
• verificar a tensão (U) e a corrente (I) de operação de cada motor quando este estiver
operando desnecessariamente;
• calcular a potência ativa solicitada em cada um dos motores solicitados, de acordo com a
equação:
Pa = 3 * V * I * cos ϕ [W ]
em que:
Pa = potência ativa do motor (W)
U = tensão de operação do motor(V)
I = corrente medida do motor (A)
cosϕ = fator de potência obtido da curva característica do motor
• estimar a quantidade de horas mensais (h) que o motor pede ser desligado;
• calcular o potencial de economia que pode ser obtido com o desligamento do motor em
kWh/mês:
Pa * h
E=
1000
Vários são os métodos utilizáveis para variação de velocidade dos motores. Como exemplo
citam-se a introdução de resistência em série no coletor dos motores de corrente continua, o sistema
Ward Leonard e os variadores eletromagnéticos. Estas soluções apresentam como principal
desvantagem o desperdício de energia devido ao aumento das perdas dos motores.
Por sua vez, a existência de um contato deslizante pode se revelar incompatível com as
exigências de segurança e manutenção. Por esse s motivos, os equipamentos de variação de
velocidade para motores de corrente alternada vêm experimentando avanços consideráveis.
Para estes motores, pode-se utilizar os inversores estáticos para corrente alternada que
apresentam rendimentos elevados para diversas condições de rotação do motor. Os inversores
estáticos são equipamentos que permitem variar a velocidade de motores trifásicos de indução a
partir da variação de sua freqüência e tensão de operação. A tensão e a freqüência são modificados
proporcionalmente para que o torque seja mantido constante em toda a faixa de velocidade. Apesar
de apresentar um custo inicial elevado para motores de potência razoável, a economia no preço da
energia devida à intensa utilização pode proporcionar o retorno em prazos satisfatórios.
Numa primeira fase, a evolução na construção de motores era direcionada para oferecer
produtos cada vez mais baratos, não tendo realizado qualquer melhoramento no rendimento dos
motores. Este rendimento, pelo contrário, caiu significativamente nesta fase. [OLIVEIRA, 1998]
Numa segunda fase, direcionada para a obtenção de motores de alto rendimento energético,
a indústria de motores passou a investir, nos últimos anos, no emprego de materiais selecionados,
em processos de fabricação mais aperfeiçoados e em fatores de tolerância mais estreitos. Como
resultado destes aperfeiçoamentos tecnológicos desenvolveram-se motores que apresentam, em
média, rendimentos da ordem de 10% superiores ao rendimento dos motores convencionais de baixa
potência (na faixa de 1 a 5 CV) e de 3% superiores aos rendimentos de motores convencionais de
potência elevada (200 CV).
∆c
R ( anos) =
100 100
0 ,736 * P * h * TC * −
η
p η e
em que:
R = retomo do investimento em anos;
∆c = diferença de custo entre motores eficientes e motores comuns;
P = potência do motor em CV;
h = número de horas de trabalho do motor em 1 (um) ano;
TC = tarifa de consumo de energia elétrica (US$/kWh);
ηp = Rendimento do motor padrão;
ηe = Rendimento do motor eficiente.
CAPÍTULO III
AS OFICINAS DE MOTORES ELËTRICOS
Sendo portanto uma prática usual o rebobinamento e a reforma do motor elétrico, é uma
operação que requer uma certa técnica e é muito importante que haja entre o cliente e a oficina de
reparo, um relacionamento franco e honesto, devendo acima de tudo prevalecer o aspecto da
qualidade do serviço prestado pela oficina.
Inicialmente foram visitadas as oficinas de pequeno e médio porte da região do Sul de Minas
Gerais, porém sentiu-se necessidade de se visitar outras de porte maior, para uma comparação dos
métodos utilizados por estas oficinas, com isso foram visitadas oficinas localizadas na região do Vale
do Paraíba (SP) com capacidade de recuperar até 400 motores por mês.
Foi observada a presença ou não nas oficinas do seguinte ferramental: Amperímetro alicate,
Analisador de vibração, Aquecedor indutivo, Balanceadora, Bancada de testes, Bobinadeira
motorizada, Cabine de pintura, Compressor de ar, Estufa de secagem, Guilhotina, Guincho
hidráulico, Jato de areia ou granalha, Megger, Micrômetro / paquímetro, Multímetro, Prensa e
Roncador.
Foi observado o procedimento utilizado no reparo dos motores, atribuindo-se notas para os
quesitos apresentados nas oficinas. Observou-se os seguintes aspectos:
- Armazenamento adequado dos componentes
- Boa limpeza do estator após a remoção dos enrolamentos e isolantes das ranhuras
- Método do envernizamento
Nesta parte será apresentado de uma forma geral, os procedimentos para reparo de um
motor de indução trifásico e as etapas que as oficinas devem cumprir para executar uma boa
manutenção. [ALMEIDA, 1994];[WILKINSON, 1984]
Após executada a primeira etapa (anotados todos os dados / diagrama), faz-se a remoção do
enrolamento. O enrolamento velho deve ser agora removido e como a maioria dos estatores são
envernizados e recozidos, o enrolamento deve ser amaciado para permitir sua retirada. A remoção
pode ser executada de várias maneiras:
O tipo de revestimento para a ranhura varia de acordo com a máquina. De um modo geral
deve-se ajustar sob as bordas das ranhuras e projetar-se cerca de 5 mm para fora em cada
extremidade. O material isolante pode ser: uma simples camada de “ Presspan” com ceras (tipo
resina) ou similar, ou papel isolante cinza (fibra isolante) “ Terilene”, “ Poliéster”, “Micanite”, ou
qualquer combinação desses.
- Madeira compensada,
De acordo com o diagrama do enrolamento obtido (1º passo), é montado o grupo de formas
com separador entre elas para se iniciar esta operação. As bobinas são enroladas com o mesmo
número de espiras, sem cortar o fio, que simplesmente passa de uma forma para outra. Quando um
pólo estiver completamente enrolado, as formas são removidas da máquina e cada bobina amarrada
em cada lado, à medida que os separadores forem cuidadosamente retirados.
Estando as bobinas prontas, o estator limpo e com novo isolamento colocado, pode-se
começar o enrolamento. Este procedimento inicia-se colocando-se o estator entre dois batentes
presos à bancada. Toma-se um grupo de bobinas deixando cada uma com o lado maior voltado para
cima. Uma vez instalados todos os grupos de bobinas, os mesmos são cobertos com uma camada
de isolamento (papel isolante ou resina ou a combinação de ambos).
• Amarração e ligação
Com todo enrolamento instalado o estator é moldado com um pequeno macete e uma das
extremidades é amarrada com cordão ou fita. O próximo passo é efetuar as ligações do enrolamento
conforme o diagrama de ligações, obtido na 1ª etapa.
Após efetuado todo o rebobinamento, estando o mesmo apto para tal, passa-se a fase de
testes.
Medida da resistência de isolamento
Este teste tem por objetivo assegurar que todo o enrolamento esteja isolado da carcaça.
Após este teste as seguintes condições devem ser asseguradas:
3. A posição das bobinas nas ranhuras e os pólos devem conferir com o original.
4. Não deve haver curto circuito entre as bobinas, entre os fios da bobina, ou entre
os pólos.
Destas condições, as três fundamentais (1, 2 e 3), são atendidas por um trabalho cuidadoso.
O problema de maior importância é assegurar que não haja curto-circuito entre espiras ou entre
terminais de bobinas.
• Conclusão
Após todas as etapas concluídas e testes feitos com sucesso, o motor está pronto para ser
montado. A verificação das condições dos mancais, dos rolamentos e eixo do motor devem ser feitas
por uma inspeção criteriosa. Caso seja necessário, substitui-se os rolamentos, a colocação dos
mesmos, bem como as tampas do motor, deverá ser feita por pessoal qualificado.
Este sistema, além de permitir a leitura direta do conjugado estabelecido, permite também a
leitura da velocidade de rotação no eixo do motor e, consequentemente, o cálculo da potência
mecânica fornecida no eixo do mesmo. O mancal usado para sustentar o estator da máquina de
corrente contínua é um mancal de bucha construído de modo a oferecer mínima resistência à
rotação.
.
Figura V.1: Esquema da bancada de Ensaios
V.2 – O Ensaio de Elevação de Temperatura
Introdução
Método da Resistência
Por este método, a elevação de temperatura dos enrolamentos é determinada pelo aumento
da resistência dos mesmos, segundo a expressão abaixo:
R2 − R1
t2 − ta = ⋅ ( k + t 1) + t 1 − t a
R1
Onde:
t1 = Temperatura do enrolamento a frio no instante da medição da resistência inicial (°C);
t2 = Temperatura do enrolamento no final do ensaio (°C);
ta = Temperatura do meio refrigerante no final do ensaio (°C);
R1 = Resistência inicial do enrolamento a frio (Ω );
R2 = Resistência do enrolamento no final do ensaio (Ω );
k = 234,5 para o Cobre;
ii) para valores que primeiro crescem para depois decrescerem, o valor a ser tomado é o da
primeira medida após o desligamento do motor.
Classe A E B F H
Limites (°C) 60 75 80 100 125
Fonte: KAPUR, 1992
Recomenda-se que a medição de temperatura seja feita em intervalos regulares que não
excedam 30 minutos (no caso do ensaio realizado, adotou- se intervalos regulares de 10 minutos). A
temperatura do meio é obtida pela média aritmética dos valores medidos durante a última quarta
parte do ensaio.
Fabricante WEG
Potência 5 [CV]
Tensões Nominais 220 [V] / 380 [V]
Correntes Nominais 15 [A] / 8,7 [A]
Frequência Nominal 60 [Hz]
Número de Pólos 4
Velocidade Nominal 1710 [rpm]
Relação Ip/In 7,1
Grau de Proteção IP54
Classe de Isolação B
Regime de Serv iço S-1
Modelo 100L288
Fabricante WEG
Potência 10 [CV]
Tensões Nominais 220 [V] / 380 [V]
Correntes Nominais 28 [A] / 16 [A]
Frequência Nominal 60 [Hz]
Número de Pólos 4
Velocidade Nominal 1750 [rpm]
Relação Ip/In 8,0
Grau de Proteção IP54
Classe de Isolação B
Regime de Serv iço S-1
Modelo 132S687
PERDAS A VAZIO
P A,V 0.045 [kW] (Graficamente)
P0 0,328 ± 0,006 [kW]
PERDAS EM CARGA
25 % DE CARGA
P JE 0,101 ± 0,003 [kW]
P JR 0,0094 ± 0,0001 [kW]
50 % DE CARGA
P JE 0,146 ± 0,004 [kW]
P JR 0,0363 ± 0,005 [kW]
75% DE CARGA
P JE 0,222 ± 0,005 [kW]
P JR 0,087 ± 0,001 [kW]
100 % DE CARGA
P JE 0,335 ± 0,008 [kW]
P JR 0,173 ± 0,001 [kW]
Onde:
P A,V → Perdas por Atrito e Ventilação;
P 0 → Perdas a Vazio;
P JE → Perdas por Efeito Joule no Estator;
P JR → Perdas por Efeito Joule no Rotor.
Elevação de Temperatura 70 ± 3 [o C]
2. RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO
PERDAS A VAZIO
P A,V 0.09256 [kW] (Graficamente)
P0 0,455 ± 0,005 [kW]
PERDAS EM CARGA
25 % DE CARGA
P JE 0,117 ± 0,001 [kW]
P JR 0,0093 ± 0,0001 [kW]
50 % DE CARGA
P JE 0,172 ± 0,002 [kW]
P JR 0,0335 ± 0,0002 [kW]
75% DE CARGA
P JE 0,285 ± 0,004 [kW]
P JR 0,0836 ± 0,0005 [kW]
100 % DE CARGA
P JE 0,407 ± 0,003 [kW]
P JR 0,138 ± 0,001 [kW]
Onde:
P A,V → Perdas por Atrito e Ventilação;
P 0 → Perdas a Vazio;
P JE → Perdas por Efeito Joule no Estator;
P JR → Perdas por Efeito Joule no Rotor.
Elevação de Temperatura 69 ± 2 [o C]
PERDAS A VAZIO
P A,V 0.04619 [kW] (Graficamente)
P0 0,56 ± 0,01 [kW]
PERDAS EM CARGA
25 % DE CARGA
P JE 0,133 ± 0,002 [kW]
P JR 0,0169 ± 0,0001 [kW]
50 % DE CARGA
P JE 0,216 ± 0,003 [kW]
P JR 0,0624 ± 0,0004 [kW]
75% DE CARGA
P JE 0,358 ± 0,004 [kW]
P JR 0,155 ± 0,003 [kW]
100 % DE CARGA
P JE 0,567 ± 0,006 [kW]
P JR 0,286 ± 0,007 [kW]
Onde:
P A,V → Perdas por Atrito e Ventilação;
P 0 → Perdas a Vazio;
P JE → Perdas por Efeito Joule no Estator;
P JR → Perdas por Efeito Joule no Rotor.
6.ENSAIO DE ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA
Elevação de Temperatura 80 ± 3 [o C]
2. RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO
PERDAS A VAZIO
P A,V 0.04847 [KW] (Graficamente)
P0 0,444 ± 0,008 [kW]
PERDAS EM CARGA
25 % DE CARGA
P JE 0,126 ± 0,002 [kW]
P JR 0,00240 ± 0,00002 [kW]
50 % DE CARGA
P JE 0,183 ± 0,002 [kW]
P JR 0,023 ± 0,002 [kW]
75% DE CARGA
P JE 0,278 ± 0,003 [kW]
P JR 0,058 ± 0,002 [kW]
100 % DE CARGA
P JE 0,413 ± 0,004 [kW]
P JR 0,122 ± 0,003 [kW]
Onde:
P A,V → Perdas por Atrito e Ventilação;
P 0 → Perdas a Vazio;
P JE → Perdas por Efeito Joule no Estator;
P JR → Perdas por Efeito Joule no Rotor.
Elevação de Temperatura 65 ± 2 [o C]
CAPÍTULO VI
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Com respeito às oficinas de reparo de motores, pode-se considerar que a maior parte das
visitadas seguem os procedimentos corretos para a manutenção de motores de indução. Em
algumas ocasiões foi observado o emprego de materiais de qualidade duvidosa, principalmente no
que diz respeito aos isolantes, o que pode influenciar sobremaneira na queda da vida útil dos
motores. Outra prática empregada com uma certa freqüência, e também danosa, é a utilização de
maçarico para remoção das espiras danificadas, o que pode causar alteração nas propriedades
eletromagnéticas do núcleo.
Foram visitadas oficinas de grande, médio e pequeno portes das regiões do Sul de Minas
Gerais e Vale do Paraíba (SP). No que se refere à garantia da qualidade, as oficinas maiores têm
mais condições de oferecer um serviço melhor, pois contam com equipamentos para testes do motor
durante todas as fases do reparo e ao término, fornecendo, inclusive, documentação sobre o motor.
Já entre as de pequeno porte, muitas vezes encontra-se oficinas que não possuem o instrumental
mínimo necessário para a execução de um bom serviço. De uma maneira geral, pode-se considerar
a amostra de oficinas visitadas representativa, podendo-se observar que não existem variações
significativas entre oficinas de mesmo porte, mesmo em estados diferentes, principalmente quanto
aos equipamentos disponíveis e aos procedimentos empregados.
Como conclusão principal sobre o desempenho dos motores após o reparo, pode-se
observar que houve um aumento médio do rendimento dos mesmos. É importante observar que os
motores ensaiados eram motores usados, levando a uma melhor aderência com a realidade, e não
motores novos, como em outros estudos executados em nível internacional, onde observa-se uma
queda média do rendimento.
Considerando que a oficina tenha utilizado um condutor de mesma bitola, esta diminuição da
resistência do estator pode ser parcialmente explicada pelo emprego de material de melhor
qualidade ou por alguma diferença entre o enrolamento original e o executado nas oficinas, pois nas
fábricas é utilizado maquinário especial ao passo que nas oficinas o bobinamento é feito
manualmente. Desta maneira, torna-se difícil conseguir alojar um número igual ao original de espiras
dentro das ranhuras, o que também contribui com a redução da resistência do estator, alterando
inclusive outras características da máquina.
Como a estrutura do projeto do motor permanece intocada, ou seja, o pacote magnético, o
formato e a disposição das ranhuras e rotor não se alteram, mas são resultados de um projeto
otimizado do motor, observa-se que em poucos casos existiram variações nas perdas por histerese e
Foucault. Tal fato pode ser observado pelos resultados da separação das perdas e também pela
pequena variação da corrente em vazio do motor. Nos casos onde existam grandes variação destas
perdas, pode-se considerar o fato de que, devido à natureza do defeito imposto (queima por
sobrecarga) e ao procedimento adotado para a manutenção (aplicação de maçarico), a elevação da
temperatura possa influenciar sobremaneira as características magnéticas do material do núcleo.
Sendo assim, a variação da resistência do estator e a variação das perdas por atrito e
ventilação, decorrentes da troca de rolamento, limpeza e lubrificação são fatores preponderantes
sobre o resultado do rendimento após a manutenção. Tal correlação pode ser verificada nas tabelas
apresentadas nos itens V.4 e V.5.
Com a redução ou aumento das perdas no estator do motor, tem-se uma maior ou menor
transferência de potência para o rotor. Sendo assim, as perdas também seguem esta proporção.
Para verificar as perdas no rotor pode-se analisar a rotação à plena carga. Esta diminui com o
aumento das perdas e vice-versa. É importante observar que, mesmo com um aumento do
rendimento global do motor, a redução da rotação diminui a eficiência da troca de calor entre o motor
e o ambiente, acarretando uma elevação de temperatura. É importante observar que, mesmo com
um aumento do rendimento global do motor, a redução da velocidade de rotação diminui a eficiência
da troca de calor entre o motor e o ambiente, acarretando em uma elevação de temperatura maior.
Observa-se que a eficiência dessa troca de calor também depende da temperatura externa. Esta
correlação é clara ao se observar as perdas no rotor, rotação e elevação de temperatura.
Considerando a classificação geral das oficinas pesquisadas, pode-se constatar uma clara
correlação entre as características de perdas e rendimento e a qualidade dos procedimentos de
reparo, ferramental disponível e aspectos gerais. Este fato pode ser notado com relação às perdas
por atrito e ventilação, onde o maior aumento observado (35,6%) foi obtido em uma das piores
oficinas, enquanto as oficinas melhores classificadas conseguiram uma redução de 23 a 47%. O
mesmo acontece com as perdas por histerese e Foucault, onde a maior queda (-11,4%) foi
observada em uma das oficinas de melhor classificação. Curiosamente o maior aumento da
resistência da armadura (23,5%) se deu em uma oficina dotada de bobinadeira, enquanto as maiores
reduções (-12,7 e -12,5%) em oficinas com bobinamento manual. Este fato pode ser explicado, em
contraponto ao citado anteriormente, desde que o enrolamento manual permite um menor diâmetro
da curvatura na cabeça de bobina, acarretando em um menor comprimento de condutor necessário
para um mesmo número de espiras.
Como foi verificado uma grande redução nas perdas por atrito e ventilação após o
rebobinamento, supõe-se que este fato seja devido à limpeza e lubrificação executadas durante a
manutenção. Sendo assim, recomenda-se que seja feita uma avaliação dos efeitos da simples
limpeza sobre o rendimento do motor, tendo em vista que esta é uma medida de baixíssimo custo e
que pode vir a ser aplicada em larga escala pela indústria para reduzir o consumo de energia
elétrica.
SANTOS, A. H. M.; HADDAD, J.; NOGUEIRA, L. A. H.; BORTONI, E.C.; MELONI, P. S. R.;
et alli. ”Manual de Reparo de Motores de Indução”
EFEI, Primeira Edição – Maio / 1998
EQUIPAMENTO UTILIZADO:
Ponte de Kelvin
Fabricante: YEW
Tipo / Modelo: 2769
Data da Última Calibração: 05/02/97
2. RESISTÊNCIA DE ISOLAMENTO
EQUIPAMENTO UTILIZADO:
Megohmetro
Fabricante: BBC Metrawatt
Tipo / Modelo: Metriso 500
Data da Última Calibração: 23/01/97
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS:
Transdutor de Torque
Fabricante: HBM
Tipo / Modelo: T30FN
Data da Última Calibração: 16/06/97
Microcomputador 486 DX
6.ENSAIO DE ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA
EQUIPAMENTOS UTILIZADOS:
Transdutor de Torque
Fabricante: HBM
Tipo / Modelo: T30FN
Data da Última Calibração: 16/06/97
Microcomputador 486 DX
Termômetro
Fabricante: ICONTERM
Tipo / Modelo: 65534
Data da Última Calibração: 05/03/97
Termômetro
Fabricante: GULterm do Brasil
Tipo / Modelo: GULterm 700 - 10S
Data da Última Calibração: 05/03/97