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Compreensão de Texto
Edital
Compreensão de textos.
Ortografia Oficial
PROCEDIMENTOS
2. Identificação do tipo de texto (artigo, editorial, notícia, crônica, textos literários, científicos,
etc.);
3. Leitura do enunciado.
EXEMPLIFICANDO
Poesia: a melhor autoajuda.
Calma, esperançoso leitor, iludida leitora, não fiquem bravos comigo, mas ler autoajuda
geralmente só é bom para os escritores de autoajuda. Pois não existe receita para ser feliz ou
dar certo na vida. Sabe por quê? Porque, na maior parte das vezes, apenas você sabe o que é
bom e serve para você. O que funciona para um nem sempre funciona para outro.
Os únicos livros de autoajuda que merecem respeito, e são úteis mesmo, são aqueles que
ensinam novas receitas de bolo, como consertar objetos quebrados em casa ou como operar
um computador. Ou seja, lidar com as coisas concretas, reais, exige um conhecimento também
real, tintim por tintim, item por item. [...]
Não adianta fugir de seus medos, suas dores, suas fragilidades, suas tristezas. Elas sempre
correm juntinho, coladas em você. Tentar ser perfeito, fazer o máximo, transformar-se em outro
dói mais ainda. Colar um sorriso no rosto, enquanto chora por dentro, é para palhaço de circo.
Portanto, entregue-se, seja apenas um ser humano cheio de dúvidas e certezas, alegrias e
aflições. Aproveite e use algo que, isso sim, com certeza é igual em todos nós: a capacidade de
imaginar, de voar, se entregar. Se nem Freud explica, tente a poesia. [...] A poesia vai resolver
seus problemas existenciais? Provavelmente, não. [...] Poesia está mais para lição de vida que
lição de casa.
TAVARES, Ulisses. Discutindo Literatura. Escala Educacional. São Paulo, ano 2, n. 8. p. 20-21. Adaptado.
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• Ulisses Tavares é conhecido poeta e cronista; o veículo de publicação é uma revista
periódica sobre Literatura; logo, – podemos afirmar que o texto é uma crônica.
• O título pode constituir o menor resumo possível de um texto. Por meio dele, certas vezes,
identificamos a ideia central do texto, sendo possível, pois, descartar afirmações feitas em
determinadas alternativas. No texto em questão, o título – Poesia: a melhor autoajuda –,
somado a expressões que remetem ao ato de ler (leitor, leitora, livros, ser feliz ou dar certo
na vida...), permite-nos inferir que o texto remete ao fato de que a leitura de poesia auxilia
seus leitores.
2.
Trata-se de uma crônica: a palavra crônica deriva do Latim chronica, que significava, no
início do Cristianismo, o relato de acontecimentos em sua ordem temporal (cronológica).
Era, portanto, um registro cronológico de eventos. É, primordialmente, um texto escrito
para ser publicado em jornais e revistas, o que lhe determina vida curta. Há semelhanças
entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista
se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há
elementos que distinguem um texto do outro, visto que este inclui em seu texto ficção,
fantasia e criticismo. Pode-se dizer, pois, que tal gênero situa-se entre o jornalismo e a
literatura – o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia a dia. Na
maioria dos casos, é um texto curto narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor
está "dialogando" com o leitor. Apresentam, comumente, linguagem simples, espontânea,
situada entre a linguagem oral e a literária.
Anotações:
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Banco do Brasil – Compreensão de Texto – Profª. Maria Tereza
Anotações:
EXEMPLIFICANDO
Games: bons para a terceira idade
Jogar games de computador pode fazer bem à saúde dos idosos. Foi o que concluiu uma
pesquisa do laboratório, na Universidade da Carolina do Norte, nos EUA.
Os cientistas do laboratório reuniram um grupo de 39 pessoas entre 60 e 77 anos e testaram
funções cognitivas de todos os integrantes, como percepção espacial, memória e capacidade
de concentração. Uma parte dos idosos, então, levou para casa o RPG on-line “World of
Warcraft”, um dos títulos mais populares do gênero no mundo e com 10,3 milhões de usuários
na internet. Eles jogaram o game por aproximadamente 14 horas ao longo de duas semanas
(em média, uma hora por dia).
Outros idosos, escolhidos pelos pesquisadores para integrar o grupo de controle do estudo,
foram para casa, mas não jogaram nenhum videogame. Na volta, os resultados foram
surpreendentes. Os idosos que mergulharam no mundo das criaturas de “Warcraft” voltaram
mais bem dispostos e apresentaram nítida melhora nas funções cognitivas, enquanto o grupo
de controle não progrediu, apresentando as mesmas condições. [...]
MACHADO, André. Games: bons para a terceira idade. O Globo, 28 fev. 2012. 1º Caderno, Seção Economia, p. 24.
Adaptado.
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2. (CESGRANRIO – CEF – MÉDIO – 2012)
O primeiro parágrafo do texto apresenta características de argumentação porque:
focaliza de modo estático um objeto, no caso, um game.
traz personagens que atuam no desenvolvimento da história.
mostra objetos em minúcias e situações atemporalmente.
apresenta uma ideia central, que será evidenciada, e uma conclusão.
desenvolve uma situação no tempo, mostrando seus desdobramentos.
Anotações:
ERROS COMUNS
EXTRAPOLAÇÃO
Ocorre quando o leitor sai do contexto, acrescentando ideias que não estão no texto,
normalmente porque já conhecia o assunto devido à sua bagagem cultural.
REDUÇÃO
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um ou outro aspecto, esquecendo-se de
que o texto é um conjunto de ideias.
CONTRADIÇÃO
EXEMPLIFICANDO
A alegria de consumir
Pesquisa feita nos EUA mostra que o consumo deixa as pessoas felizes. Mas alerta que esse
prazer é efêmero e pode levar à frustração, depressão, sensação de vazio. De acordo com
os pesquisadores americanos, as pessoas mais consumistas não estão tão preocupadas com
o objeto em si que estão comprando ou planejando comprar. Para elas, o importante são os
benefícios intangíveis a serem alcançados, como melhorar a autoestima, fortalecer a relação
com os amigos e até aperfeiçoar o seu desempenho profissional.
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Banco do Brasil – Compreensão de Texto – Profª. Maria Tereza
Outra constatação curiosa da pesquisa é que essa “felicidade” está muito mais concentrada no
ato de planejar e sonhar com a compra do que na aquisição propriamente dita. Os cientistas
chamam esse sentimento de “economia da ansiedade”, que é muito explorada em várias
campanhas publicitárias. Uma coisa é comprar o que se precisa para viver e ter algum conforto.
Outra, bem diferente, é consumir por consumir. É ruim para o bolso, para o espírito e para o
planeta.
Dentre todos os desafios ambientais que enfrentamos hoje, e eles são muitos, dois se
destacam: o crescimento da população e o consumo. Quanto mais gente na terra e mais gente
consumindo, mais aumenta a pressão sobre o aquecimento global, a poluição dos rios, a
destruição das florestas, a pesca descontrolada.
Se continuarmos medindo o volume da alegria pelo tamanho do carrinho de compras,
temos poucas chances de chegar a algum lugar. No mundo de hoje, infelizmente, as pessoas
desempenham muito mais o papel de consumidoras do que de cidadãs. É preciso que haja uma
revisão urgente de valores. Para usufruir das melhores coisas da vida, aquelas que realmente
proporcionam felicidade, raramente é preciso botar a mão no bolso e pagar. Basta olhar em
volta.
VIEIRA, Agostinho. A alegria de consumir. O Globo, 12 mar. 2013. Encarte Amanhã. p. 22. Adaptado.
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Anotações:
ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICAS
1. PALAVRAS DESCONHECIDAS = PARÁFRASES e CAMPO SEMÂNTICO/LEXICAL.
Paráfrase = versão de um texto, geralmente mais extensa e explicativa, cujo objetivo é torná-lo
mais fácil ao entendimento.
Campo Semântico = conjunto de palavras que pertencem a uma mesma área de conhecimento.
Exemplo: escola – aluno, professor, livro, quadro de giz...
Etimologia (do grego antigo) é a parte da gramática que trata da história ou da origem das
palavras e da explicação do significado de palavras por meio da análise dos elementos que as
constituem (morfemas). Por outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e das
regras de sua evolução histórica.
EXEMPLIFICANDO
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Banco do Brasil – Compreensão de Texto – Profª. Maria Tereza
Um pouco distraído
O diabo é que me lembro cada vez mais de coisas que deveria esquecer: dados inúteis,
nomes sem significado, frases idiotas, circunstâncias ridículas, detalhes sem importância.
Em compensação, troco o nome das pessoas, confundo fisionomias, ignoro conhecidos,
cumprimento desafetos. Nunca sei onde largo objetos de uso e cada saída minha de casa
representa meia hora de atraso em aflitiva procura: quede minhas chaves? meus cigarros? meu
isqueiro? minha caneta?
[...]
Anotações:
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EXEMPLIFICANDO
Advérbios
O monstro – porque é um circo-monstro, que viaja em três vastos trens – chegou de manhã
e partiu à noite. Ao som das últimas palmas dos espectadores juntou-se o ruído metálico do
desmonte da tenda capaz de abrigar milhares de pessoas, acomodadas em cadeiras em forma
de x, que, como por mágica, foram se fechando e formando grupos exatos. E com as cadeiras,
foram sendo transportadas para outros vagões jaulas com tigres; e também girafas e elefantes
que ainda há pouco pareciam enraizados ao solo como se estivessem num jardim zoológico. A
verdade é que quem demorasse uns minutos mais a sair veria esta mágica também de circo: a
do próprio circo gigante desaparecer sob seus olhos.
Anotações:
Artigos
Até o final do século 19, quando nasceu meu avô, a vida na Terra, em qualquer que fosse o
país, tinha estreitos laços com os produtos e serviços da natureza. O homem dependia de
animais para a maior parte do trabalho, para locomoção e mal começava a dominar máquinas
capazes de produzir força ou velocidade. [...]
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Banco do Brasil – Compreensão de Texto – Profª. Maria Tereza
Anotações:
Tempos verbais
Os pais de hoje costumam dizer que importante é que os filhos sejam felizes. É uma tendência
que se impôs ao influxo das teses libertárias dos anos 1960. É irrelevante que entrem na
faculdade, que ganhem muito ou pouco dinheiro, que sejam bem-sucedidos na profissão.
O que espero, eis a resposta correta, é que sejam felizes. Ora, felicidade é coisa grandiosa. É
esperar, no mínimo, que o filho sinta prazer nas pequenas coisas da vida. Se não for suficiente,
que consiga cumprir todos os desejos e ambições que venha a abrigar. Se ainda for pouco, que
atinja o enlevo místico dos santos. Não dá para preencher caderno de encargos mais cruel para
a pobre criança.
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Anotações:
A CARTA AUTOMÁTICA
Mais de cem anos depois do surgimento do telefone, o começo dos anos 90 nos oferece um
meio de comunicação que, para muitos, resgata um pouco do romantismo da carta. A Internet
não usa papel colorido e perfumado, e sequer precisa de selos, mas, para muitos, fez voltar
à moda o charme da comunicação por escrito. E, se o provedor não estiver com problemas,
faz isso com o imediatismo do telefone. A rede também foi uma invenção que levou algum
tempo para cair no gosto do público. Criada em 1993 para uso doméstico, há muito ela já era
usada por cientistas universitários que queriam trocar informações. Mas, só após a difusão do
computador doméstico, realizada efetivamente há uns quatro ou cinco anos, que o público
pôde descobrir sua utilidade.
Em The victorian internet, Tom Standage analisa o impacto da criação do telégrafo (surgido
em 1837).
Uma nova tecnologia de comunicação permitia às pessoas se comunicarem quase
que instantaneamente, estando à longa distância [...] Isto revolucionou o mundo
dos negócios.[...] Romances floresceram sob impacto do telégrafo. Códigos secretos
foram inventados por alguns usuários e desvendados por outros. [...] O governo e as
leis tentaram controlar o novo meio e falharam. [...] Enquanto isto, pelos cabos, uma
subcultura tecnológica com seus usos e vocabulário próprio se estabelecia.
Igual impacto teve a Internet. Antes do telégrafo, batizado de “a autoestrada do pensamento”,
o ritmo de vida era superlento. As pessoas saíam para viajar de navio e não se ouviam notícias
delas durante anos. Os países que quisessem saber se haviam ou não ganho determinada
batalha esperavam meses pelos mensageiros, enviados no lombo dos cavalos. Neste mundo
em que reinava a Rainha Vitória (1819-1901), o telégrafo provocou a maior revolução das
comunicações desde o aparecimento da imprensa. A Internet não chegou a tanto. Mas nada
encurta tanto distâncias como entrar num chat com alguém que esteja na Noruega, por exemplo.
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Banco do Brasil – Compreensão de Texto – Profª. Maria Tereza
Anotações:
Expressões totalizantes
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10. (CESGRANRIO – BNDES – MÉDIO – 2011)
A utilização da expressão “ô, raça exprime que o autor:
pode ser surpreendido pelo ser humano, que é complexo.
julga negativamente o ser humano, que não muda.
iguala a raça humana a qualquer outra raça animal.
admira incondicionalmente a raça humana.
não se considera parte da mesma raça como os outros seres.
Anotações:
A palavra
Freud costumava dizer que os escritores precederam os psicanalistas na descoberta do
inconsciente. Tudo porque literatura e psicanálise têm um profundo elo em comum: a palavra.
Já me perguntei algumas vezes como é que uma pessoa que tem dificuldade com a palavra
consegue externar suas fantasias e carências durante uma terapia. Consultas são um refinado
exercício de comunicação. Se relacionamentos amorosos fracassam por falhas na comunicação,
creio que a relação terapêutica também poderá naufragar diante da impossibilidade de o
paciente se fazer entender. [...]
Martha Medeiros. Revista O Globo. 2011.
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Anotações:
AS QUESTÕES PROPOSTAS
Inferência
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INFERÊNCIA = ideias implícitas, sugeridas, que podem ser depreendidas a partir da leitura do
texto, de certas palavras ou expressões contidas na frase.
Enunciados = “Infere-se”, Deduz-se”, “Depreende-se”, etc.
EXEMPLIFICANDO
BORBOLETAS
Havia em Belo Horizonte um médico chamado Dr. Cathoud, que resolvera dedicar-se à
entomologia, e em especial aos lepdópteros — horrível designação
com que são conhecidas cientificamente as borboletas.
Certo dia uma amiga, que o Dr. Cathoud fora visitar, disse-lhe ter uma surpresa para ele. E deu-
lhe de presente três lindas borboletas que havia apanhado: uma branca, uma amarela e uma
azul. Ela também gostava de borboletas e usava, mesmo, uma daquelas varas com rede, para
caçá-las no pomar de sua casa. Só não dispunha de local adequado para conservá-las vivas e as
havia aprisionado numa compoteira.
Dr. Cathoud exultou com o precioso presente, transferindo logo as três borboletas da
compoteira para o seu chapéu e colocando-o na cabeça. Assim elas estariam a salvo até que
chegasse em casa.
E foi então que o Dr. Cathoud se viu personagem de uma cena surrealista digna de uma página
de Lewis Carroll ou um filme de Jacques Tati. A caminho de casa, ao cruzar com uma senhora sua
conhecida na Avenida Afonso Pena, cumprimentou-a, tirando-lhe respeitosamente o chapéu,
como se usava então. E não apenas ela, mas os demais transeuntes, espantados, viram sair da
cabeça do Dr. Cathoud, adejando no ar, três lindas borboletas: uma branca, uma amarela e uma
azul.
SABINO, F. Livro Aberto. Rio de Janeiro: Record, 2001, p. 531.
Pelo conteúdo do texto, mesmo não sabendo quem são Lewis Carroll e Jacques Tati, o leitor
tem condições de concluir que ambos:
colecionavam borboletas coloridas.
eram escritores surrealistas e visionários.
usavam chapéus enfeitados com borboletas.
produziram obras artísticas que lidavam com a fantasia.
são autores de obras importantes da literatura universal.
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Anotações:
INTERTEXTUALIDADE
Um texto remete a outro, contendo em si – muitas vezes – trechos ou temática desse outro
com o qual mantém “diálogo”.
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EXEMPLIFICANDO
Ouvir estrelas
Ouvir estrelas
Ora, direis, ouvir estrelas! Vejo
que estás beirando a maluquice extrema.
No entanto o certo é que não perco o ensejo
De ouvi-las nos programas de cinema.
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TIGRE, Bastos. Ouvir estrelas. In: Becker, I. Humor e humorismo: Antologia. São Paulo: Brasiliense,
1961.
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Anotações:
EXTRATEXTUALIDADE
A questão formulada por meio do texto encontra-se fora do universo textual, exigindo do aluno
conhecimento mais amplo de mundo.
EXEMPLIFICANDO
Anotações:
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TIPOLOGIA TEXTUAL
Narração: modalidade na qual se contam um ou mais fatos – fictício ou não - que ocorreram em
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Há uma relação de anterioridade
e posterioridade. O tempo verbal predominante é o passado.
EXEMPLIFICANDO
EXEMPLIFICANDO
Amar é...
Noite de chuva
Debaixo das cobertas
As descobertas
Ricardo Silvestrin
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Argumentação: modalidade na qual se expõem ideias e opiniões gerais, seguidas da
apresentação de argumentos que as defendam e comprovem.
EXEMPLIFICANDO
UM EM CADA 4 BRASILEIROS CONSEGUE COMPREENDER O TEXTO QUE LÊ
Apenas 26% da população brasileira com mais de 15 anos têm domínio pleno das habilidades
de leitura e escrita. Isso significa que somente um em cada quatro jovens e adultos consegue
compreender totalmente as informações contidas em um texto e relacioná-las com outros
dados.
O restante são os chamados analfabetos funcionais, que “mal conseguem identificar enunciados
simples, sendo incapazes de interpretar texto mais longo ou com alguma complexidade”,
aponta estudo Inaf (Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional), feito pelo Instituto
Paulo Montenegro, que é ligado ao Ibope. Segundo o trabalho, o Brasil possui 16 milhões de
analfabetos com mais de 15 anos (9% da população).
Em contraponto, a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” diz que 67% dos brasileiros têm
interesse pela leitura. O Plano Nacional do Livro, Leitura e Biblioteca – Fome de Livro, do
governo federal, considera que as pessoas têm vontade de ler e, para estimular o hábito, agirá
em várias frentes. Uma delas é zerar o número de cidades brasileiras sem uma biblioteca. A
outra é criar uma política federal centralizada para aumentar a leitura. A democratização do
acesso ao livro se dará por meio das bibliotecas públicas, da revitalização das 5.000 bibliotecas
existentes, construção de acervos básicos infanto-juvenis, proliferação de centros de inclusão
digital, livrarias e realização de campanhas de distribuição de livros. [...]
Segundo pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira do Livro e pelo Sindicato Nacional
de Editores de Livros em 2001, 61% dos brasileiros adultos alfabetizados têm muito pouco ou
nenhum contato com os livros, não existem livrarias em 89% dos municípios brasileiros e 6,5
milhões de pessoas não têm condições financeiras de comprar um livro. De acordo com o Mapa
do Analfabetismo no Brasil, produzido pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais), 35% dos analfabetos brasileiros já frequentaram a escola.
O título do projeto é uma homenagem a um de seus idealizadores, o poeta Waly Salomão, que
costumava dizer: o povo tem fome de comida e de livros. “O governo criou o Fome Zero para
combater a fome e a miséria que têm, como eixos estruturantes, a educação e a cultura”. [...]
UOL – EDUCAÇÃO, 30 set. 2004. (Adaptado)
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EXEMPLIFICANDO
A sua vez
Você já é grandinho o suficiente para saber que brincadeira é para a vida toda.
Boa parte das brincadeiras infantis são um ensaio para a vida adulta. Criança brinca de ser
mãe, pai, cozinheiro, motorista, polícia, ladrão (e isso, você sabe, não implica nenhum tipo de
propensão ao crime). E, ah, quando não há ninguém por perto, brinca de médico também. É
uma forma de viver todas as vidas possíveis antes de fazer uma escolha ou descoberta. Talvez
seja por isso que a gente pare de brincar aos poucos – como se tudo isso perdesse o sentido
quando viramos adultos de verdade. E tudo agora é para valer. Mas será que parar de brincar é,
de fato, uma decisão madura?
Atividades de recreação e lazer estimulam o imaginário e a criatividade, facilitam a
socialização e nos ajudam a combater o estresse. Mas, se tudo isso for o objetivo, perde a
graça, deixa de ser brincadeira. Vira mais uma atividade produtiva a cumprir na agenda. Você
só brinca de verdade (ainda que de mentirinha) pelo prazer de brincar. E só. Como escreveu
Rubem Alves, quem brinca não quer chegar a lugar nenhum – já chegou.
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Anotações:
GÊNEROS TEXTUAIS
EDITORIAL: texto opinativo/argumentativo, não assinado, no qual o autor (ou autores) não
expressa a sua opinião, mas revela o ponto de vista da instituição. Geralmente, aborda assuntos
bastante atuais. Busca traduzir a opinião pública acerca de determinado tema, dirigindo-se
(explícita ou implicitamente) às autoridades, a fim de cobrar-lhes soluções.
EXEMPLIFICANDO
MUNDO TEM MAIS OBESOS DO QUE DESNUTRIDOS
Segundo a OMS, 300 milhões são muito gordos e 170 milhões estão abaixo do peso
GENEBRA. Aproximadamente 170 milhões de crianças em todo o mundo têm peso abaixo do
normal, enquanto cerca de 300 milhões de adultos são obesos, informou ontem a Organização
Mundial da Saúde (OMS), na abertura da 33ª sessão anual do Comitê Permanente de Nutrição,
em Genebra.
Reunido até sexta-feira, o organismo formado por representantes de várias agências da
Organização das Nações Unidas (ONU) pretende elaborar um plano de ação que ajude as
autoridades nacionais a enfrentar os problemas.
– Para alcançar as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU e controlar a epidemia crescente
das doenças crônicas, é necessário lutar com urgência contra a má nutrição no mundo, tanto
causada pelo excesso quanto pela falta – afirmou a presidente do comitê, Catherine Bertini.
Das 170 milhões de crianças desnutridas, cerca de três milhões morrem a cada ano, de
acordo com os dados fornecidos pela OMS. No extremo oposto, calcula-se que há no mundo
cerca de 1 bilhão de pessoas com excesso de peso, das quais 300 milhões são obesas. Todos eles
estão mais expostos que os demais a sofrer cardiopatias, acidentes cardiovasculares, cânceres
e diabetes, entre outras doenças ligadas ao excesso de peso.
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A OMS adverte que esse problema duplo não é simplesmente de países ricos ou pobres,
mas está ligado ao grau de desenvolvimento de cada nação.
O Globo,14 mar. 2006.
EXEMPLIFICANDO
COMO NÃO PENSEI NISSO ANTES?
Para ser um inventor, basta enxergar os problemas como matéria-prima para a criatividade e
apostar nas próprias ideias.
1. “No meio do caminho tinha uma pedra/ tinha uma pedra no meio do caminho.” O
2. poeta Carlos Drummond de Andrade criou um dos textos mais famosos da literatura
3. brasileira ao buscar inspiração num obstáculo. De forma parecida, muita gente,
4. famosa ou anônima, no decorrer da história, tem convertido suas dificuldades em
5. criações.
6. Não é difícil perceber que, na origem de todos os objetos criados pelo homem,
havia um problema. Foi de tanto machucar os pés ao caminhar descalço que algum
remoto ancestral inventou o calçado, por exemplo. Cansado de beber água usando as
próprias mãos, alguém concebeu o copo. E por aí vai.
10. Diante de uma pedra no caminho, pode-se lamentá-la ou tentar removê-la. A
11. primeira opção é a mais fácil, mas não leva a nada. A segunda nos permite não só dar
12. um fim ao empecilho, mas também deixar uma contribuição para a humanidade. Foi
13. esse rumo que o motorista de caminhão aposentado José Roberto Rodrigues, de 55
14. anos, escolheu.
15. Há 15 anos, em um acampamento, José viu um botijão de gás ir pelos ares.
16. Impressionado com o acidente, pôs na cabeça que poderia fazer algo para evitá-lo.
17. Anos depois, teve a ideia: se acondicionasse o botijão dentro de uma estrutura
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18. fechada e a conectasse com a área externa da casa, o problema estaria resolvido.
19. Afinal, a explosão só acontece se há acúmulo de gás dentro da cozinha. Estava
20. concebida a cápsula antiexplosão.
21. Para construir a engenhoca, ele pegou um balde grande de plástico, desses usados
22. como lixeira, e fez dois furos: um para a mangueira do botijão e outro para permitir
23. a conexão com o exterior da casa. Se o gás vazar, sai para o ambiente externo. “Fiz
tudo sozinho”, orgulha-se José.
25. Tempos depois, inspirado pelas filhas, que volta e meia deixavam a comida
queimar, aperfeiçoou o invento. Adicionou-lhe um dispositivo capaz de controlar o
tempo pelo qual o fogão permanece aceso. Para isso, comprou um timer, aparelho
encontrado em lojas de material elétrico, e o acoplou à válvula do botijão. Funciona
como um relógio de corda: em quinze minutos, quando completa a volta, o
equipamento trava a saída de gás. Se o cozimento for demorado, é só reprogramar o
dispositivo.[...]
32. A história de José mostra que não é preciso pós-doutorado para transformar
33. problemas do dia a dia em solução. O necessário é ter autoconfiança, persistência,
34. motivação e capacidade de pensar por si próprio, como enumera a psicóloga Eunice
35. Alencar, da Universidade Católica de Brasília. “Todos temos essas características. O
36. que precisamos é saber cultivá-las para despertar nossa capacidade de criação”, diz
37. Eunice.[...]
38. A satisfação de ver a própria invenção ser usada por várias pessoas é algo que
Beatriz Zorovich, de 78 anos, conhece há muitas décadas. Um belo dia, quando estava
na cozinha, ela percebeu que, se a bacia que usava para lavar o arroz tivesse furinhos,
41. ficaria fácil escorrer os grãos. Com a ajuda do marido, o engenheiro Sólon Zorovich,
42. construiu um protótipo em uma espécie de papel alumínio grosso.[...] Deu certo:
43. lançado na Feira de Utilidades Domésticas de 1962, o escorredor de arroz ganhou as
44. cozinhas de todo o País. Beatriz não sabe calcular exatamente quanto ganhou com o
45. produto. Mas lembra que os lucros equivaliam ao seu salário de dentista. A patente
46. expirou em 1978.[...]
COSTA, Rachel. Sorria.
NOTÍCIAS: são autorais, apesar de nem sempre serem assinadas. Seu objetivo é tão somente o
de informar, não o de convencer.
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EXEMPLIFICANDO
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EXEMPLIFICANDO
A vida sem celular
O inevitável aconteceu: perdi meu celular. Estava no bolso da calça. Voltei do Rio de Janeiro,
peguei um táxi no aeroporto. Deve ter caído no banco e não percebi. Tentei ligar para o meu
próprio número. Deu caixa postal. Provavelmente eu o desliguei no embarque e esqueci de
ativá-lo novamente. Meu quarto parece uma trincheira de guerra de tanto procurá-lo.
Agora me rendo: sou um homem sem celular. O primeiro sentimento é de pânico. Como
vou falar com meus amigos? Como vão me encontrar? Estou desconectado do mundo. Nunca
botei minha agenda em um programa de computador, para simplesmente recarregá-la em um
novo aparelho. Será árduo garimpar os números da família, amigos, contatos profissionais.
E se alguém me ligar com um assunto importante? A insegurança é total. Reflito. Podem me
achar pelo telefone fixo. Meus amigos me encontrarão, pois são meus amigos. Eu os buscarei, é
óbvio. Então por que tanto terror?
Há alguns anos – nem tantos assim – ninguém tinha celular. A implantação demorou por
aqui, em relação a outros países. E a vida seguia. Se alguém precisasse falar comigo, deixava
recado. Depois eu chamava de volta. Se estivesse aguardando um trabalho, por exemplo,
eu ficava esperto. Ligava perguntando se havia novidades. Muitas coisas demoravam para
acontecer. Mas as pessoas contavam com essa demora. Não era realmente ruim. Saía tranquilo,
sem o risco de que me encontrassem a qualquer momento, por qualquer bobagem.
A maior parte das pessoas vê urgência onde absolutamente não há. Ligam afobadas para
fazer uma pergunta qualquer. Se não chamo de volta, até se ofendem.
— Eu estava no cinema, depois fui jantar, bater papo.
— É... Mas podia ter ligado!
Como dizer que podia, mas não queria?
Vejo motoristas de táxi tentando se desvencilhar de um telefonema.
— Agora não posso falar, estou dirigindo.
— Só mais uma coisinha...
Fico apavorado no banco enquanto ele faz curvas e curvas, uma única mão no volante. Muita
gente não consegue desligar mesmo quando se explica ser impossível falar. Dá um nervoso!
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A maioria dos chefes sente-se no direito de ligar para o subordinado a qualquer hora. Noites,
fins de semana, tudo submergiu numa contínua atividade profissional. No relacionamento
pessoal ocorre o mesmo.
— Onde você está? Estou ouvindo uma farra aí atrás.
— Vendo televisão! É um comercial de cerveja!
Um amigo se recusa a ter celular.
— Fico mais livre.
Às vezes um colega de trabalho reclama:
— Precisava falar com você, mas não te achei.
— Não era para achar mesmo.
Há quem desfrute o melhor. Conheço uma representante de vendas que trabalha na
praia durante o verão. Enquanto torra ao sol, compra, vende, negocia. Mas, às vezes, quando
está para fechar o negócio mais importante do mês, o aparelho fica fora de área. Ela quase
enlouquece!
Pois é. O celular costuma ficar fora de área nos momentos mais terríveis. Parece de
propósito! Como em um recente acidente automobilístico que me aconteceu. Eu estava bem,
mas precisava falar com a seguradora. O carro em uma rua movimentada. E o celular mudo!
Quase pirei! E quando descarrega no melhor de um papo, ou, pior, no meio da briga, dando a
impressão de que desliguei na cara?
Na minha infância, não tinha nem telefone em casa. Agora não suporto a ideia de passar um
dia desconectado. É incrível como o mundo moderno cria necessidades. Viver conectado virou
vício. Talvez o dia a dia fosse mais calmo sem celular. Mas vou correndo comprar um novo!
CARRASCO, Walcyr. A vida sem celular. Veja São Paulo, São Paulo, n.2107, 08 abr. 2009. Disponível em: <http://
vejasp.abril.com.br/revista/ edicao-2107/avida-sem-celular> Acesso: 26 dez. 2011. Adaptado.
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EXEMPLIFICANDO
O romance policial, descendente do extinto romance gótico, conserva características
significativas do gênero precursor: a popularidade imensa e os meios para obtê-la. “Romances
policiais”, reza um anúncio do editor de Edgar Wallace, “são lidos por homens e mulheres
de todas as classes; porque não há nada que seja tão interessante como a explicação de um
crime misterioso. Não há nada que contribua com eficiência maior para divertir os espíritos
preocupados”.
Os criminosos e detetives dos romances policiais servem-se dos instrumentos requintados
da tecnologia moderna para cometer e revelar horrores: sociedades anônimas do crime,
laboratórios científicos transformados em câmaras de tortura. Os leitores contemporâneos
acreditam firmemente na onipotência das ciências naturais e da tecnologia para resolver
todos os problemas e criar um mundo melhor; ao mesmo tempo, devoram romances nos
quais os mesmíssimos instrumentos físicos e químicos servem para cometer os crimes mais
abomináveis.
Leitores de romances policiais não são exigentes. Apenas exigem imperiosamente um
final feliz: depois da descoberta do assassino, as núpcias entre a datilógrafa do escritório dos
criminosos e o diretor do banco visado por eles, ou então a união matrimonial entre o detetive
competente e a bela pecadora arrependida.
Não adianta condenar os romances policiais porque lhes falta o valor literário. Eles são
expressões legítimas da alma coletiva, embora não literárias, e sim apenas livrescas de desejos
coletivos de evasão.
(Adaptado de Otto Maria Carpeaux. Ensaios reunidos 1942-1978. Rio de Janeiro: UniverCidade e TopBooks, v.1,
1999. P. 488-90)
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EXEMPLIFICANDO
O anúncio publicitário a seguir é uma campanha de um adoçante, que tem como seu slogan a
frase “Mude sua embalagem”.
CHARGE: é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar algum acontecimento atual
com uma ou mais personagens envolvidas. A palavra é de origem francesa e significa carga,
ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. Apesar de ser
confundida com cartum, é considerada totalmente diferente: ao contrário da charge, que tece
uma crítica contundente, o cartum retrata situações mais corriqueiras da sociedade. Mais do
que um simples desenho, a charge é uma crítica político-social mediante o artista expressa
graficamente sua visão sobre determinadas situações cotidianas por meio do humor e da sátira.
EXEMPLIFICANDO
A charge a seguir trata da situação crítica a que está submetido o País em relação à dengue.
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26. (CESGRANRIO – FUNASA – AGENTE ADMINISTRATIVO – 2009)Uma charge tem como objetivo,
por meio de seu tom caricatural, provocar, no leitor, dada reação acerca de um fato específico.
De acordo com a situação em que foi produzida, a charge de Ique, aqui apresentada, visa a
provocar, no leitor, uma reação de
consternação.
revolta.
alerta.
complacência.
belicosidade.
EXEMPLIFICANDO
Texto para a questão 27.
http://www1.folha. Uol.com.br/ilustrada/cartum/cartunsdiarios#17/6/13
27. No cartum, a expressão “me sinto bloqueado” significa que o cliente está:
numa situação de vergonha e tristeza.
sem vergonha de falar o que pensa.
sem condições de falar sobre si mesmo.
com desejo de abandonar o tratamento.
com vergonha de mudar de posição no divã.
QUADRINHOS: hipergênero, que agrega diferentes outros gêneros, cada um com suas
peculiaridades.
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EXEMPLIFICANDO
EXEMPLIFICANDO
Science fiction
O marciano encontrou-me na rua
e teve medo de minha impossibilidade humana.
Como pode existir, pensou consigo, um ser
que no existir põe tamanha anulação de existência?
Afastou-se o marciano, e persegui-o.
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SEMÂNTICA
SINONÍMIA E ANTONÍMIA
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etc.
Antônimos: palavras que possuem significados opostos, contrários. Pode originar-se do
acréscimo de um prefixo de sentido oposto ou negativo.
Exemplos:
mal X bem
fraco X forte
subir X descer
possível X impossível
simpático X antipático
EXEMPLIFICANDO
100 Coisas
É febre. Livros listando as cem coisas que você deve fazer antes de morrer, os cem lugares que
você deve conhecer antes de morrer, os cem pratos que você deve provar antes de morrer.
Primeiramente, me espanta o fato de todos terem a certeza absoluta de que você vai morrer.
Eu prefiro encarar a morte como uma hipótese. Mas, no caso, de acontecer, serei obrigada
mesmo a cumprir todas essas metas antes? Não dá pra fechar por cinquenta em vez de cem?
Outro dia estava assistindo a um DVD promocional que também mostra, como imaginei, as
cem coisas que a gente precisa porque precisa fazer antes de morrer. Me deu uma angústia,
pois, das cem, eu fiz onze até agora. Falta muito ainda. Falta dirigir uma Ferrari, fazer um safári,
frequentar uma praia de nudismo, comer algo exótico (um baiacu venenoso, por exemplo),
visitar um vulcão ativo, correr uma maratona
[...].
Se dependesse apenas da minha vontade, eu já teria um plano de ação esquematizado,
mas quem fica com as crianças? Conseguirei cinco férias por ano? E quem patrocina essa
brincadeira?
Hoje é dia de mais um sorteio da Mega-Sena. O prêmio está acumulado em cinquenta milhões
de reais. A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre o que fariam com a bolada,
responde: pagar dívidas, comprar um apartamento, um carro, uma casa na serra, outra na
praia, garantir a segurança dos filhos e guardar o resto para a velhice.
Normal. São desejos universais. Mas fica aqui um convite para sonhar com mais criatividade.
Arranje uma dessas listas de cem coisas pra fazer e procure divertir-se com as opções [...]. Não
pense tanto em comprar mas em viver.
Eu, que não apostei na Mega-Sena, por enquanto sigo com a minha lista de cem coisas a evitar
antes de morrer. É divertido também, e bem mais fácil de realizar, nem precisa de dinheiro.
MEDEIROS, Martha. Doidas e santas. Porto Alegre: L&PM, 2008, p. 122-123. Adaptado
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A alegria de consumir
Pesquisa feita nos EUA mostra que o consumo deixa as pessoas felizes. Mas alerta que esse
prazer é efêmero e pode levar à frustração, depressão, sensação de vazio. De acordo com
os pesquisadores americanos, as pessoas mais consumistas não estão tão preocupadas com
o objeto em si que estão comprando ou planejando comprar. Para elas, o importante são os
benefícios intangíveis a serem alcançados, como melhorar a autoestima, fortalecer a relação
com os amigos e até aperfeiçoar o seu desempenho profissional.
[...]
Anotações:
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Denotação: significação objetiva da palavra - valor referencial; é a palavra em "estado de
dicionário“.
Conotação: significação subjetiva da palavra; ocorre quando a palavra evoca outras realidades
devido às associações que ela provoca.
EXEMPLIFICANDO
Ciência do esporte – sangue, suor e análises
Na luta para melhorar a performance dos atletas […], o Comitê Olímpico Brasileiro tem, há
dois anos, um departamento exclusivamente voltado para a Ciência do Esporte. De estudos
sobre a fadiga à compra de materiais para atletas de ponta, a chave do êxito é uma só: o
detalhamento personalizado das necessidades.
Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos
dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre gênios da espécie
e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características
individuais forem minuciosamente estudadas. Num universo olímpico em que muitas vezes
um milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte.
Porque grandes campeões também são moldados através de análises laboratoriais, projetos
acadêmicos e modernos programas de computador.
A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro
(COB) há dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao tema. [...]
No futebol feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver
técnicas individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água, outras precisam de
isotônico — explica Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]
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“entra em campo”
“cresceu de tal forma”
“o perfil de desgaste”
Anotações:
HIPONÍMIA E HIPERONÍMIA
originam ramificações.
de um todo.
EXEMPLIFICANDO
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34. Na tira de Mafalda, encontram-se as palavras “gente” e “pessoas” para designar a mesma
realidade. Considerando o contexto em que foi produzido o discurso e as relações de sentido
criadas a parrtir dele, podemos inferir que “gente” representa um conceito mais amplo e que
“pessoas” representa um conceito mais restrito, particularizado. Na relação entre essas duas
palavras, no contexto da tira, há, pois, respectivamente, uma ocorrência de:
denotação / conotação.
hiperonímia / hiponímia.
sinonímia / antonímia.
homonímia / paronímia.
singularidade / pluralidade.
Anotações:
POLISSEMIA
Significa (poli = muitos; semia = significado) “muitos sentidos”, contudo, assim que se insere
no contexto, a palavra perde seu caráter polissêmico e assume significado específico, isto é,
significado contextual.
Os vários significados de uma palavra, em geral, têm um traço em comum. A cada um deles dá-
se o nome de acepção.
• A cabeça une-se ao tronco pelo pescoço.
• Ele é o cabeça da rebelião.
• Sabrina tem boa cabeça.
EXEMPLIFICANDO
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Talento é fundamental. Suor e entrega, nem se fala. Mas o caminho para o ouro olímpico nos
dias atuais passa por conceitos bem mais profundos. Sem distinção entre gênios da espécie
e reles mortais, a máquina humana só atinge o máximo do potencial se suas características
individuais forem minuciosamente estudadas. Num universo olímpico em que muitas vezes um
milésimo de segundo pode separar glória e fracasso, entra em campo a Ciência do Esporte.
Porque grandes campeões também são moldados através de análises laboratoriais, projetos
acadêmicos e modernos programas de computador.
A importância dos estudos científicos cresceu de tal forma que o Comitê Olímpico Brasileiro
(COB) há dois anos criou um departamento exclusivamente dedicado ao tema. [...] No futebol
feminino, já temos o perfil de desgaste de cada atleta e pudemos desenvolver técnicas
individuais de recuperação. Algumas precisam beber mais água, outras precisam de isotônico
— explica Sidney Cavalcante, supervisor de Ciência do Esporte do comitê. […]
Anotações:
ORTOGRAFIA / SEMÂNTICA
PARÔNIMOS e HOMÔNIMOS
Parônimos – palavras que são muito parecidas na escrita ou na pronúncia, porém apresentam
significados diferentes.
• Ao encontro de (a favor) / De encontro a (contra)
• Ao invés de (oposto) / Em vez de (no lugar de)
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ALGUNS OUTROS EXEMPLOS
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EXEMPLIFICANDO
Homônimos – palavras que são iguais na escrita e/ou na pronúncia, porém têm significados
diferentes.
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ALGUNS OUTROS EXEMPLOS
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EXEMPLIFICANDO
I. Em “Seria ingênuo pensar que esse mito desapareceu com a recente crise, mas, que ele
está mal das pernas, está.”, o sentido da expressão "mal das pernas", característica da
oralidade, seria prejudicado caso se substituísse "mal" por mau.
II. A correção gramatical do texto seria mantida se, no trecho “posicionado a alguns metros”,
o termo “a” fosse substituído por há.
III. Em “As trevas medievais tomaram conta da Europa, fazendo-a mergulhar em mil anos
de estagnação, sob as mãos de senhores feudais, reis e papas, que não conheciam outro
limite senão seu próprio poder.”, a substituição do vocábulo “senão” por se não, embora
gramaticalmente correta, prejudicaria o sentido do texto.
Anotações:
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GRAFIA DOS PORQUÊS
Anotações:
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28.inferiores [...]. A inferioridade passaria a ser uma característica “racial”
29.inerente a todos os negros. [...] E o preconceito é tão forte que acaba
30.assimilado pela própria vítima. É o caso do garoto que garantiu ter feito
31.“serviço de branco”. Ou do imigrante que nega sua origem. Ou, ainda, da
32.mulher que reconhece sua “inferioridade” [...]
33. Seria, pois, errado falar em minorias? Não, uma vez que o conceito de
34.minoria é ideológico, socialmente elaborado e não aritmeticamente
35.constituído. Isto quer dizer que o negro de que se fala não é o negro
36.concreto, palpável, mas aquele que está na cabeça do preconceituoso. E isto
37.tem raízes históricas profundas.
PINSKY, J. (Org.) 12 faces do preconceito. São Paulo: Contexto, 2000. p. 21-22
39. Segundo o contexto do Texto I, por “Serviço de negro” entende-se um trabalho socialmente
considerado:
importante
dispensável
incomum
suspeito
inferior
40. De acordo com o ponto de vista do enunciador do Texto I, o preconceito sustenta-se, dentre
outros aspectos, na(o):
alienação
ética
irresponsabilidade
inconformismo
respeito
41. (PONTUAÇÃO) No Texto I, nas expressões “serviço de branco” (L. 02) e “mesmo sendo negras”
(L. 04), o uso das aspas visa a:
destacar palavras que assumem um sentido fora do comum no contexto.
assinalar o caráter simbólico com que tais termos são socialmente usados.
desmitificar a posição subalterna relegada ao negro na sociedade.
promover os tipos de serviço desempenhados por muitos negros.
exemplificar a inconsciência dos negros frente à sua condição social.
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42. (CLASSES) Em “Um garoto negro termina um serviço que lhe havia sido solicitado e,
orgulhosamente, garante ter feito ‘serviço de branco’” (L. 01-02, Texto I), o uso do advérbio
destacado:
confere à atitude do garoto um caráter laudatório.
evidencia uma dúvida quanto ao sentimento do garoto.
particulariza o sentido do verbo garantir no contexto.
marca crítica implícita do enunciador à postura do rapaz.
isenta o autor da responsabilidade do que afirma.
43. (PONTUAÇÃO) No Texto I, o uso do travessão em “Como dizia um conhecido — para meu horror
e indiferença dos demais participantes da conversa:” (L. 05-07) constitui recurso argumentativo,
uma vez que:
auxilia na descrição feita acerca do preconceito.
enfatiza o ponto de vista crítico do enunciador.
traduz a adesão do autor à informação exposta.
suspende o pensamento do enunciador sobre o tema.
desvela a discordância dos participantes da conversa.
44. (NEXO) No primeiro parágrafo do Texto I, o enunciador estabelece um diálogo com a fala de
outrem, que é “Não tenho nada contra o negro ou nordestino, desde que saibam seu lugar” (L.
07-08), constituindo uma relação de:
dúvida
tolerância
contraste
aquiescência
conformidade
45. (NEXO) A palavra Assim articula os dois primeiros períodos do terceiro parágrafo do Texto I. No
contexto, esse conector estabelece uma relação de causa e efeito entre um(a):
tese e sua exemplificação
hipótese e sua incoerência
generalização e sua correção
conceito e sua crítica
pensamento e sua potencialização
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47. (REESCRITA) Uma reescritura do trecho “o preconceito é tão forte que acaba assimilado pela
própria vítima” (L. 29-30), que não traz prejuízo à clareza e à veiculação das informações
contidas, está em:
O preconceito, por acabar sendo assimilado pela própria vítima, é tão forte.
Como é tão forte, o preconceito acaba sendo assimilado pela própria vítima.
Acabando assimilado pela própria vítima, o preconceito é tão forte.
Apesar de tão forte, o preconceito acaba sendo assimilado pela própria vítima.
De maneira que a própria vítima acaba assimilando, o preconceito é tão forte.
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50. (ELEMENTOS COESIVOS) No Texto II, o uso da expressão nominal “jogadores celestes” (. 5) tem
por finalidade:
enaltecer as qualidades do time do Cruzeiro frente ao Real Garcilaso.
apresentar a solidariedade do periódico para com o jogador vítima de racismo.
induzir o leitor a se compadecer do Cruzeiro em virtude do acontecido.
garantir a clareza do texto no que toca ao estabelecimento de laços coesivos.
eximir o Real Garcilaso da responsabilidade sobre a atitude racista dos torcedores.
51. (ELEMENTOS COESIVOS) No trecho do Texto II “como fatores que os prejudicaram.” (L. 05), o
pronome destacado apresenta como referente que termo?
“atletas” (L. 04)
“fatores” (L. 05)
“adversários” (L. 06)
“cruzeirenses” (L. 07)
“macacos” (L. 11)
52. (NEXO) No Texto II, entre as orações constituintes do período “Hostilizado, Tinga foi além.” (L.
17), verifica-se uma relação semântica de:
explicação
oposição
alternância
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proporção
causa e efeito
53. (NEXO) A palavra mas, que inicia o último período do primeiro parágrafo do Texto II, apresenta
o papel semântico de:
contradizer as informações articuladas.
indicar a causa do que se enuncia antes.
retomar as informações anteriores.
enfatizar a informação seguinte.
apontar o efeito do que se expôs.
54. (ELEMENTOS COESIVOS) No trecho do Texto II “Aqui, em um país tão próximo, tão cheio de
mistura, acontece (isso)” (L. 15-16), o pronome destacado faz referência:
às atitudes racistas da torcida peruana
à tristeza do jogador frente ao racismo
à inexistência de atos racistas na Alemanha
ao espanto acerca da origem do racismo
ao descaso da torcida do Cruzeiro
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 4 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34
35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51
52 53 54 55. C
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Redação
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