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MOSSORÓ/RN
2014
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que comanda e guia minha vida, concedendo-me força e saúde para
continuar a jornada.
A minha esposa, Égila Assis Lemos Gomes e a minha filha Ana Letícia Lemos Gomes,
que foram a minha fonte de expiração, que dedicou parte de seu tempo para me apoiar e
incentivar durante o mestrado.
À minha mãe, Maria do Carmo Gomes a Silva que sempre me ajudou, impulsionou e
acreditou nas minhas conquistas e me ensinou a vencer todos os obstáculos da vida.
A meu pai, Cosme Silva vieira, que foi para mim um exemplo de incentivo e
determinação. Mesmo com poucas instruções, mostrou o melhor caminho a ser seguido.
Aos meus amigos Nilo Pinheiro e Diego Moreira pelo companheirismo durante esta
jornada de dois anos e pela força que me deram durante o mestrado.
Aos meus professores que me ajudaram para concretização do mestrado e meu
orientador, Odacir Almeida Neves, que não mediu esforços em me ajudar a elaborar
esta dissertação.
(Amoroso Costa)
RESUMO
Neste trabalho, foi realizado um estudo sobre o ensino das cônicas com o apoio do
desenho geométrico. Um levantamento bibliográfico sobre o ensino das cônicas no
Brasil e a importância de se estudar desenho geométrico foram elementos decisivos para
realização desta obra. Para enfatizar sua importância, várias aplicações do cotidiano
foram apresentadas nesta obra, como: engrenagem elíptica, Planetário de Saint Louis,
antena parabólica, dentre outras. Com objetivo de fortalecer o ensino das cônicas, foi
sugerido o desenho geométrico como recurso para as construções elíptica, hiperbólica e
parabólica. Foram apresentadas algumas atividades interessantes para se trabalhar em
sala de aula utilizando régua e compasso. As atividades abordadas nesta obra ficaram
organizadas em duas partes, a fim de obter um resultado satisfatório. Após a realização
das atividades foi aplicado um questionário diagnóstico e o resultado foi expresso por
meio de um gráfico. Uma pesquisa, também foi realizada com os professores de
matemática. Esperamos que esta obra sirva de motivação e apoio para novas pesquisas.
ABSTRACT
In this essay, a study on teaching conic sections using geometry graphs was conducted. A
short guide on the teaching of conic sections in Brazil and the importance of studying
geometry graphs were relevant aspects for the result of this analysis. In order to emphasize
such importance, several routine practices were presented in this dissertation, such as:
elliptical gear, Saint Louis Planetarium, satellite dish antenna, among others. With the
purpose of improving the teaching of conic sections, it have been suggested the geometry
graphs as a way to elliptical, hyperbolic and parabolic construction.
Some interesting activities were presented to work in class using a ruler and a math compass.
The activities were organized into two essential parts in order to provide a satisfactory result.
After the accomplishment of the exercises, a diagnostic questionnaire was taken and its results
were shown through graphics. A survey was also conducted with math teachers.
Hopefully, this study can serve as motivation and support for upcoming researches.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 ‐ Gráfico das secções cônicas de Apolônio .............................................................................. 15
Figura 2 ‐ Movimento elíptico do planeta ............................................................................................. 19
Figura 3 ‐ Coliseu de Roma .................................................................................................................... 19
Figura 4 ‐ Engrenagens elípticas em um motor de combustão............................................................. 20
Figura 5 ‐ Planetário de Saint Louis ....................................................................................................... 21
Figura 6 ‐ Telescópio de Galileu ............................................................................................................ 22
Figura 7 ‐ Forno solar de Odeillo ........................................................................................................... 23
Figura 8 ‐ Farol de automóvel ............................................................................................................... 24
Figura 9 ‐ Espelho parabólico e antena parabólica ............................................................................... 24
Figura 10 ‐ Ponto, reta e plano .............................................................................................................. 26
Figura 11 ‐ Semirreta e segmento de reta ............................................................................................ 26
Figura 12 ‐ Mediatriz de um segmento ................................................................................................. 27
Figura 13 ‐ Reta perpendicular a AB passando por P pertencente a r .................................................. 28
Figura 14 ‐ Reta perpendicular a AB passando por P não pertencente a r ........................................... 29
Figura 15 ‐ Retas paralelas .................................................................................................................... 29
Figura 16 ‐ Divisão de segmento ........................................................................................................... 30
Figura 17 ‐ Par de esquadros ................................................................................................................. 31
Figura 18 ‐ Esquadro isósceles apoiado a uma régua ........................................................................... 31
Figura 19 ‐ Esquadro isósceles apoiado ao esquadro escaleno ............................................................ 32
Figura 20 ‐ Deslizamento do esquadro isósceles sobre o esquadro escaleno ...................................... 32
Figura 21 ‐ Esquadro isósceles apoiado a uma régua ........................................................................... 32
Figura 22 ‐ Esquadro isósceles apoiado ao esquadro escaleno ............................................................ 33
Figura 23 ‐ Rotação do esquadro isósceles ........................................................................................... 33
Figura 24 ‐ Reta perpendicular através de esquadro ............................................................................ 34
Figura 25 ‐ Centro da elipse .................................................................................................................. 34
Figura 26 ‐ Focos e eixos da elipse ........................................................................................................ 35
Figura 27 ‐ Focos da elipse .................................................................................................................... 36
Figura 28 ‐ Elipse e excentricidade ........................................................................................................ 37
Figura 29 ‐ Hipérbole e eixos ................................................................................................................. 37
Figura 30 ‐ Construção das assíntotas ................................................................................................... 38
Figura 31 ‐ Construção da hipérbole através do eixo real e imaginário ............................................... 39
Figura 32 ‐ Hipérbole e eixo real ........................................................................................................... 40
Figura 33 ‐ Parábola côncava para direita ............................................................................................. 40
Figura 34 ‐ Parábola côncava para cima ................................................................................................ 41
Figura 35 ‐ Construção da parábola por vértice, eixo simétrica e diretriz ............................................ 42
Figura 36 ‐ Curva de parábola ............................................................................................................... 43
Figura 37 ‐ Resultado da pesquisa entre alunos ................................................................................... 44
Figura 38 ‐ Resultado da pesquisa entre professores ........................................................................... 45
10
SUMÁRIO
11
Introdução
12
13
O terceiro livro contém muitos teoremas notáveis, úteis para a síntese de lugares
sólidos e determinações de limites; a maior parte e os mais bonitos desses teoremas
são novos e, quando os descobri, observei que Euclides não tinha efetuado a síntese
do lugar com relação a três ou quatro retas, mas só uma parte causal dela e não bem
sucedida: pois a síntese não poderia ser completada sem minhas descobertas
adicionais. (BOYER.1974. p. 110).
No quarto livro, descreveu a hipérbole como curva de dois ramos, como sendo mais
uma de suas descobertas. O quinto, sexto e sétimo livro são autênticos, onde se discute
normais às cônicas e mostra quantas podem ser desenhadas a partir de um ponto.
Segundo Boyer (1974. p. 107), “[...] assim como Os elementos de Euclides
substituíram textos elementares anteriores [...], o tratado sobre Cônicas derrotou todos os
rivais no campo das seções cônicas, inclusive As cônicas de Euclides”
Antes de Apolônio, as secções cônicas, elipse, hipérbole e parábola, eram obtidas de
três tipos deferentes de cone circular reto conforme o ângulo agudo, obtuso e reto formado no
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vértice do cone (cone de uma folha). Nesse período, elas eram obtidas seccionando um cone
circular reto de uma folha com um plano perpendicular a uma geratriz do cone, obtendo três
tipos distintos de curvas.
De acordo com Eves (1994. p. 61) “Supõe-se que Menaecmus tenha descoberto as
curvas hoje conhecidas como elipse, parábola e hipérbole seccionando cones com planos
perpendiculares a uma secção meridional cujo ângulo era, respectivamente, agudo, reto ou
obtuso”.
Apolônio foi o matemático que conseguiu gerar todas as cônicas através de um único
cone, simplesmente variando a inclinação do plano de interseção. Mostrou também que o
cone não precisava ser reto, mas pode ser gerado por cone oblíquo e escaleno.
Mostrando como obter todas as secções de um mesmo cone oblíquo de duas folhas e
dando-lhes nomes eminentemente apropriados, Apolônio deu importante
contribuição á geometria, mas não foi tão longe quanto poderia ter ido na
generalidade. Poderia igualmente bem ter partido de um cone elíptico- ou de
qualquer cone quádrico - e ter ainda obtido as mesmas curvas. Isto é, qualquer
secção plana do cone “circular” de Apolônio, poderia servir como curva de “base”
em sua definição, e a restrição “cone circular” é desnecessária. Na verdade, como o
próprio Apolônio mostrou (livro I, Proposição 5), todo cone circular oblíquo tem
não só uma infinidade de secções circulares paralelas à base, mas também um outro
conjunto infinito de secções circulares dadas pelo que ele chamou de secções
subcontrárias.(BOYER.1974.p. 108).
Esse passo foi importante para mostrar os três tipos de curvas. Com essa descoberta,
Apolônio trouxe as curvas antigas mais para perto, substituindo o cone de uma só folha por
um cone de duas folhas.
Os termos elipse, hipérbole e parábola nem sempre tiveram estas conotações. Para que
entendamos melhor a origem desses termos é necessário buscarmos um pouco da história dos
grandes matemáticos.
Segundo Eves (1994), o primeiro matemático a usar esses termos foi Pitágoras.
Pitágoras (c. 540 a.C), ou membro de sua comunidade, usaram esses termos pela
primeira vez com relação ao método chamado “aplicações de áreas”. No decorrer de
uma solução (muitas vezes uma solução geométrica de algo equivalente a uma
equação quadrática) ocorria uma das três situações: a base da figura construída era
mais curta, ou era mais comprida ou ainda de mesmo comprimento que um dado
segmento. (EVES.1994. p.60)
15
Considere:
A: vértice
AB: eixo principal
P: um ponto genérico da cônica
Q: pé da perpendicular baixada de P sobre AB.
Traça-se uma perpendicular a AB passando por A e sobre este marcamos a distância
AR. Aplicamos ao segmento AR um retângulo de área igual à PQ. PQ, tal que, AQ seja um de
seus lados. Conforme a aplicação fique aquém do segmento AR, Apolônio designou de elipse,
hipérbole e parábola (EVES, 1994).
16
E hoje o que sabemos sobre as cônicas? O que as pessoas entendem por elipse,
hipérbole e parábola? Caso perguntássemos a um grupo de pessoas o que elas entendem sobre
cônicas, provavelmente poucas pessoas saberiam dizer algo sobre elas.
Embora seu valor histórico seja relevante e sua contribuição seja significativa no
desenvolvimento tecnológico moderno, segundo Luiz Carlos Guimarães, Luciana Felix da
Costa e Francisco Quaranta em seu trabalho intitulado Cônicas: um excelente elo capaz de
mostrar as conexões entre a geometria no plano e no espaço, dizem:
[...] o estudo das cônicas na nossa escola básica acabou ficando restrito ao Ensino
Médio, a mercê de uma única abordagem a partir da Geometria Analítica, e
reduzindo-se a simples manipulação e/ou memorização de fórmulas. Esta
abordagem leva a um certo desprezo em relação ao tema pelos alunos, sentimento
compartilhado, quem sabe, pelos próprios professores, que podem não estar
inteirados de outras propriedades nem de outras formas de obtenção e construção
dessas curvas. Torna-se, portanto, mais difícil transmitir aos seus alunos seja a
beleza, a importância ou a utilidade desses conceitos em aplicações reais. Já que
cada aplicação real de cônicas possui diferentes dados iniciais, fica evidenciada a
necessidade de propor outros enfoques para o estudo destas curvas.
O fato é que, atualmente, o ensino da matemática no Brasil, não dedica tanta atenção
ao tema em questão.
Fazendo uma pequena análise da forma de como é ensinado às cônicas nas escolas,
percebe-se que, no ensino fundamental, a parábola aparece em forma de função quadrática
acompanhado de seu gráfico. No primeiro ano do ensino médio, a parábola volta a ser
estudada, mas não passa de um aprofundamento de uma função. Quando finalmente se
poderia estudar de forma consistente as cônicas no segundo ou terceiro ano do ensino médio,
as “belas curvas” ficam restringidas apenas ao ensino das equações matemáticas.
No artigo: Tradução comentada da obra “Novos Elementos das Secções cônicas”
(Philippe de La Hire - 1679) e sua relevância para o ensino da matemática – Francisco
Quaranta Neto e Luiz Carlos Guimarães dizem:
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das curvas. A seguir vêm os exercícios. Diversos autores ao longo de 24 séculos de
história, apresentaram muitas outras caracterizações para estas curvas. As primeiras
se serviam de um cone como elemento de partida. A seguir, vieram: a do foco e
diretriz, a caracterização bifocal, as que servem de construções mecânicas, a que faz
uso de ângulos como parâmetros, a que utiliza álgebra linear. Se existem varias
formas de se apresentar as cônicas, por que apenas a caracterização bifocal dessas
curvas sobreviveu para o ensino do inicio deste nosso século? O ensino de cônicas
no ensino médio no Brasil, provavelmente não acontece para a maioria dos alunos.
E, quando acontece , se restringe normalmente a um curto período (uma a duas
semanas) no terceiro ano do ensino médio. A forma que se ensina é geralmente a
que foi citada acima. Exceção feita à parábola, que por ser a única a se enquadrar
com o conceito de função, é estudada como função quadrática ou polinomial do
segundo grau, na oitava serie do ensino fundamental e no primeiro do ensino médio.
Serve como bom exemplo de função, mas a sua intima ligação com o universo das
cônicas, costuma ser ignorada pelos professores na sua apresentação. Sendo o estudo
de cônicas muito mais antigas que o estudo das funções, constata-se que diminuiu a
importância da para o ensino das cônicas. (as funções só aparecem com François
Viète, no século XVI). (QUARANTA, GUIMARÃES. 2011 p.1-2)
É nítido o descaso e a falta de incentivo com o ensino das secções cônicas nos nossos
dias. Vários trabalhos acadêmicos, como o de Windson Moreira (2013), trás em seu trabalho a
utilização do GeoGebra como ferramenta fundamental no ensino de matemática com
atividades de aplicação nas cônicas e César Ludgero Fernandes Correia que apresentou à
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto em Matemática 2013 trás um estudo das
cônicas em quatro abordagens diferentes, direcionam seus estudos a esta temática a fim de
aprimorar e fortalecer o ensino das cônicas no ensino médio.
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Vários estudiosos da matemática mostraram interesse pelas secções cônicas, como foi
visto no capítulo 1. Muitos deles estudaram tais curvas mesmo sem saber que um dia elas
trariam inúmeros benefícios à humanidade. Mesmo com seus estudos avançados, Apolônio de
Perga não conseguiu ver de forma prática a importância de seus maravilhosos estudos e
descobertas.
Focar-se-á nesse capítulo a importância da elipse, hipérbole e parábola no nosso dia-a-
dia, na intenção de apresentar aos alunos a matemática de forma prática e clara, visto seus
questionamentos pertinentes da forma: onde vou usar este assunto no dia-a-dia? Para que
serve este conteúdo?
Portanto veremos várias aplicações das cônicas no campo da física, incluindo a
astronomia, engenharia e a arquitetura.
2.1- Elipse
2.1.1 - Na Astronomia
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Fonte: autor
Figura 2 - Movimento elíptico do planeta
2.1.2 - Na engenharia
As elipses são empregadas na engenharia civil desde os antigos romanos. Pode-se citar
como exemplo de uma construção elíptica o coliseu de Roma, atualmente o ponto turístico
mais visitado de Roma. Construído em 72 d.C. por Vespasiano e concluído em 82 d.C. por
Tito, sua planta baixa em forma de elipse é composta de dois eixos com medidas,
aproximadamente, de 190 metros e 155 metros.
Fonte: http://www.sogeografia.com.br
Figura 3 - Coliseu de Roma
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Fonte:http://www.adg-technology.com/docs/doc_adg_sae2003_br.pdf
Figura 4 - Engrenagens elípticas em um motor de combustão
2.1.3 - Arquitetura
21
2.2 – Hipérbole
Fonte:http://www.fotosearch.com.br/
Figura 5 - Planetário de Saint Louis
2.2.2 - Na navegação
22
2.2.3 - Na astronomia
Fonte:http://www.cienciahoje.pt
Figura 6 - Telescópio de Galileu
23
2.3 – Parábola
Fonte:http://www.uel.br/projetos/matessencial/superior/pde/mirtes
Figura 7 - Forno solar de Odeillo
Outra aplicação bastante comum das parábolas são as lanternas e faróis de carro. O
feixe de luz emitido pela lâmpada, localizada no foco da parábola, propaga-se em raios
paralelos ao eixo de simetria quando refletidas pela superfície da parabólica.
24
Uma antena parabólica é uma antena que tem a capacidade de captar ondas
eletromagnéticas enviadas por satélites em órbita da terra. Ao chegar à antena, as ondas são
convergidas para um único ponto chamado captador (foco da parábola), por sua vez o
captador enviará o sinal recebido para um conversor que as decodificará e enviará para o
receptor de televisão. Essa modalidade de antenas é bastante comum no Brasil, tanto no litoral
como no interior.
25
3.1 - Instrumentos
26
Ponto, reta e plano são os três entes base para o desenvolvimento da geometria plana e
aceitaremos intuitivamente, ou seja, sem que haja necessidade de demonstrá-los.
Na construção de uma teoria geométrica, tomam-se, inicialmente, certos conceitos aos
quais se acrescentam postulados e definições a fim de, então, deduzir teoremas e
propriedades.
Tais conceitos podem ser primitivos ou convencionados. Os conceitos primitivos
constituem-se num apelo à nossa intuição.
Conhecê-los agora e sabermos como representá-los é de fundamental importância para
o desenvolvimento das atividades propostas de desenho geométrico.
Representaremos o ponto e a reta por uma letra maiúscula e minúscula,
respectivamente, do nosso alfabeto e o plano por uma letra minúscula do alfabeto grego.
Fonte: autor
Figura 10 - Ponto, reta e plano
Se tomarmos um ponto A qualquer de uma reta t, esse ponto dividirá essa reta em duas
partes que chamaremos de semirreta e origem A. Caso tomarmos dois pontos A e B de uma
reta t, chamaremos de segmento de reta o conjunto dos pontos compreendidos entre A e B
pertencentes a t, como pode ser observada na figura 11.
Fonte: autor
Figura 11 - Semirreta e segmento de reta
27
Fonte: autor
Figura 12 - Mediatriz de um segmento
Solução:
1º passo: Centre o compasso na extremidade A de raio maior que a metade de AB.
2º passo: Tracemos um arco acima e abaixo de AB.
3º passo: Centre o compasso em B com mesmo raio e descreva um arco acima e abaixo
de AB.
4º passo: Marcam-se C e D nas interseções dos arcos. CD é a mediatriz de AB
Observação: Mediatriz é o conjunto de todos os pontos que eqüidistam dos extremos A
e B. CD é perpendicular a AB.
28
Fonte: autor
Figura 13 - Reta perpendicular a AB passando por P pertencente a r
Solução:
1º passo: Tracemos uma reta r e marca-se o ponto P em r.
2º passo: Centre o compasso em P de raio arbitrário e façamos um arco que corte r em
dois pontos A e B eqüidistante de P.
3º passo: Façamos uma abertura no compasso maior que a anterior.
4º passo: Centre o compasso em A e tracemos um arco.
5º passo: Agora com centro em B e mantendo o mesmo raio, façamos outro arco de
modo que intercepte a arco anterior.
6º passo: Marca-se C na interseção.
7º passo: Tracemos uma reta passando por C e P. À reta s obtida e perpendicular a r
passando por P.
Observação: Duas retas r e s são perpendiculares, quando formam ângulos retos na
interseção.
29
Fonte: autor
Figura 14 - Reta perpendicular a AB passando por P não pertencente a r
Solução:
1º passo: Tracemos uma reta r e marca-se o ponto P fora de r.
2º passo: Centre o compasso em P com abertura qualquer e façamos um arco
interceptando r em dois pontos A e B.
3º passo: Agora centre o compasso em A com raio maior que a metade de AB e façamos
um arco abaixo de r.
4º passo: Com mesmo raio, centre o compasso em B e tracemos um arco de modo a
interceptar o arco anterior em C
5º passo: Tracemos uma reta ligando P a C, obtendo a reta s perpendicular a r passando
por P.
Atividade 4 - Dada à reta r, um ponto P não pertencente a r, traçar uma reta s paralela a
r passando por P.
Fonte: autor
Figura 15 - Retas paralelas
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Solução:
1º passo: Tracemos uma reta r e um ponto P fora de r.
2º passo: Centre o compasso em P com abertura suficiente para interceptar a reta r no
ponto A.
3º passo: Com o mesmo raio, centre o compasso em A e tracemos um arco passando por
P e interceptando r no ponto B.
4º passo: Centre o compasso em B com raio BP.
5º passo: Transporte a medida BP, através do compasso, para o ponto A e façamos um
arco interceptando o primeiro arco no ponto C.
6º passo: Tracemos a reta s paralela a r passando por P e C.
Observação: Duas retas r e s são paralelas quando a interseção entre elas é vazia, ou seja,
quando não se tocam. Por dois pontos A e B, passa uma única reta.
Solução:
1º passo: Traçamos uma semirreta qualquer com origem em A
2º passo: Centre o compasso em A com abertura arbitrária marque o ponto 1. Com a
mesma abertura centre o compasso em 1 marque o ponto 2 e assim sucessivamente até
traçamos sete segmentos consecutivos congruentes sobre a semirreta.
3º passo: Traçamos um segmento unindo o ponto 7 ao ponto B.
4º passo: Façamos retas paralelas a B7 passando pelos pontos 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
5º passo: Temos então os setes segmentos congruentes em AB como mostra a figura 16.
31
Solução:
1º passo: Apóia-se a parte maior do triângulo isósceles na reta r.
32
33
Solução:
1º passo: Apóia-se a parte maior do triângulo isósceles na reta r.
2º passo: Encoste a parte maior do triângulo escaleno no triângulo isóscele.
3º passo: Mudemos a posição do esquadro que está apoiada na reta r conforme a figura
23.
34
3.4.1 – Elipse
Definição: É o lugar geométrico do plano cuja soma de suas distâncias a dois pontos dados
(focos) é constante.
Fonte: autor
Figura 25 - Centro da elipse
35
Solução:
1º passo: Traçamos duas cordas qualquer AB//CD
2º passo: Determinemos os pontos médios M e N de AB e CD respectivamente.
3º passo: Tracemos uma reta passando pelos pontos M e N. Marcam-se os pontos E e F
na interseção da reta com a elipse.
4º passo: Agora tracemos a mediatriz de EF. A interseção da mediatriz com a reta que
contém os pontos E e F é o centro da elipse.
Observação: EF é o eixo maior
Fonte: autor
Figura 26 - Focos e eixos da elipse
Solução:
1º passo: Primeiramente, determinemos o centro O da elipse. (Atividade 1)
2º passo: Centre o compasso em O e façamos uma circunferência de modo que
possamos marcar quatro pontos (C, D, E e G).
3º passo: Liguemos os pontos C, D, E e F para formar o retângulo.
4º passo: Tracemos duas retas perpendiculares aos lados CD e DG passando pelo centro
O.
6º passo: Marcam-se os pontos A, A’, B e B’ na interseção das retas com a elipse. AA’ e
BB’ serão os eixos.
7º passo: Centre o compasso em B com raio AO encontramos os focos F e F’.
36
Fonte: autor
Figura 27 - Focos da elipse
Solução:
1º passo: Consideremos os eixo maior AC e o menor BD.
2º passo: Centro o compasso em D com raio igual ao semi-eixo maior.
3º passo: Tracemos uma arco e na interseção com o eixo maior marcam-se F e F’. F e
F’ são os focos
Solução:
1º passo: Tracemos o eixo maior AB.
2º passo: Tracemos a reta midatriz de AB.
3º passo: A interseção do eixo maior com a mdiatriz determina o centro I.
4º passo: Centre o compasso em I de raio MN e descreva um arco cortando AB em F e
F’. F e F’ são os focos da elipse.
5º passo: Centre o compasso em F com abertura AI e descreva um arco.
6º passo: A interseção do arco com a mediatriz determina os pontos C e D na mediatriz.
CD é o eixo maior.
37
Fonte: autor
Figura 28 - Elipse e excentricidade
3.4.2 - Hipérbole
Definição: É o lugar geométrico dos pontos do plano cuja diferença das suas distâncias a dois
pontos dados (focos) é constante.
Atividade 1 - Traçar a hipérbole pelo método dos pontos sendo dados os dois eixos.
Fonte: autor
Figura 29 - Hipérbole e eixos
38
Solução:
Sejam dados o eixo imaginário BB', os vértices AA' e os focos FF' da hipérbole.
1º passo: Marcam-se, a esquerda de F, os pontos G, H e I e a direita de F' os pontos C,
D e E.
3º passo: Com raio A’C, centre o compasso em F’ tracemos um arco.
4º passo: Agora com centro em F e raio AC, tracemos outro arco de modo a cortar o
arco anterior.
5º passo: Na interseção dos arcos marca-se o ponto M.
6º passo: M pertence à hipérbole por definição, pois AA’ = FM – MF’.
7º passo: Tomando outros pontos à direita de F’ e repedindo o raciocínio acima,
encontramos outros pontos da hipérbole, daí construímos um ramo da hipérbole.
8º passo: De modo semelhante, encontramos o outro ramo da hipérbole. Logo temos a
hipérbole pedida.
Fonte: autor
Figura 30 - Construção das assíntotas
Solução:
Sejam o eixo AA' real e BB' o eixo imaginário..
1º passo: Tracemos duas retas paralelas ao eixo real AA’ passando pelos pontos B e B'.
2º passo: Tracemos duas retas paralelas ao eixo imaginário BB’ passando pelos pontos
A e A'.
39
Atividade 3 - Dado o eixo real e o eixo imaginário de uma hipérbole, encontre os focos.
Fonte: autor
Figura 31 - Construção da hipérbole através do eixo real e imaginário
Solução:
Sejam AA' o eixo real BB’ e o eixo imaginário.
Sejam r a reta suporte de AA’ e Oo ponto de interseção entre os eixos.
1º passo: Centre o compasso em O com abertura AB.
2º passo: Tracemos um arco de modo que possamos marcar F e F’ em r. Temos então
os focos F e F’ pedidos.
Atividade 4 - Dado o eixo imaginário e os focos de uma hipérbole, encontre o eixo real.
Solução:
Sejam BB’ o eixo imaginário, F e F’ os focos e r a reta que passa por F e F’ na qual se
encontram AA’.
1º passo: Marca-se o ponto médio de BB’ e chamemos de O.
2º passo: Tracemos uma reta r perpendicular a BB’ passando por O.
3º passo: Marcam-se os pontos F e F’ em r.
4º passo: Centre o compasso em B com raio OF e tracemos um arco que corte r em dois
pontos A e A’. AA’ é o eixo real.
40
Fonte: autor
Figura 32 - Hipérbole e eixo real
3.4.3 – Parábola
Definição: É o lugar geométrico dos pontos do plano que distam igualmente de uma reta
(diretriz) e de um ponto (foco) exterior à reta
41
Solução:
1º passo: Tracemos um eixo horizontal OX e tracemos uma perpendicular MN passando
por O. MN é mediatriz
2º passo: Centre o compasso em O de raio qualquer (de preferência pequena). Façamos
um arco em OX e marca-se o ponto V.
3º passo: Agora centre o compasso em V com a mesma abertura e tracemos um arco de
modo à interceptada com OX e marca-se o ponto F. (OV = VF)
4º passo: A direita do vértice V marca-se os pontos A, B, C e D, tal que VA, AF, FB, BC
e CD sejam iguais à metade de VF.
5º passo: Tracemos as perpendiculares a OX passando por A, F, B, C e D.
6º passo: Centre o compasso sempre em F e com o raio AO, façamos um arco que corte
a 1ª perpendicular em A’ e A’’. Com raio FO tracemos, novamente, um arco cortando a
2ª perpendicular em L’ e L’’. Agora com raio BO, tracemos um arco de modo que corte
a 3ª perpendicular em B’ e B’’ e assim sucessivamente.
7º passo: Agora é só ligarmos os pontos encontrados formando a parábola pedida.
Atividade 2 - Traçar uma parábola usando o método dos pontos, sendo dado o foco e a
diretriz.
Fonte: autor
Figura 34 - Parábola côncava para cima
Solução:
42
1º passo: Sejam F o foco e r a reta perpendicular a diretriz d no ponto O que passa por
F.
2º passo: Sabemos que o parâmetro é a distância entre o foco F e a diretriz d e que o
vértice da parábola encontra-se em V, ponto médio de OF.
3º passo: Marca-se o ponto médio V em OF.
4º passo: Acima de F marcam-se alguns pontos A, B, C, D e E de distância qualquer.
5º passo: Por F, A, B, C, D e E tracemos retas paralelas a diretriz d.
6º passo: Centre o compasso em F e com abertura igual ao parâmetro, tracemos um
arco que corte a 1ª reta paralela a diretriz em dois pontos.
7º passo: Sempre com centro em F e com abertura que vai da diretriz até o ponto
escolhido, tracemos arcos que cortem as paralelas a diretriz d, encontrando os pontos da
parábola.
8º passo: Agora é só ligarmos os pontos obtidos e traçarmos a parábola.
Fonte: autor
Figura 35 - Construção da parábola por vértice, eixo simétrica e diretriz
Solução:
Sejam d a diretriz, V o vértice, O ponto de interseção de d com a perpendicular r e OV eixo
de simetria contida em r.
1º passo: OV é metade do parâmetro.
2º passo: Centre o compasso em V com raio OV.
3º passo: Tracemos um arco que corte r em F, onde F é o foco.
43
Solução:
44
Seria interessante que as escolas
9
adotassem o Desenho Geométrico no
25
currículo escolar.
O trabalho com Desenho Geometrico
2
possibilita ao aluno realizar
32
investigações, resolver …
O uso de régua e compasso torna a 2
aula mais interessante. 32 Discordo
Concordo
O Desenho Geométrico fortalece os 3
conhecimentos de Geometria. 28
O uso de régua e compasso é
0
fundamental para o aprendizado da
34
Geometria.
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Percebemos que houve concordância coletiva com o uso da régua e compasso como
materiais fundamentais para o aprendizado. Dos alunos que participaram do questionário
82,35% considera o desenho geométrico como forma de aprimorar o conhecimento. Além de
tornar as aulas mais interessantes com o uso do material concreto, podemos perceber que a
prática de construir possibilita ao aluno realizar investigação, resolver problemas, criar
estratégia e desenvolver habilidades. Nota-se que 26,47% discordam da prática de desenho
geométrico no currículo escolar. Portanto tem-se um resultado satisfatório no uso dessas
ferramentas.
Em paralelo foi aplicado o mesmo questionário a um grupo de vinte e três professores
de matemática na intenção de sabermos o que eles pensam a respeito desta temática. Um
45
resultado surpreendente foi constatado. Dos vinte e três professores que participaram do
evento, vinte discordam, na primeira afirmação, em que régua e compasso são fundamentais
para o aprendizado, mas analisando as quatro próximas afirmações, 100% os docentes que
participaram desse levantamento, dão importância de se trabalhar desenho geométrico e
concordam que o maior beneficiado é o aluno. Na figura 38 encontramos o resumo desta
pesquisa.
Seria interessante que as escolas
adotassem o Desenho Geométrico no
23
currículo escolar.
O trabalho com Desenho Geometrico
possibilita ao aluno realizar
23
investigações, resolver …
O uso de régua e compasso torna a
aula mais interessante. Discordo
23
Concordo
O Desenho Geométrico fortalece os
conhecimentos de Geometria. 23
O uso de régua e compasso é
20
fundamental para o aprendizado da
3
Geometria.
0 5 10 15 20 25
Com esses dados, embora singular, podemos inferir a importância que tem o Desenho
Geométrico para o ensino da matemática.
É importante frisar que nas primeiras atividades de desenho geométrico, os alunos
sentiram bastante dificuldade no manuseio dos instrumentos. Mas à medida que íamos
avançando nas atividades os alunos sentiam-se mais seguros em realizar o exercício.
Quando trabalhamos as construções das cônicas, objeto de estudo deste trabalho, o
desafio foi ainda maior. No primeiro momento eles achavam que não conseguiria, mas o
desafio já estava lançado.
Empolgados com as construções fundamentais, foi posto o primeiro desafio das
cônicas. Como qualquer atividade com grau elevado de complexidade exige maior atenção e
tempo para resolve-lá, nossas primeiras atividades requereram dos alunos maior concentração.
Dando continuidade às atividades, os alunos resolveram mais oito atividades
totalizando, nove questões, sendo três de elipse, três de hipérbole e três de parábola.
46
Capítulo 5 - Conclusão
Esta dissertação foi desenvolvida com intuito de contribuir para o ensino das cônicas
no ensino médio, e para que esse objetivo fosse alcançado, o caminho encontrado foi o
desenho geométrico, uma vez que trabalhar com construções geométricas torna o aprendizado
eficiente. Portanto foi gerada uma proposta de ensino com construções geométricas voltada
para as cônicas usando ferramentas de fácil acesso possibilitando sua prática.
A forma que foi exposta esta obra literária deixou claro a relevância de se estudar as
secções cônicas, pois foram apresentadas suas aplicabilidades no cotidiano no campo da
astronomia, engenharia civil, engenharia mecânica, navegação e na arquitetura, mostrando ao
aluno o motivo pela qual devem aprendê-la.
Outro recurso desenvolvido neste trabalho foi elaboração de atividades de construções
geométricas fundamentais e cônicas, a fim de enriquecer, dinamizar, e aprimorar o ensino. Os
resultados aparecerem de imediato. Embora boa parte dos alunos estivesse com dificuldade no
manuseio dos instrumentos, demandando maior tempo para realização das atividades, muitos
problemas que existiam foram sanados como identificar os focos, vértices, diferenciarem eixo
real do imaginário e definições acabaram após a inserção do desenho geométrico.
Foi observado durante as aulas dificuldades, por parte dos alunos, em definir conceitos
básicos com retas paralelas, perpendicular, mediatriz, ponto médio, dentre outros. Mas as
construções por meio de desenho geométrico trouxeram à memória conceitos fundamentais
como retas paralelas, perpendiculares, mediatriz, dentre outras. Vale salientar que este estudo
foi elaborado em concordância com o estudo analítico das cônicas.
Um questionário diagnóstico foi aplicado, tanto para os alunos quanto aos professores
de matemática, e os resultados mostram que, de fato, o uso do material concreto em sala de
aula, torna a aula mais atraente, fortalecendo os conhecimentos de geometria, como também,
o desenvolvimento de habilidades como memória, concentração, criatividade e
principalmente, interação com outras realidades dentro de seu próprio ambiente escolar.
Portanto fica registrado nesta obra, mais um resultado positivo envolvendo desenho
geométrico como recurso importante para o ensino das cônicas, mostrando a eficácia de se
trabalhar com o prático. Que este trabalho sirva de motivação e apoio para novas pesquisas.
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Bibliografia
COSTA , Luciana Felix da; QUARANTA, Francisco; GUIMARÃES, Luiz Carlos. Cônicas:
um excelente elo capaz de mostrar as conexões entre a geometria no plano e no espaço.
Disponível em: < www.sbem.com.br/files/ix_enem/Minicurso >
Acessado em 23/03/2014.
NETO, Francisco Quaranta. Tradução Comentada da Obra "Novos Elementos das Seções
Cônicas" (Philippe de La Hire - 1679) e sua relevância para o Ensino de Matemática.
2008. Dissertação (Mestrado Universidade Federal do Rio de Janeiro, IM – Programa de Pós-
Graduação em Ensino de Matemática).
48
49
Apêndice A
Questionário
Marque a opção que melhor representa sua opinião sobre as afirmações abaixo.
Concordo Discordo
O uso de régua e compasso
é fundamental para o
aprendizado da Geometria.
O desenho geométrico
fortalece os conhecimentos
de Geometria.