Sei sulla pagina 1di 6

Psicologia: Teoria e Pesquisa

Jan-Mar 2009, Vol. 25 n. 1, pp. 103-108

Alexitimia: Uma Revisão do Conceito


Berenice Victor Carneiro1
Elisa Medici Pizão Yoshida
Pontifícia Universidade Católica de Campinas

RESUMO - Alexitimia é um termo empregado no diagnóstico clínico de pessoas com acentuada dificuldade ou incapacidade
para expressar emoções e significa “sem palavras para as emoções”. O objetivo deste artigo é apresentar uma revisão do
conceito de alexitimia, enfatizando a importância das recentes contribuições da neurobiologia. É abordado o desenvolvimento
do conceito desde os anos 70, ressaltando as contribuições de Sifneos e a estreita relação desse conceito com as doenças
psicossomáticas. Em seguida, apresenta-se o conceito a partir de uma perspectiva multifatorial e destaca-se a importância do
substrato neurológico para a melhor compreensão da etiologia. Finalmente, sugere-se ser necessária a compreensão integrada
do papel dos fatores etiológicos para o tratamento e prevenção.

Palavras-chave: emoção; sintomas afetivos; distúrbios emocionais; ansiedade.

A Review of Alexithymia Concept

ABSTRACT -Alexithymia is a term used for clinic diagnosis of those with marked difficulty in verbally expressing emotions,
and it means “no words for emotions”. The aim of this article is to present a review of the literature on the Alexithymia concept,
highlighting additions from recent findings in neurobiology. It includes developments on the concept since the 70’s, emphasizing
the contributions of Sifneos and the straight association of this concept with psychosomatic diseases. Then, it presents the
concept from a multifactor view indicating the role of neurobiology in order to increasingly understand its etiology. Finally, it
stresses that integrating the etiological sources will enhance comprehension of treatment and prevention.

Keywords: emotions; affective symptoms; emotional disturbances; anxiety.

Este trabalho apresenta uma revisão da literatura sobre o nada na literatura (Silva & Caldeira, 1992), foram concebidos
conceito de alexitimia, com ênfase sobre as mudanças que segundo vertentes teóricas distintas. Sifneos, um psicana-
este vem sofrendo desde sua proposição nos anos 70, por lista de orientação freudiana, considerava que as doenças
Sifneos (1972/1977), até os dias atuais, quando os desen- psicossomáticas diferiam das neuroses, neuroses narcísicas
volvimentos das neurociências trouxeram novos modos de e psicoses, quanto à sua natureza (Messer & Warren, 1995).
compreensão sobre ele. Para tanto, inicia-se com referências Enquanto estas últimas se enquadrariam entre as doenças
às origens do conceito, em que a alexitimia era associada mentais, propriamente ditas, e seus sintomas se caracteri-
às doenças psicossomáticas, menciona-se as formas de tra- zariam por uma expressão simbólica de conflitos psíquicos
tamento e, em seguida, apresenta-se uma visão mais atual infantis, as afecções psicossomáticas se aproximariam das
do conceito, que passou a ser entendido a partir de uma neuroses atuais, propostas por Freud, cujos sintomas seriam
perspectiva multifatorial. “principalmente de ordem somática” (Laplanche & Pontalis,
O termo alexitimia foi sugerido por Sifneos para se referir 1967/1970, p.383).
àqueles pacientes com uma vida emocional pobre em sonhos Quanto ao conceito de pensamento operatório, faz parte
e fantasias e que demonstravam não ter palavras para nomear de um arcabouço teórico no qual “a palavra psicossomá-
ou expressar as emoções (Sifneos, 1972/1977, 1991). Um tica agrupa dois termos, sem traço de união entre eles, a
pouco antes, em 1963, um conceito semelhante havia sido fim de conotar a unidade fundamental entre o psíquico e
proposto por Marty e M’Uzan, iniciadores do movimento o corpo” (Peçanha, 1998, p.130). Trata-se, portanto, de
científico que deu origem à chamada Escola Psicossomá- um conceito que parte de uma concepção monista de ho-
tica de Paris (Peçanha, 1998). Tratava-se do pensamento mem, de acordo com a qual, o soma e o psiquismo só são
operatório, construto desenvolvido para designar um estilo divididos por uma questão de ênfase, sendo inadequado
de raciocínio concreto, objetivo, voltado para a realidade falar exclusivamente em sintomas físicos ou somáticos.
externa, com uma vida interior pobre e com ausência de De acordo com essa perspectiva, a unidade essencial do
reação afetiva frente a situações de perda ou traumas (Marty organismo humano decorre da hierarquização progressiva
& M’Úzan, 1963/1994). de todas as funções que participam de sua organização e
Apesar de ambos os construtos, alexitimia e pensamento inclui as noções de: mentalização (em um nível superior),
operatório, terem sido inicialmente associados a pacientes depressão essencial, pulsão de morte, doença somática
psicossomáticos e muitas vezes empregados de forma alter- (em um nível mais inferior), entre outras. Todas elas,
segundo Peçanha, devem ser consideradas na definição
1 Endereço: Rua Dona Libânia, 1985, Ap 91. Campinas, SP. CEP 13015-090. de pensamento operatório, que fica sem sentido se des-
E-mail: berenice_carneiro@hotmail.com. contextualizada teoricamente.

103
B. V. Carneiro & E. M. P. Yoshida

Houve, portanto, um descontentamento por parte da- os aspectos cognitivos da alexitimia do que os emocionais,
queles que adotavam a concepção monista do organismo como é o caso de Taylor e cols. (1994; 2004). Essa crítica
humano com o uso frequente na literatura do termo pensa- já havia sido expressa, por exemplo, por Haviland e Reise
mento operatório como sinônimo de alexitimia. As diferenças (1996) e, posteriormente, por Larsen e cols. (2003).
epistemológicas se refletiam, de forma substancial, tanto nas
pesquisas quanto na prática clínica.
Durante as décadas de 80 e 90, muitas pesquisas foram Etiologia da Alexitimia
realizadas no sentido de se buscar uma melhor compreensão
da etiologia e das dimensões da alexitimia. Porém, a falta de Em relação à etiologia, Sifneos, Apfel-Savitz e Frankel
uma teoria consistente que desse suporte ao construto teórico (1977), no início de seus estudos, já apontavam para uma
foi um dos determinantes para as inconsistências e a falta de variedade de fatores etiológicos da alexitimia, tais como:
consenso encontradas na literatura (Larsen, Brand, Bermond genéticos, fisiológicos, neuroanatômicos, psicossociais, as-
& Hijman, 2003; Taylor, 2000). Estudos empíricos, com sim como alterações neuroquímicas e de desenvolvimento.
amostras pequenas, delineamentos inadequados de pesquisa, Posteriormente, Sifneos (1991) veio a propor que as várias
utilização de instrumentos fracos metodologicamente (Lane, etiologias fossem classificadas segundo dois tipos: as de
Sechrest, Riedel, Shapiro & Kaszniak, 2000; Larsen & cols., origem biológica e as de causa psicossocial (ou de desen-
2003; Morrison & Pihl 1989; Taylor, 2000; Taylor, Ryan & volvimento). E, seguindo a tendência dos pesquisadores
Bagby, 1985; Taylor & Bagby, 2004), imprecisão na definição europeus (e.g., Pedinielli & Rouan, 1998), identificou como
e operacionalização do construto (Bermond, 2003; Larsen alexitimia primária as do primeiro tipo, e como alexitimia
& cols., 2003), entre outros, parecem ser também outras secundária aquelas com causa psicossocial.
razões para a falta de consenso. Como uma das implicações Alexitimia primária seria a forma biológica da doença,
dessas diferenças epistemológicas para a prática clínica, advinda de defeito estrutural neuroanatômico ou deficiência
destaca-se aqui a forma de tratar os chamados pacientes neurobiológica e pressupõe a interrupção da comunicação
psicossomáticos. entre os dois hemisférios cerebrais ou entre o sistema límbico
A proposta do Instituto de Psicossomática de Paris e o córtex (Sifneos, 1991; Taylor, 1984). Para fundamentar
(Psychosomatic Institute of Paris–IPSO) é a de compreender essa hipótese, vários estudos reportam alexitimia em pacien-
e tratar doenças somáticas segundo o postulado fundamental tes com disfunção cerebral evidente. Buchanan e cols. (1980)
de que o processo de somatização aparece quando o sujeito mencionam o estudo de Hoppe e Bogen (1977), no qual 12
não é capaz de tratar, mentalmente, as contradições que pacientes epiléticos, após serem submetidos à comissuroto-
pesam sobre ele (Peçanha, 1998). Por outro lado, os autores mia completa (secção do corpo caloso e comissura anterior),
americanos, entre eles Sifneos, na medida em que a alexi- apresentaram características da alexitimia.
timia não teria necessariamente um significado simbólico A alexitimia primária também costuma ser considerada
para o sujeito, defendem a adoção de uma postura didática como um traço de personalidade, devido ao seu caráter mais
por parte do terapeuta, a fim de ajudar o paciente a aprender duradouro (Pedinielli & Rouan, 1998). Essa interpretação tem
a reconhecer e discriminar suas emoções. Para estes últi- sido usada, por exemplo, em estudos que buscam associação
mos autores, a aplicação da técnica padrão da psicanálise entre altos níveis de alexitimia e quadros de dependência
a alexitímicos não é vista como eficaz (Taylor, 1990). Esse de substâncias psicoativas e de alcoolismo, nos quais a
enfoque, provavelmente, favoreceu a aceitação do conceito alexitimia funcionaria como um fator de risco (Corcos &
de alexitimia por autores de outras vertentes teóricas da psi- Jeammet, 2000; Maciel & Yoshida, 2006). Apesar de não
cologia, entre os quais os cognitivistas, os psicodinâmicos haver concordância entre os estudos quanto aos índices de
e os integracionistas. prevalência de alexitimia entre dependentes de álcool (as
Considerada, inicialmente, um traço de personalidade estimativas variam entre 35,8% a 78%), há indicações de que
com implicações em transtornos psiquiátricos e doenças a alexitimia primária ocuparia posição central em quadros
orgânicas (Bagby, Taylor & Parker, 1994; Martínez-Sánchez, de alcoolismo (Taieb & cols., 2002).
Ato-Garcia & Ortiz-Soria, 2003; Taylor, 1984), característi- No caso da alexitimia secundária, Sifneos (1991) se re-
cas alexitímicas foram também identificadas em populações fere a uma reação aos efeitos de traumas ou doenças sérias,
clínicas e não clínicas, não estando necessariamente asso- podendo ter como origem situações traumáticas vividas em
ciadas a distúrbios mentais específicos ou psicossomáticos períodos críticos do desenvolvimento infantil ou traumas
(Buchanan, Waterhouse & West Jr., 1980; Taylor & Bagby, intensos na idade adulta. As experiências traumáticas, tanto
2004). Ultimamente, a definição mais encontrada na litera- na infância como na idade adulta, podem ser de tal magnitude
tura é a de que se trata de um construto multidimensional, que levem a alterações estruturais do funcionamento psíqui-
integrado pelos seguintes fatores: (a) dificuldades em iden- co, afetando, principalmente, o componente afetivo das emo-
tificar e descrever sentimentos subjetivos; (b) dificuldades ções, com implicações significativas para a vida do indivíduo
em fazer distinção entre emoções e sensações físicas; (c) (Sifneos, 1991; Taylor, 1984). Acredita-se que, quando as
escassez de sonho e incapacidade de simbolizar ou fazer situações traumáticas ocorrem antes do desenvolvimento da
relação entre afeto e fantasia (Sifneos, 1991); e (d) um estilo linguagem, há posteriormente prejuízo na habilidade de usar
de raciocínio concreto e objetivo, voltado para a realidade as palavras para expressar os sentimentos. Sifneos explica
externa (Taylor, 1984; Taylor & Bagby, 2004). Não há, no que, como consequência, as emoções seriam expressas em
entanto, consenso na literatura quanto à importância de cada termos de sensações somáticas ou reações comportamentais,
fator nessa última definição. Alguns autores enfatizam mais em vez de relacionadas a pensamentos.

104 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, Jan-Mar 2009, Vol. 25 n. 1, pp. 103-108
Alexitimia

Ainda em relação aos traumas vividos na infância, Krys- Estudos brasileiros corroboram estas observações. Por
tal, Giller e Cicchetti (1986) defendiam que aqueles decor- exemplo, gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde
rentes de excessos ou privações nas relações mãe-criança (SUS) apresentaram escores médios muito superiores aos de
impediriam o desenvolvimento adequado da capacidade de estudantes universitários (Yoshida, 2000, 2007; Yoshida &
expressão afetiva, assim como da função simbólica. Como Silva, 2007), quando avaliadas com a Toronto Alexithymia
consequência, a falha na internalização da função parental de Scale (TAS-26).
proteção, o uso excessivo da negação e repressão de afetos, o Resultados semelhantes são mencionados na pesquisa
colapso dos mecanismos de defesa do ego, entre outros, leva- com estudantes brasileiros, realizada por Fortes (1994, citado
riam a uma paralisação do desenvolvimento afetivo normal, em Oliveira, 2001,) para adaptação da versão da TAS-20. Em
podendo resultar nos transtornos psicossomáticos. outro estudo brasileiro de validação da TAS-20, Wiethaeuper,
Também com base em sua experiência como psicanalista, Balbinotti, Pelisoli e Barbosa (2005) também fazem refe-
Mc Dougall (1982) dá ênfase às vivências emocionais primá- rência às implicações socioculturais sobre a expressão de
rias entre mãe-filho e sua associação com a alexitimia secun- alexitimia. Deve-se observar, todavia, como explica Oliveira,
dária. Carências afetivas na primeira infância, decorrentes de que a hipótese sobre a interferência do nível educacional ou
comprometimentos no vínculo materno, revelam-se em um classe socioeconômica nas manifestações da alexitimia ainda
processo primitivo e infra-verbal, como uma forma regredida é um tema controverso, e que precisa continuar a ser investi-
de reação. Para ela, seria então um mecanismo defensivo gada por meio de instrumentos adaptados às características
contra o surgimento de ansiedades psicóticas ligadas, por socioculturais da população pesquisada.
exemplo, ao perigo de perda de identidade. De acordo com
essas hipóteses, pessoas alexitímicas descarregam na ação
ou no ambiente suas expressões emocionais, separando-as Contribuições da Neurobiologia
de sua subjetividade e demonstrando dificuldade de contato
com sua realidade psíquica. Como indicado anteriormente, as pesquisas partiram de
No que se refere à associação entre alexitimia e os traumas um referencial clínico, mas evidências acumuladas indicam
intensos vividos de forma abrupta na idade adulta, também que a alexitimia pode ser observada tanto em populações
há concordância entre os pesquisadores. Experiências trau- clínicas como não clínicas, não estando associada direta-
máticas como as decorrentes de guerra, abuso físico, desastre mente a distúrbios mentais específicos ou psicossomáticos.
natural, sequestro, doença terminal, entre outras, levariam Esses achados vêm impulsionando novas pesquisas na área
indivíduos, sem características alexitímicas, a sofrer uma da neurobiologia, como forma de melhor compreender a
regressão na função afetivo-cognitiva e a reagir à situação etiologia da alexitimia.
de forma a impedir a consciência da emoção (Krystal & Recentemente, à luz de exames modernos de neuroi-
cols., 1986; Silva & Caldeira, 1992; Taylor, 1984). Nas magem (por exemplo, a ressonância magnética funcional
palavras de Sifneos (1991), o estresse intenso levaria a um e a tomografia por emissão de pósitrons), foi possível uma
“embotamento dos sentimentos”, evitando a consciência das reavaliação da hipótese biológica inicial de alexitimia, levan-
emoções e expressão dos sentimentos (p.119). Para Campbell tada por Sifneos na década de 70. Estudos com populações
(1940/1996), essa forma de alexitimia caracteriza-se por clínicas e não-clínicas têm sugerido que a alexitimia é uma
um estado, uma reação ou forma de defesa para impedir os expressão do funcionamento neurológico, constituída de um
efeitos da doença ou trauma sobre a vida afetiva e emocional conjunto de características afetivas e cognitivas que reflete
da pessoa, evitando assim a depressão ou a dor. Dentro dessa variações na organização e funcionamento do cérebro (Taylor
perspectiva, “a alexitimia secundária não aparece necessaria- & Bagby, 2004; Larsen & cols., 2003; Taylor, 2000).
mente vinculada a uma patologia, mas funciona como uma A informação emocional e não-verbal é normalmente
estratégia de enfrentamento desenvolvida pelo indivíduo, processada no hemisfério direito (HD), havendo evidên-
frente a uma situação conflituosa e de difícil resolução” cia de sua função excitatória e de mediação das respostas
(Maciel & Yoshida, 2006, p.44). autonômicas aos estímulos emocionais (Taylor, 2000). Por
Além desses fatores intrapsíquicos e de desenvolvi- outro lado, o processamento da informação verbal ocorre
mento, Haviland, Warren e Riggs (2000), Lesser (1981) no hemisfério esquerdo (HE), que exerce papel de controle
e Taylor (1984) apontam ainda para a possibilidade de inibitório sobre a função excitatória do HD (Bermond, 2003;
associação entre fatores socioculturais e alexitimia. Em Larsen & cols., 2003; Taylor, 2000). Na alexitimia, parece
sua revisão da literatura, Taylor cita os estudos de Leff em haver uma dissociação entre os dois hemisférios, o que afe-
1973, e de Borens, Groose-Schultze, Jaensch e Kortemme taria a modulação afetiva, a capacidade de comunicar afetos,
em 1977, que demonstraram que estilos de comunicação a capacidade para fantasiar e elaborar as tensões internas e
característicos de uma cultura, nível educacional ou classe angústias (Oliveira, 2001).
socioeconômica poderiam impor características ou limites Com base em estudos com pacientes que sofreram alguma
à verbalização das emoções. Por exemplo, Taylor menciona lesão, ou apresentavam disfunção em determinadas áreas
um estudo em que pacientes psicossomáticos, de nível so- corticais pré-frontais do hemisfério direito, ou do corpo ca-
cioeconômico mais baixo, usaram menos palavras para as loso, Bermond (2003) propôs uma nova categorização para
emoções e demonstraram ter menos fantasias. Haviland e alexitimia, distinguindo a de Tipo I e de Tipo II. Na alexitimia
cols., em seu estudo, encontraram correlação fraca, porém Tipo I, tanto os componentes afetivos, quanto os cognitivos,
negativa e estatisticamente significativa, entre alexitimia e das experiências emocionais estariam comprometidos. Por
nível educacional. outro lado, na alexitimia Tipo II, apenas os componentes

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, Jan-Mar 2009, Vol. 25 n. 1, pp. 103-108 105
B. V. Carneiro & E. M. P. Yoshida

cognitivos das emoções estariam prejudicados. Nesse caso, Na alexitimia Tipo II ou cognitiva, o problema seria de-
a alexitimia estaria associada às doenças psicossomáticas, corrente de lesão ou disfunção no corpo caloso, feixe nervoso
como será mais bem explicado posteriormente. que comunica os dois hemisférios e permite integração e
Considera-se alexitimia Tipo I quando há lesão: (1) no transmissão de informações entre eles. Pacientes que apresen-
hemisfério direito; (2) em estruturas pré-frontais como o tam lesão nesse feixe nervoso demonstram comprometimento
córtex cingulado anterior (CCA), região dorsolateral e apenas no componente cognitivo das emoções (Larsen &
órbito-frontal; ou ainda, (3) se houver hipoatividade nessas cols., 2003). Esses pacientes teriam a vivência emocional
regiões pré-frontais (Larsen & cols., 2003). Essas regiões acompanhada das respostas autonômicas correspondentes,
pré-frontais são ricas em receptores dopaminérgicos, têm mas não conseguiriam interpretar ou elaborar cognitivamente
conexão neuronal com o sistema límbico (motivacional) e, a emoção vivida nem a excitação autonômica experienciada
quando lesionadas ou hipoativas, comprometem a vivência (Bermond, 2003). Essa hipótese foi confirmada em alguns
e expressão das emoções (Bermond, 2003). Nesse tipo estudos citados a seguir.
de alexitimia, o componente afetivo (valor ou valência) Bermond (2003) menciona, por exemplo, o estudo de
das experiências emocionais e as respostas fisiológicas Gazzaniga e LeDoux em 1978, em que pacientes com o
correspondentes ficariam comprometidos, uma vez que corpo caloso trans-seccionado não tiveram dificuldades para
estruturas que exercem papel fundamental no processo atribuir valor a estímulos emocionais processados apenas no
de avaliação da emoção estariam prejudicadas. Como hemisfério direito (HD). Porém, a avaliação que faziam se
consequência, o processo de elaboração cognitiva das ex- restringia aos aspectos emocionais, sem a elaboração cog-
periências emocionais também ficaria afetado (Bermond, nitiva dos mesmos, a qual seria uma função do hemisfério
2003; Larsen & cols., 2003). esquerdo. Esse estudo utilizou um delineamento de pesquisa
De acordo com documento produzido pela Organização que permitiu evidenciar o funcionamento de cada hemisfério
Mundial da Saúde (World Health Organization-WHO), as e do corpo caloso.
regiões órbito-frontal e do CCA têm sido associadas a situ- Normalmente, quando um estímulo é apresentado no cam-
ações de aprendizagem instrumental (estímulos reforçadores po visual (direito e esquerdo) das pessoas, ele é processado de
e punições) que incluem emoções (WHO, 2004). O CCA tem forma cruzada pelos hemisférios, e o corpo caloso possibilita
papel importante na percepção dos sentimentos, pois mantém a integração das informações processadas separadamente
a informação na memória operacional, enquanto auxilia na (Purves & cols., 1997). No estudo de Gazzaniga e LeDoux
organização dos aspectos fisiológicos e motores do sistema (1978), descrito por Bermond (2003), os pesquisadores
de resposta emocional (Taylor, 2000). O CCA é uma peque- apresentaram informações apenas no campo visual esquerdo
na região localizada na parte anterior do corpo caloso que dos pacientes e estas foram então processadas diretamente
liga os lobos temporais entre si e à amígdala (Lane & cols., no HD (não-verbal). Uma vez que as informações estavam
2000; Larsen & cols., 2003). A amígdala, por sua vez, faz impedidas de chegar ao HE devido à lesão, não eram elabo-
parte do sistema límbico que tem ligação com os gânglios radas cognitivamente. Resultado semelhante foi observado
de base - região abundante em neurônios dopaminérgicos, por Buchanan e cols. (1980), quando estímulos eliciadores
com controle sobre os movimentos e papel importante nas de emoção foram apresentados a uma paciente com corpo
emoções. Quando esse circuito (estruturas pré-frontais es- caloso seccionado. Nesse estudo, como no anterior, a paciente
pecíficas, sistema límbico e gânglios de base) se encontra reagia demonstrando emoção, mas não conseguia explicar
disfuncional, há prejuízo das emoções, tomada de decisão, claramente o que lhe causava tal reação.
planejamento e iniciativa (WHO, 2004). Para Bermond (2003), estudos como os citados acima
O estudo de Lane e cols. (2000) envolveu pacientes ale- evidenciam que, por falta de comunicação inter-hemisférica,
xitímicos, com ausência tanto da vivência (experiência) emo- os componentes afetivos dos estímulos emocionais são en-
cional quanto de seu processamento cognitivo. Por meio de viados diretamente do sistema límbico ao HE. Este último,
exames de neuroimagem, os resultados do estudo sugeriram não conseguindo interpretar adequadamente, nem inibir ou
que a incapacidade de regular e processar cognitivamente as controlar as respostas fisiológicas autonômicas decorrentes
emoções estava associada a um déficit na atividade do CCA da emoção vivida (uma função que depende de integração
direito, durante excitação emocional. Lane e cols. atribuem entre os dois hemisférios), faria inferências incorretas a
a essa área a habilidade de perceber o estado mental e emo- respeito das causas das respostas fisiológicas autonômicas,
cional, tanto em si quanto no outro, sendo que a existência de interpretando-as como sintomas de doenças (Taylor & Ba-
lesões afetaria os componentes afetivos e, por consequência, gby, 2004). Larsen e cols. (2003) acrescentam que, quando
também os cognitivos. as respostas autonômicas não são inibidas ou controladas,
Taylor e Bagby (2004) apontam que a hipótese de Lane tornam-se desreguladas, crônicas e desencadeiam níveis
e cols. (2000) foi confirmada no estudo francês de Berthoz elevados de adrenalina e noradrenalina no organismo. O
e colaboradores, em 2002, que usou o exame de ressonância sistema imunológico, enfraquecido, facilitaria a ocorrência
magnética funcional para avaliar a atividade cerebral durante das doenças “(psico)somáticas” (p. 538). Dessa perspectiva,
observação de cenas com conteúdo emocional. Em relação às portanto, a associação entre alexitimia Tipo II e doenças
atividades do CCA e região médio-frontal, foram observadas psicossomáticas pode ser sugerida pela hipótese de incapa-
diferenças associadas ao valor emocional atribuído ao estí- cidade de conscientemente regular ou modular as emoções,
mulo (cena com conteúdo emocional), uma tarefa cognitiva devido à falta de integração das informações processadas
atribuída ao hemisfério esquerdo. em cada hemisfério.

106 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, Jan-Mar 2009, Vol. 25 n. 1, pp. 103-108
Alexitimia

Taylor e Bagby (2004) discutem vários estudos experi- pânico (Torres & Crepaldi, 2002), estresse pós-traumático
mentais realizados recentemente, e um deles corrobora os (Morrison & Pihl, 1989), enfermidades inflamatórias intes-
achados sobre o funcionamento neurológico e o processa- tinais (Guimarães & Yoshida, 2008), entre outras.
mento das emoções. O estudo de Hariri, Bookheimer e Ma- Em face do valor heurístico que o conceito de alexitimia
zziotta (2000, conforme citado em Taylor & Bagby, 2004), tem demonstrado, é preciso, portanto, seguir pesquisando, no
ao utilizar exame de neuroimagem, constatou aumento na intuito de esclarecer mais completamente sua natureza e com
atividade das amígdalas direita e esquerda quando os parti- isto abrir perspectivas mais efetivas para o seu tratamento
cipantes tinham como tarefa emparelhar uma figura alvo a e prevenção.
figuras de faces que expressavam raiva ou medo. Quando a
tarefa era decidir entre duas palavras e nomear aquela que
identificava a expressão observada em uma face (tarefa Referências
cognitivo-verbal), houve redução de atividade na amígdala
e aumento de atividade no córtex pré-frontal direito. Como Bagby, R. M., Taylor, G. J., & Parker, J. D. (1994). The twenty-
sugerem Taylor e Bagby, esses resultados ilustram o modo item Toronto Alexithymia Scale II. Convergent, discriminant,
de funcionamento neuronal que permite aos indivíduos and concurrent validity. Journal of Psychosomatic Research,
utilizarem funções corticais superiores (como decidir e no- 38, 33-40.
mear) para regular o processamento das emoções em regiões Bermond, B. (2003). Brain and Alexithymia. Retirado em
subcorticais do sistema límbico, como a amígdala. Acrescen- 12/12/2005 de http:\\spitswww.uvt.nl/web/fsw/psychologie/
tam, ainda, que por meio dos resultados do referido estudo emotions2003/2/h11.pdf.
de Hariri e colaboradores, poder-se-ia levantar a hipótese Buchanan, D. C., Waterhouse, G. J., & West Jr., S. C. (1980). A
de que indivíduos mais alexitímicos, portanto com menos proposed neurophysiological basis of alexitimia. Psychotherapy
capacidade para identificar e nomear suas emoções, teriam and Psychosomatics, 34, 248-255.
mais dificuldades em controlar as respostas da amígdala do Campbell, R. J. (Ed.) (1996). Psychiatric Dictionary (7ª ed.). New
que indivíduos menos alexitímicos. York: Oxford University Press. (Originalmente publicado em
1940).
Carneiro, B. V. (2008). Propriedades psicométricas da OAS
Considerações Finais – Observer Alexithymia Scale: versão brasileira. Tese de
Doutorado, Pontifícia Universidade Católica de Campinas,
Estudos em neurobiologia indicam que a modulação de Campinas.
respostas emocionais, a partir de sistemas corticais superio- Corcos, M., & Jeammet, P. (2000). Conduites de dépendance
res, envolve uma integração das funções de cada hemisfério, à l’adolescence: aspects étiopathogéniques et cliniques.
ou seja, da capacidade verbal do hemisfério esquerdo com Encyclopédie Médico-Chirurgicale, 20, 370-400.
a capacidade de avaliar e regular as emoções do hemisfério Guimarães L. P. M, & Yoshida, E. M. P. (2008). Doença de Crohn
direito. Apesar de promissores, há de se notar que esses es- e Retocolite Ulcerativa Inespecífica: Alexitimia e adaptação.
tudos são ainda incipientes, posto que baseados em situações Psicologia: Teoria e Prática, 10, 52-63.
bastante controladas e específicas, nem sempre passíveis Haviland, M. G., Shaw, D. G., Cummings, M. A., & MacMurray,
de generalização para situações complexas de vida em que J. P. (1988). Validation of the Toronto Alexithymia Scale with
inúmeros fatores podem comprometer a capacidade de entrar substance abusers. Psychotherapy and Psychosomatics, 50,
em contato com as emoções e verbalizá-las. 81-87.
As novas evidências, propiciadas pelas pesquisas na área Haviland, M. G., & Reise, S. P. (1996). A California Q-set
da neurobiologia, descortinaram uma nova perspectiva de Alexithymia Prototype and its relationship to ego-control
exploração da alexitimia e vêm colaborando para o papel and ego-resiliency. Journal of Psychosomatic Research, 41,
desempenhado pelos fatores biológicos na sua etiologia. No 597-608.
entanto, muitas questões seguem sem respostas e demandam Haviland, M. G., Warren, W. L., & Riggs, M. L. (2000). An observer
novas pesquisas. É necessário, por exemplo, esclarecer o pa- scale to measure alexithymia. Psychosomatics, 41, 385-392.
pel desempenhado pelos demais fatores que têm se mostrado Jula, A., Salminen, J. K., & Saarijãrvi, S. (1999). Alexithymia: A
relevantes na etiologia da alexitimia e compreender como facet of essential hypertension. Hypertension, 33, 1057-1061.
eles interagem entre si, potencializando-se ou abrandando Krystal, J. H., Giller, E. L., & Cicchetti, D. V. (1986). Assessment
os seus efeitos. of alexithymia in posttraumatic stress disorder and somatic
Além disso, é preciso elucidar como cada um dos fatores illness: Introduction of a reliable measure. Psychosomatic
contribui para outras comorbidades às quais a alexitimia Medicine, 48, 84-94.
tem sido associada, tais como, dependência de substâncias Lane, R. D., Sechrest, L., Riedel, R., Shapiro, D. E., & Kaszniak,
químicas (Carneiro, 2008; Haviland, Shaw, Cummings & A. W. (2000). Pervasive emotion recognition deficit common
MacMurray, 1988; Maciel & Yoshida, 2006; Mann, Wise, to alexithymia and repressive coping style. Psychosomatic
Trinidad & Kohanski, 1995), altos níveis de ansiedade Medicine, 62, 492-501.
(Jula, Saminen & Saarijãrvi, 1999; Pregnolatto, 2005), Laplanche, J., & Pontalis, J. B. (1970). Vocabulário da psicanálise.
depressão (Luminent, Bagby & Taylor, 2001), hipertensão Lisboa: Moraes Editores. (Originalmente publicado em
essencial (Jula & cols., 1999; Lipp, Alcino, Bignotto & 1967).
Malagris, 1998), dor pélvica (Oliveira, 2001), transtorno de

Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, Jan-Mar 2009, Vol. 25 n. 1, pp. 103-108 107
B. V. Carneiro & E. M. P. Yoshida

Larsen, K. J., Brand, N., Bermond, B., & Hijman, R. (2003). Sifneos, P. E., Apfel-Savitz, R., & Frankel, F. H. (1977). The
Cognitive and emotional characteristics of alexithymia: A phenomenon of Alexithymia: Observations in neurotic and
review of neurobiological studies. Journal of Psychosomatic psychosomatic patients. Psychotherapy and Psychosomatics,
Research, 54, 533-541. 28, 47-57.
Lesser, I. M. (1981). A review of the alexithymia concept. Silva, A. F. R. D., & Caldeira, G. (1992). Alexitimia e pensamento
Psychosomatic Medicine, 43, 531-541. operatório, a questão do afeto na psicossomática. Em J. Mello
Lipp, M. E. N., Alcino, A. B., Bignotto, M. M., & Malagris, L. E. Filho (Org), Psicossomática hoje (pp. 113-118). Porto Alegre:
N. (1998). O treino de controle de estresse para hipertensos: Artes Médicas.
uma contribuição para a medicina comportamental. Estudos de Taieb, O., Corcos, M., Loas, G., Speranza, M., Guilbaud, O.,
Psicologia (Campinas), 15, 59-66. Perez-Diaz, F., Halfon, O., Lang, F., Bizouard, P., Venisse, J. L.,
Luminent, O., Bagby, R. M., & Taylor, G. J. (2001). An evaluation Flament, M., & Jeammet, P. (2002). Alexithymie et dépendance
of absolute and relative stability of alexithymia in patients à l’alcool. Annales de Médecine Interne, 153, 1S51-1S60.
with major depression. Psychotherapy and Psychosomatics, Taylor, G. J. (1984). Alexithymia: Concept, measurement, and
70, 254-260. implications for treatment. The American Journal of Psychiatry,
Maciel, M. J. N., & Yoshida, E. M. P. (2006). Avaliação da 141, 725-732.
alexitimia, neuroticismo e depressão em dependentes de álcool. Taylor, G. J. (1990). La pensée opératoire et le concept d’alexithymie.
Avaliação Psicológica, 5, 43-54. Reviste Française de Psychanalyse, 3, 669-784.
Mann, L. S., Wise, T. N., Trinidad, A., & Kohanski, R. (1995). Taylor, G. J. (2000). Recent developments in alexithymia theory and
Alexithymia, affect recognition, and five factors of personality research. Canadian Journal of Psychiatry, 45, 134-142.
in substance abusers. Perceptual and Motor Skills, 81, 35-40. Taylor, G. J., Ryan, D., & Bagby, R. M. (1985). Toward
Martínez-Sánchez, F., Ato-Garcia, M., & Ortiz-Soria, B. (2003). the development of a new self-report alexithymia scale.
Alexithymia, state or trait? The Spanish Journal of Psychology, Psychotherapy and Psychosomatics, 44, 191-199.
6, 51-59. Taylor, G. J., & Bagby, R. M. (2004). New trends in alexithymia
Marty, P., & M’Uzan, M. (1994). O pensamento operatório. research. Psychotherapy and Psychosomatics, 73, 68-77.
Revista Brasileira de Psicanálise, 28, 165-174. (Originalmente Torres, A. R., & Crepaldi, A. L. (2002). Sobre o transtorno de pânico
publicado em 1963) e a hipocondria: uma revisão. Revista Brasileira de Psiquiatria,
Mc Dougall, J. (1982). Alexithymia: A psychoanalytic viewpoint. 24, 144-151.
Psychotherapy and Psychosomatics, 38, 81-90. Wiethaeuper, D., Balbinotti, M. A. A., Pelisoli, C., & Barbosa,
Messer, S. B., & Warren, C. S. (1995). Models of brief psychodynamic M. L. L. (2005). Estudos da consistência interna e fatorial
therapy. New York: Guilford Press. confirmatória da ETA-20 com estudantes brasileiros. Revista
Morrison, S. L., & Pihl, R. O. (1989). Psychometrics of the Schalling- Interamericana de Psicologia, 39, 1-17.
Sifneos and Toronto Alexithymia Scales. Psychotherapy and WHO (2004). Neuroscience of psychoactive substance use and
Psychosomatics, 51, 83-90. dependence. Geneva: World Health Organization.
Oliveira, M. R. L. G. de (2001). Alexitimia na algia pélvica crônica. Yoshida, E. M. P. (2000). Toronto Alexithymia Scales: precisão e
Tese de Doutorado, Universidade de Campinas, Campinas. validade da versão em português. Psicologia: Teoria e Prática,
Peçanha, D. L. (1998). Contribuições teóricas do Instituto de 2, 59-73.
Psicossomática de Paris. Cadernos de Psicologia, 4, 129-137. Yoshida, E. M. P. (2007). Validade da versão em português
Pedinielli, J. L., & Rouan, G. (1998). Concept d’alexithymie et son da Toronto Alexithymia Scale - TAS em amostra clínica.
interêt en psichosomatique. Encyclopédie Médico-Chirurgicale, Psicologia: Reflexão e Crítica, 20, 389-396.
20, 370-400. Yoshida, E. M. P., & Silva, F. R. S. (2007). Escala de Avaliação
Pregnolatto, A. P. F. (2005). Alexitimia e sintomas psicopatológicos de Sintomas-40 (EAS-40): validade e precisão em amostra de
em pacientes com insuficiência renal crônica. Dissertação universitários. Revista de Psicologia Escolar e Educacional,
de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 11, 89-99.
Campinas.
Purves, D., Augustine, G. J., Fitzpatrick, D., Katz, L. C., LaMantia,
A., & McNamara, J. O. (1997). Emotions. Em D. Purves, G.
J. Augustine, D. Fitzpatrick, L. C. Katz, A. LaMantia & J. O.
McNamara (Orgs). Neuroscience (pp. 513-527). Massachusetts:
Sinauer.
Sifneos, P. (1977). Psychothérapie brève et crise emotionelle. (G. Recebido em 23.02.07
Hougardy & D. Luminet, Trads.) Bruxelles: Pierre Mardaga. Primeira decisão editorial em 18.03.08
(Trabalho original publicado em 1972) Versão final em 13.04.08
Sifneos, P. E. (1991). Affect, emotional conflict, and deficit: An Aceito em 20.11.08 n
overview. Psychotherapy and Psychosomatics, 56, 116-122.

108 Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, Jan-Mar 2009, Vol. 25 n. 1, pp. 103-108

Potrebbero piacerti anche