Sei sulla pagina 1di 26

Epistemologia

História e Epistemologia da
Enfermagem

MIGUEL ANGELO MOREIRA FERRAZ


2017-2022
ÍNDICE

Introdução à Natureza do conhecimento em Enfermagem ................................................ 4

O que é a enfermagem? ................................................................................................................ 4

Definição de Enfermagem ......................................................................................................... 4

Que compromisso têm os enfermeiros? ................................................................................... 4

Enfermagem enquanto profissão e disciplina ........................................................................... 4

Como é Vista a Enfermagem? ....................................................................................................... 5

Historicamente .......................................................................................................................... 5

Ciência ....................................................................................................................................... 6

filosofia ...................................................................................................................................... 6

Terminologia ..................................................................................................................... 6

Paradigma Vs Metaparadigma ..................................................................................................... 6

Paradigma .................................................................................................................................. 6

Tipos de Paradigmas .................................................................................................................. 6

Metaparadigma ....................................................................................................................... 10

Escolas do Pensamento ................................................................................................... 12

Escola das Necessidades ............................................................................................................. 12

Escola da Interação ..................................................................................................................... 12

Escola dos Efeitos Desejados ....................................................................................................... 12

Escola da Promoção da Saúde .................................................................................................... 13

Escola do Ser Humano Unitário ................................................................................................... 13

Escola do Caring .......................................................................................................................... 13

Teorias da Enfermagem ................................................................................................... 14

Víriginia Henderson ..................................................................................................................... 14

Biografia ................................................................................................................................... 14

Pressupostos (Fontes Teóricas) ............................................................................................... 14

Postulados ............................................................................................................................... 15

Valores ..................................................................................................................................... 15
Elementos do Modelo ............................................................................................................. 15

Meta paradigmas ..................................................................................................................... 17

Dorothea Orem............................................................................................................................ 17

Biografia ................................................................................................................................... 17

Postulados ............................................................................................................................... 18

Valores ..................................................................................................................................... 18

Elementos do Modelo ............................................................................................................. 18

Escola do Pensamento ............................................................................................................. 19

Paradigma ................................................................................................................................ 19

Meta paradigmas ..................................................................................................................... 19

Betty Neuman ............................................................................................................................. 20

Biografia ................................................................................................................................... 20

Pressupostos (Fontes Teóricas) ............................................................................................... 21

Postulados ............................................................................................................................... 21

Valores ..................................................................................................................................... 22

Elementos do Modelo ............................................................................................................. 22

Meta paradigmas ..................................................................................................................... 23

Afaf Ibrahim Meleis ..................................................................................................................... 24

Biografia ................................................................................................................................... 24

Pressupostos (Fontes Teóricas) ............................................................................................... 24

Postulados ............................................................................................................................... 24

Valores ..................................................................................................................................... 24

Elementos do Modelo ............................................................................................................. 24

Meta paradigmas ..................................................................................................................... 25


INTRODUÇÃO À NATUREZA DO CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM

O QUE É A ENFERMAGEM?

DEFINIÇÃO DE ENFERMAGEM

A enfermagem é um saber que tem conhecimentos próprios traduzidos nos modelos, teorias, autoridade
sobre o ensino e prática, um código de ética e as exigências do registo para a prática. Enquanto saber, é
expressa através de duas áreas distintas, mas com conceções inteiramente interligadas, uma não funciona
sem a outra.

QUE COMPROMISSO TÊM OS ENFERMEIROS?

Tem o compromisso social de prestar cuidados de saúde às pessoas nas diferentes etapas do
conhecimento saúde-doença.

ENFERMAGEM ENQUANTO PROFISSÃO E DISCIPLINA

A enfermagem pode ser dividida enquanto disciplina e profissão. Ambas estão diretamente interligadas,
mas cada uma apresenta significados específicos.

Uma disciplina é própria da academia e diz respeito a um ramo do ensino, a um departamento da


aprendizagem ou a domínio do conhecimento. A enfermagem enquanto disciplina é algo necessário, uma
vez que são utilizadas bases teóricas retiradas do conhecimento prático, é através da disciplina que são
criados modelos concetuais(paradigmas) para os principais conceitos (metaparadigma). As teorias são
concebidas para fornecer ao enfermeiro uma perspetiva do doente, estas perspetivas são também
características de uma profissão.

Caraterísticas da disciplina:

 Uma perspetiva e uma sintaxe distintas;


 A determinação de quais fenômenos são de interesse;
 A determinação do contexto em que são vistos os fenômenos;
 A determinação de quais perguntas devem ser feitas;
 A determinação de quais métodos de estudo são usados;
 A determinação de qual evidência é prova.

As teorias da enfermagem ajudam o enfermeiro a:

 Organizar os dados do doente;  Planear o tratamento do doente;


 Compreender os dados do doente;  Prever os resultados do tratamento;
 Analisar os dados do doente;  Avaliar os resultados do doente;
 Tomar decisões sobre intervenções de
enfermagem;
Uma profissão diz respeito a um campo especializado da prática fundado com base na estrutura teórica
da ciência ou conhecimento daquela disciplina e nas capacidades da prática que a acompanham. A
enfermagem enquanto profissão baseia-se nas teorias abordadas na disciplina, a teoria é fundamental
para prática da profissão. Atualmente a enfermagem é conhecida como profissão mas isso só foi possível
a partir do séc.XX onde foram começados a ser criados critérios que serviam de desenvolvimento da
profissão. A enfermagem nunca seria uma profissão, se não tivesse na sua base regulamentos e critérios
apresentados pela disciplina, recorrendo a estudos efetuados por vários autores.

Características da profissão:

 Base definida de conhecimento; conhecimento da profissão com o


 Poder e autoridade sobre treino e o objetivo de melhores práticas;
ensino;  Têm um sistema de organização e
 Registo; regulação – REPE – Regulamento do
 Serviço altruísta; Exercício da Enfermagem Profissional
 Código de ética; dos Enfermeiros;
 Socialização prolongada e autonomia;  Através de uma sociedade profissional
 Missão social, assim como um grupo de que controla a entrada na profissão e
estudiosos, investigadores ou mantém os standards da prática –
pesquisadores que trabalham para Ordem dos Enfermeiros;
avançar continuamente o  Os profissionais são responsáveis pelo
seu trabalho perante o público.

COMO É VISTA A ENFER MAGEM?

HISTORICAMENTE

A enfermagem era vista anteriormente como uma ocupação e não como uma profissão. Existia a ideia de
que era uma ocupação e que os seus cuidados:

 Eram uma extensão dos cuidados prestados pelas esposas e mães;


 Era subserviente à medicina, ou seja, era submissiva a todas as indicações concedidas pelo
médico;
 Era uma profissão/ocupação ligada ao feminismo.

A enfermagem, atualmente, é vista como uma profissão autónoma que tende por base responder a
algumas perguntas:

1. O que fazem os enfermeiros quando prestam cuidados?


2. Quando tomam uma decisão, tomam-na baseada em quê?
3. Sobre o que é que o enfermeiro decide?
4. E quando decide, o que é que decide?
5. A decisão traduz uma intencionalidade:
a. Como se pode nomear o que se faz?
b. O quê, o como e o porquê do seu agir?
c. As atribuições?
d. O que faz é em função do quê?
e. O que faz é baseado em que conhecimento?

As áreas que identificam a enfermagem como uma disciplina distinta são as seguintes:

 Uma filosofia identificável;


 Uma estrutura conceitual (perspectiva), pelo menos, para o delineamento do que pode ser
definido como enfermagem;
 Abordagens metodológicas aceitáveis para a busca e o desenvolvimento do conhecimento.
(Oldnall, 1995)

CIÊNCIA

É vista enquanto ciência por ter uma abordagem cientifica caraterizada pela observação, verificação e
experiência, utiliza testes das hipóteses e a experimentação como métodos científicos.

Características da ciência:

1. A ciência deve mostrar certa coerência.


2. A ciência preocupa-se com campos definidos do conhecimento.
3. A ciência é preferencialmente expressa em declarações universais.
4. As declarações da ciência devem ser verdadeiras ou provavelmente verdadeiras.
5. As declarações da ciência devem ser ordenadas de forma lógica.
6. A ciência deve explicar suas investigações e argumentos.

A ciência da enfermagem refere-se ao sistema de relacionamentos das respostas humanas na saúde e


na doença abordando os domínios biológico, comportamental, social e cultural.

FILOSOFIA

Preocupa-se com a finalidade da vida humana, a natureza do ser e da realidade, a teoria e os limites do
conhecimento. A intuição, a introspeção e o raciocínio são exemplos de metodologias filosóficas.

A filosofia da enfermagem tem sido descrita como uma “declaração de pressupostos fundamentais e
universais, crenças e princípios sobre a natureza do conhecimento e do pensamento (epistemologia) e
sobre a natureza das entidades representadas no metaparadigma (i.e., a prática de enfermagem e os
processos de saúde humana [ontologia].

TERMINOLOGIA

PARADIGMA VS METAPARADIGMA

PARADIGMA

Define-se como um conjunto articulado de postulados, regras, valores, os conhecimentos, as teorias que
são aceites por todos os elementos de uma comunidade científica. (Thomas Khum, 2000)

Corrente de pensamento, traduz a forma de ver e de compreender o Mundo que influencia o


desenvolvimento dos saberes e do saber fazer no meio de cada disciplina.

TIPOS DE PARADIGMAS

Paradigma da Categorização – Orienta o pensamento para a procura de um fator responsável pela


doença;

Paradigma da Integração – Reconhece os elementos e as manifestações de um fenómeno, integrando-


os no contexto específico no qual o fenómeno se situa;
Paradigma da Transformação – Cada fenómeno é único, está em interação recíproca e simultânea com
o Mundo que o envolve e por isso mesmo o pode transformar.

PARADIGMA DA CATEGORIZAÇÃO

Orientação Teórico Escola

Saúde Pública (1850 a 1900) -

Doença (1900 a 1950) Florence Nightingale (1859) (É uma filosofia)

Este paradigma tem como ideia-chave (ou conceito-chave) “fazer por”; ou seja, no âmbito deste
paradigma, o enfermeiro preocupa-se essencialmente em fazer pela pessoa aquilo que ela não consegue
realizar por si, procedendo à ação terapêutica de modo a que a pessoa volte ao seu estado habitual de
saúde. Há uma procura do facto causal da doença e esse fator é associado a uma doença e a um quadro
sintomatológico característico. Estas características possuem por sua vez propriedades definíveis,
mensuráveis e categorizáveis.

Os fenómenos são percecionados de forma isolada e não inseridos no contexto, isto é, são passíveis de
serem divididos em categorias, classes ou grupos definidos e são considerados elementos isoláveis ou
manifestações simplificáveis.

Sendo assim, o paradigma da categorização é orientado sobretudo para a procura de um fator responsável
pela doença, para posteriormente poder ser formulada uma intervenção eficaz por parte do enfermeiro;
no entanto, em todo este processo, o doente tem um papel passivo.

Paradigma da
Saúde Pública (1850-1900) Doença (1900-1950)
Categorização

 Pessoa doente  Doença


Preocupação
 Pessoa saudável

Intervenção em  Pessoa  “Fazer por”


enfermagem  Ambiente

 Manter saúde
 Prevenir infeção
 Erradicar Doenças
 Ensinar modo de vida
Objetivo Transmissíveis
saudáveis
 Controlar as condições
sanitárias

Cuidar – Integrado neste paradigma, podemos entender o conceito de cuidar como “fazer por”, e os
cuidados são essencialmente dirigidos para os problemas, limitações ou incapacidades das pessoas.
Segundo Kérouac, “Os cuidados de enfermagem ficam (…) ligados à prática da medicina (…) e controlo da
doença”. Cada vez mais, para a prática de cuidados, é necessária uma formação mais especializada dos
enfermeiros, de modo a que estes tenham uma maior autonomia em relação à prestação de cuidados.

Pessoa – A pessoa, por sua vez é entendida como um todo formado pela soma das partes, sendo as
mesmas separadas e identificáveis e é distinta do conceito de Ambiente.
Ambiente – Segundo este paradigma, o ambiente é constituído por uma extensão social, física e cultural
e é (geralmente) percebida como prejudicial para o ser humano, não fazendo parte do mesmo.

Saúde – Ainda no mesmo paradigma, o último dos conceitos a ser definido é o de saúde, que é entendida
como sendo um estado desejável de equilíbrio e é, neste contexto, sinónimo de ausência de doença.

Enfermagem – Surge a desempenhar o papel de auxiliar do médico, executando tarefas por delegação.

PARADIGMA DA INTEGRAÇÃO

Orientação Teórico Escola

 Virginia Henderson (1955)


 Dorothea E. Orem (1959) Escola das Necessidades
 Faye Abedellah (1960)

Hildegard Peplau (1952)



Ilda Orlando (1962)
 Josephine Zderad (1961)
Escola da Interação
 Ernestine W. (1965)
Pessoa (1950 a 1975)
 Imogene King (1968)
 Joyce Travelbee

Callista Roy(1971)
 Lidia Hall(1961)
Escola dos Efeitos Desejados
 Dorothy Johnson (1958)
 Betty Neuman (1975)

 Moyra Allen (1963) Escola de Promoção da Saúde

O paradigma da Integração orienta os cuidados de enfermagem essencialmente para a pessoa e engloba


as manifestações fenomenológicas no contexto em que as mesmas se verificam. Devido ao elevado
número de carências variadas, criou-se um sistema de segurança social com vista á resolução dos
problemas/necessidades dessas pessoas.

A prestação de cuidados passou a ser entendida de maneira diferente, pelo que desde então intervir
passou a significar “agir com”, em detrimento do paradigma anterior (“fazer pela pessoa”) e assim era
possível atender ás suas necessidades. Responsabilizava-se então a enfermeira pela avaliação das
necessidades de ajuda á pessoa tendo em conta a sua globalidade.

Este paradigma é uma continuação do paradigma da categorização. Perspetiva os fenómenos como


multidimensionais e os acontecimentos como contextuais. São valorizados tanto os dados objetivos,
como os subjetivos.

Dá-se o surgimento dos primeiros modelos conceptuais para precisar a prática dos cuidados de
enfermagem e para orientar a formação e investigação. Inicia-se a investigação em enfermagem, que se
interessava principalmente pela melhoria dos cuidados de enfermagem e pelo desenvolvimento de uma
base de conhecimentos em ciências de enfermagem. A partir daqui todas as pessoas que prestavam
cuidados no hospital devieram possuir um curso de enfermagem.

Paradigma da Integração Pessoa


Preocupação  Ser humano no seio da sociedade

 “Agir com”
Intervenção em
 Desresponsabilização da pessoa pelos seus próprios
enfermagem
cuidados

 Avaliar as necessidades de ajuda da pessoa e as suas


Objetivo
preocupações

Cuidar – Visa a manutenção da saúde da pessoa nas suas várias dimensões.

Pessoa – Todo formado pela soma das partes em inter-relação a pessoa é vista como um ser bio-psico-
socio-culturo-espiritual. A pessoa pode influenciar os fatores preponderantes para a sua saúde, se tiver
em conta o contexto em que se encontra e procurar as melhores condições com vista a uma saúde ótima.

Ambiente – É constituído por diversos contextos onde a pessoa vive e se insere.

Saúde e Doença – Entidades distintas que coexistem e estão em interação dinâmica.

PARADIGMA DA TRANSFORMAÇÃO

Orientação Teórico Escola

 Martha Rogers (1970)


Escola do Ser Humano
 Rosemarie Parse (1981)
Unitário
 Margaret Newman (1979)
À Volta do Mundo (1975 a
2012)
 Jean Watson (1979)
 Madeleine Leininger Escola do Caring (Cuidar)
(1978)

No paradigma da transformação, a ideia-chave é “ser com”, ou seja, o enfermeiro pratica os cuidados de


enfermagem e corresponsabiliza-se por estes no intuito de permitir que a pessoa retome o seu estado de
saúde, permitindo, no entanto, que esta mantenha a sua autonomia, e a sua individualidade, sendo,
portanto, os cuidados personalizados e individualizados.

Os fenómenos são tidos como únicos, mas em interação com tudo o que os rodeia. É através de estádios
de organização e de desorganização que ocorrem as mudanças, mas sempre em direção a níveis
superiores. Neste paradigma há também uma maior abertura para o mundo, isto é, nas ciências da
enfermagem são quebradas fronteiras, permitindo assim que as culturas ocidental e oriental se
influenciem mutuamente. Neste paradigma há uma preocupação por parte do enfermeiro, de
individualizar os cuidados, isto é, de determinar os cuidados de forma única e individual de acordo com
cada doente, implicando, deste modo, uma negociação recíproca entre enfermeiro e doente.

Paradigma da
À Volta do Mundo
Transformação

Preocupação  Ser humano e a globalização

 “Ser com”
Intervenção em
 Parceira de cuidados
enfermagem
 Participar nas diferentes etapas do processo sanitário
 Ajudar a pessoa a encontrar respostas para satisfazer as
Objetivo
necessidades de saúde e do desenvolvimento económico

Cuidar – “Ser com”; manter o bem-estar tal como a pessoa o define; a enfermeira coloca ao dispor os
conhecimentos e acompanha nas experiências de saúde, ao ritmo e segundo o caminho da pessoa;
enfermeira e pessoa são parceiras nos cuidados individualizados e corresponsabilizam-se pelo processo
de cuidados; as enfermeiras têm responsabilidade do conjunto dos cuidados requeridos.

Pessoa – Ser único e indissociável do seu universo; estabelece relação com o seu ambiente/meio
envolvente interno ou externo; evolui na procura de uma qualidade de vida que ela define.

Ambiente – Todo o universo; a pessoa é parte integrante deste ambiente; é distinto da pessoa, mas
coexiste com ela; pessoa e ambiente estão em mudança constante, mútua e simultânea.

Saúde – Engloba a unidade “ser humano-ambiente”; não é estável; integra-se na vida do indivíduo, das
famílias e dos grupos sociais que evoluem num ambiente particular; é interpretada diferentemente por
cada pessoa.

METAPARADIGMA

Precisa os conceitos centrais da Disciplina e tenta explicar as relações entre eles: Saúde, Ambiente,
Enfermagem/cuidar e Pessoa.

PESSOA
 Homem 6. É necessário comunicar os seus
 Ser direitos
 Sujeito
As pessoas são sujeitas a influências, mesmo a
 Individualidade
nível interno, desde a vida intrauterina. O meio
 Realidade Particular
externo desperta em nós, consciente ou
 Destinatário de Cuidados
inconscientemente, diferentes sentimentos e
1. Pode decidir sobre os seus
estados de espírito, alterando o nosso estado
cuidados
interno; Apesar de sermos livres, estamos por
2. Sujeito de direitos e deveres
vezes sujeitos a regras físicas, porque a nível do
3. Dono do seu corpo
pensamento somos seres livres.
4. Cuidados devem ser negociados
5. Parceria de cuidados pressupõe
que dois sujeitos interajam no
sentido de decidir os cuidados que
lhe são feitos

SAÚDE
Saúde – conceito lato, está relacionado com bem-estar

Depende da pessoa, a forma como é encarada a doença, e a sua adaptação às limitações da doença: “Nem
todas as pessoas que não têm doença, são saudáveis por igual”. A saúde é um modo de estar que as
pessoas definem em função dos seus valores, da sua personalidade e do seu estilo de vida.

Saúde – Bem Estar


 Assenta numa visão social e biológica da pessoa – um bem que pode ser dado, comprado através
dos serviços de saúde.
 Nas capacidades da pessoa se comportar e executar as tarefas consideradas “normais”, em
sociedade.
 Ausência de doença;
 Homeostasia interna;
 Adaptação;
 Desempenho de papéis e funções;
 Simbolismo e lugar do self;
 Simbolismo. Controle pessoal – empowerment – domínio sobre o corpo.
 “Estado de total bem-estar, mental e social e não apenas a ausência de doença de
 enfermidade”, (OMS, 1947)

DOENÇA
Doença – conceito lato – está relacionado com mal-estar

Definição oficial positiva:

 Estado ideal;  Força interior ou capacidade;


 Bem-estar;  Potencial pessoal;
 Ajuste físico e mental;
Definição oficial negativa:

 Ausência de doença;
 Não se sentir doente;

Cada um é um estado subjetivo definido por cada pessoa e influenciado pela comunidade em que vivem
e que esta pensa ser normal.

Cada vez mais as pessoas valorizam aspetos diferentes no conceito de saúde e na sua promoção, cabe ao
enfermeiro adaptar-se à cultura do paciente que pode influencia esses aspetos.

CUIDAR

Noção de cuidar

 Promover o bem-estar do outro;


 Todos nós temos uma capacidade inata para cuidar de nós próprios e do outro;
 Virginia Henderson: Nós tendemos para ser independentes a nível do cuidar;
 Temos a capacidade de identificar em nós e no outro o que é necessário;
 O modo como somos recebidos/acolhidos, escutados, compreendidos, informados,
acompanhados;
 Procurar o bem-estar;
 Cuidar passa por esperar algo (Perante um serviço prestado temos espectativas das pessoas,
serviços...).

Há sempre uma intenção: qualquer pessoa quando cuida do outro vai à procura do que o faz sentir-se
bem; intenção de ajudar o outro.

1. Intenção de formar
2. Intenção de educar
3. Intenção de acompanhar um desenvolvimento

(Exemplo: os pais têm a intenção de dar sempre o melhor aos seus filhos para que eles cresçam saudáveis)

ESCOLAS DO PENSAMENTO

ESCOLA DAS NECESSIDADES

O que fazem os enfermeiros?

Orientação Cuidados Papel da Enfermeira


 Substituição da pessoa até esta
readquirir a sua independência em
relação à satisfação das suas
próprias necessidades
 Independência da
Pessoa – ser em pessoa  Ajudar a recuperar a
independência na satisfação das
crescimento e em  Satisfação das
mudança desde o necessidades ou no exercício do
suas necessidades
autocuidado
nascimento até à morte  Capacidade em
 À medida que são satisfeitas as
ser autocuidado
necessidades básicas fisiológicas
noutro nível de necessidade surge
para satisfazer

ESCOLA DA INTERAÇÃO

Como é que as enfermeiras fazem o que fazem?

Orientação Cuidados Papel da Enfermeira Influências


 Uma ação  Criar condições que  Teorias da interação
 A pessoa é perspetivada a humanitária e não permitam o  Fenomenologia
partir da teoria sistémica – mecânica desenvolvimento da  Existencialismo
esta é um sistema aberto,  Processo interativo personalidade da
delimitado por fronteiras entre a pessoa que pessoa carenciada
permeáveis face ao necessita de ajuda e a de ajuda
ambiente circundante, com outra capaz de lhe
qual mantém trocas de oferecer essa ajuda
matéria, de energia e de
informação
 Necessidades relacionais e
de intimidade da pessoa

ESCOLA DOS EFEITOS D ESEJADOS

Orientação Cuidados Papel da Enfermeira Influências


 Visa a integridade da  Teoria de adaptação
A pessoa - concetualizar os  Consiste em estabelecer pessoa bem como  Teoria do
resultados ou os efeitos o equilíbrio todas as variáveis que desenvolvimento
desejados dos cuidados de  A estabilidade têm efeito sobre a  Teoria dos sistemas
enfermagem  A homeostasia resposta da pessoa
 Preservar a energia aos agentes de stress,
com o objetivo de lhes
reduzir o efeito
 Avaliar o
comportamento da
pessoa

Porque é que os enfermeiros fazem o que fazem?

ESCOLA DA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Que fazem os enfermeiros? A quem se destinam os cuidados de enfermagem?

Orientação Cuidados Papel da Enfermeira Influências


 Jogar com um  Filosofia de cuidados
A pessoa - A família é um  Visam promover a saúde conjunto de agentes de saúde primários
recurso ambas são entidade  Manter; reforçar e facilitadores,  Teorias de
possível de ser desenvolver a saúde da estimuladores e aprendizagem social -
intervencionada pela família e dos seus motivadores da Bandura
enfermeira membros por ativação aprendizagem
dos seus processos de
aprendizagem

ESCOLA DO SER HUMANO UNITÁRIO

A quem se dirige os cuidados de enfermagem?

Orientação Cuidados Papel da Enfermeira Influências


 Utilizar a criatividade  Filosofia
Ser humano unitário –  Promover a saúde e o inerente à ciência de  Física
abertura para o mundo, isto é bem-estar de todas as enfermagem  Von Bertalanffy –
com capacidade de sinergia pessoas, de modo a  Favorecer a qualidade teoria dos sistemas
com o universo favorecer a harmonia de vida, através da
entre o homem e o participação
ambiente qualitativa da pessoa
nas suas experiências
dessaúde e preservar
a dignidade

ESCOLA DO CARING

A quem se dirige os cuidados de enfermagem?


Orientação Cuidados Papel da Enfermeira Influências
 Acompanhar a pessoa  Fenomenologia
Parceria nos cuidados  Individualizar os nas experiências de  Metafísica
cuidados saúde  Ciências humanas
 Artes
 Carl Rogers – relação
transpessoal
empreendida de
coerência
 Antropologia

TEORIAS DA ENFERMAGEM

Ao longo do tempo vários autores através da disciplina e da profissão, encontraram a necessidade de


criar teorias que viessem explicar e regulamentar os cuidados de enfermagem entre o doente e o
enfermeiro. Os autores abaixo apresentados são os que foram abordados nas aulas teórico-práticas de
história.

• Teoria das necessidades fundamentais - Virgi ́nia Henderson


• Teoria do autocuidado - Dorothea Orem
• Teoria dos sistemas - Betty Neuman
• Teoria das transições - Afaf Ibrahim Meleis
• Teoria do cuidar – Jean Watson
• Teoria da diversidade e universalidade do cuidado cultura - Madelene Leininguer

VÍRIGINIA HENDERSON

BIOGRAFIA

Virgínia Henderson nasceu a 30 de novembro de 1897 e faleceu a 19 de março de 1996, com 98 anos de
idade.
Licenciou-se na “Army School of Nursing”, Washington, D.C., em 1921 e posteriormente especializou-se
como enfermeira docente, fazendo parte do corpo docente da “Columbia school”, entre 1930 e 1940.
Virgínia Avenel Henderson ocupou a posição de Pesquisadora na Universidade de Yale no período de 1953
a 1971, e Pesquisadora Associada Emérita de 1971 a 1996.
Escreveu e editou várias versões do Livro Princípios e Práticas de Enfermagem, e em todas as edições de
seu livro, para Henderson o paciente é a figura central dos cuidados de enfermagem e o enfermeiro deve
ajudá-lo a tornar-se independente na satisfação de suas necessidades o mais cedo possível.

PRESSUPOSTOS (FONTES TEÓRICAS)

Enfermagem:

 A enfermeira tem a função única de ajudar indivíduos doentes ou saudáveis.


 A enfermeira funciona como membro de uma equipa médica. A enfermeira funciona
independentemente do médico, mas promove o seu plano se houver um médico de serviço.
 A enfermeira possui conhecimentos tanto nas ciências biológicas como nas sociais.
 A enfermeira pode avaliar as necessidades humanas.
 Os 14 componentes dos cuidados de enfermagem englobam todas as possíveis funções de
enfermagem.

Pessoa:

 A pessoa deve manter o equilíbrio físico e emocional.


 O corpo e a mente são inseparáveis.
 O doente requer ajuda para obter a independência.
 O doente e a sua família são uma unidade.
 As necessidades do doente são rodeadas pelos 14 componentes da enfermagem.

Saúde:

 A saúde é uma qualidade da vida.


 A saúde é essencial ao funcionamento humano.
 A saúde requer independência e interdependência.
 A promoção da saúde é mais importante do que cuidar dos doentes.
 Os indivíduos irão conseguir ou manter a sua saúde se tiverem a força, o desejo ou o
conhecimento necessário.

Ambiente:

• Os indivíduos saudáveis podem conseguir controlar o seu ambiente, mas a doença pode
interferir com essa capacidade.
• As enfermeiras devem ter educação sobre segurança.
• As enfermeiras devem proteger os doentes de danos mecânicos.
• As enfermeiras devem minimizar as hipóteses de danos através de recomendações
respeitantes à construção de edifícios, compras de equipamentos e manutenção.
• Os médicos usam as observações e os julgamentos das enfermeiras como base para as suas
prescrições para aparelhos protetores.
• As enfermeiras devem ter conhecimento dos costumes sociais e das práticas religiosas para
avaliar os perigos.

POSTULADOS

1. Todo o indivíduo tende para a independência e deseja-a;


2. O individuo forma um todo complexo com necessidades fundamentais;
3. A não satisfação de uma necessidade gera um individuo incompleto;

VALORES

1. A enfermeira tem funções próprias, ainda que partilhe algumas com outros;
2. Quando a enfermeira interfere na esfera de competências do médico, delega as suas funções
específicas e primordiais em alguém não qualificado. Por outras palavras, a enfermeira pode ser
tentada a assumir o papel do médico: ao ceder a esta tentação, ela delega a sua própria função
numa pessoa que não está, nem tão bem preparada nem predisposta para desempenhar;
3. A sociedade deseja um serviço (função específica da enfermeira) e conta com ele; nenhum outro
trabalhador pode substituí-la nessa tarefa, dada a sua falta de preparação e de predisposição.

ELEMENTOS DO MODELO
OBJETIVO DA ENFERMAGEM

Manter e repor a independência do utente, para que ele possa satisfazer por si só as necessidades
fundamentais. Esta finalidade, em sintonia com o que é comum a toda a equipa de saúde, define
contributo específico da enfermeira para a manutenção e melhoria da saúde.

ALVO DA ATIVIDADE PROFISSIONAL

O alvo é o utente e a satisfação das 14 necessidades humanas fundamentais. A satisfação das NHF,
permitem a integridade da pessoa.

ORIGEM DA DIFICULDADE

A origem da dificuldade dos problemas do doente depende da enfermeira, está na ausência de força,
vontade ou de conhecimentos.

FUNÇÃO DO PROFISSIONAL

A função da enfermeira é de substituição. A mesma consiste em «suprir, no doente, aquilo que lhe falta,
para ser completo, total ou independente» A enfermeira torna-se «por momentos a consciência do
inconsciente, encarna o desejo de viver do que pensa no suicídio, torna-se membro do amputado, os
olhos do que acaba de cegar, o meio de locomoção da criança, o saber e confiança da jovem mãe, o
intérprete daqueles que são demasiado fracos para exprimir-se, etc...»

ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL

A área ou centro de ação da enfermeira é o recurso deficitário ou a zona de dependência do utente.


Uma necessidade que este não possa satisfazer sozinho requer uma intervenção da enfermeira. Assim
sendo, esta centra a sua atenção na sua força de vontade e nos conhecimentos do doente, com vista a
anular o défice e a ajudá-lo a manter a sua integridade.

MODOS DE INTERVENÇÃO

A enfermeira dispõe dos seguintes modos: suprir, substituir, completar, acrescentar, reforçar e
aumentar.

CONSEQUÊNCIAS DA ATIVIDADE PROFISSIONAL

As consequências desejadas são a, curto prazo: a satisfação das necessidades do utente; médio e longo
prazo: são a recuperação da independência, através dessa satisfação ou, em determinadas situações,
uma morte tranquila.

ESCOLA DO PENSAMENTO

Escola das Necessidades

PARADIGMA

Integração
META PARADIGMAS

AMBIENTE

O ambiente é "o agregado de todas as condições e influencias externas que afetam a vida e o
desenvolvimento de um organismo.

CUIDAR

A única função da enfermeira é assistir o indivíduo, doente ou saudável, no desempenho das atividades
que contribuem para a saúde ou para a sua recuperação (ou para a morte pacífica) que executaria sem
auxílio, caso tivesse a força, a vontade e os conhecimentos necessários. E fazê-lo de modo a ajudá-lo a
conseguir a independência tão rapidamente quanto possível.

PESSOA

O doente é um indivíduo que precisa de assistência para obter saúde e independência ou a morte pacífica.
Corpo e mente são inseparáveis. O doente e a sua família são vistos como uma unidade.

SAÚDE

É a capacidade do doente desempenhar as 14 componentes dos cuidados de enfermagem, sem auxílio.


Ela diz que "é a qualidade da saúde e não a própria vida, a margem de vigor mental/físico que permite a
uma pessoa trabalhar com maior eficácia e obter o nível de satisfação potencial mais elevado na vida.

DOROTHEA OREM

BIOGRAFIA

Dorothea Elizabeth Orem nasceu em Baltimore, Maryland(EUA) a 1914. Iniciou a sua carreira
como enfermeira no Providence Hospital School of Nursing em Wasington, DC, onde recebeu um diploma
como enfermeira no princípio da década de 1930. Em 1934 entrou na The Catholic University of America,
onde obteve em 1939 um Bacharel em Ciências da Educação em Enfermagem, em 1946 tornou-se Mestre
Ciências da Educação em Enfermagem.
Os seus primeiros anos de prática como enfermeira foram no Providence Hospital, Washington,
DC (1934-1936-1942) e no St. John's Hospital, Lowell, Massachusetts (1936-1937). Depois de receber
vários títulos avançados, centrou-se principalmente no ensino, investigação e administração.
Desempenhou a função de diretora da Escola de Enfermagem do Providence Hospital em Detroit,
Michigan 1945-1948, onde também ensinou ciências biológicas e enfermagem (1939-1941). Na The
Catholic University of America, desempenhou a função como Professora Assistente (1959-1964),
Professora Adjunta (1964-1970) e Decano da Escola de Enfermagem (1965-1966).
Como consultora do plano de estudos, trabalhou com as escolas, em departamentos e divisões
de enfermagem nas universidades e escolas superiores como a University of Alberta, a George Brown
College of Applied Arts and Technology, a University of Southern Mississippi, a Georgetown University, a
University of the Incarnate Word, a El Paso Community College, a Virginia Commonwealth University e o
Lake Washington Institute of Technology.
Também desempenhou a função como consultora do plano de estudos no Divisão de Educação
no United States Department of Health and Human Services, enfermeira presente em 1958, 1959 e 1960,
na Divisão de Hospitais e Serviços Institucionais, no Conselho de Saúde do Estado de Indiana desde 1949
até 1957, e no Centro de Experimentação e Desenvolvimento em Enfermagem, no Hospital Johns Hopkins,
1969/71, Directora de Enfermargem, Wilmer Medical Clinic, no Hospital Johns Hopkins, 1975-1976.
O primeiro livro publicado foi Nursing Concepts of Practice em 1971. Enquanto preparava e
revisava o Concept formalization in Nursing: Process and Product, foi editora da NDCG (1973,1979). Em
2004 reeditou a segunda edição que foi distribuída pela International Orem Society for Nursing Science
and Scholarship (IOS). As seguintes edições de Nursing: concepts of Practice foram publicadas em 1980,
1985, 1991, 1995, e 2001. Em 1984 decidiu continuar a trabalhar, de forma individual e com os seus
colaboradores no desenvolvimento da teoria do défice do autocuidado.
A Georgetown University conferiu-lhe o título honorário de Doutorada em Ciências em 1976.
Recebeu o prémio Alumni Association Award for Nursing Theory da CUA em 1980. Entre os mais variados
títulos recebidos, encontra-se o Honorary Doctor of Science, pela Incarnate Word College, em 1980; e
Doctor of Humane Letters, pela Illinois Wesleyan University (IWU), em 1988; o Linda Richards Award, pela
National Leaguaje for Nursing, em 1991 e o Honorary Fellow of the American Academy of Nursing em
1992. Foi nomeada doutora Honoris causa pela University of Missouri em 1998.
Dorothea morreu a 22 de junho de 2007 na sua casa em Skidaway Island (Georgia).

POSTULADOS
1. Teoria do Autocuidado, que descreve o porquê e como as pessoas cuidam de si próprias
consoante as suas necessidades;
2. Teoria do Défice de Autocuidado, que descreve e explica a razão pela qual as pessoas podem ser
ajudadas através da enfermagem; As pessoas precisam de maturidade para se auto cuidarem;
3. Teoria dos Sistemas de Enfermagem, que descreve e explica as relações que têm de ser criadas
e mantidas para que se produza enfermagem.
4. Autonomia – capacidade de tomar uma decisão;
5. Independência – capacidade de realizar tarefas independente, mas não consegue tomar decisões
sozinha
6. O autocuidado tem de ser aprendido e executado em conformidade com as necessidades de
cada indivíduo.

VALORES

A prática de atividades que favoreçam o aperfeiçoamento e amadureçam as pessoas que iniciam e


desenvolvem dentro de espaços de tempo específicos, cujos objetivos são a preservação da vida e o bem-
estar pessoal.

ELEMENTOS DO MODELO

OBJETIVO DA ENFERMAGEM

Potenciar ou aumentar as capacidades da pessoa para realizar o autocuidado, reduzir o défice do


autocuidado e aumentar o conhecimento do cuidador para que este possa ajudar o outro.

ALVO DA ATIVIDADE PROFISSIONAL

Pessoas ou grupos que têm défice de autocuidado.

ORIGEM DA DIFICULDADE
Défice de autocuidado em três requisitos específicos: universal (higiene, ar, etc.), desenvolvimento
(gravidez, criança em desenvolvimento, pós-parto, envelhecimento) e desvio de saúde (diabetes, doenças
críticas, acidentes).

FUNÇÃO DO PROFISSIONAL

Orientar, ajudar, apoiar, substituir, supervisionar, agir, guiar, fazer pelo outro e ensinar.

ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL

Na especificidade dos diferentes requisitos.

MODOS DE INTERVENÇÃO

Três sistemas de ação: Sistema totalmente compensatório, sistema parcialmente compensatório e


sistema de apoio e educação.

CONSEQUÊNCIAS DA ATIVIDADE PROFISSIONAL

Aumento da capacidade de autocuidado do doente ou redução do défice de autocuidado.

ESCOLA DO PENSAMENTO

Escola das Necessidades

PARADIGMA

Integração

META PARADIGMAS

AMBIENTE

Todos os fatores externos que afetam o auto- cuidado ou o exercício do autocuidado.

CUIDAR

Campo dos conhecimentos e do serviço humano que visa colmatar os limites da Pessoa no exercício do
autocuidado ligados à sua saúde e a reforçar as suas capacidades de auto-cuidar-se.

PESSOA

Ser que funciona biologicamente, simbolicamente e socialmente e que apresenta exigências de


autocuidados universais, de desenvolvimento e ligados aos desvios da saúde.

SAÚDE
Estado de se sentir completo e integrado nas suas diferentes componentes e aos seus modos de
funcionamento.

BETTY NEUMAN

BIOGRAFIA

Betty Neuman nasceu em 1924 numa quinta perto de Lowell, Ohio. O seu pai era agricultor e a sua mãe
doméstica. Criou o gosto pela terra ao crescer no Ohio rural e este passado rural desenvolveu a sua
compaixão por pessoas com necessidades. A educação inicial de Neuman em enfermagem foi
completada, em 1947, com duplas distinções académicas na Peoples Hospital School of Nursing
(actualmente, General Hospital), em Akron, Ohio.
Depois, mudou-se para Los Angeles para viver com parentes. Na Califórnia, trabalhou numa série de
serviços de enfermagem incluindo a prestação directa de cuidados e como enfermeira-chefe, enfermeira
escolar e enfermeira do trabalho. Esteve, igualmente, envolvida no ensino clínico no que atualmente é a
Universidade de Southern California Medical Center, Los Angeles, nas áreas de médico cirúrgica, da
doença transmissível e cuidados intensivos.
Sempre se interessou pelo comportamento humano; consequentemente, frequentou a Universidade da
Califórnia, em Los Angeles (UCLA), com uma dupla especialização em saúde pública e psicologia. Concluiu
o seu bacharelato em enfermagem com distinção em 1957 e depois ajudou a estabelecer e a gerir a prática
médica do seu marido. Em 1966, concluiu o mestrado em Saúde Mental, Consulta de Saúde Pública, na
UCLA. Doutorou-se em psicologia clínica na Pacific Western University em 1985 Neuman foi pioneira no
envolvimento da enfermagem na saúde mental. Desenvolveu, ensinou e melhorou um programa de saúde
mental comunitária para enfermeiras ao nível do pós-mestrado na UCLA. Neuman e Donna Aquilina foram
as duas primeiras enfermeiras a desempenhar o papel de enfermeira-consultora nos centros de crise da
comunidade de Los Angeles. Desenvolveu o seu primeiro modelo explícito de prática e ensino para
consulta de saúde mental nos finais dos anos 60, antes da criação do seu modelo de sistema. Este modelo
de ensino e prática é citado na sua primeira publicação, Consultation and Community Organization in
Community Mental Health Nursing, 92 em 1971. Neuman concebeu, em 1970, um modelo conceptual
para a enfermagem em resposta a pedidos dos alunos de licenciatura da UCLA que pretendiam um curso
que enfatizasse a amplitude em vez da profundidade na compreensão das variáveis da enfermagem.
Inicialmente, o modelo foi desenvolvido para integrar a compreensão dos alunos sobre as variáveis do
cliente que expandem a enfermagem para além do modelo médico.
O modelo de Neuman incluía conceitos de ciência comportamental tais como a prevenção e identificação
do problema. Neuman publicou o seu modelo pela primeira vez em 1972. Passou a década seguinte a
definir com maior profundidade e a aprimorar diversos aspectos do modelo como preparação para o seu
livro, The Neuman Systems Model: Application to Nursing Education and Practice.
Um desenvolvimento e revisões suplementares do modelo estão ilustrados na segunda (1989) e terceira
(1995) edições. Neuman afirma que a quarta edição irá oferecer uma revisão integrante da utilização do
modelo com linhas orientadoras para aplicação do modelo na prática, investigação, ensino e
administração.
Desde o desenvolvimento do seu Modelo de Sistemas, Neuman tem-se envolvido numa
série de atividades profissionais internacionais, incluindo inúmeras publicações, palestras, consultas,
cursos e conferências. Neuman possui uma variedade de especializações de ensino e deu formação
contínua de enfermagem na UCLA e em serviços da comunidade, ao longo de 14 anos. É membro da
"American Association of Marriage and Family Therapy''. Continua ativa na prática privada, como
terapeuta clínica do casamento e da família licenciada, com ênfase no aconselhamento cristão.
Neuman vive no Ohio e detém uma função de liderança no Neuman Systems Trustees Group, lnc. É
consultora internacional para escolas de enfermagem e em agências de prática que adotam o modelo
para a prática baseada na teoria.

PRESSUPOSTOS (FONTES TEÓRICAS)


 Teoria de Gestalt – É descrita a homeostase como o processo através do qual um organismo
mantém o seu equilíbrio e, consequentemente, a sua saúde, sob condições diversas.
 Perspetivas filosóficas de Chardin e Marx - A filosofia Marxista sugere que as propriedades das
partes são determinadas, em parte, pelos todos maiores dos sistemas dinamicamente
organizados. A filosofia de Chardin afirma a totalidade de vida.
 Teoria de Selye – Está relacionado às respostas aos stressores que causam situações de stress,
levando o organismo a adotar estratégias de coping.
 Teoria de Caplan – Está relacionado com a enfermagem e as medidas de prevenção (primária,
secundária, terciária)

POSTULADOS

A teoria dos sistemas de Betty Neuman é definida por dois postulados:

1. O enfermeiro é um participante ativo com o cliente e como “estando relacionado com todas as
variáveis que afetam a resposta do indivíduo aos stressores.
2. O cliente tem uma relação reciproca com o ambiente no sentido em que interage com o mesmo
adaptando-se a ele.

Esta teoria tem como elementos a abordagem da totalidade do cliente, sistema aberto, estrutura básica,
ambiente, ambiente criado, stressores, linha de defesa e resistência, grau de reação, prevenção enquanto
intervenção e reconstituição:

 Abordagem da totalidade do cliente – O cuidar deve possuir uma abordagem aberta e dinâmica
enquanto sistema, tornando o cliente como um só (pessoa, família, comunidade ou assunto). O
cliente é visto como um todo, o que engloba o sistema fisiológico, psicológico, sociocultural, de
desenvolvimento e espiritual.
 Sistema Aberto – Os seus elementos trocam energia de informação dentro da sua complexa
organização, o stress e a reação ao mesmo, são componentes básicos.
 Ambiente – As forças internas e externas afetam e são afetadas pelo cliente.
 Ambiente criado – É a mobilização inconsciente do cliente a todas as variáveis do sistema no
sentido de integração, estabilidade e integridade do sistema.
 Estrutura básica – A estrutura nuclear consiste em fatores básicos de sobrevivência comuns às
espécies, tal como características inatas ou genéticas
 Stressores – São estímulos produtores de tensão que ocorrem dentro das fronteiras do sistema
do cliente, podem ser:
o Forças intrapessoais que ocorrem no indivíduo, como as respostas condicionadas.
o Forças interpessoais que ocorrem entre um ou mais indivíduos, como as expectativas
de função
o Forças extrapessoais que ocorrem fora do individuo, como as circunstâncias financeiras.
 Linha de Defesa e Resistência
o Defesa Normal – É o círculo sólido exterior do modelo. Representa um estado de
estabilidade para o individuo ou sistema. É preservada ao longo do tempo e funciona
como padrão para apreciar os desvios do habitual bem-estar do cliente. Inclui variáveis
e comportamentos do sistema, tais como os padrões normais de coping do cliente,
estilo de vida e estágio de desenvolvimento.
o Defesa Flexível – Corresponde ao anel externo quebrado, é dinâmica e pode ser
rapidamente alterada num curto espaço de tempo. Pode ser entendida como um para-
choques protetor para impedir que os stressores atrevessem o normal estado de bem-
estar representado pela linha da defesa normal.
o Resistência – São as séries de anéis quebrados que circundam a estrutura nuclear
básica, representa os fatores de recurso que ajudam o cliente a lutar contra um stressor.
 Grau de reação - É a quantidade de energia necessária para o cliente se ajustar aos stressores.
 Prevenção
o Intervenção – As intervenções são ações intencionais para ajudar o cliente a reter,
atingir e/ou manter a estabilidade do sistema. Pode ocorrer antes ou depois das linhas
protetoras de defesa e resistência serem penetradas nas fases de reação e de
reconstituição.
 Primária – É a suspeita ou identificação de um stressor, ainda não ocorreu uma
reação, mas o grau de risco é conhecido.
 Secundária – É a intervenção ou tratamento do iniciado após a ocorrência de
sintomas de stress.
 Terciária – É o reajustamento com vista à estabilidade ótima do sistema do
cliente, ocorre depois do tratamento ativo ou do estágio de prevenção
secundário.
 Reconstituição – É o estado de adaptação aos stressores no ambiente interno e externo, pode
ocorrer em qualquer grau ou nível de reação e pode avançar ou estabilizar algures abaixo da
anterior linha de defesa normal.

VALORES

1. Todas as variáveis afetam o cliente;


2. O cliente enquanto sistema aberto;
3. O sistema do cliente;
4. Aspetos psicológicos, fisiológicos, socioculturais e espirituais.

ELEMENTOS DO MODELO

OBJETIVO DA ENFERMAGEM

Alcançar o bem-estar através das 3 intervenções (primária, secundária e terciária); atingir a harmonia da
pessoa através da estabilidade das inter-relações entre todos os fatores físicos, psicológicos,
socioculturais, espirituais e de desenvolvimento; deve-se ainda considerar o equilíbrio entre o doente,
enquanto sistema aberto, com o ambiente, com este, troca matéria, energia e informação.

ALVO DA ATIVIDADE PROFISSIONAL

Pessoa enquanto cliente/sistema de doente que pode ser um individuo família, grupo, comunidade ou
questão social/assunto.

ORIGEM DA DIFICULDADE

Quando existe desarmonia no sistema do cliente, que o torna incapaz de resolver o problema e de
satisfazer as suas próprias necessidades.

FUNÇÃO DO PROFISSIONAL

Intervenção pela prevenção de stressores e dos seus efeitos.

ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL


Quando existe desarmonia no sistema do cliente, que o torna incapaz de resolver o problema e de
satisfazer as suas próprias necessidades.

MODOS DE INTERVENÇÃO
Intervenção nos stressores, resposta do individuo ao stress, através de ações intencionais que ajudam o
doente a reter, atingir e/ou manter a estabilidade do sistema.
 Prevenção Primária: Prevenir que a desadaptação se venha a dar, através da redução da
possibilidade de um encontro com um agente stressor ou do fortalecimento da linha de
defesa flexível;
 Prevenção Secundária: Reestabelcer a adaptação e a estabilidade, através do diagnóstico e
tratamento;
 Prevenção Terciária: atividades de manutenção e de tipo educacional para fortalecer a
resistência aos stressores e estabilizar o estado de saúde.

CONSEQUÊNCIAS DA ATIVIDADE PROFISSIONAL

Estabelecimento de equilíbrio e sensação de bem-estar; cliente é capaz de se adaptar aos stressores no


ambiente interno e externo -> Reconstituição

Na reconstituição estão incluídos fatores intrapessoais, interpessoais, extrapessoais e ambientais


interligados com as variáveis do sistema do doente (F,P, Sc, E e de D).

ESCOLA DO PENSAMENTO

Escola dos Efeitos Desejados

PARADIGMA

Integração

META PARADIGMAS

AMBIENTE

O ambiente é "o agregado de todas as condições e influencias externas que afetam a vida e o
desenvolvimento de um organismo.

CUIDAR

A enfermagem diz respeito à totalidade da pessoa, é uma profissão única na medida em que está
relacionada com todas as variáveis que afetam a resposta do individuo ao stress. A perceção do
enfermeiro influencia os cuidados prestados.

PESSOA

São todos os fatores (internos ou externos) que rodeiam ou interagem com a pessoa e o cliente.

• Interno – É intrapessoal com toda a interação contida no cliente.


• Externo – É interpessoal ou extrapessoal com todas as interações a ocorrerem fora do
cliente.
• Criado – É o ambiente criado e desenvolvido/utilizado inconscientemente pelo cliente com
o intuito de sustentar o coping protetor. É de natureza dinâmica e mobiliza todas as variáveis
do sistema para criar efeito isolador que ajuda o cliente a lidar com a ameaça de stressores
ambientais mudando-o a si próprio ou a sua situação.

SAÚDE

É um contínuo bem-estar ou mal-estar de natureza dinâmica e constantemente sujeita à mudança. É


influenciado pelas variáveis.

AFAF IBRAHIM MELEIS

BIOGRAFIA

PRESSUPOSTOS (FONTES TEÓRICAS)

POSTULADOS

 As transições fazem-se de acordo com o principio da interação: pessoa-natureza;


 Preocupação com os seres humanos que estão em processo de transição;
 A enfermagem exige competências, terapêuticas de enfermagem, etc.
 Deve ter fatores que medeiem os processos de transição;
 O enfermeiro deve ter a capacidade de antecipação ao processo de transição:
o Perceber o que desencadeia o processo de transição;
o Preparar a pessoa para o viver;
o Estar preparado para a possibilidade de poderem ocorrer processos de transição
simultâneos.
 Tipos de processos de transição;
 Fatores que influenciam o processo de transição;
 Fatores que caracterizam os processos de transição;
 O doente/cliente deve ser incluído na tomada de decisões ao longo de todo o processo de
transição.

VALORES

Preocupação com a boa transição do individuo numa fase importante da vida.

ELEMENTOS DO MODELO

OBJETIVO DA ENFERMAGEM
A enfermeira tem como objetivo proporcionar e facilitar as condições necessárias ao individuo para que
este possa atingir, no final do processo de transição, um bem-estar.

ALVO DA ATIVIDADE PROFISSIONAL


O alvo na teoria das transições é o utente que apresenta necessidades para conseguir preparar, viver e
completar os seus processos de transição.

ORIGEM DA DIFICULDADE

A origem da dificuldade, ou a fonte provável do problema do utente, surge porque cada ser humano é
diferente do outro. Cada individuo atribui um significado, uma expectativa diferente face a uma transição.
O nível de conhecimento/capacidades e o ambiente em que este se encontra influenciam o modo como
decorre a sua transição. A forma como apresenta resistência/suporte físico e psicológico varia de ser
humano para ser humano. Desta forma, o enfermeiro deve apresentar uma sensibilidade para lidar com
todas estas diferenças, perseguindo-se aos mais elevados níveis de satisfação dos utentes.

FUNÇÃO DO PROFISSIONAL

A enfermeira deve interagir com o doente/cliente ao longo de todos os seus processos de transição e, só
o consegue, arranjando métodos e meios para lhe proporcionar um processo adequado.

ÁREA DE INTERVENÇÃO DO PROFISSIONAL

A enfermeira encarregar-se-á de proporcionar todos os fatores necessários que auxiliem o utente a


conseguir fazer a transição de um estado para outro, isto é, ela irá complementar aquilo que falta ao
utente para atingir um equilíbrio.

MODOS DE INTERVENÇÃO

Dado que o ser humano é um ser em constante relação com a natureza/ambiente, a enfermeira irá tentar
perceber o que poderá estar de errado no ambiente em que o utente está exposto de modo a fornecer-
lhe todos os parâmetros para que consiga sentir-se bem consigo mesmo e com o que o rodeia. Só assim
é que este conseguirá fazer uma transição saudável.

CONSEQUÊNCIAS DA ATIVIDADE PROFISSIONAL

No final de todo o processo de transição, espera-se que o utente seja capaz de ultrapassar de um estado
para o outro de forma saudável, de modo a atingir um equilíbrio dentro de si e com o que o rodeia.

ESCOLA DO PENSAMENTO

Escola das Transições (Nova Escola)

PARADIGMA

Transformação

 Adaptar o comportamento ao doente;


 Ter em conta as diferenças transicionais.

META PARADIGMAS

AMBIENTE
Refere-se à adaptação do paciente desde a sua alta hospitalar e à adaptação da sua família, pois houve
mudanças de identidade, desafios e padrões de conduta que dependem dos significados, processos das
experiencias e transições da pessoa.

CUIDAR

Disciplina científica onde os enfermeiros são os principais cuidadores dos clientes e das famílias que
sofrem as transições.

PESSOA

Paciente com experiencias e respostas, são decisões, transições complexas e multidimensionais,


caracterizadas por fluxo e movimento ao longo do tempo, que causam mudanças nos padrões básicos de
vida.

SAÚDE

Estado diferente de vida. Domínio, cujas variáveis são menos sintomáticas, bem-estar percebido e a
capacidade de assumir novas metas.

Potrebbero piacerti anche