Sei sulla pagina 1di 5

O grupo econômico trabalhista é constituído pela reunião de empresas que atuam

conjuntamente na economia, com finalidade lucrativa. Ao contrário do que ocorre no


direito empresarial, não se exige, na seara laboral, qualquer formalidade para
caracterização da coligação entre empresas, até mesmo com base no princípio da
primazia da realidade, que é tão caro ao Direito do Trabalho.

Por outro lado, o grupo econômico também não é forma de incorporação de uma
empresa por outra, sendo certo que os entes integrantes da coligação permanecem com
personalidades jurídicas e patrimônio distintos, embora, para fins trabalhistas, possam
ser chamados à responsabilidade pelos empregados contratados pelas empresas
integrantes do grupo.

A Lei nº 435/1937 estabeleceu a figura do grupo econômico, com fundamento na


necessidade de garantir o credor trabalhista, prevendo responsabilidade solidária entre
as empresas integrantes e ressalvando, de forma expressa, que o alcance do instituto
seria apenas na seara laboral.

Posteriormente, a CLT, em seu art. 2º, §2º, manteve a responsabilidade solidária entre
todas empresas integrantes do grupo econômico, permitindo fossem demandadas pelo
empregado quanto a eventuais créditos inadimplidos decorrentes da relação de emprego.

Orlando Gomes e Elson Gottschalk indicam que uma das principais finalidades da
norma seria a proteção quanto ao tempo de serviço do empregado, evitando prejuízos
caso fosse transferido entre empresas integrantes do mesmo grupo, de forma
fraudulenta, com o fito de obstar a aquisição da antiga estabilidade decenal.

A disciplina do grupo econômico prevista no ordenamento jurídico pátrio encontra


ressonância em outras legislações latinas, a exemplo da Argentina e de Portugal, que
também estabelecem responsabilidade solidária às empresas integrante do grupo
econômico.

O pressuposto para a formação do grupo econômico é a aglutinação de empresas, ainda


que para exploração de atividades econômicas diversas, mantendo cada uma sua
personalidade jurídica própria.

2. Solidariedade ativa e passiva

A disciplina legal do grupo econômico fundamenta-se no princípio da proteção,


estabelecendo garantias ao empregado que presta serviços a empresas coligadas. A
responsabilidade solidária das empresas integrantes do grupo realiza o princípio
constitucional da valorização do trabalho.

No entanto, a jurisprudência ampliou o alcance da solidariedade prevista em lei.


Louvando-se no fundamento legislativo que impunha às empresas coligadas a
responsabilidade pelo inadimplemento das obrigações trabalhistas devidas ao
empregado por elas contratado, o Tribunal Superior do Trabalho passou a acolher a tese
de que tais empresas também poderiam exigir trabalho deste mesmo empregado.

O fundamento do TST é de uma lógica inquestionável: se as empresas integrantes do


grupo são consideradas empregadores para efeito de responsabilidade trabalhista, da
mesma forma devem gozar da prerrogativa do empregador de exigir trabalho. Neste
sentido, tem-se a Súmula 129 do TST, que estabelece a possibilidade de diversas
empresas do mesmo grupo econômico exigirem trabalho do mesmo empregado, na
mesma jornada, sem que, necessariamente, haja configuração de mais de uma relação de
emprego.

3 Atividade econômica

Muito já se discutiu sobre a necessidade de os integrantes do grupo econômico


exercerem atividade econômica. Parece claro, até pela denominação do instituto, que
sua configuração pressupõe o exercício de atividade econômica, conforme também se
infere do preceptivo legal, que se refere a grupo industrial, comercial ou de qualquer
outra atividade econômica.

Alice Monteiro de Barros destaca, porém, que excepcionalmente pode haver formação
de grupo econômico envolvendo uma pessoa jurídica beneficente, desde que instituída
por uma empresa que explore atividade econômica e que detenha controle sobre ela.

Maurício Godinho Delgado observa, ainda, que os entes despersonificados, como a


massa falida, e até mesmo pessoas físicas que atuem como empresários podem, em tese,
figurar em um grupo econômico, dada sua atuação com finalidade econômica.

4 Grupo econômico vertical e horizontal

A doutrina distingue o grupo econômico formado por subordinação ( grupo vertical) e


aquele oriundo da coordenação entre os entes envolvidos (grupo horizontal).

O grupo econômico vertical encontra-se previsto na originária redação do art. 2º, §2º, da
CLT, que estabelece requisitos mais rígidos para o reconhecimento do conglomerado
empresarial: exige que as empresas envolvidas estejam ligadas por laço de direção,
controle ou administração. No entanto, há quem defenda que a subordinação e controle
podem ser meramente potenciais, dispensada a demonstração do seu efetivo exercício
pela empresa líder.

A doutrina há muito tempo já indicava o equívoco da disciplina celetista, defendendo


que o grupo econômico estaria configurado também sob a forma de empresas
coordenadas, o denominado grupo econômico horizontal, que não pressupõe a
existência de subordinação entre os entes envolvidos.

Mozart Victor Russomano expõe críticas ao modelo originário da CLT, especialmente


diante de uma economia globalizada, na qual os principais grupos econômicos se
espalham de maneira transnacional, sem que se possa identificar, muitas vezes, o
exercício de controle de uma empresa sobre a outra.
A doutrina, de um modo geral, já há algum tempo acata a configuração do grupo
econômico por coordenação, inclusive com a utilização de fundamento legal por
analogia, o art. 3º da Lei 5.889/73, que trata do trabalho rural e, em seu parágrafo
2º, admite a formação de grupo econômico mesmo diante de empresas que conservam
sua autonomia, não estando subordinadas a nenhuma empresa líder.

Apesar da posição da doutrina, a tese sempre enfrentou resistência na jurisprudência. O


Tribunal Superior do Trabalho muitas vezes exigia a presença da subordinação como
requisito para a configuração do grupo econômico trabalhista, como se vê, por exemplo,
no julgado do TST-E-ED-RR-214940-39.2006.5.02.0472, SBDI-I, rel. Min. Horácio
Raymundo de Senna Pires 22.5.2014, em que foi aplicada a teoria hierárquica/vertical,
exigindo-se relação de dominação interempresarial.

5 Reforma trabalhista e grupo econômico horizontal

A Lei 13.467/2017 promoveu alteração na redação do art. 2º, §2º, da Consolidação das
Leis do Trabalho, que passou a prever:

§ 2o Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas,
personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de
outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo
econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação
de emprego.

O novel diploma legal manteve os contornos gerais do grupo econômico


tradicionalmente previsto na CLT, mas inseriu uma nova possibilidade de aplicação:
admitiu, de forma, expressa, a formação de grupo econômico mesmo que as empresas
integrantes guardem cada uma sua autonomia.

A ressalva inserida pela Reforma Trabalhista, conquanto sutil, trouxe o reconhecimento


legislativo do grupo econômico horizontal, formado quando as empresas dele
integrantes agem sob coordenação, mantendo cada qual sua autonomia.

No particular, andou bem o legislador, estendendo aos empregados celetistas a


disciplina que já constava da lei do trabalho rural, de modo a aumentar a proteção do
trabalhador, garantindo-lhe meios de satisfação do crédito trabalhista.

Em que pesem as críticas à Reforma Trabalhista, muitas delas justas, é de ver-se que,
em alguns dispositivos, o legislador reformista assimilou críticas doutrinárias e até
mesmo posições jurisprudenciais. Foi o que aconteceu no caso em apreço, em que a lei
nova consagrou figura jurídica já há muito tempo defendida pela doutrina majoritária no
Direito do Trabalho.

A partir da vigência da Lei 13.467/2017, o grupo econômico por coordenação passa a


ser uma realidade também para os empregados celetistas, com impacto na
jurisprudência trabalhista, que terá respaldo legal para reconhecimento do grupo
econômico horizontal.

Importante destacar que a Reforma Trabalhista não substituiu o grupo vertical pelo
grupo horizontal. O que houve foi uma ampliação do instituto: além do tradicional
grupo econômico formado por subordinação (controle, direção ou administração) a uma
empresa líder, também será possível o reconhecimento do grupo econômico entre
empresas que não possuam qualquer relação hierárquica, conquanto estejam coligadas
no desenvolvimento de sua atividade econômica.

Aliás, um outro aspecto que poderia gerar dúvidas ao operador do direito diz respeito à
supressão, no dispositivo mencionado, da expressão “atividade econômica”, além das
referências aos grupos industrial e comercial.

Tais supressões não afetam o requisito básico para a configuração do grupo econômico:
que os entes envolvidos exerçam atividade econômica, conforme se depreende da
própria expressão “grupo econômico” utilizada pela nova lei. Ademais, a lei prevê que o
grupo será formado por empresas, definição que também pressupõe o exercício de
atividade econômica.

6 Grupo econômico e identidade de sócios

A Lei 13.467/2017 também inovou ao incluir no art. 2º da CLT o parágrafo terceiro,


prevendo: “Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo
necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a
efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes”.

À primeira vista, a lei nova parece restringir o alcance do grupo econômico, com efeito
deletério à garantia que ele proporciona ao trabalhador. No entanto, trata-se, novamente,
de hipótese de assimilação, pelo legislador reformista, de tese que já era encampada
pela jurisprudência pátria.

Já havia precedentes do Tribunal Superior do Trabalho (E-ED-RR-214940-


39.2006.5.02.0472, SBDI-I, rel. Min. Horácio Raymundo de Senna Pires 22.5.2014) em
que se concluiu que a mera identidade de sócios entre empresas não seria suficiente para
caracterizar o grupo econômico. Salientou-se, no referido julgado, a ausência de relação
entre os respectivos objetos comerciais, bem como de laços de direção entre as
empresas.

O fato de duas ou mais empresas possuírem sócios em comum não as torna,


necessariamente, integrantes do mesmo grupo econômico, embora esse seja um
elemento indiciário, um sintoma normalmente presente em empresas coligadas. Tal
posicionamento era mais simples sob a égide da lei antiga, que exigia a subordinação
entre as empresas. A pedra de toque para a configuração do grupo econômico era a
presença de administração, controle ou direção de uma empresa sobre a outra,
independente de haver sócios em comum.

No entanto, com a alteração procedida pela Reforma, o grupo horizontal passa a ser
reconhecido pela ordem jurídica, pelo que surge o seguinte questionamento: se agora a
subordinação não é mais requisito essencial, se a mera identidade de sócios não forma
grupo econômico, quais seriam os elementos caracterizadores de tal coligação
empresarial?

A própria lei responde, ao exigir a demonstração do interesse integrado, a efetiva


comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Apesar da
suposta completude legal, tem-se que o preenchimento da antiga lacuna legislativa deu-
se através de conceitos jurídicos indeterminados, ou seja, expressões vagas e imprecisas
cuja dimensão e significado serão dados pelo intérprete.

O legislador reformista trouxe três elementos para análise da configuração do grupo


econômico, em oposição à mera identidade de sócios: a demonstração de interesse
integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
integrantes. Como se vê, pela utilização de conjunção aditiva e adoção de expressão no
plural (“necessárias”), intentou o legislador estabelecer três requisitos cumulativos para
a configuração do grupo econômico.

Na prática, a nova exigência legal restringe a caracterização do grupo econômico,


excluindo as empresas com sócios comuns que não atuam de forma conjunta, bem como
empresas meramente parceiras e até mesmo as franquias, que são objeto de longa
controvérsia na jurisprudência. No entanto, aqui novamente a lei apenas reafirmou o que
já prevalecia na jurisprudência e até mesmo em setores da doutrina pátria.

A integração e comunhão de interesses está presente quando a empresa tem finalidades


próximas, relacionadas, a exemplo do que se vê em grupos envolvendo empresas
jornalísticas na TV, rádio e imprensa escrita. Os interesses são comuns e estão
integrados, tanto assim que acabam se valendo muitas vezes de fontes comuns e até
mesmo dos mesmos profissionais.

A atuação conjunta é figura muito próxima do que acima delineado e diz respeito à
atividade econômica das empresas envolvidas. Assim, quando um banco institui uma
empresa de seguros e outra de previdência privadas, produtos que serão comercializados
dentro do seu próprio estabelecimento e pelos seus empregados, tem-se a atuação
conjunta e também a comunhão de interesses.

Muitas vezes o grupo econômico também é utilizado como forma de desmembramento


da atividade produtiva. Assim, atividades que poderiam ser desenvolvidas por uma
empresa única são descentralizadas, através da criação de outras pessoas jurídicas, como
forma de melhor gerir o trabalho.

Exemplo disso ocorre quando uma empresa que vende móveis de fabricação própria
resolve criar uma outra empresa, apenas para comercializar seus produtos, reservando
para si apenas a tarefa de produzi-los. Apesar das personalidades jurídicas distintas, as
empresas atuam com diversos empregados em comum, voltados ao mesmo interesse
(venda dos móveis produzidos), no mesmo estabelecimento. Tais elementos
demonstram a comunhão e integração de interesses, além da atuação conjunta.

Por outro lado, se duas empresas, embora possuindo o mesmo sócio, atuam em
atividades econômicas completamente distintas, sob direção totalmente diversa, sem
que haja qualquer compartilhamento de clientes, estabelecimento ou produtos, não se
tem, a princípio, a configuração do grupo econômico.

Potrebbero piacerti anche