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Língua Portuguesa
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Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto abaixo.


Nós e as minhocas
Viajar embaixo da terra é coisa para minhoca, ou para a gente das cidades modernas. Foi pensando nisso
que entrei, há muitos anos, no meu primeiro trem subway para passear de um bairro a outro de São Paulo.
Meu primeiro metrô. Trens já conhecia de criança, quando viajava pelo interior do estado nos mais diferentes
percursos, entretido com a paisagem puramente rural que desfilava pela janela (saudades). Casinholas, pastos,
bois, mangueiras, montes, cercas, riachos... Pois entrei no meu primeiro metrô, me instalei junto à janela e
comecei a ver passar, quase indistintamente, paredes de concreto, grossas colunas, tubulações metálicas. Até
chegar às luzes artificiais de uma nova estação, igualzinha à de onde tinha saído.
Sem dúvida, uma incrível economia de tempo, essas viagens de metrô. Levamos cinco minutos subterrâneos
para percorrer uma hora de superfície, digamos assim. Mas a paisagem... Nem digo a dos campos, rios e
montanhas que meus antigos trens atravessavam; mesmo uma avenida ou um viaduto paulistanos são
encantadores diante do concreto pardo que hipnotiza a gente. Por isso, sair pela porta automática, subir a
escadaria rolante e reencontrar o ar e a luz do dia (ou mesmo as sombras da noite) é uma experiência de
renascimento.
Mas não nos queixemos. Nem tudo são belas paisagens sobre a terra. Os negócios precisam caminhar, as
providências cotidianas têm que ser tomadas, as cidades são enormes e todos (ou quase todos) temos pressa. Faz
parte das nossas contradições metropolitanas distanciar
pessoas e imaginar meios para reaproximá-las. Depois que inventamos o muito longe, tivemos que inventar
o muito rápido. Depois que ocupamos toda a área da superfície urbana, precisamos criar os quilômetros fundos
dos túneis cegos. As minhocas, que não conhecem civilização, queixam-se quando as arrancamos da terra,
contorcem-se furiosamente. Mas, se tivessem olhos e houvessem andado de trem quando meninas, talvez não
estimassem tanto suas lentas caminhadas no fundo da terra.
(Urbano Mesquita, inédito)

1. Ao descrever o que vê pela janela, em sua primeira viagem de metrô, o autor

(A) enumera aspectos bucólicos de um cenário que só a custo conseguia distinguir, em virtude da velocidade
do trem.
(B) enumera elementos da paisagem externa que conotam o artificialismo e a aridez daquele cenário.
(C) se impressiona com a diversidade dos materiais, que o fazem reviver remotas surpresas de menino.
(D) se compraz com as marcas modernas dessa nova viagem, em nada comparável com as que fazia na
infância.
(E) se inquieta tanto com o excesso de velocidade que mal se dá conta do cenário que o trem está cruzando.

2. Atente para as seguintes afirmações:


I. Além dos benefícios proporcionados pela economia de tempo, o autor enumera outras vantagens que
o metrô leva sobre esse anacronismo que é o transporte ferroviário.
II. O autor tanto reconhece a efetiva utilidade do metrô como o encanto das antigas viagens de trem,
mas a frase final do texto indica a sua preferência.
III. O que o autor chama de contradições metropolitanas (3o parágrafo) diz respeito, sobretudo, ao fato
de o homem moderno ter voltado a se valer do transporte ferroviário.
IV. Em relação ao texto, está correto o que consta em

(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) II e III, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) II, apenas.

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3. Atentando-se para aspectos da construção do texto, é correto afirmar que o autor

(A) se equivocou ao empregar a forma verbal no plural em Nem tudo são belas paisagens. (3o parágrafo)
(B) empregou as reticências em Mas a paisagem... (2o parágrafo) para melhor sugerir o mudo fascínio que
ela lhe despertou.
(C) emprega criativamente o termo subterrâneos, (2o parágrafo) de conotação espacial, para qualificar uma
expressão de sentido temporal.
(D) se dirige, em Mas não nos queixemos (3o parágrafo), àqueles que se queixam de tantos negócios e
providências que nos afligem.
(E) se refere ironicamente à cegueira das minhocas, já que elas representam a poesia das visões de suas
viagens de menino. (3o parágrafo)

4. Sobre a frase As minhocas, que não conhecem civilização, queixam-se quando as arrancamos da terra é
correto afirmar que

(A) a supressão das vírgulas alteraria o sentido do que se diz, restringindo o alcance do termo minhocas.
(B) o pronome as deverá ser substituído por lhes, caso venhamos a empregar desenterramos, em vez de
arrancamos da terra.
(C) o segmento que não conhecem civilização expressa um efeito da ação indicada em quando as
arrancamos da terra.
(D) a construção quando as arrancamos resultará, na transposição para a voz passiva, em quando as temos
arrancado.
(E) As minhocas (...) queixam-se é construção que exemplifica um caso de voz passiva, equivalente a
Vendem-se casas.

5. As normas de concordância verbal estão plenamente observadas em:

(A) Pareceriam natural para as minhocas, mas não para os homens, locomoverem-se por grandes distâncias
embaixo da terra.
(B) A lembrança dos antigos trens, em que fez tantas viagens, despertaram no autor imagens nostálgicas e
poéticas.
(C) Economiza-se trinta ou quarenta minutos quando se preferem utilizar o metrô ou um táxi, em lugar de
ônibus.
(D) Os movimentos apressados a que se assiste, quando se está no centro de uma metrópole, traduzem bem
a ansiedade moderna.
(E) Fazem parte das nossas experiências metropolitanas esse ir e vir atarantado pela cidade, na luta ingente
contra o relógio.

6. Está clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

(A) Saudoso das tradicionais viagens de trem, de onde se lembra o autor com afeto, as impressões do metrô
já não lhe parecem favoráveis.
(B) O bucolismo das paisagens rurais fixou-se no autor, tanto que ele a compara com a experiência da
primeira viagem obtida no metrô.
(C) O autor não descarta a economia de tempo, a rapidez do metrô, pois sabe das exigências com que a vida
moderna incita os transportes.
(D) O progresso implica em muitas contradições, pois as mesmas razões que levam o homem a criar
metrópoles os facultam a reduzi-las.
(E) Ao automatismo das portas e das escadas rolantes contrapõem-se, segundo o autor, os gratos predicados
do mundo natural.

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7. Caso queiramos articular as frases Mas não nos queixemos e Nem tudo são belas paisagens sobre a
terra, explicitando a relação lógica que mantêm no contexto, podemos ligá-las adequadamente por meio
do seguinte elemento:

(A) conquanto.
(B) muito embora.
(C) dado que.
(D) por conseguinte.
(E) ainda assim.

8. O autor fez sua primeira viagem de metrô, alimentava expectativas para essa primeira viagem, mas,
tão logo concluiu essa primeira viagem e comparou essa primeira viagem com a que fazia nos antigos
trens, mostrou-se nostálgico das antigas experiências.
Evitam-se as viciosas repetições do texto acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem
dada, por:

(A) sobre a qual alimentava expectativas - a concluiu - a comparou


(B) de cuja alimentava expectativas - lhe concluiu - lhe comparou
(C) sobre quem alimentava expectativas - a concluiu - lhe comparou
(D) para cuja alimentava expectativas - concluiu-a - comparou-a
(E) com a qual alimentava expectativas - concluiu-a - comparou-lhe

9. Está plenamente adequada a correlação entre tempos e modos verbais na frase:

(A) Nem bem saí pela porta automática e subi as escadas rolantes, logo me encontraria diante da luz do sol e
do ar fresco da manhã.
(B) Eu havia presumido que aquela viagem de metrô satisfizesse plenamente as expectativas que venho
alimentando.
(C) Se as minhocas dispusessem de olhos, provavelmente não terão reclamado por as expormos à luz do dia.
(D) Não fossem as urgências impostas pela vida moderna, não teria sido necessário acelerar tanto o ritmo de
nossas viagens urbanas.
(E) Como haveremos de comparar as antigas viagens de trem com estas que realizássemos por meio de
túneis entre estações subterrâneas?

10. Mas, se tivessem olhos e houvessem andado de trem quando meninas, talvez as minhocas não
estimassem tanto suas lentas caminhadas no fundo da terra.
Caso reconstruamos a frase acima começando com As minhocas talvez não estimassem tanto suas lentas
caminhadas no fundo da terra, seria correto e coerente complementá-la com:

(A) ainda que contassem com olhos e viajassem de trem quando meninas.
(B) contassem elas com olhos e tivessem viajado de trem quando meninas.
(C) pois haveriam de ter olhos e viajar de trem quando meninas.
(D) porquanto lhes faltassem olhos e viajassem de trem quando meninas.
(E) posto que não lhes faltassem olhos e não houvessem viajado de trem quando meninas.

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GABARITO

01- B 02- E 03- C 04- A 05- D 06- E 07- C 08- A 09- D 10- B

Sobre a dificuldade de ler


Gostaria de lhes falar não da leitura e dos riscos que ela comporta, mas de um risco ainda maior, ou seja,
da dificuldade ou da impossibilidade de ler; gostaria de tentar lhes falar não da leitura, mas da ilegibilidade.
Cada um de vocês terá feito a experiência daqueles momentos nos quais gostaríamos de ler, mas não
conseguimos, nos quais nos obstinamos a folhear as páginas de um livro, mas ele nos cai literalmente das mãos.
Gostaria de lhes sugerir que prestassem atenção aos seus momentos de não leitura, quando o livro do
mundo cai das suas mãos, porque a impossibilidade de ler lhes diz respeito quanto a leitura e é, talvez, tanto ou
mais instrutiva do que esta.
Há também uma outra e mais radical impossibilidade de ler, que até poucos anos atrás era, antes de tudo,
comum. Refiro-me aos analfabetos, que, há apenas um século, eram a maioria. Um grande poeta espanhol do
século 20 dedicou um livro de poesia seu “ao analfabeto para/por quem eu escrevo”. É importante compreender
o sentido desse “para/por”.
Gostaria que vocês refletissem sobre o estatuto especial desse livro que, na sua essência, é destinado aos
olhos que não podem lê-lo e foi escrito com uma mão que, em um certo sentido, não sabe escrever. O poeta ou
escritor que escreve pelo/para o analfabeto tenta escrever o que não pode ser lido, põe no papel o ilegível. Mas
precisamente isso torna a sua escrita mais interessante do que a que foi escrita somente por/para quem sabe ler.
Há, finalmente, um outro caso de não leitura do qual gostaria de lhes falar. Refiro-me aos livros que
foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre – à espera de serem lidos. Eu conheço – e cada
um de vocês, eu acredito, poderia citar – livros que mereciam ser lidos e não foram lidos, ou foram lidos por
pouquíssimos leitores. Eu penso que, se esses livros eram verdadeiramente bons, não se deveria falar de uma
espera, mas de uma exigência. Esses livros não esperam, mas exigem ser lidos, mesmo que não o tenham sido
ou não o serão jamais.
Mas agora gostaria de dar um conselho aos editores e àqueles que se ocupam de livros: parem de olhar
para as infames, sim, infames classificações de livros mais vendidos e – presume-se – mais lidos e tentem
construir em vez disso na mente de vocês uma classificação dos livros que exigem ser lidos. Só uma editora
fundada nessa classificação mental poderia fazer o livro sair da crise que – pelo que ouço ser dito e repetido –
está atravessando.
(Adaptado de: AGAMBEN, Giorgio. Sobre a dificuldade de ler. Trad. de Cláudio Oliveira. Revista Cult, ano 16, n.
180. São Paulo: Bregantini, junho de 2013. P 46 e 47)

1. O texto foi escrito originalmente para ser lido em uma palestra, durante uma feira de editores, em
Omã, no ano de 2012. Daí vem o tom da conversa, de quem aborda os interlocutores diretamente,
trazendo-os para o texto. Estes ouvintes são referidos pelo autor quando utiliza os pronomes

(A) ela e nos.


(B) lhes e vocês.
(C) daqueles e ele.
(D) me e sua.
(E) Eu e o.

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2. O texto menciona um poeta espanhol que dedicou seu livro ao “analfabeto para/por quem” escrevia,
destacando os diferentes significados que as duas preposições assumem na frase. Nesse caso, a
preposição “por” tem o sentido de

(A) no lugar de.


(B) em oposição a.
(C) perto de.
(D) a respeito de.
(E) junto com.

3. No penúltimo parágrafo do texto, os travessões são utilizados para

(A) citar um depoimento.


(B) isolar uma enumeração.
(C) intercalar um comentário.
(D) fornecer uma definição.
(E) destacar uma correção.

4. No trecho Refiro-me aos livros que foram escritos e publicados, mas estão – talvez para sempre – à
espera de serem lidos (6º parágrafo), o uso do acento de crase obedece à mesma regra seguida em:

(A) Acostumou-se àquela situação, já que não sabia como evitá-la.


(B) Informou à paciente que os remédios haviam surtido efeito.
(C) Vou ficar irritada se você me deixar assistir à novela.
(D) Acabou se confundido, após usar à exaustão a velha fórmula.
(E) Comunique às minhas alunas que as provas estão corrigidas.

5. No último parágrafo, o adjetivo “infames” reforça a avaliação sobre as listas de livros mais vendidos
para concluir que tais classificações são

(A) familiares.
(B) justas.
(C) detestáveis.
(D) dignas.
(E) famosas.

6. Ao final do texto, para dar conselho aos editores e a quem se interessa por livros, o autor utiliza no
imperativo os verbos

(A) sair e atravessar.


(B) parar e tentar.
(C) presumir e construir.
(D) exigir e poder.
(E) gostar e ocupar.

Atenção: Para responder às questões de número 7 a 11, considere o texto abaixo.

Hermético e postiço, jargão incentiva ‘espírito de corpo’


Na maioria dos textos produzidos no universo corporativo, vê-se um registro muito particular da língua, nem
sempre compreensível aos “não iniciados”. É o que se pode chamar de “jargão corporativo”, uma linguagem hoje
dominada por grande quantidade de decalques do inglês – ou ingênuas traduções literais.
O termo “jargão”, que em sua origem quer dizer “fala ininteligível”, guarda certa marca pejorativa, fruto de
sua antiga associação ao pedantismo, ao uso da linguagem empolada.
Embora os jargões sejam coisa muito antiga, foi nos séculos 19 e 20 que proliferaram na Europa, fruto de

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uma maior divisão do trabalho nas sociedades industriais.


Na época, já figuravam entre as suas características o uso de termos de línguas estrangeiras como sinal de
prestígio e o emprego de metáforas e eufemismos, exatamente como vemos hoje.
Os jargões são alvo constante da crítica não só por abrigarem muitas expressões de outras línguas, o que lhes
confere um ar postiço e hermético, como por seu viés pretensioso.
A crítica a esse tipo de linguagem tem fundamento na preocupação com a “pureza” do idioma e com a perda
de identidade cultural, opinião que, para outros, revela traços de xenofobia.
Essa é uma discussão que não deve chegar ao fim tão cedo, mas é fato que os jargões têm claras funções
simbólicas: por um lado, visam a incentivar o “espírito de corpo”, o que deve justificar o empenho das empresas
em cultivá-los (até para camuflar as relações entre patrão e empregado), e, por outro, promovem a inclusão de
uns e a exclusão de outros, além, é claro, de impressionar os neófitos.
(Adaptado de: CAMARGO, Thaís Nicoleti de. Caderno “Negócios e carreiras”, do jornal Folha de S. Paulo. São
Paulo, 24 de março de 2013, p. 7)

7. No título e no último parágrafo, a autora aproxima intencionalmente, de modo criativo, as palavras


“espírito” e “corpo”. No texto, a expressão “espírito de corpo” assume um sentido mais diretamente
relacionado a agrupamentos que constituem no universo.

(A) da religião.
(B) do trabalho.
(C) da geografia.
(D) da medicina.
(E) do esporte.

8. No início do 3º parágrafo, a conjunção embora estabelece, entre os períodos, uma relação de

(A) espaço
(B) oposição
(C) concessão
(D) finalidade
(E) consequência

9. O verbo grifado que concorda com um sujeito composto está em:

(A) ... mas é fato que os jargões têm claras funções simbólicas... (7º parágrafo)
(B) ... não só por arbitragem muitas expressões de outras línguas... (5º parágrafo)
(C) ... já figuravam entre as suas características... (4º parágrafo)
(D) ... por um lado, visam a incentivar... (7º parágrafo)
(E) ... foi nos séculos 19 e 20 que proliferaram na Europa (3º parágrafo)

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10. Atente para o que se afirma abaixo:


I. impressionar os neófitos. (7º parágrafo)
Substituindo-se o segmento grifado acima por um pronome, o resultado correto será: “impressioná-los”.
II. o que deve justificar o empenho das empresas em cultivá-los... (7º parágrafo)
O pronome “los” refere-se a “jargões”.
III. o que lhes confere um ar postiço e hermético... (5º parágrafo)
O pronome “lhes” refere-se a “expressões”
Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

11. O termo “jargão”, que em sua origem quer dizer “fala ininteligível”...(2º parágrafo)
A palavra cujo sentido se OPÕE ao da grifada acima está destacada em:

(A) ...ou ingênuas traduções literais.


(B) ... como por seu viés pretensioso.
(C) ... ao uso da linguagem empolada.
(D) ... o que lhes confere um ar postiço e hermético...
(E) ... nem sempre compreensível aos “não iniciados”.

Atenção: Para responder às questões de números 12 a 15, considere o texto abaixo.

A marca da solidão
Deitado de bruços, sobre as pedras quentes do chão de paralelepípedos, o menino espia. Tem os braços
dobrados e a testa pousada sobre eles, seu rosto formando uma tenda de penumbra na tarde quente.
Observa as ranhuras entre uma pedra e outra. Há, dentro de cada uma delas, um diminuto caminho de terra,
com pedrinhas e tufos minúsculos de musgos, formando pequenas plantas, ínfimos bonsais só visíveis aos olhos
de quem é capaz de parar de viver para, apenas, ver.
Quando se tem a marca da solidão na alma, o mundo cabe numa fresta.
(SEIXAS, Heloísa. Contos mais que mínimos. Rio de Janeiro: Tinta negra bazar, 20110, p.47)

12. No texto, o substantivo usado para ressaltar o universo reduzido no qual o menino detém sua atenção
é

(A) fresta.
(B) marca.
(C) alma.
(D) solidão
(E) penumbra.

13. No primeiro parágrafo, a palavra utilizada em sentido figurado é

(A) menino.
(B) chão.
(C) testa.
(D) penumbra.
(E) tenda.

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14. No primeiro parágrafo, o pronome “eles” substitui a palavra

(A) bruços.
(B) quentes.
(C) paralelepípedos.
(D) braços.
(E) tufos.

15. No universo criado pelo menino, ________ transformam-se em ¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬________


Preenchem corretamente, na ordem, as lacunas da frase acima:

(A) tufos minúsculos de musgos – ínfimos bonsais


(B) pedras quentes – paralelepípedos
(C) ranhuras – pedrinhas
(D) pequenas plantas – ranhuras
(E) pedrinhas – tufos minúsculos

GABARITO

01- B 02- A 03- C 04- D 05- C 06- B 07- B 08- C 09- C 10- D
11 – E 12 – A 13 – E 14 – D 15 – A

O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a avançar pelos vastos e desertos
prados do Cazaquistão, deixando para trás a fronteira com a China.
O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda, antigo caminho que ligava a
China à Europa
e era usado para o transporte de especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso,
seis séculos atrás.
Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente preciosa: laptops e acessórios de
informática fabricados na China e enviados por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.
A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos trilhados por caravanas de
camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi’an − cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus
guerreiros de terracota − era a capital da China.
As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam por cordilheiras que
acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até
o mar Cáspio e além.
Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à medida que a navegação marítima
se expandiu e que o centro político da China se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na
direção da costa.
Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China
dispararam na última década. Por isso as indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país.
O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de Shenzhen ou Xangai − e de lá
por navios que contornam a Índia e cruzam o canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da
Seda reduz esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o trem, mas o custo do
tempo agregado por mar é considerável.
Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora algumas empresas planejam usar

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o frete ferroviário no próximo inverno boreal. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das
temperaturas que podem atingir 40 °C negativos.
(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)

01. Depreende-se corretamente do texto:

(A) A lendária Rota da Seda foi abandonada porque as caravanas de camelos e cavalos tinham dificuldade de
enfrentar o frio extremo da região.
(B) A expansão da navegação marítima colaborou para que, no passado, a atividade comercial da China
migrasse na direção da costa.
(C) O frete ferroviário deve ser substituído pelo transporte marítimo no inverno, já que a carga a ser
transportada pode ser danificada pelas baixas temperaturas.
(D) A partir da retomada da Rota da Seda, as fábricas chinesas voltaram a exportar quantidades significativas
de especiarias.
(E) A navegação chinesa se expandiu e o transporte marítimo atingiu o seu auge durante a época em que
Xi’an era a capital da China.

2. Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre

(A) o aumento dos custos trabalhistas no leste da China e a atual transferência da produção industrial para o
interior do país.
(B) a redução de tempo no atual transporte por trem na Rota da Seda e a aceleração da venda de produtos de
informática.
(C) o uso de caminhões para o transporte de carga e a atual mudança da geografia econômica da China.
(D) a retomada do transporte de mercadorias pela Rota da Seda e o aumento nos custos do transporte
marítimo.
(E) a suspensão do uso da Rota da Seda no fim da Idade Média e a diminuição na demanda do Ocidente por
especiarias e seda.

03. Afirma-se corretamente:

(A) Sem prejuízo para a correção e o sentido original, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após
cordilheiras (quinto parágrafo).
(B) O segmento isolado por travessões, no quarto parágrafo, assinala uma ressalva ao que se afirmou antes.
(C) No terceiro parágrafo, os dois-pontos introduzem um esclarecimento acerca do que se afirmou antes.
(D) Haverá prejuízo para a correção e o sentido original ao se inserir uma vírgula imediatamente após isso
(sétimo parágrafo).
(E) Sem prejuízo para a correção e o sentido original, no segmento que podem atingir 40 °C negativos (último
parágrafo), o elemento grifado pode ser substituído por “onde”.

04. ... e então percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além. (5o
parágrafo)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está em:

(A) ... e de lá por navios que contornam a Índia...


(B) ... era a capital da China.
(C) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...
(D) ... dispararam na última década.
(E) ... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas..

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05. Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das temperaturas que podem atingir
40 °C negativos. (último parágrafo)
Sem que se faça nenhuma outra alteração no segmento acima, mantêm-se a correção e, em linhas gerais,
o sentido original, substituindo-se

(A) atingir por cair à.


(B) adotam por recorrem.
(C) para proteger por afim de proteger.
(D) complexas por amplas.
(E) isso por tanto.

06. cruzando os desertos do oeste da China − que contornam a Índia − adotam complexas providências
Fazendo-se as alterações necessárias, os segmentos grifados acima foram corretamente substituídos por
um pronome, respectivamente, em:

(A) os cruzando - que contornam-lhe - adotam-as


(B) cruzando-lhes - que contornam-na - as adotam
(C) cruzando-os - que lhe contornam - adotam-lhes
(D) cruzando-os - que a contornam - adotam-nas
(E) lhes cruzando - que contornam-a - as adotam

07. ... que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas...


O verbo que, no contexto, exige o mesmo tipo de complemento que o da frase acima está em:

(A) A Rota da Seda nunca foi uma rota única...


(B) Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média.
(C) ... viajavam por cordilheiras...
(D) ... até cair em desuso, seis séculos atrás.
(E) O maquinista empurra a manopla do acelerador.

08. Está gramaticalmente correta a redação desse livre comentário sobre o assunto tratado no texto:

(A) Preocupam os fornecedores chineses o longo tempo que se leva para transportar por via marítima os
produtos que chegam das fábricas do interior aos portos de Xangai.
(B) Há seis séculos, transportava-se, com esforço e perdas humanas, especiarias, seda e pedras preciosas pelos
caminhos da Rota da Seda.
(C) À medida que se desenvolvia a navegação no país, as rotas comerciais que floresceram na China durante a
Idade Média iam sendo abandonadas.
(D) Em tempos passados, para se chegar da China ao mar Cáspio, percorria-se as poucas, povoadas, estepes da
Ásia Central a cavalo ou camelo.
(E) Os centros político e financeiro da China deslocaram-se para Pequim no final da Idade Média, fazendo com
que a atividade econômica os acompanhassem, seguindo em direção a costa.

De que forma o conhecimento da cultura renascentista pode auxiliar no entendimento do presente?


A história da cultura renascentista ilustra com clareza o processo de construção cultural do homem
moderno e da sociedade contemporânea. Nela se manifestam, já muito dinâmicos e predominantes, os germes
do individualismo, do racionalismo e da ambição ilimitada, típicos de comportamentos mais imperativos e
representativos do nosso tempo. Ela consagra a vitória da razão abstrata, que é a instância suprema de toda a
cultura moderna, versada no rigor das matemáticas que passarão a reger os sistemas de controle do tempo e do
espaço. Será essa mesma razão abstrata que estará presente
na própria constituição da chamada identidade nacional. Ela é a nova versão do poder dominante e será
consubstanciada no Estado Moderno, entidade controladora e disciplinadora por excelência, que impõe à
sociedade um padrão único, monolítico e intransigente. Isso, contraditoriamente, fará brotar um anseio de
liberdade e autonomia do espírito, certamente o mais belo legado do Renascimento à atualidade.

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Como explicar a pujança do Renascimento, surgido em continuidade à miséria, à opressão e ao


obscurantismo do período medieval?
O Renascimento assinala o florescimento de um longo processo de produção, circulação e acumulação de
recursos econômicos, desencadeado desde a Baixa Idade Média. São os excedentes dessa atividade crescente em
progressão maciça que serão utilizados para financiar, manter e estimular uma ativação econômica. Surge assim a
sociedade dos mercadores, organizada por princípios como a liberdade de iniciativas, a cobiça e a potencialidade
do homem, compreendido como senhor da natureza, destinado a dominá-la e a submetê-la à Sua vontade. O
Renascimento, portanto, é a emanação da riqueza e seus maiores compromissos serão para com ela.
(Adaptado de: SEVCENKO, Nicolau. O renascimento. São Paulo: Atual; Campinas: Universidade Estadual de
Campinas, 1982. p. 2 e 3)

09. Depreende-se corretamente do texto:

(A) a escassez de recursos dos comerciantes medievais é consequência imediata do obscurantismo típico do
período renascentista.
(B) a oposição entre o predomínio do obscurantismo e a supremacia da razão abstrata só se resolveu com a
fundação do Estado Moderno.
(C) o comportamento insólito e ousado do homem renascentista foi determinante para que ele pudesse
controlar os rumos tomados pela sociedade.
(D) as origens do comportamento individualista, do racionalismo e da ambição ilimitada, perceptíveis na
sociedade contemporânea, remontam ao Renascimento.
(E) o domínio do homem sobre a natureza foi determinante para a aceleração do fluxo de capital que
culminou no Renascimento.

10. Assinala-se no texto

(A) a primazia do poder controlador do Estado Moderno sobre o pensamento abstrato na Baixa Idade Média,
contra a qual o homem renascentista se mobilizou.
(B) a oposição entre o caráter disciplinador do Estado Moderno e o anseio de liberdade e autonomia do
espírito.
(C) a legitimação do individualismo, elemento fundador da cultura moderna, cuja consequência foi a
constituição de uma identidade nacional.
(D) um juízo de valor em relação à ambição ilimitada do homem renascentista, a qual dificultou o avanço das
ciências exatas.
(E) o egocentrismo e a cobiça do homem renascentista, cujos resíduos negativos podem ser percebidos nos
dias atuais.

11. Ela consagra a vitória da razão abstrata, que é a instância suprema de toda a cultura moderna,
versada no rigor das matemáticas que passarão a reger os sistemas de controle do tempo e do espaço.
Afirma-se corretamente sobre a frase acima:

(A) As vírgulas isolam um segmento explicativo.


(B) O verbo consagra, no contexto, não admite transposição para a voz passiva.
(C) No segmento que passarão a reger os sistemas de controle do tempo e do espaço, o elemento sublinhado
pode ser substituído por “com que”, sem prejuízo para o sentido original.
(D) O segmento versada no rigor está corretamente traduzido, no contexto, por “de acordo com os princípios”.
(E) O segmento que passarão a reger os sistemas de controle do tempo e do espaço pode ser substituído por
“cujos sistemas de

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12. O sinal indicativo de crase pode ser corretamente suprimido, sem prejuízo para a correção e o sentido
original do texto, em:

(A) ... à opressão e ao obscurantismo...


(B) ... o mais belo legado do Renascimento à atualidade.
(C) ... em continuidade à miséria...
(D) ... e a submetê-la à sua vontade.
(E) ... que impõe à sociedade um padrão único...

Falo somente do que falo:


do seco e de suas paisagens,
Nordestes, debaixo de um sol
ali do mais quente vinagre:
que reduz tudo ao espinhaço,
cresta o simplesmente folhagem,
folha prolixa, folharada,
onde possa esconder-se a fraude.
Falo somente por quem falo:
por quem existe nesses climas
condicionados pelo sol,
pelo gavião e outras rapinas:
e onde estão os solos inertes
de tantas condições caatinga
em que só cabe cultivar
o que é sinônimo da míngua
Falo somente para quem falo:
quem padece sono de morto
e precisa um despertador
acre, como o sol sobre o olho:
que é quando o sol é estridente,
a contrapelo, imperioso,
e bate nas pálpebras como
se bate numa porta a socos.
(Trecho de “Graciliano Ramos”. João Cabral de Melo Neto. Melhores poemas de João Cabral de Melo Neto.
SECCHIN, Antonio Carlos (Sel.), São Paulo: Global, 2013, formato ebook)

13. Considere as afirmações abaixo.


I. Ao lançar mão da imagem de um despertador (terceira estrofe), o poeta visa a chamar para uma
situação de miséria a atenção de um leitor indiferente.
II. É expressa no poema a intenção de dar voz a pessoas submetidas a um contexto de privação.
III. Depreende-se do poema que a miséria provocada pela seca se esconde nas folhas prolixas da
paisagem.
Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.
(B) II e III.
(C) II.
(D) III.
(E) I e II.

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14. Afirma-se corretamente:

(A) No poema, considera-se o sol a causa da escassez da folhagem.


(B) O elemento grifado em como se bate numa porta a socos indica uma causa.
(C) Alguns dos adjetivos que caracterizam o sol no poema são inerte, estridente, imperioso.
(D) Critica-se no poema a inércia daqueles que não se esforçam para cultivar o solo.
(E) O segmento nesses climas condicionados pelo sol pode ser reescrito do seguinte modo: “nesses climas em
que o sol os condiciona”.

GABARITO

01- B 02- A 03- C 04- B 05- E 06- D 07- E 08- C 09- D 10- B
11- A 12- D 13- E 14- A

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CONHECIMENTOS GERAIS

Gramática e Interpretação de Texto da Língua Portuguesa


Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 6.

Conselhos ao candidato
Certa vez um enamorado da Academia, homem ilustre e aliás perfeitamente digno de pertencer a ela,
escreveu-me sondando-me sobre as suas possibilidades como candidato. Não pude deixar de sentir o bem
conhecido calefrio aquerônico, porque então éramos quarenta na Casa de Machado de Assis e falar de
candidatura aos acadêmicos sem que haja vaga é um pouco desejar secretamente a morte de um deles. O
consultado poderá dizer consigo que “praga de urubu não mata cavalo”. Mas, que diabo, sempre impressiona.
Não impressionou ao conde Afonso Celso, de quem contam que respondeu assim a um sujeito que lhe foi pedir o
voto para uma futura vaga.
– Não posso empenhar a minha palavra. Primeiro porque o voto é secreto; segundo porque não há vaga;
terceiro porque a futura vaga pode ser minha, o que me poria na posição de não poder cumprir com a minha
palavra, coisa a que jamais faltei em minha vida.
Se eu tivesse alguma autoridade para dar conselhos ao meu eminente pat´ricio, dir-lhe-ia que o primeiro dever
de um candidato é não temer a derrota, não encará-la como uma capitis diminutio, não enfezar com ela. Porque
muitos dos que se sentam hoje nas poltronas azuis do Trianon, lá entraram a duras penas, depois de uma ou duas
derrotas. Afinal a entrada para a Academia depende muito da oportunidade e de uma coisa bastante indefinível
que se chama “ambiente”. Fulano? Não tem ambiente. [...]
Sempre ponderei aos medroso ou despeitados da derrota que é preciso considerar a Academia com certo
senso de humor. Não torná-la como o mais alto sodalício intelectual do país. Sobretudo nunca se servir da palavra
“sodalício”, a que muitos acadêmicos são alérgicos. Em mim, por exemplo, provoca sempre urticária.
No mais, é desconfiar sempre dos acadêmicos que prometem: “Dou-lhe o meu voto e posso arranjar-lhe mais
um”. Nenhum acadêmico tem força para arranjar o voto de um colega. Mas vou parar, que não pretendi nesta
crônica escrever um manual do perfeito candidato.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993, vol. Único, p. 683-684)
*arquerônico = relativo ou pertencente a Aqueronte, um dos rios do Inferno, atravessando pelos mortos na
embarcação conduzida pelo barqueiro Caronte.
*capitis diminutio: expressão latina de caráter jurídico empregada para designar a diminuição de capacidade
legal.

1. no desenvolvimento do texto, o autor deixa transparecer

(A) incentivo a quem lhe escreve, de consultar outros acadêmico, dado que se trata de candidato merecedor
de pertencer ao grupo.
(B) extrema seriedade ao tentar instruir um candidato, com o objetivo de garantir-lhe sucesso na eleição,
ainda que não haja vaga para essa pretensão.
(C) indecisão sobre se haverá meios eficazes para orientar um candidato, já que o próprio autor é um dos
escritores que fazem parte do quadro da Academia.
(D) aconselhamento ao candidato que desista de seu intento, com a certeza de que será um perdedor, visto
que muitos outros já não conseguiram ser eleitos.
(E) tratamento irônico a respeito das pretensões de um candidato a vaga na Academia, pretensão
extemporânea, pois o quadro está completo.

2. A resposta dada pelo conde Afonso Celso, transcrita no 2º parágrafo, é exemplo de

(A) uma resposta evasiva, em razão da intempestiva consulta feita pelo candidato
(B) certa incoerência voluntária na sequência de dados oferecidos pelo acadêmico citado
(C) um capcioso jogo de palavras cujo sentido, no entanto, não permite conclusão alguma.
(D) um raciocínio completo, com as razões que justificam o posicionamento de quem fala.
(E) argumentos que se sucedem aparentemente, de modo lógico, porém sem resultado objetivo.

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3. O consultado poderá dizer consigo que “praga de urubu não mata cavalo”

Infere-se, a partir da referência ao dito popular, que o autor


(A) se considera inteiramente livre de quaisquer compromissos relativos à consulta que lhe foi enviada,
esquivando-se, também, de tentar conseguir votos para o suposto candidato.
(B) deseja, secretamente e de antemão, que o candidato não consiga comprovar que tem o mérito necessário
para justificar sua pretensão de fazer parte da Academia.
(C) Procura justificar sua isenção quanto ao questionamento do candidato, mesmo ponde de lado o fato de
perceber certo mau agouro embutido na consulta que lhe foi enviada.
(D) busca questionar o mal-estar que sentiu ao receber a consulta do provável candidato, apoiando-se na
sabedoria popular, fato que contraria sua formação erudita de acadêmico.
(E) se vale da sabedoria popular para considerar-se imune a um eventual desejo secreto do candidato de que
surja a vaga com a morte de um dos acadêmicos, até mesmo a dele.

4. No Dicionário Houaiss encontra-se que sodalício é palavra que designa grupo ou sociedade de pessoas
que vivem juntas ou convivem em uma agremiação; confraria.

Deduz-se corretamente que, segundo o autor, o emprego da palavra reflete


(A) conhecimento aprofundado, pois se trata de um grupo formado por escritores eruditos.
(B) pedantismo, tendo em vista tratar-se de termo praticamente desconhecido no uso diário da língua.
(C) ignorância que, já de início, se torna obstáculo intransponível para a eleição pretendida.
(D) prepotência, como demonstração de conhecimentos que ultrapassam o dos demais acadêmicos.
(E) insistência, na tentativa de angariar adeptos para o ingresso no grupo de escritores.

5. Mas vou parar, que não pretendi nesta crônica escrever um manual do perfeito candidato.
Identifica-se, no segmento sublinhado acima,

(A) noção de causa, que justifica a decisão tomada pelo autor.


(B) a consequência de uma ação deliberada anteriormente.
(C) ressalva que restringe o sentido da afirmativa anterior.
(D) uma finalidade, que reafirma as intenções do autor, expostas no texto.
(E) condição, pois o autor conclui não ter conseguido aconselhar o candidato.

6. Não impressionou ao conde Afonso Celso,de quem contam que respondeu assim a um sujeito...
A expressão sublinhada acima preenche corretamente a lacuna existente em:

(A) Aqueles ....... caberia manifestar apoio aos defensores da causa em discussão ainda não haviam
conseguido chegar à tribuna.
(B) O acadêmico, ...... todos esperavam um vigoroso aparte contrário ao pleito, permaneceu em silêncio na
tumultuada sessão.
(C) Em decisão unânime, os acadêmicos ofereceram dados da agremiação ...... desejasse participar da
discussão daquele dia.
(D) O novo acadêmico demonstrou grande afeição ...... compartilha das mesmas ideias literárias e aborda os
mesmos temas.
(E) O discurso de recepção do novo integrante do grupo deveria ser pronunciado ...... apresentasse maior
afinidade entre ambos.

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 7 a 9.


[..] ser independente significa bem mais do que ser livre para viver como se quer: significa, basicamente,
viver com valores que façam a vida ser digna de ser vivida. Não basta um estado de espírito. Não basta, como diz
o samba, “vestir a camisa amarela e sair por aí”. Tampouco basta sentir-se autônomo, fazendo parte do bando.
É preciso algo mais. Ora, um dos valores que vêm sendo retomados pelos filósofos e que cabem com uma luva
nessa questão é o da resistência. Na raiz da palavra resistere se encontra um sentido: “ficar de pé”. E ficar de pé
implica manter vivas, intactas dentro de si, as forças de lucidez. Essa é uma exigência que se impõe tanto em

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tempos de guerra quanto em tempos de paz. Sobretudo nesses últimos, quando costumamos achar que está tudo
bem, que está tudo “numa boa”; quando recebemos informações de todos os lados, sem tentar, nem ao menos,
analisá-las, e terminamos por engolir qualquer coisa.
Resistir como forma de ser independente é, talvez, uma maneira de encontrar um significado no
mundo. Daí que, para celebrar a independência, vale mesmo é desconstruir o mundo, desnudar suas estruturas,
investigar a informação. Fazer isso sem cansaço para depois termos vontade de, novamente, desejá-lo, inventá-
lo e construí-lo; de reencontrar o caminho da sensibilidade diante de uma paisagem, ao abrir um livro ou a porta
de um museu. Independência, sim, para defendermos a vida, para defendermos valores para ela, para que ela
tenha um sentido. Independência de pé, com lucidez e prioridades. Clareza, sim, para não continuarmos a assistir,
impotentes, ao espetáculo da própria impotência.
(PRIORE, Mary Del. Histórias e conversas de mulher. São Paulo: Planeta, 2013, p. 281)

7. De acordo com o texto, a afirmativa correta é:

(A) O excesso de informações hoje à nossa disposição, em bons ou em maus momentos, nos propicia
elementos para uma vida de liberdade, baseada na independência e na escolha de novos valores e de novos
paradigmas que possam resistir às inúmeras mudanças que ocorrem habitualmente.
(B) Uma independência de atitudes e de valores perante a vida baseia-se, especialmente, no grau de
liberdade de escolha que cabe a cada um, de modo a garantir que as informações recebidas se transformem nos
fundamentos de uma vida livre e bem vivida.
(C) A resistência ao acúmulo de informações recebidas aleatoriamente direciona as escolhas feitas durante a
vida, pois nem sempre a liberdade se mostra como o caminho mais favorável a ser percorrido, principalmente se
forem deixados de lado os valores básicos da existência humana.
(D) A liberdade de escolha que poderá tornar-nos seres independentes exige lucidez diante da enxurrada de
informações que recebemos atualmente, e resistência em prol de valores fundamentais que atribuam significado
à existência.
(E) Uma vida realmente digna de ser vivida deve ter como fundamentos essenciais a ampla liberdade de
escolha de valores que se coadunam com as transformações atuais e a independência para afastar obstáculos que
possam impedir a realização total de nossos objetivos.

8. Não basta um estado de espírito. Não basta, como diz o samba, “vestir a camisa amarela e sair por aí”.
Tampouco basta sentir-se autônomo, fazendo parte do bando. (1º parágrafo)
O sentido do segmento transcrito acima está exposto, de maneira diversa, porém com correção, clareza e
fidelidade, em:
Para ser independente,...

(A) É preciso ter vontade própria, tomar decisões, como diz a letra da música, ou nem mesmo buscar nas
ideias dos outros o mesmo estado de espírito, participando, portanto, do grupo em que se identifica essa sua
maneira de ser.
(B) Deve haver correspondência entre a própria maneira de viver, com atitudes baseadas em escolhas
marcadamente pessoais, e a experiência de todo o conjunto, ainda que possa considerar-se único, sem imposição
de ideias alheias.
(C) Não é suficiente tomar decisões sem a devida deliberação, nem considerar-se capaz de determinar as
próprias normas de conduta, sem imposição alheia, se estiver de acordo com o ideário da maioria.
(D) Não é necessário viver sem rumo, a esmo, como um estado de espírito, se o fato de sentir-se livre de
imposições da maioria pudesse mantê-lo inserido no convívio social, apesar de defender as próprias ideias.
(E) Seria importante manter-se segundo as normas de conduta estabelecidas por si mesmo, deliberadas com
determinação, compartilhando, porém, das mesmas ideias do grupo em que se encontra inserido.

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9. Considere as alterações propostas nas alternativas abaixo para alguns segmentos do texto. Mantém-se
a correção gramatical no que consta em:

(A) Na raiz da palavra resistere se encontra um sentido ...


Na raiz da palavra resistere se encontra algumas indicações de seu significado...
(B) Não basta um estado de espírito.
Não basta algumas decisões tomadas nesse sentido.
(C) Essa é uma exigência que se impõe tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz.
Essa é uma das exigências que se impõe tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz.
(D) É preciso algo mais.
Faz-se necessário mudanças de visão e de atitudes.
(E) ... para que ela tenha um sentido.
... para que as metas estabelecidas a cada um tenha um sentido.

10. O crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres.


Hoje elas estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica.
Hoje as mulheres podem investir numa carreira.
A revolução das comunicações começou com o telefone e prossegue no Facebook.
O Facebook contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social.
As frases isoladas acima compõe um único parágrafo devidamente pontuado, com clareza e lógica, em:

(A) A revolução das comunicações começou com o telefone e prossegue no Facebook. Que contribuiu para
diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social. E ainda, com o crescimento da vida urbana aumentou a
visibilidade das mulheres. Hoje elas estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica; que
podem investir numa carreira.
(B) Com o crescimento da vida urbana, aumentou-se a visibilidade das mulheres, às quais estão hoje menos
obrigadas a se consagrar exclusivamente a vida doméstica, assim como podem investir numa carreira. Para diluir
as fronteiras entre o isolamento e a vida social, veio a revolução das comunicações, tendo começado com o
telefone e prossegue no Facebook, que contribuiu para esse fato.
(C) A visibilidade das mulheres, depois do crescimento da vida urbana, hoje estão menos obrigadas a
se consagrar exclusivamente à vida doméstica e poder investir numa carreira. Em razão da revolução das
comunicações, que começou com o telefone e prossegue no Facebook, o qual contribuiu para diluir as fronteiras
entre o isolamento e a vida social.
(D) Hoje as mulheres estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica, com o
crescimento da vida urbana, que aumentou sua visibilidade, podendo investir numa carreira. E ainda a diluição
das fronteiras entre o isolamento e a vida social com revolução das comunicações que, tendo começado com o
telefone, prossegue no Facebook, contribuiu para isso.
(E) O crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres, que hoje estão menos obrigadas
a se consagrar exclusivamente à diva doméstica, além de poderem investir numa carreira. A revolução das
comunicações, que começou com o telefone e prossegue no Facebook, contribuiu para diluir as fronteiras entre o
isolamento e a vida social.

GABARITO

01- E 02- D 03- E 04- B 05- A 06- B 07- D 08- C 09- C 10- E

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TRT 15ª Região


Atenção: Para responder às questões de números 1 a 9, considere o texto abaixo.

O termo saudade, monopólio sentimental da língua portuguesa, geralmente se traduz em alemão pela palavra
“sehnsucht”. No entanto, as duas palavras têm uma história e uma carga sentimental diferentes. A saudade é um
sentimento geralmente voltado para o passado e para os conteúdos perdidos que o passado abrigava. Embora M.
Rodrigues Lapa, referindo-se ao sentimento da saudade nos povos célticos, empregue esse termo como “ânsia
do infinito”, não é esse o uso mais generalizado. Emprega-se a palavra, tanto na linguagem corrente como na
poesia, principalmente com referência a objetos conhecidos e amados, mas que foram levados pela voragem do
tempo ou afastados pela distância.
A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o passado como o futuro. Quando usada com relação ao
passado, é mais ou menos equivalente ao termo português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala
cromática de valores elaborados durante uma longa história de ausências e surgidos em consequência do
temperamento amoroso e sentimental do português. Falta à palavra alemã a riqueza etimológica, o eco múltiplo
que ainda hoje vibra na palavra portuguesa.
A expressão “sehnsucht”, todavia, tem a sua aplicação principal precisamente para significar aquela “ânsia do
infinito” que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência
para exprimir a aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, os quais,
no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no futuro.
Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um sentimento do coração envelhecido que relembra os tempos
idos, ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da adolescência que, cheia de esperanças e ilusões, vive com
o olhar firmado num futuro incerto, mas supostamente prometedor. Ambas as palavras têm certa equivalência no
tocante ao seu sentido intermediário, ou seja, à sua ambivalência doce-amarga, ao seu oscilar entre a satisfação
e a insatisfação. Mas, como algumas de suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é portadora de um
acento menos lânguido e a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de ação.
(Adaptado de: ROSENFELD, Anatol. Doze estudos. São Paulo, Imprensa oficial do Estado, 1959, p. 25-27)

1. O texto

(A) compara Portugal e Alemanha a partir do estudo da tradução de uma palavra alemã para o português,
concluindo que o povo alemão não é dado a expansões de sentimentos.
(B) desenvolve-se principalmente com base na comparação entre as diferenças e as similaridades contidas
nos significados das palavras “saudade” e “sehnsucht”.
(C) critica a tendência portuguesa de evocar o passado em vez de partir para a ação, costume que se reflete
no amplo uso, tanto na poesia como no cotidiano, da palavra saudade.
(D) mostra que os sentidos de “saudade” e “sehnsucht” são completamente antagônicos, o que impossibilita
a tradução de “sehnsucht” para o idioma português.
(E) apresenta semelhanças entre o povo alemão e o português a partir do estudo de duas palavras,
“saudade” e “sehnsucht”, cujos significados são praticamente idênticos.

2. Considerando-se as informações apresentadas no texto, depreende-se que a palavra “sehnsucht” NÃO


assume o sentido de

(A) obstinação
(B) ânsia do infinito.
(C) aspiração a estados ou objetos desconhecidos
(D) esperança
(E) ilusão com relação ao futuro.

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3. Embora M. Rodrigues Lapa [...] empregue esse termo como “ânsia do infinito”... (1º parágrafo)
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo qu o grifado acima está empregado em:

(A) ... que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. (3o parágrafo)


(B) ... e para os conteúdos perdidos que o passado abrigava. (1o parágrafo)
(C) ... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores... (2o parágrafo)
(D) ... que relembra os tempos idos... (4o parágrafo)
(E) ... ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da adolescência... (4o parágrafo)

4. Ambas as palavras têm certa equivalência no tocante ao seu sentido intermediário (último parágrafo)
Mantendo-se o sentido e a correção gramatical, o segmento destacado acima pode ser substituído, sem
que nenhuma outra alteração seja feita na frase, por:

(A) quanto à
(B) com relação a
(C) já que
(D) uma vez que
(E) salvo

5. ... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores... (2o parágrafo)
... um sentimento do coração envelhecido que relembra os tempos idos (4o parágrafo)
... a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de ação. (4o parágrafo)
Os elementos destacados acima referem-se, no contexto, respectivamente, a:

(A) “sehnsucht” alemã − tempos idos − mola de ação


(B) termo português − saudade − palavra alemã
(C) escala cromática de valores − tempos idos − insatisfação
(D) “sehnsucht” alemã − coração envelhecido – palavra alemã
(E) escala cromática de valores − coração envelhecido − mola de ação

6. Uma redação alternativa para um segmento do texto, em que se mantêm a correção gramatical e a
lógica, encontra-se em:

(A) O uso que M. Rodrigues Lapa faz do significado da palavra “saudade”, como sendo “ânsia do infinito”
quando se refere ao sentimento da saudade manifestados nos povos célticos, não é o uso mais comum.
(B) Embora a palavra “sehnsucht” costuma ser usada significando “ânsia do infinito”, principalmente, esse
era exatamente o sentido no qual Rodrigues Lapa considerou correto sobre a saudade.
(C) Popularmente, e também no uso poético esse termo é empregado, frequentemente, para exprimir o
desejo de chegar à estados ou obter objetos desconhecidos que apenas se pressente ou se vislumbra.
(D) A saudade é um sentimento no qual costuma estar voltado para o tempo passado e por meio da qual as
lembranças e os conteúdos perdidos que o passado abrigava vem à tona.
(E) A palavra “saudade” é empregada, na linguagem corrente e na poesia, principalmente com referência a
objetos conhecidos e amados, mas afastados pela distância ou consumidos pelo tempo.

7. No entanto, as duas palavras têm uma história e uma carga sentimental diferentes. (1o parágrafo)
O elemento destacado acima introduz, no contexto, uma

(A) consequência.
(B) concessão.
(C) finalidade.
(D) causa.
(E) oposição.

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8. No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a aspiração a estados
ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais
perfeitos que os conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no futuro. (3o parágrafo)

Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, sem prejuízo da clareza e da correção
gramatical, respectivamente, por:

(A) que - onde


(B) que - que
(C) onde - cujos
(D) cujos - que
(E) onde - de que

9. A respeito da pontuação do texto, considere:

I. Mantendo-se a correção, uma pontuação alternativa para um segmento do texto é: A “sehnsucht”


alemã abrange, ao contrário, tanto o passado como o futuro. (2o parágrafo)

II. Sem prejuízo do sentido e da correção, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após lânguido,
no segmento ... a palavra alemã é portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida
transforma-se com mais facilidade em mola de ação. (final do texto)

III. Sem prejuízo da coesão textual e do sentido original, o segmento ... é um sentimento geralmente
voltado para o passado... pode ser isolado por vírgulas. (1o parágrafo)

Está correto o que consta APENAS em

(A) II e III.
(B) I e III.
(C) I e II.
(D) I.
(E) II.

10 . Ninguém ignora a enorme influência que simples palavras ........ na história do pensamento e do
sentimento dos povos.
Preenche corretamente a lacuna da frase acima:

(A) exercem
(B) a transmitam
(C) possuíssem
(D) sejam desempenhadas
(E) apresentem-se

Atenção: Para responder às questões de números 11 a 14, considere o poema abaixo.


“Você não está mais na idade
de sofrer por essas coisas”

Há então a idade de sofrer


e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas?

As coisas só deviam acontecer


para fazer sofrer

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na idade própria de sofrer?

Ou não se devia sofrer


pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma?

E se não estou mais na idade de sofrer


é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Essas coisas. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: José Olympio, 3. ed.,
1976, p.30)

11. Infere-se corretamente do poema que

(A) a alegria é maior nas horas calmas da vida.


(B) na vida há uma idade apropriada para sofrer por certas coisas.
(C) quando se é jovem, o sofrimento deve ser evitado.
(D) a ausência de sofrimento só é possível na morte.
(E) o sofrimento é mais comum na velhice do que na juventude.

12. Considerando-se que elipse é a supressão de um termo que pode ser subentendido pelo contexto
linguístico, pode-se identificá-la no verso:

(A) As coisas só deviam acontecer


(B) Ou não se devia sofrer
(C) e a de não sofrer mais
(D) é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?
(E) Você não está mais na idade

13. é porque estou morto


O elemento sublinhado acima também pode ser corretamente empregado na lacuna da frase:

(A) Não entendi o ...... da sua atitude na reunião.


(B) Percebi logo ...... ele demorou para chegar.
(C) ...... você não confia nas suas ideias?
(D) Esclareça o ...... da necessidade desse procedimento.
(E) Os jovens às vezes erram ...... são muito ansiosos.

14. pois vieram fora de hora, e a hora é calma?


Considerando-se o contexto, o elemento sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo do sentido e
da lógica por:

(A) visto que


(B) portanto
(C) porém
(D) então
(E) desse modo

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GABARITO

01- B 02- A 03- C 04- B 05- D 06- E 07- E 08- B 09- C 10- A
11- D 12- C 13- E 14- A

Gramática e Interpretação de Texto da Língua Portuguesa


Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 5.

Escola de bem-te-vis
Muita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em gravuras ou empalhados nos museus – o que
é perfeitamente natural, dado o novo aspecto da terra, que, em lugar de árvores, produz com mais abundância
blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. Existem tantos, em redor da minha casa, que até agora
não tive (nem creio que venha a ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua linguagem.
Porque evidentemente os pássaros falam. Há muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de inglês se lia: “Dizem
que o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros...”
Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso no sultão e nessa linguagem que ele
entendia. Fico atenta, mas não consigo traduzir nada. No entanto, bem sei que os pássaros estão conversando.
O papagaio e a arara, esses aprendem o que se lhes ensinam, e falam como doutores. E há o bem-te-vi, que
fala português de nascença, mas infelizmente só diz o seu próprio nome, decerto sem saber que assim se chama.
[...]
Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar-lhes muitas coisas: a discernir um homem de uma
sombra, as sementes e frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos – ah! principalmente os gatos… Mas essa
instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino oral,
parece que é mesmo só: “Bem-te-vi! Bem-te-vi”, que uns dizem com voz rouca, outros com voz suave, e os
garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego para três sílabas.
(MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 95-96)

1. Infere-se corretamente do texto

(A) confiança na preservação de algumas espécies de aves, especialmente aquelas que já se encontram
adaptadas às diferentes situações de perigo existentes em núcleos urbanos.
(B) valorização das facilidades da vida urbana, mesmo que esta implique na diminuição na variedade de
espécies de aves, com predomínio de somente algumas delas.
(C) Crítica à destruição do meio ambiente, mediante referência ao aumento de construções, simbolizadas nos
blocos de cimento armado, em substituição aos elementos da natureza.
(D) Preocupação quanto ao fato de que seja possível encontrar pássaros em uma cidade e de que eles
consigam sobreviver em razão das condições desfavoráveis da vida urbana.
(E) Curiosidade em relação aos hábitos de certas abes, principalmente no ambiente urbano, que lhes dificulta
conhecimentos necessários à sua sobrevivência.

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2. De acordo com o texto, a afirmativa correta é:

(A) O último parágrafo aborda uma instrução toda prática e silenciosa, de modo semelhante ao que ocorre
costumeiramente, ou seja, as gerações mais velhas são incumbidas de transmitir conhecimentos úteis aos mais
novos.
(B) No 3º parágrafo, a referência ao papagaio e à arara, que falam como doutores, vem reforçar a noção
de que essas duas espécies, como representantes da fauna brasileira, são superiores aos simples bem-te-vis,
pássaros bastante comuns nas cidades.
(C) A forma como a autora reproduz, no 1º parágrafo, o que constava no livro de inglês – Dizem que o
sultão Mamude –, não deixa dúvida de que, segundo a narrativa, esse sultão realmente conseguia entender a
linguagem dos pássaros.
(D) No 2º parágrafo, é possível perceber que a autora também consegue, com atenção e algum esforço,
comunicar-se com os pássaros que costuma observar, principalmente com os bem-te-vis, porque falam português
de nascença.
(E) A autora confessa, no 1º parágrafo, que não tem interesse nem tempo suficiente para observar os
pássaros que eventualmente aparecem em sua casa, nem saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua
linguagem.

3. – ah! Principalmente os gatos... (4º parágrafo)


Explica-se o sentido do segmento transcrito acima como uma

(A) dúvida súbita, relacionada ao senso comum.


(B) observação de caráter imediatista.
(C) preocupação quanto à exatidão do que se afirma.
(D) lembrança inusitada, embora necessária.
(E) reflexão com base em conhecimento geral.

4. (nem creio que venha a ter)


O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o sublinhado acima está em:

(A) ... que existam pássaros ...


(B) ... que ele entendia ...
(C) ... o que lhes ensinam ...
(D) ... que assim se chama ...
(E) ... que uns dizem com voz rouca ...

5. Os diferentes verbos empregados nas frases transcritas no texto, que apresentam o mesmo sentido,
encontram-se no par:

(A) Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes ... (2º parágrafo)
... mas não consigo traduzir nada. (2º parágrafo)
(B) ... tempo de sber seus nomes ... (1º parágrafo)
... entender sua linguagem (1º parágrafo)
(C) Mas ainda há pássaros, sim. (1º parágrafo)
Existem tantos, ao redor da minha casa ... (1º parágrafo)
(D) ... que os pássaros estão conversando. (2º parágrafo)
... e falam como doutores. (3º parágrafo)
(E) ... que fala português de nascença ... (3º parágrafo)
Dizem que o sultão Mamude ... (1º parágrafo)

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 6 a 9.

É indiscutível que no mundo contemporâneo o ambiente do futebol é dos mais intensos do ponto de vista
psicológico. Nos estádios a concentração é total. Vive-se ali situação de incessante dialética entre o metafórico

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e o literal, entre o lúdico e o real. O que varia conforme o indivíduo considerado é a passagem de uma condição
a outra. Passagem rápida no caso do torcedor, cuja regressão psíquica do lúdico dura algumas horas e funciona
como escape para as pressões do cotidiano. Passagem lenta no caso do futebolista profissional, que vive quinze
ou vinte anos em ambiente de fantasia, que geralmente torna difícil a inserção na realidade global quando
termina a carreira. A solução para muitos é a reconversão em técnico, que os mantém sob holofote. Lothar
Matthäus, por exemplo, recordista de partidas em Copas do Mundo, com a seleção alemã, Ballon d’Or de 1990,
tornou-se técnico porque “na verdade, para mim, o futebol é mais importante do que a família”. [...]
Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas, porém calcadas, pelo
menos em parte, nas individualidades que o compõem. O jogo é coletivo, como a vida social, porém num e
noutra a atuação de um só indivíduo pode repercutir sobre o todo. Como em qualquer sociedade, na do futebol
vive-se o tempo inteiro em equilíbrio precário entre o indivíduo e o grupo. O jogador busca o sucesso pessoal,
para o qual depende em grande parte dos companheiros; há um sentimento de equipe, que depende das
qualidades pessoais de seus membros. O torcedor lúcido busca o prazer do jogo preservando sua individualidade;
todavia, a própria condição de torcedor acaba por diluí-lo na massa.

(JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol, cultura, sociedade. São Paulo: Companhia das letras,
2007, p. 303-304, com adaptações)

*Ballon d’Or 1990 − prêmio de melhor jogador do ano

6. O desenvolvimento do texto salienta

(A) o esquecimento público em relação a alguns jogadores que, mesmo tendo obtido renome, encontram
dificuldades em outra atividade após abandonarem os campos.
(B) a importância do torcedor nos estádios de futebol, na medida em que ele constitui um dos elementos da
massa que valoriza cada um dos jogadores.
(C) os elementos de permanente fantasia que mantém certos jogadores em evidência, mesmo após haverem
perdido o brilhantismo que acompanhou sua atuação.
(D) a presença de elementos que se desencadeiam mutuamente, quer na esfera individual, quer na coletiva,
assinalando a dinâmica que caracteriza o futebol.
(E) a predominância da individualidade de jogadores, cuja atuação talentosa acaba sendo fator determinante
para a vitória, essencial para toda a coletividade.

7. A referência ao jogador da seleção alemã constitui, no texto, exemplo que

(A) comprova a afirmativa sustentada pelo autor, quanto às dificuldades de readaptação de um jogador à
realidade, depois de viver certo tempo em constante evidência, em situação de incessante dialética entre o
metafórico e o literal, entre o lúdico e o real.
(B) reafirma a percepção equivocada, embora seja geral, de que no futebol predomina o sentimento de
equipe, pois a premiação se destina somente a um ou a outro jogador, aparentemente confirmando a visão de
que este busca o sucesso pessoal,acima dos interesses do grupo.
(C) minimiza a importância de certos prêmios conquistados por futebolistas, como o Ballon d’Or de 1990
recebido por Lothar Matthäus, ao considerar que esses apenas reproduzem o mundo distante da realidade, de
fantasia, em que vivem habitualmente os jogadores.
(D) aborda a dificuldade encontrada pelo jogador de inserção na realidade global quando termina a carreira,
momento em que busca qualquer possibilidade de se manter sob holofotes, especialmente depois de ter sido
premiado por sua atuação excepcional.
(E) insiste na certeza de que o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas, observação que
dilui a aceitação habitual da genialidade de grandes nomes do futebol, que acabam perdendo sua condição de
ídolos, ainda que sejam imprescindíveis para as vitórias do time.

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8. As normas de concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em:

(A) As torcidas organizadas, muitas vezes objeto de críticas por um comportamento violento e antissocial, tem
sido alvo de intervenções do poder público, no sentido de que se evite brigas que resultam, habitualmente, em
morte de torcedores de times rivais.
(B) Nem sempre é aceitável, para um torcedor apaixonado por seu time, os reveses durante uma partida de
futebol, visto que uns poucos minutos de jogo pode definir um resultado negativo inesperado e contrariar todas
as expectativas de sucesso.
(C) O noticiário de jornais, especialmente os esportivos, dão conta dos múltiplos interesses que envolvem
times, dirigentes, atletas, além do espetáculo, por vezes dramático, de jogadores que, estimulados pela torcida,
busca atingir seu momento de glória.
(D) A brilhante atuação de um jogador em campo torna realizáveis todos os sonhos da grande massa fiel de
torcedores que veem, encantados, materializar-se a conquista das metas estabelecidas, em cada campeonato,
pelos dirigentes de seu time favorito.
(E) Certos jogadores conseguem, em momentos do jogo, que passa a ser considerado quase mágica, fazer
a bola descrever curvas inesperadas que ludibriam barreiras e, principalmente, goleiros, que resulta no gol que
hipnotiza os torcedores mais apaixonados.

9. O jogador busca o sucesso pessoal ...


A mesma relação sintática entre verbo e complemento, sublinhados acima, está em:

(A) É indiscutível que no mundo contemporâneo...


(B) ... o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas ...
(C) ... e funciona como escape para as pressões do cotidiano.
(D) A solução para muitos é a reconversão em técnico ...
(E) ... que depende das qualidades pessoais de seus membros.

10. A busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no futebol.


A busca da vitória é sentimento difundido na sociedade capitalista.
A profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas por todos.
Sucessos e fracassos dos futebolistas despertam amores e ódios amplamente disseminados.
As frases isoladas acima compõem um único período, com clareza e lógica, em:

(A) Porque não existe apenas no futebol, a busca da vitória a qualquer preço é sentimento difundido na
sociedade capitalista, e com futebolistas; que a profissão é conseguir vitórias celebradas por todos e, assim
sendo, sucessos e fracassos despertam amores e ódios amplamente disseminados.
(B) Por ser sentimento difundido na sociedade capitalista, a busca da vitória a qualquer preço não existe
apenas no futebol, mas, como a profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas por todos, seus
sucessos e fracassos despertam amores e ódios amplamente disseminados.
(C) A busca da vitória a qualquer preço, como sentimento difundido na sociedade capitalista, não existe
apenas no futebol; com os futebolistas, pela profissão que é conseguir vitórias celebradas por todos, despertando,
com os sucessos e fracassos, amores e ódios amplamente disseminados.
(D) Sentimento que é difundido na sociedade capitalista, a busca da vitória a qualquer preço não existe
apenas no futebol; e com a profissão dos futebolistas de conseguir vitórias celebradas por todos, como sucessos e
fracassos que despertam amores e ódios amplamente disseminados.
(E) Como a profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas por todos, com sucessos e fracassos que
despertam amores e ódios amplamente disseminados; a busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no
futebol, mesmo que seja sentimento difundido na sociedade capitalista.

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GABARITO

01- C 02- A 03- E 04- A 05- C 06- D 07- A 08- D 09- B 10- B

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 7, considere o texto abaixo.



Introduzido no Brasil nos primeiros anos de vida republicana, o velho e bretão football foi apropriado por
toda a sociedade e, sendo rebatizado no Brasil como “futebol”, virou uma paixão nacional e um acontecimento
festejado e amado pelo povo.
Embora tivesse a chancela colonial de tudo o que vinha de fora, o futebol sofreu muitos ataques em nome
de um nacionalismo que se pensava frágil como porcelana. E, no entanto, canibalizamos e digerimos o “football”,
roubando-o dos ingleses. Hoje, há um estilo brasileiro de jogar e produzir esse esporte. De elemento capaz
de desvirtuar, ao lado da música e do cinema americanos, o estilo de vida e a língua pátria, o futebol acabou
servindo como um instrumento básico de reflexão sobre o Brasil. O sucesso futebolístico foi o nosso primeiro
instrumento de autoestima diante dos países “adiantados” e inatingíveis.
Como prova do imprevisível destino das coisas sociais, o futebol não veio confirmar a dominação colonial.
Pelo contrário, ele nos fez colonizadores.
A relação entre povo e futebol tem sido tão profunda e produtiva por aqui, que muitos brasileiros se esquecem
de que o futebol foi inventado na Inglaterra e pensam que ele é, como o samba e a feijoada, um produto
brasileiro. Provavelmente, conforme muitos têm acentuado, porque é uma atividade que indubitavelmente
promove sentimentos básicos de identidade individual e coletiva entre nós.
Talvez o futebol possa ser tudo isso porque ele é um esporte dotado de uma vocação complexa que
permite entendê-lo e vivê-lo simultaneamente de muitos pontos de vista. Assim, embora o futebol seja uma
atividade moderna, um espetáculo pago, produzido e realizado por profissionais da indústria cultural, ele, não
obstante, também orquestra componentes cívicos básicos, identidades sociais importantes, valores culturais
profundos e gostos individuais singulares. O seu maior papel foi o de ensinar democracia. Foi o de revelar com
todas as letras que não se ganha sempre e que o mundo é instável como uma bola. Perder e vencer, ensina o
futebol, fazem parte de uma mesma moeda.
(Adaptado de DAMATTA, Roberto. Trechos dos ensaios “O futebol como filosofia” e “Antropologia do óbvio”.
Disponíveis em estadao.com.br e usp.br/revistausp. Acesso em 10/05/2014)

1- Depreende-se do contexto que o segmento

(A) ele é um esporte dotado de uma vocação complexa (5o parágrafo) ratifica o fato de que o futebol é um
esporte em que a criatividade supera a técnica.
(B) canibalizamos e digerimos o “football” (2o parágrafo) condensa a opinião, expressa pelo autor, de que o
brasileiro se apropriou do esporte importado da Inglaterra.
(C) o mundo é instável como uma bola (5o parágrafo) retoma e reforça o argumento de que o futebol foi
peça fundamental na construção da autoestima do brasileiro.
(D) um espetáculo pago, produzido e realizado por profissionais da indústria cultural (5o parágrafo) alude ao
caráter comercial do futebol, que, na modernidade, teria perdido seu significado simbólico.
(E) o velho e bretão football (1o parágrafo) é uma crítica sutil ao insípido futebol inglês, superado pelo estilo
inconfundível que os brasileiros imprimiram ao esporte.

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2-Identifica-se relação de causa e consequência, nessa ordem, na frase que se encontra em:

(A) A relação entre povo e futebol tem sido tão profunda e produtiva por aqui, que muitos brasileiros se
esquecem de que o futebol foi inventado na Inglaterra...
(B) Embora tivesse a chancela colonial de tudo o que vinha de fora, o futebol sofreu muitos ataques em nome
de um nacionalismo...
(C) ... pensam que ele é, como o samba e a feijoada, um produto brasileiro.
(D) ... sendo rebatizado no Brasil como “futebol”, virou uma paixão nacional...
(E) Como prova do imprevisível destino das coisas sociais, o futebol não veio confirmar a dominação colonial.

3- De elemento capaz de desvirtuar, ao lado da música e do cinema americanos, o estilo de vida e a


língua pátria, o futebol acabou servindo como um instrumento básico de reflexão sobre o Brasil. (2o
parágrafo).
Uma redação alternativa para o segmento acima, em que se mantêm a correção, a lógica e, em linhas
gerais, o sentido original, está em:

(A) A música americana, assim como o cinema, foi considerada capaz de adulterar o estilo de vida e a língua
dos brasileiros, enquanto que o futebol serviria como um instrumento básico de reflexão sobre o Brasil.
(B) Tanto o cinema quanto a música americana, embora capazes de desviar o estilo de vida e a língua dos
brasileiros, configuram-se, assim como o futebol, em um instrumento básico de reflexão sobre o Brasil.
(C) O futebol, juntamente com a música e o cinema americano, foram vistos como capazes de deturpar o
estilo de vida e a língua pátria, mas passaram a ser um instrumento básico de reflexão sobre o Brasil.
(D) O futebol, assim como a música e o cinema americanos, foi tido como capaz de corromper o estilo de vida
e a língua dos brasileiros; entretanto, tornou-se um instrumento básico de reflexão sobre o Brasil.
(E) Servindo como um instrumento básico de reflexão sobre o Brasil, o futebol, apesar de ter sido,
juntamente com a música e o cinema americanos, capaz de corromper o estilo de vida e a língua dos brasileiros.

4. ... ele, não obstante, também orquestra componentes cívicos básicos, identidades sociais importantes,
valores culturais profundos e gostos individuais singulares. O seu maior papel foi o de ensinar democracia.
(último parágrafo)
Mantêm-se as relações de sentido estabelecidas no contexto substituindo-se, no segmento acima,

(A) singulares por quaisquer


(B) não obstante por por conseguinte.
(C) orquestra por articula.
(D) papel por propósito
(E) ensinar democracia por democratizar-se.

5. Provavelmente (...) porque é uma atividade que indubitavelmente promove sentimentos básicos de
identidade individual e coletiva entre nós. (4º parágrafo) Mantém-se a correção do segmento acima, no
contexto, substituindo-se os elementos sublinhados do seguinte modo:

(A) É provável que isso se dê porque o futebol é uma atividade que, sem dúvida, promove sentimentos
básicos de identidade individual e coletiva entre nós.
(B) Com certeza, porque o futebol é uma atividade que, não se duvidem, promove sentimentos básicos de
identidade individual e coletiva entre nós.
(C) Talvez porque o futebol é uma atividade onde é incontestável que promove sentimentos básicos de
identidade individual e coletiva entre nós.
(D) Por certo que isso se deve porque o futebol é uma atividade fora de questão, que promove sentimentos
básicos de identidade individual e coletiva entre nós.
(E) É possível que se deve ao futebol ser uma atividade a qual é claro que promove sentimentos básicos de
identidade individual e coletiva entre nós.

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6. O segmento em que se apresenta uma das razões pelas quais o futebol já foi alvo de ataques por parte
da sociedade é:

(A) ... instrumento de autoestima diante dos países “adiantados” e inatingíveis. (2º parágrafo)
(B) ... ele nos fez colonizadores. (3º parágrafo)
(C) ... um espetáculo pago... (5º parágrafo)
(D) Embora tivesse a chancela colonial de tudo o que vinha de fora... (2º parágrafo)
(E) ... um nacionalismo que se pensava frágil como porcelana. (2º parágrafo)

Atenção: Para responder às questões de números 8 a 12, considere o texto abaixo.

A sociedade de consumo se construiu sobre o “visível”, com o desenvolvimento das lojas de departamentos
e, depois, dos supermercados, baseando-se neste princípio: mostrar, sugerir, instigar e seduzir. Nas lojas
tradicionais, os produtos se encontravam nos fundos da loja e, a pedido do cliente, o vendedor os trazia. As
lojas de departamentos foram as primeiras a “mostrar”, conforme Zola, no século XIX, descreveu de forma
extraordinária em seus romances.
Em seguida, os supermercados estenderam esse princípio; as mercadorias são não apenas visíveis, mas
também apreensíveis, o consumidor já não precisa do vendedor para se servir. A visibilidade do produto se torna
então um fator-chave: para ser vendido, o produto deve ser visto, e, quanto mais é visto, mais é vendido, as
vendas das prateleiras que estão no nível dos olhos do comprador são superiores àquelas dos outros níveis.
Conforme John Berger, no livro Modos de Ver: “em nenhuma outra forma de sociedade na história houve tal
concentração de imagens, tal densidade de mensagens visuais”. A exibição dos produtos foi acompanhada de um
fluxo de imagens destinado a facilitar seu escoamento: a publicidade invadiu as revistas, as ruas, a televisão e
agora a tela do computador.
(Adaptado de TISSIER-DESBORDES, Elisabeth. Consumir para ser visto: criação de si ou alienação?, São Paulo,
Fap-Unifesp, p. 227-228)

8. De acordo com o texto, conclui-se corretamente:

(A) O mercado tem dado visibilidade cada vez maior às necessidades dos consumidores, por meio do
incremento da propaganda.
(B) A visibilidade das mercadorias tem se tornado um fator de redução de vendedores e, consequentemente,
de preços, o que faz aumentar o consumo.
(C) Se, a princípio, a visibilidade dos produtos não estava atrelada a seu consumo, hoje é associada direta e
proporcionalmente às vendas.
(D) Os meios de comunicação têm oferecido mais e mais espaço para a publicidade, de modo a relegar a
segundo plano as necessidades básicas dos consumidores.
(E) Com o desenvolvimento do mercado, a visibilidade dos produtos ganhou autonomia em relação aos meios
de comunicação utilizados habitualmente.

9. Os pronomes “os” (1º parágrafo), “àquelas” (2º parágrafo) e “seu” (3º parágrafo) referem-se,
respectivamente, a:

(A) produtos - vendas das prateleiras - fluxo


(B) fundos - vendas das prateleiras - fluxo
(C) fundos - mercadorias - produtos
(D) fundos - mercadorias - fluxo
(E) produtos - vendas das prateleiras - produtos

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10 - Considere as frases abaixo.

I. O segmento ... as vendas das prateleiras que estão no nível dos olhos do comprador são superiores
àquelas dos outros níveis expressa uma decorrência da afirmativa imediatamente anterior: ... para ser
vendido, o produto deve ser visto, e, quanto mais é visto, mais é vendido...
II. A vírgula imediatamente após “mostrar”, no segmento As lojas de departamentos foram as primeiras
a “mostrar”, conforme Zola, no século XIX, descreveu ..., pode ser suprimida sem prejuízo para o sentido
original.
III. No segmento ... estenderam esse princípio; as mercadorias são não apenas visíveis..., o ponto e
vírgula pode ser substituído por dois pontos, uma vez que a ele se segue uma explicação.

Está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e III.
(B) I e II.
(C) I.
(D) II e III.
(E) III.

11- O consumidor já não precisa do vendedor para se servir, ...... a visibilidade do produto se torna um
fator-chave. Reescrevendo-se um segmento do 2º parágrafo, de forma a manter, em linhas gerais, o
sentido original, preenche corretamente a lacuna acima o que está em:

(A) conquanto
(B) ainda que
(C) mas
(D) de modo que
(E) se

12 - O trecho que admite transposição para a voz passiva encontra-se em:

(A) ... que estão no nível dos olhos do comprador...


(B) ... o consumidor já não precisa do vendedor...
(C) ... na história houve tal concentração de imagens...
(D) ... as mercadorias são não apenas visíveis...
(E) ... a publicidade invadiu as revistas...

13 - O elemento em destaque está empregado corretamente em:

(A) Mais que o luxo do produto, é a aparência de luxo de que conta para os consumidores.
(B) Os produtos e as marcas permitem com que as pessoas adquiram a visibilidade desejada.
(C) A visibilidade é uma das características pelas quais se estrutura a sociedade de consumo.
(D) Quanto mais se tem a impressão em que se é visto com os novos produtos, mais se quer adotá-los.
(E) Nas sociedades por cuja ordem social é abalada com guerras, a ostentação é particularmente visível.

Atenção: Para responder às questões de números 14 e 15, considere o poema abaixo.

Cantiga para não morrer


Ferreira Gullar
Quando você for embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa

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me carregar pela mão,


menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.

14 – Com respeito ao poema, é correto afirmar:

(A) Para não morrer, o poeta pede à menina que, paradoxalmente, permaneça vivo no esquecimento.
(B) A presença física e a lembrança opõem-se diametralmente ao coração e ao esquecimento.
(C) O acaso, exposto na 2ª estrofe, desencadeia a decisão do poeta em, ao final, deixar-se morrer no
esquecimento.
(D) A caracterização de sonho e de neve põe em xeque o que se afirma ao fim do poema, mostrando que se
trata apenas de uma ilusão.
(E) Para que permaneçam juntos, ainda que apenas na memória, é antes necessário o esquecimento.

15 - De acordo com o poema, o verso que exprime causa de um acontecimento está em:

(A) Quando você for se embora


(B) por tanta coisa que leve
(C) por acaso me levar
(D) Se acaso você não possa
(E) me leve no esquecimento

GABARITO

01- B 02- A 03- D 04- C 05- A 06- E 07- B 08- C 09- E 10- A
11- D 12- E 13- C 14- A 15- B

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Quando Nelson Mandela criou o grupo The Elders (Os Anciãos) para promover a paz e os direitos humanos em
todo o mundo, ele nos desafiou a ser ousados e a dar voz àqueles que não a têm. Nenhuma questão exige essas
qualidades mais do que nossa incapacidade coletiva de lidar com os problemas das mudanças climáticas.
Estas são o maior desafio da nossa era. Elas ameaçam o bem-estar de centenas de milhões de pessoas
agora e de muitos bilhões no futuro. Elas destroem o direito humano a alimentação, água, saúde e abrigo –
causas pelas quais temos lutado toda a nossa vida. Ninguém nem nenhum país escapará do seu impacto. Mas
são aqueles sem voz – porque já são marginalizados ou ainda não nasceram – que se encontram em maior risco.
Temos um dever moral urgente de falar em seu nome.
Dado o peso notório das evidências, pode ser difícil entender por que continuamos avançando lentamente
na ação coordenada necessária para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. O último relatório dos
especialistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas afirma claramente que o aquecimento do
sistema climático é “inequívoco” e o comportamento humano é muito provavelmente sua causa dominante.
Temos visto nos últimos meses o aumento de eventos de clima extremo, sobre os quais os especialistas
chamam a atenção. Os custos já são avultados e, por esse motivo, o Banco Mundial, o FMI e a Agência Energética
Intercontinental se juntaram à comunidade científica para alertar sobre os riscos que estamos correndo. Já não
são somente os ambientalistas que fazem soar os alarmes. E, todos os anos, a nossa incapacidade em agir nos
deixa mais próximos de um ponto sem volta, no qual os cientistas receiam que as mudanças climáticas possam
se tornar irreversíveis.
Muitos dos Anciãos já foram responsáveis por governos. Não cometemos o erro de pensar que tratar das
mudanças climáticas é uma questão fácil. Mas sabemos que existem momentos em que, independentemente das
dificuldades do panorama imediato, os líderes precisam mostrar coragem e ousadia. Este é um dos momentos.
Chegamos a uma encruzilhada. Em uma direção, um legado terrível pode ser passado para nossos netos e
bisnetos. De outro lado, está a oportunidade de dar os primeiros passos em direção a um mundo mais justo e
sustentável. Não queremos que as gerações futuras digam que falhamos.
(Adaptado de: ANNAN, Kofi. Ex-Secretário Geral da ONU. O Estado de S. Paulo, A14, Internacional, 24 de janeiro
de 2014)

1 - É correto afirmar que o texto se apresenta como

(A) crítica à atuação improdutiva de órgãos responsáveis pelo controle da emissão de poluentes em todo o
planeta, apesar da experiência já demonstrada por alguns líderes, especialmente os mais idosos.
(B) aconselhamento aos governantes de todo o mundo, especialmente aqueles mais idosos e experientes,
para que consigam realmente controlar as emissões de gases poluentes, que causam o efeito estufa.
(C) apelo a líderes mundiais no sentido de não só se preocuparem com as mudanças climáticas no planeta,
mas também passarem a agir para que haja realmente um controle eficaz do aquecimento global.
(D) constatação da necessária redução das atividades produtivas, em todo o mundo, por existirem dados
concretos a respeito da ineficácia de medidas tomadas até o momento contra as causas do aquecimento global.
(E) convite à expansão das medidas anteriormente tomadas para proteger populações inteiras, em todo
o mundo, que lhes permitem o acesso irrestrito a direitos essenciais, como água potável, casa, saúde e
alimentação.

2. O autor

(A) baseia sua exposição em dados de especialistas, referentes a eventos climáticos extremos, criticando a
falta de medidas rápidas e eficazes para o controle do efeito estufa.
(B) defende a participação de líderes, apontados pelos especialistas e pelos órgãos de proteção ambiental,
em decisões governamentais de controle do efeito estufa.
(C) censura as falhas de órgãos responsáveis pela manutenção do equilíbrio ambiental, bastante
comprometido, a partir de evidências apontadas por especialistas da área.
(D) se vale de sua experiência pessoal, como responsável pelo atendimento a populações vítimas de
catástrofes provocadas pelas mudanças climáticas no mundo todo.
(E) desenvolve seu raciocínio com o apoio de governantes mais velhos, cuja experiência na resolução de
problemas derivados das mudanças climáticas deve ser valorizada.

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3. A frase do texto cujo verbo poderia ter sido empregado, também corretamente, no plural, é:

(A) ... um legado terrível pode ser passado para nossos netos e bisnetos.
(B) ... tratar das mudanças climáticas é uma questão fácil.
(C) Nenhuma questão exige essas qualidades ...
(D) Ninguém nem nenhum país escapará do seu impacto.
(E) O último relatório dos especialistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas afirma
claramente ...

4. Dado o peso notório das evidências ...


O segmento sublinhado acima, que introduz o 3o parágrafo, estabelece relação de ...... e pode ser
substituído, sem alteração do sentido original, por ...... .

As lacunas acima estarão corretamente preenchidas por:


(A) causa - Em razão do peso
(B) ressalva - Conquanto haja o peso
(C) condição - Se acaso o peso
(D) consequência - Resulta daí o peso
(E) finalidade - Para se verificar o peso

5. Conclui-se corretamente do texto que é

(A) fundamental a ação de especialistas junto a órgãos governamentais, direcionada à tomada de medidas
eficazes por alguns países, especialmente os mais desenvolvidos, de controle de emissões de poluentes para
garantir o equilíbrio ambiental.
(B) imprescindível a destinação de recursos financeiros para garantir as condições necessárias à qualidade de
vida das populações, especialmente no momento em que elas estão expostas à ocorrência de eventos climáticos
extremos.
(C) necessária uma ação coletiva no sentido de controlar as causas do aquecimento global, responsável pela
ocorrência de eventos climáticos extremos, que tanto comprometem a qualidade de vida humana, como resultam
em prejuízos financeiros.
(D) evidente a ocorrência, cada vez maior, de eventos climáticos extremos, ainda que haja preocupação de
governantes, principalmente os mais experientes, no sentido de controlar os prejuízos decorrentes da atividade
humana no planeta.
(E) importante que as populações passem a exigir de seus governantes maior atenção aos relatórios
de especialistas e de órgãos de finanças sobre a ocorrência de fenômenos climáticos que põem em risco a
sobrevivência humana.

6. Não queremos que as gerações futuras digam que falhamos. (final do texto)

Identifica-se uma decorrência da afirmativa acima em:

(A) Não cometemos o erro de pensar que tratar das mudanças climáticas é uma questão fácil.
(B) Temos um dever moral de falar em seu nome.
(C) Os custos já são avultados ....
(D) Muitos dos Anciãos já foram responsáveis por governos.
(E) Já não são somente os ambientalistas que fazem soar os alarmes.

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7. Ninguém nem nenhum país escapará do seu impacto.


Temos um dever moral urgente de falar em seu nome.

Os pronomes sublinhados nas frases acima, ambas do 2o parágrafo, referem-se, respectivamente, a

(A) os eventos de clima extremo - o maior risco


(B) o direito humano ao bem-estar - a nossa incapacidade coletiva
(C) os alarmes dos cientistas - os direitos humanos
(D) as mudanças climáticas - aqueles sem voz
(E) nossa incapacidade coletiva - os eventos de clima extremo

8. Elas destroem o direito humano a alimentação, água, saúde e abrigo ...

O verbo que exige o mesmo tipo de complemento do sublinhado acima está em:

(A) ... e o comportamento humano é muito provavelmente sua causa dominante.


(B) Chegamos a uma encruzilhada.
(C) Estas são o maior desafio da nossa era.
(D) ... mais do que nossa incapacidade coletiva de lidar com os problemas das mudanças climáticas.
(E) Temos visto nos últimos meses o aumento de eventos de clima extremo ...

9. O período redigido com lógica, clareza e correção é:

(A) As mudanças climáticas, onde nos países mais ricos estão a maior responsabilidade, com a emissão de
dióxido de carbono que afeta inclusive as nações mais pobres, sendo necessário caminhar para um mundo mais
sustentável, cujos esforços no controle dos eventos extremos precisam ser ampliados.
(B) Todos sabem o que precisa ser feito para evitar as catástrofes das mudanças climáticas, prejudicando
regiões de todo o planeta, comprometendo sua economia, restando também impossível recuperar inteiramente
as áreas em alguns países, principalmente naqueles mais pobres.
(C) Para evitarem as mudanças climáticas, deve ser limitado os aumentos da temperatura global
especialmente em países desenvolvidos, com o afastamento de combustíveis fósseis e passar a preferir as
energias renováveis mais econômicas, segundo o qual se reduz as emissões de gases do efeito estufa.
(D) O aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos em todo o planeta sobre o que os especialistas
emitem alertas,resultado evidente das atividades humanas que precisa voltar aos índices pré-industriais, com
avultados prejuízos para todos os países, os ricos e inclusive os em desenvolvimento.
(E) As soluções para os problemas decorrentes das mudanças climáticas não resultam apenas de observações
realizadas em centros de pesquisas, mas também de inovações surgidas nas regiões mais afetadas, que já estão
mostrando o caminho para um mundo sem emissões de dióxido de carbono.

Vitalino
A mãe de Vitalino era louceira. E foi vendo-a moldar os tourinhos de cachaço crivado de furos para neles
se espetarem os palitos de dentes, que Vitalino sentiu aos seis anos vontade de plasmar* aqueles outros bichos,
como os via no terreiro da casa – galos, cachorros, calangos. Depois feras – onças, jacarés. Depois gente ...
Também a arte de Vitalino veio se complicando. Já não se limita ele aos simples bichinhos de plástica* tão
ingenuamente pura. Atira-se a composições de grupos, com meio metro de comprido e uns vinte centímetros de
altura. Cenas da terra: casamentos, confissões na igreja, o soldado pegando o ladrão de galinhas ou o bêbado, a
moenda, a casa de farinha etc.
Aliás, nesse delicioso ainda que humilde gênero de escultura, Vitalino não está sozinho, não. Outras
cidadezinhas do interior de Pernambuco (em todo o Nordeste, creio eu, não sou entendido no assunto, esta
crônica devia ter sido encomendada à mestra Cecília Meireles) têm o seu Vitalino. Por exemplo, Sirinhaém tem o
seu Severino. Naturalmente, quando se trata de saber quem entre os dois é o tal, os colecionadores se dividem.
E, naturalmente, também os [irmãos] Condé torcem para o Vitalino, que é de Caruaru.
Já tive muitas dessas figurinhas em minha casa. Não sei se alguma era de Vitalino ou de Severino. Sei que
eram realmenteobras de arte, especialmente certo papagaiozinho naquela atitude jururu de quem (quem

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papagaio) está bolando para acertar uma digna do anedotário da espécie. Acabei dando o meu papagaio. Sempre
acabo dando os meus calungas de barro. Não há coisa que se dê com mais prazer.
Mesmo porque, quando não se dá, elas se quebram. Se quebram com a maior facilidade. E isso, na minha
idade, é de uma melancolia que me põe doente. Não quero mais saber de coisas efêmeras*. Deus me livre de
ganhar afeição a passarinho: eles morrem à toa. Flor mesmo dei para só gostar de ver onde nasceu, a rosa na
roseira etc. Uma flor que murcha num vaso está acima de minhas forças.

*plasmar = moldar, modelar
* plástica = arte de plasmar; forma do corpo
*efêmero = que dura um dia; passageiro, temporário, transitório

(Adaptado de: BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, v. único, 1993, p.
479-481)

10. A afirmativa correta, de acordo com o texto, é:

(A) Segundo o autor, por serem principalmente reproduções artísticas de animais feitas em barro, as figuras
conservam suas características, como resistência à passagem do tempo.
(B) Em todo o texto, o autor questiona o valor artístico das figuras moldadas em barro, com base em sua
pouca durabilidade, ainda que considere a habilidade dos artesãos nordestinos.
(C) O reconhecimento do valor artístico das figuras moldadas em barro esbarra na constatação da extrema
simplicidade e da ingenuidade que identificam o artesanato nordestino.
(D) No último parágrafo, o autor se mostra desiludido perante as circunstâncias da vida, usando como
elemento de comparação a fragilidade das figurinhas esculpidas em barro.
(E) A concorrência que se estabelece entre artesãos, envolvendo as cidades de onde eles vêm, prejudica uma
adequada avaliação do valor artístico de cada uma das obras criadas por eles.

11. A mãe de Vitalino era louceira.

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o sublinhado acima está em:

(A) ... como os via no terreiro da casa ...


(B) ... que se dê com mais prazer.
(C) ... onde nasceu, a rosa na roseira etc.
(D) ... que me põe doente ...
(E) ... Vitalino não está sozinho, não.

12. Considere o que se afirma em relação ao emprego de sinais de pontuação no texto. Está correto o que
consta em:

(A) Na frase Também a arte de Vitalino veio se complicando, no 2o parágrafo, estaria correta a colocação de
uma vírgula em seguida ao nome do artesão.
(B) Os dois segmentos isolados pelos travessões no 1o parágrafo apresentam função semelhante à do que
vem introduzido por dois pontos no 2o parágrafo.
(C) A presença dos dois-pontos antes do segmento eles morrem à toa, no último parágrafo, indica uma
condição, que vai justificar o pessimismo do autor em relação às figuras de barro.
(D) Os segmentos introduzidos pelos dois pontos – no 2o e no 5o parágrafos – apresentam idêntica função, ou
seja, a de enumeração.
(E) O uso das reticências no final do 1o parágrafo coloca em dúvida o acerto de Vitalino, ao substituir os
modelos de alguns bichos por representações de pessoas feitas em barro.

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13. Não há coisa que se dê com mais prazer.

A afirmativa acima se justifica com o que se lê em:

(A) fica difícil determinar quem é o melhor artesão, pois os colecionadores se dividem.
(B) além de serem realmente obras de arte, as figuras de barro se quebram com a maior facilidade.
(C) um eventual colecionador perderia interesse ao perceber que se trata de um humilde gênero de escultura.
(D) a arte de Vitalino veio se complicando, à medida que ele se tornava famoso.
(E) Vitalino não está sozinho, pois há outros artesãos em Pernambuco, como em Sirinhaém, que tem o seu
Severino.

14. (em todo o Nordeste, creio eu, não sou entendido no assunto, esta crônica devia ter sido
encomendada à mestra Cecília Meireles)

O segmento acima, isolado por parênteses no 3o parágrafo, deve ser entendido como

(A) constatação geral de que o artesanato nordestino é pouco reconhecido.


(B) interferência de um interlocutor distante do assunto que se desenvolve.
(C) comentário pessoal voltado para o assunto principal do texto.
(D) determinação do assunto principal abordado no texto.
(E) definição do tipo de texto mais adequado ao assunto tratado.

15. Vitalino começou, aos seis anos, a modelar suas figurinhas de barro, à ...... .

O segmento que completa a lacuna da frase acima, corretamente introduzido pelo à, com o sinal
indicativo de crase, é:

(A) exemplo daquelas que sua mãe fazia.


(B) partir dos modelos criados por sua mãe.
(C) que dava verdadeiros contornos artísticos.
(D) seu estilo característico de artesão nordestino.
(E) imitação dos bichos que via no terreiro.

GABARITO

01- C 02- A 03- D 04- A 05- C 06- B 07- D 08- E 09- E 10- D
11- A 12- B 13- B 14- C 15- E

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Falsificações na internet
Quem frequenta páginas da internet, sobretudo nas redes sociais, volta e meia se depara com textos
atribuídos a grandes escritores. Qualquer leitor dos mestres da literatura logo perceberá a fraude: a citação
está longe de honrar a alegada autoria. Drummond, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa,
por exemplo, jamais escreveriam banalidades recheadas de lugares comuns, em linguagem capenga e
estilo indefinido. Mas fica a pergunta: o que motiva essas falsificações grosseiras de artistas da palavra e da
imaginação?
São muitas as justificativas prováveis. Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria de ser tomado
por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo, piegas, carregado de chavões.
Os leitores incautos mordem a isca e parabenizam o fraudulento, expandindo a falsificação e o mau gosto. Mas há
também o ressentimento malicioso de quem conhece seus bem estreitos limites literários e, não se conformando
com eles, dispõe-se a iludir o público com a assinatura falsa, esperando ser confundido com o grande escritor.
Como há de fato quem confunda a gritante aberração com a alta criação, o falsário dá-se por recompensado
enquanto recebe os parabéns de quem o “curtiu”.
Tais casos são lamentáveis por todas as razões, e constituem transgressões éticas, morais, estéticas e
legais. Mas fiquemos apenas com a grave questão da identidade própria que foi rejeitada em nome de outra,
inteiramente postiça. Enganar-se a si mesmo, quando não se trata de uma psicopatia grave, é uma forma
dolorosa de trair a consciência de si. Os grandes atores, apoiando-se no talento que lhes é próprio, enobrecem
esse desejo tão humano de desdobramento da personalidade e o legitimam artisticamente no palco ou nas
telas; os escritores criam personagens com luz própria, que se tornam por vezes mais famosos que seus criadores
(caso de Cervantes e seu Dom Quixote, por exemplo); mas os falsários da internet, ao não assinarem seu texto
medíocre, querem que o tomemos como um grande momento de Shakespeare. Provavelmente jamais leram
Shakespeare ou qualquer outro gênio citado: conhecem apenas a fama do nome, e a usam como moeda corrente
no mercado virtual da fama.
Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o ingênuo
acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os
sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode aprofundar a
rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e a infelicidade de quem não se
aceita e não se estima.
(Terêncio Cristobal, inédito)

1 - No texto manifesta-se, essencialmente, uma censura a quem,

(A) frequentando páginas da internet, deixa-se seduzir com facilidade pelos textos de grandes autores, sem
antes certificar-se quanto à sua autenticidade.
(B) por falta de talento literário e por ressentimento, costuma ressaltar nos textos dos autores clássicos as
passagens menos inspiradas ou mais infelizes.
(C) levado pelo sentimento da vaidade, porta-se como se fosse um grande escritor, tratando de temas
profundos num estilo elevado, próprios dos grandes talentos.
(D) cometendo uma fraude, publica na internet textos medíocres, atribuídos a escritores célebres, buscando
com isso, entre outras coisas, ganhar o aplauso de quem lê.
(E) com intenção maliciosa, cita autores famosos em páginas da internet, afetando uma familiaridade que de
fato jamais teve com esses grandes escritores.

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2. Considere as seguintes afirmações:


I. No primeiro parágrafo, o autor do texto imagina que muitos usuários das redes sociais, mesmo os
versados em literatura, podem se deixar enganar pela fraude das citações, uma vez que o estilo destas
lembra muito de perto a linguagem dos alegados autores.
II. No segundo parágrafo, duas razões são indicadas para explicar a iniciativa dos fraudulentos: o gosto
pela ironia, empregada para rebaixar os escritores de peso, e a busca da notoriedade de quem quer ser
identificado como um artista superior.
III. Nos dois parágrafos finais, o que o autor ressalta como profundamente grave é o fato de os falsários
mentirem para si mesmos, dissolvendo a identidade que lhes é própria e assumindo, ilusoriamente, a
personalidade de alguém cujo valor já está reconhecido.

Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em

(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento em:

(A) honrar a alegada autoria (1o parágrafo) = enobrecer a presunção de um autor


(B) ressentimento malicioso (2o parágrafo) = remorso astuto
(C) a usam como moeda corrente (3o parágrafo) = gastam- na perdulariamente
(D) o ingênuo acolhimento (4o parágrafo) = a recepção incrédula
(E) Disfarçar a mediocridade (4o parágrafo) = dissimular a banalidade

Gabarito:
1–D
2–C
3–E

O sino de ouro

[...] – mas me contaram que em Goiás, nessa povoação de poucas almas, as casas são pobres e os homens
pobres, e muitos são parados e doentes indolentes, e mesmo a igreja é pequena, me contaram que ali tem -
coisa bela e espantosa - um grande sino de ouro.
Lembrança de antigo esplendor, gesto de gratidão, dádiva ao Senhor de um grã-senhor - nem Chartres, nem
colônia, nem S. Pedro ou Ruão, nenhuma catedral imensa com seus enormes carrilhões tem nada capaz de um
som tão lindo e puro como esse sino de ouro, de ouro catado e fundido na própria terra goiana nos tempos de
antigamente.
É apenas um sino, mas é de ouro. De tarde seu som vai voando em ondas mansas sobre as matas e os
cerrados, e as veredas de buritis, e a melancolia do chapadão, e chega ao distante e deserto carrascal, e avança
em ondas mansas sobre os campos imensos, o som do sino de ouro. E a cada um daqueles homens pobres ele
dá cada dia sua ração de alegria. Eles sabem que de todos os ruídos e sons que fogem do mundo em procura
de Deus - gemidos, gritos, blasfêmias, batuques, sinos, orações, e o murmúrio temeroso e agônico das grandes
cidades que esperam a explosão atômica e no seu próprio ventre negro parecem conter o germe de todas as
explosões - eles sabem que Deus, com especial delícia e alegria, ouve o som alegre do sino de ouro perdido no
fundo do sertão. E então é como se cada homem, o mais pobre, o mais doente e humilde, o mais mesquinho e
triste, tivesse dentro da alma um pequeno sino de ouro. [...]
Mas quem me contou foi um homem velho que esteve lá; contou dizendo: “eles têm um sino de ouro e acham
que vivem disso, não se importam com mais nada, nem querem mais trabalhar; fazem apenas o essencial para
comer e continuar a viver, pois acham maravilhoso ter um sino de ouro”.
O homem velho me contou isso com espanto e desprezo. Mas eu contei a uma criança e nos seus olhos se lia
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seu pensamento: que a coisa mais bonita do mundo deve ser ouvir um sino de ouro. Com certeza é esta mesmo a
opinião de Deus, pois ainda que Deus não exista, ele só pode ter a mesma opinião de uma criança. Pois cada um
de nós quando criança tem dentro seu sino de ouro que depois, por nossa culpa e miséria e pecado e corrução*,
vai virando ferro e chumbo, vai virando pedra e terra, e lama e podridão.
*corrução = corrupção (regionalismo)
Adaptado de BRAGA, Rubem. Os melhores contos de Rubem Braga. São Paulo: Global, 1999, 10 ed, p.131-132)

1. O desenvolvimento do texto salienta, especialmente,

(A) a importância da preservação de um meio ambiente favorável à propagação do som oriundo das
badaladas de um sino de ouro que, ecoando na natureza, traz alegria para aqueles que o estão ouvindo.
(B) a permanência de uma concepção materialista voltada para elementos terrenos de valor incontestável
perante os homens, representado pelo sino de ouro que resgata as antigas riqueza e importância do lugar.
(C) o contraste entre antiga riqueza e atual pobreza, assim como entre a grandeza de catedrais famosas e a
simplicidade do lugarejo em que a existência de um sino de ouro se mostra como algo extraordinário.
(D) o esforço de uma população que vive sem recursos em uma região distante e abandonada, no sentido de
demonstrar sua fé através do som produzido por um objeto de grande valor, como o sino de ouro.
(E) o desencanto das pessoas mais velhas com a decadência do lugar onde vivem, de cuja grandiosidade
restou apenas um sino de ouro que, ainda que pequeno, corrobora suas convicções religiosas.

2- No último parágrafo, identifica-se

(A) a conclusão pertinente de todo o desenvolvimento textual, com oposição entre a visão de espanto e
desprezo de um homem velho e a ingenuidade e a simplicidade de uma criança, ainda não corrompida pelos
desencantos da vida.
(B) a introdução de um novo argumento de sustentação da ideia central do texto, ou seja, a de que os seres
humanos estarão sempre sujeitos à perda de valores morais e religiosos, principalmente se conseguem alcançar
riquezas materiais.
(C) uma opinião emitida pelo próprio autor, em que expõe sua dúvida pessoal quanto à real importância
atribuída a um objeto de alto valor, como um sino de ouro, desnecessário, entretanto, para uma população tão
pobre e desamparada.
(D) uma censura ao emprego indevido de bens materiais, simbolizados na utilização do ouro extraído do
próprio lugar, onde nada mais existe, a não ser indolência e miséria, para fundir um sino, cujo benefício está
apenas na sonoridade, ainda que bela.
(E) o desprezo do autor diante da história que lhe foi contada, por considerar o contraste entre a pobreza
das pessoas e a quantidade de ouro necessária para a fundição de um sino, sem valor imediato para melhorar as
condições de vida na região.

3 - ... das grandes cidades que esperam a explosão atômica e no seu próprio ventre negro parecem conter
o germe de todas as explosões... (3o parágrafo)
Identifica-se, na afirmativa acima,

(A) constatação quanto ao fato de que a explosão demográfica que identifica as grandes cidades tende a
inviabilizar a convivência pacífica entre os cidadãos.
(B) reconhecimento de perigos externos que venham a comprometer a necessária tranquilidade da vida nas
grandes cidades.
(C) indicação da existência de uma estabilidade social trazida, incontestavelmente, por uma paz urbana
garantida internamente.
(D) resignação frente aos problemas vividos por uma população heterogênea, como a que se encontra nos
maiores aglomerados urbanos.
(E) alusão a uma violência imanente, que pode tornar-se fator de desestabilização da vida em sociedade,
principalmente em grandes centros urbanos.

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4 - É apenas um sino, mas é de ouro. De tarde seu som vai voando em ondas mansas sobre as matas e
os cerrados, e as veredas de buritis, e a melancolia do chapadão, e chega ao distante e deserto carrascal,
e avança em ondas mansas sobre os campos imensos, o som do sino de ouro. E a cada um daqueles
homens pobres ele dá cada dia sua ração de alegria. [...] E então é como se cada homem, o mais pobre, o
mais doente e humilde, o mais mesquinho e triste, tivesse dentro da alma um pequeno sino de ouro.
O trecho transcrito acima é exemplo de

(A) uso insistente de repetições que interrompem conscientemente o fluxo narrativo, resultando em ideias
circulares e expressões já apresentadas anteriormente como, por exemplo, ondas mansas.
(B) emprego de recursos sintáticos que garantem o encadeamento das ideias, como a insistência no uso da
conjunção e, que imprime, além do mais, ritmo melódico às frases.
(C) ressalva em relação a todo o teor do texto, ao pretender acentuar a importância de um sino de ouro,
como atestado da antiga prosperidade do lugarejo, agora habitado somente por homens pobres.
(D) identificação dos sentimentos religiosos do autor, ao ouvir o som do sino de ouro, participando da alegria
demonstrada pelos habitantes do lugar em possuir tão valioso instrumento sonoro.
(E) uso prolixo de alguns elementos da língua, pois, ao afirmar que se trata de apenas um sino, ou de um
pequeno sino de ouro, o autor diminui a importância desse objeto naquele lugar humilde.

GABARITO
01- C 02- A 03- E 04- B

Prazer sem humilhação


O poeta Ferreira Gullar disse há tempos uma frase que gosta de repetir: “A crase não existe para humilhar
ninguém”. Entenda-se: há normas gramaticais cuja razão de ser é emprestar clareza ao discurso escrito, valendo
como ferramentas úteis e não como instrumentos de tortura ou depreciação de alguém.
Acho que o sentido dessa frase pode ampliar-se: “A arte não existe para humilhar ninguém”, entendendo-se
com isso que os artistas existem para estimular e desenvolver nossa sensibilidade e inteligência do mundo, e
não para produzir obras que separem e hierarquizem as pessoas. Para ficarmos no terreno da música: penso que
todos devem escolher ouvir o que gostam, não aquilo que alguém determina. Mas há aqui um ponto crucial, que
vale a pena discutir: estamos mesmo em condições de escolher livremente as músicas de que gostamos?
Para haver escolha real, é preciso haver opções reais. Cada vez que um carro passa com o som altíssimo de
graves repetidos praticamente sem variação, num ritmo mecânico e hipnótico, é o caso de se perguntar: houve
aí uma escolha? Quem alardeia os infernais decibéis de seu som motorizado pela cidade teve a chance de ouvir
muitos outros gêneros musicais? Conhece muitos outros ritmos, as canções de outros países, os compositores de
outras épocas, as tendências da música brasileira, os incontáveis estilos musicais já inventados e frequentados?
Ou se limita a comprar no mercado o que está vendendo na prateleira dos sucessos, alimentando o círculo vicioso
e enganoso do “vende porque é bom, é bom porque vende”?
Não digo que A é melhor que B, ou que X é superior a todas as letras do alfabeto; digo que é importante
buscar conhecer todas as letras para escolher. Nada contra quem escolhe um “batidão” se já ouviu música
clássica, desde que tenha tido realmente a oportunidade de ouvir e escolher compositores clássicos que lhe
digam algo. Não acho que é preciso escolher, por exemplo, entre os grandes Pixinguinha e Bach, entre Tom Jobim
e Beethoven, entre um forró e a música eletrônica das baladas, entre a música dançante e a que convida a uma
audição mais serena; acho apenas que temos o direito de ouvir tudo isso antes de escolher. A boa música, a boa
arte, esteja onde estiver, também não existe para humilhar ninguém.
(João Cláudio Figueira, inédito)

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1 - O autor da crônica se reporta ao emprego da crase, ao sentido da arte em geral e ao da música


clássica em particular. A tese que articula esses três casos e justifica o título da crônica é a seguinte:

(A) Costumamos ter vergonha daquilo que nos causa prazer, pois nossas escolhas culturais são feitas sem
qualquer critério ou disciplina.
(B) A possibilidade de escolha entre os vários níveis de expressão da linguagem e das artes não deve
constranger, mas estimular nosso prazer.
(C) Tanto o emprego da crase como a audição de música clássica são reveladores do mau gosto de quem
desconsidera o prazer verdadeiro dos outros.
(D) Somente quem se mostra submisso e humilde diante da linguagem culta e da música clássica está em
condições de sentir um verdadeiro prazer.
(E) É comum que nos sintamos humilhados quando não conseguimos extrair prazer de todos os níveis de
cultura que se oferecem ao nosso desfrute.

2 - Considere as seguintes afirmações:


I. Têm significação equivalente, no 2o parágrafo, estes dois segmentos: estimular e desenvolver nossa
sensibilidade e separem e hierarquizem as pessoas.
II. O autor se refere ao som altíssimo do que toca num carro que passa para ilustrar o caso de quem,
diante de tantas opções reais, fez uma escolha de gosto discutível.
III. O que importa para a definição do nosso gosto é que se abram para nós todas as opções possíveis,
para que a partir delas escolhamos a que de fato mais nos apraz.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em

(A) III.
(B) II.
(C) I e III.
(D) I.
(E) II e III.

3 - Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:

(A) instrumentos de tortura ou depreciação (1º parágrafo) = meios de aviltamento ou rejeição.


(B) ritmo mecânico e hipnótico (3º parágrafo) = toque automático e insone.
(C) alardeia os infernais decibéis (3º parágrafo) = propaga os pérfidos excessos.
(D) alimentando o círculo vicioso (3º parágrafo) = nutrindo a esfera pecaminosa.
(E) clássicos que lhe digam algo (4º parágrafo) = eruditos que lhe transmitam alguma coisa.

4 - A diversidade de épocas e de linguagens em que as artes se manifesta

(A) obriga o público a confiar no mercado, cujos critérios costumam respeitar tal diversidade.
(B) não interessa ao gosto popular, que costuma cultivar as exigências artísticas mais revolucionárias.
(C) constitui uma vantagem para quem se habilita a escolher de acordo com o próprio gosto.
(D) cria uma impossibilidade de opções reais, razão pela qual cada um de nós aprimora seu gosto pessoal.
(E) representa uma riqueza cultural para quem foi contemplado com uma inata e especial sensibilidade.

GABARITO
01- B 02- A 03- E 04- C

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Pátrio poder

Pais que vivem em bairros violentos de São Paulo chegam a comprometer 20% de sua renda para manter seus
filhos em escolas privadas. O investimento faz sentido? A questão, por envolver múltiplas variáveis, é complexa,
mas, se fizermos questão de extrair uma resposta simples, ela é “provavelmente sim”. Uma série de estudos
sugere que a influência de pais sobre o comportamento dos filhos, ainda que não chegue a ser nula, é menor do
que a imaginada e se dá por vias diferentes das esperadas. Quem primeiro levantou essa hipótese foi a psicóloga
Judith Harris no final dos anos 90.
Para Harris, os jovens vêm programados para ser socializados não pelos pais, como pregam nossas instituições
e nossa cultura, mas pelos pares, isto é, pelas outras crianças com as quais convivem. Um dos muitos argumentos
que ela usa para apoiar sua teoria é o fato de que filhos de imigrantes não terminam falando com a pronúncia
dos genitores, mas sim com a dos jovens que os cercam.
As grandes aglomerações urbanas, porém, introduziram um problema. Em nosso ambiente ancestral, formado
por bandos de no máximo 200 pessoas, o “cantinho” das crianças era heterogêneo, reunindo meninos e meninas
de várias idades. Hoje, com escolas que reúnem centenas de alunos, o(a) garoto(a) tende a socializar-se mais
com coleguinhas do mesmo sexo, idade e interesses. O resultado é formação de nichos com a exacerbação de
características mais marcantes. Meninas se tornam hiperfemininas, e meninos, hiperativos. O mau aluno encontra
outros maus alunos, que constituirão uma subcultura onde rejeitar a escola é percebido como algo positivo. O
mesmo vale para a violência e drogas. Na outra ponta, podem surgir meios que valorizem a leitura e a aplicação
nos estudos.
Nesse modelo, a melhor chance que os pais têm de influir é determinando a vizinhança em que seu filho vai
viver e a escola que frequentará.
(Adaptado de: SCHWARTSMAN, Hélio. Folha de São Paulo, 7/12/2014)

Com a frase O resultado é formação de nichos com a exacerbação de características mais marcantes (3º
parágrafo) o autor está afirmando que a socialização nas escolas se dá de modo a

(A) dissolver os agrupamentos perniciosos.


(B) promover a competitividade entre os grupos.
(C) estabelecer uma hierarquia no interior dos grupos.
(D) incentivar o desempenho dos alunos mais habilitados.
(E) criar grupos fortemente tipificados.

GABARITO
01- C

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