LISTA DE VERIFICAÇÃO E INSTRUÇÕES PARA A AVALIAÇÃO DO ESTADO
NEUROLÓGICO
Como utilizar: Assinale S se a etapa foi desempenhada com competência; escreva N
quando a etapa não foi desempenhada com competência ou NA quando não se aplica.
Vocês são enfermeiros. Portanto, deverão ter competência para a realização da
avaliação do estado neurológico de pacientes adultos.
CHECK-LIST DA AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA S N NA
ITENS A SEREM AVALIADOS
1. Exame das Funções Mentais. 2. Avaliação de Nervos Cranianos 3. Sistema Motor 4. Avaliação da Propriocepção e Função Cerebelar 5. Avaliação da Função Sensitiva 6. Avaliação dos Reflexos Tendinosos MATERIAL NECESSÁRIO PARA A AVALIAÇÃO Caneta-lanterna. Abaixador de língua. Agulhas estéreis ou clipes de papel. Diapasão de 128 Hz. Objetos familiares: lápis, moeda, chaves, clipe de papel, sementes de café. Cotonete ou chumaço de algodão ou gazes Martelo de Reflexo 1. EXAME DAS FUNÇÕES MENTAIS 1.1 Aparência 1.2 Comportamento 1.3 Cognição 1.4 Processo de Pensamento 2. AVALIAÇÃO DOS NERVOS CRANIANOS I par craniano (Olfativo) Examine a capacidade do paciente de identificar odores. Teste uma narina por vez, ocluindo-a e pedindo para inalar (Ex.:café) II par craniano (Óptico) Avalie a acuidade visual com escala de Snellen/Exame de fundo de olho. III par craniano (Oculomotor) Examine os campos visuais por confrontação e por extinção da visão. Utilize um lápis e peça ao paciente para acompanhá-lo no campo visual e dizer até onde ainda o observa. Examine também as pupilas quanto ao tamanho, simetria, regularidade e reação à luz (Reflexo Fotomotor). IV par craniano (Troclear) Examine as pálpebras quanto à queda (PTOSE PALPEBRAL). Examine movimentos oculares retos superiores e inferiores e oblíquos inferiores e superiores. V par craniano (Trigêmio) Função Motora: Avalie a mandíbula solicitando ao paciente para cerrar os dentes, enquanto o examinador palpa-a, avaliando o tônus muscular. Deve apresentar simetria. (Empurre o queixo do paciente). Função Sensorial: Com os olhos do paciente fechados, teste a sensação do tato com chumaço de algodão nas áreas: testa, bochecha e queixo. Peça ao paciente para indicar sua sensibilidade nas áreas. Reflexo corneal: Faça leve toque sobre a córnea do olho com chumaço de algodão. Repita o procedimento em ambos os olhos. Normal: reflexo do piscar simétrico. VI par craniano (Abducente) Examine movimentos oculares lateralizados. Observe movimentos extra-oculares: estrabismo e nistagmo. VII par craniano (facial) Função Motora: Observe a mobilidade e a simetria facial enquanto a pessoa: SORRIR, FRANZIR A TESTE, FECHAR OS OLHOS, ERGUER AS SOBRANCELHAS, MOSTRAR OS DENTES, INFLAR AS BOCHECHAS. Por fim, aperte as bochechas infladas e observe a saída de ar igualmente em ambas as bochechas. Função Sensitiva: Teste o paladar, tocando a língua com chumaço de algodão coberto com sal ou açúcar ou limão. Peça-o para identificar o sabor. VIII par craniano (vestibulococlear) Examine a audição sussurrando palavras em ambos ouvidos. Examine o equilíbrio com o Teste de Romberg: Paciente de pé e olhos abertos/fechados, com braços dispostos ao longo do corpo durante 20 seg. Avalie o equilíbrio. (ALTERAÇÃO: disfunção vestibular). Teste do diapasão de Weber: Usado quando o cliente relata ouvir melhor com um ouvido do que com outro. Coloque um diapasão vibratório na linha média do crânio da pessoa e pergunte se o tom soa igual em ambos os ouvidos ou melhor em um deles. Teste do diapasão de Risner: Compara o som por condução aérea e por condução óssea. Coloque a haste do diapasão vibratório no processo mastóide do paciente e peça-lhe que sinalize quando o som terminar. Vire rapidamente o diapasão de modo que a vibração final fique próxima ao canal auditivo; a pessoa ainda pode ouvir um som. IX par craniano (glossofaríngeo) Examine a capacidade de identificar sabores azedo e amargo. Função Motora: Use o abaixador de língua e observe o mov. da úvula e do palato mole para a linha média quando o paciente diz: “ah”. Toque a parede posterior da faringe e observe o reflexo do vômito. Função Sensorial: avaliado no VII par craniano (facial) X par craniano (vago) Avaliado no IX par craniano (glossofaríngeo) XI par craniano (Acessório) Avalie o tamanho, a forma e a força do m. trapézio: Peça ao paciente para dar de ombro contra a resistência feita pelo examinador. Avalie o tamanho, a forma e a força do m. esternocleidomastóide: Coloque suas mãos na face lateral do paciente e solicite-o fazer uma rotação forçada da cabeça contra a resistência aplicada no queixo. XII par craniano (Hipoglosso) Inspecione a língua em repouso e em protusão. Peça ao paciente que mova a língua para dentro e fora da boca, curvando-a para cima (simula o toque ao nariz) e para baixo (simula o toque no queixo). Peça-o para dizer: “leve, teso, dinamite” e observe os sons linguais. 3. AVALIAÇÃO DO SISTEMA MOTOR (Inspeção e Palpação) Tamanho (volume), Força e Tônus, simetricamente. 3.1 Exame das extremidades superiores: (Paciente sentado) Extensão e Flexão do braço: Puxe e empurre (cima, baixo, trás, frente) contra a resistência. Abdução do braço: Paciente com braços estendidos para baixo. Peça-o para abduzir os braços contra a sua resistência. Extensão do antebraço: Paciente com punho cerrado. Peça-o para estender o antebraço contra a sua resistência. Flexão do antebraço: Paciente com punho cerrado. Peça-o para flexionar o antebraço. Segure o punho e peça para ele puxá-lo contra sua resistência. Extensão do punho: Oriente o paciente para cerrar o punho e estendê-lo enquanto você (examinador) o empurra para cima. Flexão do punho: Peça ao paciente para cerrar o punho e flexioná-lo enquanto você tenta puxá-lo para baixo. Adução dos dedos: Peça ao paciente para segurar seu 2º e 3º dedos e apertá-lo o mais forte que puder. Abdução dos dedos: Peça ao paciente para estender a mão com a palma voltada para baixo e abrir os dedos o máximo que puder. Diga a ele para resistir sua tentativa de reunir os dedos. 3.2 Exame das extremidades inferiores: (Paciente em supina) Adução do quadril: Peça ao paciente para afastar seus MMII. Coloque sua mão na parte medial dos joelhos dele e oriente-o a fechar os MMII contra sua resistência. Abdução do quadril: Coloque suas mãos nas margens laterais do joelho do paciente. Peça-o que abra os MMII contra sua resistência. Flexão do joelho: Peça ao paciente para elevar o joelho com pé apoiado no leito. Oriente-o para manter o pé firme para baixo enquanto você tenta estender a perna. Extensão do joelho: Oriente o paciente para elevar o joelho com o pé apoiado no leito. Coloque sua mão sob o joelho. Peça-o para estender a perna contra a resistência da sua mão D. Flexão dorsal do tornozelo: Coloque sua mão sobre o dorso do pé e peça ao paciente para flexionar o dorso do pé contra a sua resistência. Flexão plantar do tornozelo: Coloque sua mão sobre a planta do pé e peça ao paciente para flexionar a planta do pé contra a sua resistência. Flexão dorsal do hálux: Coloque sua mão sobre a face dorsal do hálux do paciente. Peça-o para fazer a flexão dorsal do hálux contra a sua resistência. 4. AVALIAÇÃO DA PROPRIOCEPÇÃO E FUNÇÃO CEREBELAR (método propedêutico: inspeção e palpação) 4.1 Coordenação e habilidade motora fina 4.1.1 Movimentos Rítmicos Rápidos Alternantes: 1)Peça ao paciente na posição sentada que bata nos joelhos com ambas as mãos, levante as mãos e bata nos joelhos com o dorso das mãos. 2) Peça ao paciente para tocar com o polegar cada dedo da mesma mão, começando pelo indicador e depois inverta a posição. Aumente gradualmente a freqüência dos movimentos. 4.2 Precisão do Movimentos Teste do Dedo-Dedo: Com os olhos do paciente abertos, peça-o que use o dedo para tocar o dedo do examinador e depois tocar seu próprio nariz. O examinador deve trocar a posição várias vezes/exame Teste Dedo-Nariz: Peça ao paciente para fechar os olhos e estender os braços. Em seguida, peça-o para tocar a ponta do próprio nariz com cada indicador, alternando as mãos e aumentando a velocidade. Teste do Calcanhar-Canela: Realizado com o paciente em pé, sentado ou supino. Peça-o para colocar o calcanhar sobre o joelho oposto e descê-lo canela abaixo, do joelho ao tornozelo. 4.3 Equilíbrio Teste de Romberg: avaliado no VIII par craniano (vestibulococlear). Peça-o para equilibrar-se com um só pé. Avalie a marcha: fila indiana 5 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SENSORIAL: avalia nos locais: mãos, antebraço, abdômen, pés e pernas. Paciente com olhos fechados. 5.1 Tato superficial: Toque a pele com chumaço de algodão. Peça-o para identificar a área tocada. 5.2 Dor superficial: Alterne a extremidade aguda e lisa do abaixador de língua partido ou a ponta de uma agulha estéril. Peça-o para identificar a sensação aguda ou romba e o local onde ela é sentida. 5.3 Térmica: Aproxime dois tubos com água quente e fria alternadamente contra a pele. Peça-o para indicar a temperatura e o local onde ela é sentida. 54 Vibração: Coloque a haste do diapasão vibrando sobre: esterno, cotovelo, punhos, queixo, tornozelo e articulação distal. Uma sensação de vibração ou tremor pode ser sentida. 5.5 Posição articular: Segure a articulação a ser testada (ex. hálux ou dedo da mão) pelas faces laterais. Levante ou abaixe o dedo e peça-o que diga a direção do movimento. SISTEMA SENSORIAL CORTICAL 5.6 Estereognosia: Entregue-o um objeto (chave, moeda) para identificar o tato pela manipulação. Anormalidade: Agnosia táctil. 5.7 Grafestesia: Com um lápis com ponta romba, simule o desenho de uma letra ou número na palma da mão do paciente. Peça-o para identificar o desenho. Repita o procedimento na mão oposta. 5.8 Discriminação de dois pontos: Use duas agulhas ou clipe de papel e alterne o toque na pele do paciente, utilizando um ou ambos os toques em pontos diferentes do corpo. 6. AVALIAÇÃO DOS REFLEXOS TENDINOSOS 6.1 SUPERFICIAIS 1º) Reflexos Abdominais: Paciente em decúbito dorsal. Com a borda do abaixador, faça rápido movimento no sentido lateral para medial em direção à cicatriz umbilical. Obs.: Esse reflexo não é observado em obesos! 2º) Reflexo cresmastérico: Estimule a parte interna da coxa do paciente (masculino) no sentido proximal para distal. Reflexo: testículo e saco escrotal devem elevar-se no lado estimulado. 3º) Reflexo plantar: use um objeto pontiagudo e estimule face lateral até a base superior do pé em movimento de curva. Observe a flexão plantar e o afastamento em leque dos dedos do pé. 6.2 PROFUNDOS 5.2.1 Reflexo Bicipital: Flexione o braço do paciente em 45º no cotovelo e posicione o antebraço dele sobre o seu (examinador). Palpe o tendão do bíceps na fossa antecubital. Coloque seu polegar sobre o tendão e seus dedos sob o cotovelo. Percuta seu polegar com o martelo. Reflexo: contração do m. bíceps provoca a flexão do cotovelo. 5.2.2 Reflexo Braquirradial: Flexione o braço do paciente até 45º. O braço deve estar em repouso. Percuta o tendão braquiorradial (cerca de 3 a 5 dedos acima do punho) com o martelo. Reflexo: a pronação do antebraço e flexão do cotovelo. 5.2.3 Reflexo Tricipital: Flexione o braço do paciente em 90º com o cotovelo, apoiando o braço próximo á fossa antecubital. Palpe o tendão do tríceps e percuta-o diretamente com o martelo logo acima do cotovelo. Reflexo: A contração do tríceps provoca uma extensão do cotovelo. 5.2.4 Reflexo Patelar: Flexione o joelho do paciente em 90º, permitindo que a perna repouse. Apóie a coxa com sua outra mão. Percuta o tendão patelar com o martelo. Reflexo: A contração do m. quadríceps provoca extensão da perna. 5.2.5. Reflexo Aquileu: Com o paciente sentado, flexione o joelho em 90º e mantenha o tornozelo na posição neutra, e o examinador segurando o pé, percute o tendão de Aquiles ao nível dos maléolos no tornozelo. Reflexo: contração do m. gastrocnêmio provoca a flexão do pé.