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DA ÁFRICA
Professor:
Me. Carlos Eduardo Rodrigues
DIREÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Relatar a expansão humana e a origem do homem.
•• Descrever o espaço físico africano.
•• Apontar o panorama geral sobre o relevo, vegetação e hidrografia.
•• Descrever as macrorregiões africanas.
•• Apresentar as características da economia, cultura e sociedade das regiões
africanas.
PLANO DE ESTUDO
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo. Durante a vida escolar, você já ouviu falar sobre
história. Certamente estudou para o vestibular, aprendeu uma série de datas,
regimes políticos, modelos econômicos, nomes e revoluções. Passou pela gra-
duação e, agora, retorna para mais uma etapa da vida acadêmica e profissional.
Você, que optou por ampliar o seu leque de conhecimentos e oportunida-
des, escolheu o lugar certo. E é com grande satisfação que eu, professor mestre
Carlos Eduardo Rodrigues, apresento o estudo “Aspectos gerais da geografia da
África”.
O conteúdo está dividido em três temas principais para facilitar o proces-
so de ensino e aprendizagem em História e Cultura Africana, que entrou no
universo escolar com a promulgação da Lei 10.639/2003, que instituiu a obri-
gatoriedade desse ensino nas escolas. O objetivo desta unidade é mostrar ao
aluno as contribuições do continente africano para a História do mundo, de
modo a resgatar uma África cheia de vida.
Começaremos com um panorama sobre o surgimento da humanidade
na África. Aqui, você vai aprender sobre as correntes teóricas que explicam o
aparecimento do homem na Terra; a localização dos fósseis mais antigos; o pro-
cesso de evolução e o desenvolvimento dos materiais rudimentares e técnicas
de adaptação à natureza.
Em seguida, observaremos a geografia física da África, haja vista que co-
nhecer o ambiente onde acontece a história é fundamental para compreensão
das atividades humanas. Assim, apresento-lhes a geografia básica do continen-
te africano com seu relevo, clima, vegetação e hidrografia.
Por fim, o aluno vai descobrir o quanto são ricos, diferentes e dinâmicos
os povos africanos quanto a sua cultura, sociedade e economia. A geografia
humana e política da África nos chama atenção para a maneira com que seus
habitantes dialogam com a modernidade sem abandonar as tradições.
Desde já, desejo a você bons estudos.
introdução
6 Pós-Universo
O Nascimento do
Homem na África
Pós-Universo 7
saiba mais
Os primatas diferenciam-se dos outros mamíferos placentários pelo de-
senvolvimento precoce do cérebro, pelo aperfeiçoamento da visão, que se
torna estereoscópica, pela redução da face, pela substituição das garras por
unhas chatas e pela oposição do polegar aos outros dedos.
Fonte: Coppens (2010, p. 447).
Contudo, caro(a) aluno(a), o mais antigo esqueleto recuperado data de 4,4 milhões
de anos. Foi encontrado na mesma região que a Lucy e recebeu o nome de Ardi, uma
fêmea de Australopithecus que media, aproximadamente, 1,20 m e pesava cerca de
50 kg. O Australopithecus se ramificou para outras espécies de hominídeo, alguns
ficaram mais altos, desenvolveram o andar sob duas pernas, deixando os membros
superiores livres para agarrar objetos, passaram a controlar o fogo, a fabricar instru-
mentos de pedra e madeira e a criar linguagens. Nesse trajeto da evolução humana, o
último grande acontecimento ocorreu há 1 milhão de anos, durante a Era Quaternária.
Entre 200 a 100 mil anos, aparece o Homo sapiens, cujos vestígios foram encontra-
dos nas savanas da África (KI-ZERBO, 2010; MURRAY, 2007).
O debate sobre a origem, evolução e
expansão humana surge no século XIX e
perpassa por duas correntes: a primeira é
a vertente criacionista, que procura expli-
car a formação do mundo e do homem
por meio das narrativas bíblicas, mais pre-
cisamente no livro do Gênesis, onde se
encontram os detalhes da maneira como
Deus criou o planeta. A segunda foi de-
senvolvida por intermédio da crítica à
primeira e é chamada de evolucionista.
Trata-se da explicação elaborada pelo
pensamento científico do período, sendo
a obra mais influente “A origem das espé-
cies”, de 1859, escrito pelo cientista inglês
Charles Darwin (1809-1882).
A tese evolucionista defende que o
desenvolvimento das espécies aconteceu
em um procedimento de longos milhões
de anos, sendo a seleção natural o fator
chave. Os animais que melhor se adap-
taram às mudanças do ambiente, por
Figura 1 - Reconstrução de Lucy“Australopithecus
meio de mutações em sua biologia, foram afarensis” (Capannoli, Itália) por Sailko
aqueles que conseguiram sobreviver. Fonte: File:Capannoli… (on-line).
Pós-Universo 9
Com base nessa tese, Darwin publicou, em 1871, o livro “A origem do homem”,
teorizando de maneira mais detalhada a evolução humana. Isso abalou a cultura e a
sociedade do período, uma vez que colocava em cheque a explicação criacionista, o
que acabou gerando fortes críticas por parte da comunidade religiosa. Para Darwin
e seu seguidores, o homem era apenas um animal que evoluiu de outros primatas.
Seguindo as pegadas de Darwin, os estudiosos da evolução humana elabora-
ram novas pesquisas que contribuíram muito para o avanço científico. Porém, caro(a)
aluno(a), para se chegar ao conhecimento que temos hoje, foi necessário um traba-
lho amplo que envolveu diversos campos do conhecimento. Segundo o pesquisador
Leakey (2010, p. 495),
““
o estudo da origem do homem baseia-se em grande parte numa aborda-
gem pluridisciplinar, que não se limita ao estudo de ossadas fósseis e vestígios
arqueológicos; a geologia, a paleontologia, a paleoecologia, a geofísica e a
geoquímica desempenham papel preponderante, e, para os estágios mais
recentes, quando os hominídeos começaram a usar instrumentos, a arqueo-
logia é fundamental.
atenção
A Idade da Pedra é subdividida em:
• Paleolítico (pedra antiga) ou Idade da Pedra Lascada, cerca de 2 milhões
de anos.
• Mesolítico (pedra intermediária), cerca de 10 milhões de anos.
• Neolítico ou Idade da Pedra Polida, cerca de 1200 a 1400 a.C.ss (o autor).
reflita
“A África é o único continente para o qual não temos que quebrar a cabeça
com o problema da data da chegada dos seres humanos modernos: foi lá
que eles evoluíram” (Cook).
Pós-Universo 11
A Geografia
Física da África
12 Pós-Universo
Olá, aluno(a)! Antes de começar este tópico, acesse o atlas geográfico do continente
africano no link disponível em: <http://issuu.com/ed_moderna/docs/atlas-geogra-
fico-amostra/32>. Você também pode consultar o Google Maps e digitar a palavra
África no buscador. Isso vai ajudá-lo(a) a reter melhor as informações.
A África encontra-se praticamente isolada dos demais continentes. Na frontei-
ra norte, o mar Mediterrâneo distancia a África da Europa e, na fronteira nordeste, o
Mar Vermelho afasta o continente da Península Arábica. Existia uma pequena ligação
natural por terra entre o Egito e a Península do Sinai, mas foi interrompido, em 17 de
novembro 1869, com a inauguração do Canal de Suez, projeto desenvolvido, entre
1859 e 1869, pela companhia francesa Suez, de Ferdinand de Lesseps, em parceria
com o governo egípcio.
O litoral africano é extenso e banhado pelo Oceano Atlântico a leste e o Oceano
Índico a oeste, que cercam uma grande massa de terra composta por relevos, clima,
vegetação e hidrografia, temas que você vai estudar a partir de agora. Fique atento(a)
aos detalhes dos dados e à complexidade da geografia física do continente africano.
atenção
A África é o terceiro maior continente, atrás, apenas, da Ásia e das Américas.
São 30.221.532 km², cerca de 25% da superfície do planeta, distribuídos entre
as principais coordenadas geográficas: o Meridiano de Greenwich na ver-
tical e, na horizontal, a linha do Equador, o Trópico de Câncer ao norte e o
Trópico de Capricórnio ao sul.
Fonte: adaptado de Murray (2007) e Serrano (2010).
Pós-Universo 13
Relevo
Caro(a) aluno(a), você sabia que os relevos surgem por causa das ações das placas
tectônica? Essas ações ocorrem na vertical ou na horizontal e são responsáveis por
significativas modificações no terreno. Nas zonas onde ocorreram os movimentos
mais intensos, surgiram falhas isoladas, em partes ou aglomeradas. Nas regiões norte
e oeste, o relevo africano varia entre 200 m a 400 m acima do nível do mar, e peque-
nas regiões alcançam a altitude média de 1.000 m, como as Montanhas do Tibesti,
no noroeste do Chade, e a Cordilheira do Atlas sobre o Marrocos, a Argélia e a Tunísia.
Nas regiões sul e leste, as altitudes variam entre 400 m e 1.000 m. É nessa área
que se encontra o Maciço da Etiópia com uma elevação média de 2.500 m. É pro-
vável que essa formação geológica seja a responsável por limitar o crescimento da
floresta tropical até o litoral do Oceano Índico e pelo clima seco e árido da Somália.
Na mesma região, o Planalto dos Grande Lagos abriga as montanhas mais altas da
África, como o pico mais alto do continente, o Kilimanjaro, 5.895 metros entre o
Quênia e a Tanzânia (MURRAY, 2007).
saiba mais
Associado às tensões nas fossas tectônicas, o vulcanismo é um dos fatores
que contribuiu para a modificação da paisagem africana. O ponto de maior
atividade vulcânica da África está no Vale do Rift*, sobretudo no Quênia e
na Etiópia, local onde a Placa Africana choca-se com a Placa Arábica. O lugar
também é conhecido como Grande Fenda Oriental, e é umas das fossas tec-
tônicas mais extensas do planeta com cerca de 6.000 km de comprimento.
A rachadura abriga uma sequência de acidentes geográficos que começa
no Mar Vermelho, percorre a terras altas da Etiópia e toda a África Oriental,
atingindo parte da África Meridional, resultando na formação do Vale de
Luangwa na Zâmbia.
Para saber mais assista ao vídeo disponível em: <http://abdekh.com/
watch/0_sLMU50BKU/jornada-geolgica-a-grande-fenda-africana-natgeo.
html>.
* Rift é um termo geológico para nomear tipos de vales nascidos por falhas
geológicas.
Fonte: adaptado de Murray (2007) e Serrano (2010).
Figura 5 - Pinturas rupestres feitas pelo povo San, isto é, pessoas na África do Sul
16 Pós-Universo
Clima e vegetação
A África tem uma variação de clima e vegetação superiores aos continentes europeu
e asiático, pois quase 80% de suas terras estão entre o Trópico de Câncer e o Trópico
de Capricórnio. Nessa área, encontramos quatro tipos de clima e vegetação: deserto
e sua vegetação desértica, savanas e pastagens imersas em um clima tropical, um
clima equatorial sobre a floresta equatorial úmida e, nas extremidades norte e sul,
um clima e vegetação mediterrânea.
O mais quente deserto do mundo é o Saara. Com 9.400.000 km, sua área engloba os
desertos da Núbia e da Líbia, além das zonas semidesérticas do Sahel. Correspondendo
a cerca de 30% das terras africanas, a paisagem do Saara não é formada apenas por
areia, predomina-se uma formação rochosa de montanhas e planaltos, denominada de
reg (em árabe). À noite, a temperatura é extremamente fria, podendo ultrapassar 0°C
e o dia altamente quente, quase 45°. Na parte sul, está o deserto do Kalahari (930.000
km²), o segundo maior da África, localizado, principalmente, sobre a Botswana, onde
a paisagem predominante são as amplas dunas vermelhas.
Diferentemente do que você está acostumado a ver no cinema, a vegetação pre-
dominante na África não é a densa floresta tropical úmida e sim as savanas, um tipo
de ecossistema caracterizado pela contínua vegetação herbácea e um dorsal inter-
rompido por arbustos e árvores. As estações climáticas se dividem em períodos secos
e chuvosos e a quantidade de chuvas acaba por determinar o tipo de vegetação e
o nível de ocupação humana.
Cerca de 50% do território africano é coberto por savanas. Essa vegetação está
subdividida em três regiões: abaixo do Saara, na região oeste, onde vivem 13% da
população do continente; no centro sul, no qual os habitantes do local chamam as
savanas de Miombo; e uma longa faixa que vai da Etiópia até a Tanzânia na região
leste (GOEDERT; WAGNER; BARCELLOS, 2008).
Com um tamanho menor que as savanas e os desertos, a floresta equatorial úmida
abrange sete países, quase todos da África Ocidental e Central. Esse tipo de vegetação
possui uma grande biodiversidade com uma fauna recheada de animais de médio e
pequeno porte, diversas aves, chimpanzés e gorilas (animal ameaçado de extinção)
e uma flora riquíssima, com árvores gigantes cujas copas cobrem a entrada da luz
solar. Serrano (2010) destaca que a floresta tropical não é habitat natural do leão, “o
rei da selva”, predadores adaptados a perseguir suas presas necessitam de territórios
abertos com poucos obstáculos que só existe em regiões de savanas.
Pós-Universo 17
reflita
A “ausência de civilização” representada na imagem de uma África tomada
por uma grande floresta equatorial, impenetrável, recheada de feras, insetos
nocivos e povos primitivos, é uma construção do colonialismo do século
XIX que foi repetido a exaustão no século XX, por meio dos relatos de via-
jantes, literatura de ficção, bibliografia acadêmica e pelo cinema (Serrano).
Hidrografia
A imensa disponibilidade de água doce é outra característica do continente. A maior
parte dos rios corre para o interior em direção a zonas lacustres, como acontece no
lago Chade (ou Tchad). Cascatas e cachoeiras também são comuns: no curso do Rio
Zaire (ou rio Congo), existe a Cachoeira Livingstone e as Cataratas Boyoma, antiga
Stanley Falls. E, próximo da fronteira com o Zimbábue, as Cataratas Vitória ou Vitória
Falls na Zâmbia.
18 Pós-Universo
Figura 7 - Cataratas Victória ou Mosi-o-Tunya “fumaça que troveja” no idioma Tonga (Zâmbia,
Zimbabwe)
Nos cursos fluviais, destacam-se, ao menos, quatro rios e suas bacias hidrográficas:
Rio Nilo, Rio Zaire, Rio Níger e Rio Zambeze. Esses compreendem, em ordem cres-
cente, as quatro principais bacias hidrográficas da África.
A bacia hidrográfica do Rio Nilo (6.695 km de extensão), atinge dez países. O
Rio Zaire ou Rio Congo (4.667 km de extensão), que possui a segunda maior bacia
hidrográfica do mundo em volume d’água, mas seus rios não são acessíveis para em-
barcações de médio ou grande porte. O Rio Níger (4.185 km de extensão) é um dos
principais rios da África Ocidental e sua bacia hidrográfica integra-se a outros rios. E o
Rio Zambeze (2.650 km de extensão) é o quarto rio em importância na África e suas
águas percorrem várias zonas de planaltos, o que dá ao seu curso inúmeras catara-
tas e, consequentemente, dificulta a locomoção por barcos (PRADA, 1968).
Pós-Universo 19
Além dos rios, os lagos são de suma importância para a manutenção da vida no con-
tinente. Os principais são: o Lago Vitória, o Lago Taganica e o Lago Malawi na África
Oriental e o Lago Chade na África Ocidental.
O Lago Vitória ou Vitória Nyanza (68.100 km²) é o maior dos lagos africanos e
está localizado em uma área de clima equatorial. Fica sobre uma região de planalto
a quase 1.134 m acima do nível do mar, suas águas são propícias para pesca e ali-
mentam vários rios da região, inclusive o rio Nilo.
O Lago Taganica (31.900 km²) é o segundo dos lagos africanos e está localizado
sobre uma área depressão na África Oriental. É mais extenso que o lago Vitória no
sentido norte sul e o segundo lago em profundidade do mundo. O setor sul do lago
é rodeado por altas escarpas, o que deixa a margem norte baixa, facilitando o proces-
so de inundação durante os períodos de chuvas e, consequentemente, contribuindo
para o aumento do fluxo d’água dos rios que avançam sobre sua orla (PRADA, 1968).
20 Pós-Universo
O Lago Malawi ou lago Niassa (31.080 km²) é o terceiro entre os quatro grandes
lagos africanos e seu formato se assemelha ao lago Tanganica. Sua fauna é muito
abundante e, por isso, o local abriga o Parque Nacional do Lago Malawi, Patrimônio
Mundial da UNESCO desde 1984. Com uma paisagem montanhosa, águas profun-
das e cristalinas, o parque conta com a maior variedade de espécies dentro de um
único lago, algo entre 500 e 1.000 espécies, o que dá ao lago uma grande impor-
tância para o estudo da evolução comparável a dos tentilhões das Ilhas Galápagos
estudado por Darwin (UNESCO, on-line).
O Lago Chade é hoje um grande pântano que está, aos poucos, se enchendo
de areia, do qual o volume de água avança e retrocede de acordo com os rios que
afluem em seu leito. Trata-se de um lago em processo de decomposição. Na década
de 1960, o lago tinha cerca de 25.000 km², hoje, a área é de aproximadamente 500
km². A capacidade hídrica do lago vem diminuindo devido a mudanças nos parâme-
tros climáticos e da exploração desenfreada em virtude do aumento populacional.
Calcula-se que mais de 10% relativo ao seu tamanho original já se perdeu nas últimas
décadas (A DIMINUIÇÃO…, on-line).
Pós-Universo 21
A Geografia Humana e
Política da África
22 Pós-Universo
fatos e dados
Um dado interessante que demonstra o quanto é problemática a situação
política do continente aconteceu no ano de 1975, quando quase 350 mil
pessoas desarmadas se juntaram ao rei de Marrocos e realizaram a “Marcha
Verde”. A marcha tinha como objetivo solicitar junto a Espanha o direito
de anexar ao seu território a antiga colônia Saara Espanhol que, atualmen-
te, recebe o nome de Saara ocidental. A região é considera mais uma zona
geografia do que uma nação-Estado e, por isso, é palco de disputa entre
Marrocos, Argélia, Mauritânia e pela Frente Polisário, que, desde 1976, luta
para transforma a região em um país reconhecido e independente com o
nome de República Árabe Saaraui Democrática (RASD).
Fonte: Murray (2007).
Pós-Universo 25
reflita
Preservar a cultura de seus antepassados não é sinônimo de atraso. Tradição
e modernidade podem andar juntas em prol do desenvolvimento social e
econômico, haja vista o caminho trilhado pelo Japão (o autor).
Pós-Universo 27
A quarta região é o Leste da África. Acima da linha do Equador, está o Chifre da África,
onde grande parcela da população compartilha a fé islâmica e outra preserva o estilo
de vida nômade. Apesar de serem de etnias distintas e estarem quase sempre em
conflitos, ambas dividem elementos culturais em comum, todas se dedicam ao pasto-
reio e tentam sobreviver ao ambiente hostil do semiárido somaliano. Nas terras altas
da Etiópia e da Eritreia, existe uma população cristã que conserva as antigas Igrejas
construídas por volta do século IV d.C., que serão apresentadas ao leitor na unidade II.
Em termos culturais, as cerimônias religiosas fazem parte do cotidiano da popu-
lação local. Agricultores e pastores que vivem nas áreas altas resolvem os problemas
e fazem seus rituais de forma democrática sob a presidência de um conselho de
anciões e sem a definição de um líder. No Quênia e na Tanzânia, existem diferentes
grupos étnicos que preservam seus idiomas tradicionais e compartilham traços cul-
turais em comum, como as cerimônias de circuncisão que servem para demarcar a
transição de grupo etário. Os meninos deixam de ser crianças e tornam-se guerrei-
ros e as meninas ficam prontas para o casamento.
saiba mais
A circuncisão em meninas se tornou um problema de saúde pública em
muitos países e, hoje, é ativamente contestada por movimentos feminis-
tas e organizações internacionais. A prática ocorre independentemente da
influência religiosa e é feita por cristãos, judeus, muçulmanos e animistas
(aqueles que acreditam em espíritos que dão a vida a todas as coisas) que a
justificam com conceitos morais e culturais. É por isso que a ativista Fardhosa
Mohamed se questiona: “se a cultura fere o seu corpo, por que preservá-la?”.
Leia mais sobre esse costume e a opinião de Fardhosa Mohamed
no link disponível em: <http://www.pordentrodaafrica.com/default/
circuncisao-feminina-se-a-cultura-fere-o-seu-corpo-por-que-manter-es-
se-costume-diz-ativista-fardhosa-mohamed>.
FONTE: adaptado de Luz (2014, on-line)1.
28 Pós-Universo
A última macrorregião é o Sul da África. O leitor deve ter em mente que sua princi-
pal característica é o grande desequilíbrio econômico entre os países. As precárias
economias agrárias de Lesoto e Botsuana contrastam com a economia industrial de
extração de minérios da África do Sul, o país mais extenso e mais rico da região. A he-
gemonia dos sul-africanos frente aos demais foi ampliada após o fim do Apartheid,
em 1994, regime de segregação racial que deixou marcas sociais profundas na po-
pulação. A grande minoria branca da África do Sul e da Namíbia possui melhores
condições de vida, acesso à educação e bens de consumo, além de controlar a maior
parte do setor produtivo e as melhores zonas agrícolas. Os descendentes de holan-
deses concentram um grande poder político e econômico frente aos demais e se
esforçaram para criar uma cultura e língua própria: o afrikaans (MURRAY, 2007).
a) V, F, V.
b) V, V, V.
c) V, F, F.
d) F, F, F.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
atividades de estudo
O debate sobre a origem, evolução e expansão humana surge no século XIX e per-
passa por duas correntes: a primeira é______________________________, que
procura explicar a formação do mundo e do homem por meio das narrativas encon-
trada na Bíblia, mais precisamente no______________________________em que
se encontram os detalhes da maneira como Deus criou o planeta. A segunda foi de-
senvolvida por intermédio da crítica à primeira e é chamada de_______________
_______________. Trata-se da explicação elaborada pelo____________________
__________, sendo a obra mais influente “A origem das espécies”, de 1859, escrito
pelo cientista inglês Charles Darwin (1809-1882).
( ) Nas terras altas da Etiópia e na Eritreia, existe uma significativa população cristã
que preserva as antigas Igrejas construídas por volta do século IV d.C.
( ) O maior IDH (2013) do continente africano pertence à Líbia (0,784), número 55º
no ranking mundial, 24 colocações a frente do Brasil (0,744 – nº 79º).
( ) Na Namíbia, as etnias que compõem a população são classificadas em 12 grupos
diferentes e se comunicam por meio do idioma bantas e khosans.
a) V, V, V.
b) V, V, F.
c) V, F, F.
d) V, V, V.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
a) V, F, V.
b) V, V, V.
c) V, F, F.
d) V, V, V.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
atividades de estudo
( ) Nas terras altas da Etiópia e na Eritreia, existe uma significativa população cristã
que preserva as antigas Igrejas construídas por volta do século IV d.C.
( ) O maior IDH (2013) do continente africano pertence à Líbia (0,784), número 55º
no ranking mundial, 24 colocações a frente do Brasil (0,744 – nº 79º).
( ) Na Namíbia, as etnias que compõem a população são classificadas em 12 grupos
diferentes e se comunicam por meio do idioma bantas e khosans.
a) V, V, V.
b) V, V, F.
c) V, F, F.
d) V, V, V.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
a) V, F, V.
b) V, V, V.
c) V, F, F.
d) V, V, V.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Considerações Finais
Para você compreender esse processo de evolução, no entanto, é necessário estudar o espaço
físico africano. A grande massa de terra que forma a África tem um clima predominantemente
tropical e relevos de características diversas, com planícies, montanhas, depressões e planaltos.
Lembre-se que a hidrografia é marcada pela abundância de lagos, rios e cachoeiras, destaque
para os Grandes Lagos Equatoriais, o Lago Chade e as bacias dos Rios Nilo, Zaire, Níger e Zambeze.
Chamo sua atenção para a cobertura vegetal, a floresta tropical úmida está apenas no centro do
continente e é a savana a vegetação predominante, seguida das áreas desérticas e semiáridas.
A partir desse panorama geral sobre o relevo, vegetação e hidrografia, fica mais fácil a você,
aluno(a), examinar a África Política e Humana. As macrorregiões africanas são completamente
diferentes entre si em termos sócioculturais, políticos e econômicos. Destaque para o contraste
entre campo e cidade presente em todas as regiões, a conservação das antigas tradições, as ten-
tativas de modernização e os problemas do desenvolvimento. Importante: a diversidade cultural
é o único fator predominante.
E, agora, caro(a) aluno(a), como passou a ver a África a partir desses conhecimentos? Pense e
reflita sobre o que aprendeu com este estudo.
A África é o terceiro maior continente do planeta e sua formação geológica está entre as mais
antigas. Há um predomínio de planalto seguido de áreas de depressões ao centro e montanhas
ao norte, ao leste e ao sul. O potencial hidrográfico é alto devido à abundância de rios e lagos,
especialmente nas regiões de clima tropical, que contrastam com as grandes áreas desérticas e
semidesérticas. O clima predominante é o tropical, embora existam pequenas faixas de clima me-
diterrâneo no litoral da África do Sul e na costa do Mediterrâneo.
Foi nesse espaço que a natureza gerou os primeiros primatas, entre 20 a 10 milhões de anos atrás
no leste da África. No século XIX, houve um intenso debate entre duas teorias que explicavam a
origem do homem: a criacionista e a evolucionista. Os arqueólogos, a fim de porem em prática
ambas as teorias, realizaram várias escavações e descobriram que o processo de evolução da hu-
manidade passou por estágios: do primeiro primata, veio o Australopithecus e, posteriormente,
Homo sapiens e, desse último, o Homo habilis, Homo erectus, Homo neanderthalensis e Homo
sapiens. O ancestral comum entre todos é uma fêmea que se chama Lucy, encontrada, em 1974,
na Etiópia. Esse ancestral foi primogênito da diversidade cultural africana.
O continente está dividido em cinco macrorregiões: norte, oeste, centro, leste e sul. Cada uma
possui suas particularidades e todas enfrentam problemas semelhantes, como o contraste entre
área urbana e rural, os desafios da modernização, economias frágeis com pouca industrialização
(talvez com exceção da África do Sul) e a dependência da exportação de minérios, petróleo e
produtos agrícolas.
As tradições antigas estão vivas e cada povo conserva a sua identidade cultural, por isso, é comum
encontrarmos tradições diferentes em um mesmo país. Vale destacar que muitas das fronteiras
presente hoje foram impostas pelo colonialismo do século XIX, e esse é um dos motivos que di-
ficulta a reorganização política dos países.
referências
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referências
LUZ, N. da. Circuncisão Feminina: “Se a cultura fere o seu corpo, por que preservá-la?”, diz ativista
Fardhosa Mohamed. Por dentro da África. 2014. Disponível em: <http://www.pordentrodaafrica.
com/default/circuncisao-feminina-se-a-cultura-fere-o-seu-corpo-por-que-manter-esse-costume-
-diz-ativista-fardhosa-mohamed>. Acesso em: 30 set. 2015.
RANKING IDH Global 2013. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Disponível em:<http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/Ranking-IDH-Global-2013.aspx>. Acesso
em: 29 ago. 2015.
SERRANO, Carlos. Memória D’África: a temática africana em sala de aula. São Paulo: Ed.
Cortez, 2010.
REFERÊNCIA ON-LINE
1 Em: <http://www.pordentrodaafrica.com/default/circuncisao-feminina-se-a-cultura-fere-o-seu-
-corpo-por-que-manter-esse-costume-diz-ativista-fardhosa-mohamed>. Acesso em: 18 jul. 2016.
2 Em: <http://www.mixcidade.com.br/noticias/mundo/1227/rachadura+gigante+com+56+km+-
na+etiopia+ira+criar+um+novo+oceano+na+africa>. Acesso em: 18 jul. 2016.
referências
1. a) V, F, V.
5. d) V, V, V.
6. c) V, F, F.