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ASPECTOS GERAIS DA GEOGRAFIA

DA ÁFRICA

Professor:
Me. Carlos Eduardo Rodrigues
DIREÇÃO

Reitor Wilson de Matos Silva


Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi

NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho


Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Pinelli
Head de Planejamento de Ensino Camilla Cocchia
Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo
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de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey
Projeto Gráfico Thayla Guimarães
Design Educacional Deborha Rodrigues Arrias
Design Gráfico Bruna Stefane Martins Marconato
Qualidade Textual Yara Martins Dias

C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação


a Distância; RODRIGUES, Carlos Eduardo;

Historia e geografia africana: um panorama. Carlos Eduardo
Rodrigues;
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017.
39 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
1. História. 2. Cultura. 3. EaD. I. Título.

CDD - 22 ed. 320


CIP - NBR 12899 - AACR/2

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


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sumário
01 06| O NASCIMENTO DO HOMEM NA ÁFRICA

02 11| A GEOGRAFIA FÍSICA DA ÁFRICA

03 21| A GEOGRAFIA HUMANA E POLÍTICA DA ÁFRICA


ASPECTOS GERAIS DA GEOGRAFIA DA ÁFRICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Relatar a expansão humana e a origem do homem.
•• Descrever o espaço físico africano.
•• Apontar o panorama geral sobre o relevo, vegetação e hidrografia.
•• Descrever as macrorregiões africanas.
•• Apresentar as características da economia, cultura e sociedade das regiões
africanas.

PLANO DE ESTUDO

A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:


•• O nascimento do homem na África
•• A geografia física da África
•• A geografia humana e política da África
INTRODUÇÃO

Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo. Durante a vida escolar, você já ouviu falar sobre
história. Certamente estudou para o vestibular, aprendeu uma série de datas,
regimes políticos, modelos econômicos, nomes e revoluções. Passou pela gra-
duação e, agora, retorna para mais uma etapa da vida acadêmica e profissional.
Você, que optou por ampliar o seu leque de conhecimentos e oportunida-
des, escolheu o lugar certo. E é com grande satisfação que eu, professor mestre
Carlos Eduardo Rodrigues, apresento o estudo “Aspectos gerais da geografia da
África”.
O conteúdo está dividido em três temas principais para facilitar o proces-
so de ensino e aprendizagem em História e Cultura Africana, que entrou no
universo escolar com a promulgação da Lei 10.639/2003, que instituiu a obri-
gatoriedade desse ensino nas escolas. O objetivo desta unidade é mostrar ao
aluno as contribuições do continente africano para a História do mundo, de
modo a resgatar uma África cheia de vida.
Começaremos com um panorama sobre o surgimento da humanidade
na África. Aqui, você vai aprender sobre as correntes teóricas que explicam o
aparecimento do homem na Terra; a localização dos fósseis mais antigos; o pro-
cesso de evolução e o desenvolvimento dos materiais rudimentares e técnicas
de adaptação à natureza.
Em seguida, observaremos a geografia física da África, haja vista que co-
nhecer o ambiente onde acontece a história é fundamental para compreensão
das atividades humanas. Assim, apresento-lhes a geografia básica do continen-
te africano com seu relevo, clima, vegetação e hidrografia.
Por fim, o aluno vai descobrir o quanto são ricos, diferentes e dinâmicos
os povos africanos quanto a sua cultura, sociedade e economia. A geografia
humana e política da África nos chama atenção para a maneira com que seus
habitantes dialogam com a modernidade sem abandonar as tradições.
Desde já, desejo a você bons estudos.

introdução
6 Pós-Universo

O Nascimento do
Homem na África
Pós-Universo 7

A jornada da humanidade começa no continente africano. É na Era Terciária que sur-


giram as primeiras famílias hominídeas, mamíferos da ordem dos Primatas, a qual
também pertence o gênero humano. Segundo pesquisas recentes, os hominídeos
são divididos em dois gêneros: o mais antigo é o Australopithecus e o mais recente
o Homo. Esse último está subdividido em espécies: Homo habilis, Homo erectus,
Homo neanderthalensis e Homo sapiens (COPPENS, 2010).

saiba mais
Os primatas diferenciam-se dos outros mamíferos placentários pelo de-
senvolvimento precoce do cérebro, pelo aperfeiçoamento da visão, que se
torna estereoscópica, pela redução da face, pela substituição das garras por
unhas chatas e pela oposição do polegar aos outros dedos.
Fonte: Coppens (2010, p. 447).

Foi em 1934, no sítio arqueológico de Laetoli, na Tanzânia, que um grupo de pesqui-


sadores descobriu evidências concretas do Australopithecus. Esse primata bípede,
semiereto, tinha, no máximo, 1,5 m e andou pela Terra por volta de 4 milhões de anos.
A análise da ossada sugere que ele apresentava o polegar invertido, adaptação bio-
lógica desenvolvida para a utilização de utensílios, o que, para alguns estudiosos, se
trata de uma verdadeira revolução, visto que permitiu ao homem transformar o am-
biente a sua volta para ampliar as chances de sobrevivência.
Na Etiópia, no ano de 1974, a mais significativa personagem histórica foi encon-
trada por um grupo de pesquisadores internacionais. Os 52 fragmentos de uma
fêmea de Australopithecus afarensis de 3,2 milhões de anos é considerado o ances-
tral comum do Australopithecus e Homo sapiens. Foi batizada com o nome de Lucy
por causa da canção “Lucy in the Sky with Diamonds”, dos The Beatles, que tocava
no momento da descoberta, em Lower Awash Valley, a 300 km a nordeste da capital
Addis Abeba.
8 Pós-Universo

Contudo, caro(a) aluno(a), o mais antigo esqueleto recuperado data de 4,4 milhões
de anos. Foi encontrado na mesma região que a Lucy e recebeu o nome de Ardi, uma
fêmea de Australopithecus que media, aproximadamente, 1,20 m e pesava cerca de
50 kg. O Australopithecus se ramificou para outras espécies de hominídeo, alguns
ficaram mais altos, desenvolveram o andar sob duas pernas, deixando os membros
superiores livres para agarrar objetos, passaram a controlar o fogo, a fabricar instru-
mentos de pedra e madeira e a criar linguagens. Nesse trajeto da evolução humana, o
último grande acontecimento ocorreu há 1 milhão de anos, durante a Era Quaternária.
Entre 200 a 100 mil anos, aparece o Homo sapiens, cujos vestígios foram encontra-
dos nas savanas da África (KI-ZERBO, 2010; MURRAY, 2007).
O debate sobre a origem, evolução e
expansão humana surge no século XIX e
perpassa por duas correntes: a primeira é
a vertente criacionista, que procura expli-
car a formação do mundo e do homem
por meio das narrativas bíblicas, mais pre-
cisamente no livro do Gênesis, onde se
encontram os detalhes da maneira como
Deus criou o planeta. A segunda foi de-
senvolvida por intermédio da crítica à
primeira e é chamada de evolucionista.
Trata-se da explicação elaborada pelo
pensamento científico do período, sendo
a obra mais influente “A origem das espé-
cies”, de 1859, escrito pelo cientista inglês
Charles Darwin (1809-1882).
A tese evolucionista defende que o
desenvolvimento das espécies aconteceu
em um procedimento de longos milhões
de anos, sendo a seleção natural o fator
chave. Os animais que melhor se adap-
taram às mudanças do ambiente, por
Figura 1 - Reconstrução de Lucy“Australopithecus
meio de mutações em sua biologia, foram afarensis” (Capannoli, Itália) por Sailko
aqueles que conseguiram sobreviver. Fonte: File:Capannoli… (on-line).
Pós-Universo 9

Com base nessa tese, Darwin publicou, em 1871, o livro “A origem do homem”,
teorizando de maneira mais detalhada a evolução humana. Isso abalou a cultura e a
sociedade do período, uma vez que colocava em cheque a explicação criacionista, o
que acabou gerando fortes críticas por parte da comunidade religiosa. Para Darwin
e seu seguidores, o homem era apenas um animal que evoluiu de outros primatas.
Seguindo as pegadas de Darwin, os estudiosos da evolução humana elabora-
ram novas pesquisas que contribuíram muito para o avanço científico. Porém, caro(a)
aluno(a), para se chegar ao conhecimento que temos hoje, foi necessário um traba-
lho amplo que envolveu diversos campos do conhecimento. Segundo o pesquisador
Leakey (2010, p. 495),

““
o estudo da origem do homem baseia-se em grande parte numa aborda-
gem pluridisciplinar, que não se limita ao estudo de ossadas fósseis e vestígios
arqueológicos; a geologia, a paleontologia, a paleoecologia, a geofísica e a
geoquímica desempenham papel preponderante, e, para os estágios mais
recentes, quando os hominídeos começaram a usar instrumentos, a arqueo-
logia é fundamental.

Em quase toda a África, é possível encontrar vestígios de achelenses, termo que se


refere à indústria lítica, ou seja, aos instrumentos da idade da pedra. A maior parte
dos achelenses é encontrada nas áreas de savanas e desértica, indicando, assim, que
o homem passou longos anos de sua jornada evitando as densas florestas tropicais
úmidas. Os achelenses presentes no Saara sugerem que a sua ocupação foi sazonal.
Em contrapartida, nas áreas de Sahel, nas épocas em que o clima era menos árido e
o homem podia conseguir água e pequenos animais para a caça, os achelenses são
relativamente mais abundantes (MURRAY, 2007).
Contudo você, aluno(a), deve estar se perguntando agora onde os arqueólo-
gos acham os achelenses. Explico. São em locais chamados de sítios arqueológicos,
os mais antigos são classificados como Idade da Pedra. Alguns deles ficam no leste
da África, no desfiladeiro de Olduvai e no Lago Turkana, onde há registros de Homo
habilis e do Homo erectus, este teria se espalhado no sentido norte e sul, povoan-
do quase todo o continente africano, exceto as zonas de floresta tropical úmida. Nos
sítios de períodos médios e tardios da Idade da Pedra, que é quando começa o de-
senvolvimento da cultura humana, são encontrados vestígios de Homo sapiens.
10 Pós-Universo

Figura 2 - Olduvai, um dos mais importantes sítios arqueológico do mundo (Tanzânia)

atenção
A Idade da Pedra é subdividida em:
• Paleolítico (pedra antiga) ou Idade da Pedra Lascada, cerca de 2 milhões
de anos.
• Mesolítico (pedra intermediária), cerca de 10 milhões de anos.
• Neolítico ou Idade da Pedra Polida, cerca de 1200 a 1400 a.C.ss (o autor).

A difusão da metalurgia e dos sistemas agrícolas data do final da Idade da Pedra. É


por volta de 5.000 a.C. que a agricultura começa a ser desenvolvida, trata-se de um
fenômeno autóctone de domesticação de algumas plantas, como o trigo e a cevada
no Oriente Médio e o milhete e sorgo na África. Já os primeiros trabalhos em ferro
aparecem no norte da África e são do último milênio antes de cristo. Ao que tudo
indica, a difusão ocorreu naturalmente de norte para o sul, e esta constatação levan-
tou dúvidas a respeito do desenvolvimento da tecnologia do ferro no Oriente Médio:
ela é resultante do autodesenvolvimento, fruto da importação da técnica africana ou
o conjunto de ambos os fatores (COOK, 2005).

reflita
“A África é o único continente para o qual não temos que quebrar a cabeça
com o problema da data da chegada dos seres humanos modernos: foi lá
que eles evoluíram” (Cook).
Pós-Universo 11

A Geografia
Física da África
12 Pós-Universo

Olá, aluno(a)! Antes de começar este tópico, acesse o atlas geográfico do continente
africano no link disponível em: <http://issuu.com/ed_moderna/docs/atlas-geogra-
fico-amostra/32>. Você também pode consultar o Google Maps e digitar a palavra
África no buscador. Isso vai ajudá-lo(a) a reter melhor as informações.
A África encontra-se praticamente isolada dos demais continentes. Na frontei-
ra norte, o mar Mediterrâneo distancia a África da Europa e, na fronteira nordeste, o
Mar Vermelho afasta o continente da Península Arábica. Existia uma pequena ligação
natural por terra entre o Egito e a Península do Sinai, mas foi interrompido, em 17 de
novembro 1869, com a inauguração do Canal de Suez, projeto desenvolvido, entre
1859 e 1869, pela companhia francesa Suez, de Ferdinand de Lesseps, em parceria
com o governo egípcio.
O litoral africano é extenso e banhado pelo Oceano Atlântico a leste e o Oceano
Índico a oeste, que cercam uma grande massa de terra composta por relevos, clima,
vegetação e hidrografia, temas que você vai estudar a partir de agora. Fique atento(a)
aos detalhes dos dados e à complexidade da geografia física do continente africano.

atenção
A África é o terceiro maior continente, atrás, apenas, da Ásia e das Américas.
São 30.221.532 km², cerca de 25% da superfície do planeta, distribuídos entre
as principais coordenadas geográficas: o Meridiano de Greenwich na ver-
tical e, na horizontal, a linha do Equador, o Trópico de Câncer ao norte e o
Trópico de Capricórnio ao sul.
Fonte: adaptado de Murray (2007) e Serrano (2010).
Pós-Universo 13

Relevo
Caro(a) aluno(a), você sabia que os relevos surgem por causa das ações das placas
tectônica? Essas ações ocorrem na vertical ou na horizontal e são responsáveis por
significativas modificações no terreno. Nas zonas onde ocorreram os movimentos
mais intensos, surgiram falhas isoladas, em partes ou aglomeradas. Nas regiões norte
e oeste, o relevo africano varia entre 200 m a 400 m acima do nível do mar, e peque-
nas regiões alcançam a altitude média de 1.000 m, como as Montanhas do Tibesti,
no noroeste do Chade, e a Cordilheira do Atlas sobre o Marrocos, a Argélia e a Tunísia.
Nas regiões sul e leste, as altitudes variam entre 400 m e 1.000 m. É nessa área
que se encontra o Maciço da Etiópia com uma elevação média de 2.500 m. É pro-
vável que essa formação geológica seja a responsável por limitar o crescimento da
floresta tropical até o litoral do Oceano Índico e pelo clima seco e árido da Somália.
Na mesma região, o Planalto dos Grande Lagos abriga as montanhas mais altas da
África, como o pico mais alto do continente, o Kilimanjaro, 5.895 metros entre o
Quênia e a Tanzânia (MURRAY, 2007).

Figura 3 - Montanhas do Tibesti a leste da cidade Bardai (Tchad)


Fonte: File:Tibesti… (on-line).
14 Pós-Universo

saiba mais
Associado às tensões nas fossas tectônicas, o vulcanismo é um dos fatores
que contribuiu para a modificação da paisagem africana. O ponto de maior
atividade vulcânica da África está no Vale do Rift*, sobretudo no Quênia e
na Etiópia, local onde a Placa Africana choca-se com a Placa Arábica. O lugar
também é conhecido como Grande Fenda Oriental, e é umas das fossas tec-
tônicas mais extensas do planeta com cerca de 6.000 km de comprimento.
A rachadura abriga uma sequência de acidentes geográficos que começa
no Mar Vermelho, percorre a terras altas da Etiópia e toda a África Oriental,
atingindo parte da África Meridional, resultando na formação do Vale de
Luangwa na Zâmbia.
Para saber mais assista ao vídeo disponível em: <http://abdekh.com/
watch/0_sLMU50BKU/jornada-geolgica-a-grande-fenda-africana-natgeo.
html>.
* Rift é um termo geológico para nomear tipos de vales nascidos por falhas
geológicas.
Fonte: adaptado de Murray (2007) e Serrano (2010).

No extremo sul da África do Sul, o Monte Drakensberg é uma importante cadeia


de montanhas. Com picos variando entre 1.800 m a 2.250 m, o Drakensberg é uma
região turística com trilhas, penhascos, piscinas naturais e animais (antílopes, zebras,
girafas etc.). O local abriga o Parque uKhahlamba-Drakensberg de 230.000 hectares
que entrou na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO em 2013. Em uma parte do
parque, está a província de KwaZulu-Natal, onde um trecho de 200 km da cordilhei-
ra está reservado a proteção ambiental de plantas endêmicas e animais em extinção.
Em algumas cavernas, preservam-se pinturas rupestres que representam a vida espi-
ritual do povo san, que viveu na região por um período de 4.000 anos (MILHORANCE,
2013; UNESCO, on-line).
Pós-Universo 15

Figura 4 - Montes de Drakensberg (África do Sul)

Figura 5 - Pinturas rupestres feitas pelo povo San, isto é, pessoas na África do Sul
16 Pós-Universo

Clima e vegetação
A África tem uma variação de clima e vegetação superiores aos continentes europeu
e asiático, pois quase 80% de suas terras estão entre o Trópico de Câncer e o Trópico
de Capricórnio. Nessa área, encontramos quatro tipos de clima e vegetação: deserto
e sua vegetação desértica, savanas e pastagens imersas em um clima tropical, um
clima equatorial sobre a floresta equatorial úmida e, nas extremidades norte e sul,
um clima e vegetação mediterrânea.
O mais quente deserto do mundo é o Saara. Com 9.400.000 km, sua área engloba os
desertos da Núbia e da Líbia, além das zonas semidesérticas do Sahel. Correspondendo
a cerca de 30% das terras africanas, a paisagem do Saara não é formada apenas por
areia, predomina-se uma formação rochosa de montanhas e planaltos, denominada de
reg (em árabe). À noite, a temperatura é extremamente fria, podendo ultrapassar 0°C
e o dia altamente quente, quase 45°. Na parte sul, está o deserto do Kalahari (930.000
km²), o segundo maior da África, localizado, principalmente, sobre a Botswana, onde
a paisagem predominante são as amplas dunas vermelhas.
Diferentemente do que você está acostumado a ver no cinema, a vegetação pre-
dominante na África não é a densa floresta tropical úmida e sim as savanas, um tipo
de ecossistema caracterizado pela contínua vegetação herbácea e um dorsal inter-
rompido por arbustos e árvores. As estações climáticas se dividem em períodos secos
e chuvosos e a quantidade de chuvas acaba por determinar o tipo de vegetação e
o nível de ocupação humana.
Cerca de 50% do território africano é coberto por savanas. Essa vegetação está
subdividida em três regiões: abaixo do Saara, na região oeste, onde vivem 13% da
população do continente; no centro sul, no qual os habitantes do local chamam as
savanas de Miombo; e uma longa faixa que vai da Etiópia até a Tanzânia na região
leste (GOEDERT; WAGNER; BARCELLOS, 2008).
Com um tamanho menor que as savanas e os desertos, a floresta equatorial úmida
abrange sete países, quase todos da África Ocidental e Central. Esse tipo de vegetação
possui uma grande biodiversidade com uma fauna recheada de animais de médio e
pequeno porte, diversas aves, chimpanzés e gorilas (animal ameaçado de extinção)
e uma flora riquíssima, com árvores gigantes cujas copas cobrem a entrada da luz
solar. Serrano (2010) destaca que a floresta tropical não é habitat natural do leão, “o
rei da selva”, predadores adaptados a perseguir suas presas necessitam de territórios
abertos com poucos obstáculos que só existe em regiões de savanas.
Pós-Universo 17

Figura 6 - Zebras, gnus e flamingos ao fundo. Cratera de Ngorongoro, Tanzânia.

reflita
A “ausência de civilização” representada na imagem de uma África tomada
por uma grande floresta equatorial, impenetrável, recheada de feras, insetos
nocivos e povos primitivos, é uma construção do colonialismo do século
XIX que foi repetido a exaustão no século XX, por meio dos relatos de via-
jantes, literatura de ficção, bibliografia acadêmica e pelo cinema (Serrano).

Já o clima mediterrâneo está presente em duas regiões: a primeira é no extremo no-


roeste sobre a Cordilheira do Atlas; a segunda é no extremo sul, sobre Cabo da Boa
Esperança, no litoral sul-africano. Esse clima é caracterizado por verões secos e a mo-
deração da temperatura é regulada pela influência do Mar Mediterrâneo ao norte e do
Oceano Atlântico ao sul. Sua vegetação é composta por coníferas e campos naturais.

Hidrografia
A imensa disponibilidade de água doce é outra característica do continente. A maior
parte dos rios corre para o interior em direção a zonas lacustres, como acontece no
lago Chade (ou Tchad). Cascatas e cachoeiras também são comuns: no curso do Rio
Zaire (ou rio Congo), existe a Cachoeira Livingstone e as Cataratas Boyoma, antiga
Stanley Falls. E, próximo da fronteira com o Zimbábue, as Cataratas Vitória ou Vitória
Falls na Zâmbia.
18 Pós-Universo

Figura 7 - Cataratas Victória ou Mosi-o-Tunya “fumaça que troveja” no idioma Tonga (Zâmbia,
Zimbabwe)

Nos cursos fluviais, destacam-se, ao menos, quatro rios e suas bacias hidrográficas:
Rio Nilo, Rio Zaire, Rio Níger e Rio Zambeze. Esses compreendem, em ordem cres-
cente, as quatro principais bacias hidrográficas da África.
A bacia hidrográfica do Rio Nilo (6.695 km de extensão), atinge dez países. O
Rio Zaire ou Rio Congo (4.667 km de extensão), que possui a segunda maior bacia
hidrográfica do mundo em volume d’água, mas seus rios não são acessíveis para em-
barcações de médio ou grande porte. O Rio Níger (4.185 km de extensão) é um dos
principais rios da África Ocidental e sua bacia hidrográfica integra-se a outros rios. E o
Rio Zambeze (2.650 km de extensão) é o quarto rio em importância na África e suas
águas percorrem várias zonas de planaltos, o que dá ao seu curso inúmeras catara-
tas e, consequentemente, dificulta a locomoção por barcos (PRADA, 1968).
Pós-Universo 19

Figura 8 - Rio Nilo no Cairo

Além dos rios, os lagos são de suma importância para a manutenção da vida no con-
tinente. Os principais são: o Lago Vitória, o Lago Taganica e o Lago Malawi na África
Oriental e o Lago Chade na África Ocidental.
O Lago Vitória ou Vitória Nyanza (68.100 km²) é o maior dos lagos africanos e
está localizado em uma área de clima equatorial. Fica sobre uma região de planalto
a quase 1.134 m acima do nível do mar, suas águas são propícias para pesca e ali-
mentam vários rios da região, inclusive o rio Nilo.
O Lago Taganica (31.900 km²) é o segundo dos lagos africanos e está localizado
sobre uma área depressão na África Oriental. É mais extenso que o lago Vitória no
sentido norte sul e o segundo lago em profundidade do mundo. O setor sul do lago
é rodeado por altas escarpas, o que deixa a margem norte baixa, facilitando o proces-
so de inundação durante os períodos de chuvas e, consequentemente, contribuindo
para o aumento do fluxo d’água dos rios que avançam sobre sua orla (PRADA, 1968).
20 Pós-Universo

O Lago Malawi ou lago Niassa (31.080 km²) é o terceiro entre os quatro grandes
lagos africanos e seu formato se assemelha ao lago Tanganica. Sua fauna é muito
abundante e, por isso, o local abriga o Parque Nacional do Lago Malawi, Patrimônio
Mundial da UNESCO desde 1984. Com uma paisagem montanhosa, águas profun-
das e cristalinas, o parque conta com a maior variedade de espécies dentro de um
único lago, algo entre 500 e 1.000 espécies, o que dá ao lago uma grande impor-
tância para o estudo da evolução comparável a dos tentilhões das Ilhas Galápagos
estudado por Darwin (UNESCO, on-line).
O Lago Chade é hoje um grande pântano que está, aos poucos, se enchendo
de areia, do qual o volume de água avança e retrocede de acordo com os rios que
afluem em seu leito. Trata-se de um lago em processo de decomposição. Na década
de 1960, o lago tinha cerca de 25.000 km², hoje, a área é de aproximadamente 500
km². A capacidade hídrica do lago vem diminuindo devido a mudanças nos parâme-
tros climáticos e da exploração desenfreada em virtude do aumento populacional.
Calcula-se que mais de 10% relativo ao seu tamanho original já se perdeu nas últimas
décadas (A DIMINUIÇÃO…, on-line).
Pós-Universo 21

A Geografia Humana e
Política da África
22 Pós-Universo

Figura 9 - A África hoje (mapa)

A divisão política do continente africano é caracterizada por cinco macros regiões,


59 países e diversas ilhas espalhadas pelo Oceano Atlântico e o Oceano Índico. As
fronteiras estão em constante modificação, de tempos em tempos, novas nações
são criadas e países ganham e perdem territórios. Essa constante reconfiguração
do espaço político africano interfere diretamente na economia e na sociedade, os
países possuem fronteiras políticas frágeis e o fato de grupos e etnias serem vizinhas
há séculos não significa que ambos compartilhem da mesma cultura ou se identifi-
quem como iguais.
Problemas semelhantes acontecem na Europa, onde os catalães não se iden-
tificam como espanhóis e, constantemente, pedem a separação de seu território.
Contudo, desde os anos de 1990, muitas fronteiras estão se consolidando, o que nos
permite traçar um quadro geral das cinco macrorregiões africanas.
Pós-Universo 23

As cinco macrorregiões africanas


O Norte da África é o local que tem laços históricos com a Europa e o Oriente Médio.
Por séculos, as embarcações gregas e romanas comercializavam produtos vindos de
Catargo ou do Egito, e israelenses e árabes trafegaram pela Península do Sinai muito
antes dos cruzados chegarem à região no século XIV (CHITTICK, 1983). Todos os países
são banhados pelo mar Mediterrâneo e a proximidade com o mundo europeu ficou
registrada em diversas igrejas cristãs que foram desaparecendo com a chegada do
Islã que, hoje, é a religião predominante. Para quem vive sobre o Saara, a água é um
problema constante.
Os recursos hídricos são adquiridos por fontes subterrâneas, pequenos rios e
oásis, o que interfere diretamente na organização social. O contraste entre campo e
cidade é gritante, existem cidades em processo de modernização coexistindo com
amplas zonas rurais que transmitem ao observador externo a impressão de que a
população local não evoluiu. Técnicas tradicionais de cultivo dividem espaço com
as tentativas de implantação de novas práticas, o que dificulta qualquer forma de
análise da situação econômica da região.
Devido ao clima seco e árido, as pessoas estão quase sempre fora de suas casas,
espalhadas pelas ruelas estreitas da antiga arquitetura urbana e histórica, por isso,
vemos nos filmes e novelas grandes mercados de rua, como o Jemaa El Fnaa de
Marrakech, no Marrocos. A vida citadina é regra e não uma exceção apesar da vida
nômade (grupo de pessoas que estão em constante movimento pelo deserto) não
ter desaparecido por completo.
A agricultura é limitada pela expansão do deserto do Saara que, em contrapar-
tida, fornece petróleo. Poços foram escavados na Argélia e na Líbia, onde a riqueza
gerada atingiu o seu ápice, resultando diretamente na melhoria e vida da população.
O maior IDH (2013) do continente pertence à Líbia (0,784), número 55º no ranking
mundial, 24 colocações a frente do Brasil (0,744 – nº 79º) (RANKING…, on-line).
A segunda macrorregião é o Oeste da África. Formada por 15 países, a maioria per-
tencia a instituição colonial Federação Africana Ocidental Francesa, que foi extinta em
1960. A extração de minérios e petróleo dita o tom do desenvolvimento econômico.
A Nigéria, o país mais populoso da África, também é um dos maiores exportadores
de petróleo do continente, sendo a multinacional Shell o maior grupo que atua na
região.
24 Pós-Universo

Em Serra Leoa, a extração desenfreada de diamantes, desde a década de 1950,


trouxe ao país riqueza e desequilíbrios políticos e econômicos que resultaram em
uma longa guerra civil a partir dos anos de 1990, que só foi apaziguada, em 2002,
com a interferência da ONU.

Figura 10 - Jemaa El Fnaa de Marrakech, Marrocos

fatos e dados
Um dado interessante que demonstra o quanto é problemática a situação
política do continente aconteceu no ano de 1975, quando quase 350 mil
pessoas desarmadas se juntaram ao rei de Marrocos e realizaram a “Marcha
Verde”. A marcha tinha como objetivo solicitar junto a Espanha o direito
de anexar ao seu território a antiga colônia Saara Espanhol que, atualmen-
te, recebe o nome de Saara ocidental. A região é considera mais uma zona
geografia do que uma nação-Estado e, por isso, é palco de disputa entre
Marrocos, Argélia, Mauritânia e pela Frente Polisário, que, desde 1976, luta
para transforma a região em um país reconhecido e independente com o
nome de República Árabe Saaraui Democrática (RASD).
Fonte: Murray (2007).
Pós-Universo 25

O setor industrial é precário e a agricultura acaba por incorporar a maior parte da


população que divide o seu tempo entre a agricultura de subsistência e de exporta-
ção. Comércio e manufatura são realizados com produtos da região. Em Dakar e no
Senegal, são confeccionados e vendidos vários tipos de cestos e objetos diversos.
Em Kano, na Nigéria, existe uma manufatura de tingimento com índigo, substância
que proporciona uma forte tonalidade de azul nos tecidos.
Com relação às moradias, cada região tem suas particularidades. Na curva do
Rio Níger, no Mali, os dogons (habitantes locais) vivem em aldeias de formato retan-
gular. Na cidade de Oulata, na Mauritânia, as casas são feitas com gesso e tijolos de
argila. Já os crioulos de Serra Leoa e os americano-liberianos, que vieram dos Estados
Unidos para a Libéria com o fim da escravidão, em 1863, mantiveram o estilo de in-
dumentária e de construção civil ocidental. Em Benin, na cidade de Ganvie, as casas
são erguidas dentro dos lagos sobre longas estacas e os moradores, ao invés de uti-
lizarem carros, se locomovem por canoas.
O Centro da África é a terceira região. Durante o período colonial, o território
esteve repartido entre várias nações europeias. Os países ao norte pertenciam à África
Equatorial Francesa, Angola estava sobre domínio português e a Guiné Equatorial
era controlada pelos espanhóis. Ao centro do continente, a Bélgica dominava uma
grande área colonial, o Congo Belga. Entre 1971 a 1997, com o processo de inde-
pendência, o território foi rebatizado como República do Zaire e, hoje, é chamado
de República Democrática do Congo.
Os povos que habitam as regiões centrais do continente não formam uma unidade
cultural como testemunhamos nas nações islâmicas do norte, muito pelo contrário,
a diversidade predomina. Os pigmeus, que atualmente falam o idioma das popu-
lações vizinhas, vivem em colônias espalhadas pelos bosques da floresta tropical
úmida, se dedicam à caça e à pesca e trocam o excedente por vegetais e grãos com
outros povos. Os fulanis (ou fulbé) são numerosos, porém extremamente diferentes
entre si, tanto em suas características físicas como no estilo de vida. Alguns chegam
a habitar o sudoeste do Chade, onde dividem espaço com os povos baduma, que se
alimentam de peixes oriundos do Lago Chade e se locomovem por meio de barcos
leves confeccionados com fibras de papiro.
26 Pós-Universo

Figura 11 - Família Fulani do Mali (2008)


Cultura, tradição e economia caminham praticamente juntas. Técnicas tradicionais
de agricultura, coleta de peixes e caça são comuns entre as populações do interior.
Contudo, nas últimas décadas, a mineração vem provocando mudanças no padrão
de vida. A extração e a exportação do manganês e do urânio têm contribuído para
a modernização e industrialização de várias cidades (MURRAY, 2007). Um exemplo é
a mina de Moanda que fica em Franceville, a terceira maior cidade do Gabão locali-
zada na região sudoeste do país.

reflita
Preservar a cultura de seus antepassados não é sinônimo de atraso. Tradição
e modernidade podem andar juntas em prol do desenvolvimento social e
econômico, haja vista o caminho trilhado pelo Japão (o autor).
Pós-Universo 27

A quarta região é o Leste da África. Acima da linha do Equador, está o Chifre da África,
onde grande parcela da população compartilha a fé islâmica e outra preserva o estilo
de vida nômade. Apesar de serem de etnias distintas e estarem quase sempre em
conflitos, ambas dividem elementos culturais em comum, todas se dedicam ao pasto-
reio e tentam sobreviver ao ambiente hostil do semiárido somaliano. Nas terras altas
da Etiópia e da Eritreia, existe uma população cristã que conserva as antigas Igrejas
construídas por volta do século IV d.C., que serão apresentadas ao leitor na unidade II.
Em termos culturais, as cerimônias religiosas fazem parte do cotidiano da popu-
lação local. Agricultores e pastores que vivem nas áreas altas resolvem os problemas
e fazem seus rituais de forma democrática sob a presidência de um conselho de
anciões e sem a definição de um líder. No Quênia e na Tanzânia, existem diferentes
grupos étnicos que preservam seus idiomas tradicionais e compartilham traços cul-
turais em comum, como as cerimônias de circuncisão que servem para demarcar a
transição de grupo etário. Os meninos deixam de ser crianças e tornam-se guerrei-
ros e as meninas ficam prontas para o casamento.

saiba mais
A circuncisão em meninas se tornou um problema de saúde pública em
muitos países e, hoje, é ativamente contestada por movimentos feminis-
tas e organizações internacionais. A prática ocorre independentemente da
influência religiosa e é feita por cristãos, judeus, muçulmanos e animistas
(aqueles que acreditam em espíritos que dão a vida a todas as coisas) que a
justificam com conceitos morais e culturais. É por isso que a ativista Fardhosa
Mohamed se questiona: “se a cultura fere o seu corpo, por que preservá-la?”.
Leia mais sobre esse costume e a opinião de Fardhosa Mohamed
no link disponível em: <http://www.pordentrodaafrica.com/default/
circuncisao-feminina-se-a-cultura-fere-o-seu-corpo-por-que-manter-es-
se-costume-diz-ativista-fardhosa-mohamed>.
FONTE: adaptado de Luz (2014, on-line)1.
28 Pós-Universo

A última macrorregião é o Sul da África. O leitor deve ter em mente que sua princi-
pal característica é o grande desequilíbrio econômico entre os países. As precárias
economias agrárias de Lesoto e Botsuana contrastam com a economia industrial de
extração de minérios da África do Sul, o país mais extenso e mais rico da região. A he-
gemonia dos sul-africanos frente aos demais foi ampliada após o fim do Apartheid,
em 1994, regime de segregação racial que deixou marcas sociais profundas na po-
pulação. A grande minoria branca da África do Sul e da Namíbia possui melhores
condições de vida, acesso à educação e bens de consumo, além de controlar a maior
parte do setor produtivo e as melhores zonas agrícolas. Os descendentes de holan-
deses concentram um grande poder político e econômico frente aos demais e se
esforçaram para criar uma cultura e língua própria: o afrikaans (MURRAY, 2007).

Figura 12 - Cidade do Cabo na África do Sul


Pós-Universo 29

Lesoto e Suazilândia são pequenos e representam muito pouco em termos econô-


micos para a região. A economia de Lesoto está entre as menos desenvolvidas do
mundo e quase toda a população se dedica à agricultura e à pecuária. Já a economia
da Suazilândia vem se diversificando, mas a maior parte da população ainda traba-
lha na agricultura de subsistência e no pastoreio. O principal produto de exportação
é o açúcar, seguido das frutas cítricas, do ferro, do carvão e do amianto.

Figura 13 - Escola em Malealea (Lesoto, 2015)


atividades de estudo

1. Sobre a origem, evolução e expansão humana, marque V para verdadeiro


ou F para falso e assinale a alternativa correta:

( ) Os primatas diferenciam-se dos outros mamíferos placentários pelo desenvolvi-


mento precoce do cérebro, pela substituição das garras por unhas chatas e pela
oposição do polegar aos outros dedos.
( ) Foi em 1934, no sítio arqueológico de Laetoli, na Tanzânia, que se descobriu o
mais antigo esqueleto humano batizado com o nome Lucy.
( ) O Homo neanderthalensis é o único hominídeo que não se originou em solo
africano.

a) V, F, V.
b) V, V, V.
c) V, F, F.
d) F, F, F.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
atividades de estudo

2. Os debates entre criacionistas e evolucionistas influenciaram os rumos das


ciências no século XIX. Com base em seus conhecimentos sobre o tema, com-
plete as lacunas do excerto abaixo:

O debate sobre a origem, evolução e expansão humana surge no século XIX e per-
passa por duas correntes: a primeira é______________________________, que
procura explicar a formação do mundo e do homem por meio das narrativas encon-
trada na Bíblia, mais precisamente no______________________________em que
se encontram os detalhes da maneira como Deus criou o planeta. A segunda foi de-
senvolvida por intermédio da crítica à primeira e é chamada de_______________
_______________. Trata-se da explicação elaborada pelo____________________
__________, sendo a obra mais influente “A origem das espécies”, de 1859, escrito
pelo cientista inglês Charles Darwin (1809-1882).

a) A vertente criacionista – Evangelho de São Mateus – determinista – pensamen-


to critico teológico.
b) A vertente evolucionista – livro do Gênesis – criacionista – pensamento científi-
co do período.
c) A vertente criacionista – livro do Gênesis – evolucionista – pensamento científi-
co do período.
d) A vertente criacionista – livro do Gênesis – evolucionista – pensamento científi-
co do período.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
atividades de estudo

3. A África é extremamente rica em diversidade sociocultural. Sobre o tema,


marque V para verdadeiro (V) ou F para falso e assinale a alternativa correta:

( ) Nas terras altas da Etiópia e na Eritreia, existe uma significativa população cristã
que preserva as antigas Igrejas construídas por volta do século IV d.C.
( ) O maior IDH (2013) do continente africano pertence à Líbia (0,784), número 55º
no ranking mundial, 24 colocações a frente do Brasil (0,744 – nº 79º).
( ) Na Namíbia, as etnias que compõem a população são classificadas em 12 grupos
diferentes e se comunicam por meio do idioma bantas e khosans.

a) V, V, V.
b) V, V, F.
c) V, F, F.
d) V, V, V.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

4. Sobre a economia, cultura e sociedade do continente africano, marque V


para verdadeiro (V) ou F para falso e assinale a alternativa correta:

( ) Na África do Sul e na Namíbia, os descendentes de holandeses concentram um


grande poder político e econômico frente aos demais e se esforçaram para criar
uma cultura e língua própria: o afrikaans.
( ) Apesar de serem pequenos Lesoto e Suazilândia representam a maior parcela da
economia do Sul da África.
( ) Apesar de sua extensão territorial, a África apresenta pouca diversidade cultural.
Todos os povos compartilham da fé islâmica e vivem majoritariamente na zona
rural.

a) V, F, V.
b) V, V, V.
c) V, F, F.
d) V, V, V.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
atividades de estudo

5. A África é extremamente rica em diversidade sociocultural. Sobre o tema,


marque V para verdadeiro (V) ou F para falso e assinale a alternativa correta:

( ) Nas terras altas da Etiópia e na Eritreia, existe uma significativa população cristã
que preserva as antigas Igrejas construídas por volta do século IV d.C.
( ) O maior IDH (2013) do continente africano pertence à Líbia (0,784), número 55º
no ranking mundial, 24 colocações a frente do Brasil (0,744 – nº 79º).
( ) Na Namíbia, as etnias que compõem a população são classificadas em 12 grupos
diferentes e se comunicam por meio do idioma bantas e khosans.

a) V, V, V.
b) V, V, F.
c) V, F, F.
d) V, V, V.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

6. Sobre a economia, cultura e sociedade do continente africano, marque V


para verdadeiro (V) ou F para falso e assinale a alternativa correta:

( ) Na África do Sul e na Namíbia, os descendentes de holandeses concentram um


grande poder político e econômico frente aos demais e se esforçaram para criar
uma cultura e língua própria: o afrikaans.
( ) Apesar de serem pequenos Lesoto e Suazilândia representam a maior parcela da
economia do Sul da África.
( ) Apesar de sua extensão territorial, a África apresenta pouca diversidade cultural.
Todos os povos compartilham da fé islâmica e vivem majoritariamente na zona
rural.

a) V, F, V.
b) V, V, V.
c) V, F, F.
d) V, V, V.
e) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.
Considerações Finais

A expansão humana e a origem do homem ocorreram há milhares de anos em solo africano. A


natureza percorreu um longo caminho evolutivo, os hominídeos passaram por várias fases de
adaptação genética, como o desenvolvimento do polegar opositor e maior capacidade cerebral,
até chegar ao Homo sapiens. É importante destacar que existem duas correntes teóricas que ex-
plicam a origem do homem: a primeira é a criacionista e se fundamenta na leitura da Bíblia; a
segunda é a evolucionista e se baseia na interpretação científica do mundo.

Para você compreender esse processo de evolução, no entanto, é necessário estudar o espaço
físico africano. A grande massa de terra que forma a África tem um clima predominantemente
tropical e relevos de características diversas, com planícies, montanhas, depressões e planaltos.
Lembre-se que a hidrografia é marcada pela abundância de lagos, rios e cachoeiras, destaque
para os Grandes Lagos Equatoriais, o Lago Chade e as bacias dos Rios Nilo, Zaire, Níger e Zambeze.
Chamo sua atenção para a cobertura vegetal, a floresta tropical úmida está apenas no centro do
continente e é a savana a vegetação predominante, seguida das áreas desérticas e semiáridas.

A partir desse panorama geral sobre o relevo, vegetação e hidrografia, fica mais fácil a você,
aluno(a), examinar a África Política e Humana. As macrorregiões africanas são completamente
diferentes entre si em termos sócioculturais, políticos e econômicos. Destaque para o contraste
entre campo e cidade presente em todas as regiões, a conservação das antigas tradições, as ten-
tativas de modernização e os problemas do desenvolvimento. Importante: a diversidade cultural
é o único fator predominante.

E, agora, caro(a) aluno(a), como passou a ver a África a partir desses conhecimentos? Pense e
reflita sobre o que aprendeu com este estudo.

Espero que tenha achado estas informações interessantes.


resumo

A África é o terceiro maior continente do planeta e sua formação geológica está entre as mais
antigas. Há um predomínio de planalto seguido de áreas de depressões ao centro e montanhas
ao norte, ao leste e ao sul. O potencial hidrográfico é alto devido à abundância de rios e lagos,
especialmente nas regiões de clima tropical, que contrastam com as grandes áreas desérticas e
semidesérticas. O clima predominante é o tropical, embora existam pequenas faixas de clima me-
diterrâneo no litoral da África do Sul e na costa do Mediterrâneo.

Foi nesse espaço que a natureza gerou os primeiros primatas, entre 20 a 10 milhões de anos atrás
no leste da África. No século XIX, houve um intenso debate entre duas teorias que explicavam a
origem do homem: a criacionista e a evolucionista. Os arqueólogos, a fim de porem em prática
ambas as teorias, realizaram várias escavações e descobriram que o processo de evolução da hu-
manidade passou por estágios: do primeiro primata, veio o Australopithecus e, posteriormente,
Homo sapiens e, desse último, o Homo habilis, Homo erectus, Homo neanderthalensis e Homo
sapiens. O ancestral comum entre todos é uma fêmea que se chama Lucy, encontrada, em 1974,
na Etiópia. Esse ancestral foi primogênito da diversidade cultural africana.

O continente está dividido em cinco macrorregiões: norte, oeste, centro, leste e sul. Cada uma
possui suas particularidades e todas enfrentam problemas semelhantes, como o contraste entre
área urbana e rural, os desafios da modernização, economias frágeis com pouca industrialização
(talvez com exceção da África do Sul) e a dependência da exportação de minérios, petróleo e
produtos agrícolas.

As tradições antigas estão vivas e cada povo conserva a sua identidade cultural, por isso, é comum
encontrarmos tradições diferentes em um mesmo país. Vale destacar que muitas das fronteiras
presente hoje foram impostas pelo colonialismo do século XIX, e esse é um dos motivos que di-
ficulta a reorganização política dos países.
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referências

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REFERÊNCIA ON-LINE

1 Em: <http://www.pordentrodaafrica.com/default/circuncisao-feminina-se-a-cultura-fere-o-seu-
-corpo-por-que-manter-esse-costume-diz-ativista-fardhosa-mohamed>. Acesso em: 18 jul. 2016.

2 Em: <http://www.mixcidade.com.br/noticias/mundo/1227/rachadura+gigante+com+56+km+-
na+etiopia+ira+criar+um+novo+oceano+na+africa>. Acesso em: 18 jul. 2016.
referências

1. a) V, F, V.

2. c) A vertente criacionista – livro do Gênesis – evolucionista – pensamento científi-


co do período.

3. b) Na África, está o mais significativo deserto do mundo, o Saara..

4. c) O vulcanismo é um dos fatores que contribuiu para a modificação da paisagem


africana. Esse fenômeno foi o responsável pela formação do vale do Rife.

5. d) V, V, V.

6. c) V, F, F.

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