Ginecologia

DETERMINAÇÃO DO SEXO
O sexo genético é determinado na fecundação pelo
tipo de espermatozoide. Entretanto, o sistema
genital permanece morfologicamente
indiferenciado em ambos os sexos até a 7ª semana
quando as gônadas começam a adquirir suas
características.
ESTADOS INTERSEXUAIS E
MALFORMAÇÕES DO SISTEMA GENITAL
Disgenesias Gonádicas – Síndrome de Turner
Pseudo-hermafroditismo
A síndrome de Turner forma mais característica.
Caracteriza-se pela discrepância entre o sexo
O cariótipo é
gonádico e a genitália externa. Pode ser
“45 X0” e as gônadas são rudimentares, não
masculino ou feminino, dependendo da gônada ser
apresentando elementos
testículo ou ovário, respectivamente.
histológicos de ovário ou
testículo.  Pseudo-hermafroditismo masculino: a
gônada é um testículo (XY) e a genitália é
Uma vez que não há
dúbia ou feminina por redução de atividade
testículo e androgênio, a
androgênica.
genitália é feminina, porém
 Pseudo-hermafroditismo feminino: as
não há desenvolvimento
gônadas são ovários(XX), a genitália
dos caracteres sexuais
interna é feminina, mas a genitália externa
secundários por falta de
apresenta maior ou menor grau de
estrogênio.
masculinizarão, denotando ação
Afeta sobretudo indivíduos do sexo feminino, que androgênica.
não recebem o cromossoma x herdado de seu pai,
Hermafroditismo Verdadeiro
resultando assim em 45 cromossomas.
É condição muito rara. Há presença de ovário e
Clínica da Síndrome de Turner – (45
testículo, separadamente em gônadas opostas, ou
X0)
na mesma gônada (ovotestes). A genitália externa
 Baixa estatura
tem aspecto variável.
 Pregas de Epicanto
 Orelhas em Abano Anatomia
 Pescoço Alado
 Implantação baixa dos cabelos na VASCULARIZAÇÃO
nuca A pelve e as vísceras nela situadas recebem
 Má formação cardíaca e renal irrigação sanguínea de três artérias principais:
 Artéria ilíaca interna ou hipogástrica.
Síndrome de Klinefelter  Artéria ovariana.
O cariótipo mais comum é “47 XXY”, um cariótipo  Artéria sacra média.
a mas. Logo, o fenótipo é masculino, mas os PERITÔNIO PÉLVICO
testículos são pequenos, há azoospermia e
ginecomastia. Distingue-se:
 Porção parietal (peritônio pélvico parietal)
 Porção visceral (peritônio pélvico
visceral).

Lateralmente ao útero, o peritônio pélvico recebe a
denominação de ligamento largo. Conforme os dois
folhetos do ligamento largo, descem para
profundidade da pelve, vão-se afastando um do
outro. O folheto anterior reveste o ligamento
redondo e, o posterior, os ligamentos útero-sacros,
que delimitam o fundo de saco de Douglas. Vale
assinalar que os ovários não são revestidos pelos
folhetos peritoneais do ligamento largo.
ÓRGÃOS SEXUAIS FEMININOS
O trato reprodutivo feminino é composto por
órgãos genitais, internos, externos e pelas mamas.
 Órgãos Genitais Internos (OGIs): vagina,
útero, tubas e ovários;
 Órgãos Genial Externos: compreende a
vulva1: composta por lábios maiores e
menores, monte de vênus, clitóris, vestíbulo
e glândulas vaginais maiores (bartholin) e
menores (Skene).
Órgãos Genitais internos
 OVARIO
São as gônadas femininas. Órgão par, apresenta
dimensões variáveis de indivíduo a indivíduo e de
acordo com as fases do ciclo menstrual.
A posição do ovário tende a se modificar após o
parto devido ao estiramento dos ligamentos
determinado pela gravidez. Os ligamentos ficam
mais longos e mais frouxos e os ovários passam a
ter uma posição mais baixa na cavidade pélvica.
Os ovários estão constituídos por um estroma, com
duas
regiões bem definidas:
a. Camada germinativa. Camada de epitélio
cúbico simples
que cobre o órgão em toda a sua extensão e se
continua com o mesotélio das duas lâminas
peritoneais do mesovário. A linha de transição
entre os dois epitélios denomina-se linha de Farré-
Waldeyer. Devido ao fato de os ovários não
apresentarem revestimento peritoneal eles
correspondem aos únicos órgãos realmente
intraperitoneais.
b. Camada cortical. Situada logo abaixo da
camada germinativa, é a região do ovário onde
encontramos os folículos ovarianos em diferentes
estágios de desenvolvimento.
É também denominada zona ovígera ou zona
responsável pela ovogenese.
c. Camada medular. É a mais profunda, rica
em tecido
conjuntivo frouxo com maior número de fibras
elásticas, algumas fibras musculares lisas, além de
uma grande quantidade de vasos sangüíneos
espiralados, principalmente veias, o que confere a
esta camada um aspecto cavernoso.
 TUBA UTERINA
Órgãos tubulares pares que conectam a cavidade
uterina à cavidade pélvica. São meio de
comunicação da cavidade peritoneal com o meio
externo e têm como finalidade capturar e conduzir
o óvulo para a cavidade uterina, além de conduzir
os espermatozoides em sentido
contrário. Identificam-se quatro porções de limites
mal definidos que, do ovário ao útero, são:
1. Infundíbulo,
2. Ampola, um
3. Ístmo
4. Porção uterina.
Infundíbulo: tem a forma de um funil e suas
bordas apresentam numerosos processos finos e
irregulares denominadas fímbrias tubárias. Uma
dessas fimbrias é mais longa e encontra-se,
frequentemente, presa à extremidade tubária do
ovário; é chamada de fímbria ovárica.
Ampola: Ampola é a porção mais longa e
dilatada da tuba; é tortuosa e apresenta paredes
relativamente mais finas.
Istmo: é a porção mais estreita e de paredes mais
espessas. A porção uterina é intramural e termina
na cavidade uterina como óstio uterino da tuba.
Porção Uterina: Estrutura da Tuba Uterina Em
cortes transversos, a tuba uterina é constituída por
três camadas superpostas:
1. Camada serosa: forma a mesosalpinge
2. Camada muscular circular. É a camada
responsável pelos movimentos peristálticos
orientados no sentido da cavidade uterina.
3. Camada mucosa: O epitélio é cilíndrico
simples com células intercaladas com cílios
que apresentam movimentos no sentido da
cavidade uterina. As células não ciliadas
são secretoras de um fluido que é utilizado
pelo óvulo ou ovo na sua primeira fase do
desenvolvimento, alem de oferecer
proteção contra a passagem de
microrganismos
 VAGINA
Cavidade virtual, tubular, constituído de parte
muscular e membranosa, que une a cérvice uterina
a vulva. Tem em torno de 7 a 8 cm de comprimento
e sofre moldagem durante o coito e o parto.
 ÚTERO
Trata-se do órgão responsável pelo
armazenamento do produto conceptual durante a
gestação. Constituído de fibras musculares que
pode ser dividido em três porções:
1. Colo
2. Corpo
3. Istmo
O colo do útero é constituído por fibras de
colágenas que se divide em:
1. Ectocérvice: reveste o meio vaginal;
2. Endocérvice: reveste o canal
endocervical.
Dimensões do útero
A união das duas porções é denominada junção
escamocolunar, local mais frequente de
metaplasias.
O útero tem dimensões variáveis de acordo com a
idade e gravidez.
Nulípara: cerca de 6,5 a 7,5 cm de comprimento
por 3 a 5 cm de largura e, em média, 2 cm de
espessura.
A cavidade uterina tem cerca de 4,5 a 5,5 de
profundidade, a partir do óstio uterino.
Após uma gestação, o útero leva de seis a oito
semanas para retornar à sua condição de repouso,
apresentando 1 cm a mais em todas as suas
dimensões.
Posição do útero
Em muitas doenças, o útero pode ser encontrado
em retroversão, lateroversão ou imóvel, por
aderências aos órgãos vizinhos ou por infiltração
tumoral.
Em condições normais, na nulípara, o útero está em
ante flexão e anteversão.
Estrutura do Útero
Na arquitetura do útero identificam-se três camadas
que, da cavidade pélvica para a sua, são:
 Túnica serosa (Perimétrio)
 Túnica muscular (miométrio)
 Única mucosa (endométrio).
Perimétrio: O Perimétrio corresponde ao peritônio
visceral que reveste grande parte do útero. A
mudança de direção do peritônio forma os recessos
peritoneais: vesico-uterino (anterior) e reto-uterino
(posterior)
Miométrio: A camada muscular apresenta
espessura que varia de 10 a 15 mm e é composta
por fibras musculares lisas dispostas em fascículos,
separados por fibras colágenas. Devido a esta
disposição em espiral, o útero pode aumentar seu
volume graças à desespiralização de suas fibras e
após o parto retornar quase ao seu tamanho
primitivo.
Endométrio
É a camada que reveste internamente a cavidade do
útero, em íntimo contato com o miométrio, por não
apresentar submucosa. Seu aspecto morfológico
varia com o estímulo hormonal. Na pré-puberdade
e na pós-menopausa encontra-se fino e atrofiado e
no menacme (período fértil da mulher) apresenta-
se desenvolvido, sofrendo modificações cíclicas
que caracterizam o ciclo menstrual, condicionadas
pela ação dos hormônio ovarianos. Durante o ciclo
menstrual, o endométrio apresenta três fases
distintas: proliferativa, secretora e menstrual.
 Fase proliferativa ou estrogênica:
Inicia-se após a menstruação e coincide com o
desenvolvimento dos folículos ováricos e com a
produção de hormônios estrogênicos. Possui duas
camadas:
Cama Funcional: é a camada renovada a cada
ciclo.
Camada Basal: fina camada de tecido conjuntivo
com o fundo das glândulas uterinas, resquício das
glândulas que foram eliminadas durante a
menstruação.
 Fase secretora, progesterônica ou
luteínica:
No meio do ciclo menstrual ocorre a ovulação,
forma-se o corpo lúteo, e incrementa-se a produção
da progesterona. Sob a ação deste hormônio as
glândulas uterinas são estimuladas a secretar,
tornam-se tortuosas, com luz ampla e repleta de
secreção.
 Fase menstrual:
Não havendo fecundação, diminui a secreção
hormonal, há contração das artérias espiraladas,
necrose da camada funcional do endométrio com
descamação e hemorragia por ruptura de vasos
arteriais e venosos.
Orgãos genitais externos
Os órgãos sexuais externos femininos, também
denominados
vulva ou o pudendo feminino, correspondem às
estruturas genitais localizadas no períneo anterior:
monte
do púbis, grandes e pequenos lábios, vestíbulo da
vagina e
clitóris.