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APOSTILA
AUXILIAR VETERINÁRIO 1
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
Auxiliar Veterinário
MÓDULO I
Sumário
2º edição – AGOSTO/2009
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
1o MÓDULO
A domesticação do lobo
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
Como tal, o homem teve, naturalmente, de procurar converter o lobo num aliado
de caça, tentando, pela primeira vez, domesticar um animal muito antes de ele próprio
se tornar sedentário e de se dedicar à criação de animais. Assim, o cão primitivo, era
indiscutivelmente, um cão de caça e não um cão pastor.
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
No Antigo Egito, o gato doméstico, trazido do sul ou do oeste por volta do ano de
2.100 a.C., é considerado um ser divino, de tal ordem que, se um deles morrer de
morte natural, as pessoas da casa raspam as sobrancelhas em sinal de luto.
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
diversas subáreas já são bem definidas, sendo que já existem médicos veterinários que
são anestesistas, odontólogos, oftalmologistas, obstetras, pediatras, patologistas
clínicos, ortopedistas, nutricionistas, dentre outros.
O auxiliar de veterinária
É cada vez mais crescente o mercado de trabalho para os
médicos veterinários, de todas as áreas. Neste contexto se
destaca uma área em especial, a do chamado Mercado Pet, que
é uma das áreas comerciais que mais crescem na atualidade.
Sendo assim, a necessidade de mão de obra qualificada para o
trabalho nos mais variados estabelecimentos veterinários
também tem crescido bastante. É justamente nesse mercado
crescente que o auxiliar de veterinária pode se enquadrar,
ajudando em todas as seções e repartições dos pet shops,
consultórios, clínicas ou hospitais veterinários, além de
zoológicos e fazendas.
Dentre as atividades que podem ser realizadas pelo auxiliar de veterinária, dentro
da rotina clínica, estão:
• Aferir temperatura
• Aplicar injeções
• Fazer curativos
• Alimentar os animais
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• Exercitar os animais
• Pesar o animal
• Conter o animal
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
Dentre as atividades que podem ser feitas pelo auxiliar de veterinária, no que diz
respeito às outras áreas do pet shop, consultório, clínica e hospital estão:
• Buscar os animais
• Entregar o animal
• Controlar óbitos
• Embalar cadáveres
• Desinfetar equipamentos
• Demonstra paciência
• Demonstrar autocontrole
• Demonstrar concentração
• Demonstrar paciência
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• Avaliar riscos
• Administrar conflitos
EXERCÍCIOS
1. O que você entende por canídeos? E por felídeos?
2. Explique com suas palavras como se deu a domesticação dos cães e gatos.
3. O que fez com que os gatos selvagens se aproximassem do homem pela primeira
vez? Em que região do mundo se deu essa aproximação?
4. Quando surgiu a primeira escola de Medicina Veterinária? Em qual país? Qual era a
principal espécie animal estudada?
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
• Gigantes (acima de 46 Kg )
O corpo do cão: as 3
grandes regiões: zona
anterior, corpo e zona
posterior.
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1. Trufa
2. Chanfro (zona posterior do nariz)
3. Olho
4. Orelha (pavilhão)
5. Pescoço (região dorsal)
6. Espádua
7. Cernelha ou Garotte
8. Dorso
9. Rim
10. Garupa
11. Cauda
12. Coxas
13. Articulação (joelho)
14. Perna
15. Jarrete (tarso)
16. Metarso
17. Região inguinal (virilha)
18. Prepúcio
19. Flanco
20. Ventre
21. Braço
22. Pescoço (zona ventral)
23. Bochecha
24. Boca
25. Codilho (cotovelo)
26. Ante-braço
27. Carpo
28. Mão (dedos)
29. Unhas
30. Esterno
31. Ponta da espádua
32. Peito ou costelas
33. Garganta
34. Nuca
35. Extremidade das nádegas
36. Extremidade do cotovelo
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
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O cão possui três a quatro formas de locomoção, com maior ou menor grau de
desenvolvimento consoante a raça: passo, trote, galope, passo travado. O cão é um
bom saltador e um nadador médio, apresentando sempre variações em função da raça.
O esqueleto do cão
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
• Os ossos são formados por uma estrutura fibrosa calcificada. Esta calcificação
ocorre progressivamente no decurso da vida fetal e durante a fase de
crescimento. Esta última fase é muito longa no caso dos cachorros de raças
grandes, pelo que se aconselha uma grande prudência em relação aos aportes
de cálcio da alimentação para evitar carências e excessos. O cálcio ósseo
constitui, ao longo de toda a vida do cão, uma reserva que aumenta ou diminui
ao passo que o teor de cálcio sanguíneo permanece constante. O centro dos
ossos é constituído pela medula óssea, tecido esponjoso que produz as células
sanguíneas.
O esqueleto do gato
O esqueleto do gato é composto por 279 a 282 ossos, geralmente alongados,
esguios e finos, mas muito resistentes.
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• As articulações
• Os músculos
São constituídos por um conjunto de células contráteis
ligadas entre si por membranas que formam feixes musculares.
Esses feixes reúnem-se formando tendões fibrosos que se ligam
às zonas de inserção óssea. As células contráteis possuem
constituintes específicos que lhe vão permitir encurtar-se,
situação que produz, à escala muscular, a contração. Esta
requer a energia transportada pelo fluxo sanguíneo, armazenada
e metabolizada a nível celular. A determinação desta contração
é nervosa, designando-se por placa motriz a junção entre a
célula nervosa e a célula muscular. Trata-se de um sistema
complexo que permite a transformação da informação nervosa
em contração muscular. O sistema muscular está assim
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
A região cervical é composta por uma espessa massa muscular que está
subdividida em 4 camadas. Os músculos do abdome são muito desenvolvidos,
conferindo à parede abdominal a sua textura carnuda e espessura característica. Os
músculos da anca e coxas são bastante fortes. As características específicas dos
músculos dos membros são baseadas no número dos dígitos das mãos e dos pés. Os
membros possuem músculos rotatórios (de pronação e de supinação: movimentos de
rotação de 180¼ da face palmar ou plantar das mãos e pés). Os membros posteriores,
mais fortes que os anteriores, estão sempre preparados para o relaxamento ou
propulsão do animal. No caso do gato, a corrida é composta por uma série de saltos
longos e rasantes. O gato é um corredor de velocidade e não de distâncias longas. Os
seus músculos e garras permitem-lhe escalar e trepar com facilidade. Consegue saltar
muito alto e, quando a altura é suficiente, consegue criar sobre as 4 patas.
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As artrites
São inflamações da articulação. Podem ter diferentes origens: sépticas, com a
presença de um microorganismo infeccioso na articulação (a inoculação do
microorganismo na articulação pode, por exemplo, ocorrer por ocasião de dentadas),
ou estéreis, podendo ser imunológicas (poliartrites, as mais freqüentes) ou não.
A displasia coxo-femural
Trata-se de uma afecção congênita, de caráter hereditário contestado,
caracterizada por um desenvolvimento anormal da articulação coxo-femural, que tem
como conseqüência uma má imbricação do fêmur na cavidade articular do quadril. É
freqüente nos cães grandes e tem desenvolvimento rápido (Terra-Nova, Labrador,
Pirinéus, Pastor Alemão).
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Estrutura da pele
A pele possui uma estrutura queratinizada. Podem
distinguir-se 3 níveis na espessura da pele:
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2. A derme, separada da estrutura anterior por uma lâmina basal e que representa
uma camada espessa da pele: 1,3 mm no dorso até 2,5 mm nas almofadinhas. Contém
fibras elásticas e colágeno que asseguram a elasticidade e a resistência a pele.
1. Pêlo primário
2. Epiderme
3. Derme
4. Músculo eretor do pêlo
5. Gordura subcutânea
6. Glândula sebácea
7. Glândula sudorípara
8. Pêlo secundário
9. Papila
Os anexos da pele
São compostos por diversas formações:
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1. Almofadinha do carpo
2. Almofadinha palmar (metacarpo)
3. Almofadinhas digitais
4. Unha
5. Esporão
EXERCÍCIOS
Alopecias
São definidas como uma perda anormal de pêlos, deixando aparecer a pele.
Podem ser: localizadas, regionais, gerais, bilaterais e simétricas e não simétricas.
Existem vários tipos de alopecias conforme a sua origem:
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Dermatite atópica
Trata-se de uma dermatite pruriginosa alérgica, de predisposição hereditária,
causada por alérgenos inalados (pólen, poeiras, escamas). Manifesta-se em animais
com 1 a 3 anos de idade nas raças Terrier, Dálmata, Setter irlandês e Pequinês e
apresenta um caráter sazonal.
Dermatite de contato
É uma reação inflamatória da pele causada pelo contato direto com uma
substância irritante (sabão, detergente, solo, inseticidas, ácidos, alcatrão, gasolina) ou
alergênica (depois de contactos repetidos, ocorre o aparecimento local de uma
dermatite nas regiões de contacto. Ex.: vegetais, lã, tapetes sintéticos, plástico, coleira
inseticida, cobertores).
Dermatite de lambedura
Esta dermatite é causada por lambidela das patas. É típica das grandes raças,
muito ativas, que ficam sós durante o dia.
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Seborréias
Manifesta-se sob a forma de uma afecção cutânea caracterizada por uma
produção anormal de sebo pelas glândulas sebáceas dos folículos pilosos e
escamação exagerada. Muitas vezes é secundária a uma dermatose (demodicose,
sarna). Pode ser primária nos Cockers, Épagneuls, Terriers ingleses e Pastores
alemães. Com freqüência, há um desequilíbrio hormonal (genital na fêmea) que é a
causa determinante.
As sarnas
A sarna do cão é uma doença de pele causada por um
pequeno ácaro microscópico chamado Sarcoptes Scabiei. O parasito
'cava' túneis nas camadas mais profundas da pele causando intensa
coceira, o sintoma mais conhecido da sarna tanto em humanos como
em animais. Mas é claro que nem todo prurido (coceira) significa
sarna.
Os ácaros penetram na
camada mais profunda da epiderme,
denominada germinativa,
responsável pela regeneração da
pele, perfurando-a e revestindo-a
com queratina, fazendo com que se
crie uma parede cornificada,
provocando assim esfoliação das
camadas superiores. Novas
camadas de camada córnea são
geradas em reação defensiva frente
aos ácaros, Como resultado há
uma maior vascularização da
epiderme com conseqüente rubor e
calor, que se detecta como uma
inflamação.
Além da coceira, que pode ter tão intensa que faça com que o animal pare de
comer pelo estresse, a sarna causa perda de pêlos, descamações e crostas na cabeça,
orelhas e patas, podendo alastrar-se para todo o corpo do animal, se não for tratada.
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No gato, a sarna é causada por um outro ácaro, o Notroedis cati. Os sintomas
são praticamente os mesmos que nos cães, porém, encontramos lesões principalmente
na cabeça e orelhas.
Os animais podem pegar sarna no contato direto com outros cães ou gatos
doentes, ou pelo contato indireto através de cobertores, roupinhas, toalhas, escovas,
etc., contaminados. Por isso, no tratamento da doença, é importante não apenas tratar
o animal, mas também os objetos usados por ele, lavando-os com água quente e, se
possível, passando a ferro em temperatura alta.
A escabiose não deve ser confundida com demodicose ou "sarna negra". Essa
última é causada por outro agente, o Demodex canis, não é transmissível de um animal
para outro, mas sim da mãe para o filhote. Enquanto a escabiose pode ser tratada, a
sarna negra não tem cura, mas controle.
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nos braços e tórax, justamente as áreas onde as pessoas têm contato direto com os
animais quando os carregam. A coceira é o sintoma característico e esse tipo de sarna
no homem tem tratamento fácil, na maioria das vezes.
As micoses
Alguns tipos de fungos são os causadores de micoses, tanto no homem quanto
nos animais. Esses fungos podem viver no solo, nas plantas ou na pele.
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A medula espinhal
1. Septo dorsal 9. Coluna dorsal
2. Veio lateral dorsal 10. Coluna ventral
3. Gânglio espinal 11. Funículo
4. Ramo dorsal ventral
5. Ramo ventral 12. Fissura ventral
6. Ligamento denteado 13. funículo lateral
7. Nervo espinal 14. canal central
8. Funículo dorsal 15. coluna lateral
1. Hemisfério cerebral
2. Cerebelo
3. Espinal-medula
4. Pedúnculos cerebrais
5. Fissura pseudo-silviana
6. Sulco rino-lateral
7. Cerebelo
8. Espinal-medula
9. Hipófise
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As convulsões
O termo convulsão refere-se ao distúrbio paroxístico
(ataque súbito) involuntário do cérebro, geralmente
manifestando-se como uma atividade muscular
descontrolada. Epilepsia refere-se à recorrência ou
repetição das convulsões, particularmente se a causa
fundamental não pode ser identificada (epilepsia
idiopática). As convulsões caracteristicamente são não
precipitadas, estereotipadas e cessam espontaneamente.
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Exercícios
1. Cite e explique os diferentes sistemas nervosos
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6. Ponta do coração
1. 3° costela 7. Ponta do cotovelo
2. 6° costela 8. Válvula tricúspide
3. Orifício aórtico 9. Orifício aórtico
4. Orifício pulmonar 10. 3° costela
5. Orifício átrio-ventricular esquerdo
O coração
Divide-se em quatro grandes compartimentos: o átrio direito que recebe o
sangue pobre em oxigênio e envia-o para o ventrículo direito, que o expele em direção
aos pulmões; o átrio esquerdo que recebe o sangue dos pulmões rico em oxigênio,
envia-o para o ventrículo esquerdo que por sua vez o expele para as diferentes zonas
do corpo. No adulto o coração é totalmente compartimentado, não se verificando a
mistura entre os sangues rico e pobre em oxigênio, a passagem pelos diferentes
compartimentos processa-se graças a válvulas que formam um sistema de “portas”.
1. Ventrículo direito
2. Tronco pulmonar
3. Aurícula direita
4. Veia cava cranial
5. Aorta
6. Veia cava caudal
7. Aurícula esquerda
8. Ventrículo esquerdo
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Os batimentos cardíacos
Os batimentos cardíacos processam-se segundo um ciclo bem definido. Graças
à fraca pressão do retorno venoso e à abertura das válvulas átrio-ventriculares, os
ventrículos enchem-se passivamente (estando as válvulas arteriais fechadas),
seguidamente a contração dos átrios completa o enchimento: a sístole auricular (ou
atrial). Segue-se a sístole ventricular, o ventrículo encontra-se no ponto máximo de
enchimento, a pressão intraventricular aumenta, provocando o fechamento das
válvulas átrio-ventriculares no início da contração dos ventrículos. Esta contração vai
adquirindo cada vez maior intensidade até ao ponto em que a pressão intraventricular
passa a ser superior à pressão das artérias, desencadeando assim a abertura das
válvulas arteriais. Finalmente, os músculos cardíacos relaxam permitindo o
encerramento das válvulas arteriais: a fase de relaxamento. Os átrios voltam a encher-
se, as válvulas átrio-ventriculares abrem-se, os ventrículos enchem-se e tem início um
novo ciclo.
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O ritmo cardíaco pode ser modificado por diferentes fatores, quer externos
(percepção de um objeto estressante...) quer internos, possuindo uma ação sobre os
trajetos nervosos compostos por fibras aceleradoras ou moderadoras. De igual forma, o
pulmão e os gases sanguíneos vão influir na freqüência cardíaca por meio de
baroreceptores situados na curva aórtica. O excesso de oxigênio conduz à diminuição
do ritmo cardíaco enquanto que o excesso de gás carbônico possui um efeito
acelerador.
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As veias no cão
1. Veia caudal 13. V. auricular 24. V. cava caudal
2. V. ilíaca interna 14. Glândula parótida 25. V. hepática
3. V. sacral lateral 15. V. do olho, do nariz e 26. V. porta
4. V. testicular dos lábios 27. V. hepigástrica
5. V. renal 16. Glândula mandibular 28. V. dorsal da glande
6. V. porta 17. V. facial 29. V. safena interna
7. V. intercostal 18. V. jugular externa 30. V. metatarsiana
8. V. cava cranial 19. V. axilar 31. V. safena lateral
9. V. costocervical 20. V. do coração 32. V. poplitea
10. V. cervical profunda 21. V. torácica interna 33. V. fémural
11. V. vertebral 22. V. cefálica 34. V. ilíaca externa
12. V. jugular interna 23. V. metacarpiana 35. V. pudenda interna
As artérias do cão
11. A. ilíaca interna 22. A. axilar
1. Artéria temporal 12. A. sacral 23. Tronco costo-
2. A. auricular 13. A. pudenda interna cervical
3. A.cervical 14. A. tibial 24. A.tiroidiana
4. A. escapular dorsal 15. A. safena 25. A.carótida
5. A. torácica 16. A. femoral comum
6. A. intercostal 17. A. média 26. A.vertebral
7. A.celíaca 18. A.antebraquial 27. A. carótida
8. A. mesentérica cranial 19. A. braquial externa
9. A. lombar 20 e 21.A. torácicas 28. A. facial
10. A. ilíaca externa
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1. Troncos lombares
2. Tronco visceral
3. Tronco traqueal
4. Tronco torácico
5. Tronco bronco-mediastinal
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
AUXILIAR VETERINÁRIO 38
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
Insuficiência mitral
Pertence às insuficiências cardíacas que acometem a parte esquerda do
coração. A insuficiência cardíaca define-se como uma diminuição da função de
bombeamento do coração provocando o aparecimento de efeitos secundários graves.
No caso de insuficiência mitral, é a válvula mitral entre a aurícula e o ventrículo
esquerdo que se encontra lesada.
O sangue
O sangue é um líquido viscoso, heterogéneo, composto por uma parte líquida –
o plasma – e uma parte globular formada pelos glóbulos vermelhos (hemácias),
glóbulos brancos e plaquetas. Possui uma dupla função: transporte e defesa. Permite o
transporte de:
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
Os glóbulos vermelhos
Com um formato discóide, os glóbulos vermelhos ou
hemácias contém hemoglobina, uma proteína composta por ferro
e que transporta oxigênio. Caracterizam-se por possuir paredes
muito elásticas, o que lhes permite atravessar os vasos capilares,
por mais estreitos que sejam. O seu tempo médio de vida é de 2
meses. Após a sua destruição por células especializadas, a
hemoglobina transforma-se num pigmento, a hemoglobina
transforma-se num pigmento, a bilirrubina, que por sua vez é
transformada e eliminada através da bílis e urina, o que lhes
confere uma coloração amarela ou verde.
Os glóbulos brancos
Os glóbulos brancos ou leucócitos atuam simultaneamente na limpeza e no
patrulhamento organizado contra os invasores. Com efeito, são compostos por
diferentes tipos celulares especializados que cooperam ativamente na troca
permanente de informações, graças a mensageiros químicos denominados citocinas.
Conseguem detectar todos os elementos estranhos e resíduos, destruindo, envolvendo
e digerindo-os. Estão dotados de uma grande capacidade de aprendizagem - a função
imunitária - que lhes permite reconhecer com maior eficácia um elemento já
anteriormente detectado (antígeno), atacando-o graças à presença de anticorpos
específicos. A vacinação tira partido desta capacidade de memória.
As plaquetas
São pequenas células que entram em atividade logo que surge um elemento
estranho no sangue, ou ao entrarem em contato com o tecido conjuntivo, no local de
uma pequena ruptura vascular. Possuem a capacidade de aderirem a essa área, onde
rapidamente se aglomeram, formando uma espécie de tampão. Simultaneamente, os
vasos contraem-se localmente e a hemorragia é estancada. Este processo é conhecido
por hemostase.
Os elementos do sangue
1. Plaquetas
2. Leucócitos
3. Hemácias
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Exercícios
1. Explique resumidamente as funções dos glóbulos vermelhos, dos glóbulos brancos e
das plaquetas.
Aula 10 A respiração
A respiração é a função que permite ao organismo fornecer oxigênio às células e
tecidos e, simultaneamente, eliminar o dióxido de carbono (trocas gasosas).
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A laringe. O ar prossegue o seu trajeto até aos pulmões pela laringe e traquéia.
A laringe é constituída por quatro cartilagens (cricóide, tiróide, aritenóide e epiglote) e
está ligada aos ossos do crânio pelo osso hióide. Um conjunto de músculos permite a
mobilidade das cartilagens umas em relação às outras. Assim, a laringe abre-se para a
respiração e fecha-se quando o cão deglute evitando a passagem dos alimentos para a
traquéia, caso empreendessem a via errada. Modula, também, o débito de ar fechando-
se em maior ou menor grau. A laringe comporta, também, as cordas vocais que vibram
por meio da passagem de ar, emitindo sons: rosnados, latidos.
1.Cavidade nasal
2. seios nasais
3. Coana
4. Faringe
5. Laringe
6. Esôfago
7. Traquéia
8. Terminação da traquéia
9. Bordo basal do pulmão esquerdo
10. Projeção do diafragma
11. Pulmão esquerdo
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Afecções respiratórias
A broncopneumonia
AUXILIAR VETERINÁRIO 43
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
A paralisia de laringe
É uma diminuição do orifício da laringe, que provoca dificuldades respiratórias e
uma respiração ruidosa. A intensidade dos sintomas varia caso a paralisia atinja um
lado da laringe (cão de guarda preso, cirurgia) ou os dois (Bouviers, Bull-Terriers,
animais idosos braquicéfalos, origem neurológica). Em alguns casos basta uma
intervenção cirúrgica para obter resultados.
AUXILIAR VETERINÁRIO 44
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
A digestão do alimento
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FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
AUXILIAR VETERINÁRIO 46
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
excretados pelo tubo digestivo. Pelo contrário, os sais biliares possuem um papel
fundamental na digestão dos lipídios.
AUXILIAR VETERINÁRIO 47
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
1. Fígado
2. Arco costal
3. Estômago
4. Baço
5. Cólon descendente
6. Parte ascendente do duodeno
7. Parede do abdómen
8. Canal deferente
9. Bexiga
10. Zona transversal do duodeno
11. Jejuno
12. Íleo
13. Ceco
14. Cólon ascendente
15. Cólon transverso
16. Pâncreas
17. Zona descendente do duodeno
EXERCÍCIOS
1. Explique a seqüência que o alimento percorre até o final da digestão.
2. Explique como ocorre a digestão dos glicídios, dos lipídios e das proteínas.
AUXILIAR VETERINÁRIO 49
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
A cavidade bucal
O cachorro possui 32 dentes
quando nasce, que são substituídos por uma dentição definitiva de 42 dentes por volta
dos quatro meses de idade. Os dentes do adulto gastam-se mais ou menos depressa
conforme os hábitos alimentares do cão, mas também conforme as suas brincadeiras.
Por este motivo é de evitar dar-lhe pedras ou brinquedos de materiais duros. Durante o
seu crescimento, os dentes do cão podem ser afetados por diferentes anomalias. Em
primeiro lugar, é freqüente que os primeiros dentes não caiam, especialmente nas
raças pequenas. Estes dentes supranumerários deverão ser extraídos se o cão
manifestar dor durante a alimentação. Inversamente, alguns dentes podem faltar, sem
que isto cause problemas para o comportamento alimentar do cão. Observam-se
também anomalias de posicionamento que perturbam, entre outros, o bom fechamento
da boca. Alguns dentes podem apresentar anomalias de constituição como, por
exemplo, um defeito na qualidade do esmalte.
O esôfago
AUXILIAR VETERINÁRIO 50
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
O estômago
O sintoma característico de uma afecção gástrica é o vômito que ocorre nos
minutos ou horas depois da refeição. Entre as afecções mais clássica estão as lesões
da mucosa gástrica, as anomalias de funcionamento e os tumores do estômago. A
primeira categoria agrupa as gastrites agudas ou crônicas e as úlceras. As gastrites
agudas têm origens variadas. Alimentos não adaptados, substâncias tóxicas, corpos
estranhos, afecções parasitárias ou infecciosas ou ainda anomalias hormonais são
causas possíveis. As gastrites crônicas, que se caracterizam por uma persistência dos
vômitos frequentemente refratários aos tratamentos clássicos, fazem parte de uma
síndrome complexa, causada frequentemente por fenômenos inflamatórios, alérgicos
ou ainda metabólicos. O estado geral do cão é afetado de forma mais ou menos rápida.
Quanto às úlceras gástricas, caracterizam-se por vômitos sanguinolentos, um mau
estado geral e dores abdominais. Às vezes são a conseqüência de uma gastrite aguda.
Mas, na maioria dos casos, os agentes responsáveis são medicamentosos como a
aspirina, tóxicos e, mais raramente, infecciosos ou parasitários. Não se conhecem
úlceras de origem psíquica no cão.
AUXILIAR VETERINÁRIO 51
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
Os intestinos
As patologias intestinais são denominadas
enterites. Estas inflamações severas e mais ou
menos agudas da mucosa intestinal têm diferentes
origens: agente infeccioso, alimento não adaptado,
parasitas ou corpos estranhos, entre outros.
Conforme a sua duração, podem ser enterites
crônicas ou agudas. Os sintomas são muito
variáveis indo da constipação à diarréia, da
hipertermia ao abatimento. Se estiverem
associadas a uma patologia gástrica fala-se, então,
de gastroenterite. Pelas perturbações metabólicas
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que geram, as enterites podem levar a um grave estado de desidratação que pode ser
fatal para os animais mais fracos.
O fígado
As hepatites são causadas por doenças infecciosas, como
a hepatite infecciosa no cachorro, ou intoxicações. O fígado está
congesto e o seu volume aumentado. Podem surgir estados
cirróticos irreversíveis e fatais. Os sintomas são episódios de
diarréias com fezes claras, em alternância com constipações. O
abdômen fica doloroso e o cão abatido.
As hérnias
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Aula 13 Os vômitos
Na natureza, os carnívoros são predadores
temíveis, perfeitamente adaptados à caça. Eles têm a
capacidade de ingerir quantidades de carne fenomenais
numa única refeição. Também podem regurgitar esta
comida sem o menor esforço para alimentar as crias.
Esta capacidade requer não apenas um estômago capaz
de se dilatar em proporções significativas, mas também
um mecanismo reflexo que facilite a regurgitação dos
alimentos e, portanto, o vômito.
As etapas do vômito
Geralmente, um episódio de
vômito é precedido por uma estado
de náuseas em que o cão manifesta
um incômodo, movimenta-se em
círculos e, por vezes, tenta ingerir
relva. Daí a expressão do cão que
se "purga", que não reflete
exatamente a realidade. O vômito,
propriamente dito, surge depois
deste estado. Observam-se, então,
movimentos violentos do flanco e do
tórax.
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muscular que acarreta, por vezes são necessários alguns instantes para que o animal
se recomponha desta crise. No caso de uma regurgitação apenas do conteúdo
esofágico, não se observa esforço prolongado, pois os alimentos são facilmente
expelidos para o exterior por simples reflexo.
Nos dois casos, este centro provoca, em resposta, a ativação das ações musculares
que irão levar ao vômito.
As causas do vômito
Na maioria dos casos, o vômito é a
expressão de uma inflamação ou de uma
distensão excessiva dos órgãos, incluindo os do
tubo digestivo: esôfago, estômago, intestino e
fígado. As causas destas afecções são
numerosas. As mais clássicas incluem:
envenenamentos, gastrites, úlceras,
gastroenterites, corpos estranhos, obstruções
intestinais, dilatações-torções do estômago ou
ainda uma alimentação incorreta. O vômito pode
também fazer parte dos sintomas de uma
doença infecciosa ou viral (cinomose,
parvovirose, leptospirose, as mais conhecidas,
mas também infecção uterina, peritonite...). A
ingestão de alimentos em quantidade excessiva,
de corpos estranhos ou de substâncias que
impedem o esvaziamento do estômago no
intestino delgado provocam a distensão gástrica
e, portanto, o vômito. Finalmente, o vômito
podem se sinal de doenças que afetam outros
órgãos, especialmente as insuficiências renais e
hepáticas ou, até mesmo, o sistema nervoso,
como no caso de enjôo de viagens.
Evolução
É possível observar dois modos de evolução em caso de vômito: agudos ou
crônicos. No primeiro caso, os vômitos aparecem brutalmente e de forma passageira.
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Conseqüências
O vômito leva a uma desidratação e a uma desnutrição mais ou menos severas,
bem como a perturbações do equilíbrio sanguíneo, que, mais cedo ou mais tarde, irão
repercutir no estado geral do cão. Por este motivo, devem ser rapidamente tratados,
principalmente nos animais jovens.
As diarréias
O termo diarréia designa um aumento da freqüência de
emissão de fezes que são também mais ou menos fluidas e
abundantes. É uma das perturbações mais freqüentes no cão.
É importante ter em atenção que o estado das fezes varia
muito conforme a qualidade e a quantidade da alimentação.
Portanto, o erro alimentar é uma causa principal do
aparecimento da diarréia. Tal como para o vômito, distinguem-
se diarréias agudas e crônicas. Tanto a sua origem quanto as
suas manifestações são diferentes e podem afetar o intestino
delgado ou o cólon.
Diarréias agudas
Surge rapidamente e de forma brutal. Em geral, têm repercussões significativas
no estado geral do cão e a sua origem é múltipla.
Em seguida, a diarréia pode ser o sinal de uma infecção viral como a cinomose e
a parvovirose, de uma infecção bacteriana, na qual os germes se multiplicam sobre e
dentro da mucosa intestinal. Os parasitas intestinais, nomeadamente os vermes e os
fungos, também causam frequentemente sintomas de diarréia, bem como as
substâncias tóxicas ou alergênicas. Finalmente, um certo número de afecções
patológicas metabólicas completam este quadro.
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As diarréias crônicas
Caracteriza-se por uma duração de mais de um mês e uma tendência para ser
recorrente. As causas do aparecimento são um pouco diferentes da forma aguda.
Encontram-se inflamações da mucosa intestinal de origem parasitária ou alérgica e
auto-imune, às quais se somam perturbações na secreção de enzimas digestivas ou
nos mecanismos de assimilação das substâncias nutritivas pelas células intestinais.
Assim, a diarréia aguda, que levou a uma destruição significativa da mucosa digestiva,
pode evoluir para um estado crônico. Às vezes, as diarréias crônicas assinalam a
presença de tumores no organismo. Finalmente, como no caso precedente, a diarréia
pode aparecer de forma intermitente por ocasião de um stress especial e repetitivo.
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O aparelho urinário
Independentemente do sexo do animal os órgãos que tomam parte na produção
e posteriormente na eliminação da urina são idênticos. São, por ordem: os rins, dos
quais partem dois ureteres que desembocam na bexiga. Da bexiga parte uma uretra
única, que conduz a urina até ao seu ponto de evacuação para o exterior.
As perturbações urinárias
Insuficiência renal crônica
Ocorre devido à lesões nos rins, provocadas por uma destruição progressiva e
irreversível dos néfrons, que são a unidade funcional dos rins. À medida que a
quantidade de néfrons diminui, a função renal fica comprometida e a insuficiência renal
aumenta. O animal que sofre de insuficiência renal crônica começa a beber mais água
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Urolitíase
Nos cães podemos encontrar 4 tipos de urólitos (cálculos): os de fosfato,
geralmente associados à infecções do trato urinário; os de urato e oxalato decorrentes
de alterações metabólicas; e os de cistina, cuja ocorrência depende da predisposição
hereditária.
A presença destes cálculos no trato urinário pode levar ao aparecimento de
hematúria (sangue na urina), cistites, incontinência, retenção urinária, complicações
infecciosas e renais. Por vezes um cálculo introduz-se na uretra e não consegue
passar por certas zonas particularmente estreitas. Disso resulta uma obstrução uretral
que só poderá ser resolvida, muitas vezes, recorrendo-se à cirurgia.
Se a bexiga estiver muito repleta, ela deve ser esvaziada por sonda, cateter ou
massagem, sendo que ás vezes é necessário anestesiar o animal.
As infecções do trato
urinário
Em grande parte das vezes, a
infecção urinária é conseqüência de
infecções em órgãos vizinhos, como
próstata, útero, vagina, ou mais raramente,
infecções sistêmicas. As infecções urinárias
são causadas por germes que provém do
trato digestivo, por contaminação.
Incontinência urinária
Caracterizada pela micção involuntária, a incontinência urinária pode ter
múltiplas causas. Pode ser resultado de lesões do sistema nervoso, de mal-formações
congênitas, de lesões adquiridas na bexiga e nos esfíncteres ou de desequilíbrios
hormonais. Não existe, por isso, um tratamento único para a incontinência urinária, mas
tratamentos específicos de acordo com cada causa.
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Aula 14 A reprodução
Embora os objetivos da reprodução
sejam, naturalmente, obter cachorros, os
meios para os alcançar diferem
sensivelmente entre um proprietário
particular e um criador. Um proprietário
dum cão de companhia ou de utilidade
deixará ocasionalmente a sua cadela
reproduzir-se com a finalidade de obter
descendentes que apresentem qualidades
comparáveis, embora a reprodução não
seja, conforme diz a crença popular,
indispensável para o equilíbrio psicológico
ou fisiológico de um cão.
A puberdade no macho
A idade a que é atingida a
puberdade depende essencialmente
do tamanho da raça na idade adulta
(aos 6 meses nas raças miniaturas e
aos 18 meses nas raças gigantes). No
macho, a puberdade corresponde à
produção dos primeiros
espermatozóides fecundantes.
Devido ao fato da fertilidade diminuir com a idade e de forma ainda mais precoce
nas raças grandes (fenômeno provavelmente ligado ao envelhecimento da tiróide), o
período fértil dos cães de raças grandes é mais reduzido. Nestes cães, o poder
fecundante do esperma por vezes começa a diminuir a partir dos 7 anos de idade.
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1. Ducto deferente
2. Cordão espermático
3. Epidídimo
4. Glande do pénis
5. Glândula bulbouretral
6. Músculo isquiocavernoso
7. Próstata
8. Pénis
9. Prepúcio
10. Testículo
11. Ureter
12. Uretra
13. Bexiga
14. Vasos testiculares
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A puberdade na fêmea
Tal como acontece no macho, a puberdade na fêmea é atingida mais
tardiamente nas raças grandes (entre os 6 e 18 meses, dependendo do porte da raça).
Os primeiros cios geralmente são discretos e podem mesmo passar despercebidos. No
entanto, na cadela deve ser feita a distinção entre puberdade (capacidade de ovular) e
nubilidade (capacidade de levar a termo uma gestação e um parto), o que explica
porque é desaconselhável acasalar uma cadela no primeiro cio, quando a sua estrutura
pélvica ainda não está completamente desenvolvida.
1. Ovário
2. Tuba uterina (de Falópio)
3. Corno uterino (aberto à
direita)
4. Colo uterino
5. Vagina
6. Orifício externo da uretra
7. Vulva
8. Uretra
9. Ureter
10. Bexiga
11. Tecido adiposo
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A duração de cada uma das fases do ciclo pode ser variável. Apenas o
metaestro tem uma duração relativamente estável (120 +/- 20 dias).
A fêmea está em cio durante as fases de proestro e estro, um período que dura
em média três semanas. No entanto, a sua duração depende da data de ovulação,
sendo variável de uma cadela para outra, e na mesma cadela de um ciclo para o outro.
Assim sendo, o fato de uma cadela ter ovulado uma vez 12 dias após o aparecimento
do corrimento sanguinolento, não significa necessariamente que no ciclo seguinte a
ovulação ocorrerá com o mesmo intervalo.
As fases do ciclo
Durante o proestro, a hipófise (glândula pituitária) induz a secreção de
hormônios pelos folículos ovarianos em crescimento. Estas hormônios são conhecidas
como "estrogênios" e são responsáveis pelas modificações físicas e comportamentais
da cadela (atração de machos, busca de afeto, ato de lamber a vulva, etc.). A vulva
torna-se congesta e liberta um corrimento sanguinolento que atrai os machos. No
entanto, durante esta fase a fêmea ainda não está receptiva e não permite a monta.
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ocorrem na Primavera, por volta do 7° mês. A vida reprodutiva termina tardiamente (15
anos ou mais).
• Metaestro: esta fase só existe se a gata tiver sido coberta, sendo neste caso
substituída pelo início da gestação. Caso não tenha sido coberta, ou se o macho for
estéril, desenvolve-se uma pseudogestação com uma duração de 30 a 40 dias.
AUXILIAR VETERINÁRIO 65
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• Anestro: período de repouso sexual. Esta fase tem uma duração variável,
dependendo das raças e das condições ambientais (iluminação, isolamento sem
macho, etc.)
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quando, na verdade, nos casos extremos, só ovulam trinta dias mais tarde!
Muitas cadelas também permitem a cópula durante os falsos cios antes do parto,
em situações de infecção urinária, ou quando há secreções de estrógenos por quistos
foliculares e que se traduzem por ninfomania.
A cópula
Depois da seleção dos progenitores e da determinação do momento exato da
ovulação, a fêmea é apresentada ao macho para um cruzamento. É útil verificar
previamente a ausência de lesões genitais nos parceiros para limitar os riscos de
doenças sexualmente transmissíveis, como é o caso do herpes vírus canino. Neste
campo, é preferível uma boa higiene preventiva (limpeza regular do forro, limpeza do
chão) e controles sorológicos regulares, a fim de evitar a utilização no último momento
de anti-sépticos espermicidas que são responsáveis por alguns fracassos de
fecundação.
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Se, por múltiplas razões, o cruzamento natural for impossível de ser realizado
entre os dois progenitores escolhidos, é necessária a utilização das técnicas de
inseminação artificial.
Inseminação artificial
A inseminação artificial é uma técnica que
possibilita a reprodução em situações em que a mesma
seria impossível de ser realizada sem a intervenção do
Homem. Assim, segundo esta definição, mesmo a
"cópula assistida" – a simples recolha de sêmen do
macho e a sua introdução imediata no trato genital
feminino – é uma inseminação artificial, técnica
conhecida como inseminação com sêmen fresco. Esta técnica é utilizada quando os
dois progenitores não conseguem copular por razões variadas,
nomeadamente:
• incompatibilidade de temperamentos,
• falta de libido.
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da última fase da ejaculação (fase prostática), exceto no caso dos cães de grande
porte nos quais é necessário um maior volume de fluído para compensar o
comprimento das vias genitais femininas.
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A fecundação
É o início de um novo ser através da fusão de 2
gametas que ocorre na parte superior do oviduto.
Podemos observar dois fenômenos particulares:
EXERCÍCIO
1. Cite uma importante diferença entre o ciclo sexual da cadela e o ciclo sexual da gata.
Aula 16 A gestação
A sua duração varia entre 63 e 68 dias nas gatas e 58 a 64 dias nas cadelas.
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abdominal pode por vezes detectar um útero em rosário, desde que a cadela não seja
muito gorda e que a parede abdominal não esteja tensa. Entre a quinta e a sexta
semana de gestação, o diâmetro do útero atinge um tamanho de uma alça intestinal.
Portanto, durante este período torna-se difícil distinguir através deste método um útero
grávido de uma alça intestinal contendo fezes endurecidas.
Fases da gestação
Na cadela, a duração da gestação pode
variar de 58 a 68 dias (em média 63 dias). Esta
AUXILIAR VETERINÁRIO 72
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variação que é observada nas cadelas, está associada à diferença entre a data de
cruzamento e a data real de fecundação. De fato, os espermatozóides podem
sobreviver até cinco dias nas vias genitais femininas antes que os óvulos sejam
fecundados.
1. Córion viloso
2. Córion liso
3. Alantóide
4. âmnio
5. Vesícula umbilical
6. Orla da placenta
7. Placenta zonária do tipo
endotélio-corial
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As anomalias da gestação
Os primeiros dias do desenvolvimento dos
cachorros constituem uma etapa da gestação denominada
embriogênese, que corresponde à diferenciação dos
tecidos. Durante este período os fetos são especialmente
sensíveis a qualquer doença ou tóxico que possa afetar a
sua progenitora.
AUXILIAR VETERINÁRIO 74
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O peso de um recém-nascido é um
bom indicador das trocas feto-maternais
que ocorrem durante a gestação. Assim,
na espécie humana, os atrasos de crescimento intra-uterino estão essencialmente
associados a causas maternas como a hipertensão ou a má nutrição.
Aula 17 O parto
A vigilância durante o período pré-
natal começa com uma visita ao Médico
Veterinário, a qual é indispensável para as
primíparas ou para as fêmeas de risco.
Esta consulta deverá ser realizada na
oitava semana de gestação.
AUXILIAR VETERINÁRIO 75
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radiografia não é um bom indicador de eventuais distocias, pois os fetos podem mudar
de posição no último momento (rotação de 180°).
Nos três dias que antecedem o parto, a vulva apresenta-se inchada e relaxada
sob o efeito do aumento de estrogênios, provocando por vezes manifestações de falso
cio.
A temperatura retal decresce 1°C nas 24 horas antes do parto. Este indicador
pode ser usado para prever o momento do parto. Assim, deve-se registrar a
temperatura da cadela de manhã e à noite durante os quatro dias que precedem a
possível data do parto. Uma queda de 1°C em relação à média dos quatro dias
precedentes assinala então a iminência do parto.
AUXILIAR VETERINÁRIO 76
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Dá-se o nome de primípara à fêmea que procria pela primeira vez. A mãe
secciona o cordão umbilical e lambe vigorosamente os gatinhos. A gata permanece no
mesmo local durante 24 a 48 horas. Os gatinhos mamam pela primeira vez 1 a 2 horas
após o parto.
O parto normal
A menos que a visita pré-natal ao Médico Veterinário
tenha detectado riscos específicos, geralmente não é
necessário intervir durante o parto.
AUXILIAR VETERINÁRIO 77
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AUXILIAR VETERINÁRIO 78
FORMAÇÃO PROFISSIONAL COM QUALIDADE
As intervenções médicas
A ocitocina é um hormônio liberado naturalmente pela hipófise posterior e tem
como função a estimulação das contrações uterinas. É desaconselhado o uso
sistemático de ocitocina para induzir o parto. Na verdade, a utilização deste hormônio
na ausência de um diagnóstico preciso pode:
AUXILIAR VETERINÁRIO 79
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A viabilidade dos cachorros depende da sua maturidade (que pode ser verificada
pela dosagem de progesterona), da duração das contrações improdutivas (levando a
um sofrimento e uma anóxia tanto do cachorro em progressão como dos intra-uterinos),
da rapidez da intervenção e do tipo de anestesia utilizada.
AUXILIAR VETERINÁRIO 80
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inferior às previsões feitas pelo exame radiológico, é necessário realizar uma nova
radiografia abdominal. Esta medida permite localizar o(s) filhote(s) que falta(m) e evita
a realização duma cesariana inútil caso sejam encontrados filhotes no estômago da
mãe. Não é raro que uma reprodutora ingira os natimortos ao mesmo tempo que as
placentas.
Ao nascimento, o gatinho é
incapaz de regular a sua temperatura
corporal, é muito frágil e
extremamente dependente da mãe
que mantém o "ninho" quente. A
temperatura retal dos gatinhos muito
jovens é aproximadamente de 37°C e
vai aumentando progressivamente
para atingir os 38°C a 38,5 C por volta
das 7 semanas. Assim, será preferível
aquecer a maternidade a 33°C
durante a primeira semana, 30°C nas
semanas seguintes, 28°C por volta da
4° ou 5° semana e 26°C nas semanas
seguintes.
Controle da reprodução
Esterilização definitiva
AUXILIAR VETERINÁRIO 81
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• Castração dos machos (ablação dos testículos) entre o 6° e o 10° mês de idade.
Esterilização temporária
Indução do estro
• Tratamento hormonal
EXERCÍCIOS
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• Consangüinidade: O aumento da
incidência de malformações
(fenda palatina, megaesôfago,
malformações cardíacas) num
grupo conduz a que se pesquise
entre os ascendentes um excesso
de consangüinidade.
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• Hipoglicemia: Tal como o leitão, o cachorro não nasce com o tecido adiposo
castanho que permite a termogênese sem arrepios. As suas reservas
glicogênicas musculares e hepáticas são muito limitadas (autonomia de algumas
horas depois do nascimento) e dificilmente utilizáveis, o que o predispõe,
classicamente, para a hipoglicemia durante os primeiros 15 dias. O
aparecimento de crises de hipoglicemia (convulsões seguidas de apatia)
depende essencialmente da rapidez de fornecimento de colostro e da
temperatura ambiente.
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Piometra
Se não houver corrimento vaginal purulento, os sintomas da piometra podem
não ser muito óbvios (piometra fechada). Este tipo de piometra é mais grave, uma vez
que o fluido presente no interior do útero não é drenado espontaneamente. Este fato é
devido a principalmente a três motivos:
Mono e criptorquidismo
No início da vida fetal, os testículos e os
ovários situam-se na cavidade abdominal,
atrás dos rins. Ao contrário dos ovários, que
permanecem com localização intra-abdominal,
os testículos sofrem uma migração até ao
escroto passando pelo canal inguinal, sob a
influência de certos hormônios e pela tração
exercida por um ligamento (gubernaculum
testis).
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Esta migração deve estar completada nos dias que se seguem ao nascimento
do cachorro, pois durante este período o canal inguinal fica muito estreito, o que pode
impedir a passagem dos testículos.
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