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ESPAÇO MUSEU DA VIDA

MUSEU DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA


DO RIO DE JANEIRO

E n sead a de Botafogo - R io de Janeiro.

PR O PO ST A
Rip de Janeiro, 15 de Abril de 1994

À
Secretaria Executiva do PADCT
Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT
Secretaria de Coordenação de Programas - SECOP
Esplanada dos Ministérios, Bloco E, 4o andar

A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a Rede de Tecnologia do Rio de


Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz e a Sociedade de jPromoção da Casa de Oswaldo Cruz
têm a honra de apresentar a proposta de criação dó Espaço - Museu da Vida, unidade
integrante do Projeto do Museu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, atendendo ao
Edital n° SPEC 01/93 da Secretaria Executiva do Prdgrama de Apoio ao Desenvolvimento
Científico e Tecnológico - SE/PADCT e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - CAPES. |

N a certeza de termos atendido plenamente aos objetivos do Edital e


preenchermos as características necessárias para um j parecer favorável à nossa proposta,
renovamos nossos mais elevados protestos de estima e| consideração.

Atenciosamente
ESPAÇO MUSEU DA VIDA

MUSEU DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA


DO RIO DE JANEIRO

PROPONENTES: Prefeitura da Cidade do Rio de


Janeiro, Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro,
Fundação Oswaldo Cruz e Sociedade de Promoção da
Casa de Oswaldo Cruz.

INSTITUIÇÃO EXECUTORA: Sociedade de


Promoção da Casa de Oswaldo Cruz.

ABRIL DE 1994
SUMARIO

APRESENTAÇÃO

DADOS INSTITUCIONAIS

INSTITUIÇÕES PROPONENTES
INSTITUIÇÃO EXECUTORA
CONSELHO CURADOR
CORPO PERMANENTE DE CONSULTORES

IMPLANTAÇÃO

ESPAÇO MUSEU DA VIDA


ANTECEDENTES
JUSTIFICATIVA
PÚBLICO E OBJETIVOS
METODOLOGIA E PLANO PEDAGÓGICO
DESCRIÇÃO DAS ÁREAS, ESPAÇOS, CIRCUITOS E
TRILHA DO - ESPAÇO MUSEU DA VIDA
BIBLIOGRAFIA

ESCRITÓRIO TÉCNICO
OPERACIONALIZAÇÃO
BASE, ESTRUTURA E POLÍTICAS
PRAZO, CRONOGRAMA E ACOMPANHAMENTO CRÍTICO

ORÇAMENTO
APOIOS
ASSINATURA
é

APRESENTAÇÃO

i
MUSEU DE CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DO RIO DE
JANEIRO
6

A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a Rede de Tecnologia do Rio de


Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz e a Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo
Cruz ao apresentarem a proposta do Espaço Museu da Vida, integrante do projeto de
criação do Museu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, entendem que um museu
dinâmico de ciência e tecnologia poderá ter resultados mais expressivos, à medida em
que viabilize o desenvolvimento do potencial e vocações já constatados em inúmeras
iniciativas. Este é o caso do Rio de Janeiro. Sede de importantes e tradicionais
instituições de pesquisa e de ensino do país de abrangência nacional a cidade abriga
valioso acervo, comportando museus e centros de difusão e educação informal de
ciência, ao lado de centros tecnológicos e universidades preocupados em abrir canais
permanentes de divulgação de seus resultados para a sociedade.
O projeto submetido à avaliação do SPEC/PADCT deve ser visto como uma
primeira etapa de um empreendimento de médio e longo prazo, no sentido de
constituir um abrangente programa de educação científica, articulando atividades de
várias instituições.
A principal meta nesta etapa é a criação do Espaço Museu da Vida que permitirá
o desenvolvimento integrado de atividades educacionais referidas a diferentes áreas -
biologia, química, matemática, física, história, ciências sociais, epidemiologia, ecologia,
informática, desenvolvimento tecnológico entre outras - e sua contribuição para o
estudo dos fenômenos vitais.
O Espaço Museu da Vida tem por fundamento a idéia de que a ciência é, em
última instância, uma proposta do homem de conhecer e interagir com a vida em seus
múltiplos aspectos: desde a compreensão dos processos essencialmente vitais até a
relação entre o conhecimento científico e as várias formas de vida. A vida, neste
sentido, consiste no eixo temático da reflexão que a ciência faz sobre o universo.
Sediado na Fundação Oswaldo Cruz, esse espaço permitirá o desenvolvimento
do potencial já revelado por esta instituição nas áreas de divulgação e educação
científica, conforme demonstra o detalhamento do projeto. Ressalta-se ademais que, ao
estar presente em diferentes regiões do país, através de centros regionais na Bahia,
Pernambuco, em Minas Gerais e recentemente na Amazônia e de possuir convênios
com instituições de ciência e de tecnologia, e agências públicas nas áreas de saúde e
educação em praticamente todos os estados brasileiros, a base institucional da Fiocruz
favorecerá, e este é um de seus objetivos centrais, a difusão e a multiplicação de
atividades de educação em ciência.
A concepção que orientara a proposta do Museu de Ciência e Tecnologia do Rio
de Janeiro é de constituir um núcleo multiplicador de experiências que poderão ser
realizadas em espaços diferenciados, sem prejuízo de uma visão integrada das Ciências
e das Tecnologia. Neste caso, a integração se efetivará pela ênfase em temáticas,
fenômenos complexos e atividades humanas, em relação aos quais é possível examinar
as contribuições das diferentes áreas do conhecimento.
O Conselho Curador do projeto, presidido pela Rede de Tecnologia do Rio de
Janeiro, orientará a criação dos novos espaços e a consolidação dos já existentes. Para
tanto, contará com o apoio do Escritório Técnico do Museu de Ciência e Tecnologia,
estrutura coordenada pela Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro, com apoio de
recursos humanos e aporte financeiro da Prefeitura da Cidade.
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Entre os espaços previstos, a Prefeitura do Rio de Janeiro já se comprometeu a


ceder terreno e dotação financeira para constituir o Espaço M useu do Universo,
concebido como uma extensão do Planetário do Rio de Janeiro.
Outra importante meta é a criação do Espaço M useu do M ar, que será
desenvolvido a partir do projeto "Evolução do Conhecimento Científico das
Navegações", nas docas do Loyd Brasileiro, em área nobre do Corredor Cultural do
Rio de Janeiro, em fase de implantação pelo Museu Naval com apoio da Fundação
Roberto Marinho. O Espaço M useu do M ar terá por objetivo abordar dimensões
associadas a dois grandes eixos: o mar como meio de comunicação, de um lado e, de
outro, o surgimento da vida, a ecologia marinha e o mar como recurso natural.
O projeto conta também com a experiência em divulgação interativa de ciências
do Espaço Ciência Viva e em trabalhos de divulgação da ciência, em geral, e da
astronomia, em particular, do M useu de Astronom ia e Ciências Afins (MAST).
A gestão do projeto ficará sob a responsabilidade da Sociedade de Promoção
da Casa de Oswaldo Cruz, entidade de direito privado sem fins lucrativos, que vem
realizando, desde sua criação em 1987, atividades sistemáticas na área de educação
científica, promoção de eventos científicos, apoio a atividades em história da ciência,
preservação do patrimônio histórico e promoção cultural.
Com a consolidação das primeiras atividades propostas, será constituída a
F undação M useu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, que atuará como
unidade executora, unificando metodologias e coordenando as ações desenvolvidas nos
diferentes espaços.
O Conselho C urador, descrito na segunda seção do projeto, por sua
representatividade e qualificação, pode ser indicado como um fator essencial à efetiva
implantação do M useu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.
O M useu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro pretende desempenhar
de forma ampla as funções de difusão, popularização e alfabetização em ciência e
tecnologia, não se restringindo a processos e atividades de experimentação científica.
Educação, ciência e cidadania, vistas de formas articuladas, constituem os elementos
centrais do museu proposto em que ocupam lugar de destaque o debate sobre a
importância da ciência e da tecnologia para o desenvolvimento econômico e social.
DADOS INSTITUCIONAIS
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A criação do Museu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro tem como


instituições proponentes a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, a Rede de
Tecnologia do Rio de Janeiro, a Fundação Oswaldo Cruz e a Sociedade de Promoção
da Casa de Oswaldo Cruz. Esta última entidade atuará como unidade executora do
projeto, subordinando-se às deliberações do Conselho de Curadores. O Museu contará
ainda com um corpo permanente de consultores, dentre os quais alguns nomes já vêm
contribuindo significamente, em especial no que se refere a definição de diretrizes e ao
detalhamento do Espaço Museu da Vida.

INSTITUIÇÕES PROPONENTES

Os dados apresentados neste projeto não tem por objetivo descrever


exaustivamente os proponentes, apenas sumarizar os aspectos mais relevantes do
ponto de vista das bases institucionais para implantação do Museu.

PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

A Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro apoiará o projeto especialmente através


das ações da Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Cultura e
Secretaria Extraordinária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.
A Secretaria Municipal de Educação, que tem como finalidade o planejamento e
a coordenação de planos, programas e projetos para o desenvolvimento das atividades
educacionais do Município do Rio de Janeiro, já vem desenvolvendo ações no campo
da educação científica, particularmente através de cursos de atualização de professores
focalizando a metodologia e o conteúdo do ensino de ciências.
A Secretaria Municipal de Cultura é orientada por três diretrizes básicas:
elaborar, coordenar e executar programas e projetos de incentivo às manifestações
artísticas e culturais, consoante com os programas do Governo Municipal; apoiar a
preservação dos valores culturais caracterizados nas manifestações artísticas
representativas do Município do Rio de Janeiro e integrar as ações culturais planejadas
pelos órgãos da administração direta, autárquica e fiindacional, promovendo a
execução coordenada dos programas e projetos culturais garantindo sua divulgação.
A Secretaria Extraordinária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e
Tecnologia visa promover o desenvolvimento da ciência e tecnologia do Rio de
Janeiro. Entre suas principais finalidades destacam-se a mobilização de recursos da
comunidade científica e tecnológica para a promoção do desenvolvimento econômico e
a melhoria da qualidade de vida da população, ao lado do incentivo à difusão do
conhecimento especializado, à adoção de novas tecnologias e de novas práticas
produtivas na economia carioca. O apoio à criação, à manutenção e ao
desenvolvimento de centros de estudos e de pesquisa científica, bem como o incentivo
à cooperação entre essas instituições incluem-se, ainda, entre as principais ações
realizadas por essa Secretaria.
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REDE DE TECNOLOGIA

OBJETIVO

A Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro é uma sociedade civil, sem fins


lucrativos, criada para promover a articulação, entre oferta e demanda tecnológica,
agentes de financiamento e demais instrumentos governamentais e privados,
propulsores do desenvolvimento tecnológico.

FUNCIONAMENTO

Reunindo a oferta de tecnologia representada pelos principais instituições de


ensino, pesquisa, desenvolvimento e acervos tecnológicos, sediadas no Estado do Rio
de Janeiro, a demanda, representada pelo empresariado carioca e fluminense,
aglutinada pela Firjan e Flupeme, e os agentes do desenvolvimento econômico,
representados pela Finep, Sebrae, IplanRio, Codin e Flutec, a Rede de Tecnologia é o
mecanismo de articulação entre estas instituições e destas com os problemas e
necessidades do Rio de Janeiro.
A Rede de Tecnologia atua:
♦ estimulando a geração, difusão e transferência de tecnologia;
♦ apoiando as instituições integrantes da Rede:
em projetos específicos,
na divulgação e ampliação de sua capacitação;
♦ assessorando o setor produtivo;
♦ orientando a solução de problemas tecnológicos;
♦ facilitando o acesso aos programas governamentais e privados de apoio à
capacitação tecnológica;
♦ formando e treinando recursos humanos para a gestão tecnológica;
♦ integrando os serviços tecnológicos em nível nacional;

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

A direção da Rede de Tecnologia é exercida por um Conselho Diretor, composto


de dez instituições, eleitas pela Assembléia Geral dos Sócios.
O Secretário Executivo é responsável pelo funcionamento da organização,
contando para esse fim com o assessoramento de uma Comissão Permanente de
Planejamento, na qual estão representadas todas as instituições integrantes da Rede.
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CONSELHO DIRETOR
♦ Maria Aparecida Stallivieri Neves - INT - Presidente
♦ Arthur João Donato - Firjan
♦ Benito Paret - FLUPEME
♦ Carlos Medicis Morei - FIOCRUZ
♦ Hésio Cordeiro - UERJ
♦ José Carlos Vieira de Figueiredo - SEBRAE/RJ
♦ José Raimundo Martins Romeo - UFF
♦ Pe. Laercio Dias de Moura - PUC
♦ Nelson Maculan Filho - UFRJ
♦ Xisto Vieira Filho - CEPEL

SECRETÁRIO EXECUTIVO
♦ Acher Mossé

INSTITUIÇÕES INTEGRANTES DA REDE DE TECNOLOGIA DO RIO


DE JANEIRO
♦ Bio Rio - Fundação Bio-Rio
♦ Centro Federal de Educação Técnica Celso Suckow da Fonseca - CEFET
♦ Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo A. de Mello - CENPES
♦ Centro de Pesquisa de Energia Elétrica - CEPEL
♦ Centro de Tecnologia Mineral - CETEM
♦ Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil - CETIQT
♦ Companhia de Desenvolvimento Industrial - CODIN
♦ Centro Nacional de Pesquisa de Tecnologia Agro-Industrial de
Alimentos - CIAA/EMBRAPA
♦ Escola Técnica Federal de Química - ETFQ
♦ Fundação Brasileira de Tecnologia de Soldagem - FBTS
♦ Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP
♦ Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
♦ Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro - FIRJAN
♦ Federação Fluminense da Pequena e Média Empresa - FLUPEME
♦ Empresa Fluminense de Tecnologia do Rio de Janeiro - FLUTEC
♦ Instituto Brasileiro de Qualidade Nuclear - LBQN
♦ Indústrias Nucleares do Brasil - INB
♦ Instituto Nacional de Tecnologia - INT
♦ Empresa Municipal de Iinformática e Planejamento - IPLAN/RIO
♦ Pontifícia Universidade Católica - PUC
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♦ Serviço de Apoio às Micro e PequenasEmpresas no Estado do Rio de


Janeiro - SEBRAE/RJ
♦ Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -SENAI/RJ
♦ Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
♦ Universidade Federal Fluminense - UFF
♦ Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
♦ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - UFRRJ
Estas Instituições atuam nas áreas de:
♦ Serviço Técnico e Laboratoriais
♦ Pesquisa e Desenvolvimento
♦ Consultoria Especializada
♦ Informação Tecnológica e/ou Gerencial
♦ Fomento ao desenvolvimento tecnológico

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Criada em 1900 como Instituto Soroterápico Federal, com o objetivo de


produzir soros contra peste bubônica, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é
atualmente a principal instituição de saúde da América Latina, abrigando vários centros
de referência da Organização Mundial de Saúde
Suas atividades compreendem pesquisa em diferentes áreas do conhecimento;
produção de imunobiológicos e medicamentos; desenvolvimento tecnológico;
formação de recursos humanos; controle de qualidade dos produtos consumidos pela
população e prestação de serviços assistenciais. Entre suas finalidaes definidas
estatutariamente, incluem-se as de preservar, valorizar e divulgar o patrimônio
histórico, cultural e científico da instituição e contribuir para a preservação da memória
da saúde e das ciências.
Vinculada ao Ministério da Saúde, a Fiocruz é dirigida por um presidente; quatro
vice-presidentes (de Pesquisa, Ensino, Meio Ambiente e Controle de Qualidade e
Desenvolvimento e Produção); pelo Conselho Deliberativo, composto por diretores de
unidades e representante dos funcionários, além do Conselho Técnico-Científico,
constituído por personalidades de notório saber em suas áreas de atuação.
Seu orçamento é composto por recursos do Tesouro Nacional, de verba própria
resultante da venda de produtos e serviços e de recursos oriundos de convênios e
projetos. A Fiocruz conta com cerca de 3.500 funcionários em suas 11 unidades
técnico-científicas, oito das quais localizadas no Rio de Janeiro (sete no campus de
Manguinhos, uma área superior a 800 mil em um bairro da Zona Norte do Rio de
Janeiro), três centros regionais de pesquisa, nos Estados de Pernambuco, Bahia e
Minas Gerais e um centro regional na Amazônia, em fase de criação. Um breve resumo
das atribuições das unidades técnico-científicas da instituição permite melhor
entendimento da natureza de suas atividades:
In stitu to Oswaldo Cruz (IOC). Está associado as conquistas mais significativas
da pesquisa biomédica no Brasil. Dedica-se à investigação, desenvolvimento
tecnológico, formação de recursos humanos e prestação de assistência à saúde no
campo das doenças infecciosas e parasitárias.
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C entro de Pesquisas René Rachou (CPqRR). Localizado em Belo Horizonte


(MG), desenvolve pesquisas sobre as principais doenças endêmicas da região, com
ênfase no aperfeiçoamento de métodos de controle e diagnóstico, terapêutica,
epidemiologia, imunologia e vetores.
C entro de Pesquisas Aggeu M agalhães (CPqAM). Situado em Recife (PE),
desenvolve estudos sobre esquistossomose, leishmanioses, filariose e peste, entre
outras doenças. Dedica-se à formação de recursos humanos nas áreas biomédica e de
saúde coletiva.
C entro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM ). Localizado em Salvador
(BA), pesquisa as principais endemias da região, envolvendo análise ecológica de
vetores, imunologia, patologia e biologia molecular. Mantém o Laboratório Avançado
de Saúde Pública (Lasp), que desenvolve estudos sobre Aids e sua relação com
doenças infecciosas e parasitárias.
Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) . Dedica-se à pesquisa, formação de
recursos humanos, assessoria técnica e assistência no campo da saúde coletiva.
Promove cursos especiais para atender às necessidades da rede pública de saúde.
In stituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-M anguinhos). Empenha-se
no desenvolvimento tecnológico e produção de vacinas e reagentes para diagnóstico de
doenças de interesse para a saúde pública.
Institu to de Tecnologia em Fármacos (Far-M anguinhos). Além de produzir
medicamentos essenciais à rede pública de saúde, dedica-se ainda à síntese e
desenvolvimento de novos fármacos e à pesquisa em produtos naturais.
In stitu to Fernandes Figueira (IFF). Desenvolve atividades de pesquisa,
formação de recursos humanos e assistência nas áreas de saúde da mulher e da criança.
In stitu to Nacional de Controle de Q ualidade em Saúde (INCQS). Dá
suporte laboratorial ao programa nacional de controle de qualidade na área de saúde,
através do desenvolvimento de métodos, produção de padrões e apoio aos laboratórios
regionais.
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (Politécnico). Capacita
pessoal de nível médio e elementar, integrando-se ao sistema formal de ensino
municipal. Desenvolve metodologias para a formação de recursos humanos de nível
médio e elementar e um programa de vocação científica dirigido a estudantes de 2o
grau.
Casa de Oswaldo Cruz- Realiza atividades de pesquisa e documentação em
história da ciência e da saúde, preservação do patrimônio arquitetônico da FIOCRUZ,
museu e divulgação científica. As características da Casa de Oswaldo Cruz favorecem
uma perspectiva abrangente de museu interativo, especialmente por associar história da
ciência à educação científica.
O Espaço Museu da Vida tem contado na elaboração de seus objetivos,
metodologias e propostas de atividades com a participação de profissionais de
praticamente todas as unidades da FIOCRUZ. Este fato permite uma articulação
bastante promissora das atividades de produção de conhecimento, ensino e educação
em ciência.
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INSTITUIÇÃO EXECUTORA

SOCIEDADE DE PROMOÇÃO DA CASA DE OSWALDO CRUZ

A Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC), entidade de


direito privado sem fins lucrativos, foi criada em 1987 com as seguintes finalidades:
♦ apoiar as atividades da Casa de Oswaldo Cruz nas áreas de pesquisa e
documentação histórica, preservação do patrimônio arquitetônico, museu e
promoção cultural;
♦ apoiar atividades relativas à história da ciência e da tecnologia, à
divulgação científica e à promoção cultural.

A tividades anteriores ao projeto Espaço M useu da Vida:


O contexto de criação da SPCOC foi caracterizado pelo incentivo às atividades
culturais o que favoreceu importantes projetos, entre os quais se destaca o de
restauração das torres, das fachadas e dos pavimentos superiores do Castelo Mourisco.
A SPCOC atuou como entidade executora do Projeto, gerenciando recursos de
aproximadamente US$ 2.000.000, provenientes de Convênio estabelecido com a
Empresas Norquisa, Salgema, Coperbo e Copene. Os resultados deste projeto, são
extremamente positivos como indicam as premiações anuais do Instituto dos
Arquitetos do Brasil concedidas à equipe técnica em 1991, 1992 e 1993. Os trabalhos
de restauração realizados pela SPCOC mereceram ainda destaque na premiação na
Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, realizada em 1993.
A SPCOC atuou ainda como entidade executora em diferentes projetos,
apoiados pela iniciativa privada e agências públicas de fomento, entre os quais
destacam-se:
♦ A edição de publicações como A Ciência a Caminho da Roça (Álbum das
Expedições Científicas do Instituto Oswaldo Cruz); M anguinhos do Sonho
à Vida (Jaime Benchimol(Org.); Memória da Previdência Social no
Brasil,; Memória de Manguinhos e Memória da Tuberculose no Brasil e
Cobras e Lagartos (Jaime Benchimol e Luiz Antonio Teixeira).
♦ A organização de eventos como os Encontros de História e Saúde, os
Encontros de profissionais de História da Ciência e da Técnica,
promovidos pela Secretaria Regional da Sociedade Brasileira de História
da Ciência(SBHC), o III Seminário Nacional de História da Ciência e da
Técnica, promovido pela Sociedade Brasileira de História da Ciência, o
Congresso de Malária
♦ A organização de exposições, entre as quais destacam-se: 100 Anos do
Instituto Pasteur; 80 Anos da Descoberta da Doença de Chagas\
Fundação Oswaldo Cruz - Passado e Presente; Imagens das Expedições
Científicas do Instituto Oswaldo Cruz\ Memória da Peste Branca - a
Tuberculose no Brasil.
♦ A organização de Domingos de Arte e Ciência e de diversos programas
culturais.
♦ A co-organização das Feiras da Saúde, eventos promovidos pela Fiocruz.
♦ A co-organização da Feira de Ciência e Tecnologia promovida pela Rede.
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Conselho Consultivo: Carlos Chagas Filho (presidente), Cândido Mendes,


Celina Vargas do Amaral Peixoto, Ennio Candotti, Gilson Antunes da Silva, Joaquim
Falcão, Maria da Conceição Moraes Beltrão, Mário Brockman Machado, Pedro de
Alcantara, Plínio Doyle, Carlos Morei (Presidente da Fiocruz), Eloi Garcia (Vice-
Presidente de Pesquisa e Ambiente), Paulo M. Buss (Vice-Presidente de Ensino e
Informação), Dalton Mário Hamilton(Vice-Presidente de Desenvolvimento
Institucional), Educardo Martins (Vice-Presidente de Produção e Desenvolvimento
Tecnológico) e Paulo Gadelha (Diretor da Casa de Oswaldo Cruz).
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CONSELHO CURADOR DO MUSEU DE CIÊNCIA E


TÉCNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO
Maria Aparecida Stallivieri Neves (Presidente) - Presidente do Conselho Diretor da
Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro
Acher Mossé - Secretário Executivo da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro

Carlos Chagas Filho - Presidente do Conselho Consultivo da FIOCRUZ

Carlos Médicis Morei - Presidente da FIOCRUZ

Fernanda de Camargo-Moro - Consultora da UNESCO para Museus e responsável


pela concepção e organização do Eco-Museu de Itaipu.
Gilson Antunes da Silva - Coordenador Técnico do Espaço Museu da Vida

Helena Maria P. Severo - Secretária Municipal de Cultura do Rio de Janeiro

Henrique Lins de Barros - Diretor do Museu de Astronomia e Ciências Afins

Hésio Cordeiro - Reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Humberto Eustáquio Cesar Mota - Presidente da Associação Comercial do Estado


do Rio de Janeiro

Ildeu de Castro Moreira - Pesquisador da UFRJ. Editor de Ciência Hoje

Joaquim de Arruda Falcão - Secretário Geral da Fundação Roberto Marinho

Maria de Lourdes de A. Fávero - Pesquisadora do CNPq. Coord. Programa de


Estudos e Documentação, Educação e Sociedade da
UFRJ

Maurício Nogueira Frota - PUC-RJ. Coordenador do Sub Programa de Tecnologia


Industrial Básica do PADCT/MCT

Max Justo Guedes - Diretor do Serviço de Documentação Geral da Marinha

Miguel Cantanhede Sette e Câmara - Vice-Presidente do Espaço Ciência Viva


Nuni KaufFmann - Presidente do Conselho de Tecnologia da FIRJAN

Paulo Gadelha - Presidente da Sociedade de.Promoção da Casa de Oswaldo Cruz

Paulo Maurício Castelo Branco - Secretário Extraordinário de Desenvolvimento,


Ciência e Tecnologia

Paulo Marchiori Buss - Vice-Presidente de Ensino e Informações da FIOCRUZ

Paulo Mário Freire - Diretor da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro

Pe. Laércio Dias de Moura - Reitor da PUC/RJ

Regina Alcântara de Assis - Secretária Municipal de Educação do Rio de Janeiro

Willy Beçak - Diretor-Presidente da Fundação Butantan


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CORPO PERMANENTE DE CONSULTORES


DO MUSEU DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO
DE JANEIRO

Consultores Estrangeiros:

Dominique Pestri - Chefe do Centre de Recherche de Science et Technologie. La


Villette

Etienne Guyon - Presidente do Conselho de Administração do Palais de la


Découverte. Diretor da École Normale Superièure. Paris

Goéry Delacôte - Diretor Executivo. The Exploratorium

Hugues de Varine - Consultor para Programas de Desenvolvimento Local e


Comunitário e Ex-Diretor do ICOM

Maurice Bazin - Co-Diretor. Teacher Institute The Exploratorium

Thierry Auffret Van Der Kemp - Chefe do Departamento de Biologia e Medicina do


Palais de la Découverte.

Consultores Nacionais:
Alberto José da Costa Tornaghi - Físico. Especialista em Educação em Ciência.

Aldeli Memória - Museóloga e Restauradora. Comitê Internacional de Conservação


do ICOM.

André Mota Lima - Diretor da ABI

Augusto Ivam de Freitas Pinheiro - Membro do Conselho Municipal de Proteção do


Patrimônio Cultural da Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro

Carlos Alfredo Arguelo - Físico da UNICAMP. Museu do Taquaral, Campinas

Cilene Vieira - Responsável pela Área de Difusão Científica da Fundação Roberto


Marinho

Créso Franco - PhD em Science Education. Reading University, Engl. Pesquisador do


MAST

Dietrich Schiel - Coordenador de Div. Científica e Cultural. Inst. Fisica e Química


de São Carlos-USP

Elter Dias Maciel - Presidente CECIER/UERJ

Fernando Chiyoshi - Matemático e Pesquisador em Ciências da Informática.


COPPE/UFRJ
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Guaracira Gouveia de Souza - Pesquisadora do MAST. Idealizadora e Editora da


Revista Ciência Hoje das Crianças.

José Monserrat Filho - Diretor da Revista Ciência Hoje. SBPC

Lobato Paraense - Pesquisador Titular da FIOCRUZ

Luis Edmundo Vargas de Aguiar - Químico Mestre em Biologia Celular e Molecular.


Escola Técnica de Química

Luis Lobo - Diretor de Programas Especiais da TV Globo

Marcos Miltom Vogel - Diretor de Teatro. Teatro Carlos Gomes

Margarida Ramos - Superintendente Cultural da Fundação Roberto Marinho

Maurício Caldas - Pesquisador do MAST. Ex-Superintendente dos Museus do


Estado de Minas Gerais

Ormis Durval Rossi - Diretor de Astronomia do Planetário do Rio de Janeiro

Renato José de Oliveira - Químico e Especialista em Educação em Ciência. Escola


Técnica Federal de Química

Roberto Cintra Martins - Doutor pelo Deutches Museum. Físico.COPPE/UFRJ

Robson Coutinho Silva - Físico. Espaço Ciência Viva

Rogério Reis - Chefe do Departamento de Fotografia do Jornal do Brasil

Tania Araújo Jorge - Pesquisadora Titular. Departamento de Ultraestrutura e


Biologia Celular da FIOCRUZ

Tania Reznik - Doutoranda, Especialista em Educação em Ciência. Escola Técnica


Federal de Química

Win M. Degrave - Pesquisador Titualar. Coordenador do Projeto de Coleções


Científica da FIOCRUZ.
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ESPAÇO MUSEU DA
VIDA

Campus de Manguinhos
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IMPLANTAÇÃO
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Antecedentes
A primeira iniciativa do Museu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e sua
etapa inicial de implantação é o Espaço Museu da Vida.
A apresentação desta proposta é o resultado de intenso processo de discussões
envolvendo representantes de instituições museológicas, universitárias e de Ciência e
Tecnologia, atualmente representadas pela Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro.
Experiências anteriores de diferentes instituições contribuiram para sua formulação e
desenvolvimento, entre elas destacam-se as ações já desenvolvidas pela Fiocruz no
campo da educação científica, pelo Espaço Ciência Viva na divulgação interativa de
ciências e pelo Museu de Astronomia e Ciências Afins em trabalhos de divulgação, da
ciência, em geral, e da astronomia em particular.
A implantação deste projeto museológico está também respaldada no Conselho
Deliberativo da Fiocruz, que resolveu abrigar e manter em seu campus o Espaço
Museu da Vida. O espírito da deliberação foi sistematizar e ampliar o conjunto de
atividades na área de educação e popularização da ciência que a Fiocruz já empreende,
estruturando-as e organizando-as em torno de um espaço museológico dinâmico e
interativo.
A singularidade da instituição - que integra as áreas de pesquisa básica, ensino,
serviços, desenvolvimento de tecnologia e produção - e a diversidade dos campos de
conhecimento em que atua conferem-lhe a condição de lugar privilegiado para realizar
o intercâmbio necessário entre a sociedade e o conhecimento científico e tecnológico.
Além disso, a comunidade de Manguinhos vem se mostrando sensível à iniciativa de
construção de um museu dinâmico para educação e popularização da ciência, havendo
inclusive deliberado positivamente sobre o museu em seu Congresso Interno, em
meados de 1993.
A proposta conceituai e organizacional do Espaço Museu da Vida incorpora as
experiências acumuladas pela Fiocruz no campo da preservação da memória,
desenvolvimento cultural, popularização e educação em ciência.
Os eventos mais significativos desta retrospectiva são os seguintes:
♦ Detalhamento do processo de Tombamento e Preservação Ambiental dos
prédios históricos, do campus e conclusão de várias etapas do processo de
Restauração do Conjunto Histórico de Manguinhos.
♦ Iniciativas visando integrar o Conjunto Histórico de Manguinhos no
Roteiro Turístico Científico-Cultural da Cidade do Rio de Janeiro, entre as
quais destacamos a sua inclusão no Guia Michelin.
♦ Exposições de caráter histórico e científico, entre as quais destacamos as
de maior impacto que aconteceram nos últimos quatro anos: Carlos
Chagas, Vida e Obra, realizada na Academia Nacional de Medicina,
durante as comemorações dos 80 anos da descoberta da Doença de
Chagas; Instituto Pasteur: 100 Anos a Serviço da Saúde Pública -
Fundação Oswaldo Cruz: a Permanente Aventura da Modernidade",
montada no Palácio da Cultura, no Rio de Janeiro, 1989; "A Ciência a
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Caminho da Roça: Expedições do Instituto Oswaldo Cruz", no Museu


Histórico Nacional, 1989, "Fiocruz: Passado e Presente", realizada na
Programação do CIMADES/R10-92; "A Peste Branca; Memória da
Tuberculose no Brasil", no Museu Histórico Nacional, 1993.
♦ - Programa de Promoção Cultural da Fiocruz, estruturado a partir de 1989
para da maior consistência às várias iniciativas culturais que vinham se
desenrolando e que continuam a acontecer no campus: concertos musicais,
Coral Fiocruz, teatralização, entre outras manifestações artísticas, além de
palestras sobre arte, cultura e ética.

Apresentação da Orquestra Pró-Música

♦ Programa de Visitação Escolar, que acontece de forma permanente,


promovido pela equipe de museólogos da Fiocruz. Há um calendário anual
de atividades pedagógicas e de visitação ao Museu Histórico, para alunos e
professores de I o e 2o graus, estando sua agenda permanentemente
preenchida por solicitação das escolas municipais e estaduais.
♦ Atividades de Animação e Difusão Científica, entre as quais se destacam os
Domingos de Arte e Ciência - abertura do campus à visitação pública com
a realização de teatro, música, recreação, acesso ao Castelo Mourisco e
atividades de difusão científica. O último Domingo de Arte e Ciência
contou com público estimado de cinco mil pessoas. As Feiras de Ciências -
mostras de exemplares das coleções científicas, de representações de
experimentos e processos e, ainda, de pesquinas exposições sobre o
cotidiano das práticas científicas e tecnológicas - são realizadas pelos
próprios cientistas e tecnólogos da Fiocruz.
23

Show de Grande Otelo no Campus de Manguinhos (outubro, 1987)


Stand da Feira de Ciência com exemplares da Coleção Entomilógica
(outubro,1987)

Painéis e mesas expostas na Feira de Ciência (junho, 1987)


25

♦ Cursos de Atualização para Professores, que consistem em atividades


realizadas pelo Laboratório de Educação do Instituto Oswaldo Cruz, com
professores de Io e 2o graus. Professores atualizam conhecimentos e
executam projetos práticos, relacionados às ciências e tecnologias,
qualificando-se para um ensino que estimule e desperte nos alunos a
curiosidade, a criatividade e a percepção necessárias à iniciação e ao
aprendizado científico.

Professores em contato com material didático que desperta a curiosidade pela


ciência

♦ Participação ativa na organização e execução no Curso de Atualização de


Professores organizado pelo Forum de Reitores do Rio de Janeiro, onde
uma das áreas de conhecimento desenvovidos foi a de História da Ciência.
Coordenação do Programa de Produção e Utilização Didática de Vídeos
de História da Ciência, desenvolvido pela Fiocruz e pelo Mast, com apoio
do SPEC/PADCT.
26

♦ I Curso de Biologia Molecular para Jornalistas. Organizado pelo Instituto


Oswaldo Cruz e a Coordenadoria de Comunicação Social, foi a primeira
iniciativa do gênero no Rio de Janeiro.
♦ Produção, Edição e Difusão de Materiais Educativos voltados para um
público infanto-juvenil. Os produtos valorizam os aspectos cognitivos e
afetivos deste público. Os temas são tratados com linguagem adequada às
várias faixas etárias, por profissionais conceituados na literatura infanto-
juvenil e sob orientação de pesquisadores da Fiocruz. Além disto, eles
procuram dialogar com os professores, no sentido de alertá-los sobre as
questões fundamentais da Educação Ambiental, em Saúde e em Ciência.
Entre estes materiais temos: Ciranda da Saúde, Ciranda do Meio
Ambiente e Jogos Interativos sobre Saúde e Ciência.

Livros para crianças

A Ciranda da Saúde é uma coleção de seis livros sobre as principais


endemias brasileiras: doença de Chagas, esquistossomose, verminoses,
dengue e febre amarela. Esta coleção inclui, ainda, o problema da
pediculose e da cárie dentária. A Ciranda do Meio Ambiente é composta
de dez livros sobre temas diversos, como camada de ozônio, poluição,
desmatamento da Amazônia, mineração, extinção das espécies, lixo,
cadeias ecológicas etc. Entre os Jogos Interativos sobre Saúde e Ciência,
destacou-se o jogo ZIG-ZAIDS (Prêmio de Divulgação Científica José
Reis, CN Pq/l991), que foi elaborado a partir das dúvidas dos próprios
adolescentes, anteriormente levantadas e pesquisadas. O jogo vai além da
informação, estimulando os estudantes a discutirem questões sociais
envolvidas com a AIDS.
27

♦ Trabalhos de Extensão Comunitária compreendem atividades que várias


unidades da Fiocruz realizam em núcleos comunitários e associações de
moradores, visando desenvolver a consciência sanitária da população a
partir das relações existentes entre saúde e doença. São trabalhos que vão
desde a assessoria a campanhas sanitárias até ações executivas nas
comunidades. A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio utiliza
meios lúdicos como teatro, música e outros recursos artísticos em suas
ações. A Escola Nacional de Saúde Pública desenvolve, há vários anos, em
comunidades carentes da região vizinha, programas e projetos que geraram
metodologias e acúmulo de experiências no campo da popularização das
ciências e da saúde.
♦ M anual do A utor, informações sobre ciência e saúde, destinadas a
dramaturgos. E parte de um esforço pioneiro da Coordenadoria de
Comunicação Social, no sentido de garantir a inserção, em novelas, mini-
séries e outros programas de televisão, de questões relevantes no campo da
ciência e da saúde.
Nos aspectos museológicos, museográficos e pedagógicos de educação em
ciência, o corpo técnico do Espaço Museu da Vida já está assessorando a implantação
do Projeto: Praça da Ciência, de iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio
de Janeiro e da Direção do Complexo Educacional de Quintino. E um projeto voltado
para educação em ciência, que é fruto dos efeitos multiplicadores que se espera do
Espaço Museu da Vida.
28

Além de basear-se neste conjunto de experiências, o Espaço Museu da Vida irá


beneficiar-se da capacidade instalada da Fiocruz - prédios, serviços, equipamentos,
estrutura nacional e reservas técnicas e materiais existentes. Há, ainda, a massa crítica
de funcionários, bolsistas e alunos da Fiocruz e de professores e animadores culturais
da rede de ensino público, lotados na instituição por convênios - vários dos quais
vocacionados para atividades de um museu interativo.
A capacidade instalada da Fiocruz permitirá ao Espaço Museu da Vida a redução
de custos de implantação e de operacionalização, dando ainda suporte de infra-
estrutura para realização de sua diretriz básica: construir-se como polo irradiador de
iniciativas e gerador de efeitos multiplicadores no campo da educação e popularização
da ciência.
A realização das atividades do Espaço Museu da Vida, norteadas por estes
parâmetros, serão viáveis e com baixo custo, pois contarão com a seguinte infra-
estrutura da Fiocruz:
♦ Núcleo de Vídeo do CICT
♦ Gráfica e Editora Fiocruz
♦ Rede de cabos óticos interna e integração da institição em redes de dados
nacionais e internacional
♦ Centros regionais de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Amazônia
♦ Convênios locais com a rede de ensino municipal e estadual.
O Espaço Museu da Vida, além de utilizar esta infra-estrutura, criará também os
seus próprios meios e canais para a realização de atividades dentro desses parâmetros.
29

JUSTIFICATIVA
A civilização atual encara a ciência e a tecnologia como base para a organização
da vida humana. Esta visão faz parte tanto do ideário das comunidades científicas,
quanto das expectativas da própria sociedade. Cresce a consciência de que seu objetivo
deve ser a busca da saúde e da felicidade humana, em equilíbrio holístico com outras
vidas e com a saúde do nosso planeta.
A criação, difusão e conservação do saber, a exigência de rigor na produção de
conhecimento e a extensão e limites da tecnologia, articuladas com as questões éticas,
são temas centrais da reflexão contemporânea da humanidade.
Hoje, percebe-se que o esforço de decodificação e comunicação da produção
científica e tecnológica para o senso comum gera efeitos indutivos na própria
construção do conhecimento, na ampliação de suas condições de desenvolvimento e na
elevação dos padrões técnicos, críticos e éticos da comunidade científica.
Governos, sociedades e instituições de alguns países investem grande volume de
recursos nos seus museus de ciência, centros de popularização e educação de ciência e
tecnologia.
Na França temos, entre outros, a Cité des Sciences et de LTndustrie, inaugurada
em Paris, em 1986, como parte do complexo cultural La Villette. Criado como um
centro de comunicação destinado a fazer das ciências um meio de cultura à dimensão
do homem e mostrar seu papel num mundo cada vez mais complexo, o museu já
contava no ano seguinte de sua criação com três milhões de visitantes por ano.
Nos Estados Unidos, há vários museus de ciência, entre os quais, o Museum of
Science and Industry de Chicago, atendendo seis milhões de usuários ao ano, e muitos
Science Centers.
Segundo a Association o f Science-Technology Centers, que agrega mais de cem
instituições americanas do gênero, estes centros atendem, por ano, a mais de cinqüenta
milhões de pessoas. São instituições que enfatizam a interatividade do público com os
experimentos e atuam na conscientização da importância da ciência, no despertar das
vocações científicas e no estímulo aos sonhos e fantasias das crianças, adolescentes e,
inclusive, adultos americanos.
Hoje a ciência é encarada como a principal base promotora da própria cultura
que caracteriza a civilização moderna, encontrando-se, nos textos científicos,
elementos que, de alguma forma, orientam decisões e julgamentos do senso comum. A
despeito deste fato, constatamos a considerável distância que separa as informações
fragmentadas e a presença absoluta dos artefatos tecnológicos no cotidiano, de um
lado, e o engajamento intelectual efetivo, de outro.
Este tema, abordado por diferentes cientistas e filósofos, mereceu especial
atenção na obra de Max Weber. Na conferência intitulada A Ciência como Vocação,
hoje texto clássico sobre as atividades científicas na modernidade, o autor afirmou que
um selvagem sabia mais sobre os artefatos de sua cultura do que o homem do século
XX sobre os diversos equipamentos que utilizava. O processo de racionalização não
indicava um conhecimento maior e mais amplo das condições de vida, mas crença na
30

possibilidade de obter este conhecimento; o que significava que o mundo se


desencantara.
E a este distanciamento que se referem as diferentes propostas de popularizar ou
vulgarizar o conhecimento científico, objeto de intensas controvérsias desde, pelo
menos, o início do século XX. Data também daquele período uma das primeiras
experiências de museu interativo de ciência: o Deutches Museum, em Munique.
Buscando mostrar os resultados e processos das ciências, através de
equipamentos em funcionamento, o novo modelo de museu alcançou crescimento
significativo nas três últimas décadas e se impôs como uma das principais instituições
de educação informal.
No momento de criação de um museu interativo de ciência, torna-se necessário
interrogar sobre o sentido das experiências já acumuladas e das críticas formuladas
pelos participantes de projetos de educação científica. Uma das principais críticas aos
modelos predominantes nesta área foi a formulada nos anos 60 por Frank
Oppenheimer, o criador do Exploratorium, em São Francisco. Oppenheimer propôs
um novo conceito - alfabetização científica - referindo-se a um processo que não
implicasse em mera interação física, e sim numa atitude intelectual ativa.
Ainda que o conceito seja utilizado com grau considerável de imprecisão, a
alfabetização científica pode ser entendida como a capacidade de ler, compreender e
expressar opinião sobre assuntos de caráter científico. Fica ainda em aberto, contudo,
o grau de profundidade e engajamento intelectual esperados. E este fato que explica
tentativas como a de Benjamin Shen que identifica três dimensões no processo de
alfabetização científica - prática, cultural e cívica, reconhecendo nas duas últimas o
grau maior de aprofundamento.
Promover a alfabetização em ciência, com esta conotação de engajamento
intelectual, consiste numa justificativa de caráter mais geral, especialmente num país
em que são ainda pouco numerosas as experiências em museus interativos. No caso
brasileiro, torna-se mais sensível esta necessidade em face da notável distância que
separa a universidade e os centros de pesquisa das instituições escolares de nível básico
e médio e da população em geral.
Outro aspecto da necessidade de alfabetização em ciência, que no Brasil se
mostra urgente e preocupante, é a constatação de que hoje há um pequeno número de
pesquisadores brasileiros envolvidos com a produção de ciência. As atividades de um
museu interativo podem se associar a outras iniciativas no sentido de despertar
vocações para a atividade científica.
No que se refere à abordagem ampla das ciências, da matemática e da técnica, a
concepção a partir de temáticas, ambientes e fenômenos complexos, deslocando as
divisões tradicionais por áreas de conhecimento específicas, permite que um tema
central na reflexão contemporânea sobre o saber humano - o da interdisciplinaridade -
oriente a proposta de alfabetização científica a ser implementada pelo Espaço Museu
da Vida.
O Espaço Museu da Vida entende que o acesso às informações sobre as ciências
e tecnologias é um direito de cidadania, pois a vida cotidiana está perpassada pelas
tecnologias. Neste quadro, despertar o cidadão para um maior conhecimento do
mundo que o cerca, principalmente sobre o seu cotidiano tecnológico, e para a
importância e limites das ciências e tecnologias é um imperativo ético. O processo de
31

criação desta consciência, entretanto, deve basear-se em procedimentos já consagrados


por outras experiências e pelas teorias pedagógicas do ensino de ciência.
Tais experiências e teorias indicam que a formação desta consciência não se
baseia no simples acesso às informações geradas pelos meios de difusão e
popularização da ciência. Para concretizá-lo, o cidadão deve dispor de instrumental
mínimo para a leitura, decodificação e compreensão do mundo ao seu redor, gerado
pela educação em ciência e pelo acesso à própria história da ciência e das técnicas,
tendo como veículo mais adequado os museus de ciência, cujos acervos e registros
documentais possibilitem leituras variadas do processo de evolução da ciência e da
tecnologia.
Assim, a participação efetiva do cidadão na sociedade atual, na qual a ciência
está cada vez mais presente, determinando constantes transformações, exige mais do
que nunca investir em difusão científica e, principalmente, em educação em ciência.
Tais investimentos, por outro lado, revelam-se como importante requisito para o
próprio desenvolvimento econômico. Modelos econômicos calcados na oferta de mão-
de-obra não qualificada, desinformada e com baixo nível de qualificação já não são
capazes de gerar uma sociedade próspera e sustentar as exigências de aumento de
produtividade.
Hoje, constata-se que a universalização do conhecimento é a condição essencial
para o desenvolvimento de uma nação. Sabe-se, por outro lado, que a qualificação das
pessoas para lidar com a ciência, com a sua produção ou, mesmo, com as suas
informações não é inata, mas adquirida e acumulada. A eficiência deste processo de
qualificação, por sua vez, depende da existência de veículos apropriados e eficazes de
transmissão e educação.
A constatação de que, no futuro, haverá uma carência ainda maior de
pesquisadores no país ressalta a importância de iniciativas de educação em ciência,
principalmente por tornarem o conhecimento científico atraente e acessível aos olhos
das crianças - cientistas e técnicos em potencial.
32

PUBLICO E OBJETIVOS
A diretriz básica de fazer do Espaço Museu da Vida um polo irradiador de
experiências e informações condicionou a concepção de suas atividades aos seguintes
parâmetros:
♦ as suas exposições e eventos terão, sempre que possível, o caráter de
itinerância para permitir acesso a um maior número de pessoas do próprio
Estado do Rio de Janeiro e de outras regiões do país.
♦ as informações sobre os seus acervos, históricos ou referenciais, integrarão
base de dados textuais e iconográficos para acesso remoto, através de
redes nacionais, de forma a ampliar seu potencial de disseminação.
♦ as suas atividades irão gerar e acumular materiais e informações de apoio
ao ensino descentralizado de ciências (Experimentoteca, base de dados,
biblioteca especializada e videoteca), constituindo-se como centro de
referência local e nacional.
O Espaço Museu da Vida terá duas áreas de atuação: uma de Popularização da
Ciência e outra de Educação em Ciência. Ambas contemplarão circuitos e
programações alternativas para atender às expectativas e necessidades de diferentes
usuários e faixas etárias.
O museu foi dimensionado para o atendimento direto, nos dois primeiros anos,
de cento e sessenta mil usuários por ano. Deste total, estima-se que oitenta mil serão
estudantes e professores de Io e 2o graus, que participarão prioritariamente das
atividades e circuitos relativos à alfabetização em ciência. Serão circuitos programados
e planejados de forma prévia, para alcançar objetivos educacionais. O acesso destes
usuários acontecerá predominantemente através do Programa de Visitação Escolar.
O público do museu, tenderá a crescer conforme a ampliação de suas atividades
e com a criação dos novos espaços previstos (ver item sobre a descrição dos espaços').
Assim, estima-se que o público do museu nos próximos cinco anos poderá atingir a
casa de quinhentas mil pessoas ano.
A população alvo do programa será muito maior do que o público visitante do
museu, pois suas atividades foram dimensionadas para gerar efeitos multiplicadores. Os
professores de ciência, por exemplo, que participarem das atividades do museu
poderão oferecer aos seus alunos, mesmo aos que ainda não o tenham visitado, um
conjunto de atividades e experimentos desenvolvidos no museu. A mesma situação
ocorrerá com as publicações, vídeos e redes de dados do museu, que atingirão um
público maior do que o de visitantes.
O museu pretende também preencher a grande carência de espaços culturais e de
divulgação científica, especialmente na região em que está localizado. E uma região
densamente povoada por diversos estratos sociais, sem alternativas de lazer. Uma
especial atenção será dirigida aos estudantes das escolas de Io e 2o graus.
A proposta engloba objetivos de natureza mais geral e objetivos específicos, que
expressam de forma mais precisa os resultados que se pretende alcançar.
Entre os objetivos de natureza geral, destacam-se:
33

♦ contribuir para o desenvolvimento de uma visão abrangente da ciência e da


tecnologia, envolvendo as dimensões lógica e conceituai técnica, social e
histórica;
♦ promover a educação voltada para a ciência, decodificando o discurso
científico e proporcionando uma atividade intelectual que transcenda a
mera recepção de informações;
♦ alfabetizar em ciências, principalmente os jovens escolares, despertando
vocações científicas futuras e permitindo a compreensão do processo de
produção do conhecimento;
♦ conscientizar a população sobre a importância, a extensão e os limites da
ciência e da tecnologia para uma melhor qualidade de vida;
♦ estimular a percepção de que a ciência e a tecnologia são atividades
humanas e, portanto, estreitamente ligadas à sociedade;
♦ colocar à disposição do cidadão informações e registros documentais -
acervos históricos e referenciais através do acesso direto ao Espaço
Museu da Vida ou através de exposições itinerantes, bases de dados em
rede, publicações, vídeo e prestação de assessoria, que possibilitem
leituras variadas sobre a evolução e a história da ciência;
♦ fomentar e assessorar, com base na metodologia gerada pelo Espaço
Museu da Vida, outras experiências de educação em ciência;
♦ estimular e apoiar a educação formal das ciências, através da reciclagem de
professores, do incentivo para a abertura dos laboratórios de ensino de
ciência na rede pública e da comutação e empréstimo bibliográfico de
vídeos, dos experimentos e desenhos técnicos da Experimentoteca e de
outros suportes das experiências.;
♦ promover através de ações de cooperação e intercâmbio com outras
instituições, a preservação, recuperação e valorização do acervo científico
e tecnológico regional e nacional.
Entre os objetivos específicos, destacam-se:
♦ promover a informação e educação científica nas áreas das ciências, da
matemática e da técnica, com ênfase em suas aplicações no campo de
fenômenos vitais, atendendo a um público de 320.000 usuários, no campus
de Manguinhos, nos dois primeiros anos de implantação;
♦ promover a multiplicação de experiências de educação para a ciência.

Neste sentido, estão previstas diferentes atividades, entre as quais, destaca-se a


participação no projeto Praça da Ciência, no Complexo de Quintino (subúrbio da
Cidade do Rio de Janeiro), através de solicitação da Faperj. O projeto, contará com a
associação de diferentes núcleos de educação científica do Estado do Rio de Janeiro.
♦ contribuir para a criação do Espaço M useu do Universo, concebido como
uma extensão do Planetário do Rio de Janeiro e orientado por uma
abordagem que integra conhecimentos de diferentes áreas como a
astronomia, a geografia, a física, a ecologia, entre outras.
34

♦ contribuir para o desenvolvimento do Espaço Museu do M ar, que tem


por objetivo abordar várias dimensões associadas a dois grande eixos: o
surgimento da vida e a ecologia marinha e o mar como recurso natural, de
um lado e, de outro, o mar como meio de comunicação.
♦ contribuir na formação de know-how e desenvolvimento de metodologias
em educação científica a serem utilizadas nos novos espaços do Museu de
Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.
♦ promover a articulação entre atividades de educação formal e museu
interativo através de cursos de ensino de ciências dirigidos para professores
do I o e 2o graus.
♦ realizar exposições temporárias e itinerantes, estimando-se um total de
vinte exposições no período de dois anos.
♦ constituir bases de dados de acesso local e remoto compreendo bases
referenciais; textuais e iconográficas e experimentoteca.
♦ ampliar a capacidade e aperfeiçoar as oficinas de restauração e
conservação de documento; conservação e restauração arquitetônica e
laboratório fotográfico.
♦ criar oficina de produção de kits de experimentação e montagem de
exposições.
♦ desenvolver programas de formação de recursos humanos nas áreas de
divulgação e educação em ciências, através de bolsas de iniciação científica
e aperfeiçoamento e incentivo à qualificação acadêmica da equipe do
projeto em áreas que contribuam para o fortalecimento do museu.
♦ produzir para exibição em diferentes locais peças teatrais focalizando
temas relevantes para o projeto. Estima-se a realização de .10. peças no
período de dois anos.
35

Metodologia e Plano
Pedagógico

A (In)Formação em Ciência e a Cidadania

Conceituar o papel de um museu científico atuante no contexto da cultura


brasileira, com particular inserção no âmbito da vida da Cidade do Rio de Janeiro, é
um desafio.
Vivemos mergulhados no mundo em que a ciência e a técnica, sinergicamente
imbricadas, contribuem decisivamente para moldar a cultura e a sociedade,
potencializando, em escala nunca vista, tanto as possibilidades de crescimento do
conforto, da criatividade e da liberdade, quanto as ameaças à integridade física, moral e
espiritual dos cidadãos e ao meio ambiente. Assim, com o avanço da tecnociência a
níveis crescentes de poder político e social (Barbosa, 1992), o cidadão depara-se com
a profunda ambigüidade de seus riscos e possibilidades, e um convívio com ciência e
técnica passa a ser parte da condição humana na Modernidade, assim como um viver
da fé teológica o era para o homem medieval. Escapar do mundo técnico-científico é
hoje reconhecido como inviável e a defesa da sociedade e dos cidadãos face aos riscos
inerentes ao avanço da tecnociência somente é possível com os meios técnicos-
científícos. Não se trata, portanto, de uma ruptura com a ciência, hoje já impensável,
mas de entendê-la e utilizá-la de forma menos ingênua, mais refletida e crítica.
A medida que ciência e técnica passam a habitar o núcleo do poder, a formação
ou alfabetização em ciência (F. Oppenheimer), longe de ser um fim em si, somente
tem sentido como um componente da formação da pessoa/cidadão diante do mundo
científico. Aqui é o próprio ensino em ciências que é colocado em questão e, em
especial, suas possibilidades de dar suporte à formação integral da pessoa no mundo
técnico-científico. Nesse contexto, reveste-se de atualidade o ideal humanista-
iluminista de Wilhelm von Humboldt, que conceitua tal formação como propiciadora
do desenvolvimento da pessoa, em sua capacidade de auto-posicionamento soberano
face aos desafios sociais, políticos e éticos do mundo moderno. Neste sentido, a
(in)formação técnico-científica é uma condição necessária, mas não suficiente, isto é,
um primeiro componente na formação de uma personalidade integral, capaz de avaliar
situações e contextos e auto-dirigir-se no mundo atual. Portanto, somente através de
um caminho que vai da (in)formação técnico-científica à formação holística, integral,
ética da pessoa humana, pode-se alcançar um elemento norteador de um projeto
educacional, que parta da explicitação da História da Ciência, em busca da inserção do
indivíduo na comunidade, como elemento capaz de refletir, decidir, agir e difundir
idéias.
Segundo Lucas (1983) e Uko (1985), a instituição escolar, por si só, não
apresenta condições de proporcionar à sociedade a (in)formação técnico-científica e
humanística necessária à leitura do mundo. Dessa forma, um museu interativo de
ciência constitui um espaço educativo complementar à educação formal, possibilitando
a ampliação e a melhoria da alfabetização científica, tanto dos estudantes como da
36

população em geral. Dyson (1991) ressalta, inclusive, que os museus deveriam ser tão
comuns na sociedade como são as escolas.
Assim, reconhecendo que o conhecimento não é inato, mas adquirido e
acumulado, o papel do museu fica reforçado como veículo bastante eficiente de
transmissão e educação em ciência.
Este projeto do Espaço Museu da Vida representa, dessa maneira, uma
importante iniciativa de popularizar a ciência desde entre os mais jovens e até os
adultos, no sentido de contribuir para a formação de cidadãos com possibilidade de
participação na sociedade contemporânea.

Proposta Metodológica

A popularização da ciência através de um museu, principalmente nos países em


desenvolvimento como o Brasil, também consiste em uma arma poderosa para tornar a
sociedade ciente da importância da ciência e da tecnologia em sua vida cotidiana. E
essencial que se saiba, por exemplo, como equilibrar uma dieta infantil a fim de reduzir
a mortalidade, ou que se entenda os princípios científicos necessários para a
purificação de água. Isto consistiria, como nomeou Shen (1975), em uma alfabetização
científica "prática", que torna o indivíduo apto a enfrentar o dia-a-dia.
Um objetivo maior do projeto pedagógico do museu seria portanto contribuir
para a formação do cidadão consciente e responsável, capaz de assumir a direção de
sua vida sem necessitar de tutela de terceiros, capaz de tomar suas decisões calcado em
fundamento éticos. Para tanto, o método e a linguagem da ciência, bem como um
conhecimento de seus fundamentos histórico-filosóficos legitimadores, não lhe podem
ser estranhos, pois são componentes decisivos do ethos da modernidade. Precisamente
aqui insere-se a relevância pedagógica do projeto do museu.
A importância dos aspectos educativos e divulgador, atribuições características
da proposta de museu que ensejamos implementar, para a preservação da vida é
reconhecida universalmente. Se, por exemplo, algumas doenças permitem tratamento a
posíeriori, a compreensão da situação por parte da população leiga é fundamental para
o sucesso das medidas terapêuticas propostas. Além disso, há doenças cujo tratamento
é exclusivamente profilático e, nestes casos, a educação e a divulgação científica serão
intervenções possíveis e extremamente relevantes para a manutenção da saúde.
A preocupação com a formação do cidadão, que vem se expandindo desde a
década de 80 (Krasilchik, 1992), estampa-se no movimento STS (Ciência, Tecnologia
e Sociedade), cuja pretensão é estreitar as relações entre ciência e sociedade,
apresentando a tecnologia, como elemento crucial para a relação. Nos países em
desenvolvimento, como o Brasil, o sistema educacional, englobando aí espaços como
os de m useu de ciência, deve colaborar para formar pessoas críticas que possam,
ainda, como partícipes da sociedade, influenciar a ciência e a tecnologia.
A proposta interativa deste museu, por outro lado, é um convite à participação
ativa dos visitantes, estimulando sua reflexão critica e implicando numa percepção mais
abrangente do conceito de vida através de uma perspectiva transdisciplinar, ou seja,
num movimento para além das disciplinas. Mais do que interdisciplinares, acreditamos
que os temas científicos devem ser explorados no universo da história e da cultura,
numa relação estreita com a realidade social. A vida é integrada e não separada em
áreas de conhecimento. O tratamento interdisciplinar, aliado a uma abordagem que
37

leve em conta a realidade cotidiana, conduz a uma percepção global dos principais
conceitos relacionados à vida.
Nosso objetivo principal é, portanto, a criação de um museu em que o
conhecimento é apresentado através de exposições que levam o público a estabelecer
conexões entre os materiais exibidos, a situar as conquistas científicas e tecnológicas
no contexto social em que tais avanços ocorreram e continuam a ocorrer, e a vivenciar
alguns experimentos, além de propor outros, viáveis de serem executados no espaço
do museu. A preocupação de que a participação do usuário fortaleça a ligação entre o
pensamento e a manipulação é uma constante em nossa proposta, dado que
pretendemos incitar à visão de que um fato científico só tem sentido em relação a um
sistema de pensamento e, assim, pode ser interpretado de formas diversas.
Dessa forma, fica claro que não se trata de um museu destinado à exposição de
objetos históricos intocáveis, nem de um acervo interessante de maquinaria moderna
cujo convite à participação se reduz ao aperto de botões (Oppenheimer, 1968) ou ao
manusear de equipamentos.
No museu interativo que se quer criar, sustenta-se a idéia de que não é qualquer
tipo de contato fisico que garante o crescimento intelectual do usuário. Esta proposta
de museu enfatiza, sim, o engajamento intelectual do visitante. Sua interação física com
os objetos expostos ou a vivência de experimentos propostos ou sugeridos pelos
próprios usuários terá sempre como objetivo o desenvolvimento do raciocínio, mesmo
porque a reflexão precede a experimentação.
Além disso, as exposições participativas do Espaço Museu da Vida procurarão
não perder de vista a perspectiva histórica da evolução da ciência e da técnica, à
diferença dos chamados Science centers. A história da ciência permite a visualização
dos processos de construção e reconstrução dos conceitos científicos, tornando
possível a percepção das diferentes idéias que os seres humanos desenvolveram sobre
um mesmo fenômeno, ao longo da história. Isto é fundamental para a compreensão de
que um empreendimento científico ou tecnológico é um processo, com uma história e
uma evolução não linear, produzida coletivamente através do intercâmbio de
informações, e não simples e subitamente por alguns gênios iluminados. Trata-se de
proporcionar aos visitantes a visão de que a ciência tem uma história que não é,
simplesmente, cumulativa, ressaltando-se, ainda, as dificuldades e os fracassos dos
pesquisadores, além das discussões e conflitos que se estabelecem entre eles.
Nossa preocupação é que esse espaço de divulgação e educação para a ciência
propicie aos visitantes em geral, e particularmente, aos escolares, condições para que
possam problematizar a realidade formulando hipóteses, planejando e executando
investigações (experimentais ou não), sem a preocupação de alcançar resultados
previamente estabelecidos. Com isto pretende-se mostrar a ciência como uma
aventura: a aventura que pretende enfrentar criativamente problemas concretos, a
constatação gratificante de que as próprias idéias têm validade e que, para uma
resposta certa a uma determinada questão, milhares de tentativas erradas podem ter
sido feitas.

Construindo o Conhecimento

A proposta do museu deverá contemplar a discussão em torno de diferentes


aportes no campo cognitivo, que tem dado suporte direto ou indireto a projetos
pedagógicos correlatos. Aqui são consideradas algumas das mais importantes
38

contribuições neste sentido, em suas características mais pertinentes ao projeto em


pauta, e em algumas de suas interrelações, não se excluindo seus mais importantes
aspectos conflitivos, mas renunciando-se à pretensão de uma apresentação exaustiva.
Assim, como sugestão ao debate epistemológico em torno do projeto
pedagógico do Espaço Museu da Vida, tomamos inicialmente de T. Kuhn (1978) os
conceitos de paradigma em ciência e, em particular, o contraste fecundo entre ciência
normal e revoluções científicas. Sua ênfase na historícidade da ciência e sua crítica à
"teoria da correspondência" entre realidade e conhecimento bem como aos "mitos" da
prova e da refutação (K. Popper), são controversas ("teorias não são superadas por
"dados factuais", mas por outras "teorias") e têm estimulado um debate certamente
pertinente à atividade-fim de um museu científico.
Já K. Popper (1980) parte de uma postura voltada para a pesquisa e explicitação
de critérios de "honestidade intelectual" na conduta do cientista, capazes de lhe
"revelar" sistematicamente seus próprios enganos, bem como os de seus pares. Popper
propõe-se, portanto, buscar um método racional de tentativa e erro, para o qual a
aproximação gradativa à realidade é meta permanente da ciência. O método científico
reveste-se, segundo este autor, de um componente moral, onde a modéstia intelectual e
a autocrítica são aspectos indispensáveis. A partir de sua postura radicalmente
antitotalitarista, Popper reconhece na "sociedade aberta" o único espaço social
propício para a busca da verdade, pois somente neste contexto não se cerceia a
revelação de enganos.
Segundo K. R. Popper, a ciência deve necessariamente comportar dois critérios
de delimitação/demarcação para o território do "empírico-científico": o critério lógico
e o metodológico. Confirmação pela experiência e irrefútabilidade empírica não seriam
qualidades características de teorias empírico-científicas. Admitindo as raízes
metafísicas de teorias científicas, Popper propõe, no entanto, um critério de
cientificidade que reúne conteúdo empírico e postura crítica, erigindo uma teoria da
ciência enquanto "metaciência", isto é, uma teoria não-empírica sobre a ciência.
Como resultados deste esforço, Popper propõe uma avaliação do grau de
corroboração (que nunca é "para sempre") e de verossimilhança (interpretação realista,
falibilidade conseqüente, otimismo epistemológico cauteloso) de teorias. A visão de
ciência de Popper inclui propostas profundamente atuais, instigantes e controversas, tal
como a de uma história evolucionária do conhecimento, a dos "três mundos" - físico,
psíquico e intelectual (racional/científico) -, sua visão de mundo indeíerminisía, sua
visão de homem não caótica e não mecanicista, abrindo espaço para a responsabilidade
e, finalmente, em contraste com Kuhn, sua crítica ao historicismo e à política dos
"pequenos passos".
O cuidado metodológico de Popper faz deste autor uma das principais fontes de
inspiração para iniciativas pedagógicas que pretendam apresentar ao público-alvo, de
forma acessível, os métodos e procedimentos da ciência (o como do fazer ciência).
G. Bachelard, G. Canguilhem e F. Dagognet também representam importantes
contribuições epistemológicas para a didática, tendo ilustrado, durante muitas décadas,
o caráter descontínuo da construção dos conceitos com as idéias de obstáculo
epistemológico, convidando-nos a pensar a ciência mais em termos de ruptura que em
termos de continuidade (Astolfí e Develay, 1990).
39

Uma Proposta Construtivista

Bachelard, em 1938, já afirmava não entender como os professores de ciência


não percebiam que os alunos chegam às salas de aula com conhecimentos empíricos já
constituídos. Este seria um exemplo de uma concepção de ensino enquanto simples
transmissão e uma visão do aluno como tábula rasa.
A História das Ciências, no entanto, aponta para a construção do conhecimento
por cada indivíduo que, por sua vez, já apresenta suas concepções prévias.
A metodologia científica pressupõe uma verdadeira revolução na forma de
abordar os problemas e, portanto, não pode ser considerada uma atividade natural,
senão, pelo contrário, uma ruptura necessária, embora difícil, com formas naturais de
pensamento.
Na ótica piagetiana, os mecanismos através dos quais a pessoa aprende não
dependem inicialmente de sua boa vontade ou da estrutura do saber ensinado. E
preciso, sim, fornecer ocasiões de modificar os esquemas graças aos quais ela constrói
seu mundo cognitivo. Assim, novas informações vão entrar em conflito com os
conceitos "espontâneos", transformando-os gradualmente e ajudando a organizá-los
em um sistema, o que promove a ascensão a níveis mais elevados do desenvolvimento
cognitivo. Dessa forma, a concepção de museu interativo engloba propostas de
experimentação e utiliza-se de inúmeros recursos de comunicação, nos quais a
observação ou a percepção, como na metodologia científica, são vitais para o
estabelecimento de conexões entre os resultados da manipulação, no sentido de
elaborar conclusões por intermédio do raciocínio.
Para J. Piaget as etapas do desenvolvimento cognitivo são operacionalizáveis (e
mesmo mensuráveis) através de processos sensório-motores, podendo-se desenvolver
processos reversíveis de exercitação para a formação de funções semiótico-simbólicas
e de capacitação na formulação de proposições lógicas.
Seu princípio construtivista-genético (racionalismo construtivista) baseia-se na
soberania do sujeito cognoscente e na convergência de estruturas naturais e cognitivas.
Sugere, ainda, prova experimental das interações sujeito-objeto necessárias ao
progresso do conhecimento, evitando a suposição de uma harmonia pré-estabelecida,
bem como o determinismo causai de um naturalismo ou behaviorismo.
Além da hipótese sobre o modo de desenvolvimento da cognição, Piaget
afirmou que esse processo é marcado por uma série de estágios, cuja ordem é
invariável. Cada um representa um diferente modo de lidar com um aspecto particular
do ambiente e, por conseguinte, pode-se esperar que a maior parte do pensamento de
um indivíduo seja caraterístico do estado por ele atingido (Turner, 1976).
Assim, os diferentes espaços do museu deverão comportar desafios distintos para
as diferentes faixas etárias, procurando, sobretudo, sempre despertar a curiosidade
sobre ciência, ao vinculá-la a fatos da realidade cotidiana, além de incentivar o público
à formulação de suas próprias questões.
Com os alunos das séries iniciais do Io grau, privilegiaremos as atividades que
levam ao desenvolvimento do pensamento e da imaginação. Apresentados ao
conhecimento atual, eles devem ser estimulados a formular suas próprias perguntas e
impulsionados às atividades exploratórias. Já os estudantes das classes regulares do
segundo segmento do Io. grau e do 2o grau, por já terem adquirido condições de
40

estabelecer uma relação mais formal com a ciência, poderão compreender a existência
de conhecimentos estabelecidos sobre os fenômenos naturais, mesmo que estes
conhecimentos não sejam definitivos. A partir dessa faixa etária, a metodologia
científica já pode ser apresentada, ainda como atividade criativa, porém mais rigorosa,
que põe em dúvida as certezas do senso comum, imaginando novas possibilidades a
título de hipóteses e submetendo tais hipóteses a testes.
A diferença do método pedagógico da redescoberta, calcado na simulação da
atividade científica e no alcance dos resultados esperados como coroamento da
imitação de experiências anteriores, o museu procurará levar aos visitantes a idéia de
que a seleção dos fatos na realidade, a forma de olhá-los ou os recortes do real são
decisões que se pode tomar ao fazer ciência. Assim, não existe neutralidade científica,
já que o olhar do pesquisador pode permitir a observação de alguns fatos em
detrimento de outros.
Partindo de uma conceituação de vida não biológica, mas filosófica, Ortega y
Gasset(1963), em contraponto a Piaget, não entende a razão como resultado de
processos biológicos, nem tampouco como o tipo mais elevado de conhecimento, mas
sim como método, no centro do qual se coloca o problema da vida em sentido
biográfico e não biológico. (Idéias são produto do "poder de representação" que
moldam diferentes "mundos interiores”).
Ao enunciar sua conhecida proposição "Eu sou eu e minha circunstância",
Ortega y Gasset emite um conceito central em toda sua filosofia. Circunstâncias são
condições de vida, que o Homem tem que "esculpir", "formar" de acordo com sua
perspectiva. Um projeto pedagógico que pretenda contextualizar ciência e elevar a
consciência crítica do público é devedor da reflexão de Ortega y Gasset, em especial
quanto às idéias de "circunstância" e "homem das massas".
Embora ressaltando a epistemiologia genética de Piaget como enfoque
indispensável em nossa proposta de museu, principalmente pelo recurso aos métodos
ativos e sua relação constante com a História das Ciências visando à construção dos
conceitos científicos, apoiaremos nossas ações, também, em outras abordagens
teóricas do desenvolvimento cognitivo.
Se Piaget está interessado, principalmente, no conhecimento, Bruner, por outro
lado, preocupa-se com o processo de conhecer, isto é, como uma pessoa trata a
informação através da seleção, retenção e transformação. As experiências educacionais
significam em seu ponto de vista, "amplificadores externos".
Se a visão de Bruner para o desenvolvimento cognitivo também é individual,
Vygotsky(1992) nos oferece uma instigante abordagem sobre a dimensão social no
desenvolvimento psicológico (La Taille et al, 1992), discordando de Piaget em um
único ponto, mas essencial. Este presume que o desenvolvimento e o aprendizado
sejam processos totalmente separados, e que a função da instrução é apenas introduzir
formas adultas de pensamento, que entram em conflito com as formas de pensamento
da criança e as superam.
Já Vygotsky acena para a importância da interação entre o desenvolvimento eo
aprendizado, inclusive porque este não se inicia na escola. Afirma, ainda, ter
descoberto vínculos internos complexos entre os conceitos "espontâneos" e os
científicos, esperando que futuras investigações comparativas ajudem a esclarecer a sua
interdependência.
41

Perspectiva Integradora

Se a ciência é uma instituição social como outras e como tal deve ser vista pelos
usuários do museu, a educação para a ciência deve se desenvolver de forma a ligar as
ciências experimentais (biologia, física, química e matemática) às sociais e humanas.
Isto significa que os conceitos científicos precisam ser explorados à luz dos conceitos
metacientíficos. Tal integração poderá implicar em uma atenuação das fronteiras entre
os campos do conhecimento, trazendo uma compreensão globalizante dos conceitos.
A metodologia educacional do Espaço Museu da Vida explicita-se mais
claramente em relação aos Espaços da Descoberta e da Experimentação, onde serão
vivenciados especialmente os processos pedagógicos do museu.

Museus Interativos e Laboratórios Didáticos

Desde a década de 50 a busca de alternativas para o ensino de ciências no Brasil


tem sido incessante. Desenvolveu-se uma série de programas orientados para a
produção de conhecimentos e materiais didáticos, bem como para a difusão de
propostas relacionadas com a melhoria do ensino de ciências. Registre-se que uma
característica comum a estes é a crítica ao caráter dogmático do ensino de ciências. A
partir de pressupostos diferenciados tem sido apontada a necessidade de uma
metodologia para o ensino de ciências que não abra mão da experimentação, de forma
a garantir que não se renegue pressupostos da própria ciência.
Neste contexto, é natural que o papel do laboratório no ensino tenha sido
exaustivamente discutido, com a apresentação e implementação de diversas propostas.
Panacéia contra todos os males da educação escolar ou garantia de existência de um
ensino realmente científico foram alguns dos papéis destinados ao laboratório de
ciências. Paralelamente foram apresentadas propostas mais críticas e desenvolvidos
programas e projetos de boa qualidade que, ainda que em contextos localizados,
viabilizaram inovações positivas no ensino de ciências. Na base destas, a preocupação
com a definição do que seja o laboratório, ou de forma mais precisa, o laboratório
didático. Quais suas semelhanças com o laboratório de pesquisa? Quais suas
diferenças? Enfim, qual sua identidade?
No mesmo período foram criados em diversos países museus de ciências que têm
como característica comum o fato de apresentarem propostas educacionais, nem
sempre vinculadas a um acervo de origem histórica. Esses museus apresentam kits e
equipamentos construídos especialmente em função dos objetivos da instituição. Em
geral o contato do público com esses equipamentos é permitido e até mesmo
estimulado.
Verifica-se que, de modo geral, os museus interativos de ciências têm
laboratórios didáticos, ou melhor, apresentam ao público um conjunto de experimentos
e kits que podem ser manipulados pelo visitante, através dos quais ilustram-se
determinados princípios científicos, apresentam-se aplicações de algumas leis e
oferecem-se subsídios para a compreensão de certos fenômenos. Percebe-se também
que tais laboratórios são muito bem vistos pelo público em geral e pelos especialistas.
Observando-se com maior cuidado, nota-se que são constituídos pela soma de alguns
experimentos tradicionalmente usados com alguns kits construídos a partir de cook-
book de museus do exterior e outros fruto da criatividade dos profissionais que
trabalham nestes locais. Acreditamos, porém, que os aspectos constitutivos do
laboratório (experimentos, kits, programação visual, forma de apresentação etc.)
devem ser determinados por uma concepção de conjunto.
Para superar esta situação, é necessário uma reflexão mais aprofundada sobre a
identidade dos laboratórios didáticos de um museu. Evidentemente tal reflexão não
poderá prescindir dos subsídios provenientes das concepções de ensino de ciências e
das discussões sobre o papel do laboratório na escola. No entanto, estes só poderão
ser realmente úteis se forem bem estabelecidas as diferenças entre o papel da escola e
do museu dinâmico de ciências. Tal perspectiva encontra amparo teórico no contexto
da temática educação fo rm a l - educação não-formal. Apresenta-se, então, duas
características da educação escolar que a distingue daquela operada nos museus de
ciências: a escola tem currículo e um de seus objetivos é o ensino de ciências.
De fato, toda escola tem por objetivo o ensino, embora não haja unanimidade
sobre o que e como ensinar. Numa escola tradicional, a própria tradição se encarrega
de definir o conteúdo do ensino. A transmissão do conhecimento é feita pelo professor,
detentor do conhecimento, para os alunos. Num outro extremo pode-se visualizar uma
escola que defina o que ensinar, considerando e respeitando os interesses dos alunos.
Nela a distinção entre o papel do professor e dos alunos será tênue, cabendo a ambos
ensinar e aprender. A ciência dos fenômenos do cotidiano é vista como prioridade,
assim como a valorização das concepções intuitivas dos estudantes. Entre esses dois
modelos extremos de escolas existem diversas situações intermediárias. Em todas
objetiva-se o ensino.
É inegável que as escolas, por objetivarem ensinar, possuem currículos,
entendendo-se aqui pelo termo o conjunto de conteúdos e estratégias a serem
acionadas para a viabilização da aprendizagem. No caso das escolas tradicionais a
existência do currículo é evidente. Ao nos afastarmos deste modelo de escola o
currículo se torna menos visível, apesar de sempre presente.
No caso dos museus interativos de ciências é conveniente trabalhar com a noção
de sensibilização para a ciência. Com isso não se quer dizer que não possa haver
aprendizado nos museus. Trata-se apenas de sublinhar que os museus não devem se
organizar em função da perspectiva de que o público aprenda ciência durante a visita.
Esse posicionamento baseia-se tanto em características próprias à ciência, que
implicam numa pedagogia científica metódica e continuada, quanto em características
relacionadas com a função social dos museus de ciências, já que essas instituições
devem ocupar um papel próprio e contribuir para o preenchimento de uma enorme
lacuna existente nos grandes centros urbanos, qual seja, a existência de espaços que
propiciem à população o contato com aspectos da ciência.
A partir desses pressupostos colocam-se as perguntas: Qual deve ser o perfil do
laboratório de um museu interativo de ciências? Quais as características desejáveis das
experiências dos acervos, da programação visual, da iluminação etc.?
As respostas às perguntas formuladas dependem de opções prévias quanto à
relação entre ciência e educação. Esta relação tem sido bastante discutida no contexto
do ensino de ciências. Conscientes dos cuidados necessários por conta da diferenciação
entre o papel da escola e dos museus de ciência é possível tirar da discussão
concernente às ênfases curriculares no ensino de ciências, subsídios para a definição do
perfil dos laboratórios um museu interativo de ciências.
43

Ciência no Cotidiano

A perspectiva de compreensão dos fenômenos do cotidiano deve colaborar para


a orientação e a estruturação do ensino de ciências. A ênfase na ciência do cotidiano
traz dentro de si o mérito da motivação. O trabalho a partir destes fenômenos é
fundamental, desde que tal opção esteja subordinada a uma avaliação rigorosa da
complexidade da ciência envolvida no fenômeno.

Atividades Experimentais

Em um museu científico, as atividades experimentais devem ser garantidas de


maneira a evitar, como preconizam Delizoicov e Angotti (1990), que a relação teoria-
prática seja transformada em dicotomia.
As experiências despertam em geral um grande interesse por parte das pessoas,
além de propiciar espaços privilegiados de investigação.
Atividades experimentais planejadas e efetivadas somente para provas, leis e
teorias são pobres face ao objetivo de construção de conhecimento em ciência. Por
este motivo, consideramos mais apropriado um trabalho experimental que dê margem à
discussão e interpretação de resultados obtidos (quaisquer que tenham sido
alcançados), com os monitores atuando no sentido de apresentar e desenvolver
conceitos, leis e teorias envolvidos na experimentação. Desta forma, o monitor será
apenas um orientador crítico no processo. O que queremos frisar é que a perspectiva
de atividade experimental que se quer realizar no museu pretende evitar a simples
execução de receitas e a postura de comprovação das verdades científicas retratadas
de maneira estática e histórica nos livros didáticos. Um museu de ciência plenamente
consolidado e integrado com o sistema de ensino escolar pode oferecer laboratórios
que representem verdadeiras oficinas de ciência para o público escolar, funcionando
também como espaços de criação para a comunidade em geral.

História da Ciência

Entendemos que a História da Ciência cumpre um papel fundamental na


apresentação da ciência como produção social e que a História pode trazer elementos
importantes para a compreensão do processo de constituição da ciência. Neste sentido
há um elo entre esta ênfase e a investigação experimental.
Dessa forma, as atividades experimentais no museu devem ser exploradas de
maneira a articular os conteúdos à sua evolução histórica e aos registros documentais
(acervos) que informam sobre este processo evolutivo. Os arranjos museológicos e
museográficos dos acervos, por sua vez, devem possibilitar aos usuários leituras
variadas sobre os temas abordados nas exposições que contextualizam historicamente
as experimentações.
44

Temas Unificadores

Ao final dos anos 60 e 70, ocorreram profundas reestruturações na educação


brasileira, com repercussões no ensino das ciências naturais. Nesse novo contexto,
propôs-se um tratamento interdisciplinar em substituição à anterior divisão entre física,
química e biologia.
Este tipo de abordagem, no entanto, não foi e ainda não tem sido implementada
na maioria das escolas, tanto pelas dificuldades que os currículos impõem, como pela
deficiência na formação dos professores durante os cursos de licenciatura.
No museu científico, entretanto, o enfoque interdisciplinar (e mesmo
transdisciplinar) é possível. No Espaço da Experimentação, por exemplo, pretendemos
trabalhar com conceitos selecionados, organizados segundo temas unificadores, que
sintetizam alguns dos princípios básicos da ciência, a saber: energia, ciclo, sistema e
vida. Esses conceitos serão explorados de forma não diretiva, tendo sempre em vista a
preocupação da perspectiva cognitivista da problematização dos conteúdos,
previamente à realização dos experimentos pelos usuários, em níveis diferenciados de
desenvolvimento do raciocínio, de acordo, por exemplo, com a faixa etária e a
escolaridade.
O conjunto de experiências do Espaço Museu da Vida, a ser colocado para o uso
interativo por parte do público alvo, deverá abranger seqüências de experimentos e
descobertas norteadas por determinados eixos temáticos que perpassem as Ciências
Naturais e a Matemática. Em princípio, os eixos temáticos escolhidos para serem aqui
priorizados são: Energia, Ciclos, Sistemas e Vida.
No entanto, com tais experimentos não se deverá ter a pretensão de cobrir
exaustivamente os quatro territórios da ciência aqui implícitos (Física, Química,
Biologia, Matemática). Ao contrário, deverão ser priorizados, através de seleção
criteriosa, certos conceitos e experimentos essenciais a uma visão sistêmica e integrada
desses diferentes campos do saber. Assim, por exemplo, ao invés de cobrir toda a
Física, mediante uma seqüência extensa de experiências, dispostas em um itinerário de
centenas de metros de bancadas, como ocorre por exemplo no Deutsches Museum de
Munique, o Espaço Museu da Vida deverá oferecer ao usuário itinerários curtos,
construídos por fio s condutores como os conceitos de energia, ciclos, sistemas e
vida e por estações de parada, experimentação, descoberta e reflexão.
Nesta concepção, o experimento deverá constituir o foco de atenção do usuário
em cada estação do itinerário, atuando como polo de motivação para sensibilizar e
potencializar o processo cognitivo. O experimento deverá ser contextualizado,
mediante o uso de painéis, dioramas, recursos audiovisuais e acervos, que permitam
compreender a realidade histórica e social em torno da descoberta ou experimento em
questão, bem como refletir sobre a pertinência e atualidade dos conceitos científicos
com relação ao contexto atual em que vive o público alvo. Aqui, portanto, o usuário
deverá ser convidado a refletir sobre duas questões que se complementam, a saber:
Como se insere a experimentação/descoberta na História e como se insere a
experimentação/descoberta hoje, em minha vida?
Os Espaços da Experimentação e da Descoberta permitirão, portanto, a
oportunidade de intervenção interativa e de reflexão cognoscente, trazendo a Ciência
juntamente com sua História para o presente e para a nossa presença {apresentando a
Ciência).
45

Entretanto, embora a seqüência de experimentos deva enfatizar alguns pontos


focais de destaque, em que o usuário poderá interagir e aprender intensivamente a
respeito de certos conceitos-chave em Física, Química, Matemática e Biologia, por
outro lado não se pretende renunciar à possibilidade de acesso mais abrangente, tendo
em vista a disponibilidade de recursos informacionais na área de ensino de ciências.
Neste sentido, uma abordagem ampla dos conceitos e experimentos-chave na Física,
por exemplo, em extensão comparável à existente no Deutsches Museum, poderá ser
viável para o Espaço Museu da Vida na forma de software, que simule as experiências,
apresentando-as através de imagens de objetos, protótipos, maquetes e experimentos,
possíveis de tratamento interativo por parte do usuário.
Assim, mediante o uso de teclado, mouse, joystickse, em futuro a ser
determinado pelo avanço da tecnologia, também de luvas e capacetes apropriados, o
usuário poderá desfrutar da necessária imersão no ambiente de experimentação e
descoberta, aqui um ambiente informatizado, com o uso de recursos da simulação, da
computação gráfica e da realidade virtual. Esse sistema interativo deverá incluir menu
apropriado com opções (Mecânica, Ótica, Genética etc.) e sub-opções (Estática,
Cinemática e Dinâmica), disposição e movimentação interativa de objetos em três
dimensões, apresentação de resultados em tabelas e gráficos, bem como de
explicações, leis e cadeias causais, contextualização histórico-social etc.
O recurso à informática permite, em princípio, varrer sem limites todo o campo
do conhecimento das Ciências Naturais e da Matemática, uma vez que se poderá
projetar, desenvolver e implementar tal sistema tendo como fontes os diversos
softwares educativos disponíveis, inclusive através de consulta via rede de
computadores, com acesso aos principais centros geradores de programas desse tipo a
nível nacional e internacional. Um complemento significativo desta pesquisa será o
desenvolvimento de programas novos de simulação de experimentos didáticos, a partir
de idéias e sugestões provenientes da comunidade científica, da literatura, de filmes
didáticos etc. Isso tornará possível não apenas substituir mas, em alguns casos, mesmo
superar o recurso a programas prontos, resultando em um banco de programas mais
adequados às condições e necessidades específicas do público alvo.
A referência a outros centros de excelência servirá apenas como elemento de
sugestão e estímulo à busca de uma identidade própria para o Espaço Museu da Vida,
fator essencial e indispensável para o sucesso da iniciativa. Assim, por exemplo, ao
contrário do que ocorre no Deutsches Museum, seria aqui recomendável que os
experimentos e as simulações em computador incluam experimentos e processos
instáveis e não determinísticos, característicos do comportamento caótico. Em tais
situações, a experimentação deixa de ter o objetivo predominante de confirmação e
aceitação de teorias já consagradas, para se constituir em caminho para a descoberta de
algo que não está previsto nos livros e nas leis naturais clássicas. Aqui, o usuário
poderá se deparar, através de experimentos simples e práticos, com a questão do
indeterminismo nas Ciências Naturais. Ao encorajar a experimentação ali onde não há
leis determinísticas consensualmente aceitas, essa perspectiva coloca-se ao lado das
tendências mais recentes e avançadas nas Ciências Naturais e na Matemática, onde o
indeterminismo e o comportamento instável constituem parte de uma nova linguagem
da Natureza. Por outro lado, tal perspectiva também se coloca ao lado das
contribuições mais instigantes de Kuhn e Popper, ao evidenciar para o usuário o
caráter de historicidade e refútabilidade das teorias científicas.
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Diretrizes

Ao nosso ver, a consideração da Química, Física e Biologia como ciências


eminentemente experimentais se acha em desacordo com as novas construções do
século XX. Atualmente a reflexão sobre essas ciências converge para a idéia de que
elas dependem de um diálogo constante razão e empiria, teoria e prática, a razão se
aplicando à experimentação e sendo dialeticamente retificada por esta. Gaston
Bachelard, epistemólogo francês que acompanhou o notável desenvolvimento das
ciências físicas neste século, bem vislumbrou esses aspectos. Segundo ele, quando a
experiência anuncia fatos novos cabe ao pensamento teórico modifícar-se,
reconhecendo que a teoria precisa ser revista pois não foi capaz de prever a novidade
(Bachelard, 1975). A experiência da "folha de ouro", conduzida por Rutherford no
início do século, tinha sido planejada para confirmar o modelo de átomo proposto por
Thomson. Entretanto, perante os resultados experimentais imprevistos, o modelo de
Thomson foi posto de lado, sendo Rutherford levado a propor novo modelo atômico.
Por outro lado, muitas vezes é o teórico o primeiro a cogitar a perspectiva de um
novo fenômeno. Cabe então ao experimentador buscar meios que permitam construir
esse fenômeno, desenvolvendo a instrumentação e apurando a técnica investigativa.
Dirac previu matematicamente o pósitron antes que qualquer experiência pudesse
indicar sua existência. Somente anos mais tarde, a partir de experimentos realizados
com raios cósmicos, Wilson faria a detecção da partícula prevista teoricamente.
Como razão e experiência dialogam constantemente, não há, segundo Bachelard,
nenhum sentido em se realizar atualmente experimentos apenas para ver o que
acontece. E justamente a dialogia que invalida o acento eminentemente experimental
com que muitos coroam a Química, a Física e a Biologia.
As chamadas ciências naturais pressupõem, como toda ciência, um caminho de
construções inacabadas. Afinal o homem progride porque sua inteligência é capaz de
vencer desafios, não porque se devota a desvelar segredos ocultos na noite das
verdades universais.
A matemática, por sua vez, requer um tratamento baseado em duas constatações:
a primeira é a de que ela deve ser ensinada dentro de um contexto, tal como ciência,
para dar-lhe significação e realidade e, a segunda, de que o verdadeiro estudo da
ciência não está em aprender fatos através da leitura ou na mera observação da
natureza, mas nos experimentos que conduzem à compreensão das relações entre
variáveis. Em conseqüência, o espaço de experimentação do museu de ciência buscará
a difusão de certos conceitos fundamentais comuns a todas as ciências. Se fossemos
eleger dois termos mais importantes para expressar as idéias centrais dessa proposta,
os escolhidos seriam variável e experimento.
A essência da ciência moderna, como é praticada pelos cientistas, é compreender
a relação entre variáveis. No vasto universo de variáveis, algumas são fundamentais
para a compreensão de todas as áreas da ciência: comprimento, área, volume, massa e
tempo. O domínio destes conceitos será a base que permitirá lidar com variáveis mais
complexas como densidade, velocidade, força e aceleração.
As variáveis serão trabalhadas através de experimentos realizados pelos próprios
visitantes. O propósito de um experimento é descobrir a relação entre no mínimo duas
variáveis. Para auxiliar as crianças a entenderem o que estão fazendo, cada
experimento é realizado com um mesmo formato geral composto de quatro etapas.
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Na primeira etapa, as crianças desenham uma figura do experimento em que


identificam as duas variáveis primárias, a que é manipulada e a que resulta do
experimento (ou independente e dependente). O processo de desenhar uma figura
descrevendo o experimento tem valor inestimável no desenvolvimento da percepção
espacial, na organização das idéias e no desenvolvimento da habilidade de resolver
problemas.
Na segunda, a coleta de dados experimentais inclui, logo de início, a seleção de
valores apropriados para a variável manipulada. Segue-se o registro dos valores da
variável resposta de forma organizada em uma tabela de dados. Recomenda-se a
seleção de, no mínimo, três valores para a variável manipulada e, sempre que possível,
fazer com que estes valores sejam razões inteiras um dos outros. Isto é feito para que o
estabelecimento da estrutura de razão na variável manipulada no início do experimento
não estimule a tendência de raciocinar por diferenças que domina o senso comum. A
recomendação de realizar três medições permite que se perceba a consistência entre as
medidas, a partir da confrontação de uns resultados contra os outros, proporcionando,
também, a percepção de que, na natureza, não obtemos sempre as mesmas respostas.
A etapa seguinte é a construção do gráfico. Todo experimento requer um
gráfico: de barra para variáveis manipuladas qualitativas e de pontos para variáveis
quantitativas. Embora a relação entre elas possa ficar evidente pela tabela de dados,
revela-se de maneira mais completa através de gráficos.
A última etapa é uma série de perguntas que variam em dificuldade de acordo
com a idade e a escolaridade dos visitantes. Estas perguntas podem levar à elaboração
de predições e a novas propostas de realização de experimentos para testá-las.
O processo descrito acima proporciona uma estrutura conceituai para o tipo de
habilidade organizacional, matemática e de resolução de problemas que desejamos
ensejar. A relação com a matemática surge tão logo que as pessoas identificam as
variáveis e coletam dados. Os dados fazem sentido? Existe uma estrutura? O que é que
faz os gráficos serem como são? Interpolação e extrapolação podem ser usadas para
obter nova informação? O argumento da proporcionalidade, e mesmo a álgebra
simples, podem ser usados para fazer predições? Existe uma fórmula que relaciona a
variável manipulada à variável resposta?
Assim, os parâmetros norteadores do conjunto interdisciplinar de atividades
científicas no Espaço Museu da Vida serão:
♦ proporcionar a elaboração de questões que estimulem o desenvolvimento
do raciocínio e da criatividade;
♦ possibilitar uma abordagem histórica em paralelo;
♦ apontar para os desdobramentos tecnológicos do desenvolvimento
científico.
48

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WEBER, Max. (1974) Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro, Zahar, Ed.


49

Descrição das Áreas, Espaços,


Circuitos e Trilhas do Espaço
Museu da Vida
Para sua plena implantação, o Espaço Museu da Vida terá dois movimentos de
captação de recursos:
- o primeiro compreende as atividades previstas para ocuparem edificações e
áreas já construídas no campus de Manguinhos. São estas as áreas objeto da presente
proposta à concorrência do Subprograma Educação para a Ciência;
o segundo movimento está direcionado para empresas e outras fontes de
financiamento de projetos de natureza educacional, científica e cultural, tendo como
objeto os espaços a serem instalados em edificações a serem construídas no campus de
Manguinhos.
O circuito do Espaço Museu da Vida, objeto da presente concorrência, é
composto das seguintes áreas:
♦ Portaria provisória (existente), Circuito Histórico (<campus de Manguinhos)
e Bondinho da Ciência
♦ Espaço Ciência em Cena (tenda da Eco-92 já montada)
♦ Espaço da Descoberta (2o pavimento do Castelo Mourisco)
♦ Espaços da Experimentação (2o pavimento do Castelo Mourisco)

♦ Espaço Oswaldo Cruz (2o pavimento do Castelo Mourisco)


♦ Escritório de Viagem no Tempo
♦ Laboratório Interativo
♦ Centro de Ciência e Espaço de Atualização de Professores (2o pavimento
do Castelo Mourisco)
♦ Centro de Referência (Experimentoteca eBiblioteca Especializada no
Ensino de Ciência)
♦ Centro de Ciência (Associação deProfessores e Laboratório de
Ensino de Ciência)
♦ Sala de Reciclagem de Professores de Ciência
♦ Videoteca de Ciência - Centro de Referência de Vídeos de Ciência (2o
pavimento do Castelo Mourisco)
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♦ Espaço Iconográfico (2o pavimento do Castelo Mourisco)


♦ Mostras das Coleções Científicas (2o pavimento do Castelo Mourisco
♦ Espaços Cultural e Ciência (Pombal - antigo biotério de pequenos animais
- e Anfiteatro do 3o pavimento do Castelo Mourisco)
♦ Espaços Passado e Presente (Cavalariça)
♦ Museu Histórico da Fiocruz
♦Museu Comunitário de Atualidade Fiocruz
♦ Oficina e Laboratórios de Apoio para Criação, Conservação e Restauração
de Acervo e para Difusão e Educação em Ciência (instalações anexas à
administração da Prefeitura do Campus da Fiocruz)
♦ Núcleo de Difusão Científica (Sala Intermediária da Cavalariça)
♦ Coordenação Geral do Espaço Museu da Vida (Salão Superior da
Cavalariça).
Embora considerando que os conteúdos e as atividades das áreas acima
relacionadas preenchem os requisitos estabelecidos pelo Edital SPEC N° 01/93, o
Espaço Museu da Vida seguirá a sua concepção original, complementando-os com
outros espaços a serem instalados em novas construções com financiamentos de outras
fontes. Estes são os seguintes:
Centro de Recepção de Usuários, Bondinhos da Ciência (complemento), Circuito
Histórico (completo) e Trilhas Ecológicas, de Biodiversidade e da Energia; Ciclo e
Sistemas:
♦ Observatório Microcósmico
♦ Mini-Fábrica de Vacinas
♦ Biotério Ambiental
♦ Jardim de Plantas Medicinais
♦ Mini-Fábrica de Medicamentos
♦ Mini-Laboratório de Análise de Qualidade em Saúde
♦ Espaço Água Viva (Estação de Tratamento de Água - instalação já
existente - e Mini-Laboratório de Análises de Água).
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Descrição e conteúdos das áreas do Espaço Museu


da Vida que serão objetos da concorrência decorrente
do Edital SPEC N° 01/93.

Portaria Provisória, Circuito Histórico e Bondinhos da Ciência


Portaria e Recepção dos Usuários

Até a construção da nova portaria, os visitantes do Espaço Museu da Vida


ingressarão na Fundação Oswaldo Cruz por aquela situada à Avenida Brasil. Os
pedestres e os veículos particulares vão transpor os mesmos portões que servem ao
fluxo normal da instituição.

Portaria da Fiocruz

Contudo, o sistema de vigilância que já opera nesta portaria ficará incumbido de


direcionar os visitantes do Museu á área destinada ao estacionamento dos veículos,
localizada à margem do lago, e à recepção dos recém-chegados.
Os ônibus escolares, após o desembarque dos visitantes, seguem pela Avenida
Brasil, entrando pelo portão existente no local da futura portaria, onde há um espaçoso
estacionamento.
Como se pode ver no mapa sobre o circuito atual, da portaria partem duas vias
de acesso às instalações da Fiocruz.
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O fluxo rotineiro será direcionado, exclusivamente, para a via que ascende, à


direita, ao Castelo Mourisco. A larga avenida à esquerda da portaria, que conduz ao
novo prédio da Biblioteca, em construção, será reservada à saída e chegada dos
visitantes do museu. Provida de sinalização conveniente, contando com a presença
constante de guardas, esta avenida comportará uma faixa para a circulação do
bondinho e outra para a circulação de pedestres.
Na entrada, em local próximo à portaria, será erguido um quiosque para abrigar
o Centro Provisório de Recepção aos Usuários. Suas linhas reproduzirão o
neomourisco dos antigos quiosques que existiam no Rio de Janeiro e que tão bem se
coadunam com o estilo predominante do parque arquitetônico de Manguinhos.
Esta instalação pequena e leve terá as dimensões necessárias para alojar os
recepcionistas incumbidos de fornecer as informações requeridas pelos usuários -
inclusive planta da área e dos prédios abertos à visitação - e de organizar o acesso ao
Bondinho da Ciência, que terá o quiosque como ponto de partida e chegada. Ali serão
também exibidos posters e outros souvenirs do Museu e da Fiocruz.
No espaço compreendido entre a via reservada ao visitante e o muro que margeia
a Avenida Brasil - à esquerda também da portaria - há um lago rodeado de bucólica
vegetação. Com pequenas melhorias paisagísticas, a introdução de aves aquáticas e a
instalação de bancos e mesas, ter-se-á uma área extremamente aprazível, contígua ao
quiosque, para o uso do visitantes durante o tempo que antecede ou sucede as visitas
ao complexo de Manguinhos.

Bondinho da Ciência e Circuito Histórico

O circuito histórico do campus da Fiocruz poderá ser percorrido a bordo do


bondinho da ciência. Composto por dois carros tracionados por trator, este terá
capacidade para transportar cerca de setenta pessoas. Suas unidades serão revestidas
em madeira ou chapa de ferro, de modo a simular uma locomotiva e dois vagões
abertos lateralmente, mas com cobertura para resguardar os passageiros do sol e da
chuva.

Junto ao quiosque uma sineta adverte os visitantes que é hora de embarcar no


bondinho, o qual segue roteiro pré-determinado, a intervalos de tempo regulares.

Tal regularidade é importante já que possibilita aos passageiros, previamente


instruídos no Centro Provisório de Recepção, programar suas visitas aos diversos
circuitos de atividades do Museu, após o passeio no bondinho. Os grupos, sobretudo
os escolares, terão à sua disposição um guia. Os bondinhos percorrerão o campus e
terão paradas pré-determinadas nas quais os guias explicarão aos passageiros os
significados históricos e científicos das edificações.
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Prédio do Relógio e parte da Praça Pasteur

O bondinho começa sua viagem dirigindo-se ao Espaço Ciência em Cena, onde


nossos visitantes serão iniciados no incrível mundo da ciência. Nele os usuários serão
recebidos e preparados para a visitação, distribuídos em grupos, para percorrerem os
diversos locais que compõem o Museu.
A primeira parada será a Praça Pasteur, onde se encontra o conjunto
arquitetônico original da Fundação Oswaldo Cruz. Conduzidos pelo guia, os visitantes
farão um tour ao redor dos prédios que margeiam este quadrilátero histórico e
receberão informações sobre o antigo prédio da Cavalariça, os diversos ambientes que
compõem o Castelo Mourisco, o Pavilhão da Peste e o Quinino.
A próxima parada será o sinuoso e acolhedor Pombal, que servirá como
entroncamento entre o circuito histórico e as áreas verdes a serem percorridas a pé: o
Caminho de Oswaldo Cruz e a trilha que conduz ao horto da Fiocruz. Essas trilhas têm
trajeto circular, permitindo a ida por um caminho e o retorno ao Pombal pelo outro.
Espaço naturalmente congregador pela força centrífuga que exercem seus
lineamentos e componentes, o Pombal será também palco de atividades pedagógicas e
recreativas destinadas aos grupos escolares que acabaram de atravessar as
estratificações do passado e estão em vias de escalar a vertente tecnológica
contemporânea de Manguinhos. Este local contará com instalações para primeiros
socorros e sanitários.
O bondinho segue então em direção ao prédio da ENSP, onde os visitantes
desembarcam, em frente ao estacionamento e local da terceira parada, para visitarem a
estação de tratamento de águas.
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Desliza, em seguida, pelo anel que circunda os arrojados pavilhões do Instituto


Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, detendo-se na nova Biblioteca da
Fiocruz, construção moderna e imponente que guarda, no entanto, instigante
parentesco estilístico com o Castelo Mourisco. Lá os visitantes conhecerão o acervo
ímpar de Manguinhos. Exposições de livros e periódicos aliadas a outras mostras
transitórias e à exibição de vídeos permitirão que sejam visualizados os liames que
interligam os centros de produção de conhecimento em todo o mundo, e ajudarão o
público leigo a compreender um pouco mais a natureza destes conhecimentos.

O irriquieto Bondinho da Ciência segue viagem e conduz seus passageiros ao


mundo das vacinas. Atravessa a brecha que se abre entre Bio-Manguinhos e o prédio
edificado pela Fundação Rockefeller e gira ao redor da moderna planta que está sendo
edificada na extremidade do campus. A visitação a estas instalações não é praticável,
mas os usuários do Museu serão informados pelos guias sobre processos que
transcorrem no âmbito dessas unidades.

A viagem termina no Espaço Ciência em Cena, espaço multimídia, onde os


visitantes poderão usufruir de inúmeras atrações e discutir os mais variados temas
científicos.

Além deste tour histórico do campus com os bondinhos, os usuários poderão


percorrer os circuitos de atividades do Museu a pé. Neste caso, partirão do Espaço
Ciência em Cena, para onde serão levados por monitores.

Espaço "Ciência em Cena"

Com arquitetura e equipamentos cênicos flexíveis, sob uma tenda já montada,


utilizada durante a Conferência Internacional sobre Meio Ambiente, a Rio-92, o
Ciência em Cena prevê a realização de atividades lúdico-pedagógicas. Ali, o público do
museu vai assistir e participar de eventos teatrais, performances e outras formas de
animação cultural, jogos e brincadeiras sobre questões da ciência. Será, também, o
espaço para grandes eventos científicos e culturais promovidos pela Fiocruz.
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Montagem da tenda onde serão encenados espetáculos do Ciência em Cena


56

Esse espaço será o início, propriamente dito, dos circuitos de visitação do


Espaço Museu da Vida. Visa descontrair o público, desmistificar e iniciar a
decodificação para o senso comum das atividadescientíficas e tecnológicas.
Trabalhando o olhar do usuário, instigando a curiosidade e garantindo
profundidade na apreensão das informações a serem vivenciadas nas outras atividades
do Museu, os animadores do Ciência em Cena guiarão os diversos grupos pelos vários
circuitos.
Enquanto espaço do Museu a ser visitado, promoverá atividades lúdico-
pedagógicas (espetáculos teatrais, dança, manhãs de criatividade, recreação, palestras,
exposições, feiras de ciência e eventos afins), conjugando a informação científica à
expressão artística. Estas visarão estimular a reflexão critica sobre os aspectos
históricos, políticos e sociais relacionados à ciência e divulgar o conhecimento
científico para os diversos públicos (infantil, juvenil e adulto) num processo
participativo.

Nesta perspectiva de ser um espaço educativo não-formal e cultural, a linguagem


utilizada será a mais acessível a um público múltiplo, detentor ou não de conhecimento
científico e tecnológico. Desfazer conceitos pré-concebidos do que seja ciência para
tornar possível a aproximação do indivíduo com o saber científico e tecnológico será o
objetivo central dessa atividade. Para isso serão criados e adaptados textos que tratem
dos temas de ciência e tecnologia em representações teatrais e outras formas de
expressão artística. Com o intuito de diversificar esses espetáculos, o Ciência em Cena
criará um fundo de patrocínio para apoio às atividades artísticas de grupos externos à
Fiocruz, orientando-os teoricamente.
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Todos os textos produzidos aqui ou já existentes ligados à ciência farão parte de


um banco de peças, que servirá de centro de referência para a classe artística e todos
os segmentos da sociedade.

Os espetáculos aqui representados poderão, mediante convênios com outras


entidades, correr o estado e o país, estimulando a produção de atividades semelhantes.

O Ciência em Cena tem dois papéis fundamentais dentro do Espaço Museu da


Vida: em primeiro lugar, receber e preparar o usuário para a visitação e, finalmente,
reunir os grupos anteriormente distribuídos pelos diversos locais que compõem o
museu, para através de debates e/ou outras formas de expressão (dramatização,
exposição através de desenhos, elaboração de jornais, painéis, discussões etc.)
construir o diálogo entre as diversas interpretações sobre as idéias vivenciadas durante
a visitação.

Esta atividade permitirá ao público uma avaliação, despertando a possibilidade


de transferir essas vivências para o cotidiano. O trabalho com escolas e grupos
organizados possibilitará uma continuidade com retorno para o próprio museu.

Todos os espetáculos e atividades, serão encenados no horário letivo, de 2a a 6a


feiras e nos fins de semana. Os ensaios, na semana anterior ao dia da estréia, estarão
abertos à assistência e participação do público.
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Espaço da Descoberta

Neste espaço, que funcionará no Castelo Mourisco, procuraremos trabalhar a


percepção, elemento indispensável para a construção do conhecimento. Só no nosso
século, é grande o número de teorias da percepção que surgiram. Piaget iniciou seu
estudo sobre a percepção a partir da década de 40, com o objetivo de, além de prever
as reações perceptivas em determinadas condições, também fazer analogias entre as
estruturas perceptivas e as intelectuais (Azenha, 1993). Também Bruner que, como
Piaget, acredita que todo conhecimento é uma forma de construção em que o
conhecedor desempenha um papel ativo, sublinha mais as semelhanças do que as
diferenças entre a percepção e a cognição (Turner, 1976). Para Peirce (Santaella,
1993), ainda, não há separação entre percepção e conhecimento. Segundo ele, todo
pensamento lógico, toda cognição, entra pela porta da percepção e sai pela porta da
ação deliberada.

Castelo Mourisco

Toda investigação científica pressupõe alguns pontos de partida. O recurso aos


fatos, isto é, a busca empreendida pelo pesquisador de evidências da realidade, é
precedida de algumas alternativas para a resolução de problemas. A percepção é, em
primeiro lugar, um processo de resolução de problemas na medida em que o indivíduo
que percebe tem que decidir o que é que pensa estar vendo. Não são os fatos "puros"
que falam ao pesquisador. A seleção dos eventos, a forma de olhá-los ou os "recortes"
do real são decisões tomadas pelo cientista. Assim, uma idéia-chave que pretendemos
desenvolver no Espaço da Descoberta é que o olhar do pesquisador está informado de
concepções prévias que permitem a observação de alguns fatos em detrimento de
outros e que, também, para os mesmos dados, extraídos da realidade, podem haver
59

interpretações diferentes e até conflitantes. Mais ainda, enfatizar que só a partir do


debate entre as diversas teorias é que ocorre o desenvolvimento científico.
As atividades que serão realizadas no Espaço da Descoberta se centrarão, por
um lado, nas percepções do ambiente pelo indivíduo através dos cinco sentidos e,
igualmente, com o auxílio de aparatos que poderão modificar as percepções anteriores.
Por outro, aí serão também desenvolvidas experiências relacionadas à descoberta do
próprio corpo e sua individualidade, levando, por exemplo, um grupo de estudantes a
fazer comparações entre si e outros, com o objetivo de perceber a unidade entre os
seres humanos, com seus pontos comuns e suas diferenças.
Serão organizadas, neste espaço, propostas distintas para diferentes faixas
etárias. Com pré-escolares, trabalharemos a idéia de que os sentidos são os
"informantes" de nosso corpo através de atividades lúdicas como reconhecer pelo tato
objetos de diferentes materiais, escondidos no interior de caixas, ou descobrir a partir
da audição (barulho de chuva, tempestade, vento ou passáros cantando) qual o tempo
que faz lá fora. Aqui, embaixo de um guarda-chuva gigante, os barulhos do tempo são
ouvidos e, então, imaginados.
Com alunos do primeiro segmento de I o grau, uma dentre as atividades será um
caça ao tesouro com cinco enigmas que só podem ser resolvidos por cada um dos
sentidos: audição, visão, tato, olfato e paladar.
Para os maiores (do segundo segmento do I o grau, 2o grau ou adultos) estarão
disponíveis diferentes tipos de lupas e microscópios, "próteses" de nossos sentidos,
como exemplos de instrumentos que permitem a ampliação das possibilidades de
captar dados do mundo exterior. Algumas experiências com materiais simples serão
também oferecidas como a construção de uma lupa d'água ou a fabricação de uma
reprodução de um olho, além de outras que levam à compreensão do porquê
possuímos duas orelhas ou dois olhos.
O canto "você e os outros" do Espaço da Descoberta é uma proposta para que
cada pessoa faça uma pequena investigação sobre si mesma através do preenchimento
de uma "carteira de identidade biológica". Uma ficha será distribuída a cada visitante
que será convidado a examinar algumas de suas características físicas imutáveis: cor
dos olhos, cabelos e pele, possibilidade de enrolar a língua devido à presença ou
ausência de pequenos músculos da língua, formatos de lóbulos da orelha, tipos de
impressões digitais.
A partir dessa investigação poderão ser introduzidas discussões, de acordo com
o nível (idade e escolaridade) dos visitantes, acerca da diversidade dentro da mesma
espécie e de sua importância para a preservação da vida, ou da hereditariedade e sua
relação com a reprodução (com os maiores podem ser explorados os conceitos de
cromossomo e gene, tão mal apresentados entre os estudantes, como se pode
comprovar da correção das provas dos últimos vestibulares discursivos).

Espaço da Experimentação

Este consistirá em um espaço dinâmico de realização de atividades experimentais


com o objetivo de trabalhar conceitos, fenômenos e relações de maneira a, como
preconiza Delizoicov (1990), quebrar a visão estática e fragmentada do mundo. Por
este motivo, elegemos quatro temas de relevância científica, a serem tratados de
2* PAVIMENTO

1 a 4. Espaços da Experim ent açã o (Energia, Ciclo, Sistema e Vida


Matemática, Química, Física e Biologia)
5. Espaçc da Desco ber ta (Sentidos e Percepção: Audição,
Visão, Tato, Pal ada r e Olfato)
6. Ce ntro de R e fe rên cia / Centro de Ciência, Sala de
Rec icl age m de P rofessores
7. Sala de A poio
8. Sala de Reuniões
9. V enda de Ca tálogos / Souveniers / Xe rox
10. Rece pçã o ao V i sit ant e
11. Labo rat óri o I nte rativo de Os waldo Cruz
12 . Espaço I con ográfico
13 . V i deo tec a de Ci ência
14 e 15. Mos tra s das Co leç ões Científicas
16. Sala de Vídeo
17. Escritório de V i a g e m no Tempo (Sala de Oswaldo Cruz)
60

maneira interdisciplinar (da Biologia, Física, Química e Matemática). Procuraremos


apresentar, neste espaço um número reduzido de experiências demonstrativas, para não
fortalecer a imagem desfigurada da ciência como algo esquemático, capaz de conduzir
com segurança às respostas certas e definitivas para os problemas.
Os temas escolhidos são: energia, ciclo, sistema e vida. Na sala da energia
trabalharemos, por exemplo, a partir da problematização de uma situação sobre o
processo da combustão, fazendo com que os visitantes sejam convidados a levantar
hipóteses. O aspecto histórico do processo também será explorado, já que a explicação
da combustão é o aspecto mais importante da teoria do flogístico, que vigorou no fim
do século XVII e começo do século XVIII, e a compreensão da Lei de Lavoisier,
atualmente aceita, é de maior importância no estudo das reações químicas. Também
nesta sala serão realizadas experiências com enzimas, fundamentais para permitir o
processamento de reações químicas (tipo combustão) no organismo através da redução
da necessidade de energia de ativação. A idéia de enzima como um catalizador
biológico que permite a existência dos seres vivos será explorada a partir de uma
experiência que envolve materiais, substâncias muito simples (como frascos de vidro,
água oxigenada, dióxido de manganês e pedaços de batata), em que se pode, também,
comparar a atividade da enzima que existe nos seres vivos (catalase) à atividade de um
catalizador químico (dióxido de manganês). A introdução de experiências simples no
Espaço da Experimentação é fundamental para que se perceba que a falta de materiais
e equipamentos sofisticados não precisa impelir o ensino para estudos dirigidos.
Paralelamente à experiência, será abordada, a partir de painéis, a descoberta da
existência das enzimas (experiências de Buchner). Para a exploração do tema energia
ainda será proposta, nesta sala da energia, a construção de biodigestores simples como
mostra a figura.

a) Garrafas plásticas ( garrafas de refrigerantes) como digestores.


b) Rolhas com tubos de vidro.
c) Cilindros ( garrafas de refrigerantes ) para medir o volume de gás
produzido.
d) Banho de água de temperatura controlada por um termostato e com
agitação.
e) Banho de água a temperatura ambiente.
61

A idéia de ciclo poderá ser explorada, por exemplo, a partir do tema "os dias e as
noites", presente no cotidiano de uma pessoa de qualquer classe social. Esse tema
oferece desdobramentos em termos de fenômenos físicos e biológicos que são de
enorme importância no funcionamento da natureza terrestre e da sociedade humana.
Em termos físicos, os dias e as noites relacionam-se com o padrão de distribuição do
calor solar na superfície terrestre, associando-se a fenômenos da importância das
estações do ano, do clima, da formação de solos etc. Em termos sociais e econômicos,
relacionam-se com questões como agricultura e formação de costumes. Uma
abordagem que parta do cotidiano ajuda a problematização das observações. Por que o
dia acaba, dando lugar à noite, que também acaba e dá lugar ao dia, e assim por diante?
Qual é a razão deste vaivém de dias e noites? Este é um dos nossos objetivos para o
Espaço da Experimentação: levar à elaboração de hipóteses.
Outro tema interdisciplinar a ser explorado será o ciclo da água. Novamente,
através de experiências simples os visitantes poderão vivenciar o ciclo da água. Para os
mais jovens, uma simples observação do fenômeno da evaporação já pode remeter à
compreensão da ação cotidiana de secar roupa estendida no varal.
Para os maiores, uma experiência que requer um frasco de vidro, um pouco de
permanganato de potássio e um bastão, já será suficiente para introduzir questões
como a capacidade da água em dissolver substâncias e a perda das substâncias
dissolvidas quando ocorre a evaporação, além da observação principal de fenômeno da
ebulição causado pelo aquecimento do sistema água com permanganato de potássio.
Poderá ser feita, ainda, uma analogia com o ciclo da água na natureza. A percepção da
destilação enquanto processo capaz de purificar a água é fundamental. Poderá se
mostrar ao grupo o interior de uma vela de filtro de onde se pode retirar um pouco do
carvão ativo. Da reação entre este e certa quantidade de água barrenta os visitantes
observarão a clarificação da água. Em seguida, com o auxílio do monitor, poderá ser
proposta uma discussão sobre a importância de se beber água filtrada, assinalando-se
que os medicamentos injetáveis são preparados com água bi ou tridestilada, já que esta
deve possuir altíssimo grau de pureza.
A idéia de sistema poderá ser trabalhada, também, através de experiências que
permitem uma abordagem interdisciplinar. A montagem de um terrário, por exemplo,
proporciona tanto um trabalho com o enfoque biológico, acerca de um ecossistema
que permite a sobrevivência dos seres vivos, quanto um olhar químico, podendo ser
esquematizado o ciclo do oxigênio. O terrário, também, permite a integração entre os
quatro temas básicos propostos, inicialmente, para serem trabalhados no Espaço da
Experimentação: energia, ciclo, sistema e vida (o terrário, devido à sua transparência, é
aberto para a entrada de luz; lá dentro as plantas, através da fotossíntese, garantem a
manutenção da vida).
62

Para trabalhar a idéia de sistema poderemos oferecer, aos visitantes mais jovens,
experiências sobre a separação de líquidos. Outra experiência, na mesma linha, poderá
ser proposta para os mais velhos. Com apenas um frasco de vidro, leite de magnésia e
um xarope expectorante poderão ser desenvolvidos, também, os conceitos de
homogeneidade e heterogeneidade.
No corredor que liga as salas da energia, ciclo e sistema à sala da vida será
disposto um painel sobre a escala do tempo geológico, mostrando a origem da Terra,
há cerca de cinco bilhões de anos, até o Pleistoceno, assinalando o surgimento
relativamente recente da espécie humana. Neste painel será apresentado o curso da
evolução da vida, dos diferentes grupos de invertebrados aos diversos vertebrados,
assinalando a passagem da vida aquática para a terrestre. A idéia principal que se quer
passar no painel é a de que os homens ocupam um pequeníssimo trecho da história da
vida na terra e que, portanto, precisam ser sensibilizados para não destruírem a
biosfera, produto do desenrolar emocionante da evolução da vida.
Na sala da vida serão trabalhadas as idéias de relações entre animais e plantas
que mantém o equilíbrio do ecossistema, a saúde como produto do equilíbrio biológico
e social, as organizações sociais de algumas espécies, a diversidade entre os seres
vivos, tipos de desenvolvimento e suas fases, a reprodução como característica vital e
o próprio ciclo da vida. Através de jogos de classificação baseados na observação de
diferenças menos ou mais evidentes, mas também de pontos comuns, serão tratados
assuntos relacionados à sistemática; outros jogos que trabalhem a menor ou maior
adaptação de animais ao meio serão usados para explorar a idéia de evolução das
espécies, sempre com a preocupação de introduzir a história das idéias científicas sobre
o tema, de Aristóteles a Darwin. Favorecendo a postura naturalista, ainda, poderá ser
construído um grande formigueiro, que permita sua observação interna através de
paredes transparentes. Poderão ser explorados assuntos como o tipo de organização
social que proporciona a sobrevivência das espécies, os papéis diferentes de rainhas e
operárias, a transmissão das informações com vistas à nutrição e o odor que exalam em
seus trajetos. Poderá ser testada a influência das cores sobre o comportamento das
espécies de formigas através do uso de pedaços de papel celofane.
Para explorar a idéia de ciclo da vida a partir de coisas simples, será reproduzido,
numa estufa, um ambiente propício a borboletas tropicais que sirva, principalmente,
para a observação das etapas do ciclo da vida de um animal com desenvolvimento
indireto (ovos, lagarta, pupa e borboleta). As características de cada fase serão
assinaladas pelo monitor, como o fato de que as lagartas só comem as folhas das
plantas onde nascem. Assistir ao nascimento de borboletas é um espetáculo
emocionante que alguns poderão testemunhar. De toda forma, um vídeo de curta
duração será também apresentado, disposto ao lado da estufa, assim como outro vídeo
sobre a reprodução e sexualidade humanas, abordando ainda o nascimento e
desenvolvimento que, neste caso, à diferença da borboleta, é direto.
Experiências simples como, por exemplo, a germinação do grão-de-pólem, a
fermentação ou ainda a fecundação de ouriços poderão ser propostos em uma bancada.
Importante é ressaltar que os conceitos e princípios científicos explorados nos
espaços da energia, ciclo e sistema concorrem todos para a compreensão da vida de
forma bem abrangente.
63

Espaço Oswaldo Cruz

Escritório de Viagem no Tempo e Laboratório Interativo dé Oswaldo


Cruz

A idéia de criar um Museu de Ciência tem o mesmo tempo de vida da instituição.


Nos desenhos do patrono de Manguinhos para o Prédio Central, já podemos observar
o espaço reservado para esse fim. Um Museu de Anatomia Patológica. Com a morte
de Oswaldo Cruz, sua sala de trabalho foi transformada em Museu - o embrião do
resgate da memória que agora se realiza.

Nas duas salas contíguas do segundo andar do Prédio Central, Oswaldo Cruz
trabalhou entre 1909 e 1917. A primeira era a sala de direção e a outra foi ocupada por
seu laboratório.

A impressão inicial de seu gabinete é de que lá trabalhou um literato. Oswaldo


Cruz, tendo recebido uma educação clássica, era um apaixonado por Vieira, Ovídio,
Goethe e Nietzche. Suas estantes possuem obras desses autores e seus móveis são
oriundos desta mesma sala ou foram cedidos por outros museus. Nesse ambiente o
visitante conhecerá um pouco da personalidade de Oswaldo Cruz, assim como da
época em que ele viveu e desenvolveu seu trabalho.

A ambiência da Sala de Oswaldo Cruz sugere uma viagem pelo tempo. Nela o
visitante poderá se transferir para o passado, encontrando-se virtualmente com
Oswaldo Cruz, podendo, inclusive, entrevistá-lo através de um programa de
computador que estabelecerá a interatividade entre o visitante e o cientista.

Um filme de época, projetado no fundo da sala, dará ao visitante o nítido


sentimento de volta ao passado, possibilitando a associação da personalidade e do
trabalho científico de Oswaldo Cruz com os valores da sociedade brasileira no início
do século.

Esta sala e o laboratório anexo abrigarão terminais que respondam ao público


sobre os mais diversos assuntos ligados à História da Ciência e da Fiocruz. Lá serão
desenvolvidas atividades como observação da vida das formigas, utilizando o terrário
original construído por Oswaldo Cruz possibilitando aos visitantes uma maior
compreensão sobre os domínios da ciência e o interesse dos pesquisadores no início do
século.

Um programa de computador recuperará a base científica de Oswaldo Cruz,


utilizando como fundamento a tese do cientista/í Veiculação Microbiana pelas Agitas
para problematizar questões ligadas à teoria microbiana.
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CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO PARA A CIÊNCIA

O Centro de Referência em Educação para a Ciência se constituirá num local de


reciclagem e atualização de professores. O magistério é uma atividade que requer
revisão e atualização constante de seus elementos essenciais, que são os conteúdos e as
metodologias de ensino. São poucos os espaços que favorecem aperfeiçoamento em
relação à demanda existente, sendo que essas iniciativas ainda se caracterizam, em sua
maioria, por não serem projetos institucionais e/ou têm características episódicas, não
fazendo parte de um processo contínuo.
O Centro de Referência em Educação para Ciência com a dimensão aqui
proposta consiste numa proposta de intervenção na formação continuada dos
professores. Esta é uma importante iniciativa, de potenciais conseqüências diretas para
efetiva melhoria do ensino de Ciência no sistema escolar, já que pressupõe um sistema
de acompanhamento duradouro e apoio aos professores como complementação aos
cursos oferecidos.
O Centro de Referência em Educação para Ciência buscará formas de congregar
seus usuários, principalmente professores de I o e 2o graus, através da filiação dos
mesmos, o que permitirá contatos regulares através de boletins periódicos, assim como
conferirá aos professores a possibilidade de realizarem empréstimos de materiais, livros
e impressos presentes no acervo do Centro. De início, já contamos com um elemento
facilitador que é a ligação, já existente, até por convênios formalizados, entre a Fiocruz
e as Secretarias Estadual e Municipal de Educação, além da própia Universidade do
Estado do Rio de Janeiro.
Serão partes integrantes do Centro de Referência em Educação para a Ciência:
- uma biblioteca contendo livros das diferentes áreas científicas ditas
experimentais (Biologia e suas sub-áreas, Física e suas sub-áreas, Químicas e suas sub-
áreas etc.), livros de temáticas afins (Educação para a Ciência, História da Ciência,
Filosofia da Ciência, Metodologia do Ensino, Teorias da Aprendizagem, Psicologia),
material especializado de menor circulação ou mesmo edições esgotadas e valiosas
relacionadas ao ensino de Ciência (textos e livros produzidos pelo PREMEM, pela
FUNBEC, pelo MEC etc), periódicos ligados ao ensino e divulgação científica, livros
didáticos de diferentes épocas e enfoques. Na biblioteca serão dispostos computadores,
que estão interligados a redes, a fim de proporcionar consultas bibliográficas a
bibliotecas universitárias e o intercâmbio com outros museus de ciência.
- uma videoteca com vídeos científico-didáticos de curta e longa duração.
- uma experimentoteca com propostas não fechadas para serem desenvolvidas
com os alunos. Em cada kit serão inseridas peças avulsas de utilidade geral a fim de
permitir experiências não previstas pelo projetista do kit. Para a elaboração desses kits
contaremos com a equipe do professor Dietrich Schil, da Universidade de São Carlos,
e a confecção será orientada pela equipe do Museu Espaço da Vida. Na
experimentoteca deverão ser instalados 2 computadores (com moden) a fim de permitir
a conexão do Centro com escolas da rede pública do Estado do Rio de Janeiro que têm
computadores (os 14 ginásios públicos ligados à Secretaria Extraordinária de
Educação -RJ) e outros Centros de Ciência, nacionais e internacionais, a fim de
possibilitar experiências conjuntas e discussões a partir da análise dos resultados
obtidos em diversas partes do mundo.
65

- um conjunto de kits bibliográficos relacionados aos diferentes módulos dos


Espaços de Experimentação e de Descoberta também serão organizados a fim de servir
como subsídio para os professores. Será estimulada a presença prévia e, até mesmo, a
participação nos cursos, dos professores que pretendam trazer suas turmas ao museu.
- um conjunto de softwares educativos, também selecionados por sua
característica não-diretiva.
- um inventomóvel que abrigará uma mini-exposição e algumas atividades
interdisciplinares de exploração sobre um tema científico. O inventomóvel garante a
expansão do museu científico às escolas mais distantes, contribuindo para o efeito
multiplicador que se quer alcançar. O professor deverá entrar em contato com o museu
a fim de tomar conhecimento do conteúdo do inventomóvel e poder preparar a visita
com a ajuda de um monitor. Cada professor poderá escolher de que maneira explorar o
inventomóvel. Poderá optar por uma utilização pontual(por exemplo, sobre os cinco
sentidos), ou integrar a um projeto pedagógico desenvolvido em sua escola com a
supervisão da equipe do museu. Durante a visita à escola, os professores das turmas e
o monitor do museu vão levar os alunos à reflexão e dinamizar o trabalho em grupo. O
monitor será o mediador científico, devendo ser, de preferência, um professor da rede
pública de ensino, além de ser formado pela equipe do Museu Espaço da Vida.

Eventos do Centro de Referência em Educação para a Ciência

- Promoção de cursos e palestras periódicas nas diferentes áreas das ciências e


áreas afins, tanto de caráter teórico (por exemplo, visando atualização e novas
abordagens de tópicos específicos), quanto prático (por exemplo, manutenção de
material biológico vivo e utilização didática dos mesmos).
- Execução de conferências periódicas sobre questões atuais da Ciência. Tais
conferências teriam o objetivo não só de apresentar, por parte de pesquisador(es)
especialistas(s), o "estado da arte" de um tema específico, mas confrontá-lo com o
conteúdo e a forma que este mesmo tema é costumeiramente apresentado(ou não) no
âmbito escolar, tomando-se como instrumento de análise, por exemplo, alguns livros
didáticos. Tais conferências seriam planejadas concomitantemente a um trabalho de
pesquisa da equipe do Centro de Atualização.
- Trabalhos de pesquisa sobre o desenvolvimento de conceitos científicos são
fundamentais porque mostram a evolução de uma concepção, ao longo do tempo,
apontando para uma intervenção eficaz na aquisição dos conceitos. Sabendo como
crianças, adolescentes e adultos de origens diferentes pensam a respeito dos
fenômenos, pode-se planejar atividades nas quais eles tenham oportunidade de se
expressar e mostrar seu raciocínio, dando ao professor condições de propor situações
que levem ao desenvolvimento da criatividade e do raciocínio.
A partir das conferências pretende-se produzir material escrito, que certamente
consistirá em rico material de apoio para os professores em suas aulas, assim como
incentivará o constante olhar critico necessário na utilização de livros didáticos.
66

- Criação de grupos de estudos e grupos de trabalho envolvendo professores,


mestrandos e estagiários com o objetivo de produção de textos, jogos e materiais
didáticos (por exemplo, seleção de artigos de revistas científicas, com resumos e
sugestões de aproveitamento didático dos mesmos; seleção de filmes científicos,
resumos e sugestões de roteiros de discussão etc.), além do planejamento de
experiências, produção de material e instrumentos para laboratório. Através da
elaboração de recursos ativos, o professor modifica o seu papel, transformando-se em
um estimulador e orientador da pesquisa entre os alunos ao invés de continuar como
um transmissor de "saber pronto" e, muitas vezes, defasado. A construção de
dispositivos simples em uma oficina é interessante porque, ao reproduzir com seus
alunos a experiência, o professor desenvolve com eles o conceito de instrumento, sem
o qual não há, em muitos casos, desenvolvimento científico.
- Realização de encontros para incentivar, apoiar e divulgar experiências bem
sucedidas no âmbito da educação científica, desenvolvidas, ou não, em escolas.
- Estímulo à criação de clubes de Ciência e Cultura nas escolas como
desdobramento do projeto pedagógico do museu e reforçandoo efeito multiplicador de
nossa proposta.
O Centro de Educação para a Ciência buscará diversas formas de valorizar os
professores - cada vez mais desprestigiados socialmente - que participam das
atividades do Centro através do oferecimento de bolsas de ajuda de custo para a
participação nos grupos de estudo e trabalho, fornecimento de certificados validando
participação em cursos, exposições dos trabalhos produzidos no museu com os
devidos créditos etc.
A interação com pesquisadores, doutorandos, mestrandos, recém-graduados,
licenciados será fundamental para o funcionamento do Centro, já que se busca criar
uma rede de interessados na melhoria do ensino de Ciência e na melhoria da Ciência de
Ensino.
Acreditamos que, para levar o povo à Ciência, será necessário contar com os
professores, instrumentalizando-os para:
- novas formas de perceber
- novas formas de pensar
- novas formas de comunicar.

Videoteca de Ciências

Na Videoteca de Ciências os visitantes e usuários do Museu terão acesso a um


acervo de recursos audiovisuais nas áreas de difusão científica e alfabetização em
ciências. Neste ambiente, o acesso se dará tanto através de sessões para grupos
previamente programadas, como parte integrante de circuitos educacionais, assim
como mediante solicitações individuais. Está prevista ainda a cessão de obras por
empréstimo para professores, escolas e outras instituições, funcionando a videoteca
como um centro de referência em sua área de atuação e de forma especialmente
67

integrada às atividades de reciclagem e atualização de docentes a serem desenvolvidas


pelo Museu.

Através de computadores, os usuários terão acesso direto tanto ao catálogo


informatizado da videoteca como aos dados referenciais das obras disponíveis nos
acervos de outras instituições, ampliando-se assim sua capacidade de operar como
centro de referência e polo aglutinador de ações cooperativas interinstitucionais.

Para que possam usufruir destas atividades, os usuários e visitantes contarão, na


ala norte do segundo andar do Pavilhão Mourisco, com um balcão de recepção,
orientação e empréstimos; uma sala de exibição com capacidade para cinqüenta
pessoas; terminais de computadores para consultas ao acervo e demais informações de
referência; bem como monitores de vídeo para uso individualizado.

Atenção especial será conferida à divulgação da videoteca e do seu acervo e ao


registro dos seus usuários, suas necessidades e motivações. Para isso, publicará
Imagens da Ciência, um boletim quadrimestral distribuído entre professores, escolas,
instituições e público em geral.

Paralelamente à divulgação, o registro dos usuários e a avaliação sistemática de


suas expectativas, demandas e solicitações face à capacidade de respostas da videoteca
se constituirão em instrumentos decisivos para a aferição da eficácia alcançada na
alocação de recursos, das linhas adotadas para a constituição de acervo, possibilitando
a correção de rumos e o planejamento de atividades e serviços alternativos e
complementares.

A formação do acervo da videoteca terá como ponto de apoio inicial as obras já


produzidas e os títulos adquiridos pelos diversos setores da Fiocruz, especialmente
pelo Centro de Informação Científica e Tecnológica e pela Casa de Oswaldo Cruz.
Somando em seu conjunto cerca de 800 obras, estes acervos constituem, desde já,
reserva técnica primária da videoteca, fazendo-se necessária a sua avaliação e
posterior realocação, reprodução ou referenciamento. O passo seguinte é o
estabelecimento de parâmetros de integração e complementariedade com bases e
acervos que são referências nacionais obrigatórias na área de vídeos educacionais.
Completam o eixo principal de constituição do acervo o levantamento e a avaliação
para aquisição das obras disponíveis no mercado videográfico brasileiro e
internacional. No que se refere à produção estrangeira, a videoteca estará capacitada a
formular um programa que viabilize a tradução, e mesmo adaptação para o público
brasileiro, daquelas obras mais significativas.
Videoteca da Fiocruz

Estão previstas ainda linhas de acervo complementares. A primeira delas


contemplará as produções cinematográficas mais representativas de ficção cientifica,
assim como aquelas cujas temáticas abordam a aventura e os dramas humanos
envolvidos na produção do conhecimento científico e em suas aplicações. Uma
segunda linha prevê a aquisição dos materiais videográficos necessários às atividades
de aperfeiçoamento técnico-profissional dos recursos humanos do Museu.
Por fim, faz-se necessário assinalar que a Videoteca de Ciências deverá estar
capacitada a progressivamente incorporar novas tecnologias e em especial aquelas
destinadas a apresentação e recuperação de informações de naturezas distintas de
forma integrada e interativa.

Espaço Iconográfico

A observação de fenômenos, a experimentação e a demonstração de resultados,


inerentes ao trabalho de produção do conhecimento, implicam quase sempre na
realização, sob diversas formas, de registros iconográficos. Do mesmo modo, as
iniciativas de difusão e divulgação do conhecimento científico e de propaganda de
políticas sociais, que o tem por suporte, recorrem às imagens enquanto instrumentos
privilegiados. Recursos imagéticos são ainda utilizados pelos grupos sociais como
parte integrante das formas com que interagem com a ciência e a tecnologia, a partir
do momento que estas interferem em seu cotidiano.
69

Assim, as instituições de algum modo envolvidas em atividades de ciência e


tecnologia produzem e acumulam acervos de imagens, que registram e ilustram não só
os objetos, processos, procedimentos e resultados do trabalho científico e os recursos
utilizados na sua divulgação e difusão, como também os caminhos - seus obstáculos e
desvios - de construção e afirmação da ciência e de suas agências como partes
integrantes do processo social.

Por outro lado, transformando-se ao longo do tempo e a cada dia incorporando


novos recursos, as técnicas e tecnologias utilizadas na produção iconográfica, são elas
mesmas expressão do modo como - através da imagem - a ciência, a tecnologia e o
cotidiano se entrelaçam.

O Espaço Iconográfico visa possibilitar aos visitantes e usuários do Museu


Interativo o encontro com este universo de imagens, com as técnicas e tecnologias
envolvidas na sua produção, estimulando a reflexão sobre os seus conteúdos,
motivações e usos sociais.

Localizado no 2o andar do Castelo Mourisco, o Espaço Iconográfico contará


com um amplo salão capaz de acomodar, sob formato modular, mostras e pequenas
exposições de imagens e recursos técnicos de produção. Disporá, ainda, de
computadores que, dotados dos recursos multimídia do CD-ROM, com uma
linguagem de recuperação amigável e interativa, permitirão aos visitantes dialogarem
com as frações mais representativas dos acervos de imagens disponíveis nas
instituições de Ciência e Tecnologia.

Sempre que possível, os módulos de exposição contemplarão atividades


orientadas que, recorrendo a experimentos, jogos, entre outros, possibilitem aos
visitantes tanto o manejo de técnicas de produção de imagens, como exercícios de
reconhecimento de conceitos básicos de ótica, ampliando a sua capacidade de
interagir, de modo crítico e criativo, com o mundo de luzes e sombras que afinal nos
rodeia. O Espaço Iconográfico funcionará, assim, de forma integrada com as atividades
a serem desenvolvidas nas áreas da Descoberta e de Experimentação.

O Espaço Iconográfico foi concebido de modo a integrar o maior número de


instituições e acervos, contemplando de forma abrangente os diversos ramos do
conhecimento. Contará de forma permanente, no entanto, com a reserva técnica
representada pelo acervo de imagens produzidas a partir das atividades da Fiocruz.

A Fundação Oswaldo Cruz congrega um conjunto de institutos e unidades


técnico-científicas cujas origens remontam ao início do século. Ao longo desta quase
centenária trajetória, a instituição acumulou um impressionante acervo de imagens. São
registros fotográficos obtidos através de diferentes tecnologias, desde câmeras de
grande formato e negativos de vidro até microfotografias produzidas a partir da
microscopia eletrônica e da digitalização de imagens. São desenhos técnico-científicos,
plantas e projetos de edificações destinadas a fins científicos, esquemas, cartazes de
70

divulgação e charges alusivas a campanhas de saúde. No seu conjunto, esses registros


representam o mais importante acervo de imagens do país nas áreas de Biomedicina e
Saúde Coletiva.

Arquivo Iconográfico da Casa de Oswaldo Cruz

Mostras das Coleções Científicas

Este espaço contará com duas salas no Pavilhão Mourisco onde serão montadas
exposições temporárias e interativas, baseadas no acervo das coleções científicas da
Fiocruz e de outras instituições de ciência. Estas coleções são registro de importante
significação histórica e científica, por esta razão e pelo seu potencial informativo
proporcionam riquíssimo material museológico para difusão do conhecimento
científico e alfabetização em ciência.
As exposições com base nas coleções científicas da Fiocruz enfatizarão aspectos
da biodiversidade do país, da pesquisa biomédica e de saúde pública, abordando
vetores e transmissores de doenças endêmicas e microorganismos de importância
biológica. Serão mostrados também aspectos históricos da constituição das coleções .
Os visitantes do espaço encontrarão computadores multi-mídia ligados na rede
Fiocruz e carregados com o software Mosaic com acesso as suas bases de dados. Estas
bases conterão informações das diversas coleções, incluindo imagens, som, e poinlers
para outros bancos e serviços do Web via Internet.
Nas salas, conforme a exposição, serão criados cenários através de sonorização e
projeções nas paredes, mostrará campos, florestas ou rios onde vivem insetos e outros
animais (mariposas, vagalumes, caramujos, sapos, peixes etc.)
71

O espaço das coleções científicas se propõe também a ser um centro difusor de


acervos científicos de outras instituições. Por esta razão deverá trazer para o espaço
Museu da Vida exposições representativas destes acervos, além de levar a outros
centros do país as suas exposições.

A reserva técnica das Mostras das Coleções Científicas terá seu acervo
inicialmente formado pelas diversas coleções mantidas pela Fiocruz e dentre elas
destacamos:

- A Coleção Entomológica que reúne cerca de 800 mil artrópodes (insetos e


ácaros). Mantendo a maior coleção de flebotomíneos (mosquitos transmissores de
leishmanioses) das Américas, com mais de 30 mil exemplares. Dispondo de
importantes insetários, entre os quais, o de triatomíneos, reunindo 26 espécies de
barbeiros - a mais completa criação da América Latina.

A Coleção de Anatomia Patológica reúne cerca de 30 mil peças de necropsias e


cirurgias, algumas das quais dos primeiros tempos de Manguinhos. Compreende ainda
o acervo do antigo Laboratório de Histopatologia da Febre Amarela, com
aproximadamente 490 mil amostras de fígado colhidas em todo o Brasil e países
limítrofes durante a ampla campanha de prevenção e profilaxia da infecção, entre as
décadas de 20 e 40.

Criada na década de 20, a micoteca de Manguinhos é uma das mais completas no


país, com 1.877 cepas de fíingos nacionais e internacionais. Pela doação de suas
amostras, foi possível a reconstituição da micoteca do Instituto Pasteur, destruída
durante a II Guerra Mundial, e a formação da Coleção Micológica da Universidade
Imperial de Sendai, Japão, entre outras.

A Coleção Malacológica de Manguinhos ultrapassa quatro mil lotes de


exemplares de moluscos (caramujos) de água doce da região neotropical e de outras
regiões zoogeográficas. Já a Coleção Bacteriológica, uma das primeiras do Brasil e
considerada de referência internacional, reúne cerca de cinco mil amostras,
principalmente de enterobactérias. Única em seu gênero da América Latina, a Coleção
Helmintológica, iniciada em 1907, reúne 33 mil amostras de helmintos (vermes)
encontrados no Brasil e em outros países.

Espaços Ciência e Cultura

Pombal e Anfiteatro

O Pombal, antigo biotério de Manguinhos, faz parte do conjunto arquitetônico


tombado pelo SPHAN, em 1980. Nesta ocasião, foi descrito como um projeto
arquitetônico arrojado para sua época, estabelecendo nos pequenos pavilhões o sentido
da forma pura, sem sobrecarga ornamental. Sua localização, estilo e beleza fazem-no
um dos locais mais aprazíveis do campus.
72

O Pombal, antigo biotério de Manguinhos, faz parte do conjunto arquitetônico


tombado pela SPHAN, em 1980

Situado no terceiro andar do Castelo Mourisco, o Anfiteatro será projetado em


harmonia com o prédio, que embora grandioso, é atraente e aconchegante.
Esses dois espaços sediarão as atividades de divulgação científica e promoção
cultural na forma de palestras, debates, exposições, concertos, workshops e oficinas de
arte.
Os objetivos fundamentais são:
1) difundir os avanços da ciência e da tecnologia, tornando a linguagem e,
conseqüentemente, a ciência mais acessíveis e atraentes ao grande público;
2) estimular a curiosidade e a inquietação intelectual, desenvolvendo o interesse
pela ciência como processo de construção do conhecimento;
3) criar um fórum de debate sobre questões de interesse geral (grande público e
comunidade científica), promovendo o intercâmbio de experiências entre as diversas
instituições de pesquisa;
4) despertar e incentivar vocações e habilidades, instrumentalizando o indivíduo
para a atuação no campo profissional, através do ensino e do aprendizado de técnicas
específicas;
5) desenvolver atividades artísticas que estimulem a sensibilidade, ampliando a
percepção para além do limite do racional.
As atividades previstas para esses espaços deverão atuar em três vertentes:
divulgação científica, interface arte/ciência e cultura e lazer.
32 PAVIMENTO

1. Salão do Conselho Curador do M u s e u


2. Anfiteatro
3. Biblioteca de Ob ras Raras
4. Salão de Leitura
5. Salas de Apoio
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No campo da divulgação científica serão realizados dois ciclos de palestras -


um dirigido às crianças e adolescentes e outro ao grande público - ambos com
periodicidade regular. Pesquisadores de renome no meio acadêmico terão a
oportunidade de mostrar à população os mais recentes progressos científicos e avaliar
o impacto desses avanços na sociedade. O ciclo de palestras visa não somente divulgar
a ciência, mas também acompanhar o que está sendo realizado e o significado desses
avanços para a sociedade. Além disso, através do Fórum Interdisciplinar de Debates, o
museu pretende provocar ampla discussão sobre temas polêmicos, como a utilização
de animais em experimentos científicos e os riscos da manipulação genética.

Ao integrar arte e ciência, o Espaço promoverá exposições, workshops e grupos


de estudo, explorando temas como novas tecnologias aplicadas à arte - por exemplo, a
informática e as novas técnicas de composição musical, estética da ciência (como cores
e formas presentes na natureza), filosofia e história da ciência, ecologia, ciência,
intuição e criação, ciência e mito, patrimônio, entre outros.

As atividades de cultura e lazer - oficinas, espetáculos e concertos -, promoverão


a integração da comunidade científica com os usuários. As oficinas específicas de arte
serão diárias para permitir a participação dos visitantes do museu. Através de
exercícios rápidos e lúdicos, trabalharão a psicomotricidade, a coordenação motora
fina, a acuidade visual e auditiva, a concentração - habilidades básicas da formação
profissional.

Esse espaço deverá funcionar como um centro de referência para a reflexão


crítica da comunidade científica e do público em geral.

ESPAÇOS PASSADO E PRESENTE

MUSEU HISTÓRICO

Instalado na Cavalariça, o Museu Histórico permitirá aos visitantes reconhecer as


relações entre ciência e sociedade e a própria história das ciências e das técnicas,
através de filmes, simulações de experiências, fotos e objetos, entre outros materiais,
mediante o emprego de recursos da museografia que estimulem o público a interagir
com os conteúdos e acervos das exposições.
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Na Cavalariça serão montadas as exposições temporárias do Museu


Comunitário da Fiocruz e instalado o Museu Histórico

As exposições do Museu Histórico, além de utilizarem recursos de interatividade


com simulações de experiências e manipulação e contato dos visitantes com os
materiais expostos, serão circunstanciadas com informações históricas, ajudando os
usuários a situarem e entenderem a evolução da ciência e das tecnologias em suas
ambiências sociais e de épocas.
Utilizarão ainda recursos cenográficos com o propósito de estabelecer uma
relação de envolvência afetiva que predisponha os usuários a uma efetiva participação,
contato e inserção virtual nas situações e conteúdos expostos. Assim, uma exposição,
por exemplo, sobre a Expedição Científica do Instituto Oswaldo Cruz na Amazônia
terá cenários, que reconstituirão com luzes, sons naturais, cores e imagens, a ambiência
desta região, possibilitando ao visitante a sensação de estar participando da própria
expedição. Este recurso também será empregado em exposições de retrospectiva
histórica.
O Museu Histórico abordará, entre outros temas, os vários segmentos da história
das Ciências e das Técnicas, dos Instrumentos de Pesquisa Científica, das Doenças, das
Expedições Científicas e da Fiocruz.
CAVALARIÇA

1. Museu Histórico
2. Museu Comunitário da Atualidade da FIOCRUZ
3. Coordenação do Museu Histórico
4. Núcleo de Difusão Científica
5. Coordenação Geral do Museu Científico
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As exposições serão sempre temporárias devido à multiplicidade de objetos,


determinada pela abrangência das ciências e das técnicas. Utilizarão sempre, além de
alguns objetos representativos do tema retratado, recursos audiovisuais, permitindo
uma abordagem ampla dos temas, de forma a superar as limitações espaciais do salão
de exposição da Cavalariça.
Por sua concepção dinâmica, o Museu utilizará intensamente as reservas técnicas
e os laboratórios e oficinas de apoio. Além disso, terá como característica a
possibilidade de itinerância das exposições, permitindo que suas atividades atinjam um
público maior.

MUSEU COMUNITÁRIO DA FIOCRUZ


Na visão de Hugues de Varine, os museus comunitários, na medida em que
integram patrimônio, território e comunidade, tomam-se capazes de adeqüar
concretamente o domínio da cultura e a construção de homens cidadãos, aptos a
refletir e atuar sobre o seu desenvolvimento. É um instrumento concebido, construído
e explorado conjuntamente por uma equipe técnica e uma população local. A
participação da equipe técnica se dá através dos seus conhecimentos museológicos e
museográficos e da catalisação de recursos existentes na comunidade. A participação
da comunidade depende de suas aspirações coletivas, do seu know-how e da sua
experiência histórica particularizada.
O Museu Comunitário será outra atividade da Cavalariça. As atividades, o perfil
comunitário de cientistas e tecnólogos da Fiocruz e as condições físicas do campus de
Manguinhos são fatores que favorecem a elaboração de uma linha museológica no
âmbito dessa perspectiva conceituai.
As atividades científicas realizadas no campus de Manguinhos possibilitam a
construção efetiva e cotidiana do patrimônio dinâmico consolidado no saber, nas
práticas, nas técnicas e nas tecnologias científicas existentes na Fiocruz. São os
pesquisadores diretamente os responsáveis pela produção desses bens culturais e
científicos. Nesse sentido, a Fiocruz constitui-se num espaço institucional ideal para a
realização da convergência patrimônio-território-comunidade, dado o caráter de seus
objetos na produção científica e seus objetivos na construção, na preservação e na
socialização desse patrimônio.
O campus estende-se por uma área de 820.000 m2, situado às margens da
principal via urbana da cidade, à Avenida Brasil, onde estão distribuídas várias
edificações que abrigam os laboratórios, as coleções científicas, as unidades de
produção de medicamentos e as bibliotecas científicas.
No espaço dinâmico da Cavalariça, serão organizadas exposições temporárias
que estabelecerão um diálogo direto entre os membros da comunidade Fiocruz e com
outros segmentos da sociedade, valorizando uma linguagem capaz de refletir sentidos e
sentimentos que perpassam do atual fazer científico da instituição. Nesse sentido, serão
utilizados os recursos museológicos e museográficos destinados à decodificação da
linguagem científica. As exposições temporárias, organizadas dentro da lógica do
museu, terão como curadores os próprios cientistas dos laboratórios, responsáveis
diretos pela produção científica da Fiocruz.
Neste local ocorrerão também as feiras de ciências de estudantes, as exposições
de empresas e de outras comunidades científicas e acadêmicas, que contribuirão
76

diretamente com as temáticas ligadas à ciência, à tecnologia, aos instrumentos e


insumos da pesquisa científica.

Enfim caberá ao Museu Comunitário reforçar, através de suas atividades, a


identidade institucional e comunitária, estreitando as relações internas e externas com
os objetivos de conhecimento, produção e ensino efetuados pela Fiocruz.

OFICINAS E LABORATÓRIOS DE APOIO E CRIAÇÃO

O Espaço Museu da Vida contará com oficinas de apoio nas áreas de


conservação, restauração, fotografia, produção de instrumentos de experimentação e
de montagem de exposições. Para a implementação deste objetivo, serão adaptadas
instalações do complexo da Fiocruz.

As oficinas e laboratórios deverão aliar suas funções de apoio às atividades do


museu ao objetivo de tomarem-se centros de referência e difusão de conhecimentos
nas suas respectivas áreas de ação.

Oficina de Produção de Instrumentos para Experimentação e de


Montagem de Exposições

Esta oficina tem por finalidade criar e produzir instrumentos e suportes para a
realização de experiências, visando ao ensino de ciências baseado na experimentação.
Trabalhando com a idéia de modelos de experimentação, os instrumentos e suportes
possibilitarão isolar e controlar, para efeito de análise, as variáveis presentes na
ocorrência dos fenômenos a serem observados, visando orientar o processo de
aprendizado. O projeto estimulará também a iniciativa do estudante, colocando à sua
disposição suportes e instrumentos que sirvam de base ao exercício da livre
experimentação.

A equipe de criação da oficina contará com o auxílio do quadro técnico do


museu, com dois desenhistaS industrial e com pedagogos que, assessorados por
especialistas, projetarão os suportes requeridos pelos diferentes protocolos de várias
experiências.

Para a produção dos suportes definidos pela equipe de criação, a oficina disporá
de equipamentos e de profissionais das áreas de vidraria, marcenaria e serralheria.
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Oficina de vidraria

Tendo em vista a transferência de know-how para outras regiões do país, bem


como o efeito multiplicador que se quer gerar, serão necessariamente consideradas, no
desenvolvimento de kits e outros instrumentos, as possibilidades de obtenção dos
materiais neles empregados, o grau de complexidade das experiências propostas, os
objetivos pedagógicos a serem atingidos e a facilidade de reprodução em maior escala
desses suportes.
A oficina atuará também na elaboração e confecção de painéis, vitrines, suportes
e pedestais para a realização de exposições. O desenvolvimento destes produtos levará
em conta a segurança do acervo exposto e o caráter itinerante que se pretende
imprimir às mostras programadas pelo museu. Neste sentido, as peças aqui projetadas
deverão ater-se às características de peso, volume e qualidade do material nelas
empregados, bem como à praticidade e versatilidade de uso dos mesmos.

Oficina de Conservação e Restauração de Documentos


Com a finalidade de apoiar o Museu na preservação dos acervos arquivísticos e
bibliográficos que constituem parte de sua reserva técnica, a oficina se responsabilizará
também pelo material exposto, de modo a garantir que este não seja danificado no
decorrer das sucessivas mostras a serem realizadas no museu.
Dividida em três setores (Preservação, Encadernação e Restauração), a oficina
contará com o apoio de diversos laboratórios da Fiocruz no que concerne à realização
de testes e de análises de composição e de comportamento de materiais.
OFICINAS DE RESTAURAÇÃO

1. Oficinas de criação e montaqem de exposições - experimentos.


2. Reserva Técnica do Museu.
3. Oficina de Restauração Arquitetônica.
4. Oficina de Restauro do Museu.
5. Administração das Oficinas.
6. Apoio.
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Caberá ao Setor de Preservação, além do estabelecimento das rotinas de


higienização, acondicionamento e armazenagem dos documentos, traçar a política de
conservação dos acervos do museu, divulgada por meio de atos normativos, manuais e
técnicos, e da programação visual dos espaços destinados às mostras.
A normatização de procedimentos deverá atingir as esferas de produção, uso,
guarda e aquisição de materiais tendo em vista cobrir o amplo espectro de
condicionantes que envolvem a adequada conservação destes registros.
O Setor de Encadernação se responsabilizará pela realização de reparos e pela
confecção de encadernações de proteção para livros, periódicos e documentos.
Especial atenção será dada às encadernações da vasta Coleção de Obras Raras
existentes no acervo bibliográfico de Manguinhos. No laboratório de restauração serão
realizados desde pequenos reparos até a restauração completa dos documentos para ali
encaminhados.

Restaurador de Obras Raras

No campo da capacitação e da difusão de conhecimentos, está prevista a


realização de ciclos diferenciados de treinamento, com o duplo objetivo de, por um
lado, reciclar e formar técnicos habilitados a atuarem nesta área e, por outro, orientar
um público mais amplo sobre os procedimentos adequados de uso e conservação
destes registros.
79

Laboratório de Fotografia
Criado para dar suporte à atividades do museu, este laboratório especializou-se
na preservação e reconstituição das imagens que compõem o seu acervo iconográfico.
Nele são realizadas ampliações de longa permanência, duplicação de fotografias
e negativos para arquivo de segurança, geração de negativos de base flexível a partir
de negativos de vidro e de ampliações que não estão registradas em outros suportes.

Laboratório Fotográfico

Equipado para trabalhar com filmes preto e branco de diversos formatos, o


laboratório realiza ainda serviços de reportagens, de ampliações para exposições, para
atendimento de usuários do museu e para publicações. Está prevista a implantação de
um setor de ampliação colorida para formatos de até 50 x 60 cm., o que permitirá a
execução de reproduções com alto padrão de qualidade destinadas às exposições e
publicações.

Oficina de Restauração e Conservação Arquitetônica


A Fiocruz já desenvolve um extenso trabalho de restauração e conservação das
edificações que compõem o seu patrimônio arquitetônico histórico. Os resultados deste
trabalho, bem como as metodologias e técnicas adotadas, foram agraciados com o
prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade, do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em
1991 e com menções honrosas nas premiações dos anos de 1992 e 1993.
80

Parte integrante deste trabalho, a oficina iniciou e pretende ampliar a


transferência de biow-how para outras instituições, a exemplo do que já vem
ocorrendo em relação ao conjunto arquitetônico tombado do Arquivo Nacional, no
Rio de Janeiro.

Oficina de Arquitetura

Nela são confecionados diversos tipos de ornamentos existentes no conjunto


arquitetônico tombado de Manguinhos que é formado pelos seguintes edifícios:
Pavilhão Mourisco, Pavilhão da Peste, Cavalariça, Pombal, Quinino e Hospital
Evandro Chagas.
Para a confecção dos ornamentos em cimento e areia, os artesãos trabalham com
formas de cimento, gesso, madeira, poliéster e fib er glass. Nesta atividade, leva-se em
consideração a composição das argamassas antigas e para isso são feitas análises
granulométricas e de reconstituição de traços originais em laboratórios especializados.
A oficina de restauração arquitetônica é dotada de espaços para confecção de
formas, cura e desforma dos novos ornamentos. Possui também espaços de apoio para
que os artesãos possam trabalhar na manutenção e na conservação do conjunto
arquitetônico tombado de Manguinhos.
A exemplo das demais oficinas, este espaço também estará aberto à capacitação
técnica de profissionais e à realização de visitas públicas monitoradas.
81

RESERVAS TÉCNICAS
A reserva técnica do Espaço Museu da Vida conta com acervos bibliográficos,
museológicos e arquivistico, nas áreas de ciência básica, saúde pública e história da
ciência
A biblioteca possui um acervo especializado com cerca de 10.000 itens, reunindo
obras clássicas e de referência sobre as Ciências, a Biologia e a Medicina e material
bibliográfico recente nas áreas de História, Sociologia e Filosofia das Ciências. Ela
atende às diversas linhas de pesquisa da Fiocruz, sendo uma das poucas existentes no
país com especialização nas áreas anteriormente mencionadas.

Salão de Leitura/Biblioteca de Obras Raras

A Biblioteca de Obras Raras e História das Ciências possui um acervo com cerca
de 5.000 títulos, publicados entre os séculos XVII e XX. Dentre suas obras destacam-
se: "O primeiro tratado sobre a História Natural do Brasil" de Piso; "O Mineral" de
Luis Gomes Ferreira, importante obra para o estudo da Medicina e do
desenvolvimento da Ciência e da técnica no Brasil Colônia e "A História Natural” de
Lineu, primeiro autor a criar um sistema internacional de nomenclatura zoológica e
botânica e o marco na história científica do Brasil.
O acervo museológico, dividido em nove séries, é constituído por objetos de
arte, documentos textuais, fotografias, mobiliário e aparelhos e instrumentos
científicos. Merece destaque a série Instrum ental Científico composta de
microscópios, balanças, vidraria, teodolito e mesas de laboratório, entre outros.
82

Parte da Reserva Técnica/Museológica

As Coleções Cientificas da Fiocruz que integram esse acervo terão seu potencial
informativo explorado em diferentes atividades no âmbito do Espaço Museu da Vida.
Dentre essas coleções destacam-se as de Entomologia, que reúne cerca de 800.000
artrópodes e a maior coleção de flebotomíneos da América; a de Anatomia Patológica
com cerca de 520.000 peças entre necrópsias, cirurgias: e amostras hepáticas; a
Coleção Malacológica com 4.000 lotes de exemplares de molúsculos; a Coleção
Bacteriológica, uma das primeiras do Brasil e considerada de referência internacional
com cerca de 5.000 mil amostras, principalmente de enterobactérías e a Micológica
com cerca de 1.877 cepas de fungos nacionais e internacionais.
O Espaço das Coleções Científicas será também um local para difusão e trabalho
de educação científica, valorizando acervos da Fiocruz e de outras instituições
científicas.
O acervo arquivístico é composto por documentação de diferentes suportes e
origens. Nele são encontrados acervos de cientistas e de outras instituições, além de
um vasto arquivo de sons e imagens sobre a história de Manguinhos e da Ciência no
país.
83

NÚCLEO DE DIFUSÃO CIENTÍFICA

O Núcleo de Difusão Científica vai propor, acompanhar e avaliar as atividades de


divulgação científica desenvolvidas nos diversos Espaços do Museu, definindo uma
política para essa atividade.
No que se refere à política institucional, o grupo deverá estimular o intercâmbio
de experiências entre as várias instituições de pesquisa do Rio de Janeiro, visando criar
um espaço dinâmico de divulgação da ciência e da tecnologia produzidas no estado,
aproximando a comunidade científica do público em geral, bem como incentivar o
intercâmbio e o debate de idéias entre as várias sociedades científicas das áreas afins.
Deverá, também, estimular a reflexão crítica e interdisciplinar sobre temas como
filosofia da ciência, história da ciência, ciência e criação, entre outros.
Acompanhará ainda temas de política científica relevantes para o Estado e/ou
País, possibilitando a transformação do museu num centro de referência para a reflexão
e o debate das diversas questões ligadas à ciência e à tecnologia.
As atividades de divulgação científica devem estar inseridas num contexto
político mais amplo: responsabilidade social. Em especial nos países do Terceiro
Mundo que necessitam de um forte investimento na formação de uma cultura científica
e tecnológica, garantindo uma sociedade crítica e participante.
A divulgação científica, como área ou sub-área da Comunicação, tem como
objeto de trabalho o social, e está a serviço da sociedade. Nesse sentido, divulgar
ciência não deve ser entendido apenas como socializar conhecimentos, mas também
formar consciência crítica - cidadania. A forma como são orientados os avanços
científicos e tecnológicos, no mundo de hoje, é que determina se a ciência pode ou não
estar a serviço do bem estar social. Portanto, a divulgação científica deve ser entendida
como uma atividade que busca integrar a ciência e a sociedade de modo dinâmico e
transformador.
O Núcleo de Difusão Científica terá como metas prioritárias propagar e difundir
o trabalho cotidiano dos laboratórios de pesquisas científicas, numa linguagem
acessível e atraente para o público leigo. Vai procurar transformar a imagem
mitificadora da ciência e do cientista, aproximando-os do grande público e mostrando
a pesquisa básica como um processo de criação, uma aventura intelectual de lenta
maturação.
Desta forma poderá incentivar em especial os jovens, a compartilhar da aventura
de fazer ciência, estimulando a curiosidade pelos processos de descoberta de novos
conhecimentos, informando como que a ciência e a tecnologia estão presentes no
cotidiano do cidadão.
Este Núcleo supervisionará a divulgação de todos os espaços do Museu da Vida,
propondo atividades que serão realizadas com a participação efetiva dos profissionais
de várias unidades e setores afins da Fiocruz (Coordenadoria de Comunicação Social,
Multimeios e Núcleo de Produção de Vídeos da Superintendência de Informação
Científica e Tecnológica, Editora e Gráfica da Fiocruz, Núcleo de Vídeo da Casa de
Oswaldo Cruz etc.), articulando e acionando-os nos processos de editoração,
produção e disseminação dos materiais de difusão científica do museu.
84

Seu trabalho será dividido em três grandes áreas:


1 - Editoria
Responsável por toda a parte impressa: livros, revistas, folders, cartazes etc.
Funcionará de formar articulada à Editora Fiocruz. Contará com um Conselho
Editorial para análise dos originais: avaliação do mérito de conteúdo e adequação à
linha editorial.
2- Eventos (palestras, debates, workshops, exposições, lançamentos)
Os temas e os conferencistas convidados serão indicados pelo Núcleo de Difusão
Científica, para assegurar a integração das atividades desenvolvidas nos diversos
Espaços do Museu.
3 - Recursos Audio-Visuais
Além do acompanhamento das programações regulares, o Núcleo de Difusão
deverá criar um prêmio, a ser conferido pelo museu, para promover a realização de
festivais de filmes e vídeos científicos. Promoverá concursos para jovens talentos,
objetivando a produção de kits de experimentação, jogos e programas de computador
interativos. Deverá criar, também, um prêmio para cientistas com trabalhos na área de
popularização da ciência.
87

d) relógios de sol;
e) uma roda d'água
f) um biodigestor simples, utilizando excremento de animais do biotério da
Fiocruz, folhas ou sobras do bandejão;
g) um longo canteiro para evidenciar o fototropismo (fenômeno fisiológico das
plantas que permite um bom aproveitamento da energia radiante).

OBSERVATÓRIO MICROCÓSMICO

Construção em forma de esfera, contém um auditório de 200 lugares com


platéia em forma côncava e a tela esférica, ambas com inclinação de 30 graus em
relação ao horizonte, para permitir aos usuários a sensação de navegação pelas
imagens. Suas poltronas serão envolventes e confortáveis, com graus de inclinação
variáveis, conforme o lugar, em relação à tela. Os sistemas de som e acústica serão
dimensionados para aumentar o impacto psicológico das imagens, projetadas pelo
sistema Omnimax, que acentua a sensação de envolvimento do espectador. Os filmes e
vídeos apresentarão temas relativos ao micromundo biológico - seres ou partes de
seres não observáveis a olho nu: microartrópodos, protozoários, fungos, bactérias,
vírus, células, estruturas celulares etc. Tais filmes e vídeos serão produzidos por
microscopia eletrônica de varredura e de transmissão.
Na parte inferior do prédio haverá corredores com paredes espelhadas que
ofereçam aos usuários diferentes alterações de imagens, permitindo-lhes uma
interatividade com a capacidade física do vidro de modificar as formas. Um diálogo
concreto com formas que ora diminuem, ora aumentam, ora deformam ou ficam
nítidas. Desse modo já se inicia o processo de pensar sobre os instrumentos que
ampliam a nossa capacidade de ver e desvendar os mundos, seja o universo das
galáxias, estrelas, planetas, seja o micro-mundo, escondido nas entranhas dos seres
vivos ou no próprio ambiente.
88

A parte inferior do prédio abrigará, ainda, lupas e microscópios dos mais antigos
e simples aos mais modernos e potentes, possibilitando aos usuários a observação
desses mundos. Essa área terá, ainda, computadores com programas multimídia
interativos e com interface amigável, que darão aos visitantes acesso a registros
fotográficos do microcosmo, enfatizando a área da saúde (agentes patogênicos como
protozoários, fungos, bactérias, vírus, células, moléculas, arranjos de substâncias
químicas etc). Tais computadores devem conter, ainda, informações que permitam ao
usuário contextualizar historicamente a evolução da microscopia e da microbiologia,
além de informações gerais e catálogos multimídia das coleções científicas de
microorganismos da Fiocruz. Nesse espaço serão integrados conhecimentos e
informações científicas da física, química e biologia.

MINI-FÁBRICA DE VACINAS

Será um prédio construído em arquitetura futurista, visando associar sua forma


interior com o desenvolvimento de tecnologias de ponta, empregadas na produção de
vacinas. Terá em uma de suas alas um anfiteatro para cem pessoas, ao estilo de uma
sala de observação de cirurgias. Lá os usuários poderão assistir a simulação, no
ambiente de um laboratório, de algumas fases da produção de determinadas vacinas.
Esse anfiteatro também servirá para a projeção de vídeos sobre questões relacionadas a
vacinas, epidemiologia e imunologia. O prédio terá uma sala de experimentação, na
qual os usuários só entrarão vestidos de forma adequada, com máscaras, luvas,
aventais, sapatos especiais, de modo a vivenciar e perceber a importância dos cuidados
com os riscos de contaminação, tanto dos técnicos quanto do material ou produto
envolvidos neste processo de produção. Nesta sala os visitantes participarão de
algumas experiências. As demonstrações e experiências da Mini-Fábrica de Vacinas
não prevêem manipulação de microorganismos e os materiais empregados serão
sempre inócuos à saúde.
O prédio terá, ainda, sala de computadores interativos com interface amigável
com os usuários, dando acesso a dados epidemiológicos de algumas doenças,
projeções sobre a capacidade preventiva das vacinas, integrando conhecimentos de
matemática, biologia, medicina etc. Nos computadores estarão armazenadas
informações de natureza histórica sobre a evolução das vacinas e outros dados que
permitam contextualizar e referenciar sua produção sob os pontos de vista histórico,
contemporâneo e projeções para o futuro.

BIOTÉRIO AMBIENTAL
Neste prédio circular, os visitantes conhecerão os animais transmissores de
doenças ou utilizados como cobaias para pesquisas na Fiocruz. Serão recriados os
habitats originais e os locais para onde migram, com recursos de cenário, indicando os
riscos para a saúde humana. Em relação ao barbeiro, por exemplo, serão colocados
exemplares mortos em palmeiras, seu ambiente original, e em casas de pau-a-pique,
para onde migram ficando próximos do homem. Para enriquecer as informações, serão
associados fotos, cenários, desenhos esquemáticos e outros recursos de exposição.
Diversos tipos de mosquitos, caramujos e outros animais transmissores de doenças
estarão representados.
89

Quanto aos animais usados como cobaias, o biotério incluirá espécimes vivos,
mantidos para a função exclusiva de demonstração, em viveiros adequados para
observação. Estes animais estarão associados a fotografias e outros recursos visuais,
de forma a revelar como são utilizados nas experiências, os processos a que são
submetidos e os cuidados com a sua criação.
Após a visita ao biotério, o público - principalmente os estudantes - será
convidado a desenhar, escrever ou debater sobre os animais de que mais gostaram,
suas impressões e julgamentos sobre a importância da pesquisa com modelos vivos,
como imaginaria outras alternativas etc.

JARDIM DE PLANTAS MEDICINAIS

Este prédio circular com cúpula transparente vai abrigar uma estufa de criação de
ervas medicinais. Em anexo, haverá uma sala para a representação virtual de técnicas
de extração de princípios ativos e demonstração das formas de se extrair essências de
algumas plantas. Serão indicados desde os processos e equipamentos mais antigos até
os mais modernos.
No mesmo prédio, ficará o herbário onde os visitantes terão contato com
técnicas de plantio e conservação dos vegetais, participando, se o desejarem, dessas
atividades. Este espaço do Museu oferecerá cursos de plantio, manipulação, uso e
efeitos terapêuticos de algumas ervas medicinais.
Este espaço incluirá, ainda, uma sala de experimentação, com demonstração
científica de alguns processos relativos à vida vegetal. Não poderá faltar uma sala de
computadores multimídia, com animação sobre a reprodução de algumas plantas, seu
crescimento e inserção no ambiente natural, além de informações sobre o patrimônio
genético de ecossistemas de países tropicais e recursos da natureza no campo da
saúde.
O Jardim de Plantas Medicinais terá, ainda, uma área de estar, onde os visitantes
se refrescarão com sucos naturais. Neste local haverá painéis ilustrativos e outros
recursos visuais que permitam correlacionar os sucos aos efeitos benéficos sobre a
saúde.

MINI-FÁBRICA DE MEDICAMENTOS

O espaço destinado ao funcionamento da Mini-Fábrica de Medicamentos ficará


próximo ao Jardim de Plantas Medicinais, de forma a haver uma cooperação para
fornecimento de matéria-prima para fabricação dos medicamentos. O objetivo principal
da Mini-Fábrica será proporcionar ao público-alvo uma demonstração participativa dos
processos envolvidos na fabricação de medicamentos.
Quando se pensa no aproveitamento dos vegetais com a finalidade terapêutica,
são necessárias algumas considerações, que envolvam o controle de qualidade do
produto final, tais como controle do cultivo da matéria-prima (as plantas), condições
adequadas de armazenamento, e padronização do produto, através da análise do
conteúdo ativo das plantas.
90

Neste prédio será instalada uma linha de produção para o preparo de


medicamentos. Os visitantes poderão circular livremente e eventualmente participar de
alguma etapa de fabricação. Cada uma das linhas de produção será montada em
bancadas individuais, permitindo que se tenha uma visão seqüencial de todo o processo
de produção.
A linha de produção dos medicamentos terá uma estufa com circulação de ar
quente para secagem das plantas e diferentes moinhos (picadeiras), de onde a matéria
prima sairá na forma de pó ou picada. A fase final será acondicionamento do material
vegetal em cápsulas apropriadas de gel. O espaço contemplará também a produção de
tinturas medicamentosas. O processo de preparação consistirá no condicionamento das
partes ativas da planta em meio alcoólico em um percolador e recipiente de macerador
e, eventualmente, utilizando um evaporador rotatório, para concentração dos
princípios ativos,. Esta última etapa poderá ser realizada também em banho maria ou
ao ar livre em temperatura ambiente.
Todo o processo de produção de medicamento deve terminar com um rigoroso
controle da presença dos seus componentes ativos para garantir sua propriedade
terapêutica. Com esta finalidade será montado um sistema de controle de qualidade
através da análise do perfil cromatográfico (cromatoplaca de gel/sílica) do material
utilizado nas demonstrações ao público.

MINI-LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE QUALIDADE

O Mini-Laboratório de Análise de Qualidade será instalado em prédio também


com estilo futurista. Ele estimulará a observação crítica dos usuários com relação aos
produtos oferecidos no mercado consumidor. Será um espaço de desmistificação de
produtos e tecnologias.
Nesse ambiente serão apresentados aos visitantes os recursos desenvolvidos
pelas técnicas e pelas tecnologias de ponta para a avaliação e controle da qualidade de
produtos consumidos cotidianamente.
Os usuários serão convidados a refletir sobre a importância das técnicas e das
ciências no controle da qualidade de produtos que utiliza diariamente, afirmando neste
diálogo os valores de qualidade.
Ainda, no processo de demonstração do controle de qualidade, os visitantes
poderão interrogar sobre as experiências vividas e solicitar esclarecimentos sobre como
proceder na avaliação da qualidade daquilo que compram e consomem.
O prédio contará também com uma sala de experimentação, na qual se
estimulará, com o auxílio de instrumentos, o teste da qualidade de diversos produtos
presentes no universo cotidiano, como: brinquedos, guloseimas etc.

ESPAÇO "ÁGUA VIVA"

Junto ao prédio do Politécnico funciona uma estação-piloto de tratamento de


efluentes líquidos, pela qual passa parte do volume de águas servidas da comunidade
vizinha ao campus da Fiocruz. Na referida estação, a cargo do Departamento de
91

Engenharia Sanitária da ENSP, além do sistema convencional de decantação, aeração e


processamento dos efluentes, funciona um sistema alternativo cuja patente pertence a
pesquisador do próprio Departamento. Sua eficácia e baixo custo já estão
comprovados, assegurando, inclusive bons resultados no caso da prevenção de
doenças infecto-contagiosas como a cólera.
Esta estação, devidamente adaptada pela construção de um sistema adequado de
circulação e recintos para atividades didáticas e demonstração de rotinas laboratoriais,
constituirá um dos setores a serem abertos à visitação pública, tendo em vista seu
grande interesse enquanto elemento de educação sanitária.
O Departamento de Engenharia Sanitária da ENSP, através de seus
pesquisadores e funcionários, tem adotado sempre uma política de educar para sanear,
mobilizando esforços em programas de ação comunitária e recebendo, em suas
instalações, professores e alunos interessados em conhecer os problemas do tratamento
de esgotos e das análises elementares de qualidade em potabilidade de água. Desse
modo, apóia a inclusão da estação-piloto no Museu Interativo, já que isto possibilita a
ampliação e organização dessa atividade didática e disseminadora de informação, que
vem sendo desenvolvida há longo tempo na Escola de Saúde Pública da Fiocruz.
92

ESCRITÓRIO TÉCNICO DO
MUSEU DE CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DO RIO DE
JANEIRO

O Escritório Técnico estimulará e coordenará o processo de assistência técnica


às iniciativas de criação de novos polos do Museu de Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro, englobando neste trabalho a articulação institucional, a atração de investidores
e mantenedores de cada um das novas unidades museológicas . O Escritório também
desencadeará atividades referentes à promoção e divulgação integrando as instituições
científicas que darão suporte técnico aos polos do Museu de Ciência e Tecnologia do
Rio de Janeiro.
O Escritório Técnico receberá o suporte administrativo da Rede de Tecnologia
do Rio de Janeiro e apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
Todos os trabalhos a serem desenvolvidos pelo Escritório Técnico deverão ser
submetidos à análise prévia do Conselho Curador, apresentado na presente proposta.
No desenvolvimento das novas unidades do Museu de Ciência e Tecnologia do
Rio de Janeiro, o Escritório Técnico deverá recorrer, com apoio e recursos da
Prefeitura da Cidade, a consultores, profissionais e instituições nacionais e estrangeiras.
O Escritório contará também com o apoio do corpo de consultores permanentes
do Museu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.
A sua equipe fixa contará com:
- coordenador pela Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro - Acher Mossé;
- representantes da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro:
IPLANRIO- Cecília Maria Neder de Castro
Secretaria de Cultura - Lúcia Rito
Secretaria de Educação - Beatriz Resende
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia-
- Apoio administrativo a ser dado pela Rede de Tecnologia e Prefeitura;
93

OPERACIONALIZAÇÃO

B a s e , E s t r u t u r a e P o lí tic a s

Auto-Sustentação do Museu Interativo de Ciência e Tecnologia

A iniciativa de criação do Espaço Museu da Vida foi fruto de um longo processo


de amadurecimento e de decisões no interior da comunidade científica e técnica da
Fiocruz, que culminou na resolução de seu Conselho Deliberativo de conferir
prioridade e caráter permanente a esta iniciativa.
Sua implantação possui um elevado grau de viabilidade, pois, além de expressar
uma necessidade da comunidade de cientistas e tecnólogos da Fiocruz, conforme as
decisões dos seus últimos congressos internos, baseia-se no seu biow-how na área de
comunicação, popularização e educação em ciência e, em grande parte, na própria
capacidade instalada do campus de Manguinhos.
Quanto à utilização de recursos pré-existentes, dispomos de:
♦ alguns prédios da Fiocruz (2o e 3o andares do Castelo Mourisco, o Pombal,
a Cavalariça, oficinas, laboratórios de apoio, reservas técnicas de acervos
etc.) e no próprio campus.
♦ serviços básicos do campus, através da ampliação dos diversos contratos
de serviços (limpeza, segurança, manutenção, jardinagem etc.).
♦ serviços especiais do campus (oficinas de carpintaria, elétrica e de outras
especialidades de manutenção, serviço de multimeios etc.).
♦ infra-estrutura básica do campus (água, luz e força, esgoto, telefonia, rede
de fibras óticas, etc.).
♦ acervos museológicos, bibliográficos, arquivísticos e das coleções
científicas pertinentes às atividades do Espaço Museu da Vida;
♦ alocação de pessoal vocacionado para as atividades do museu, conforme
especificado no projeto, e potencialização de suas atividades, através da
cooperação das unidades integrantes da Fiocruz, em suas diversas áreas de
atuação: ensino, pesquisa, produção de fármacos e imunobiológicos,
controle de qualidade, serviços de assistência médica, serviços de apoio
editorial e gráfico, produção de vídeos, etc.;
♦ incorporação, através de concurso público, de trinta cargos, com base nas
vagas disponíveis da Fiocruz já aprovadas e publicadas em Diário Oficial;
♦ cessão, para o corrente ano, de 20 bolsas de aperfeiçoamento para
monitores e bolsas para consultores estrangeiros, além do compromisso de
captar, junto à instituições de fomento, número de bolsas necessárias para
o quadro de monitores do Espaço Museu da Vida.
94

♦ integração permanente ao museu de algumas atividades de popularização e


educação em ciências, que acontecem na Escola Politécnica de Saúde, no
Laboratório de Educação Ambiental e em Saúde, na Escola Nacional de
Saúde Pública etc.
♦ participação permanente, nos grupos de trabalho de concepção e execução
de eventos, de membros do Departamento de Pesquisa Histórica, do
Departamento de Preservação e do Patrimônio Histórico, do
Departamento de Arquivo e Documentação e Departamento Museológico
da Casa de Oswaldo Cruz, incluindo seus laboratórios e reservas técnicas.
♦ participação eventual de cientistas e técnicos do conjunto das unidades da
Fiocruz, como consultores e curadores das atividades e eventos do museu.
O Espaço Museu da Vida vai terceirizar alguns serviços de atendimento aos
usuários para tornar mais leve as suas responsabilidades diretas na administração.
Alguns deles terão a função exclusiva de beneficiar os usuários. Isto acontecerá através
de parcerias com interessados em associar seus produtos ao museu.
O Museu Interativo buscará patrocínio e apoio para a realização de suas
atividades não permanentes. Haverá uma estratégia de captação de recursos para seus
eventos junto a empresas e agências de fomento privadas e governamentais, nacionais
e estrangeiras.
A presente solicitação, portanto, se restringe aos recursos necessários para a
implantação do museu.
ESTRUTURA DE PESSOAL DO MUSEU
O Espaço Museu da Vida contará com uma estrutura fixa de pessoal, uma
estrutura terceirizada de segurança, limpeza, jardinagem e de manutenção - decorrente
de aditamentos de contratos já existentes de empresas especializadas com a Prefeitura
do campus de Manguinhos uma estrutura de adesão variável - devido à participação
de profissionais de outros setores e unidades da Fiocruz em Grupos de Trabalho
montados para atender determinados objetivos do museu - e, finalmente, por uma
estrutura de associação permanente de administradores e técnicos de reservas técnicas
já existentes, sem vínculo administrativo direto com o museu.
A estrutura fixa do museu é a seguinte:
Coodenação Geral
Paulo Gadelha
Coordenação Técnica
Gilson Antunes da Silva
Assessoria
Virginia Schal (orientação Conceituai)
Danielle Grinszpan (orientação Pedagógica)
Cristina Tavares (Orientação de Cooperação Nacional e Internacional)
Ana Maria Meirelles Palma (Orientação de Difusão)
Nísia Verônica Trindade Lima (Orientação de História da Ciência)
Assistência Técnica (Museologia e Museografía)
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Cláudia Miranda (Assistente-Design)


Luis Alberto Zuniga (Assistente-Museografia)
Angela Maria Duhá (Assistente-Museologia)
Cláudio N. de Oliveira Barbosa (Assistente-Museografia)
Secretaria
Lúcia Alves da Silva
Célia Maria Moraes
Secretária (a contratar)
Marcos André Brazilino de Freitas (Auxiliar)
Cleber de Souza (Contínuo)
A dm inistração
Romualdo Martins Barbosa (Execução Financeira, Administração e
Contabilidade)
Márcia Maria Menezes (Recursos Humanos)
Luiz Antonio dos Santos Junior (Serviços Gerais)
Administrador do Convênio (a contratar)
Núcleo de Difusão Científica
Berenice Fagundes (Gerente)
2 Bolsistas-Comunicação Social (Apoio)
OBS.: Este Núcleo contará com a participação efetiva dos profissionais de várias
unidades e setores afins da Fiocruz no processo de editoração, produção e disseminção
dos materiais de difusão científica do Museu. Assim, este Núcleo articulará e acionará
a Comunicação Social da Fiocruz (10 profissionais), o Setor de Multi-Meios da
Prefeitura do Campus (15 profissionais), a Editora e Gráfica da Fiocruz (vários
profissionais), o Núcleo de produção de Vídeos do CICT da Prefeitura do Campus (6
profissionais) e o Núcleo de Vídeo da Casa de Oswaldo Cruz (2 profissionais).
P o rta ria e Recepção Provisórias, Circuito Histórico e Bondinhos da Ciência
Angela Porto (Gerente)
Silvia Regina dos Santos Gomes (Resp. pelos circuitos)
14 Monitores (guias de usuários)
4 Motoristas (Bondinhos)
OBS.: Existirá um conjunto de pessoas envolvidas com a segurança, manutenção
e jardinagem, que serão dimensionados e contratados por aditamento aos contratos da
Prefeitura do Campus de Manguinhos. Tais profissionais receberão um treinamento
específico para funcionarem nos circuitos do Museu.
C iência em Cena
Tirza Barbosa Dias (Gerente)
Marcos Vogel (Diretor Cênico)
96

Maria Clara Barbosa (Diretora Musical)


14 Monitores (Animadores)
1 Carpinteiro (Carpintaria Cênica)
1 Iluminador (Iluminação Cênica)
1 Eletricista (Som e Luz)
1 Operador de Som (Som)
1 Operador de Cinema (Vídeos e Filmes)
OBS.: Os profissionais de apoio cênico do Ciência em Cena também apoiarão as
atividades artísticas do Pombal e do Anfiteatro do terceiro andar do Castelo Mourisco.
Os profissionais de segurança, manutenção e outros serão dimensionados e alocados
neste espaço por aditamento aos contratos da Prefeitura do Campus de Manguinhos.
Espaços do 2o Pavimento do Castelo Mourisco: Espaço da Descoberta,
Espaços da Experimentação, Centro de Ciências e Espaço de Atualização de
Professores
Daniele Grinszpan (Gerente)
João Carlos de Miranda (Orientação)
Edmilson Barcellos da Rocha (Orientação)
Vera Lúcia Lima de Andrade (Centro de Referência)
30 Monitores (Orientação das Experiências)
Secretária (a contratar)
Espaço Oswaldo Cruz
Luis Fernando F. Ribeiro (Gerente)
Denise Martins Coelho (Museóloga)
6 Monitores (Atendimento)
Videoteca de Ciência e Espaço Iconográfico
Fernando Pires Alves (Gerente)
Pedro Paulo Soares (Orientação)
Sílvia de Castro e Costa (Centro de Referência)
8 Monitores (Atendimento)
1 Secretária (Secretária)
Mostras das Coleções Científicas
Lizabel Espellet Klein (Gerente)
1 Museólogo (Atendimento - a contratar)
6 Monitores (Atendimento)
OBS.: O segundo e terceiro pavimento do Castelo Mourisco terão seguranças e
pessoal de manutenção contratados pela Prefeitura do Campus de Manguinhos,
mediante o aditamento dos contratos já existentes. Estes profissionais, em número
97

adequado, receberão treinamento específico para lidar com os públicos específicos do


museu.
Espaço Ciência e Cultura (Pombal e Anfiteatro)
Maria Clara Barbosa (Gerente)
Betina Dowsley Paes Leme (Produção)
1 Secretária (Secretária)
12 Monitores (Oficinas de arte)
OBS.: O Pombal terá profissionais de manutenção, segurança e jardinagem
contratados por aditamento aos contratos já existentes com a Prefeitura do Campus de
Manguinhos.
Espaço Passado e Presente:
Museu Histórico
Anunciata Martins Sawada (Gerente)
Mareia Portela (Proc. Técnico e Reserva Técnica)
Margareth Damasceno (Pesq. e Aquisição de Acervo)
Jeanne Cristina Mautoni (Educação Museológica e Atendimento ao Público)
4 Bolsistas-Museologia (Proc. Técnico e Reserva Técnica)
4 Bolsistas-Museologia (Pesq. e Aquisição de Acervo)
6 Monitores (Atendimento e Educação Museológica)
Secretária (a contratar)
OBS.: A função de concepção e montagem de exposições contará com o apoio
do Setor de Assistência Técnica do Museu, na parte museográfica e museológica, e
com o apoio do Departamento de Pesquisa Histórica da Casa de Oswaldo Cruz,
principalmente das suas áreas de História da Ciência e História das Instituições
Científicas, no que se refere ao conteúdo das exposições.
Museu Comunitário da Fiocruz
Marli Brito Moreira de Albuquerque (Gerente)
1 Secretária (a contratar)
6 Monitores (Atendimento)
OBS.: A função de montagem de exposições será realizada pelo Setor de
Assistência Técnica do Museu. A parte de conteúdos das exposições será definida
pelos próprios cientistas da Fiocruz, que serão curadores das exposições.
As atividades da Cavalariça terão apoio de manutenção e segurança de
profissionais incorporados por aditamento aos contratos já existentes com a Prefeitura
do Campus de Manguinhos.
Oficinas e Laboratórios de Apoio:
Laboratório Fotográfico
Flávio Ribeiro de Sousa (Gerente)
Roberto Jesus (Fotógrafo)
98

Paulo Rodino (Fotógrafo)


Oficina de Criação, Oficina de M ontagem de Exposição e Laboratório de
R estauração de Acervo Museológico
Renato da Gama-Rosa Costa (Gerente)
Roberto Moreira (Projetista)
Mauro Campeio (Projetista)
1 Marceneiro (Maquetista de Kits de Experimentação)
1 Serralheiro (Maquetista t e Kits de Experimentação
1 Ana Paula LoboVianna Memória (Restauração)
2 Bolsistas (Produção-À7/5
2 Montadores (Exposição)
OBS.: A Oficina de Criação produzirá os kits de experimentação e materiais que
serão usados nas experiências do museu, assim como confeccionará o acervo da
experimentoteca. Esta oficina terá apoio de desenho esquemático da equipe de design
do CICT da Prefeitura de Manguinhos.
L aboratório de Conservação e Restauração de Papéis
José Camelo (Gerente)
1 Encadernador (Encadernador)
1 Restaurador (Restauração)
2 Bolsistas (Conservação e Restauração)
O ficina de Conservação e Restauração de A rquitetura
Benedito Tadeu de Oliveira (Gerente)
Adorcino Pereira da Silva (Artífice)
Miguel Jorge Patarro (Artífice)
Obs.: Devido ao papel de reservas técnicas de determinados setores de várias
unidades da Fiocruz, que acautelam acervos que servirão permanentemente às mostras
do museu, embora sem estarem subordinados a ele, a estrutura operacional do Espaço
Museu da Vida poderá ser considerada mais ampla. Isso ocorre com os profissionais
que acautelam acervos no Setor de Audio-Visual (acervos iconográficos, de vídeos e
de som), no Setor de Arquivos Institucionais, no Setor de Arquivos Particulares e o
Setor de Livros Raros e de Referência Histórica do Departamento de Arquivos da
Casa de Oswaldo Cruz, bem como com relação às várias Coleções Científicas
espalhadas por várias unidades da Fiocruz.
Escritório Técnico do M useu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro
Acher Mossé
Beatriz Rezende
Cecília Maria Neder de Castro (Iplan-Rio)
Pessoal Administrativo da Rede
99

OBS.: Este Escritório será administrado pela Rede de Tecnologia do Rio de


Janeiro - sociedade civil que agrega todas as principais instituições de ciência e
tecnologia do Rio de Janeiro com o propósito de gerar e apoiar iniciativas de criação
de outros espaços museológicos, desenvolvendo os projetos e transferindo-os às
instituições interessadas. Este Escritório terá apoio operacional da Prefeitura da Cidade
e da Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro.
Política de Formação de Recursos Humanos
O Espaço-Museu da Vida, do Museu de Ciência e Tecnologia usará o know-how
e os programas da Fundação Oswaldo Cruz na área de formação de recursos humanos.
Ela já desenvolve diversos programas de estágios e bolsas de nível técnico e superior,
contemplando um leque de especialidades que se estende para além das suas áreas
tradicionais de atuação em bio medicina e saúde coletiva. A Casa de Oswaldo Cruz e o
Centro de Informação Científica e Tecnológica, em especial, já desenvolvem
programas integrados às suas atividades em História, Arquivologia, Biblioteconomia e
Documentação, Informática, Museologia e Museografia, Arquitetura e Fotografia.
A implantação do Espaço da Vida implicará na ampliação destes programas para
atender suas necessidades específicas, funcionando o atual corpo de profissionais
envolvidos nestas ações como uma referência técnico-científica básica. Este processo
envolverá, ainda, a criação de novos programas na áreas de pedagogia e educação,
conservação e restauração, bem como de desenho industrial, marcenaria e demais
atividades de apoio.
Programas específicos serão destinados à concessão de bolsas de iniciação e
aperfeiçoamento para estudantes e pessoal recém-formado de licenciatura na áreas de
Química, Física, Biologia, Museologia e História, entre outras. Deste modo será
formado um quadro de monitores com efeitos inclusive multiplicadores, na medidia em
que se tomarão futuros agentes de uma maior articulação entre ciência e ensino, uma
vez integrados às redes públicas e privada de ensino. Nesta mesma direção, através da
celebração de convênios específicos com as instituições de ensino superior, o Espaço
Museu da Vida se constituirá uma referência para a realização de estágios curriculares
obrigatórios. Estes estágios serão também um dos mecanismos de seleção de futuros
monitores em fase de aperfeiçoamento.
No que se refere às especilidades técnicas, atenção particular será conferida ao
permanente aperfeiçoamento profissional do pessoal lotado nas oficinas de apoio e nos
espaços de arte, mediante a realização de cursos e estágios em centros especializados,
tais como: o Senai, o Centro Técnico de Artes Cênicas - IBAC, o Infoto - IBAC, o
Arquivo Nacional e a Biblioteca Nacional. Por outro lado, estes centros poderão tanto
utilizar as instalações e atividades do Espaço Museu da Vida para a realização de
estágios, testes de novos processos, entre outros, bem como também indicar
profissionais para a composição de seu quadro de pessoal. Com este intuito, um
convênio de cooperação técnica com o Arquivo Nacional já se encontra em vigência e
outros, como o do Centro Técnico de Artes Cênicas, em fase adiantada de
entendimentos.
Contudo, pretende-se que, a médio prazo, o museu, preservando esta perspectiva
integradora, venha a tornar-se ele mesmo um centro de treinamento e aperfeiçoamento
de quadros técnicos necessários ao funcionamento de outros espaços do Museu de
Ciência e Tecnologia da Cidade do Rio de Janeiro. Neste sentido, a capacidade
instalada da Fiocruz nos permite prever, para um futuro próximo, a realização de
programas de treinamento que, sob a forma de residência, possam tanto receber para
100

estágios técnicos de instituições de outros estados e regiões do país, como acolher,


para intercâmbio, profissionais de larga experiência oriundos de centros especializados
do exterior.
A mesma preocupação e a mesma estratégia nortearão os investimentos a serem
realizados no aprimoramento técnico-profissional do pessoal diretamente engajado nas
ações de planejamento e execução das atividades centrais do Espaço Museu da Vida,
capacitando-o a tornar-se um núcleo de reflexão e referência. Os meios para tanto
incluem um permanente estímulo à formação em nível de pós-graduação; à cooperação
sob a forma de seminários, grupos de estudo e outras iniciativas com as demais
instituições brasileiras dedicadas à difusão e popularização de ciência e tecnologia;
assim como aos mecanismos que permitam o intercâmbio com os projetos mais
representativos que, neste campo, têm sido implementados no exterior. Neste sentido,
entendimentos preliminares já vem sendo mantidos, entre outros, com o Palais de la
Découvert (França); o La Villette (França) e o Exploratorium de São Francisco
(EUA), objetivando o estabelecimento de programas que possibilitem, aos nossos
profissionais, viagens de estudos e estágios naqueles centros, bem como a vinda de
especialistas para a realização, na Fiocruz, de workshops, seminários e consultorias.

Política de Captação de Recursos do Museu Científico

Em associação com as demais entidades proponentes - Prefeitura do Rio de


Janeiro, Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro e Fundação Oswaldo Cruz - a SPCOC
deverá potencializar o kow-how obtido na área de captação de recursos e de marketing
de projetos culturais.
Desde já, conforme Carta Compromisso, em anexo, do Presidente da Fiocruz, o
Espaço Museu da Vida conta com substancial apoio daquela instituição para cobrir a
curto e longo prazo seus custos operacionais.
No tocante à ampliação de novos espaços do Museu de Ciência e Tecnologia do
Rio de Janeiro, destacamos o apoio da Prefeitura através da cessão de terreno e
dotação no valor de 1.765.869,73 URVs para edificação do Espaço Museu do
Universo, para o qual contribuirá também com despesas de manutenção.
A atividade Ciência em Cena, que integra o projeto do Espaço Museu da Vida,
obteve no final do ano passado aprovação do Programa Nacional de Apoio à Cultura-
PRONAC para efeito de captação de recursos com incentivos fiscais. Atualmente está
tramitando no Ministério da Cultura proposta global do Espaço Museu da Vida que já
recebeu sinais positivos para sua aprovação.
A estratégia de sensibilização dos agentes privados inclui a associação de
imagens entre os espaços e atividades previstas e empresas afins, muitas das quais com
laços de cooperação pré-existentes com a Fiocruz e a Rede de Tecnologia do Rio de
Janeiro. É o caso, por exemplo, da Mini Fábrica de Vacinas, para a qual estão sendo
solicitados recursos do Instituto Mérieux.
Solicitação de apoio ao projeto Espaço Museu da Vida foi também encaminhada
ao BRADESCO, instituição que em inúmeras oportunidades já apoiou eventos e
atividades culturais e científicas no âmbito da Fiocruz. e que está analisando, com
interesse manifesto, por sua direção superior, os termos de uma possível cooperação.
101

Na esfera pública, o projeto foi encaminhado e está em fase de análise junto ao


Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE. Contatos iniciais com o
presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro-FAPERJ
indicaram o interesse daquela instituição em apoior o Espaço Museu da Vida.
Iniciativas semelhantes deverão acontecer com outras instituições de fomento
nacionais, a exemplo da FINEP e CNPq e internacionais, entre as quais a UNESCO e o
Banco Mundial.
O suporte da Fiocruz deverá ser fundamental também na potencialização de
vários convênios já existentes com agências nacionais e internacionais com interesse na
área de divulgação em ciência e saúde. No caso da área de saúde, a Organização
Mundial da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde, o Sistema Regional de
Vacinas - SIREVA, o Programa de Desenvolvimento das Nacões Unidas - PNUD,
entre outros, além de programas específicos de educação sanitária e de combate a
doenças poderão cooperar com atividades associadas a seus objetivos. Podemos
visualizar, por exemplo, o apoio do Programa de Auto-Suficiência em
Imunobiológicos ou de Apoio a Laboratórios Oficiais aos espaços da mini-fábrica de
vacinas e medicamnentos, ou do Programa de Combate a Aids e de Vigilância Sanitária
às atividades do Ciência em Cena.
Na área de divulgação científica e cultural, a cooperação que a Fiocruz mantém
çom a Fundação Roberto Marinho, a Rede Globo, a TV Educativa do Rio de Janeiro e
a Rede Manchete na produção de vídeos científicos e divulgação em ciência em geral
será útil na divulgação das atividades do espaço e na produção conjunta de material
educativo e peças promocionais, além de criar condições especiais para ampliar a
captação de recursos.
PRAZO, CRONOGRAMA E ACOMPANHAMENTO CRÍTICO

PRAZO DE IMPLANTAÇÃO E CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

O prazo de implantação dos espaços e atividades do Museu Interativo de


Ciência e Tecnologia previsto na presente proposta é de dois anos.

O tempo de implantação dos seus espaços e de sua operacionalização estão


previstos no seguinte cronograma físico:
CRONOGRAMA FÍSICO

( Continuação)
CRONOGRAMA FÍSICO

( Continuação)
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DA EXECUÇÃO DA
PROPOSTA

O método de controle de execução da proposta será realizado através do


Gráfico de Gantt.

Tal gráfico permitirá uma visualização das atividades programadas, pois cada
uma é indicada pela posição de uma barra no gráfico, que tem como referência um
tempo determinado - escala de tempo. Estas barras correspondem ao planejamento ou
previsto para ser realizado em um período de execução da proposta. Elas serão
representadas por uma cor específica no gráfico.

Quando a atividade é concluida, o período real de sua realização - início e fim -


é representado no gráfico por uma cor diferente e paralela a barra que indica a
previsão.

A comparação das duas barras permite acompanhar, criticar e controlar o


andamento da execução, além de possibilitar, com base nesta comparação e
observação, a elaboração periódica de relatórios de execução á fontes de
financiamento.

Assim sendo, segue a representação do Gráfico de Gantt para


acompanhamento e avaliação da execução proposta :
GRÁFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO
( Continuação )
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO
( Continuação )
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( Continuação )
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( Continuação)
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( Continuação)
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( Continuação)
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO
( Continuação)
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( Continuação )
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( Continuação)
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

(Continuação)
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( Continuação )
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( Continuação)
GRAFICO DE ACOMPANHAMENTO CRITICO DO PROJETO

( C ontinuação)
ORÇAMENTO
O presente orçamento está estruturado em três biocos. O primeiro
refere-se à implantação do Espaço Museu da Vida dentro dos limites de
recursos de cerca de US$ 3.000.000,00 ( três milhões de dólares ), definidos
no Edital SPEC/PADCT, n° 01/93.

Os dois outros blocos, demonstram a capacidade de absorção de


investimentos complementares e referem-se à ampliação das atividades do
Espaço Museu da Vida e implantação dos demais espaços do Museu de
Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

No quadro a seguir temos o orçamento consolidado da promeira fase de


implantação do Espaço Museu da Vida :

.a) Os custos previstos nestes itens r e f e r e m - s e à adaptação e reformas de espaços.

, ) Os acervos, equipamentos, material permanente, instalações e edificações existentes na F I O C R U Z não


foram c o n t a bili z a d o s , mas o Museu E s p a ç o da Vida c o n t a r á com seu suporte.
O Espaço Museu da Vida, prevê a criação de novas instalações para
ampiiar os seus circuitos e atividades. O orçamento desta nova fase, está a
seguir descriminado:

PORTARIA E RECEPÇÃO DOS USUÁRIOS

Custeio US$ 60.000,00


Investimento US$ 250.000,00
Sub-Totaii US$ 310.000,00

TRILHAS

Custeio US$ 38.000,00


investimento US$ 32.390,00
Sub-Totai US$ 70.390,00

OBSERVATÓRIO MiCROCÓSMICO

Custeio US$ 121.728,00


Investimento US$ 766.500,00
Sub-Total US$ 888.228,00

MINI-FÁBRICA DE VACINA

Custeio US$ 98.800,00


Investimento US$ 358.490,00
Sub-Total US$ 457.290,00

BIOTÉRIO AMBIENTAL

Custeio US$ 99.800,00


Investimento US$ 169.200,00
Sub-Total US$ 269.000,00
JARDINS DE PLANTAS MEDICINAIS

Custeio US$ 97.648,00


Investimento US$ 290.000,00
Sub-Total US$ 387.648,00

MINI-FÁBRICA DE MEDICAMENTOS

Custeio US$ 90.400,00


Investimenlo US$ 182.000,00
Sub-Total US$ 272.400,00

MINI-LABORATÓRIO DE ANÁLISE DE QUALIDADE

Custeio US$ 89.500,00


Investimento US$ 173.800,00
Sub-Total US$ 263.300,00

ESPAÇO ÁGUA VIVA

Custeio US$ 82.300,00


Investimento US$ 45.200,00
Sub-Total US$ 127.500,00

TOTAL GERAL US$ 3.045.756,00

Os recursos para implantação de dois novos espaços do Museu de


Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Espaço Museu do Universo e
Espaço Museu do Mar, estão estimados em US$ 7.000.000,00 ( sete milhões
de dólares)
CRONOGRAMA FÍSICO FINANCEIRO

Os recursos SPEC/PADCT para a primeira fase do Espaço Museu da


Vida, serão aplicados conforme o cronograma físico-financeiro apresentado a
seguir:
CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO

Na execução da primeira fase do Espaço Museu da Vida o cronograma


de desembolso é o seguinte :
)

APOIOS
O projeto de criação do Museu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro já
recebeu, nesta primeira fase, o apoio das seguintes instituições
- Museu de Astronomia e Ciências Afins/CNPq;
- Espaço Ciência Viva;
- Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro
- Museu Naval e Oceanográfico;
- Universidade Federal Fluminense;
- Universidade Federal do Rio de Janeiro;
- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro;
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA;
- Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE/RJ;
- Fundação Brasileira de Tecnologia da Soldagem - FBTS;
- Instituto Nacional de Tecnologia - INT;
- Centro de Ciências do Estado do Rio de Janeiro;
- Escola Técnica Federal de Química;
- Instituto Brasileiro da Qualidade Nuclear - IBQN;
- Centro Nacional de Pesquisa de Tecnologia Agroindustrial de Alimentos
- Fundação Bio-Rio;
- Centro de Tecnologia Mineral/CNPq;
- Empresa Municipal de Informática Planejamento SA - IPLANRIO;
- Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil/SENAI;

Destacamos também os compromissos firmados pela Prefeitura da Cidade do Rio


de Janeiro e Fundação Oswaldo Cruz, o apoio da Secretaria de Estado de Educação do
Pio de Janeiro e de Universidades, bem como as cartas de aceitação dos componentes
do Conselho de Curadores, que seguem em anexo.
ASSINATURA
Em nome da Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz, entidade
executora do Projeto Museu Espaço da Vida, integrante da proposta de criação do
Museu de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, declaro assumir os compromissos
referentes a este projeto bem como conhecer e estar de acordo incondicionalmente
com as condições estabelecidas pelo Edital SPEC/PADCT 01/93.

Rio de Janeiro, 15 de abril de 1994.

Dr. Paulo Gadelha


Presidente
Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz

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