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Decretos Estaduais n.º 9.843/66 e n.º 16.719/74 e Parecer CEE/MG n.º 99/93
UNIVERSIDADE VALE DO RIO VERDE DE TRÊS CORAÇÕES
Decreto Estadual n.º 40.229, de 29/12/1998
Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão
TRÊS CORAÇÕES
2005
2
Orientador
Profº.Dr. Adair Ribeiro
TRÊS CORAÇÕES
2005
3
que lutou até o último momento da sua vida para vencer, mostrando que jamais
devemos cansar de lutar, dedico este trabalho.
( in memórian)
4
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
Páginas
LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................06
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...............................................07
RESUMO.....................................................................................................08
ABSTRACT.................................................................................................09
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................10
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................11
3. PROPOSIÇÃO........................................................................................20
4. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................21
5. RESULTADOS.......................................................................................23
6. DISCUSSÃO...........................................................................................27
7. CONCLUSÃO.........................................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................32
ANEXO........................................................................................................36
6
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Página
TABELA 1 Divisão dos pacientes selecionados de acordo com a faixa
etária....................................................................................................21
Página
% Percento......................................................................... 08
UninCor Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações........ 08
8
RESUMO
ABSTRACT
_________________________________________________________________________
* Guidance Committe: Dr. Adair Ribeiro – UninCor (Major Professor)
10
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
fontes foram integrados para dar suporte a etiologia genética do deslocamento palatino dos
caninos baseados em 5 critérios: ocorrência de outras anomalias dentais concomitantes ao
deslocamento; ocorrência bilateral do deslocamento; ocorrência do deslocamento nos gênero
masculino e feminino; ocorrência familiar; ocorrência em populações diferentes (PECK;
PECK; KATAJA, 1994). Segundo Marzola, 1995, podem classificá-los de acordo com: o
número; posição no arco dental; ausência de dentes no arco e proximidade com o arco.
Suspeitada a retenção é necessário a realização de exames radiográficos por meio de técnicas
mais precisas como a radiografia panorâmica e periapicais pelo método de Clark.
Kuftinec e Shapira (1995 a) afirmaram que os caninos superiores são o segundo
dente mais freqüentemente retido com incidência de 2% dos pacientes que sofrem tratamento
ortodôntico. Essa retenção é de 10 a 20 vezes mais comum na maxila e a localização por
palatino é de 2 a 20 vezes mais freqüente. Marzola (1995) definiu os caninos em terceiro lugar
na tabela de freqüência de retenções. Relatou que por ser o último dente anterior a irromper
muitas vezes falta espaço no arco dental que pode estar diminuído; outros problemas de
desenvolvimento inadequado da maxila, condições patológicas, densidade óssea, cistos e
supranumerários podem causar a retenção dos caninos.
Jacobs (1996) relatou após rever a literatura que a etiologia dos caninos retidos por
palatino é de origem genética. Anomalias adjacentes ou ausência dos incisivos laterais
superiores tem implicado na etiologia dos caninos retidos. Contudo, a etiologia da retenção
por vestibular é diferente, pois ocorre por falta de espaço no arco. A prevenção / interceptação
do deslocamento palatino deve ser feito com a extração do canino decíduo, assim que for
detectado após os 10 anos de idade.
Segundo Álvares e Tavano (1998) as causas mais comuns do não irrompimento
dentário são: a falta de espaço no arco dentário; posição anormal do germe dental; obstáculos
encontrados na trajetória eruptiva do dente como cistos e tumores e perda da força eruptiva.
Todos os dentes, alguns com maior freqüência, podem não irromper. Dentre eles, os terceiros
molares inferiores, os terceiros molares superiores e os caninos superiores.
Peterson et al. (1998) encontraram os terceiros molares inferiores e superiores, os
caninos superiores e os pré-molares inferiores como os dentes mais comuns de não
irromperem. Normalmente, os caninos superiores, erupcionam após os incisivos laterais e os
pré-molares; mas se o espaço for inadequado ele se torna impedido de erupcionar. Para os
autores todos os dentes retidos devem ser removidos, a menos que a remoção seja contra-
13
indicada. Se permanecer retidos alguns problemas podem aparecer tais como a perda de
dentes e osso adjacentes; pode aumentar o potencial de lesões às estruturas vitais adjacentes.
Com isso a cirurgia será mais complicada e arriscada para o paciente devido a complicações
pós-cirúrgicas. Bishara (1998) descreveu que a retenção dos dentes pode ser generalizada ou
localizada. Para a retenção dos caninos superiores as causas são locais e poder ser: anquilose,
formação de neoplasias, posição anormal, etc ou podem ser uma combinação desses fatores.
Almeida et al. (2001) relataram que no período de transição da dentadura mista
para a permanente podem ocorrer problemas de retenção dos caninos superiores em 2% da
população como resultado dos desvios da seqüência normal do desenvolvimento da oclusão.
Quando não se diagnostica ou se trata corretamente podem resultar no desenvolvimento de
problemas como más oclusões, reabsorções e formações císticas.
Jarjoura; Crespo; Fine, (2002) fizeram revisão na literatura mostrando que a
etiologia da retenção dos caninos superiores é a associação de fatores como trauma, retenção
do decíduo entre outros. A prevenção consiste em realizar exames clínicos e radiográficos em
pacientes entre 10 e 13 anos para acompanhar o desenvolvimento dos caninos superiores
retidos. Dentre os exames radiográficos recomendam a técnica de Clark, a panorâmica para
melhor localizar a retenção e assim traçar qual a melhor técnica cirúrgica e/ou ortodôntica
para resolver a retenção.
Hyomoto et al. (2003) investigaram as erupções dos caninos permanentes
superiores e pré-molares inferiores associados com cisto dentígeros. Foram examinados 47
pré-molares inferiores e 11 caninos superiores e divididos em 2 grupos: o grupo de erupção
com marzupialização do cisto; e o grupo de não erupção com tracionamento do dente e
remoção do cisto. Concluíram que a retenção dos caninos superiores está relacionada ao cisto
e a idade do paciente, enquanto que a retenção dos pré-molares está associada a posição do
dente no osso e sua angulação.
Em se tratando de incidência, Verri et al. (1973) estudaram a incidência de dentes
retidos por meio de exames radiográficos de 3000 pacientes atendidos no Departamento de
Cirurgia da Faculdade de Farmácia e Odontologia de Ribeirão Preto. Foram relacionados os
dentes completamente formados encontrados na data do exame foi observada a retenção em
8,16% dos pacientes, cujo mais freqüentes foram terceiros molares inferiores (37,78%),
terceiros molares superiores (20,28%) e caninos superiores (16,94%). A retenção intra-óssea
representou 59,72% dos casos e a ocorrência bilateral correspondeu a 30,61% sendo os
14
caninos superiores 14,28%. Houve no gênero feminino (8,26%) ligeira prevalência em relação
ao gênero masculino (8,06%). A incidência em pacientes de cor branca atingiu 9,2% enquanto
nos demais não passou de 3,6%. Concluem que a observação clínico-radiográfica leva a crer
que na maioria dos casos estudados a falta de espaço foi o principal fator etiológico. Um
estudo realizado por Ribeiro em 2002, tinha o propósito de determinar a posição e outras
características dos caninos retidos.Foram avaliados os dados de 27 pacientes portadores de
caninos retidos que receberam tratamento cirúrgico. Os dentes foram classificados de acordo
com suas posições nos arcos dentários, tipo de retenção, presença de dentes no arco dentário,
proximidade com esses, possíveis alterações relacionadas à retenção e o tipo de tratamento
escolhido. Obteve a prevalência em pacientes do gênero feminino com idade entre 11 e 20
anos. Foram encontrados em 81,48% dos pacientes no arco superior e no lado esquerdo. A
retenção unilateral teve freqüência em 77,78% e retenção intra-óssea prevaleceu sobre a
subgengival. Dentre as alterações bucais as mais comuns são: posicionamento incorreto no
arco(63,64%), dor (15,15%) e presença de cistos(9,09%). A opção de tratamento mais
utilizada foi a extração (51,52%) seguida do tracionamento com acessórios ortodônticos
(42,42%) e exposição cirúrgica (6,06%).
Chate (2003) descreveu dois casos, aparecidos num período de 5 anos, em
pacientes femininas, caucasianas com 16 e 13 anos de idade. Foram realizados exames
radiográficos intra e extras bucais (panorâmica, oclusal) para localizar os caninos que se
encontravam por vestibular na maxila. Essa retenção causou o desvio da raiz do primeiro pré-
molar para palatino. Chaushu; Zilberman; Becker (2003) estudaram a retenção dos caninos
em pacientes com retenção do incisivo central. O estudo consistiu em 75 pessoas com
retenção unilateral do incisivo central. Inicialmente foram usadas radiografias panorâmicas,
associando as posições de ambos os caninos e incisivos laterais. Os resultados foram a
ocorrência menor na retenção por palatino (9,5%) em relação ao vestibular (30,2%). Pacientes
com trauma tinham significante prevalência de retenção.
Leonardi et al., em 2003, descreveram um caso de retenção bilateral de caninos
por palatino em gêmeas monozigóticas com 10,7 anos de idade. As pacientes compareceram
para tratamento ortodôntico devido a protrusão de mandíbula e maxila. Ao examinar a
radiografia panorâmica encontrou nas gêmeas, retenção mesioangular por palatino dos
caninos superiores. Para ambas o tratamento interceptivo foi proposto pela extração dos
caninos decíduos e foram observadas por 15 meses e obtiveram sucesso parcial na erupção
15
dos caninos permanentes seguidos de tratamento ortodôntico. Otto (2003) relatou a ocorrência
da reabsorção da raiz do incisivo lateral causada pela retenção do canino superior. A paciente
era do gênero feminino, com 6 anos e 11 meses de idade portadora de maloclusão Classe II. O
tratamento consistiu em expandir a maxila com um aparelho fixo. Aos 10 anos houve a
esfoliação do canino decíduo esquerdo e acompanhamento radiográfico dos respectivos
permanentes. Nas radiografias notavam a retenção dos caninos e a reabsorção das raízes dos
incisivos central e lateral.
Alguns autores fizeram trabalhos voltados para localizar os caninos superiores
retidos. Oliveira et al. (1985) indicaram exames radiográficos panorâmicos, periapicais
(técnica de Clark) e radiografia de perfil de face para definir a posição dos caninos superiores
retidos. Ressaltaram as técnicas cirúrgicas mais abordadas, acidentes transoperatórios e
complicações. Schumth et al. (1992) realizaram um estudo mostrando as aplicações da
tomografia computadorizada para fornecer maiores detalhes da região onde se localizam os
caninos retidos; permitindo assim observar melhor se este dente está envolvido por algum
processo patológico, se está anquilosado dentre outras vantagens.
Para Almeida et al. (1994) a avaliação radiográfica visando determinar a
localização deve ser fundamental e criteriosa; a técnica de Clark é o método mais indicado
para visualizar se o dente esta por palatino ou vestibular. Já, Jacobs (1994) em seu trabalho
discute a localização dos caninos superiores retidos indicando três métodos de localização e a
técnica de Clark foi recomendada como a melhor. Faz referência a radiografia panorâmica e a
oclusal.
Kasander (1994) realizou um estudo onde encontrou uma variação da incidência
de retenção dos caninos retidos por palatino entre alguns autores. Ainda fez considerações
quando aos meios de diagnóstico, devendo realizar uma avaliação clínica e radiográfica. A
técnica de Clark é o método indicado pelo autor para se determinar a posição do canino.
Estudos comparativos entre a radiografia panorâmica e tomografia foram
realizados para localizar os caninos retidos. Com a tomografia, foi possível determinar o
deslocamento por palatino em aproximadamente 80% dos casos. A radiografia panorâmica
sozinha não é suficiente para localizar os caninos; mas evidências clínicas e sugestões de
posição dos caninos podem ser comprovadas com novas investigações radiográficas (FOX;
FLETCHER; HORNER, 1995). Para Kuftinec e Shapira (1995 a) o diagnóstico deve ser feito
por meio de palpação e por meio de exame radiográfico. Os autores indicaram a técnica de
16
Clark para se determinar a posição do canino superior. Ainda relataram o uso da tomografia
computadorizada como um método útil para diagnostica em 3D o canino superior ectópico.
Para Bishara (1998) a localização exata do dente retido desempenha um papel
crucial na determinação do meio cirúrgico e a própria direção para aplicação de força
ortodôntica. Para isso os métodos radiográficos são empregados (panorâmica, oclusais,
cefalométricas e periapicais), com ênfase no uso de periapicais que é capaz de avaliar a
posição dos caninos superiores em 92% dos casos. Chaushu; Chaushu; Becker (1999)
propuseram um estudo por meio de radiografia panorâmica para investigar o desenvolvimento
dos caninos retidos na maxila. Num total de 115 radiografias panorâmicas, 164 caninos
superiores foram encontrados. A proporção da largura do canino deslocado para a largura do
incisivo central homolateral e a proporção da largura do canino deslocado para a largura do
canino contralateral foi calculada. A altura da coroa de cada canino foi classificada no plano
vertical, relacionado ao incisivo adjacente em apical, medial e coronal.
Jacobs (1999) pesquisou na literatura métodos de localização de caninos retidos na
maxila. Citou como métodos de exame a inspeção, palpação e exames radiográficos. Dentre
estes exames radiográficos recomendou a técnica de Clark; panorâmica; oclusal. Na
radiografia panorâmica a visão que se tem é das duas maxilas. E indica para melhor visualizar
a retenção uma oclusal. A informação das duas técnicas permite a localização do canino
retido. Porém existem alguns problemas quanto as imagens obtidas, dentre eles estão:
superposição de imagem e alongamento. Ressaltou a necessidade de se fazer o uso de exames
radiográficos em pacientes acima de 10 anos.
Boeira Jr; Hoffelder; Berthold (2000) realizaram um trabalho que tinha como
objetivo relacionar os aspectos gerais pertinentes aos caninos superiores retidos. Ressaltaram
a importância que se tem o diagnóstico precoce para, se possível, erradicar a impacção. Para
isso, apresenta meios de diagnóstico clínico e radiográfico, enfatizando a precisão da
tomografia computadorizada. Além disso, aborda o tratamento cirúrgico-ortodôntico, com o
intuito de restabelecer a funcionalidade e a estética facial com o correto posicionamento do
canino na arcada dentária. Langberg e Peck (2000) realizaram um estudo em 31 pacientes não
usuários de aparelho ortodôntico que possuíam retenção dos caninos por palatino. A seleção
foi feita por meio de ausência dos caninos, baseada em radiografias panorâmicas, periapicais e
oclusais; e na história clínica. Todos os pacientes eram brancos com idade média de 14 anos.
17
Fizeram medições entre caninos e entre caninos e incisivos laterais. Obtiveram resultados que
estatisticamente não tiveram significados.
Domingos (2001) encontrou uma incidência de aproximadamente 2% nos
pacientes que procuram por tratamento ortodôntico. Diz que a retenção dos caninos superiores
é uma anomalia dental freqüente, só não é mais comum que a dos terceiros molares. Em seu
trabalho foi avaliado o grau de confiabilidade do diagnóstico referente à posição dos caninos
na maxila, por meio da análise de uma radiografia panorâmica e uma telerradiografia em
norma lateral. Este material foi examinado por especialistas que deram seus diagnósticos. Os
resultados foram comparados com o registro da localização real. Concluiu que, a maioria se
encontra por palatino; a radiografia panorâmica mostrou-se melhor que a telerradiografia em
norma lateral, principalmente quando o canino estava por vestibular. Também obteve um
índice de acerto maior em relação a telerradiografia, quando o dente se encontrava por
palatino.
Estudo comparativo para localizar caninos retidos na maxila foi utilizado entre
duas técnicas radiográficas diferentes: vertical paralaxe (1 panorâmica e uma radiografia
oclusal de maxila) e magnificação (1 radiografia panorâmica). As radiografias e as
informações com relação aos caninos foram obtidas dos registros dos pacientes tratados no
Hospital Dentário da Universidade de Londres. As duas técnicas foram realizadas e
comparadas a localização dos caninos por 6 examinadores. Comparou os resultados obtidos
com a posição encontrada após as cirurgias. A técnica vertical paralaxe obteve um sucesso de
76% na localização e a magnificação 66% de sucesso. Em 90% dos casos os caninos se
localizavam por palatino e os 10% restantes estavam por vestibular (MASON;
PAPADAKOU; ROBERTS, 2001).
Rózylo et al. (2001) afirmaram que a retenção de caninos na maxila é uma
anomalia dental muitas vezes encontrada depois dos terceiros molares. Um dos fatores
causadores da retenção é a permanência dos caninos decíduos. Realizou um estudo da
evolução da reabsorção dos caninos decíduos na maxila por meio de exames radiográficos de
43 pacientes entre 8 e 11 anos. Foi observado que a permanência e o grau de reabsorção
variava de acordo com a idade e sexo. Concluíram que, embora a reabsorção fisiológica tem
início aos 8 anos de idade, as evidências radiográficas mostraram que ocorrem entre 9 e 10
anos de idade.
18
3 PROPOSIÇÃO
4 MATERIAL E MÉTODOS
5 RESULTADOS
20
15
10
Caninos retidos
0
2001 2002 2003 2004
Nº* Pacientes
Idade Leucoderma Feoderma Melanoderma Total
10-14 6 5 0 11(35,48%)
15-19 2 4 1 7(22,58%)
20-24 3 0 2 5(16,13%)
25-29 1 0 0 1(3,22%)
30-34 2 0 0 2(6,45%)
35-39 1 1 1 3(9,68%)
40-44 0 1 0 1(3,22%)
45-49 0 1 0 1(3,22%)
Total 15 (48,39%) 12 (38,71%) 4 (12,90%) 31 (100%)
* Nº = número
25
no. de pacientes
6 leucoderma
4 feoderma
2 melanoderma
0
1 2 3 4 5 6 7 8
faixa etária
FIGURA 3 Radiografias periapicais obtidas pela técnica de Clark mostrando o deslocamento do canino superior,
que neste caso se encontra por palatino pois este acompanhou o deslocamento dos feixes de raios X.
6 DISCUSSÃO
eram mulheres (74%) com isso observamos uma predileção pelo gênero feminino. Os
trabalhos de Verri et al. (1973), Ferguson (1990), e Ribeiro (2002) também encontraram
maior prevalência de retenção dos caninos nas mulheres.
O nosso trabalho teve como objetivo pesquisar somente sobre os caninos
superiores pois sãos mais acometidos de retenção e está comprovado nos trabalhos de
Kuftinec e Shapira (1995 a) onde encontraram uma ocorrência de 10 a 20 vezes mais que os
respectivos inferiores; e Ribeiro (2002) encontrou 81,48% de retenção no arco superior, o que
vem a reforçar ainda mais a importância de se estudar os caninos superiores retidos e suas
características.
A retenção de somente um canino superior é relatada ser a mais freqüente. Ribeiro
(2002) reportou em seu trabalho que 77,78% dos casos a retenção era unilateral. Em nosso
trabalho a grande maioria (90,32%) dos caninos também apresentava retenção unilateral.
Verri et al (1973) também encontrou maior retenção de um canino superior. Essa retenção
unilateral da maioria dos caninos apresentou uma ligeira tendência acontecer do lado
esquerdo, correspondendo a 56% dos pacientes. A preferência pelo lado esquerdo também foi
encontrada por Ribeiro em 2002. Em relação a retenção bilateral, no trabalho de Verri et al.
(1973) foi de 14,28% semelhante a encontrada em nosso estudo, onde 9,68% dos caninos se
encontravam retidos bilateralmente.
Em se tratando da localização dos caninos superiores retidos, encontramos 28
pacientes com o dente por palatino totalizando 82%. Já a localização por vestibular afetou 6
pacientes, o corresponde a 18% de todos os dentes estudados. Ferguson (1990) achou em seu
estudo uma preferência pela retenção palatina. Kuftinec e Shapira (1995 a) encontraram uma
freqüência de 2 a 20 vezes mais retenção por palatino. Mason, Papadakou, Roberts, em 2001,
ao pesquisarem a localização dos caninos superiores obtiveram como resultado 90% dos casos
ocorrendo por palatino e os 10% restantes por vestibular. Nossos dados são no que diz
respeito a localização concordam com a maioria dos trabalhos. Contudo, Chaushu, Zilberman,
Becker (2003), mostram uma maior ocorrência por vestibular correspondendo a 30,2% do
total; e por palatino foi achado em 9,5%. O restante corresponde as demais posições que se
localizaram os caninos superiores retidos.
Após realizarmos a pesquisa baseada nos exames radiográficos, acreditamos que a
radiografia periapical obtida pela técnica de Clark é indispensável para determinar a
localização dos caninos superiores retidos, permitindo assim uma precisão ao se realizar
29
cirurgias para remoção ou tracionamento dos caninos. Além da técnica de Clark, o uso da
radiografia panorâmica também é necessário para visualizar a retenção dos caninos superiores
e determinar sua posição no arco dentário. Na literatura encontramos diversos trabalhos que
chegaram a mesma conclusão sobre a importância da radiografia para os cirurgiões dentistas.
Autores como Marzola (1995); Jarjoura, Crespo, Fine (2002); Oliveira et al (1985)
recomendaram a associação da radiografia panorâmica e da técnica de Clark para visualizar e
localizar com precisão os caninos retidos na maxila. Contudo, Almeida et al (1994); Jacobs
(1994); Kuftinec e Shapira (1995 a); Bishara (1998) e Jacobs (1999) indicam somente a
técnica de Clark, sendo esta suficiente para localizar a retenção e a posição que os caninos se
encontram no arco dentário.
Em nenhum dos casos por nós estudados houve relação entre a retenção dos
caninos e patologias intra-ósseas. O diagnóstico precoce para dentes retidos é fundamental,
pois um tratamento mais adequado e mais conservador pode ser efetuado. Podendo até mesmo
evitar a perda deste dente e problemas de mal oclusão. Sendo assim, crianças com dentição
mista, apresentando dentes mal posicionados na arcada, devem ser avaliadas com relação a
existência de espaço para a erupção dos caninos superiores.
30
7 CONCLUSÃO
A) Quanto a prevalência:
4- Quanto ao gênero: 74% (23) eram do gênero feminino e 26% (8) eram
do gênero masculino.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anexo I – Ficha de dados para coleta da pesquisa sobre caninos superiores retidos