Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
INTRODUÇÃO
Na raiz de toda ciência está nossa curiosidade insaciável sobre nós mesmos e nosso mundo. Ficamos
maravilhados, assim como nossos ancestrais há milhares de anos, quando o vagalume acende em uma noite
de verão. As cores e os cheiros da natureza trazem mensagens sutis de variedade infinita. Com uma venda nos
olhos, sabemos que estamos em uma floresta de pinheiros ou próximos ao mar. Ficamos fascinados e nos
perguntamos: como o vagalume produz luz? Quais substâncias caracterizam a fragrância da floresta de
pinheiros? O que acontece quando o verde das folhas do verão é substituído pelo vermelho, laranja e dourado
do outono?
A TEORIA ESTRUTURAL
Partindo do conceito do isomerismo, podemos chegar às origens da teoria estrutural, a ideia de que
uma organização específica de átomos define de modo exclusivo uma substância. O cianato de amônio e a
ureia são compostos diferentes porque eles têm estruturas diferentes. Até determinado ponto, a teoria estrutural
era uma ideia cuja hora havia chegado. Entretanto, três cientistas se destacam por propor de modo
independente os elementos da teoria estrutural: August Kekulé, Archibald S. Couper e Alexander M. Butlerov.
De certa forma, é adequado que os estudos iniciais de August Kekulé na Universidade em Giessen
tenham sido como aluno de arquitetura. A contribuição de Kekulé para a química está em sua descrição da
arquitetura das moléculas. Dois temas são recorrentes em todo o trabalho de Kekulé: a avaliação crítica das
informações experimentais e um dom para visualizar as moléculas como montagens particulares de átomos.
Os pontos essenciais da teoria de Kekulé, desenvolvida e apresentada enquanto ele lecionava em Heidelberg
em 1858, diziam que o carbono normalmente formava quatro ligações e tinha a capacidade de ligar-se a outros
carbonos de maneira a criar longas cadeias. Os isômeros eram possíveis porque a mesma composição
elementar (digamos, a fórmula molecular CH4N2O comum ao cianato de amônio e à ureia) acomoda mais de
um padrão de átomos e ligações.
Logo em seguida, mas independentemente de Kekulé, Archibald S. Couper, um escocês que trabalhava
no laboratório de Charles-Adolphe Wurtz na École de Medicine em Paris e Alexander Butlerov, um químico
russo da Universidade de Kazan, propuseram teorias semelhantes.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Um grande impulso para o crescimento da química orgânica durante este século tem sido a
disponibilidade de matérias-primas baratas. O petróleo e o gás natural fornecem os componentes iniciais para
a construção de moléculas maiores. Dos produtos petroquímicos vem uma incrível variedade de materiais que
enriquecem nossas vidas: muitos medicamentos, plásticos, fibras sintéticas, filmes e elastômeros são feitos de
produtos químicos orgânicos obtidos do petróleo. Em uma era de escassez de suprimentos, o uso que fazemos
do petróleo influencia muito a determinação do tipo de sociedade que teremos. Fontes alternativas de energia,
particularmente na área dos transportes, permitirão que uma parte maior do limita do petróleo disponível seja
convertida em produtos petroquímicos, em vez de ser queimada pelos motores dos automóveis. Em um nível
mais fundamental, os cientistas da indústria química estão tentando desenvolver maneiras de usar o dióxido
de carbono como fonte de carbono na produção das moléculas básicas.
Muitos dos processos mais importantes da indústria química são realizados na presença de
catalisadores. Os catalisadores aumentam a velocidade de determinada reação química, mas não são
consumidos durante ela. Ao buscar novos catalisadores, podemos aprender muito com a bioquímica, o estudo
das reações químicas que ocorre em organismos vivos. Quase todas essas reações fundamentais são catalisadas
por enzimas. O aumento de velocidade da ordem de vários milhões é comum quando comparamos uma reação
catalisada por enzimas com a mesma reação realizada na sua ausência. Muitas doenças são o resultado de
deficiências de enzimas específicas que interferem no metabolismo normal. Na análise final, o tratamento
efetivo das doenças exige uma compreensão dos processos biológicos no nível molecular, ou seja, qual é o
substrato, qual é o produto e quais são os mecanismos pelos quais o substrato se transforma em produto.
Avanços enormes têm sido feitos na área da compreensão dos processos biológicos. Em razão da
complexidade dos sistemas vivos, porém, apenas arranhamos a superfície deste fascinante campo de estudos.
A área da genética tem visto progressos espetaculares nos últimos anos. Embora em geral seja
considerada uma ramificação da biologia, a genética está cada vez mais sendo estudada no nível molecular
por cientistas com formação química. As técnicas de divisão do gene e os métodos para determinar a estrutura
molecular exata do DNA são apenas duas das ferramentas que orientam a revolução científica atual.
Você está estudando química orgânica na época de sua maior influência sobre nossa vida diária, em
uma época em que ela pode ser considerada como uma ciência madura, e quando as questões às quais esse
conhecimento pode ser aplicado não poderiam ser mais importantes.
REFERÊNCIA:
Texto retirado na íntegra do Livro:
CAREY, Francis A. Química orgânica. 7.ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2011. 2v. ISBN
9788563308221 (v.1).