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Introdução
Ezequiel, cujo nome quer dizer "Deus é fortaleza" ou "Deus prevalece", foi um profeta e
sacerdote contemporâneo de Jeremias, mas sendo levado para o cativeiro babilônico antes que a cidade de
Jerusalém caísse em poder das forças de Nabucodonozor em 586 a.C. Por isso, Jeremias foi testemunha
visual da história que se deu, enquanto Ezequiel não a assistiu, pois, há pelo menos 12 anos já teria sido
levado como cativo para a Babilônia.
Por essa causa, seu livro não aborda tanto as situações históricas que Jeremias aponta da
decadência do reino e dos reis de Judá, contendo mais as mensagens de Deus dirigidas aos judeus que
estavam na Babilônia, principalmente. Por causa talvez do distanciamento em que se encontrava da
cidade santa, seu livro é pleno de pregações, de visões e de atos simbólicos como se ansiasse por um
resgate da antiga Jerusalém e da sua glória sobrenatural advinda do poder de Deus. Seu nome aparece em
1Crônicas 24.16 como cabeça de uma das ordens sacerdotais, grafado em algumas versões como
"Jeesquel". Por ser da classe sacerdotal, sua mensagem vai concentrar-se muito sobre o templo em
Jerusalém, pensando na sua restauração e ensinando que Deus exigia que os seus freqüentadores e
adoradores vivessem uma vida dedicada a ele.
Interessante como na história das deportações de judeus promovidas por Nabucodonozor para a
Babilônia, três dos maiores profetas desse período tenham sido distinguidos: na primeira, ocorrida logo
depois da vitória da Babilônia sobre o Egito, em 605 a.C., Daniel e seus companheiros devem ter sido
levados para o exílio. Na segunda, em 598 a.C., quando Nabucodonozor se irritou com a rebeldia do rei
Joaquim, Ezequiel foi um dos 10.000 cativos que ele novamente deportou para a Babilônia. Finalmente,
quando Jerusalém cai, em 586 a.C. chegaria vez de Jeremias, que, como sabemos, respeitado que foi por
Nabucodonozor ficou em Jerusalém, sendo levado pelos remanescentes dos líderes religiosos para o
Egito, contra a sua vontade.
A canonicidade do livro de Ezequiel foi reconhecida pelos judeus desde a antigüidade, incluído
que foi na Septuaginta, mesmo sendo motivo de confronto nos tempos no Novo Testamento, quando as
escolas sacerdotais dos rabinos Shammai e Hillel divergiam em suas discussões históricas e teológicas a
respeito do conteúdo dele, pois em sua visão do novo templo de Jerusalém, há algumas contradições com
aquilo que o Pentateuco define como próprio do templo do Senhor.
Não temos registros seguros sobre a extensão da vida de Ezequiel. Confirmadas mesmo, segundo
a datação histórica dos melhores historiadores, temos as datas que podemos abstrair de suas profecias que
pelos registros históricos que ele mesmo aponta em seus escritos, devem ter ocorrido entre 593 a 571 a.C.,
De 593 a 586 a.C., ele com suas profecias fará repetidos avisos e menções de atos históricos com
a finalidade de despertar o povo de Deus ao arrependimento. Depois que a queda se dá, de 586 a 571 a.C.
(29.17), ele passa a agir como o pastor do povo de Israel no exílio, pregando mensagens de conforto e de
esperança no retorno e restauração de Jerusalém. O próprio autor declara que o livro foi escrito às
margens do rio Quebar (1.1), um dos afluentes ou canais entre o Tigre e o Eufrates na Mesopotâmia a
terra do Império Babilônico, onde deve ter se situado um dos principais acampamentos designados pelos
dominadores para o povo de Deus no exílio. Aliás, é por causa desta menção e da função pastoral que
Ezequiel desenvolveu junto ao povo de Deus neste local, que alguns estudiosos atribuem o salmo 137 que
descreve a tristeza dos exilados na Babilônia, como escrito pelo nosso profeta.
Escrito pelo profeta nesta época, o livro deve ter sofrido pelos compiladores e escribas da
restauração alguma expansão ou revisão, mas, sem que isto o fizesse perder a sua autenticidade única,
pois a poesia e a prosa do início do livro se manifestam em todo o seu conteúdo. O livro mantém, tal
como Isaías e Jeremias, uma visão de globalização moderna, quando aponta também para profecias que
vão atingir as nações vizinhas a Israel.
A grande mensagem central do texto é a garantia da presença de Deus mesmo entre um povo
agora cativo e distante de Jerusalém. Ezequiel tendo vivido os últimos anos da queda de Jerusalém,
embora não a tenha assistido pessoalmente, mas, em visão ou pelo testemunho de outros exilados que
chegavam à Babilônia após a queda ter-se dado, encarrega-se de levar ao povo sofrido e abatido, a certeza
de que o Senhor Deus mesmo assim estava presente e poderia ainda fazer algo pelo seu povo. Dentro
deste contexto ressalta a importância da responsabilidade pessoal, o que é uma reviravolta praticamente
no entendimento judaico tendo em vista o ensinamento que tiravam ainda do Pentateuco de que os
castigos pelos pecados cometidos passavam de uma geração para outra (Ex 20.5; 34.7; Nm 14.18 e Dt
5.9). Ezequiel vai ressaltar, cerca de 500 anos antes que o Evangelho de Cristo pregasse isto, que cada
pessoa é responsável por seus atos diante de Deus e que todos devem se renovar no íntimo do seu coração
para encontrarem a salvação no Senhor.
Finalmente, para os judeus especialmente, o grande tema do livro é a descrição que Ezequiel faz
da restauração do templo de Israel. Para alguns comentaristas isto se cumpriu na reconstrução promovida
por Zorobabel; para outros, este não foi tão grandioso como descrito por Ezequiel, de forma que o
interpretam como uma descrição metafórica da construção da igreja cristã, ou mesmo uma descrição
espiritual da igreja de Cristo ou ainda futurista, para os milenistas, do templo do milênio. Para boa parte
dos estudiosos, no entanto, a visão de Ezequiel já se cumpriu com a construção do templo de Zorobabel,
reformado depois por Herodes, o templo que foi freqüentado por Cristo, e que mesmo não atingindo o
esplendor material da profecia, guiou as esperanças do povo que retornou, de Zorobabel que os liderou e
de Ageu e Zacarias os profetas que por ele clamaram nos tempos da restauração.
1. O alto conceito de Deus e de Israel: Um dos principais destaques que temos nos escritos de
Ezequiel é o alto conceito em que ele coloca o Deus de Israel, superior a tudo e a todos, e também, o
realce que dá ao próprio povo de Israel, distinguindo-o como um povo especial, encarregado de uma
missão histórica: - a de viver a vida de acordo com os padrões divinos, em contraposição a tudo que
acontecia no mundo ao redor que vivia imerso no paganismo;
3. Idolatria, imoralidade e falsidade profética recriminadas: Mais uma vez, como em Isaías e
Jeremias, a idolatria praticada pelo povo de Israel nos reinos do Norte (Samária) e depois também no
reino do Sul (Jerusalém) é condenada em Ezequiel; também a imoralidade que campeou em Jerusalém,
classificada por ele como uma esposa infiel ou uma meretriz é aqui caracterizada; finalmente, a presença
de falsos profetas e falsas profetizas que pregavam mensagens enganosas é também objeto da crítica
severa e da pesada advertência do profeta. Tais práticas são apontadas pelo profeta como as responsáveis
pela queda e a destruição da cidade santa;
4. A visão futurista: Mais um destaque para o livro de Ezequiel é a sua visão do futuro de Israel.
Ele aponta para uma restauração que transcende à que vai acontecer cerca de 70 anos depois com
Zorobabel, Esdras e Neemias. Indica uma restauração espiritual mais sublime do que a física, apontando
para a construção da igreja de Cristo, e não para o templo da igreja. Com seus símbolos e citações
sobrenaturais (sua ida em visão a Jerusalém, as dimensões do templo, o estabelecimento do novo
sacerdócio), ele prenuncia a nova Jerusalém, que em termos do reino de Deus se inicia aqui e se projeta
para a eternidade na Jerusalém celestial. Daí porque várias de suas imagens serem, de certa forma,
aquelas que João vai vislumbrar também no Apocalipse.
V - Sua contextualização
1. Nós somos os atalaias de hoje: Talvez seja esta a mensagem mais contextualizada de Ezequiel
para nós os crentes de hoje. Nós somos os atalaias desses tempos modernos que devemos anunciar ao
mundo o estado de pecado, a degradação moral, a infidelidade espiritual em que vive, de forma a apontar-
lhe a restauração, o retorno aos caminhos de Deus, pela salvação em Cristo. Que o ímpio está morto em
seus pecados, nós o sabemos desde os tempos do AT. Compete-nos agora, levar-lhes a mensagem do
Evangelho que também conhecemos desde o NT, e que começou em Ezequiel, para que seja salvo da
morte eterna;
3. A globalização moderna em Ezequiel: Mais uma vez um profeta nos ensina que o povo de
Deus não vive numa ilha, isolado de tudo e de todos. Se em Isaías e Jeremias já tínhamos visto isto,
Ezequiel volta a nos chamar atenção para esta realidde. Mais ou menos as mesmas nações e povos em
torno de Jerusalém são citados como participantes em conseqüência ou não, daquilo que estava
acontecendo ou iria a acontecer, direta ou indiretamente a Israel: Amom, Moabe, Edom, Filístia, Tiro,
Sidom e Egito, são novamente citadas como nações envolvidas com o futuro de Israel. Nos dias de hoje,
dado o fenômeno da tecnologia moderna, principalmente no campo da informática e da comunicação,
mais do que nunca isto é uma realidade palpável e sensível. Somos responsáveis de alguma forma, por
todos os povos que diante de nós, próximos ou mais distantes, interagem, influenciam ou dependem de
nós. Como povo de Cristo, temos que assumir a responsabilidade de pregar a salvação para eles;
4. A mão de Deus na história: Não podemos deixar de contextualizar este profundo ensinamento
de Ezequiel. Deus é o Deus presente que atua e age na História. Nada lhe passa despercebido. O Criador
não abandonou a sua criatura. Esta sim é que optou por outros caminhos e desviou-se dos propósitos de
Deus. Por isso, os problemas e calamidades que enfrentamos. Mas mesmo diante deste quadro, não
estamos sós. O Senhor está presente hoje, como esteve presente na história do povo dele no passado
bíblico em que humilhado, exilado e abatido tinha o poder da mensagem profética conclamando à
restauração. Ele intervém na história e recompensa ou castigo acontecem em decorrência da maior ou
menor proximidade que tenhamos de sua vontade para nós. O que nos compete é vivermos sempre em
obediência e louvor aos seus propósitos em nossa vida.
Conclusão
O título de nossa lição poderia ser aplicado em outros contextos. Jonas, cerca de 100 anos antes
profetizou em terra estranha (em Nínive, cidade da Assíria). Daniel, também, quase na mesma época,
também profetizou em terra estranha (na mesma Babilônia de Ezequiel). João no NT vai profetizar em
terra estranha (a ilha de Patmos nos tempos do NT). O que distingue, porém, o livro de Ezequiel desses
outros, é que enquanto as suas profecias se prestam para outras localidades e situações, a profecia de
Ezequiel é escrita de fora para dentro. Isto é, aplica-se a Jerusalém. Enquanto Jonas, Daniel e João falam
de situações estranhas e em imagens de futuro distante, Ezequiel profetiza para aqueles que estão vivendo
a história, basicamente.
"Olho"
Escrito pelo profeta nesta época (593 a 571 a.C), o livro deve ter sofrido pelos compiladores e
escribas da restauração alguma expansão ou revisão, mas, sem que isto o fizesse perder a sua
autenticidade única, pois a poesia e a prosa do início do livro se manifestam em todo o seu conteúdo. O
livro mantém, tal como Isaías e Jeremias, uma visão de globalização moderna, quando aponta também
para profecias que vão atingir as nações vizinhas a Israel
Leituras diárias: