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Título de crédito: é o documento necessário para o exercício de um direito literal e

autônomo nele mencionado. Somente vai produzir efeito quando preencher os


requisitos da lei. Entretanto, a falta de qualquer requisito legal não implica a invalidade
do negócio jurídico que lhe deu origem.

Atualmente só existe um tipo eletrônico que é aceito: a duplicata.

Título de crédito X título executivo. Um contrato não é título de crédito, mas é título
executivo. Título de crédito é uma das modalidades de titulo executivo extrajudicial.

O titulo de crédito

 Representa unicamente relações creditícias: Não se documenta nenhuma outra


obrigação que não seja o crédito de um sujeito perante outro.
 Traz facilidade na cobrança: Dá ao credor o direito de promover a execução
judicial. Se o credor não tiver um título, a cobrança deve ser feita através de
ação de conhecimento (ou monitória), que demora mais.
 Segue o regime cambiário: a lei uniforme de genebra é um tratado ratificado
pelo Brasil que estabelece algumas regras do direito cambiário. Garante que os
títulos de crédito possam circular e ser negociados.

Ex: eu vendo um apagador a prazo para meus clientes pagarem em 60 dias. Porém,
houve um imprevisto e eu preciso do dinheiro antes. Assim, eu posso pegar as
duplicatas que eu emiti (saquei) para esses clientes e descontar no banco antes do
prazo. O banco vai cobrar um taxa para o desconto e depois vai me pagar. Existem
varias formas de negociar isso: eu posso dar o título para o banco, o banco pode ficar
com o título enquanto eu devo o dinheiro, etc.

Títulos de crédito próprios: são aqueles que têm legislação, a lei que cria.

Títulos de créditos impróprios: são aqueles criados pelas partes e que têm o regime
cambiário diminuído (não é possível circular com facilidade).

PRINCÍPIOS DO DIREITO CAMBIÁRIO


Princípio da cartularidade da incorporação: Por esse princípio o credor deve provar
que detém a posse física do titulo a fim de exercer o direito nele expresso. Com o novo
código comercial (em tramitação) esse princípio tende a desaparecer, porque para
esse princípio o titulo deve sempre existir fisicamente (papel). Tecnicamente, não
existe titulo eletrônico, mas em algumas hipóteses já se tem admitido (execução no
processo eletrônico, não há títulos físicos).

Princípio da literalidade: por esse princípio o devedor somente se obriga pelo que está
escrito no título. O titulo tem o valor de face, ou seja, vale aquilo. Se ele não tiver
nenhum incide de correção prevista, ele vale apenas o valor indicado.

Princípio da autonomia: por esse princípio, uma vez emitido um titulo de crédito, as
relações obrigacionais nele contidas não se invalidam se as demais obrigações
apresentarem vícios. Ex: uma pessoa adquire um bem, e assina uma nota promissória
como pagamento. O vendedor põe a nota promissória em circulação. Em determinado
momento, a pessoa que comprou o bem descobre um defeito, e exige abatimento no
preço. Essa eventual discussão sobre o valor do bem não contamina o titulo de crédito
que já foi posto em circulação, protegendo assim o terceiro de boa fé.

Princípio da abstração: embora não seja unânime na doutrina a independência deste


princípio, a abstração surge quando o título é posto em circulação, desvinculando-se
completamente do negócio que o originou. A abstração só gera a desvinculação
absoluta se o titulo for circulado. O título sempre tem que ser pago, independente do
que ocorreu antes. Depois, quem o pagou pode ajuizar ação de indenização.

Princípio da inoponibilidade das exceções: por esse princípio aqueles que forem
acionados em virtude de um título de crédito não podem propor exceções de fatos
alheios ao título em si. Não é possível alegar nenhuma exceção pessoal para se livrar
da obrigação do titulo de crédito. Ex: eu tenho uma empresa, vendi um produto,
saquei uma duplicata e coloquei em circulação. Determinado sujeito recebeu a
duplicata, endossa e já passa para outro. Depois de algum tempo é descoberto que a
primeira pessoa que recebeu a duplicata era incapaz. Sabendo disso, o ultimo não
pode dizer que não vai pagar o título porque quem assinou primeiro era incapaz. Só
poderia alegar isso caso tivesse recebido o titulo do próprio incapaz.
Quando há um titulo de crédito que teve vários endossos, e a pessoa que em tese é
devedora se recusa a pagar, é possível cobrar de qualquer um. No direito cambiário,
TODOS OS DEVEDORES SÃO SOLIDÁRIOS. Quem endossa um titulo assumiu a
obrigação de pagar. Obs: cabe direito de regresso contra quem emitiu o título.

NATUREZA DA OBRIGAÇÃO CAMBIAL

Os devedores de um título de crédito são solidariamente responsáveis perante o


portador. Essa solidariedade é diferente do código civil, porque no cc existe uma
hierarquia na responsabilidade (o primeiro não pode cobrar do terceiro, só pode
cobrar de quem esta imediatamente seguinte a ele). No direito cambial eu posso
cobrar de quem eu quiser, de preferência de quem tem mais dinheiro. No código civil
a solidariedade não se presume, já no direito cambial a solidariedade é presumida.

CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO

Quanto ao modelo

a) Livre: a lei estabelece os elementos que o título deve ter, mas não o modelo.
(nota promissória e letra de câmbio)
b) Vinculado: tem que cumprir a forma/modelo que a lei estabelece. (cheque)

Quanto à estrutura

a) Ordem de pagamento: o saque dá origem a três personagens: SACADOR OU


EMITENTE, aquele que dá a ordem para que outra pessoa pague; SACADO,
aquele que recebe a ordem e deve cumpri-la; e o BENEFICIÁRIO OU
TOMADOR, aquele que recebe o valor descrito no título. (letra de câmbio,
cheque).
b) Promessa de pagamento: envolve apenas dois personagens: PROMITENTE,
aquele que deve, e BENEFICIÁRIO, aquele que receberá a dívida do promitente
(nota promissória).

Quanto à circulação
a) Ao portador: não identificam o beneficiário. A transferência de título ao
portador se faz por simples tradição. Em regra, NÃO É ADMITIDO TÍTULO SEM
IDENTIFICAÇÃO DO BENEFICIÁRIO. Ex: cheque sem identificação do credor
b) Nominativo: identifica o beneficiário. A transferência ou circulação de tais
títulos só pode ser realizada por meio de endosso em preto ou por contrato de
cessão de crédito. Ex: cheque com identificação do credor

Obs: CLÁUSULA “À ORDEM” E “NÃO À ORDEM”: Quanto o título contém a expressão


NÃO À ORDEM, só poderá circular por meio de Cessão de crédito.

1. Título “à ordem”: título passível de endosso.


2. Título não “à ordem”: não passível de endosso.

Quanto à natureza

a) Títulos causais: só são emitidos em decorrência de um negócio jurídico


específico. Ex: duplicata só pode ser emitida por decorrência de uma venda ou
prestação de serviço, previstas na lei das duplicatas.
b) Títulos abstratos: são aqueles que nascem em qualquer tipo de negócio
jurídico. Exemplo: cheque poder ser emitido em razão de uma locação,
prestação de serviço, compra e venda, etc.

LETRA DE CÂMBIO

É uma ordem de pagamento, quando uma pessoa ordena que uma segunda pessoa
pague determinado valor para uma terceira. É um “cheque de instituições financeiras”.
É um título livre.

Personagens:

a) Sacador, quem emite a ordem.


b) Sacado, a quem a ordem é destinada (de onde vai sair os recursos previstos no
título).
c) Tomador, quem é beneficiário da ordem (quem está pegando o valor).
Ex: o banco A faz uma letra de câmbio pra José receber no banco B (banco A –
sacador/ José – tomador/ banco B – sacado).

Requisitos:

1. A expressão “letra de câmbio” inserida no próprio texto do titulo, na língua da


redação do título conforme o artigo 1° da lei uniforme.
2. O mandato puro e simples, sem qualquer tipo de condição para o pagamento
de uma quantia determinada.
3. O nome do sacado, sua identificação por meio do número de algum dos
documentos de identidade legalmente reconhecidos e o numero do CPF.
4. O lugar do pagamento
5. O nome do tomador
6. O local da data do saque
7. A assinatura do sacador

Atenção: Saque é a emissão da letra de câmbio, não o recebimento. É a ordem de


pagamento expedida por alguém contra outro ou contra banco, de onde vai sair os
recursos.

Obs: Vence imediatamente o título de crédito que não contenha indicação de


vencimento. Quando não houver lugar de emissão e pagamento indicados no título, o
lugar é do domicílio do emitente.

ATOS CAMBIÁRIOS

ACEITE: é a manifestação do sacado concordando com a ordem dada pelo sacador. É o


reconhecimento da obrigação que está naquele título de crédito. Na letra de câmbio o
aceite é facultativo. Uma vez o sacado aceitando, ele se torna coobrigado (obrigação
não é mais acessória).

Ob: Sacado aceitante – denominação de quem aceita a obrigação e passa a ser


coobrigado
Como regra, na letra de câmbio o aceite é facultativo, mas na obrigação é possível
exigir o aceite. Se for estabelecida essa condição para o negócio, e não for dado o
aceite, a letra de câmbio passa a vencer imediatamente.

O sacador também pode lançar uma cláusula “não aceitável”. Se houver essa cláusula,
quando o sacado for procurado para responder pela obrigação, ele é obrigado a
apresentar quem está com o título, para que seja cobrada individualmente a
obrigação.

Como eu materializo o aceite? Basta a assinatura do sacado no título.

ENDOSSO: É o ato pelo qual o endossante transfere o seu crédito ao endossatário com
a entrega do título. Na letra de câmbio, O ENDOSSO SEMPRE VAI CEDER O CRÉDITO.
(Não é aceito endosso parcial, transfere tudo).

O endossante, na letra de câmbio, se torna coobrigado quanto à obrigação. Exceção:


desde que ele, de próprio punho, acima da assinatura, estabeleça “sem garantia”.

Formas de endosso

 Endosso em branco: o titular apenas assina e entrega o título, sem identificar o


beneficiário. Vira um título “ao portador”.
 Endosso em preto: obrigatoriamente o titular indica o destinatário. É a regra.
 Endosso caução: usado apenas para garantir uma obrigação (vinculado à outra
obrigação). Ex: a empresa tem letras de câmbio para receber em momento
futuro, mas precisa de dinheiro agora. Então a empresa faz um empréstimo no
banco e oferece as letras de câmbio como garantia.

Sequência de endossos: sempre se deve colocar um algarismo ao lado para saber a


sequência.

AVAL: O aval representa uma garantia dada por terceiro em favor do devedor da letra
de câmbio. O avalista, na letra de câmbio, NÃO É DEVEDOR SOLIDÁRIO. O aval
representa uma obrigação autônoma e equivalente a do avalizado, ou seja, quem
avaliza um título de crédito está dizendo que irá pagar o título, caso o devedor não o
faça.

DIFERENÇA AVAL E FINANÇA: Fiança - contratos cíveis / Aval - títulos de crédito.

ATENÇÃO: Mesmo que a obrigação principal seja nula, o aval é válido e deve ser
honrado por quem avalizou.

Características do aval

1. Autonomia: eventuais vícios que possam comprometer a obrigação principal


não atingem o aval. Ex: incapaz assina uma letra de câmbio e um capaz dá o
aval. Nesse caso, o credor não vai poder cobrar do incapaz, mas pode do
avalista.
2. Equivalência: uma vez descumprida a obrigação pelo devedor após regular
cobrança, passa-se a cobrar diretamente do avalista a obrigação. Ex: se em uma
execução o executado não puder pagar, cobro do avalista.
3. O aval é sempre gratuito
4. Na letra de câmbio, o aval é sempre prestado no anverso (frente) do título. No
verso da letra de câmbio só endosso.

PRESCRIÇÃO DA LETRA DE CÂMBIO

 03 anos para a execução do credor em face do obrigado principal e o respectivo


avalista a partir do vencimento (começa a contar no dia seguinte ao
vencimento).
 01 ano para a execução do credor em face dos coobrigados (sacador,
endossantes e respectivos avalistas) contados a partir do protesto (o
coobrigado do devedor principal eu não preciso protestar).
 06 meses para ação de regresso quando o coobrigado realizar o pagamento da
obrigação.

Obs: com o protesto você torna pública a dívida a todos os coobrigados.

NOTA PROMISSÓRIA
É uma promessa de pagamento que o sacador faz ao sacado de pagamento futuro.
Existe a situação daquele que promete pagar quantia determinada, e a situação
daquele que se beneficia dessa promessa. É um título livre.

Personagens

 Quem emite a nota promissória: sacador, emitente ou subscritor.


 Quem recebe a nota promissória: sacado ou beneficiário.

Requisitos da nota promissória

1. Ter a expressão “nota promissória”


2. A promessa de pagamento
3. Qualificação completa do beneficiário/sacado. (não existe NT “ao portador”)
4. Local e data do saque (não gera nulidade)
5. Qualificação do sacador
6. Assinatura

Se eu tiver todos os requisitos, caso a nota promissória não seja paga, posso fazer o
protesto, e ainda cobrar judicialmente, por meio da AÇÃO CAMBIAL (ação de
execução).

Se faltar algum requisito, eu não posso executar judicialmente, mas posso propor
AÇÃO MONITÓRIA. (Eu tenho um documento escrito que representa uma obrigação
de pagar, mas que não é título de crédito).

A única garantia que a nota promissória admite é o aval.

1. NOTA PROMISSÓRIA PRO SOLUTO: as promissórias são entregues e recebidas


como pagamento. Ex: Você vende um imóvel, e o comprador fez uma proposta
de pagar 50% do valor a titulo de sinal e o restante em 10 parcelas (notas
promissórias), sendo assim o valor é tido como inteiramente quitado. Se as
notas promissórias não forem pagas, o contrato de compra e venda não pode
ser atacado, é irrevogável e irretratável. Aquele que comprou o bem continua
sendo dono dele, restando ao vendedor recorrer à Justiça, executar o título de
crédito e tentar receber o que falta. Obs: a cláusula de irrevogabilidade
impossibilita o exercício do direito de arrependimento, mas não a rescisão do
contrato em caso de inadimplemento.
2. NOTA PROMISSÓRIA PRO SOLVENDO: As promissórias não se desligam do
negócio, ou seja, o preço só se considera pago depois de saldada todas as
notas promissórias. Se essas notas promissórias não forem pagas, o vendedor
poderá atacar a própria compra e venda e considerar o contrato extinto e
resolvido.

ATENÇÃO: Quando a nota promissória está vinculada a algum tipo de contrato, ela
perde a característica de titulo próprio e se torna garantia.

CHEQUE

É uma ORDEM DE PAGAMENTO À VISTA, emitida contra um banco, em razão de


provisão que o emitente possui junto ao sacado em virtude de uma conta corrente ou
de um contrato de depósito.

Cheque a prazo é possível? Jurisprudencialmente, sim. Legalmente, não.

PERSONAGENS

 Sacador (emitente): quem emite a ordem para o Banco. É o devedor principal.


 Sacado: necessariamente é o Banco ou instituição financeira equiparada. Não
tem qualquer obrigação cambial. Exceção: cheque administrativo, em que o
sacado é o próprio emitente do cheque.
 Tomador: o beneficiário
ATENÇÃO: O sacado (banco) não assume obrigação cambial, pois apenas se
obriga a pagar certa importância retirada dos próprios fundos do sacador.

Características: Ordem de pagamento, título vinculado, circulação livre, título próprio.

O Banco pode recusar a ordem de pagar o cheque, dada pelo sacador? Só se for caso
de uma das alíneas contidas na lista de pendências elaborada pelo Banco Central. Por
mera liberalidade, o sacado não pode recusar a ordem.
I. Quando a conta não disponha de fundos suficientes para o seu integral
pagamento;
II. Quando conter emendas ou rasuras nas menções pré-impressas;
III. Ter sido apresentado a compensação 3 vezes;
IV. Conter "alongue" (folha anexa);
V. Faltar requisito principal (assinatura e/ou data de emissão e/ou quantia
determinada);
VI. Endosso irregular;
VII. Revogação pelo sacador (casos de roubo, furto, extravio);
VIII. Apresentação fora do prazo.

EX: um cheque é emitido no valor de um milhão de reais. No momento da


apresentação, porém, o saldo da conta era de seiscentos mil reais. O banco, nesta
ocasião, pode devolver o cheque por insuficiência de fundos, e o credor pode cobrar
dos demais coobrigados (fiador, avalista). Caso o banco efetuasse o pagamento
parcial, a dívida seria redirecionada para os coobrigados pelo valor remanescente.

ENDOSSO: O endossante torna-se codevedor do título e está sujeito à execução, caso


o cheque seja devolvido pelo banco sacado por INSUFICIÊNCIA DE FUNDOS. Se passar
o prazo de apresentação, não é possível cobrar os coobrigados, só o emitente.

AVAL: Expresso da forma convencional ou pela simples assinatura no anverso do


cheque.

ACEITE: O cheque não admite aceite.

REQUISITOS DO CHEQUE

1. A denominação “cheque”, inscrita no próprio texto.


2. A ordem incondicional de pagar uma quantia determinada
3. O nome do banco/instituição que deve pagar (sacado)
4. A indicação da data e lugar de emissão
5. A indicação do lugar do pagamento
6. A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais
PRAZO PARA VENCIMENTO: cheques emitidos e apresentados na mesma praça –
prazo de 30 dias. Cheques apresentados em praça diferente – prazo de 60 dias. Se eu
deixar passar o prazo de apresentação, eu não posso cobrar dos coobrigados (só o
emitente). *Praça: cidade onde fica o banco.

ATENÇÃO: O prazo de apresentação começa a contar da data que esta grafada no


cheque. Ex: se eu emito um cheque e moro em São Bernardo, e coloco local e data no
cheque, se alguém quiser protestar esse título vai ter que vir até são Bernardo,
independente de onde o título esteja.

PRESCRIÇÃO: Esgotado o prazo de apresentação, começa a contar o prazo de


prescrição do cheque (6 meses).

AÇÃO EXECUTIVA: Para poder ajuizar uma ação executiva de título extrajudicial
(cheque), é preciso contar o prazo de apresentação (30 ou 60 dias) + o prazo de
prescrição (6 meses). Quando esgota os dois, não pode mais promover uma execução,
mas AÇÃO MONITÓRIA.

AÇÃO MONITÓRIA: Prescreveu o cheque, e está dentro do prazo de dois anos, é


possível ajuizar ação monitória.

CHEQUE PRESCRITO: Se em dois anos ele não der base a nenhuma tipo de medida, o
cheque deixa de ser título de crédito. Para propor qualquer tipo de demanda, é preciso
demonstrar qual foi o negócio realizado entre as partes que gerou a emissão do
cheque (Em regra, não é preciso justificar o negócio realizado).

A única coisa que pode macular o cheque dentro do prazo de apresentação e de


prescrição é um defeito na emissão do título (coação, erro, dolo).

MODALIDADES DE CHEQUE

1. CHEQUE VISADO: é aquele em que o emitente solicita ao sacado que lance um


visto ou ainda declare no corpo do cheque a suficiência de fundos durante o
prazo de apresentação. Ex: eu vou comprar o bem, quero pagar e retirar. O
banco pega o valor do cheque da minha conta e não permite que eu mexa mais
nele. Assim o banco garante que aquele cheque tem aquele valor (no período
de apresentação). O banco não se torna coobrigado, só garante o valor.
2. CHEQUE ADMINISTRATIVO: é aquele emitido pelo próprio sacado (banco) para
ser liquidado em uma de suas agências; neste caso o sacado e o emitente são a
mesma pessoa. O banco retira os fundos da sua conta, transfere para uma
conta escritural dele e ai emite o cheque (o banco pega um valor pra ele e
emite um cheque). A responsabilidade pela compensação do título é apenas do
banco. Ex: eu quero comprar um imóvel, e vou pagar a vista na lavratura da
escritura. O vendedor do imóvel exige um cheque administrativo como
pagamento. Assim, o meu banco emite um cheque administrativo para o
vendedor, se responsabilizando pela quitação do valor. Se acontecer qualquer
problema com o pagamento (falta de fundos), eu não respondo por nada,
apenas o banco.
3. CHEQUE CRUZADO: é aquele onde foram lançadas duas linhas paralelas e
transversais no anverso do título. O cheque não pode ser descontado no caixa,
só serve para depósito, mas admite endosso.
 Cruzamento em branco: não identifica nenhum banco.
 Cruzamento em preto: indica a instituição financeira que tem que ser
depositado o cheque. Ex: Eu recebo um cheque cruzado em preto pro banco
Itaú, mas não tenho uma conta Itaú. Vou ter que achar alguém que tenha uma
conta nesse banco, endossar o cheque para poder receber.

SUSTAÇÃO DO CHEQUE

 Revogação ou contraordem: é feita para desfazer o negócio jurídico que


proporcionou a emissão do título. Só o emitente pode revogar. Ex: sustar o
cheque por desacordo comercial, assim o banco bloqueia o pagamento do
título. ATENÇÃO: a falsa contra ordem é um ilícito criminal (estelionato), bem
como a emissão de cheque sabendo que não tem fundo.
 Oposição: ocorre quando acontece o furto ou roubo do título. Tanto o
emitente quanto o destinatário pode solicitar a oposição.
DUPLICATA

É uma ORDEM DE PAGAMENTO efetuada pelo sacador (vendedor) em face do sacado


(comprador) em virtude de uma compra e venda mercantil ou de uma prestação de
serviço. Só surge para pagamento futuro. (particular não emite duplicata)

É um TÍTULO CAUSAL, ou seja, só pode ser emitida se houver uma compra e venda ou
prestação de serviço. A causalidade da duplicata está ligada a origem do título, não
ferindo o princípio da abstração. Quando a duplicata é colocada em circulação, ela se
desvincula do negócio jurídico que gerou a sua emissão (não pode arguir exceção
pessoal).

ATENÇÃO: O boleto não é um título de crédito. É um acordo que existe entre as


instituições financeiras para liquidação de obrigações. É uma forma de evitar que as
pessoas circulem com o título de crédito.

NOTA ESPELHADA: aquela que apresenta informações diversas em suas diferentes


vias. A empresa presta um serviço ou vende um produto, mas declara um valor menor
ou maior que o verdadeiro. Ex: um sujeito emite nota fiscal fazendo constar na
primeira via o valor R$ 1.000,00 e, na via fixa, o de R$ 100,00. É CRIME, pois está
sonegando valor.

PROTESTO: mediante a apresentação do título. Se não tiver como comprovar o aceite,


a duplicata não pode ser protestada. Prazo: 30 dias, contados do vencimento do título.

ACEITE: É obrigatório para o protesto. O sacado (comprador) só pode se recusar a dar


o aceite quando: a mercadoria chega danificada, quando a mercadoria não for
entregue, quando houver diferença de preço e de prazo.

FORMAS DE ACEITE

1. ACEITE ORDINÁRIO OU COMUM: o sacado simplesmente assina.


2. ACEITE POR COMUNICAÇÃO: o sacado retém a duplicata, mas envia um
documento comunicando p aceite.
3. ACEITE POR PRESUNÇÃO: ocorre com a assinatura do canhoto ou do
conhecimento do transporte das mercadorias entregues.

PROTESTO

1. POR FALTA DE ACEITE: quando o Título é apresentado para aceite e há recusa


por parte da pessoa indicada como aceitante. Este tipo de protesto somente
poderá ser efetuado antes do vencimento da obrigação ou após o decurso do
prazo legal para o aceite ou para a devolução
2. POR FALTA DE DEVOLUÇÃO: Quando o sacado retiver a Letra de Câmbio ou a
Duplicata enviada para aceite e não a devolver no prazo legal.
3. POR FALTA DE PAGAMENTO: Quando o devedor se recusa a efetuar o
pagamento do valor constante do Título apresentado para tal fim. Este protesto
somente poderá ser lavrado após a data de vencimento da obrigação.

PRESCRIÇÃO

 3 anos para executar o obrigado principal, contados do vencimento do título.


DISPENSÁVEL O PROTESTO.
 1 ano para executar os coobrigados (avalista,endossante), contados do
vencimento. INDISPENSÁVEL O PROTESTO.
 1 ano para o coobrigado que pagar exercer o direito de regresso.

DUPLICATA DE SERVIÇO: emitida por profissionais liberais. Para recusa do aceite na


duplicata de serviço é preciso alegar: que o serviço prestado não corresponde ao
contratado, vício ou defeito na qualidade dos serviços prestados devidamente
comprovados, divergência de prazos e preços ajustados.

DUPLICATA ESCRITURAL, VIRTUAL OU POR INDICAÇÃO: o título não existe fisicamente.


Uma vez finalizado o contrato, o agente econômico pode, online, enviar os dados a
uma instituição financeira, que também online emite uma ficha de compensação
(boleto) e a encaminha ao devedor, que poderá pagar na rede bancária ou por
qualquer outro meio eletrônico, sendo certo que a operação se baseia em um título
existente apenas em meio magnético.

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