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A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E O PROCESSO DE FORMAÇÃO INICIAL DE

PROFESSORES DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA NO PIBID

MORETTO, M. W. A. (Bolsista); GARCIA, G. S (Bolsista); RIBAS., N. D. (Bolsista);


TEIXEIRA, F. C. (Bolsista); PRÁGER, A. C. L. M. (Bolsista); UEHARA, F. T. (Bolsista);
BATISTA, S. B. (Bolsista); CAMILLO, B. P. (Bolsista); OLIVEIRA, R. R. (Professora
Coordenadora); FREITAS, M. F. R. (Professora Supervisora); MATTA, B. N. (Professora
Voluntária)

Departamento de Economia Rural, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV),


Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Jaboticabal (SP).

INTRODUÇÃO
A universidade, posta como polo de produção do conhecimento, se alicerça em três eixos:
o ensino, a pesquisa e a extensão. Segundo Serrano (s.a), o conceito de extensão
universitária várias vezes foi pensado dentro das próprias universidades, pontuando quatro
momentos históricos importantes: no primeiro momento se concebe a extensão como um
meio de transmissão de conhecimento vertical, dos detentores dos saberes à sociedade,
neste modelo o conhecimento acadêmico, ainda restrito a poucos e pouco transformador da
realidade, é passado de forma autoritária. No segundo momento, a extensão passa a ser
concebida como uma forma de levar assistência social aos mais pobres. Esse modelo é
inspirado principalmente pelos jesuítas e pelo Movimento Estudantil de Córdoba, na
Argentina. No terceiro momento, a extensão universitária passa a ser regulamentada pelo
decreto 19.851 de 11 de abril de 1981, configurando-se assim como uma prática
institucionalizada, retomando seu aspecto acrítico e desarticulado da sociedade. No quarto
momento, com o forte advento das ideias de Freire, a extensão universitária torna-se uma
via de mão-dupla, uma prática reflexiva, na qual um pouco da realidade de fato vivida pela
sociedade é levada para dentro das universidades. É nessa perspectiva teórica que se
desenvolve há dois anos no campus da Unesp de Jaboticabal o Programa Institucional de
Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), financiando pela CAPES que tem como objetivos,
entre outros, o aperfeiçoamento da formação de professores para a educação básica, a
elevação da qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nos
cursos de licenciatura e a promoção de ações integradas entre a educação superior e
educação básica. Se trata de um projeto que insere alunos da Universidade pública na
realidade de fato vivida pela sociedade buscando, de modo reflexivo e crítico ações
integradas entre a sociedade e a Universidade, cumprindo, seu caráter de extensão. Silva e
Vasconcelos (2006) apontam que o contato com a sociedade na formação do futuro
professor é imprescindível, visto que através desse contato o licenciando tem pleno
conhecimento do contexto histórico e cultural das escolas públicas, possibilitando a este
um direcionamento na sua prática, pautando suas escolhas metodológicas e pedagógicas.

MÉTODOS
Os resultados foram obtidos através da leitura e da análise das produções pedagógico-
técnico-científicas planejadas e escritas pelos integrantes do projeto, baseados nas
atividades postas em prática pelos mesmos, durante os dois anos de vigência do projeto na
cidade de Jaboticabal. Tais escritos são dos mais variados gêneros: desde planos de aula,
resumos para congressos, artigos científicos escritos pelo grupo, até mesmo fotos e vídeos
de aulas teóricas e práticas, como também o registro do processo de restauração do
laboratório da escola parceira (EEEFM Aurélio Arrôbas Martins - Estadão), constituindo
assim um rico acervo de memória das atividades desenvolvidas junto a sociedade. O grupo
é constituído atualmente por 10 integrantes, 1 professora coordenadora, 1 professora
supervisora atuante na escola parceira, 1 professora voluntária também atuante na mesma
escola, e 7 bolsistas, do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas. As atividades são
planejadas semanalmente, em semanas intercaladas com reuniões com a professora
coordenadora e professora supervisora.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
O PIBID coloca a extensão como algo constante na vida acadêmica, indissociada da
pesquisa e principalmente do ensino. Os esforços do PIBID se dão explicitamente no dia-a-
dia dos licenciandos da FCAV, em pensar cada vez mais atividades que promovam um
aprendizado que propicie mudanças na vida dos sujeitos. Paulatinamente, o que se percebe
durante os trabalhos no PIBID é que é evidente o retorno que as ações conferem aos
licenciandos e à sociedade, no sentido de que o conhecimento gerado dentro do campus é
compartilhado com os professores e estudantes da escola parceira, com a resalva de que
esse processo não se dá de maneira vertical e autoritária, com pontuou Serrano (s.a) em sua
análise histórica acerca da extensão brasileira. O que se constata é uma relação estreita
entre licenciandos, professora coordenadora, professora supervisora e alunos, haja visto
que cada licenciando acompanha, no mínimo, uma sala integralmente durante o ano
inteiro, diferentemente do que ocorre na aplicação de pequenos cursos, esta imersão na
realidade social contribui para a formação de um vínculo afetivo mais forte, aspecto
favorável ao processo de ensino-aprendizagem. Outro aspecto bastante relevante, é que nos
planejamentos de aula, o perfil dos alunos e os conhecimentos advindos destes são levados
em conta, pensados e inseridos na própria aula, de uma maneira racional e sistematizada, o
que também diferencia a prática extensionista do PIBID, das primeiras práticas
extensionistas no Brasil, apontadas por Serrano (s.a).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A extensão, pensada como um processo que pode contribuir com a qualidade da formação
inicial de professores, nesse caso, de Ciências e Biologia, é algo que precisa ser valorizado.
Tratando-se de um processo de mão-dupla, a sociedade ganha no sentido de que têm a
oportunidade de se apropriar de parte dos conhecimentos gerados na universidade, em um
processo que de fato seja significativo para ambas as partes. Isso é o que se constata, aos
lançarmos um olhar mais crítico, através da produção gerada, sobre as práticas do PIBID
na FCAV, no decorrer destes 2 anos. Nesse sentido, é inegável que a formação inicial,
desses futuros professores de Ciências e Biologia, se configura de fato em um processo
inovador, no sentido que oportuniza pensar a sociedade, estando na sociedade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SERRANO, R. S. M. Conceitos de extensão universitária: um diálogo com Paulo Freire.


Disponível em:
<http://www.prac.ufpb.br/copac/extelar/atividades/discussao/artigos/conceitos_de_extensa
o_universitaria.pdf>. Acesso em agosto de 2013.

SILVA, S. M.; VASCONCELOS, S. D. Extensão universitária e formação profissional:


Avaliação da experiência das ciências biológicas na Universidade de Federal de
Pernambuco. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo v. 17, n. 33, jan./abr. 2006

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