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UNICE – ENSINO SUPERIOR

IESF – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE FORTALEZA


GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

A ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM UM POSTO DE MEDICAMENTOS


NA CIDADE DE UMIRIM - CE

FRANCISCO EVANDRO PINHEIRO JÚNIOR

Fortaleza – Ceará
2017.1
FRANCISCO EVANDRO PINHEIRO JÚNIOR

A ATENÇÃO FARMACÊUTICA EM UM POSTO DE MEDICAMENTOS


NA CIDADE DE UMIRIM - CE

Trabalho Acadêmico apresentado à UNICE –


Ensino Superior / IESF – Instituto de Ensino
Superior de Fortaleza, como requisito para
obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob
orientação da Prof. Me. Fábio Luiz Tartuce Filho e
da Prof.ª Dra. Terezinha de Jesus Afonso Tartuce.

Fortaleza – Ceará
2017.1
Trabalho Acadêmico apresentado à UNICE – Ensino Superior / IESF – Instituto de
Ensino Superior de Fortaleza, como requisito necessário para obtenção do título de
Bacharel em Farmácia. A citação a qualquer trecho deste trabalho é permitida desde
que em conformidade com as normas da ética científica.

___________________________________________
Francisco Evandro Pinheiro Júnior

Apresentação em: _______/______/______

___________________________________________________________________
Orientador: Prof. Me. Fábio Luiz Tartuce Filho

___________________________________________________________________
1ª Examinadora: Profa. Dra. Terezinha de Jesus Afonso Tartuce

___________________________________________________________________
2º Examinador: Prof. Esp. Antônio Cláudio Silva Nunes

___________________________________________________________________
Coordenador do Curso: Prof. Me. Fábio Luiz Tartuce Filho
Dedico

À minha esposa Leila e às minhas filhas, Lainna e Júlia.


Agradeço

À minha família, pelo apoio, amor e carinho de sempre.

À minha esposa, Leila, que sempre caminha ao meu lado e


com quem posso contar em todos os momentos. Obrigada pela
paciência e pelo seu amor e dedicação.

Às minhas filhas, Lainna e Júlia, fontes de inspiração na minha


vida.

À UNICE pelo tempo que estive crescendo como profissional


junto a esta instituição de ensino, em especial, à Profa.
Terezinha Tartuce e ao Prof. Fábio Tartuce, que me orientaram
nesta caminhada, tirando o melhor de mim no desenvolvimento
desta pesquisa.

Aos colegas de curso da UNICE, vocês tornaram essa jornada


mais leve. Obrigado!
RESUMO

A presença do profissional farmacêutico nos postos de medicamentos é o foco deste


estudo. Considerando o fator jurisprudencial de ser desnecessária a presença desse
profissional nestes estabelecimentos, se tem como objetivo geral analisar as
contribuições que podem ser trabalhadas pela presença de um farmacêutico em
Postos de Medicamentos de pequenos municípios. Como pesquisa primária foi
realizada uma pesquisa de campo no Posto de Medicamentos da cidade de Umirim-
CE, sendo analisadas três perspectivas: do funcionário do referido posto; de dois
farmacêuticos; e da população do entorno com 50 respondentes. Ao final do estudo
foi possível demonstrar que os Postos de Medicamentos necessitam da presença de
um farmacêutico como estabelecimentos de dispensação de medicamentos, sendo
uma necessidade da população do entorno que não pode ter fácil acesso a outros
profissionais de saúde, podendo atuar como profissional de saúde próximo ao
paciente e, assim, promover o uso racional de medicamentos.

Palavras-Chave: Postos de Medicamentos; Farmacêutico; Atenção Farmacêutica.


SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS .............................................................................................. 08

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 09

CAPÍTULO I. ATENÇÃO FARMACÊUTICA NOS POSTOS DE MEDICAMENTOS 11


1.1 Aspectos gerais dos postos de medicamentos ................................................... 12
1.2 Posto de medicamentos, farmácias e drogarias .................................................. 16

CAPÍTULO II. O PROFISSIONAL DE FARMÁCIA .................................................. 21


2.1 Papel do farmacêutico no controle do uso racional de medicamentos ................ 24
2.2 Responsabilidade técnica do profissional farmacêutico em farmácias e
drogarias ................................................................................................................... 28

CAPÍTULO III. OS FARMACÊUTICOS E OS POSTOS DE MEDICAMENTOS ....... 31


3.1 Atribuições do farmacêutico no âmbito municipal da vigilância à saúde ............. 33
3.2 Entendimento jurisprudencial .............................................................................. 36

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO ................................................................... 39


4.1 Método da pesquisa ............................................................................................ 40
4.2 Universo da pesquisa .......................................................................................... 42
4.3 Apresentação dos dados ..................................................................................... 42
4.3.1 Entrevista com funcionário do Posto de Medicamentos ................................ 42
4.3.2 Percepção dos profissionais farmacêuticos .................................................. 44
4.3.3 Percepção da população do entorno do Posto de Medicamentos de
Umirim-CE ................................................................................................................. 45
4.4 Análise dos dados ............................................................................................... 52

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 54

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 56
FONTES ON-LINE .................................................................................................... 58

APÊNDICES ............................................................................................................. 61
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Gênero dos participantes da pesquisa..................................................... 45

Gráfico 2. Faixa etária dos participantes da pesquisa .............................................. 46

Gráfico 3. Frequência que compra no posto de medicamentos de UMIRIM-CE ...... 46

Gráfico 4. Facilidade de acesso à rede de atenção básica à saúde ........................ 47

Gráfico 5. Facilidade de acesso a farmácias e drogarias ......................................... 48

Gráfico 6. Medicamentos adquiridos com receita médica ........................................ 48

Gráfico 7. Medicamentos adquiridos por conta própria ............................................ 49

Gráfico 8. Dúvidas na administração de medicamentos .......................................... 49

Gráfico 9. Quem procuram em momentos de dúvidas ............................................. 50

Gráfico 10. Conhecimento sobre a função de um farmacêutico ............................... 50

Gráfico 11. Percepção sobre a importância da presença de um farmacêutico no

posto de medicamento .............................................................................................. 51

Gráfico 12. Ausência de melhor orientação para administração de medicamentos . 52


INTRODUÇÃO

Os Postos de Medicamentos no Brasil foram criados a partir da


Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e outras providências. Considerando que se trata de uma
atividade que envolve a distribuição e dispensação de medicamentos, paira a
discussão sobre a importância da presença do profissional farmacêutico nesses
estabelecimentos, conforme disposto pelo artigo 24 da Lei n. 3.820/1960:

As empresas e estabelecimentos que exploram serviços para


os quais são necessárias atividades de profissional
farmacêutico deverão provar perante os Conselhos Federal e
Regionais que essas atividades são exercidas por profissional
habilitado e registrado.

De acordo com o Tribunal Regional Federal – TRF a presença


do profissional farmacêutico nesses estabelecimentos não é obrigatória, sendo de
competência do órgão de Vigilância Sanitária, licenciar e fiscalizar.

Importante ressaltar que o farmacêutico é um profissional


fundamental na atenção ao paciente, no que diz respeito às orientações sobre
medicamentos, visando reduzir os problemas relacionados ao uso indiscriminado,
bem como erros de administração.

Nesse contexto, este estudo levanta o seguinte


questionamento: Quais as contribuições que podem ser trabalhadas pelo profissional
farmacêutico em Postos de Medicamentos de pequenos municípios?

Apresenta-se como hipótese que o profissional farmacêutico


pode atuar de forma a contribuir para o uso racional de medicamentos, reduzindo a
morbi-mortalidade relacionada ao assunto. Além disso, o profissional traz
contribuições para a educação em saúde, assumindo a posição de profissional de
saúde mais próximo ao paciente, antes do uso do medicamento.
10

O objetivo geral do estudo consiste em analisar as


contribuições que podem ser trabalhadas pela presença de um farmacêutico em
Postos de Medicamentos de pequenos municípios. Os objetivos específicos
consistem em: descrever a forma de funcionamento de Postos de Medicamentos;
verificar o ponto de vista da população local acerca da presença de profissional de
Farmácia em Postos de Medicamentos; averiguar o ponto de vista dos funcionários
dos Postos de Medicamentos sobre a importância da presença de um farmacêutico
no cotidiano de um Posto de Medicamentos.

O Trabalho Acadêmico está estruturada em quatro capítulos.

No primeiro capítulo se faz uma abordagem acerca da Atenção


Farmacêutica nos Postos de Medicamentos.

Por sua vez, o segundo capítulo apresenta um estudo sobre o


profissional de Farmácia para que se possa compreender a importância desse
profissional e a conquista de espaço no decorrer da história.

No terceiro capítulo foca-se no tema central, discutindo-se


sobre o farmacêutico e o Posto de Medicamentos, considerando o entendimento
jurisprudencial brasileiro sobre o assunto.

Por fim, o quarto capítulo demonstra a pesquisa de campo


realizada junto aos funcionários do Posto de Medicamento de Umirim-CE e à
população local sobre a importância do profissional farmacêutico.

Nesse contexto, este estudo consiste em uma análise sobre a


importância do profissional farmacêutico no Posto de Medicamentos, considerando
que o atual entendimento legislacional e jurisprudencial desobriga a sua presença
nesses estabelecimentos.
11

CAPÍTULO I. ATENÇÃO FARMACÊUTICA NOS POSTOS DE


MEDICAMENTOS

A Atenção Farmacêutica consiste em atividades específicas do


famarcêutico no âmbito da saúde, tendo como objetivo aumentar a efetividade do
tratamento medicamentoso, com vistas a proporcionar o bem estar do paciente,
somando esforços a outros profissionais de saúde. 1

2
Assim, como bem afirmam TORRES e MONTRUCCHIO, a
Atenção Farmacêutica tem como foco o paciente e a melhoria de sua qualidade de
vida, foi a partir dela que o profissional farmacêutico saiu do tecnicismo da droga e
ampliou sua atuação para o atendimento ao paciente e suas necessidades.

Sobre a Atenção Farmacêutica, o Conselho Regional de


Farmácia do Estado de São Paulo, elucida que:

A Atenção Farmacêutica é um importante componente da


prática em Farmácia e tem como base a responsabilidade
essencial do farmacêutico em contribuir para satisfazer a
necessidade de um tratamento farmacológico adequado,
efetivo e seguro através do desenvolvimento de ações
centradas no paciente. 3

Dessa forma, se pode dizer que a Atenção Farmacêutica


consiste em um componente da prática farmacêutica, tendo em vista sua qualidade
de vida em saúde, objetivando contribuir para a efetividade do tratamento
medicamentoso. Diante disso, afirma-se que a Atenção Farmacêutica atua desde a
atenção primária à saúde, considerando que com o uso racional de medicamentos é
possível reduzir os riscos de intoxicação e, às vezes, óbito.

1
Fernanda Bovo; Patricia Wisniewski; Maria Luiza Martins Morskei. Atenção Farmacêutica: papel do
farmacêutico na promoção da saúde. Biosaúde. Disponível em: http://www.uel.br/ccb/patologia/portal/
pages/arquivos/Biosaude%20v%2011%202009/BS_v11_n1_DF_43.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
2
Débora Guiss Torres; Deise Prehs Montrucchio. A prática da Atenção Farmacêutica nas farmácias
comunitárias de Curitiba. Visão Acadêmica. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/academica/article/
view/11673/8229 Acesso em: 01/mar/2017.
3
Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Organização Pan-Americana da
Saúde. Fascículo V - O Percurso Histórico da Atenção Farmacêutica no Mundo e no Brasil. 2010, p.
05.
12

4
PEREIRA e FREITAS ressaltam que a Atenção Farmacêutica
em alguns países da América do Sul tem demonstrado ser eficaz na redução de
agravamentos dos portadores de patologias crônicas e de custos para o sistema de
saúde, no Brasil ainda está em evolução, sendo dificultada, principalmente pela
dificuldade de acesso ao medicamento por parte dos usuários do Sistema Único de
Saúde – SUS, devendo-se destacar que a Atenção Farmacêutica permite a
interação do farmacêutico com o paciente.

Os autores ainda mencionam que,

A Atenção Farmacêutica é um modelo de prática profissional


que consiste na provisão responsável da farmacoterapia com o
propósito de alcançar resultados concretos em resposta à
terapêutica prescrita, que melhorem a qualidade de vida do
paciente. Busca prevenir ou resolver os problemas
farmacoterapêuticos de maneira sistematizada e documentada.
Além disso, envolve o acompanhamento do paciente com dois
objetivos principais: a) responsabilizar-se junto com o paciente
para que o medicamento prescrito seja seguro e eficaz, na
posologia correta e resulte no efeito terapêutico desejado; b)
atentar para que, ao longo do tratamento, as reações adversas
aos medicamentos sejam as mínimas possíveis e quando
surgirem, que possam ser resolvidas imediatamente. 5

Nesse sentido, o profissional farmacêutico atua com vistas a


proporcionar o uso racional do medicamento, visto que é a partir disso que se pode
garantir a efetividade do tratamento medicamentoso, sendo este um dos grandes
6
problemas de saúde pública do Brasil, como elucida REIS, morbimortalidade
relacionada aos medicamentos é um importante problema de saúde pública, sendo a
Atenção Farmacêutica o meio de reduzir esse problema.

1.1 ASPECTOS GERAIS DOS POSTOS DE MEDICAMENTOS

A saúde é direito de todos e dever do Estado, sendo


4
Leonardo Régis Leira Pereira; Osvaldo de Freitas. A evolução da Atenção Farmacêutica e a
perspectiva para o Brasil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a06.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
5
Idem. Ibidem. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v44n4/v44n4a06.pdf Acesso em:
01/mar/2017.
6
Adriano Max Moreira Reis. Atenção Farmacêutica e promoção do uso racional de medicamentos.
Disponível em: http://www.ceatenf.ufc.br/Artigos/ATENFAR%20e%20URM%20Adriano%20Max.pdf
Acesso em: 01/mar/2017.
13

fundamentada nos princípios da universalidade, integralidade, equidade e


participação social, conforme a Constituição Federal do Brasil de 1988. Portanto, é
possível dizer que o acesso aos medicamentos, também, é uma obrigação do
Estado, com os Postos de Medicamentos. Sendo de competência da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, um meio para assegurar esse direito.

Vale destacar o chamado Direito Sanitário, que se trata de uma


especificidade do ramo jurídico responsável pelas normas que protegem a saúde
humana, juridicamente, valorizando seus bens e direitos que não tem equivalência
econômica.

Explana DALLARI que,

A importância atribuída [ao direito sanitário] está especialmente


no que se refere à formulação e implementação de políticas
públicas, quando se busca viabilizar a aplicação das normas
que o povo fixou para a gestão da vida social, é dado ao
aplicador ou ao intérprete da norma escolher, entre princípios
expressos por termos imprecisos, aquele que é mais
importante para a manutenção do sistema, decidindo, então, da
legalidade da regra de direito. 7

Neste sentido, o Direito Sanitário atua na regulamentação de


medicamentos, barreiras, vigilância e taxas sanitárias relacionadas à saúde.

A Vigilância Sanitária, no campo da saúde coletiva visa


melhorar as condições de saúde, promovendo o bem estar social.

Conforme COSTA, a Vigilância Sanitária:

Engloba atividades de natureza multiprofissional e


interinstitucional que demandam conhecimentos de diversas
áreas do saber que se intercomplementam de forma articulada.
Constitutiva das práticas em saúde, seu escopo de ação se
situa no âmbito da prevenção e controle de riscos, proteção e
promoção da saúde. 8

7
Sueli Gandolf Dallari. Vigilância Sanitária: Direito e Cidadania. Disponível em: https://institutolenus.
com.br/wp-content/uploads/2012/05/A-visa-direito-e-cidadania.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
8
Ediná Alves Costa. Vigilância Sanitária: temas para debate. 2009, p. 11.
14

Entende-se, pois que a prática da Vigilância Sanitária tem ação


preventiva e vai além do campo da saúde, atribuindo-a competência normativa e
reguladora. Voltando-se para o serviço da saúde, ela intervém nas atividades de
produção e consumo de produtos e serviços de interesse da saúde tanto na esfera
privada como na esfera pública.

DALLARI trata acerca da legislação inerente ao Sistema


Nacional de Vigilância Sanitária:

O Sistema Nacional de Vigilância Sanitária é uma decorrência


lógica da obrigação de o Estado executar ações e prestar
serviços destinados a eliminar, diminuir ou prevenir riscos à
saúde. De fato, a organização sistêmica se adéqua à forma
federativa do Estado brasileiro e, melhor ainda, ao federalismo
de colaboração, no qual elaborar a legislação de proteção e
defesa da saúde é competência concorrente da União e dos
Estados (C.F., art. 24, XII e §§1º e 2º) e suplementar dos
Municípios (C.F., art. 24, XII e §§1º e 2o c/c art. 30, II), e cuidar
da saúde é competência comum da União, dos Estados e dos
Municípios (C.F., art. 23, II). 9

Nota-se, que as normas sanitárias atuam na seara do ato


administrativo, fundamentando sua atividade diretamente do texto constitucional,
restringindo aspectos técnicos e econômicos relacionados aos riscos sanitários.

Assim, a Vigilância Sanitária atua como atividade


administrativa, contemplando funções executivas de modo que permite a aplicação e
sanção às agências reguladoras que serão melhor abordadas no tópico seguinte.

No que diz respeito ao Posto de Medicamento, de acordo com


a ANVISA, é um,

[...] estabelecimento destinado exclusivamente à venda de


medicamentos industrializados em suas embalagens originais e
constantes de relação elaborada pelo órgão sanitário federal,
publicada na imprensa oficial, para atendimento a localidades
desprovidas de farmácia ou drogaria. 10

9
Sueli Gandolf Dallari. Op. Cit. Disponível em: https://institutolenus.com.br/wp-content/uploads/2012/
05/A-visa-direito-e-cidadania.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
10
Brasil. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos Técnicos. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/conceito.htm#1.13 Acesso em: 18/fev/2017. (a)
15

Desse modo, entende-se que os Postos de Medicamentos


consistem em estabelecimentos do setor varejista de medicamentos que somente
podem ser estabelecidos em localidades que não possuam farmácias ou drogarias,
tendo seu rol de produtos a serem comercializados limitados pela legislação.

As condições para licenciamento dos Postos de Medicamentos


estão estabelecidas no artigo 29 da Lei n. 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que
diz que estas condições deverão ser estabelecidas na Legislação Supletiva dos
Estados e do Distrito Federal. Dessa forma, caberá ao órgão estatal o licenciamento
desses estabelecimentos.

Ressalta-se que o Decreto n. 74.140, de 10 de junho de 1974,


traz em seu artigo 17, as disposições a serem consideradas pelos órgãos estatais:

Art 17. O Posto de Medicamentos previsto no item XIII do artigo


2º destina-se ao atendimento das populações de localidades
desprovidas de farmácia e drogaria.
Parágrafo único. Os Estados, Territórios e o Distrito Federal, ao
disporem as normas de licenciamento dos Postos de
Medicamentos, levarão em conta:
a) facultar rápido acesso para obtenção dos medicamentos,
eliminando as dificuldades causadas pela distância em que se
encontre o estabelecimento farmacêutico mais próximo;
b) que o local destinado ao posto tenha condições de
assegurar as propriedades dos produtos;
c) que o responsável pelo estabelecimento tenha capacidade
mínima necessária para promover a dispensação dos produtos;
d) que os medicamentos comercializados sejam unicamente os
industrializados, em suas embalagens originais, e constem de
relação elaborada pelo Serviço Nacional de Fiscalização da
Medicina e Farmácia e publicada no Diário Oficial da União. 11

O Conselho Regional de Farmácia - CRF de cada Estado fica


responsável por traçar as regras para estabelecimento dos Postos de
Medicamentos, devendo atentar-se para as disposições da legislação vigente e,
ainda, se subordinando ao Conselho Federal de Farmácia – CFF e à ANVISA.

Tomando como exemplo o CRF do Estado do Ceará – CRFCE,


a Figura 1. apresenta as condições e documentos exigidos pelo órgão para
11
Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Decreto nº 74.170, de 10 de junho de 1974. Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D74170.htm Acesso em: 01/mar/2017. (c)
16

licenciamento de um Posto de Medicamentos:

FIGURA 1. EXIGÊNCIAS PARA LICENCIAMENTO DE UM POSTO DE


MEDICAMENTO - CRFCE

Fonte: CRFCE - Conselho Regional Federal do Ceará. Estabelecimentos Privados.


Disponível em: http://crfce.org.br/novo/index.php?option=com_content&view=article&id=273
&Itemid=1956 Acesso em: 18/fev/2017.

Contudo, é possível verificar a necessidade de não haver


nenhum estabelecimento farmacêutico no raio de 12km de distância do Posto de
Medicamentos atestado pelo órgão de Vigilância Sanitária do Estado, que também
se responsabiliza pela fiscalização desses locais, desde as condições de
funcionamento até a comercialização de medicamentos, considerando que são
limitados pela ANVISA em força de lei.

No que diz respeito à responsabilidade técnica desses


estabelecimentos, o §3º do artigo 32 do Decreto n. 74.140/1974 dispõe que os
Postos de Medicamentos não dependerão de assistência e responsabilidade
técnica.

Nesse contexto, verifica-se que os Postos de Medicamentos


são regulamentados e fiscalizados pela ANVISA, sendo de sua competência garantir
que estes estabelecimentos estejam de acordo com a legislação vigente e, em caso
de irregularidades, aplicar as devidas penalidades e adequações necessárias.

1.2 POSTO DE MEDICAMENTOS, FARMÁCIAS E DROGARIAS

Para que se possa melhor compreender o tema em estudo se


faz importante o conhecimento sobre as diferenças entre Posto de Medicamentos,
17

farmácia e drogaria, buscando-se o entendimento sobre a não obrigatoriedade do


farmacêutico no primeiro segmento.

O Quadro 1. apresenta a definição dos três estabelecimentos


de acordo com o Decreto n. 74.140/1974:

QUADRO 1. DISTINÇÃO ENTRE FARMÁCIA, DROGARIA E POSTOS DE


MEDICAMENTOS
Estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e
oficinas de comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de
Farmácia
dispensação e o de atendimento privativo de unidade
hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência
médica.
Estabelecimento de dispensação e comércio de drogas,
Drogaria medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos, em suas
embalagens originais.
Estabelecimentos destinados exclusivamente à venda de
medicamentos industrializados em suas embalagens
originais e constantes de relação elaborada pelo órgão
Postos de Medicamentos
sanitário federal, publicada na imprensa oficial, para
atendimento a localidades desprovidas de farmácia ou
drogaria.
Fonte: Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Decreto nº 74.170, de 10 de junho de
1974. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/Antigos/D74170.htm
Acesso em: 01/mar/2017. (c)

Dessa forma, a grande diferença dos Postos de Medicamentos


está nos tipos de medicamentos comercializados, se configurando como a pura
venda de medicamentos industrializados que não exigem receita médica, fator que
supostamente dispensa a presença do farmacêutico.

Sobre o assunto, MARTINS et al. explicam que:

Farmácia é o nome do local onde se vende medicamentos,


também conhecida como drogaria. Existe uma diferença entre
os dois: farmácia: comercializa tanto medicamentos
manipulados como os industrializados; drogaria só pode
comercializar medicamentos industrializados. 12

12
Nayana Bandeira Martins et al. Análise de prescrição médica de antibióticos de uma farmácia
comercial do município de Imperatriz – MA. Revista Científica do ITPAC. Disponível em:
http://www.itpac.br/arquivos/revista/74/artigo10.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
18

Lembra-se que nas farmácias e drogaria a presença do


farmacêutico é obrigatória por lei. Dentre as atribuições de um farmacêutico na
farmácia comercial está a busca por potencializar a ocorrência de Uso Racional de
Medicamentos – URM, que envolve o conhecimento e mudança de conduta da
cadeia produtiva farmacêutica, dos farmacêuticos, dos balconistas de farmácia, dos
pacientes e outros.

É relevante ainda destacar a importância do farmacêutico


dentro de drogarias e farmácias comerciais como um ator de proteção à saúde com
ênfase nos seus valores éticos e deveres legais, assumindo responsabilidades
inerentes ao acompanhamento sistemático dos medicamentos dos pacientes.

13
CHAVES explica que, no entanto, em uma farmácia
comercial, a dispensação não pode se limitar ao ato de entregar um medicamento,
esta deve ser complementada com o estabelecimento da relação paciente e
farmacêutico, onde orientações sobre o correto uso do fármaco devem ser
realizadas.

Nos Postos de Medicamentos não pode haver qualquer


orientação por parte dos funcionários para uso dos medicamentos, visto que o único
profissional que está apto para tanto é o farmacêutico.

Assim, outro fator que diferencia as farmácias, drogarias e


Postos de Medicamentos é o atendimento realizado, já que neste último não há
qualquer relação entre farmacêutico e paciente, não podendo os funcionários do
estabelecimento realizar qualquer atividade relacionada à atenção farmacêutica.

A orientação sobre o uso racional de medicamentos é relevante


para a população dada às múltiplas patologias existentes que podem levar a uma
pessoa desinformada a usar vários medicamentos concomitantemente, causando
efeitos colaterais, adversos e interação medicamentosa.

13
Maria Emília Tiburtino Chaves. Uso racional de medicamentos: uma abordagem da prescrição a
dispensação. Disponível em: http://rei.biblioteca.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/609/1/METC22072
014.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
19

MARAVAI destaca:

Os requisitos para a promoção do URM são complexos e


envolvem uma série de variáveis, em um encadeamento lógico.
Para que sejam cumpridos, devem contar com a participação
de diversos atores sociais: pacientes, profissionais de saúde,
legisladores, formuladores de políticas públicas, indústria,
comércio e governo. 14

Sobre esta questão, não se pode deixar de enfatizar a


importância do farmacêutico na dispensação de medicamentos, bem como na
conscientização e orientação de pacientes sobre o uso racional destes.

Nesse contexto, considerando que medicamento, de acordo


15
com a ANVISA, é um produto farmacêutico que foi tecnicamente obtido ou
elaborado com fim profilático, curativo, paliativo ou com finalidade diagnóstica,
acredita-se que para que tenha real eficácia se faz fundamental o seu uso racional,
sendo a presença do profissional farmacêutico importante na promoção da
educação em saúde para os usuários de Postos de Medicamentos.

16
Para ARAGÃO, MESQUITA e SOUSA, a prática da
dispensação de medicamentos pode ser prejudica pela ausência de um profissional
farmacêutico.

Desse modo, lembra-se que apesar das restrições na


comercialização de medicamentos, bem como o fato de não haver atividades
relacionadas à atenção farmacêutica como fatores que diferenciam os Postos de
Medicamentos das farmácias e drogarias, entende-se existir dispensação de
medicamentos, o que por si só já traz a importância da presença deste profissional.

14
Solyani Grassi Maravai. Avaliação das atividades de assistência farmacêutica em uma unidade
básica de saúde do município de Criciúma – SC. Disponível em: http://www.bib.unesc.net/biblioteca/
sumario/000051/0000512A.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
15
Brasil. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conceitos Técnicos. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/conceito.htm Acesso em: 01/mar/2017. (b)
16
Alex Ferreira Aragão; Alysson Kenned de Freitas Mesquita; Francisca Cléa Florenço de Sousa.
Avaliação das Boas Práticas Farmacêuticas em drogarias de pequeno e grande porte no município de
Teresina – PI. Boletim Informativo Geum. Disponível em: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/geum/
article/view/1813/1333 Acesso em: 01/mar/2017.
20

17
ARAGÃO, MESQUITA e SOUSA, ainda destacam que a
ausência do farmacêutico abre espaço para que leigos e comerciantes sem qualquer
conhecimento técnico assumam seu lugar na orientação de medicamentos junto aos
pacientes, fator que estimula o consumo irracional de medicamentos, colocando em
risco a saúde da população.

Diante do exposto, verifica-se que as farmácias, drogarias e


Postos de Medicamentos se diferenciam pelo que são autorizados a comercializar,
todavia, possuem a dispensação de medicamentos como atividade em comum,
portanto, depreende-se a importância do profissional farmacêutico nesses
estabelecimentos.

17
Alex Ferreira Aragão; Alysson Kenned de Freitas Mesquita; Francisca Cléa Florenço de Sousa. Op.
Cit. Disponível em: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/geum/article/view/1813/1333 Acesso em:
01/mar/2017.
21

CAPÍTULO II. O PROFISSIONAL DE FARMÁCIA

As atribuições do profissional de Farmácia são geralmente


desconhecidas pelo senso comum, pairando na sociedade um discurso de ser
apenas aquele profissional presente dentro das Farmácias e Drogarias, todavia,
trata-se de uma profissão com atuação bem mais ampla, sendo uma de suas
atribuições a responsabilidade pelos medicamentos desde o início de sua produção
até a entrega final ao paciente.

De acordo com o Código de Ética Farmacêutica, Resolução nº


596, de 25 de março de 2014, do Conselho Federal de Farmácia – CFF, o
farmacêutico consiste em um profissional de saúde, responsável por executar todas
as atividades inerentes ao âmbito profissional farmacêutico, contribuindo para a
proteção à saúde da população e abrangendo todas as ações de educação dirigidas
à coletividade na promoção da saúde.

Assim, entende-se que o profissional de Farmácia, também, se


configura como um profissional da área da saúde responsável pelos medicamentos
em todas as etapas desde a produção até a entrega ao paciente, devendo, ainda,
contribuir com orientações educacionais em relação ao uso do medicamento,
buscando a promoção do seu uso racional. Ressalta-se que o exercício da profissão
de farmacêutico está estabelecido no Decreto n. 85.878, de 7 de abril de 1981.

No que diz respeito à história da profissão no Brasil,


18
SATURNINO et al. elucidam que pode ser analisada em três fases: de 1900 a
1930; de 1931 até o início dos anos 1960; e pós-1964.

Essas fases da história dessa profissão estão resumidas no


Quadro 2.

18
Luciana Tarbes Mattana Saturnino et al. Farmacêutico: um profissional em busca de sua
identidade. Revista Brasileira de Farmácia. Disponível em: http://www.rbfarma.org.br/files/rbf-2012-93-
1-2.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
22

QUADRO 2. FASES DA HISTÓRIA DA PROFISSÃO FARMACÊUTICA


Fase Descrição
Nessa fase, o farmacêutico, antes denominado boticário,
exercia o papel de pesquisar, manipular e avaliar novos
produtos. Sua principal atividade era garantir que os
medicamentos dispensados fossem puros, sem alterações
De 1900 a 1930: um
e preparados de acordo com técnicas adequadas. Além
profissional de saúde
disso, tinha a responsabilidade de aconselhar e orientar os
pacientes, estabelecendo um contato direto com o
indivíduo e, por conseguinte, uma relação de poder que o
farmacêutico usufruiu neste período.
Com a industrialização intensa dos medicamentos, houve
o afastamento do farmacêutico de sua função na saúde
individual e coletiva. Isso provocou uma perda gradual da
sua identidade profissional e a falta de reconhecimento da
De 1931 até o início da sociedade e dos demais profissionais sobre quais são ou
década de 1960: a perda seriam as contribuições, responsabilidades e finalidade
de uma identidade deste profissional para o sistema de saúde, acompanhado
de uma ausência de articulação entre a profissão, a
universidade e o poder público na área da saúde para se
contrapor à hegemonia conquistada pelos interesses de
mercado da indústria farmacêutica e das farmácias.
Como reação à industrialização do setor farmacêutico,
surgiu o movimento denominado Farmácia Clínica.
Entendida como ciência da saúde cuja responsabilidade é
assegurar, mediante a aplicação de conhecimentos e
funções relacionados aos cuidados dos pacientes, que o
O farmacêutico pós-64:
uso dos medicamentos seja seguro e apropriado tornou-se
uma profissional em
a esperança de resgate do valor social que a farmácia
busca de nova identidade
possuía antes da era industrial. O movimento não foi
apenas uma reação à industrialização, mas,
principalmente, uma resposta à necessidade social no
sentido de garantir a segurança do uso de medicamentos
em um novo contexto de sua existência científica.
Fonte: Luciana Tarbes Mattana Saturnino et al. Farmacêutico: um profissional em busca de
sua identidade. Revista Brasileira de Farmácia. Disponível em: http://www.rbfarma.org.br/
files/rbf-2012-93-1-2.pdf Acesso em: 01/mar/2017.

A profissão continua a evoluir citando-se como um desses


avanços no reconhecimento da profissão, como a Lei nº 13.021, de 8 de agosto de
2014, que traz em seu artigo 5º e artigo 6º, I, a obrigatoriedade da presença do
farmacêutico para o funcionamento de farmácias de qualquer natureza durante todo
o seu horário de atendimento.

Importante mencionar que a atuação do farmacêutico não se


limita às Farmácias e Drogarias, havendo inúmeros campos de atuação.
23

Na pesquisa realizada pelo CFF no ano de 2015, um dos


dados analisados foi a caracterização dos farmacêuticos em relação ao seu
exercício profissional, verificando-se os resultados expostos na Figura 2.

FIGURA 2. CARACTERIZAÇÃO DOS FARMACÊUTICOS NO BRASIL DE


ACORDO COM O EXERCÍCIO PROFISSIONAL

Fonte: Claudia Serafin. Perfil do farmacêutico no Brasil: relatório. 2015, p. 23.

Conforme se pode verificar na Figura 2. 96,1% dos


farmacêuticos que responderam a pesquisa estão inscritos nos CRFs. Os
respondentes estão distribuídos da seguinte maneira: 7,5% trabalham na Região
Norte; 14,7% na Nordeste; 11,7% na Centro-Oeste; 38,4% na Sudeste; e 27,7% na
Sul. O maior percentual de respondentes (49,7%) corresponde aos farmacêuticos
com menos tempo de exercício profissional (até 5 anos). Os que têm
24

responsabilidade técnica anotada no respectivo CRF correspondem a 69,7%, e


16,7% trabalham em estabelecimentos de sua propriedade. Os que atuam
profissionalmente em algum tipo de farmácia ou drogaria representam (81,1%) dos
pesquisados. Em relação à remuneração, o maior percentual de farmacêuticos
(39,9%) concentra-se na faixa salarial de R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00.

Desse modo, trata-se de uma profissão antiga que passou por


uma fase de perda de identidade que vem sendo recuperada no decorrer do tempo,
ganhando cada vez mais visibilidade e importância no que diz respeito à promoção
da saúde do paciente em relação ao uso de medicamentos.

2.1 PAPEL DO FARMACÊUTICO NO CONTROLE DO USO RACIONAL DE


MEDICAMENTOS

O uso racional de medicamentos tem sido uma das principais


preocupações de saúde pública dos últimos tempos, tendo em vista o índice de
morbi-mortalidade relacionada ao assunto.

19
Conforme ressalta ROZENFELD, o uso irracional de
medicamentos resulta em consequências sanitárias e econômicas, reduzindo a
qualidade do tratamento e aumenta os riscos à saúde do paciente, fazendo-se,
portanto, necessária atenção redobrada na prescrição e administração de
medicamentos.

Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-


Farmacológicas – SINITOX de 2013 demonstram que os medicamentos se
configuram como a principal causa de intoxicação humana, como se pode perceber
na Tabela 1.

19
Suely Rozenfeld. Prevalência, fatores associados e mau uso de medicamentos entre os idosos:
uma revisão. Cadernos de Saúde Pública. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v19n3/158
75.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
25

TABELA 1. CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇÃO: HUMANA, ANIMAL E DE


SOLICITAÇÃO DE INFORMAÇÃO POR AGENTE

Fonte: SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Dados de


Intoxicação, 2013. Disponível em: http://sinitox.icict.fiocruz.br/dados-nacionais Acesso em:
3/mar/2017.

Analisando a Tabela 1. em 2013 os medicamentos respondem


por 28,78% dos casos de intoxicação; sendo 28,44% somente de casos de
intoxicação humana. Do total de 11.985 casos de intoxicação humana, foram
registrados 46 óbitos no ano de 2013, o que representa uma taxa de 0,38% de
letalidade. Destaca-se que a Região Sudeste foi a que apresentou maior índice de
intoxicação humana por medicamentos, sendo palco de 7.778 casos.

Para que se tenha maior noção sobre os casos de intoxicação


por medicamentos, a Tabela 2. detalha os casos de acordo com a circunstância:
26

TABELA 2. CASOS REGISTRADOS DE INTOXICAÇÃO HUMANA POR


MEDICAMENTOS DE ACORDO COM A CIRCUNTÂNCIA
Circunstância N
Acidente individual 4.801
Acidente coletivo 32
Acidente ambiental 8
Ocupacional 36
Uso terapêutico 1.041
Prescrição médica inadequada 140
Erro de administração 673
Automedicação 241
Abuso 164
Ingestão de alimentos 7
Tentativa de suicídio 4.271
Tentativa de aborto 8
Violência/homicídio 14
Uso indevido 87
Ignorada 297
Outra 165
Total 11.985
Percentual em relação ao número total de intoxicações 28,45
Fonte: SINITOX - Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Dados de
Intoxicação, 2013. Disponível em: http://sinitox.icict.fiocruz.br/dados-nacionais Acesso em:
3/mar/2017. (adaptado).

A Tabela 2. demonstra que muitos casos de intoxicação


poderiam ser evitados por uma orientação adequada, assim, depreende-se a
importância do farmacêutico nesse processo.

20
Em nível mundial, PETROF, tendo como base dados da
Organização Mundial de Saúde – OMS, afirma que 50% de todos os medicamentos
receitados são dispensáveis ou são vendidas de forma inadequada. A autora afirma,
ainda, que cerca de 1/3 da população mundial tem carência no acesso a
medicamentos essenciais e em todo mundo 50% dos pacientes tomam

20
Daiana Petrof. Uso indevido causa morte de 20 mil por ano no Brasil. Disponível em:
http://www.dm.com.br/cotidiano/2015/04/uso-indevido-causa-morte-de-20-mil-por-ano-no-brasil.html
Acesso em: 03/mar/2017.
27

medicamentos de forma errada.

Desse modo, verifica-se que o uso irracional de medicamento


tem sido uma problemática mundial, daí a importância do profissional farmacêutico
nos locais que atendem pacientes, segundo os autores citados.

21
VIEIRA elucida que o uso racional de medicamentos tem
sido uma preocupação da prática farmacêutica, o bem estar do paciente é viga
mestra das ações realizadas por esse profissional, que soma seus esforços aos dos
outros profissionais de saúde.

A autora ainda destaca:

É preciso considerar o potencial de contribuição do


farmacêutico e efetivamente incorporá-lo às equipes de saúde,
a fim de que se garanta a melhoria da utilização dos
medicamentos, com redução dos riscos de morbimortalidade e
que seu trabalho proporcione meios para que os custos
relacionados à farmacoterapia sejam os menores possíveis
para a sociedade. 22

O uso racional de medicamentos, conforme a autora citada, se


define como um processo de prescrição apropriada e dispensação adequada com
doses, intervalos e período de tratamento seguro e de qualidade, sendo fundamental
o papel do profissional farmacêutico tanto na orientação como na dispensação para
a comunidade.

Quando não se influencia para o uso racional de medicamentos


acaba ocorrendo a automedicação sem prescrição médica, que pode tanto mascarar
como impedir o diagnóstico de uma doença grave, além do risco de interações
medicamentosas e efeitos adversos. Essa questão tem feito com que o Conselho
Federal de Farmácia – CFF defenda cada vez mais o uso racional de medicamentos
sob orientação e acompanhamento do farmacêutico.

21
Fabiola Sulpino Vieira. Possibilidades de contribuição do farmacêutico para a promoção da saúde.
Ciência & Saúde Coletiva. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000100024
Acesso em: 01/mar/2017
22
Idem. Ibidem. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232007000100024 Acesso em:
01/mar/2017.
28

O consumo indiscriminado de medicamentos sem indicação de


pessoas tecnicamente capacitadas constitui em um grave
problema para a saúde pública por aumentar o risco de
morbimortalidade causadas por não adesão ao tratamento,
superdosagem, subdosagem e erros de medicação. 23

O farmacêutico desempenha importante papel no panorama do


uso racional de medicamentos, pois a partir do momento em que se estabelece um
vínculo de confiança entre o profissional e a comunidade, o paciente recebe
orientações que promovem a qualidade, segurança e eficiência terapêutica dos
medicamentos.

2.2 RESPONSABILIDADE TÉCNICA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM


FARMÁCIAS E DROGARIAS

Verifica-se que a presença de um profissional farmacêutico em


farmácias e drogarias é obrigatória no Brasil, devendo ele atuar como responsável
técnico, função esta, indelegável. O entendimento sobre essa obrigação torna
possível comparar as motivações para que a presença deste profissional não seja
obrigatória em Postos de Medicamentos, apresentando, desse modo,
incosequência.

A presença de um profissional farmacêutico nas farmácias


comerciais é uma exigência legal no Brasil, devendo todos os estabelecimentos
comerciais dessa natureza, possuir um profissional farmacêutico durante todo o seu
horário de funcionamento e um substituto em caso de sua ausência, sendo este
profissional atuante como responsável técnico.

A atuação do farmacêutico e os demais requisitos, tanto


operacionais quanto de infraestrutura, estão estabelecido na Resolução da Diretoria
Colegiada – RDC n. 44/2009, que dispõe sobre as boas práticas farmacêuticas para
o controle sanitário do funcionamento, dispensação, comercialização de produtos e
a prestação de serviços, estabelecendo os critérios e condições mínimas a serem

23
Adrianne Leny Fiori. O uso racional de medicamentos: um desafio para a assistência farmacêutica.
Disponível em: http://livrozilla.com/doc/1119601/p%C3%B3lo-campinas-o-uso-racional-de-
medicamentos Acesso em: 01/mar/2017.
29

seguidos por esses estabelecimentos.

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde –


OPAS, para atuar como responsável técnico de uma farmácia comercial o indivíduo
deve ser formado em curso universitário de Farmácia e ser registrado no Conselho
Regional de Farmácia – CRF. 24

Acerca do ambiente destinado para o desenvolvimento dos


serviços farmacêuticos, a RDC n. 44/2009 em seu artigo 15 dispõe que: “Art. 15. O
ambiente destinado aos serviços farmacêuticos deve ser diverso daquele destinado
à dispensação e à circulação de pessoas em geral, devendo o estabelecimento
dispor de espaço específico para esse fim.”

Nesta perspectiva, verifica-se um destaque para a limpeza do


local e deste ser destinado apenas para o fim de prestação dos serviços
farmacêuticos, verificando-se a busca pela configuração de um espaço de saúde.
Importante destacar, também, que conforme a RDC n. 44/2009 a farmácia deve
dispor de uma Sala de Atenção Farmacêutica, não havendo definição de área
mínima deste local, todavia, deve ser compatível com os serviços a serem
oferecidos.

Outro fator relevante na regulamentação da atuação do


farmacêutico nas farmácias comerciais é que seu uniforme deve ser diferenciado
dos demais funcionários, de modo que os usuários da farmácia sejam capazes de
identificá-lo facilmente.

Quanto às atribuições do farmacêutico como responsável


técnico, a RDC n. 44/2009 dispõe que deverão obedecer ao Conselho Federal e
Regional de Farmácia, além de considerar as legislações de Vigilância Sanitária
vigentes, podendo o profissional farmacêutico delegar algumas das atribuições para
outro farmacêutico, exceto aquelas relacionadas à supervisão e responsabilidade
pela assistência técnica do estabelecimento, bem como aquelas consideradas

24
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde. Avaliação da assistência farmacêutica no Brasil.
2005, p. 73.
30

indelegáveis pela legislação específica dos conselhos Federal e Regional de


Farmácia.

Nesse contexto, fica claro que a atuação do farmacêutico nas


farmácias comerciais é fator exigido e regulamentado por Lei, devendo os
estabelecimentos comerciais seguir as condições e os critérios mínimos para a boa
prática dos serviços farmacêuticos.
31

CAPÍTULO III. OS FARMACÊUTICOS E OS POSTOS DE


MEDICAMENTOS

A presença do farmacêutico nos Postos de Medicamentos tem


sido discutida nos últimos tempos, inclusive, judicialmente. Todavia, o entendimento
firmado é o de que legalmente, esses estabelecimentos não possuem obrigação de
funcionar somente com a presença desse profissional.

Neste estudo discorda-se desse entendimento, considerando


que o farmacêutico é o profissional habilitado para atuar na dispensação e
orientação de medicamentos, principalmente, quando se tem índices elevados de
intoxicação humana por erros de medicamentos, poderia ser tida, inclusive, como
uma negligência a ausência desse profissional.

Nas palavras do Presidente do Conselho Federal de Farmácia


– CFF, Jaldo de Souza Santos: “Sabemos que a presença do farmacêutico é
essencial para a correta dispensação de medicamentos, em qualquer
estabelecimento de saúde.” 25

Assim, considerando que os Postos de Medicamentos se


configuram como estabelecimentos de saúde destinados à dispensação de remédios
não se compactua com a legislação brasileira pela desobrigação da presença de um
farmacêutico nesses estabelecimentos.

Nesse contexto, sobre a importância da presença do


farmacêutico nos postos de medicamento se faz importante lembrar que os postos
somente poderão ser instalados nos locais em que não haver nenhum
estabelecimento farmacêutico no raio de 12km de distância.

Dessa forma, é possível depreender que a população do

25
CFF - Conselho Federal de Farmácia. Sobre Postos de Medicamentos. Disponível em: http://www.
cff.org.br/noticia.php?id=589 Acesso em: 10/mar/2017. (b)
32

entorno não possui meio facilitado de acesso a orientação profissional para


administração de medicamentos, ficando a mercê das informações básicas
passadas pelo médico em atendimento, sem contar os que promovem a
automedicação, já que os medicamentos comercializados não necessitam de
receita.

De acordo com DUQUE, 26 uma grande parte da população nos


dias de hoje se considera como se estivesse parcialmente excluída do Sistema de
Saúde, buscando na Atenção Farmacêutica o acesso à saúde, tendo o farmacêutico
o papel de orientá-lo em relação ao medicamento prescrito.

O farmacêutico, geralmente, é o último profissional a ter


contato direto com o paciente após a prescrição medicamentosa, tornando-se
corresponsável pela sua qualidade de vida, agindo como um complementador do
serviço médico.

No entendimento de SPADA:

O paciente que sai do consultório com uma receita terá maior


resolução de seus problemas se tiver acesso aos
medicamentos prescritos e se essa prescrição atender à
racionalidade terapêutica. Também é necessário avaliar os
fatores que podem interferir em seu tratamento, como histórico
de reações alérgicas, tabagismo, uso de outros medicamentos,
hábitos alimentares, entre outros. Esta avaliação, com a
possibilidade de intervenção visando à efetividade terapêutica,
pode ser obtida com a implantação da „Atenção Farmacêutica‟.
27
(Grifo Original)

Deste modo, a prática educativa do farmacêutico pode ocorrer


tanto de modo formal como informal, durante a dispensação de medicamentos,
podendo ser considerada uma educação popular pensando no indivíduo por sua
forma de percepção e atuação na comunidade, estabelecendo um elo de confiança
por meio do diálogo.
26
Daniele Cristina Cerqueira Duque. Relação farmacêutico-paciente: um novo olhar. Disponível em:
http://www.unifal-mg.edu.br/gpaf/files/file/monografia%20daniele%20duque%20final.pdf Acesso em:
01/mar/2017.
27
Kadija Spada. A função educativa do farmacêutico no Sistema Único de Saúde. Disponível em:
http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2007/anaisEvento/arquivos/CI-180-01.pdf Acesso em:
01/mar/2017.
33

A relação entre o paciente e o farmacêutico, portanto, se faz


fundamental para que se consiga promover o uso racional de medicamentos,
demonstrando que este se trata de um profissional capacitado a atuar na Atenção
Primária à Saúde.

3.1 ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO NO ÂMBITO MUNICIPAL DA


VIGILÂNCIA À SAÚDE

A atuação do farmacêutico no âmbito municipal da vigilância à


saúde está disposta na Resolução do CFF n. 539, de 22 de outubro de 2010, que
traz em seu artigo 6º:

Art. 6º - O desenvolvimento das atividades do farmacêutico em


Vigilância Sanitária encerrará ações de promoção, proteção e
recuperação da saúde, as quais deverão estar integradas aos
processos de trabalho voltados ao controle de riscos
relacionados aos produtos, serviços, vigilância ambiental e
saúde do trabalhador. 28

Assim, o farmacêutico na Vigilância Sanitária atua na busca


pela promoção, proteção e recuperação à saúde dos cidadãos, além da fiscalização
profissional e técnica de Postos de Medicamentos ser de sua competência.

De forma resumida, JOÃO elucida que “O farmacêutico na


Vigilância Sanitária é o profissional que fiscaliza todas as áreas do seu âmbito de
atuação.” 29

30
ZUBIOLI lembra que o exercício da profissão de
farmacêutico irá variar de acordo com a atividade a ser exercida e o ambiente de
atuação, tendo características distintas que exigem o cumprimento de requisitos
específicos, se diferenciando de um local para outro.

28
CFF - Conselho Federal de Farmácia. Resolução do CFF n. 539, de 22 de outubro de 2010.
Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/539.pdf Acesso em: 01/mar/2017. (a)
29
Walter da Silva Jorge João. Em defesa do farmacêutico e do Sistema Nacional de Vigilância
Sanitária. Pharmacia Brasileira. Disponível em: http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/
130/020_artigo_dr_walter.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
30
Arnaldo Zubioli. Profissão farmacêutico: e agora? 1992, p. 13.
34

Os Postos de Medicamentos estão sujeitos à Vigilância


Sanitária, sendo da obrigação deste órgão a sua regulamentação e fiscalização,
consequentemente, os profissionais farmacêuticos que atuam em seu ambiente são
os que herdam essa responsabilidade.

Conforme destaca o Conselho Regional de Farmácia de Minas


Gerais – CRFMG, são atribuições do farmacêutico na Vigilância Sanitária:

Verificar o cumprimento das Boas Práticas pelos


estabelecimentos sujeitos a Visa; » coordenar, supervisionar,
controlar e avaliar as atividades relativas ao registro,
informações, inspeção, controle de riscos, estabelecimento de
normas e padrões, organização de procedimentos técnicos e
administrativos a fim de garantir as ações de Vigilância
Sanitária de produtos e serviços de saúde; [...] fiscalizar e
monitorar o cumprimento das normas legais e regulamentares
ou de risco à saúde pertinentes à Visa; » propor concessão,
alteração e cancelamento de Licença, Autorização de
Funcionamento e a Autorização Especial de Funcionamento de
empresas de importação, fabricação, exportação, transporte,
distribuição, armazenagem, embalagem, reembalagem,
fracionamento e comercialização de insumos farmacêuticos,
medicamentos e de produtos para saúde, cosméticos, produtos
de higiene pessoal, perfumes e saneantes; [...]. 31

Desse modo, fica claro que o profissional farmacêutico está por


traz de todo o funcionamento de um Posto de Medicamento, entretanto, entende-se
que sua ausência nos Postos de Medicamentos é prejudicial em relação ao contato
com o paciente, dada a conhecida problemática que envolve o uso irracional de
medicamentos.

Sobre a importância da presença do profissional farmacêutico


na Vigilância Sanitária, SASAKI bem ressalta:

O farmacêutico é o único profissional com todo o conhecimento


necessário para verificar se o estabelecimento farmacêutico
observa as condições sanitárias mínimas, seja para que o
responsável técnico possa desenvolver plenamente suas
atividades, seja para garantir a qualidade dos produtos dentro
dos padrões exigidos e consequentemente a segurança da

31
CRFMG - Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais. A importância do farmacêutico no SUS
- Suas Competências e Atribuições nas ações de Saúde Pública. 2011, p. 17-18.
35

população. 32

Nesse contexto, a fiscalização de estabelecimentos de saúde


destinados a dispensação de medicamentos é de atribuição exclusiva do
farmacêutico.

33
SILVA chama atenção para o fato do número de
farmacêuticos atuando na Vigilância Sanitária ser insuficiente, enfatizando que suas
atribuições vêm sendo exercidas por outros profissionais de saúde, porém, como já
mencionado, existem atribuições que somente podem ser exercidas por um
farmacêutico, conforme se pode verificar na Figura 3. que traz um fluxograma do
exercício profissional do farmacêutico na Vigilância Sanitária:

FIGURA 3. CAMPO DE ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO EM VIGILÂNCIA


SANITÁRIA

Fonte: Ana Maria Sacramento Silva. Atuação do farmacêutico em inspeções sanitárias nos
serviços de diálise: elaboração de um guia norteador. Disponível em: https://www.arca.
fiocruz.br/bitstream/icict/9939/2/Dissertacao-Ana_Maria.pdf Acesso em: 01/mar/2017.

32
Karin Yoko Hatamoto Sasaki. Vitória do CRF-SP em defesa do âmbito farmacêutico. Revista do
Farmacêutico. Disponível em: http://portal.crfsp.org.br/index.php/revistas/469-revista-do-farmaceutico/
revista-120/7139-revista-do-farmaceutico-123-fiscalizacao-parceira.html Acesso em: 01/mar/2017.
33
Ana Maria Sacramento Silva. Atuação do farmacêutico em inspeções sanitárias nos serviços de
diálise: elaboração de um guia norteador. Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/
icict/9939/2/Dissertacao-Ana_Maria.pdf Acesso em: 01/mar/2017.
36

Diante do exposto entende-se que os Postos de Medicamentos


possuem a atuação de um profissional farmacêutico da Vigilância Sanitária
Municipal em sua regulamentação e fiscalização, todavia, não há atividade de
Atenção Farmacêutica nesses estabelecimentos, ratificando-se a necessidade da
relação com o paciente na educação em saúde, promovendo o uso racional de
medicamentos.

3.2 ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL

Existe entendimento pela 7ª Turma do Tribunal Regional


Federal da 1ª Região acerca da não obrigatoriedade de presença do profissional
farmacêutico para funcionamento de Postos de Medicamentos, tendo como base o
artigo 19 da Lei nº 5.991/1973. Analisa-se nesta etapa o fator jurisprudencial para
que se possa verificar as justificativas trazidas para recorrer de entendimentos como
estes.

O Tribunal Regional Federal – TRF da 3ª Região deu


provimento ao recurso do Conselho Regional de Farmácia de São Paulo – CRFSP
que justificou com o fato de Postos de Medicamentos exercerem atividades típicas
de drogarias, sendo dito na decisão:

ADMINISTRATIVO - CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA -


POSTO DE MEDICAMENTOS: ATIVIDADE TÍPICA DE
DROGARIA - OBRIGATORIEDADE DA PRESENÇA DE
PROFISSIONAL REGISTRADO NO CRF. 1. É legal a
exigência de profissional farmacêutico em posto/dispensário de
medicamentos, se este praticar atividades típicas de drogaria.
2. Apelação e remessa oficial providas. 34 (Grifo Original).

Assim, foi exigida a presença do farmacêutico nos Postos de


Medicamentos, considerando suas atividades típicas de drogarias.

Diferente deste entendimento foi o do TRF de Minas Gerais –


MG que não deu provimento à apelação movida pelo CRFMG, conforme se verifica:
34
JusBrasil. TRF-3 - APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO - 714299: APELREE 24073 SP
2000.61.00.024073-5. Relator: Desembargadora Federal Alda Basto. Data de Julgamento:
16/04/2009. Disponível em: https://trf-3.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/4673550/apelacao-reexame-
necessario-714299-apelree-24073 Acesso em: 01/mar/2017. (c)
37

ADMINISTRATIVO - MS - CONSELHO REGIONAL DE


FARMÁCIA (CRF/MG) - AUTUAÇÃO FICAL - POSTO DE
MEDICAMENTO - FUNCIONAMENTO EM LOCALIDADE
ONDE HÁ FARMÁCIA OU DROGARIA - EXERCÍCIO DE
ATIVIDADES TÍPICAS DE DROGARIA - NECESSIDADE DE
RESPONSÁVEL TÉCNICO - APELAÇÃO NÃO PROVIDA 1. O
Posto de Medicamentos destina-se ao atendimento das
populações de localidades desprovidas de farmácia e drogaria
(art. 4º, XIII, da Lei nº 5.991/1973 e Decreto Federal nº 74.170/
1974) 2. Não pode ser tratado como Posto de Medicamentos o
estabelecimento que comercializa medicamentos controlados
em localidade onde há drogarias ou farmácias. 3. O exercício
de atividades de autêntica drogaria por "posto médico" na
mesma localidade em que há drogaria sem a presença de
profissional farmacêutico configura exercício irregular da
atividade farmacêutica, legitimando a fiscalização pelo
Conselho Regional de Farmácia. 4. A apresentação de alvará
de funcionamento não é razão jurídica que justifique o
funcionamento de Posto de Medicamento na mesma localidade
em que estabelecida drogaria, situação expressamente vedada
por legislação federal, em face do princípio da legalidade que
rege os atos administrativos. 5. Apelação não provida. 6. Peças
liberadas pelo Relator, em Brasília, 13 de setembro de 2011,
para publicação do acórdão. 35

O TRFMG levantou o princípio da legalidade para tomar sua


decisão, sendo entendido que os Postos de Medicamentos, de acordo com a Lei nº
5.991/1973 não possui obrigatoriedade da presença do farmacêutico, desde que não
atue como farmácia ou drogaria, quando fica passível de sanção por atuação
irregular.

Para reforçar o entendimento de obrigatoriedade do


profissional farmacêutico em Postos de Medicamentos, destaca-se o entendimento
do TRF do Acre – AC:

TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À


EXECUÇÃO FISCAL. POSTO DE MEDICAMENTOS.
ESTABELECIMENTO COMERCIAL. ATIVIDADE TÍPICA DE
DROGARIA. CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA.
AUSÊNCIA DE RESPONSÁVEL TÉCNICO EM FARMÁCIA.
EXIGIBILIDADE. APELAÇÃO PROVIDA. (5) 1. A parte
embargante foi autuada, pelo Conselho Regional de Farmácia -

35
JusBrasil. TRF-1 - AMS: 32721 MG 0032721-08.2008.4.01.3800. Relator: Desembargador Federal
Luciano Tolentino Amaral. Data de Julgamento: 13/09/2011. Sétima Turma, Data de Publicação: e-
DJF1 p.323 de 23/09/2011. Disponível em: https://trf-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/20711043/
apelacao-em-mandado-de-seguranca-ams-32721-mg-0032721-0820084013800-trf1 Acesso em:
01/mar/2017. (b)
38

CRF do estado, por violação ao art. 24 da Lei nº 3.820/60, por


funcionamento irregular do "Posto de Medicamento" ao atuar
como drogaria sem a presença de responsável técnico
habilitado. 2. A figura do "Posto de Medicamentos" foi criada
para suprir a necessidade de serviços farmacêuticos, em
caráter provisório, às populações não assistidas por
estabelecimentos de farmácia/drogaria, nos termos do art. 17
do Decreto Federal 74.170, de 10.06.74, que regulamentou a
Lei n. 5.991/73. Acrescente-se, que o Posto de Medicamentos
somente pode comercializar medicamentos constantes de lista
elaborada por órgão sanitário federal. 3. Todavia, na hipótese
concreta dos autos, verifico que a atividade básica da parte
apelante é o comércio varejista de produtos farmacêuticos,
assim configurando atividade própria de "drogaria", situação
que a submete à fiscalização do CRF, nos termos do art. 15 da
Lei 5.991/1973 c/c art. 24 da Lei 3.820/1960. 4. Além disso, a
parte embargante não comprova a ausência de farmácia ou
drogaria que na localidade onde está instalada - ao contrário, o
CRF comprova a existência de outros estabelecimentos
farmacêuticos na localidade. 5. Apelação provida para julgar
improcedentes os embargos à execução fiscal. 36 (Grifo
Original).

Nesse contexto, fica claro que pela legislação e pelo


entendimento jurisprudencial, os Postos de Medicamentos não são obrigados à
presença de um profissional farmacêutico durante seu funcionamento, todavia,
considerando ser um estabelecimento destinado à dispensação de medicamentos
acredita-se ser, portanto, negligenciada a Atenção Farmacêutica nesses ambientes,
devendo-se lembrar, ainda, que eles estão presentes em municípios que não
possuem farmácias e drogarias em suas proximidades, o que deixa o paciente ainda
mais vulnerável ao uso irracional de medicamentos.

36
JusBrasil. TRF-1 - AC: 00093285120114019199 0009328-51.2011.4.01.9199. Relator:
Desembargadora Federal Ângela Catão. Data de Julgamento: 20/09/2016. Sétima Turma, Data de
Publicação: 30/09/2016 e-DJF1. Disponível em: https://trf-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/3934948
80/apelacao-civel-ac-93285120114019199-0009328-5120114019199/relatorio-e-voto-393494902?ref
=juris-tabs# Acesso em: 01/mar/2017. (a)
39

CAPÍTULO IV. PESQUISA DE CAMPO

Para este estudo foi analisada a percepção dos funcionários de


Postos de Medicamentos e da população local sobre a importância da presença do
profissional farmacêutico nesse segmento. O trabalho é uma pesquisa de campo
que utiliza os métodos quantitativo e qualitativo quanto à abordagem do problema,
pois traduzem em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las,
como também o processo e seu significado como focos principais da abordagem,
tendo caráter interpretativo. 37

Vale destacar que método é um processo necessário para


atingir um determinado resultado, caracterizando-se por um conjunto de diferentes
etapas que devem ser dados para a realização da pesquisa, sendo necessário
compreender o conteúdo da ciência e seus princípios vínculos ao objeto do estudo.
38

39
MINAYO define pesquisa como uma atividade que busca a
descoberta da realidade, por meio de uma combinação entre teoria e dados, no qual
se estabelece um diálogo crítico e criativo.

40
Por sua vez, GIL relata que a pesquisa tem como objetivo
principal encontrar respostas para problemas com base em procedimentos racionais
e sistemáticos.

41
Para GONÇALVES, a pesquisa permite a ampliação dos
conhecimentos no campo da realidade social, permitindo a resolução de uma
dificuldade que não pode ser solucionada automaticamente.

37
Edna Lúcia Silva; Estera Muszkat Menezes. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação.
2001, p. 20.
38
Amado Luiz Cervo; Pedro Alcino Bervian. Metodologia científica. 2002, p. 12.
39
Maria Cecília de Souza Minayo. O desafio do conhecimento. 1993, p. 44.
40
Antonio Carlos Gil. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2011, p. 42.
41
Hortência de Abreu Gonçalves. Manual de metodologia da pesquisa. 2005, p. 47.
40

No caso da pesquisa que se apresenta, utilizou-se quanto aos


meios de investigação, a pesquisa de campo que se realiza no local onde um
fenômeno ocorreu, dispondo de elementos como formulários, entrevistas,
questionários, testes, observações participantes ou não. A pesquisa de campo é
uma fase realizada após o estudo bibliográfico, sendo quantitativa-descritiva,
exploratória e experimental. 42

Este tipo de pesquisa se baseia na observação dos fatos,


utilizando técnicas específicas com o objetivo de conseguir informações sobre um
problema ou hipótese da pesquisa. O estudo, portanto, se caracteriza como uma
pesquisa do tipo survey, que se preocupa em verificar a opinião de determinado
grupo, adotando-se a abordagem quanti-qualitativa para análise dos dados.

4.1 MÉTODO DA PESQUISA

Neste momento, a pesquisa se caracteriza de maneira


primária, ou seja, a pesquisa de campo, visando dar profundidade a um fenômeno
da vida real, após contextualização teórica.

Escolheu-se como instrumentos para a coleta dos dados das


percepções dos respondentes referentes aos demais objetivos específicos desta
pesquisa, um questionário aplicado à ma amostra da população, contendo duas
questões na categoria 1 (dados pessoais) e dez questões na categoria 2 (Percepção
sobre a importância dos farmacêuticos no Posto de Medicamento).

43
A pesquisa qualitativa, de acordo com FLICK, consiste em
escolher corretamente os métodos e teorias oportunas, no reconhecimento e na
análise de diferentes perspectivas, nas reflexões do pesquisador a respeito da
pesquisa como parte do processo de produção do conhecimento e nas variedades
de abordagens de métodos.

42
Marina de Andrade Marconi; Eva Maria Lakatos. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução
de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração, análise e interpretação de dados.
1996, p. 83.
43
Uwe Flick. Uma introdução à pesquisa qualitativa. 2004, p. 20.
41

44
Ainda segundo FLICK, a pesquisa qualitativa é fundamental
no momento de fazer a escolha mais adequada de métodos e teorias oportunas, no
reconhecimento e na análise de diferentes perspectivas, nas reflexões do
pesquisador a respeito da pesquisa como parte do processo de produção do
conhecimento. E a pesquisa quantitativa é expressa em números, utilizando
abordagens estatísticas para análise dos dados levantados em determinada
amostra.

Conceituando questionário, segundo MARTINS e THEÓPHILO,


“(...) trata-se de “um conjunto ordenado e consistente de perguntas a respeito de
variáveis e situações que se deseja medir ou descrever”.” 45 (Grifo Original)

46
Por sua vez, VERGARA elucida que o questionário é um
método de coleta de dados no campo, de interagir com o campo composto por uma
série ordenada de questões a respeito de várias situações que o pesquisador deseja
investigar.

Essa modalidade de pesquisa é considerada importante


porque, além de descrever as características de determinada população, também
inclui neste grupo levantar opiniões, atitudes e crenças dessa população. 47

A formulação das questões foi feita de maneira clara, concreta


e precisa, levando-se em consideração “(...) o sistema de referência do interrogado,
bem como o seu nível de formação.” 48

Para elaboração de um questionário, não podem deixar de ser


observados: a clareza das perguntas, o tamanho, o conteúdo e a organização que
foram formuladas as perguntas, facilitando as respostas de forma que o respondente
sinta-se motivado a respondê-lo. 49

44
Uwe Flick. Op. Cit. p. 20.
45
Gilberto de Andrade Martins; Carlos Renato Theóphilo. Metodologia da investigação científica para
as ciências sociais aplicadas. 2007, p. 90.
46
Silvia Canstant Vergara. Método de coleta de dados no campo. 2009, p. 55.
47
Antônio Carlos Gil. Op. Cit. p. 122.
48
Idem. Ibidem. p. 134.
49
Gilberto de Andrade Martins; Carlos Renato Theóphilo. Loc. Cit. p. 91.
42

Os dados quantitativos referentes foram coletados por meio de


questionário entregue a cada participante e devolvidos para análise dos dados. O
questionário é dividido em duas categorias: a primeira trata da descrição ou perfil
dos entrevistados e a segunda é direcionada à percepção sobre a importância dos
farmacêuticos nos Postos de Medicamentos. As questões fechadas foram
submetidas à análise com gráficos.

4.2 UNIVERSO DA PESQUISA

Esta pesquisa foi realizada em um Posto de Medicamentos


situado na cidade de Umirim-CE, aplicando uma entrevista com a funcionária do
estabelecimento. No segundo momento foi realizada a aplicação de um formulário a
50 clientes do referido Posto de Medicamentos. Foi realizada, ainda, uma entrevista
com dois farmacêuticos.

4.3 APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Nesta etapa são apresentados os dados coletados a partir da


entrevista com o funcionário do Posto de Medicamentos de Umirim-CE, da entrevista
com os farmacêuticos e com a população do entorno do referido posto, visando-se
verificar a importância do profissional de Farmácia nesse estabelecimento.

4.3.1 Entrevista com Funcionário do Posto de Medicamentos

A entrevista foi respondida por um profissional do Posto de


Medicamentos do sexo feminino que já atua no posto há mais de 5 anos, podendo,
portanto, falar com propriedade de sua vivência junto a clientes do estabelecimento
e a falta que um profissional de Farmácia tem feito. O instrumento da pesquisa
obedeceu às normas da ética científica.

Inicialmente foi perguntado à funcionária se os clientes do


Posto de Medicamento em estudo procuravam orientação sobre o uso de
medicamentos. De acordo com ela: “Boa parte dos clientes pedem indicação de um
medicamento, outros querem saber se o remédio que o vizinho, parente, conhecido
43

que tomou e indicou a ele se realmente é bom para tal doença” (A.L.M.L.) (sic).
Dessa forma, verifica-se que os pacientes possuem dúvidas em relação ao uso de
medicamentos, solicitando orientações que a funcionária não pode oferecer.

Sabendo da procura de orientação pelos pacientes foi


perguntado à funcionária se ela já havia passado alguma orientação sobre o uso de
medicamentos com o intuito de auxiliar o paciente, obtendo como resposta:

Na maioria das vezes presto orientações, pois os pacientes


têm bastante dificuldades sobre a forma que deve tomar o
medicamento. Os motivos são vários como, por exemplo: não
entende a letra do doutor, e em alguns casos os pacientes não
sabem nem qual foi o diagnóstico e tipo de tratamento que o
médico está lhe indicando a fazer (A.L.M.L.) (sic).

Verifica-se que a funcionária do posto em estudo realiza uma


orientação que não é de sua competência, considerando que o farmacêutico é o
único profissional apto a realizar esse tipo de orientação ao paciente.

Dando continuidade à entrevista foi perguntado qual a


frequência com que os farmacêuticos da Vigilância Sanitária são presentes neste
Posto de Medicamentos, sendo informado que somente uma vez por ano, que é na
visita de renovação do registro sanitário, não se podendo dizer, com isso, que se
tenha uma fiscalização ativa desses profissionais.

A opinião da funcionária foi verificada em relação à importância


da presença de um farmacêutico no Posto de Medicamento, em suas palavras:
“Acredito que sim, pois surgem muitas dúvidas no dia a dia, principalmente quando
um paciente pede pra olhar seu exame pra saber se tá normal ou alterado”
(A.L.M.L.) (sic). Novamente constata-se a necessidade de um farmacêutico no Posto
de Medicamento, ratificando-se a demanda por orientação profissional.

Finalizando a entrevista foi perguntado à funcionária se em seu


ponto de vista havia uso irracional de medicamentos pela população de Umirim-CE,
verificando-se a seguinte resposta:
44

Então a população busca outros meios como, pedir indicação


aqui no Posto de Medicamentos. Nos mais velhos que têm
conhecimento sobre como tratar uma doença com plantas.
Enquanto a isso não resta dúvidas, pois o acesso ao programa
do SUS é bastante limitado como, por exemplo: marcação de
consultas, visita dos agentes de saúde. Com toda esta
dificuldade a cada dia que passa só aumenta o número de
pessoas a procura de um medicamento. Entre outros que
buscam indicações, nas rezadeiras, vizinhos, parentes,
programas de TV, rádio, e quanto melhor for a propaganda
mais vendido é o medicamento (A.L.M.L.) (sic).

Confirma-se na opinião da funcionária a demanda por um


profissional farmacêutico no Posto de Medicamento, considerando as dúvidas e
anseios da população local de Umirim-CE e a dificuldade de acesso aos médicos,
fazendo com que administrem os medicamentos de forma irracional.

4.3.2 Percepção dos Profissionais Farmacêuticos

Neste momento foi feita uma breve entrevista a dois


farmacêuticos para averiguar sua opinião acerca da necessidade de sua presença
em Postos de Medicamentos. Na ocasião foi feita somente uma pergunta aos
profissionais: Em sua opinião, quais os benefícios entre a relação do profissional
farmacêutico junto ao paciente? O primeiro farmacêutico que respondeu à pergunta
trouxe as seguintes atribuições:

-Medicação (ato de medicar) consciente;


-Acompanhamento, garantindo a eficácia e segurança do
processo;
-Garantia de não-maleficência (primeiro não fazer o mal);
-Farmoeconomia do tratamento;
-Acessibilidade do tratamento;
-Acessibilidade do medicamento;
-Acesso a uma segunda opinião (opinião isenta sobre o
tratamento);
-“Porta de entrada”, muitas vezes, ao início dos cuidados
médicos;
-Garantia de adesão ao tratamento (AFM) (sic).

Dessa forma, o primeiro farmacêutico citou uma série de


atribuições que demonstram o quão importante é a presença desse profissional para
melhoria da qualidade de vida e de saúde da população.
45

A segunda farmacêutica respondeu a mesma pergunta


corroborando com as informações passadas. Em suas palavras:

Os farmacêuticos são profissionais dotados de conhecimento


científico e conscientes de suas responsabilidades na farmácia.
Portanto, a relação entre farmacêuticos e pacientes trazem
muitos benefícios, principalmente no Brasil, onde o acesso à
saúde é muito difícil. Dentre esses benefícios destacam-se: 1.
orientação sobre o uso adequado de medicamentos, facilitando
a adesão ao tratamento e evitando que o medicamento não
atinja o efeito desejado ou cause riscos à saúde; 2. verificação
da pressão arterial; 3. aferição das taxas de glicose nas
farmácias; orientação aos portadores de doenças crônicas:
diabetes; hipertensão; asma; etc (P.M.N) (sic).

Verifica-se, portanto, que os profissionais farmacêuticos são


fundamentais para a promoção da saúde dos pacientes, atuando como um
profissional de Atenção Primária à Saúde.

4.3.3 Percepção da População do Entorno do Posto de Medicamentos de


Umirim-CE

A primeira categoria do formulário verificou os dados pessoais


dos participantes da pesquisa, com o intuito de conhecer seu gênero e faixa etária.
No que diz respeito ao gênero dos participantes da pesquisa, eles estão distribuídos
da seguinte forma:

GRÁFICO 1. GÊNERO DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

46%

54% FEMININO
MASCULINO

Como se verifica no Gráfico 1. 46% dos participantes são do


46

sexo masculino e 54% do sexo feminino.


Quanto à faixa etária dos participantes, os resultados estão
ilustrados no Gráfico 2.

GRÁFICO 2. FAIXA ETÁRIA DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA

8%
30%
20% ATÉ 20 ANOS
DE 21 A 30 ANOS
DE 31 A 40 ANOS
16% DE 41 A 50 ANOS
26%
ACIMA DE 50 ANOS

Como se pode perceber, 8% dos participantes possuía menos


de 20 anos, 20% de 21 a 30 anos, 26% de 31 a 40 anos, 16% de 41 a 50 anos e a
maioria, 30%, acima de 50 anos, verificando-se que o público é formado por uma
população mais madura.

GRÁFICO 3. FREQUÊNCIA QUE COMPRA NO POSTO DE MEDICAMENTOS DE


UMIRIM-CE

12%

26% SEMPRE
62% QUASE SEMPRE
ÀS VEZES

Iniciando a apresentação dos dados da segunda categoria do


questionário aplicado à população do entorno do Posto de Medicamentos de
Umirim-CE, foi perguntado com que frequência eles compravam medicamentos no
referido posto.
47

O resultado está exposto no Gráfico 3. e conforme se pode


verificar, 62% dos participantes sempre freqüentam o posto para a compra de
medicamentos, enquanto 26% quase sempre e 12% às vezes.

Dando continuidade foi perguntado se eles possuíam fácil


acesso à Rede de Atenção Básica à Saúde, tendo em vista que seria o momento em
que poderia tirar dúvidas sobre a medicação a ser realizada, considerando que não
conta com profissionais farmacêuticos próximos. Os resultados estão ilustrados no
Gráfico 4.

GRÁFICO 4. FACILIDADE DE ACESSO À REDE DE ATENÇÃO BÁSICA À


SAÚDE

37% 35%

SIM
NÃO
ÀS VEZES
28%

Como se verifica existe um índice significativo de pessoas que


não possuem fácil acesso à Rede de Atenção Básica à Saúde (28%), sendo que
35% afirma ter e 37% às vezes.

Destaca-se que após o médico e os profissionais de saúde da


atenção primária, somente o farmacêutico poderia contribuir para a promoção do
uso racional de medicamentos.

Perguntando-se sobre a facilidade de acesso a farmácias e


drogarias, tendo em vista que são estabelecimentos que possuem obrigatoriedade
da presença do farmacêutico por força de lei, verificou-se os resultados expostos no
Gráfico 5.
48

GRÁFICO 5. FACILIDADE DE ACESSO A FARMÁCIAS E DROGARIAS

28% 22%

SIM
NÃO
ÀS VEZES
50%

Conforme de pode verificar 50% dos participantes não


possuem fácil acesso a farmácias e drogarias, enquanto 22% afirmam ter e 28% às
vezes.

Prosseguindo com a apresentação dos resultados que estão


ilustrados no Gráfico 6. que mostra se os medicamentos são adquiridos com receita
médica ou não.

GRÁFICO 6. MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS COM RECEITA MÉDICA

24%
42%
SIM
NÃO
34% ÀS VEZES

Os resultados foram bem distribuídos com 34% afirmando não


comprar medicamentos sem receita, enquanto 24% afirmam comprar e 42% afirmam
às vezes adquiri-los sem orientação médica.

Após conhecer sobre a compra de medicamentos sem receita,


49

a pergunta foi refeita foi para saber se a pessoa compra medicamento por conta
própria, ou seja, faz o uso da automedicação. Os resultados encontrados estão
ilustrados no Gráfico 7.

GRÁFICO 7. MEDICAMENTOS ADQUIRIDOS POR CONTA PRÓPRIA

42%
SIM
56%
NÃO
ÀS VEZES

2%

Observa-se que 56% dos participantes costumam comprar


medicamentos por conta própria, enquanto 42% afirmam que às vezes e 2% que
não compram. Ratifica-se a periculosidade da automedicação e do uso irracional de
medicamentos.

A partir desse ponto foi perguntado se o participante já havia


sentido alguma dúvida para tomar algum medicamento que havia adquirido no Posto
de Medicamentos em estudo. O resultado está exposto no Gráfico 8.

GRÁFICO 8. DÚVIDAS NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

6% 8%

SIM
NÃO
ÀS VEZES
86%
50

Como se observa no Gráfico 8. os participantes não dizem ter


dúvidas no uso de medicamentos, já que 86% negaram o assunto, enquanto 8%
informou já ter tido dúvidas e 6% informou às vezes ter dúvidas.

Sabendo-se que alguns têm dúvidas sobre a administração de


medicamentos, foi perguntado a quem procuravam no momento da dúvida. As
respostas estão ilustradas no Gráfico 9.

GRÁFICO 9. QUEM PROCURAM EM MOMENTOS DE DÚVIDAS


4%
6%
MÉDICO

FUNCIONÁRIO DO POSTO DE
MEDICAMENTO

90% FAMÍLIA

Conforme é possível verificar 90% dos pacientes procuram


pelo funcionário do Posto de Medicamentos, ou seja, uma pessoa que não está apta
para passar tais orientações, o que confirma a necessidade de um farmacêutico
nesses estabelecimentos. Destaca-se, ainda, que 6% procuram a família e 4% o
médico.

GRÁFICO 10. CONHECIMENTO SOBRE A FUNÇÃO DE UM FARMACÊUTICO


4%

SIM
NÃO
96%
51

Em seguida, buscou-se saber se os participantes da pesquisa


conheciam as funções de um farmacêutico.

O Gráfico 10. demonstra que 96% dos participantes afirmam


conhecer a função de um profissional farmacêutico, enquanto 4% negam. Deve-se
mencionar que, provavelmente, esse conhecimento seja superficial, considerando a
amplitude de funções desse profissional.

A partir do conhecimento da função do farmacêutico foi


perguntado aos participantes se eles achavam que sua presença era importante em
um Posto de Medicamentos. O Gráfico 11. ilustra os resultados:

GRÁFICO 11. PERCEPÇÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PRESENÇA DE UM


FARMACÊUTICO NO POSTO DE MEDICAMENTO
2%

4% 14%

SEMPRE
QUASE SEMPRE
ÀS VEZES
80%
QUASE NUNCA

Como está ilustrado no Gráfico 11. 80% dos participantes


acreditam que a presença de um farmacêutico no Posto de Medicamentos é sempre
importante, enquanto 14% afirmam que às vezes, 4% quase sempre e 2% quase
nunca. Assim, os participantes concordam com a necessidade da presença do
farmacêutico nesses estabelecimentos.

Lembra-se que o profissional farmacêutico é o único


profissional apto a passar as orientações necessárias sobre a administração de
medicamentos, sendo de sua competência promover o racional dos mesmos,
atuando como profissional de Atenção Primária à Saúde.
52

Por fim, foi perguntado se os participantes sentiam falta de um


profissional que pudesse melhor orientá-los sobre a administração de
medicamentos. Os resultados são demonstrados no Gráfico 12.

GRÁFICO 12. AUSÊNCIA DE MELHOR ORIENTAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO


DE MEDICAMENTOS

12%
14%
SIM
NÃO
74%
ÀS VEZES

A necessidade de maior orientação sobre administração de


medicamentos aos clientes do Posto de Medicamentos de Umirim-CE é
demonstrada no Gráfico 12. considerando que 74% afirmaram sentir falta dessa
orientação, enquanto 14% informou não sentir e 12% às vezes sentir.

Nesse contexto, verifica-se que a presença do farmacêutico


nos Postos de Medicamentos também é vista como necessária pelas pessoas que
frequentam o posto em estudo, que sentem falta de melhor orientação sobre o uso
de medicamentos.

4.4 ANÁLISE DOS DADOS

A importância da presença do profissional farmacêutico em


Postos de Medicamentos foi demonstrada neste estudo a partir de três perspectivas:
funcionária do Posto de Medicamentos; farmacêuticos; e população do entorno.

Sob a perspectiva da funcionária foi demonstrada a importância


desse profissional pela sua vivência com os pacientes que compram no
estabelecimento, já que é destacado pela mesma o quanto os frequentadores do
53

Posto de Medicamentos buscam orientação sobre uso dos medicamentos,


informando, inclusive, passar essas orientações, o que é não é de sua competência,
considerando que se trata de uma atribuição única do farmacêutico, sendo somente
este profissional habilitado para tanto.

Com a entrevista realizada com os farmacêuticos verificou-se a


importância da relação desses profissionais com os pacientes e a amplitude de suas
atribuições, podendo contribuir significativamente para a promoção da saúde da
população, destacando-se, principalmente, o uso racional de medicamentos.

Na percepção da população do entorno do Posto de


Medicamento da cidade de Umirim-CE ratificou-se a importância e necessidade da
presença desse profissional no estabelecimento, dada a busca por orientação para
uso dos medicamentos, a dificuldade de acesso às unidades de saúde, bem como
ser a funcionária do referido posto a principal fonte de informações sobre o uso
correto de medicamentos, fator que não é de sua competência, podendo prejudicar a
saúde desses indivíduos, considerando que o uso irracional pode ocasionar,
inclusive, óbito.

Diante do estudo foi percebido que os profissionais


farmacêuticos precisam estar presentes nos Postos de Medicamentos, tendo em
vista que se configuram como ambientes de dispensação de medicamentos,
devendo atuar como profissional de Atenção Primária à Saúde, com orientações que
podem vir a reduzir os índices de morbi-mortalidade relacionada ao uso irracional de
medicamentos.
54

CONCLUSÃO

Neste trabalho foi feito um estudo acerca da necessidade da


presença do profissional farmacêutico nos Postos de Medicamentos, parte-se da
premissa de que se trata de um estabelecimento onde é realizada a dispensação de
medicamentos, portanto, cabe a este profissional aplicar seu conhecimento.

Demonstrou-se durante este estudo o perigo que representa o


uso irracional de medicamentos, sendo responsável por intoxicações que podem
levar, inclusive, ao óbito, o Brasil é palco de altos índices de morbi-mortalidade
relacionada ao assunto, estando os medicamentos em primeiro lugar quando se fala
em intoxicação.

Nas farmácias comerciais a presença do farmacêutico já é


obrigatória por força de lei, que foi pautada na ocorrência do uso racional de
medicamentos, sendo considerada uma estratégia da atenção à saúde, tendo em
vista que estimula a adesão ao tratamento e reduz os riscos de erros na conduta
terapêutica prescrita.

Destaca-se que o estudo direciona-se para uma reflexão do


farmacêutico como um profissional de saúde que está mais acessível da população,
devendo ser promovidas condições adequadas ao desenvolvimento de suas
atividades.

Desta forma é preciso a adoção de estratégias de


conscientização da população, demonstrando o farmacêutico como um profissional
de saúde, o que contribui para a redução de lotação nos postos e hospitais da saúde
pública.

Nesse contexto, os Postos de Medicamentos que foram


considerados pela jurisprudência brasileira como estabelecimentos que não
precisam da presença contínua do farmacêutico foi apresentado neste estudo como
55

fundamental, tanto da perspectiva da funcionária de um desses estabelecimentos,


quanto de farmacêuticos, quanto da população do entorno, tendo em vista a
necessidade de orientações sobre uso de medicamentos de uma população que não
possui fácil acesso às Unidades Básicas de Saúde, tendo conseguido orientações
com a funcionária do posto, que não está apta para tanto.

Nesse contexto, ao final do estudo foi possível concluir que os


Postos de Medicamentos necessitam da presença de um farmacêutico como
estabelecimentos de dispensação de medicamentos, sendo uma necessidade da
população do entorno que não pode ter fácil acesso a outros profissionais de saúde,
podendo eles atuar como profissional de saúde próximo ao paciente, promovendo o
uso racional de medicamentos.
56

BIBLIOGRAFIA

BRASIL. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Organização


Pan-Americana da Saúde. Fascículo V - O Percurso Histórico da Atenção
Farmacêutica no Mundo e no Brasil. Brasília: Organização Pan-Americana de
Saúde, 2010.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia científica. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2002.

COSTA, Ediná Alves. Vigilância Sanitária: temas para debate. Salvador: EDUFBA,
2009.

CRFMG - Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais. A importância do


farmacêutico no SUS - Suas Competências e Atribuições nas ações de Saúde
Pública. Belo Horizonte: CRF/MG, 2011.

FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. São Paulo: Bookman, 2004.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2011.

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61

APÊNDICE I. FORMULÁRIO À POPULAÇÃO

Este formulário é dirigido à população a fim de contribuir para uma pesquisa com
finalidades acadêmicas com o objetivo de analisar as contribuições que podem ser
trabalhadas pela presença de um farmacêutico em Postos de Medicamentos de
pequenos municípios. A sua contribuição é fundamental para o bom
desenvolvimento e alcance dos resultados na mesma.

CATEGORIA I. DADOS PESSOAIS

1. Sexo:
( ) Feminino ( ) Masculino
2. Faixa Etária:
( ) Até 20 anos ( ) de 21 a 30 anos ( ) de 31 a 40 anos ( ) de 41 a 50 anos ( )
acima de 50 anos

CATEGORIA II. IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM


POSTOS DE MEDICAMENTOS

1. Com que frequência você compra medicamentos neste Posto de Medicamentos?


( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Quase nunca ( ) Nunca

2. Você possui fácil acesso à Rede de Atenção Básica à Saúde?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

3. Você possui fácil acesso a farmácias e/ou drogarias?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

4. Os medicamentos que adquire neste Posto de Medicamentos são receitados?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

5. Você costuma comprar medicamentos por conta própria?


62

( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

6. Já teve dúvidas de como tomar um medicamento adquirido neste Posto de


Medicamentos ?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

7. Quando tem dúvidas de como tomar medicamentos a quem você recorre?


( ) Médico
( ) Funcionário do Posto de Medicamentos
( ) Familia
( ) Amigo ou conhecido

8. Você sabe quais as funções de um farmacêutico?


( ) Sim ( )Não

9. Acha importante a presença neste Posto de Medicamentos?


( ) Sempre ( ) Quase sempre ( ) Às vezes ( ) Quase nunca ( ) Nunca

10. Você sente falta da presença de um profissional que possa melhor lhe orientar
sobre o uso de medicamentos?
( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes
63

APÊNDICE II. ENTREVISTA AO FUNCIONÁRIO DO POSTO DE


MEDICAMENTOS

Esta entrevista é dirigida ao funcionário do posto de medicamentos de Umirim-CE a


fim de contribuir para uma pesquisa com finalidades acadêmicas com o objetivo de
analisar as contribuições que podem ser trabalhadas pela presença de um
farmacêutico em postos de medicamentos de pequenos municípios.

IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO EM POSTOS DE


MEDICAMENTOS

1. Os clientes deste Posto de Medicamentos procuram orientação sobre o uso de


medicamentos?

2. Você já passou alguma orientação sobre o uso de um medicamento com o intuito


de auxiliar ao paciente?

3. Qual a frequência de presença dos farmacêuticos da Vigilância Sanitária neste


posto de medicamentos?

4. Em sua opinião é necessária a presença de um farmacêutico neste posto de


medicamentos?

5. Em seu ponto de vista há uso irracional de medicamentos pela população de


Umirim?
64

APÊNDICE III. ENTREVISTA COM FARMACÊUTICOS

Esta entrevista é dirigida a farmacêuticos a fim de contribuir para uma pesquisa com
finalidades acadêmicas com o objetivo de analisar as contribuições que podem ser
trabalhadas pela presença de um farmacêutico em postos de medicamentos de
pequenos municípios.

1. Em sua opinião, quais os benefícios entre a relação do profissional farmacêutico


junto ao paciente?

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