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1) Delegado-RJ-2012- Discorra sobre o instituto jurídico do arquivamento implícito e suas formas.

A respeito do arquivamento implícito ou tácito, convém destacar que ele consiste na espécie de
arquivamento em que, havendo vários investigados ou vários crimes, o Promotor de Justiça promove
o arquivamento do inquérito policial ou oferece denúncia apenas em face de alguns deles, não se
manifestando sobre a exclusão dos demais. Há duas espécies de arquivamento implícito ou tácito, quais
sejam, o objetivo (arquivamento relacionado a fato delitivo) e o subjetivo (arquivamento relacionado a
agente delitivo).
O arquivamento implícito ou tácito perfectibiliza-se com a omissão do juiz a respeito do fato e/ou
agente delitivo, no momento do recebimento da denúncia. Entretanto, como já afirmado alhures, a
jurisprudência majoritária não admite a figura do arquivamento implícito do inquérito policial, por falta
de previsão legal. Caso o Promotor de Justiça não se manifeste sobre determinados fatos ou agentes do
crime quando do arquivamento do inquérito ou do oferecimento da denúncia, deve o juiz determinar o
retorno dos autos ao Ministério Público para que haja manifestação expressa a esse respeito. Em
persistindo o silêncio do órgão ministerial, o juiz deverá aplicar analogicamente o disposto no art. 28
do CPP. Conclui-se, portanto, que não há o arquivamento implícito ou tácito, sendo o arquivamento do
inquérito policial sempre expresso.

2)Delegado/RJ/2012- Kafka, juntamente com sua esposa Frida, adentra no supermercado “O


Baratão”, em São Gonçalo, quando são reconhecidos pelo segurança da loja por terem, em outra
ocasião, mantido atitude suspeita, no interior desse estabelecimento. Desconfiado, informou, via
rádio, aos demais seguranças, que passaram, discretamente, a observar o casal circulando pelo
supermercado, até perceberem que Kafka pegou 1,8 Kg de carne de acém e o colocou,
sorrateiramente, na bolsa de sua esposa. Em seguida, dirigiram-se para a saída do supermercado e,
quando estavam já na calçada, em frente ao estabelecimento, foram abordados pelos mesmos
seguranças que lograram encontrar na bolsa da mulher o sobredito produto, avaliado em R$ 13,90
(treze reais e noventa centavos). Policiais militares, acionados, conduziram Kafka e Frida até a
Delegacia de Polícia. Você, como Delegado de Polícia, como procederia diante do quadro
supracitado? (resposta fundamentada).
Aplicaria o princípio da insignificância, o caso em questão preencheu os requisitos explanados pelo STF
para a incidência do mesmo, tais como mínima ofensividade da conduta do agente, inexpressiva lesão
jurídica provocada, reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e ausência de periculosidade
social da ação. Na aplicação do princípio, deve-se observar a lesão provocada pelo crime em relação a
vítima, ficou claro que 1,8Kg de carne acém no valor de R$13,90 não provocou prejuízo para a vítima,
com isso, seria cabível o princípio. Lembrando que O delegado de polícia é primeiro garantidor dos
direitos fundamentais e não seria razoável prender Kafka e Frida para só depois o juiz aplica-lo. Há
vários autores que admitem, tais como Cleber Masson, Nicolitt.
Apesar disso, o Supremo possui entendimento O Superior Tribunal de Justiça entende que somente o
Poder Judiciário é dotado de poderes para efetuar o reconhecimento do princípio da insignificância.
Destarte, a autoridade policial está obrigada a efetuar a prisão em flagrante, cabendo-lhe submeter
imediatamente a questão à autoridade judiciária competente. Como já se decidiu, no momento em que
toma conhecimento de um delito, surge para a autoridade policial o dever legal de agir e efetuar o ato
prisional. O juízo acerca da incidência do princípio da insignificância é realizado apenas em momento
posterior pelo Poder Judiciário, de acordo com as circunstâncias atinentes ao caso concreto.49

3) Delegado/RJ/2012-A autoridade policial está investigando um crime de homicídio. Foram


encontradas amostras biológicas no local do crime. Gala, a principal suspeita do delito, recusa-se a
fornecer padrões biológicos para confronto de DNA. Não obstante, sabendo que Gala estava gestante,
o Delegado, no dia do parto, dirigiu-se ao Hospital onde ela dera à luz, com equipe técnica de legistas,
e apreendeu a placenta da indiciada, realizando, então, o confronto de DNA com o material
apreendido no local do crime, concluindo pela autoria da indiciada. Proceda a análise jurídica do
caso.
A autora não é obrigada a fornecer material biológico para fazer exame de DNA com base no princípio
da não autoincriminação. Entretanto, o STF admite a utilização da placenta para fazer exame de DNA
ou mesmo guimba de cigarro jogado no lixo, pois os mesmos foram descartados não fazendo mais parte
do corpo ou da propriedade do investigado. Ou seja, foi legal a atuação do delegado de polícia em utilizar
a placenta que seria descartada em seguida, pois a mesma não faria mais parte do corpo da investigada.

4) Delegado/RJ/2012-Ana Carolina Santos foi presa por policiais lotados na 52ª DP – Nova Iguaçu –
e autuada em flagrante delito por ter sido surpreendida no momento em que praticava maus-tratos
contra o adolescente Vinícius Silva, deficiente físico, que não possui condições mínimas de
administrar sua vida. Durante o curto período em que a conduzida se encontrava custodiada na
Delegacia, a autoridade policial percebeu que a mesma apresentava sinais evidentes de deficiência
mental. Diante disso, convocou a perícia médico-legal para realizar o exame de corpo de delito,
objetivando comprovar uma possível insanidade. Nesse ínterim, concluiu e relatou o inquérito
policial. Com base no inquérito policial e no laudo, que concluiu pela insanidade, representou ao juiz
pela internação provisória com fundamento de evitar a reiteração criminosa (art. 319, III, parte final
do Código de Processo Penal). No caso hipotético relatado , responda (fundamentadamente): a) Agiu
corretamente a autoridade policial ao determinar a realização do exame de corpo de delito? b) E
quanto à representação pela internação provisória?
O delegado não agiu corretamente, pois o exame de sanidade mental é único que necessita de autorização
judicial para ser feito, conforme o art. 149, §1º, CPP. O exame sem esse requisito essencial torna-se nulo.
Pela leitura do art. 149, §1º do CPP verifica-se que o exame para se avaliar uma possível insanidade
mental do suposto autor do delito é perfeitamente cabível na fase de inquérito, porém mediante
representação da autoridade policial ao juiz competente. Assim, percebe-se que o juiz é a única
autoridade com poder de determinar a realização do exame médico-legal para se avaliar a sanidade
mental do indiciado, cabendo ao delegado de polícia somente representar pela sua realização, mas nunca
determinar de ofício.
Resposta: A autoridade policial não agiu de maneira correta quanto à representação pela internação
provisória, uma vez que utilizou-se como base para a representação uma perícia nula, realizada em
desacordo com previsto em lei. Ultrapassado tal detalhe, mesmo que a perícia tivesse sido realizada
corretamente, continuaria o delegado agindo de maneira equivocada, uma vez que utilizou o “risco de
reiteração criminosa” como fundamento para a decretação de uma medida cautelar, o que viola o
princípio da presunção de inocência por consistir em uma antecipação do tratamento que somente
ocorreria com o trânsito em julgado do processo.
Comentário: Importante destacar que a medida cautelar de internação provisória possui três requisitos
para ser cabível: crime praticado com violência ou grave ameaça à pessoa; perícia concluir pela
inimputabilidade ou semi-imputabilidade; haver risco de reiteração.
A partir do caso concreto percebe-se que se trata de crime de maus tratos, logo, o primeiro requisito se
encontra presente. Apesar de a perícia ser nula, por ter sido ordenada de ofício pelo delegado, ela
concluiu pela insanidade da indiciada, assim, também presente o segundo requisito. Quanto ao terceiro
requisito, devemos tecer alguns comentários.
Não iremos entrar no mérito de haver ou não no presente caso concreto o risco de reiteração criminosa.
Iremos nos debruçar sobre o fundamento em si.
O posicionamento doutrinário e jurisprudencial dominante é no sentido de ser perfeitamente possível
representar pela internação provisória com fundamento no risco de reiteração. Essa corrente sustenta que
é lícito cercear a liberdade de um em prol da segurança de toda a coletividade.
Ocorre que o professor André Nicolitt diverge desse entendimento, afirmando que qualquer medida
cautelar só pode se prestar a proteger o processo, logo, somente são cabíveis em hipóteses de risco à
instrução processual ou à aplicação da lei penal.
Ele entende que utilizar o “risco de reiteração criminosa” como fundamento para a decretação de uma
internação provisória padece de inconstitucionalidade, por consistir em uma antecipação do tratamento
que só ocorreria com o trânsito em julgado. O termo “reiteração” pressupõe a possibilidade de novas
práticas, indicando sua finalidade de prevenção específica, retirando a natureza cautelar da medida e
rasgando o princípio da presunção de inocência.
Com isso, o item “b” poderia ser respondido utilizando tais informações, como por exemplo:

5) Delegado - Concurso: PCPR - Ano: 2013 - Banca: COPSUEL - Disciplina: Direito Processual
Penal - Assunto: Ação Penal-Discorra sobre as condiçõesda ação penal.
- Resposta: São os requisitos que subordinam o exercício do direito de ação: a) Possibilidade
jurídica do pedido: está condicionada à previsão do pedido no ordenamento jurídico. A denúncia
deverá ser rejeitada quando o fato narrado não constituir crime (Lei nº 11.719/2008, Arts. 396,
396-a e 397, III do CPP). A causa de pedir deverá ser considerada em tese, com o fim de concluir
se o ordenamento material penal imputa, em abstrato, uma sanção.
b) Interesse de agir: desdobra-se no trinômio necessidade e utilidade do uso das vias
jurisdicionaispara a defesa do interesse material pretendido e adequação à causa, do procedimento
e do provimento, de forma a possibilitar a atuação da vontade concreta da lei segundo os parâmetros
do devido processo legal. A necessidade é inerente ao processo penal, tendo em vista a
impossibilidade de se impor pena sem o devido processo legal (Lei nº 11.719/2008, Arts. 396,
396-a e 397, IV do CPP). A utilidade é a eficácia da atividade jurisdicional para satisfazer o
interesse do autor (denúncia oferecida diante da prescrição retroativa). Por fim, a adequação reside
no processo penal condenatório e no pedido de aplicação de sanção penal.
c) A legitimação para agir é a de ocupar tanto pelo ativo da relação jurídica processual, que é
feito pelo Ministério Público na ação penal pública, e pelo ofendido na ação penal privada (CPP,
Arts. 24, 29 e 30), quanto pelo passivo, pelo provável autor do fato, e a capacidade de agir, em
nome ou interesse próprio (CPP, Arts. 33 e 34).
d) justa causa: Em verdade, a justa causa pode ser entendida como uma síntese de todas as condições
da ação - inexistindo uma delas, inexiste a justa causa (NUCCI, 2008, p. 195). Isso porque ela envolve
o suporte probatório mínimo, indício mínimo para o oferecimento da ação penal, o somatório de indícios
suficientes de autoria com prova da materialidade do delito. É, pois, o fumus boni iuris (fumus comissi
delicti) para o exercício da ação penal.

6) Delegado de Polícia - Concurso: PCRS - Ano: 2011 -Banca: IBDH - Disciplina: Direito
Processual Penal - Assunto: Competência - A Constituição Federal prevê como juízo natural
para processo e julgamento do Presidente da Republica, nos crimes de responsabilidade, o
Senado Federal (art. 86). Nos crimes comuns, o Presidente da Republica será processado e
julgado pelo STF. Discorra sobre os seguintes aspectos do terra: a. O que são crimes de
responsabilidade? b. O que é e onde esta o juízo de admissibilidade da acusação nestas
condições?
Os chamados crimes de responsabilidade correspondem às infrações político-administrativas cometidas
no desempenho da função presidencial, desde que definidas por lei federal. Estabelece a Constituição
Federal como crimes de responsabilidade condutas que atentam contra a Constituição e, especialmente,
contra a existência da União, o livre exercício dos Poderes do Estado, a segurança interna do País, a
probidade da Administração, a lei orçamentária, o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais
e o cumprimento das leis e das decisões judiciais (CF , art. 85).
O juízo de admissibilidade é uma condição exercida pela Câmara dos Deputados (art. 51, I, CF) que
autoriza, mediante votação de 2/3 dos deputados federais, para que o Senado (art. 52, I, CF) possa julgar
o presidente da república nos crimes de responsabilidade, previsto no art. 85 da CF. Se o presidente
cometer crime comum, o juízo de admissibilidade será o mesmo, porém será julgado pelo STF.

7) Delegado - Concurso: PCGO - Ano: 2013 - Banca: UEG - Disciplina: Direito Processual
Penal - Assunto: Competência - Cabelo de Anjo, residente em Goiânia/GO, líder de um grupo
virtual intitulado adoradores de menores, composto, de forma estável, há mais de 5 anos, também
por Cara Grande, residente em São Paulo/SP, Magrillo, residente em Campinas/SP, Malacúria,
residente em Brasília/DF, e Marreco, residente no Rio de Janeiro/RJ, instigou, por meio da internet,
durante viagem a Salvador/BA, a pedido dos demais membrosdo grupo, sua enteada de 8 anos a
se exibir de forma sexualmente explícita, fotografando-a. Ao chegar em sua residência, Cabelo
de Anjo transmitiu, de seu computador pessoal, também a pedido dos demais membros do
grupo, a eles, as fotografias que produziu e armazenou com conteúdo pornográfico. As
fotografias foram acessadas e armazenadas em laptop, primeiramente por Cara Grande e
Magrillo, que passavam férias em Fortaleza/CE. Um dia depois, Malacúria e Marreco as
acessaram e as armazenaram em seus computadores pessoais, localizados em suas residências.
Determinada judicialmente a quebra do sigilo telemático, verificou-se que o provedor de
armazenamento dos e-mails encontrava-se localizado em Porto Alegre/RS. Levando-se em
consideração que as condutas típicas investigadas se assemelham ao previsto no artigo 288 do
Código Penal, e nos artigos 241-A; 241-B, § 1º e 241-D, parágrafo único, II, da Lei 8.069/90, analise,
fundamentadamente, considerando-se o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, a
competência criminal territorial e a competência criminal em razão da matéria.
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes consistentes em disponibilizar ou adquirir
material pornográfico envolvendo criança ou adolescente [artigos 241, 241-A e 241-B da Lei
8.069/1990] quando praticados por meio da rede mundial de computadores. STF. Plenário. RE
628624/MG, Rel. Orig. Min. Marco Aurélio, Red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28 e
29/10/2015 (repercussão geral) (Info 805). O STJ segue o mesmo entendimento.

8) Delegado de Polícia - Concurso: PCDF - Ano: 2007 - Banca: NCE - Disciplina: Direito
Processual Penal - Assunto: Competência - Creonte, policial militar, foi denunciado pela suposta
prática de homicídio tentado, visto que disparara sua arma contra um civil, lesionando, em
operação que objetivara a ocupação de uma favela na periferia. Devidamente pronunciado, foi
levado a julgamento perante o Tribunal do Júri. A defesa sustentou a tese da desclassificação para
lesão corporal, já que Creonte não possuíra o dolo de retirada da vida da vítima. Indaga-se: a)
Qual a diferença entre desclassificação própria e imprópria? b) Acolhendo a tese defensiva, o
Conselho de Sentença desclassificou a conduta para lesão corporal. Nesse sentido, qual o órgão
jurisdicional competente para proferir a sentença definitiva?
Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime que não seja
doloso contra a vida e não for competente para o seu julgamento, fará a desclassificação do crime,
remetendo os autos ao juízo competente (art. 419, caput, do CPP). Essa hipótese de desclassificação é
conhecida como desclassificação própria (OLIVEIRA, 2008, p. 571).
Nesse prisma, entende-se que se opera a desclassificação imprópria toda vez em que o crime
originariamente imputado na denúncia e também o crime desclassificado são dolosos contra a vida, a
exemplo da desclassificação do crime de homicídio para o crime de infanticídio. Nesta hipótese, a
competência do tribunal do júri permanecerá.
Se a desclassificação do crime doloso contra a vida é feita pelo juiz no momento da análise da pronúncia
do réu, os autos devem ser remetidos ao juízo competente (art. 74, § 3°, CPP): Nessa hipótese, caso não
haja alteração tática do delito, mas sim apenas novo enquadramento legal, não é necessário o aditamento
da inicial, sendo recomendável, porém, em respeito ao contraditório, que o juízo competente possibilite
que as partes se manifestem, inclusive indicando provas, requerendo diligências e apresentando
alegações finais. De outro lado, se houver alteração tática do delito por força da desclassificação, deve
o juízo competente determinar que o autor da ação penal adite a inicial (mutatio libelli, consoante art.
384 do CPP), indicando provas, após o que a defesa deve se manifestar, prosseguindo-se logo após a
instrução criminal Nesse sentido Guilherme de Souza Nucci (NUCCI, 2008, p. 752) e Nestor Távora e
Rosmar Rodrigues Alencar (TÁVORA; ALENCAR, 2009, p. 693).
Se a desclassificação do crime doloso contra a vida é feita pelo Conselho de Sentença em plenário, o
juiz-presidente do Tribunal do Júri é quem vai julgar singularmente o feito, não o remetendo ao juízo
competente, por economia processual (arts. 74, § 3°, e 492, § 1°, CPP): O mesmo raciocínio se aplica se
há um crime doloso contra a vida e um crime conexo ou continente de outra natureza (não doloso contra
a vida): feita a desclassificação do crime doloso contra a vida, o juiz-presidente do Tribunal do Júri
julgará o crime conexo ou continente (art. 492, § 2°, do CPP). Em ambas as situações, se, por força da
desclassificação, for possível a aplicação dos institutos previstos na Lei n° 9.099/95, o magistrado assim
deverá proceder, conforme disposto no art. 492, § 1°, parte final, do CPP.

9) Delegado - Concurso: PCGO - Ano: 2008 - Banca: UEG - Disciplina: Direito Processual
Penal - Assunto: Competência - Em 20/07/2007, Merendão, Chino e Tripa Seca, residentes em
Brasília-DF, se encontraram em Goiânia-GO para combinar a prática de crimes. Na mesma data,
Chino mostra a seus dois comparsas um equipamento eletrônico, vulgarmente conhecido como
chupa-cabra, que, quando instalado em terminais de autoatendimento de instituições financeiras,
captam e armazenam dados e senhas bancárias de correntistas que utilizam tais terminais. De
posse do chupa-cabra, os três, no mesmo dia, se dirigem a Palmas-TO, local onde instalam o
chupa-cabra em um terminal de autoatendimento de uma instituição financeira privada,
localizada em um movimentado centro comercial da cidade, deixando-o instalado até 22/07/2007.
Durante esse período, os correntistas que fizeram uso de tal terminal de autoatendimento para
sacar, transferir dinheiro, retirar extratos bancários etc., tiveram seus dados e suas senhas
bancárias captados e armazenados pelo chupa-cabra. Munidos do chupa-cabra repleto de dados
e senhas bancários dos correntistas que utilizaram o terminal, os três se dirigiram, em 25/07/2007,
ao Rio de Janeiro-RJ, local onde pediram a uma pessoa conhecida como Cabelo de Anjo que
confeccionasse cartões bancários clonados, magnetizando, em cartões virgens, os dados bancários
captados pelo chupa-cabra e identificando, no verso dos cartões, as senhas de acesso às contas.
Cabelo de Anjo, então, durante a magnetização dos cartões, observa a existência de senhas e
dados bancários de diversas agências e contas da instituição financeira, uma vez que pessoas
de outros Estados, de férias em Palmas-TO, teriam utilizado o terminal de autoatendimento
onde o chupa-cabra se encontrava instalado. Assim, observou a existência no chupa-cabra de
dados e senhas bancárias armazenadas de correntistas do mencionado banco privado em
Palmas-TO, Belo Horizonte-MG, Teresina-PI, Brasília-DF, Goiânia-GO, Cuiabá-MT, São Paulo-
SP, Porto Alegre-RS e Vitória-ES. De posse de diversos cartões bancários clonados e suas
respectivas senhas, os três se dirigiram, em 30/07/2007, a Curitiba-PR, local onde efetuaram
diversos saques com os mencionados cartões, causando, assim, prejuízos financeiros a agências
bancárias e correntistas da mencionada instituição financeira em Palmas-TO, Belo Horizonte-
MG, Teresina-PI, Brasília-DF, Goiânia-GO, Cuiabá-MT, São Paulo-SP, Porto Alegre-RS e
Vitória-ES. Levando-se em consideração que o crime praticado é o previsto no artigo 155, §4º,IIe
IV c/c artigo 71, do Código Penal (furto qualificado mediante fraude e concurso de agentes em
continuidade delitiva) defina, justificadamente, a competência de foro (territorial) para
processar e julgar os criminosos.
Merendão, Chino e Tripa Seca praticaram no artigo 155, §4º,IIe IV c/c artigo 71, do Código Penal e
art. 288 do CP.
O STJ possui o entendimento que foro competente será competente o Juízo do lugar da consumação do
delito de furto, in casu, o local em que se situa a conta bancária subtraída. Nesse caso, será competente
o foro Palmas-TO, Belo Horizonte-MG, Teresina-PI, Brasília-DF, Goiânia-GO, Cuiabá-MT, São
Paulo-SP, Porto Alegre-RS e Vitória-ES, podendo ser adotado a prevenção.
Houve uma continuidade delitiva, pois mediante mais de uma ação ou omissão, prática dois ou mais
crimes da mesma espécie, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes,
devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplicando-se a pena de um dos
crimes, se idênticas, ou a a mais grave se diversas, aumentada, em qualquer caso, de 1/6 a 2/3.
. Aconteceu também a conexão intersubjetiva concursal se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem
sido praticadas por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar. É hipótese de
concurso de agentes dilatado no tempo. Nesta espécie, há prévio ajuste entre os agentes.

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