Sei sulla pagina 1di 9
Literatura e Ciéncias Sociais Literature and the social sciences 7 Abstract - _. Resumo Tc ic dice be nye oc ‘Ee apo dca os wor de abe scr expo Hera wees andit aspects seca Incuder some lhe man cssns mastic ueles slo dri a tetspacia overt dononirae tata bord on cont de dct tha te culegerto 5c scenes ene eoeseincSes eno le owed by atte ad erases ‘bo de rnstar que os cesafos gue Sresnct that diferent lon the presides ansoas como a saa ‘teres miventin acer reas Gloampara ents sa N ourcs the ie explore: the odo dieenesdosdessospren- oncepis ol dociment and sm imeptao de OUT fates ‘esevaron eepsqusa Komords danmntcpecertton, Pater lave dosent tt. rte al sol dens Virios trabalhos nas Areas das ciéncias sociais tém como objeto de estudo ou fonte de pesquisa obras literirias, sela como uma opca0 ‘metodoldgica que permita uma maicr aproximacio da subjetividade da épo- ‘cae de seus atores sociais,seja como um recurso necessirio e complemen- tar a outras fonts. As crOnicas, as obras autobiogréficas € as ficcionais com tacos autobiograficos estao entre as mais urilzadas pelos cientistas socials, pela sua capacidade de expressar a vida cotidiana e os valores da epoca. Entretanto, essa aproximacao (ou melhor, reaproximacio}* das: * Doutora em Socolag, pokes do Depsaments de Sodoloya € de sao em lcs Soca: esta ds Gente a RICH * Lapeer momma ue a dino ene lina etn no ex desde spe A onal hao XA, ‘io hana vido bom esl ere os nods ce pods da tenia of do fabNO ‘ence Vatos orm of monments se de apoio -Gos crores coma como es Baas, Rewoertauteare cle ditncanees alters queso cntnporse ha aan facinca eet qurenco asia se ahaa, 2 ala des nner LEPENIES Wl. Beteen ‘terete and Scene: The Rs ef Selly, Conbige,Canige Unisys. 1988. eamvenco dh veaciadeesbetce que os menos de determina comune Inga ‘stem primal que 0 flat 0 compromete cor 0 it’ plo dca ce sine Incinda Ge enuncacio que 0 ststea or fsa 0 alte pode ment ou estar exes 3 ‘deconfanca do cue) e seurdo, qu 0 euncare expe que edu seiner {aco mecantetrn rete exer comes cojetes adie eacntehnercs dos quae fat (por 0 hte cy export 20 el” Ht a conencso da econsidate ipa + ‘eitcto“prnein, ue oie nde se compres com 3 dade do ‘to’ plo dco per, o fant nao e83 experto # mente segunda 230 expr Qu eu seus se lneprado meds uns réaao ‘exestora com os oes edaces «acne (dass ls ro euncarte ns ets expesto 20 ero) MIGNOLO, “Lage de Dita Pla is Smeharcacda Ute aue Pace Hséra ov Anopelogae Vee vena LChapgnie Fede A Woll lrg Ltr Mista na Amaia Lina 80 aula, EDU. 1993.0 123. pode ser encontrado tanto em um livro de historia quanto em um romance. A diferenca é que, no primeira, estara dentro da convencio da veracidade ¢, no segundo, da convencio da ficcionalidade. ‘Outra quesido diz respeito 20 que, em ciéncia social, se chama de recome da realidade estudada. Como nao se pode estucar a realida- de social como um todo, 0 centista realiza um corte, que em geral & explicitado logo no inicio de qualquer estudb. Jd a literatura nao precisa explicitar formalmente 0 seu recorte. Cabe, entio, 20 pesquisador inte ressado no estudo da literatura saber como os escritores recoraram a realidade. Da divenidade de aspectos que ela comporte, o que eles escolheram para nos mostrar ¢ o que nao nos mostraram. Diferentemente da literatura, as ciéncias sociais manifestam lum compromisso maior com a realidade social - ainda que esta seia construida pelos atores sociais e interpretada pelos cientistas sociais de diferentes maneiras. A literatura inventa, ficcionaliza o real, mes- ‘mo que nio necessariamente minta (ficticio). Os artistas tém muito ‘mais liberdade para exagerar na cor e nas impresses que os cientis- tas sociais. Estes esto muito mais presos a uma fidelidade ao real do ue a arte. Nio so, portanto, os temas que afastam e distinguem as, ciéncias socials da literatura, mas as formas de compreender e des- crever a realidade € 0 tipo de conhecimento e de insight que cada uma pode produzir e provocar. As precaucbes em relacdo as teritorialidades discursivas téo importantes quando se analisa a literatura, nio © so menos a0 se analisarem outros tipos de discursos, documentos ou dados, até mes mo 05 estatisticos. Traa-se, portanto, de uma questo que se relacona com a forma de abordar a fonte de pesquisa, e ndo com a fonte em si. © que em ciencia social chamamos de “dados” nao nos séo “dados” naturalmente. Sio, na verdade, ou produzidos pelo pesquisa- dor, ou por outras pessoas da sociedade. E, na sua maioria, exigem ‘outros elementos que explicitem 0 que eles mostram e 0 que escon- dem, Tomemos 0 exemplo das estatisticas oficiais do crime. Elas no podem ser consideradas um reirato fiel da criminalidade real, mas, uma vez feitas as ressalvas, podem ser tratadas ou como “um dado” através do qual podemos nos aproximar da “realidade do crime’, ou, ‘mais precisamente, como querem os etnometodélogos, dos proces- sos de criminalizacio empregados pelas instituicbes encarregadas de identificar e punir 05 provéveis criminosos. Poraanto, as estauisticas, assim como os mapas, os gréficos as historias que as pessoas contam - seja através de entrevistas, auto- biografias e ficcdo -, constituem representacdes da realidade social que podem igualmente serem analisadas pelos cientistas sociais. "FOSTER. eter an KENNEFORD. Cela Socolopc! Theory andthe Scilonyof Lert’. The ‘Bits Fout of Scokgy VOL 24.0.3, 509, 1973. Com isso, queremos dizer que, apesar das suas especiicida- des, a literatura € para as ciencias socials um objeto legitimo, uma vez que se trata de uma producio humana™. A questao principal € como abordé-la, Dito de outra forma, a anilise social ou histérica das ‘obras literdrias no 6, por natureza, reducionista ou realista, os “pro- blemas” que ela nos trar fazem parte de todas as consideracoes a respeito das diversas fontes de dados que temos 4 nossa disposicdo. ‘Concordando com as ponderacbes dos tedicos da literatura, dirlamos que a autobiogralia e as obras de fico no devem ser {dentificadas com um certo tipo de documento, ou melhor, nio de- ‘vem set analsadas como se all estivesse registrada ‘a verdade dos fatos’; mas ndo ha duvida de que elas s30, sim, um documento de como certas pessoas interpretaram 0 mundo e as relacdes socials € ‘um registro das quest6es que consideraram mais relevantes.Elas S40 tum documento da experiencia subjetiva dos escritores com um de- ‘terminado tempo, espaco e valores, Segundo Brown, “as society can ‘be seen as 3 factual tex, so fictional texts can be viewed as social- symbolic acts, as representations of possible selves and societies" (1987: 143}. ‘Axtigo recebido para publicacio em agosto de 1999 BROW hand Haye. "Narave Fino Sal Tent ods To Ls on Bho, Rawon apd Bay Chega Te Uses of Chie hess. 1987.

Potrebbero piacerti anche