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Capítulo um

Uma celebração bíblica

O relacionamento sexual atingiu o seu ponto máximo no jardim do Éden, com


Adão e Eva, antes da queda. Esse é o modelo que os cristãos deveriam almejar.
Neste capítulo, desenvolveremos a teologia da sexualidade a partir do Gênesis.
Desde a queda, o sexo tem estado na espiral decrescente da imaturidade e da
distorção. Como cristãos, nós temos a responsabilidade de resgatar e restaurar o
maravilhoso presente da união sexual, dado por Deus, como se estivéssemos na
plenitude do jardim do Éden.

À imagem de Deus
Em Gênesis 1.27 está escrito: E Deus criou o homem à sua imagem; à imagem
de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gn 1.27). Que coisa grandiosa! A
imagem de Deus é refletida tanto na masculinidade quanto na feminilidade e
na maneira como elas se relacionam. À medida que melhor compreendermos o
Criador e a interação da Trindade, obteremos uma visão íntima da natureza do
gênero e da sexualidade: as diferenças e as similaridades dentro de parcerias que
se complementam, as necessidades de obter um relacionamento íntimo, excitação
e cuidado, procriação e recreação.
Ao explorar estes conceitos, devemos ter muito cuidado para não antropomor-
fizar Deus. (Antropomorfizar é uma palavra de seis sílabas que significa “tornar
humano”). Nós, como seres humanos, estamos limitados às nossas experiências,
que não nos dão vocabulário e conceitos suficientes para verdadeiramente com-
preender Deus. Como cristãos que somos, também devemos ter cuidado para
não mantê-lo distante da sexualidade e do casamento, pois, se assim agirmos,
perderemos a perspectiva do Criador com relação à natureza da masculinidade
e feminilidade e ao conceito de tornar-se uma só carne.
Poderemos obter uma compreensão útil das diferenças entre os sexos pela
observação e estudo do relacionamento de Deus com os outros. Deus, o Pai, é
um excelente modelo do papel masculino. Deus desejava ser respeitado pelos
israelitas, ao mesmo tempo que desejava ser-lhes um Pai amoroso, pois liderava e
provia. Deus, o Filho, é um excelente modelo do papel feminino. Jesus disse que
desejava proteger e cuidar como a galinha ajunta os seus filhotinhos debaixo das
asas (Mt 23.37). No episódio da morte de Lázaro, Jesus chorou, demonstrando
suas emoções (Jo 11.35). Jesus nos deu compreensão sobre a feminilidade com

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a sua alegria de cuidar, sua relação íntima e a proteção materna das pessoas que
lhe eram importantes. Ele apreciava e valorizava as emoções, revelando-se para
nutrir a integridade da amizade íntima e incorporando o conceito de feminilidade
que ele próprio criou.
Outro aspecto fascinante da criação de Deus é que há nos dois sexos tanta
similaridade quanto há na Trindade. O homem e a mulher têm mais emoções,
necessidades e atributos comuns que diferenças. Cada ser humano possui aspectos
relativos aos dois gêneros. Carl Jung chamou estes dois princípios de anima e
animus. Eu, Doug, sou homem, mas também tenho um lado feminino que posso
compreender e que me beneficia. Posso ser como uma galinha protegendo os
seus pintinhos debaixo de suas asas; algumas vezes segurarei gentilmente a mão
de alguém enquanto choramos juntos. Cada um de nós, não importa se homem
ou mulher, possui, dentro de si, características dos dois gêneros humanos, intera-
gindo de uma maneira que enriquece a nossa personalidade e traz um significado
aos relacionamentos, com uma consciência e aceitação das diferenças.
Claro que esta ideia nos leva a, perplexamente, especular sobre quais são exata-
mente as diferenças entre homem e mulher, entre marido e esposa. As diferenças
físicas são prontamente visíveis. Existem outras diferenças divinamente criadas,
mas é muito fácil confundi-las com preconceitos, estereótipos e lutas pelo poder.
Este não é o plano de Deus, pois em Cristo o homem e a mulher são diferentes,
mas iguais (Gl 3.28; Cl 3.5-13).
Precisamos entender que algumas das diferenças não são distinções dadas
por Deus, mas comportamentos aprendidos. Por exemplo, provavelmente você
já ouviu o ditado popular que diz: “O homem dá carinho e afeição quando quer
sexo e a mulher usa o sexo para conseguir carinho”. Isto não faz parte do plano
de Deus para a união sexual entre o homem e a mulher. Como sociedade, temos
sufocado a sexualidade feminina à medida que permitimos que os homens di-
minuam a importância das emoções e dos sentimentos de um relacionamento
íntimo. Como cristãos, deveríamos lutar para modificar estes falsos conceitos e
atitudes, contrários à vontade do Criador.
Não podemos negar que existem diferenças, porém podemos aprender um
com o outro para incorporarmos o melhor dos dois mundos. Qual a implicação
de os homens serem sexualmente mais rápidos e as mulheres darem mais valor
ao romance? Qual a implicação de os homens apreciarem enfrentar desafios,
enquanto as mulheres desejam a segurança? Portanto, o nosso objetivo deve-
ria ser combinar o melhor dos dois sexos, com os homens tornando-se mais
sensualmente românticos e as mulheres tornando-se mais agressivas e menos
passivas sexualmente.
Algumas diferenças entre o homem e a mulher permanecerão um mistério,
tanto quanto a imagem do nosso maravilhoso e complexo Deus. Entretanto, é
muito importante reconhecer as diferenças básicas, porque elas afetam direta-
mente a sua compreensão e habilidade para satisfazer o seu cônjuge, criar um

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casamento íntimo e ser um grande amante. Aqui estão algumas das generaliza-
ções mais comuns, que podem ou não se aplicar à sua situação; portanto, seja
cuidadoso para não considerar as características de seu cônjuge meros conceitos
universais de masculinidade e feminilidade. Muitas pessoas apresentam carac-
terísticas das duas listas.

Características do homem:

1 Tem a necessidade de sentir-se respeitado e de ter seu ego satisfeito pela


afirmação de que é um grande provedor
1 Assume riscos mais facilmente (por exemplo, não fazer seguro contra
incapacidade)
1 Concentra-se somente em uma atividade (por exemplo, o homem não é
capaz de assistir à televisão e escutar a esposa ao mesmo tempo)
1 Com frequência vê a vida como uma competição que precisa ser disputada
1 Parece estar sempre na defensiva
1 Aprecia liderar e prover o sustento, mas frequentemente insiste em fazer as
coisas à sua maneira, e não necessariamente do jeito que a esposa deseja
1 Esconde os sentimentos ou não possui habilidades para expressá-los
1 É excitado pela visão de insinuações eróticas, gosta de tocar aquilo que vê
e aprecia o corpo da esposa
1 Tende a ser mais superficial e obsessivo em seu comportamento sexual, mas
pode agir como uma criança, desfrutando uma divertida brincadeira
1 É mais previsível quanto ao que o provoca sexualmente

Características da mulher:

1 Precisa sentir-se segura e ter um lugar confortável, ao mesmo tempo que


as suas necessidades emocionais e de segurança sejam satisfeitas
1 Não assume riscos imediatos
1 Deseja sentir-se incluída e considerada
1 Vê a vida mais como uma comunidade cooperativa
1 Deseja cuidar e proteger
1 É mais hábil para questionar e iniciar uma conversa
1 Expressa facilmente suas emoções
1 Aprecia a sensualidade e excita-se vendo a pessoa como um todo, assim
como as áreas erógenas
1 Deseja o romance e uma ligação emocional
1 É mental e fisicamente imprevisível quanto ao que a provoca sexualmente

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1 UMA SÓ CARNE
Deus afirmou no princípio da criação: Não é bom que o homem esteja só; eu
lhe farei uma ajudadora que lhe seja adequada (Gn 2.18). Deus não somente
criou os gêneros masculino e feminino, mas também projetou um especial e
singular relacionamento conjugal. A Bíblia nos fornece mais detalhes: Portanto,
o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só
carne. E os dois estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam
(Gn 2.24,25).
É tremendamente emocionante pensar no conceito de uma só carne, o com-
panheirismo original de Deus. Adão e Eva, antes da queda no Éden, tinham a
maravilhosa capacidade de estarem nus, física e emocionalmente, sem sentirem
vergonha ou medo. Mostravam-se com uma confiança e curiosidade inocente
e pueril, rindo, explorando, dando e recebendo amor. O sexo era uma gloriosa
e inocente celebração vivida com instintiva honestidade, respeito e deleite pela
vida. Eles estavam nus e sem culpas e não havia lugar para ansiedades, inibições,
dor ou falta de habilidades. Que relacionamento e vida sexual eram capazes de
desfrutar por verdadeiramente se “conhecerem”, por dentro e por fora!
Ser uma criação especial de Deus dá-nos o poder de controlar a natureza
e fazer escolhas de uma maneira diferente da selvagem sexualidade animal.
Podemos decidir quando ter filhos ou quantos seremos capazes de suprir
amorosamente. Podemos amar e apreciar nossos filhos e famílias em benefício
de uma vida de propósitos e intimidade. Podemos escolher ter brincadeiras
amorosas e romance na relação sexual para promover a união íntima e o prazer.
Podemos apreciar todo o processo sexual, visando à diversão, ao prazer e ao
fortalecimento da intimidade. Infelizmente, em nossos dias, o sexo não tem sido
tão positivamente considerado.
No cristianismo, frequentemente, o sexo tem sido retratado como pecaminoso
ou nocivo. Não muito tempo atrás, era considerado somente como um meio de
procriação. Deus era visto como distante e contrário ao prazer sexual no casa-
mento. Alguns desses pensamentos remontam aos tempos de santo Agostinho,
devido à sua conversão de uma vida sexual completamente indisciplinada e las-
civa. Ele e outros religiosos criaram uma restritiva e legalística abstinência sexual
em função de suas próprias lutas internas e, assim, introduziram uma teologia
totalmente desviada do conceito encontrado nas Escrituras. As proibições e leis
da Igreja impediram os casais, e especialmente as mulheres, de desfrutar o prazer
sexual concebido por Deus.
A unidade de uma só carne é um conceito excitante, repleto de união sexual e
satisfação. De fato, isto é plano de Deus, e nós, como cristãos, precisamos resgatar,
santificar e celebrar a maravilha e o prazer da sexualidade. A intenção de Deus
era que o homem e a mulher usufruíssem a diversão e a recreação possíveis no
ato sexual. Precisamos resgatar nosso direito ao prazer e à intimidade sexual.

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Entretanto, devido à grande liberdade e graça presentes em nossa sexualida-


de, surge a possibilidade de fazermos tanto escolhas positivas quanto negativas
e isto é assustador. O legalismo dos antigos religiosos exigia menos reflexão e
energia por parte dos cristãos. A sexualidade, de fato, é uma força poderosa em
nossa vida, com um potencial tremendo para promover uma união íntima ou
comportamentos danosos. Constantemente, devemos fazer as escolhas que irão
intensificar e fortalecer a nossa parceria de uma só carne.
Os versículos de 1Coríntios 7.3, 5 falam-nos sobre a importância de manter-
-nos unidos sexualmente no casamento: 1Coríntios 7.3,5: O marido cumpra a
sua responsabilidade conjugal para com sua mulher,e do mesmo modo a mulher
para com o marido. [...] Não vos negueis um ao outro, a não ser de comum acordo
por algum tempo [...] Depois, uni-vos de novo, para que Satanás não vos tente por
causa da vossa falta de controle. Em uma parceria amorosa, desfrutar a sexualidade
e ligar-se ao cônjuge são presentes que nos levam, voluntariamente, aos braços
um do outro, e não por obrigação ou coerção.
Por favor, não utilizem as diretrizes e os mandamentos de Deus sobre o amor
como armas contra o outro. Alguns maridos, como também algumas esposas,
pressionam seus cônjuges com esta passagem e dizem coisas do tipo: “Se você
não quiser fazer sexo comigo esta noite, estará pecando”. Na realidade eles é que
estão pecando porque normalmente nunca investem tempo, carinho e energia
para executar as mudanças necessárias a atrair os seus cônjuges de uma forma
romântica. Ser uma só carne deve tornar-se o amoroso dom da unidade e do
suprir as necessidades do outro.
Você se sente muito cansado, ocupado ou sem interesse para ter relações sexu-
ais regularmente? Se a resposta for positiva, você está perdendo de vista o plano
de Deus para o casamento e prazer, de um de seus caminhos para intensificar a
intimidade. Ao falhar na provisão de uma atividade sexual frequente com o seu
cônjuge, você estará dando lugar às tentações de Satanás.
Satanás engana e destrói os casamentos por intermédio dos casos extraconju-
gais, da falta de comunicação, de inibições extremas e de muitas outras maneiras.
Frequentemente, o engano apresenta-se sob a forma de um sutil distanciamento
e da ausência de um companheirismo agregador e caloroso. Deus tem dado aos
cônjuges algo precioso, que é a capacidade de, como marido e mulher, compar-
tilharem uma intimidade física que não pode ser comparada com nenhum outro
relacionamento. Nada poderá tomar o lugar do sexo, nos casamentos íntimos, da
forma que Deus planejou que fosse. Ele é a estrutura para a expressão de muitas
sensações excitantes e poderosas, como alegria, amor, confiança, sentido de per-
tencer e prazer verdadeiro. A relação sexual também ajuda a dissipar e atenuar
as emoções e comportamentos negativos, como hostilidade, excesso de críticas
e distanciamento defensivo. Os casais que frequentemente e por consentimento
mútuo relacionam-se amorosamente mantêm inativos os dragões que podem
ameaçar o companheirismo íntimo.

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1 SUBMISSÃO E EGOÍSMO DIVINOS


Os cristãos precisam ser capazes de praticar o egoísmo correto. Todavia, ser egoísta
parece estar em conflito direto com o tradicional ensino cristão de considerar
os outros em primeiro lugar e nós mesmos em último. Como cristãos, também
somos encorajados a ser submissos. Isto é, somos encorajados a colocar as ne-
cessidades e sentimentos do outro cônjuge à frente dos nossos. E, na verdade,
a submissão é um componente significativo de uma grande vida sexual. Pela
submissão, honramos nossos cônjuges e os tratamos sem egoísmo, de maneira
que eles verdadeiramente se alegram e descansam. Porém, gozar a plenitude do
sexo também significa ser egoísta. Se estamos sempre pensando no bem-estar do
outro e reprimindo as nossas necessidades e sentimentos, na realidade estamos
privando-nos do direito dado por Deus de usufruir uma satisfação sexual plena.
O relacionamento amoroso íntimo é uma parceria em que estão presentes tanto
o egoísmo quanto o altruísmo.
De forma frequente, a Bíblia desenvolve dois princípios que parecem ser con-
flitantes, porém são componentes de equilíbrio de um conceito paradoxal. Alguns
exemplos disso são: lei/graça, masculinidade/feminilidade, carregue o seu próprio
fardo/carregue o fardo do próximo e altruísmo/egoísmo. Quando enfatizamos
somente uma metade desses conceitos equilibrados, negando a outra metade, a
sua eficácia é diminuída. Temos de acrescentar à submissão e ao altruísmo os
princípios complementares do amor-próprio e egoísmo.
O egoísmo não parece obter tempo igual no treinamento prático do cristão.
Autoconsciência e reconhecimento da responsabilidade pessoal são vitais
para edificar uma divertida sexualidade. No Evangelho de Marcos em 12.31,
encontramos: Amarás o teu próximo como a ti mesmo e ainda em Efésios 5.28:
Assim o marido deve amar sua mulher como ao próprio corpo. Estes ensinamentos
são baseados na ideia de uma autoestima elevada e saudável.
Como cristãos, somos considerados por Deus responsáveis por desenvolver
uma boa autoimagem e autoaceitação sexual, sem nos compararmos com os
outros. Individualmente, somos responsáveis por construir uma autoconsci-
ência vibrante e por aprender a amar e apreciar o potencial de nosso corpo
para a sensualidade. Como indivíduos, somos responsáveis por desenvolver
a nossa própria sexualidade e amor divertido. Precisamos compreender as
nossas necessidades sexuais e preenchê-las definitivamente. Deus encoraja a
autonomia e a responsabilidade pessoal por nossa vida, nosso corpo, assim
como por nossa sexualidade.
Os orgasmos são um excelente exemplo de um egoísmo sexual saudável. O seu
cônjuge não vivencia o seu orgasmo. É um prazer pessoal intenso, que envolve
a sua mente e o seu corpo. Egoisticamente, você deixa que a sua mente desfrute
a intensidade de sua excitação.

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Como frequentemente ocorre nos princípios complementares de Deus, o


egoísmo e o altruísmo equilibram-se e criam a mais completa integridade. Você,
egoisticamente, usufrui o seu orgasmo, mas altruisticamente permite que o seu
cônjuge veja quanto prazer ele proporcionou a você. O seu cônjuge é estimulado
pela sua excitação pessoal e intenso gozo de sentimentos eróticos. Este egoísmo
cria uma intimidade mútua que é, ao mesmo tempo, prazerosa e unificadora. De
fato, o egoísmo é um grande agente estimulador, tanto para você quanto para
seu cônjuge.
Talvez, neste momento, uma questão esteja surgindo em sua mente: Isto não
é uma forma pecaminosa e destrutiva de usar a submissão e o egoísmo? Sempre
que você tiver um princípio, ele poderá ser distorcido e tornar-se destrutivo. A
submissão divina não implica permitir que o seu cônjuge se aproveite sexualmente
de você, enquanto a amargura e o ressentimento crescem em seu interior. Colocar
as necessidades do outro em primeiro lugar não significa que você deva descon-
siderar ou ignorar as suas. A submissão não retira o direito que um cônjuge tem
de confrontar e questionar os comportamentos que sejam pessoalmente nocivos
a ele ou ao relacionamento.
O outro lado do egoísmo é ser autocentrado e achar que o mundo gira em
torno de si. Isto causa um desinteresse em se identificar com as necessidades
do outro e satisfazê-las amorosamente. Ganância, insegurança, falso orgulho
e preguiça criam uma negativa autocentralização, devastando e destruindo a
intimidade sexual. Este egoísmo destrutivo talvez seja sutil e apresente-se como
zelo, de modo que você não tenha de encarar ou lidar com as suas necessidades;
ou talvez não permita que o seu cônjuge cuide de você (“Não, deixe-me acariciar
você; não se preocupe comigo”). Talvez você se faça de mártir e manipule fazendo
uso de chantagem emocional (“Eu estou com muita dor de cabeça, mas se você
precisa...”). Talvez você transmita a imagem de ser frágil ou supersensível (“Acho
que nunca serei tão sensual quanto você deseja”, ou “Eu sei que isto foi há dez
dias, mas você realmente feriu os meus sentimentos”).
A seguir estão três instruções para minimizar a ação destrutiva do egoísmo
e da submissão:

1. Mantenha um equilíbrio entre o egoísmo saudável e o altruísmo. Os opos-


tos precisam estar equilibrados e você deverá observar quando a balança
estiver pendendo para um dos pratos.
2. Verdadeiramente, seja egoísta e submisso. Você deve pedir que as suas
necessidades sejam supridas e deleitar-se com o seu prazer sexual. Você
deve abdicar de suas necessidades e oferecer, como presentes amorosos,
as coisas de que o seu cônjuge necessita.
3. Trabalhe e invista em seu crescimento espiritual para humildemente se tornar
à semelhança de Cristo. O espírito de Deus irá ajudá-lo a se tornar maduro
com o gozo, o amor, a honestidade, a gentileza e a voluntariedade positiva.

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1 UMA UNIÃO ESPIRITUAL E EMOCIONAL

Comentando a respeito da beleza e profundidade do companheirismo conjugal,


Paulo escreve: Por isso o homem deixará pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e os
dois serão uma só carne (Ef 5.31). Relacionar-se sexualmente e criar uma parceria
de uma só carne são processos profundos, misteriosos e dinâmicos.
Ao lançar-nos em nossa exploração da sexualidade, devemos lembrar que
erraremos o alvo se considerarmos o ato amoroso como mera excitação física,
relação sexual e técnica. A relação conjugal nos oferece uma visão sobre o relacio-
namento de Cristo com seus amados seguidores, ou seja, a Igreja. Inclui alegria,
excitamento, confiança, compromisso, cuidado altruísta, amor-próprio e um
companheirismo prazeroso e pleno. Isto é verdadeira intimidade, e nós nunca
seremos capazes de compreender esse grandioso mistério.
O apóstolo Paulo lida mais profundamente com a interação e a relação se-
xual quando fala a respeito do culto pagão a Afrodite, em que as sacerdotisas
do templo eram prostitutas (1Co 6.9-20). Alguns dos cristãos que viviam em
Corinto excitavam-se sexualmente em visitas ao templo das prostitutas. Ele
escreve: Os alimentos são para o estômago, e o estômago, para os alimentos [...]
Mas o corpo não é para a impureza, mas para o Senhor, e o Senhor, para o corpo
[...] Ou não sabeis que quem se une à prostituta torna-se um só corpo com ela?
Como se disse, os dois serão uma só carne [...] Ou não sabeis que o vosso corpo
é o santuário do Espírito Santo? Paulo enfatiza que a união sexual possui uma
dimensão emocional e espiritual; não é como alimentar-se ou casualmente
satisfazer um desejo da carne.
O relacionamento sexual precisa estar baseado em uma parceria conjugal
íntima. Sem o companheirismo amoroso e terno, o sexo torna-se como qualquer
atividade a dois, que perde a perspectiva divina e tem respostas cada vez meno-
res. Andar na montanha-russa ou saborear uma deliciosa pizza é muito gostoso,
mas não gostaríamos de fazer isto, duas ou três vezes por semana, pelo resto de
nossa vida. O casamento de uma só carne, isto é, a fusão espiritual entre marido
e mulher, permite que a união sexual entre eles seja sempre nova e excitante. O
sexo é apenas um meio para atingir um objetivo e não um fim em si mesmo. A
relação sexual une e excita, mas é o relacionamento que fornece o conteúdo e o
significado. Sem o relacionamento íntimo, descobrimos que o sexo se torna so-
mente uma atividade comum (como comer uma bisteca ou descer as corredeiras
de um rio) que rapidamente perde a sua atração.
O relacionamento conjugal reflete, de uma maneira especial e significativa, o
relacionamento de Cristo com a Igreja. Como cristãos, é imperativo que apren-
damos a trazer o amor e os valores de Deus para dentro do nosso casamento,
especialmente na área do relacionamento sexual. Precisamos compreender o
profundo compromisso, a ternura e humildade, a capacidade de servir, liderar e

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falar a verdade em amor, presentes na pessoa de Cristo. Ele demonstrou a base


para a verdadeira união emocional e espiritual.
O casamento e o relacionamento conjugal são conceitos complexos e
misteriosos. A união sexual é uma fantástica experiência emocional e espiritual.
Trazer o seu Idealizador para dentro dessa experiência acrescenta sobremaneira
à nossa compreensão e apreciação do processo.

1 UM POÇO DE ÁGUA

Como terapeuta sexual, a minha passagem bíblica favorita é Provérbios 5.15-19:

Bebe a água da tua própria cisterna,


das correntes do teu poço.
Por que permitir que tuas fontes
e teus ribeiros de águas se derramem pelas ruas?
Sejam somente para ti,
e não divididos com estranhos.
Que teu manancial seja bendito.
Alegra-te com a esposa que tens desde a mocidade.
Como corça amorosa e gazela graciosa,
que os seios de tua esposa sempre te saciem
e que sintas sempre embriagado pelo seu amor.

Nós poderíamos parafrasear esta passagem para as esposas assim:

Alegra-te com o marido da tua mocidade.


Gamo gentil, e forte cervo as mãos e boca de teu marido satisfaçam-te
em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias

Com frequência a Bíblia usa a água como uma poderosa metáfora significando
limpeza, cura e rejuvenescimento. Há lindas imagens como “ribeiros no deserto”,
“água da vida” e “águas tranquilas”. Que retrato fantástico da natureza dinâmica
da relação amorosa é a comparação com uma cisterna, um poço, um ribeiro e
um manancial de água. É como se fosse um reservatório de águas saciadoras e
refrescantes, garantindo-lhe um suprimento seguro para o resto de sua vida.
De um lado, a sua vida sexual é como uma cisterna na qual você armazena
muitas lembranças amorosas e um elenco de atividades sensuais de atração.
Você pode mergulhar nessa cisterna repetidas vezes em suas fantasias amoro-
sas, em busca de estímulo e prazer. De outro lado, o relacionamento sexual é
como um rio ou uma fonte de água. O sexo no casamento possui a qualidade de
renovação e constante mudança. Assim como o antigo filósofo grego Heráclito

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atentamente olhou para o rio e percebeu que a vida era um processo dinâmico
e mutável, que se modificava constantemente, você também pode fazer do seu
relacionamento conjugal uma atividade a dois em que sempre haverá espaço
para novidades e renovações.
Uma vida sexual rotineira e enfadonha não é plano de Deus. Leia este livro,
renove a sua mente e as suas atitudes e procure ser sensual e descontraidamente
brincalhão. Dessa forma, você poderá ter relações sexuais quatro vezes por semana
pelos próximos quinze anos e ainda assim nunca esquadrinhará as surpreendentes
facetas deste misterioso “ribeiro” sexual, que é o tornar-se uma só carne.
Gosto muito dos verbos alegrar-se, saciar-se e embriagar-se, presentes na
passagem de Provérbios. Prazer e satisfação fazem parte dos objetivos a serem
alcançados no relacionamento conjugal. É muito importante que os cônjuges se
alegrem em estarem juntos no ato sexual. Podemos regozijar-nos com o cônjuge
da nossa mocidade. Nossa criatividade, imaginação e amor nos permitem perma-
necer sempre atraídos sexualmente pelo amante da nossa juventude. Estaremos
sempre satisfeitos e inteiramente cativos.
Também aprecio muito de um ditado do Talmude, os ensinos judaicos a res-
peito dos chamados livros mosaicos, ou seja, os cinco primeiros livros da Bíblia:
“Deus nos responsabilizará de cada prazer que nos seja possível usufruir e que
negligenciarmos”. Como casais e indivíduos cristãos que somos, talvez precisemos
modificar nossas atitudes com relação ao regozijar, a estar satisfeito e atraído e
principalmente a apreciar o prazer sexual. Você poderá sentir alegria, excitação
e satisfação imensas quando permitir que Deus abençoe o seu relacionamento
e ainda seguir o plano dele a fim de que você seja como um manancial de águas
refrescantes para o seu cônjuge.

1 UMA CELEBRAÇÃO ERÓTICA

Quando eu era mais jovem, antes de ter ouvido sobre tantas decepções, desencontros
e tragédias sexuais, costumava pensar que a ênfase cristã sobre sexo ser uma união
emocional e espiritual era exagerada e fora da realidade. Eu estava cansado de ouvir
sobre a importância de ter um relacionamento com compromisso e de construir boas
cercas de proteção. Desejava obter informações mais sólidas e discutir abertamente
a respeito do sexo. Com frequência imaginava que espiritualizávamos o sexo porque
na realidade sentíamos receio e medo de conversar a respeito de partes do corpo,
posições sexuais, fantasias eróticas e do prazer possível na relação sexual. Tínhamos
medo de encarar os conceitos do prazer, as técnicas sexuais e a atração erótica.
Como terapeuta sexual, agora percebo que a maioria dos conflitos tem sua
origem em deficiências espirituais e da alma (por exemplo, falta de honestida-
de, baixa aceitação do corpo ou incapacidade de dar ou sentir prazer). Agora,
compreendo melhor a necessidade de desenvolver habilidades que facilitem o

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relacionamento e de possuir um compromisso e vínculos emocionais mais pro-


fundos. Apesar disso, continuo achando que a Igreja tem sido tímida e relutante
em falar aberta e honestamente sobre o sexo, especialmente com respeito ao
prazer erótico possível nesse relacionamento.
O sexo é uma celebração erótica! Eros, a palavra grega que significa o amor
sexual, inclui a ideia de fusão, paixão, atração e união. O amor erótico é perder-se
nos olhos do outro. O amor erótico é imaginação, antecipação, diversão, ambiente
e amantes que se deleitam fisicamente um com o outro.
O livro de Cantares de Salomão apresenta inúmeras imagens lindas para
retratar o amor erótico:

Beije-me ele com os beijos da sua boca,


pois seus afagos são melhores do que o vinho (1.2).
O meu amado é meu, e eu sou dele;
ele cuida do rebanho entre os lírios (2.16).
Os teus seios são como dois filhotes gêmeos da gazela,
que repousam entre lírios (4.5).
De ti brota um pomar de romãs,
com frutos excelentes e flores de hena e nardo (4.13).
És fonte de jardim,
poço das águas vivas, correntes que descem do Líbano! [...]
Que o meu amado entre no seu jardim e
coma os seus frutos deliciosos! (4.15-16).
A minha própria vinha está a meu dispor (8.12).

Essas passagens descrevem a paixão erótica de uma forma poética, usando o


corpo, a emoção, a fantasia e os sentimentos. O sexo é a curiosa e excitante ex-
ploração do corpo um do outro, com o objetivo de proporcionar prazer. É criar
uma atmosfera estimulante e divertida no jardim de ambos, compartilhando os
excelentes frutos e bebendo do poço das águas vivas do seu relacionamento sexual.
Há muitas interpretações sobre o que é permitido ou não para um cristão com
relação ao prazer genital, quando você “apascenta o seu rebanho entre os lírios
e prova dos excelentes frutos do jardim do sexo conjugal”. Um exemplo disso
seriam os diferentes pensamentos e opiniões sobre o sexo oral e a estimulação dos
órgãos sexuais do cônjuge com a boca. A Bíblia não nos diz nada a esse respeito.
A comunidade cristã frequentemente tem-se mostrado contrária ao sexo oral,
algumas vezes por razões menores, como considerar que a região genital é “anti-
higiênica” ou “muito íntima”, ou ainda, por considerar que os cristãos deveriam
ser cautelosos com relação à excessiva permissividade na busca do prazer sexual.
Talvez os cristãos também se perguntem se o sexo oral não enfatiza em demasia
o orgasmo, a ponto de outros métodos de relacionamento sexual se tornarem
menos preferidos. Sob este ponto de vista, talvez alguns entendam que o sexo

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oral reduz importância que a penetração sexual propriamente dita tem no plano
de Deus do “tornar-se uma só carne”. Quando a Bíblia não trata diretamente de
um assunto, entretanto, devemos voltar-nos para outros valores das Escrituras
que nos auxiliem a orientar o nosso comportamento. À luz de outras proibições,
o sexo oral pode ser utilizado como uma das muitas maneiras de tornar mais
prazerosa a relação sexual, embora alguns casais escolham não utilizar esta
expressão de amor.
Na Bíblia, somos chamados a ser atenciosos e gentis. Isto significa que jamais
devemos fazer qualquer coisa ou praticar qualquer ato que viole a sensibilidade
do nosso cônjuge ou ofenda-o sexualmente. O nosso corpo é o templo de Deus e
deve ser tratado respeitosamente e não danificado. (Para uma pequena porcen-
tagem de mulheres, o sexo oral talvez aumente o risco de infecções. Portanto,
essas mulheres deveriam evitá-lo.) Somos exortados a ter autodisciplina e
equilíbrio, seja com respeito ao sexo oral ou a qualquer outro meio de estimu-
lação erótica, nunca desviando o objetivo da relação amorosa ou da comunhão
íntima. A relação sexual é uma celebração do nosso companheirismo de uma
só carne e nunca deveria estar simplesmente associado ao orgasmo, à relação
sexual ou ao prazer sexual. Como amantes, devemos confiar as nossas áreas
íntimas somente ao nosso cônjuge, porém, de fato “a vinha que me pertence
está ao meu dispor”, e devemos aprender a não ter vergonha ou inibições com
relação às nossas áreas genitais.
Com relação aos comportamentos não abordados claramente pelas Escrituras,
como o sexo oral, com certeza sempre haverá discórdias entre os cristãos quanto a
serem ou não benéficos para o relacionamento amoroso conjugal. Tudo bem. Deus
promete em Filipenses 3.15,16 que, se agirmos em verdade, realmente compreen-
deremos. Ele nos ajudará a sermos maduros e a chegarmos a uma compreensão
da sua vontade. Um dos propósitos deste livro é o de encorajar cada um de nós a
pensar cuidadosamente a respeito da sexualidade e do relacionamento sexual e
agir em conformidade com a verdade e o plano divinos. Este livro é baseado na
verdade de Deus com todo o temor e respeito. Juntos, nós, cristãos, precisamos
resgatar dos valores distorcidos deste mundo, o verdadeiro dom de Deus que é
a sexualidade. Vamos criar uma teologia sexual precisa e prática e utilizá-la no
dia a dia do nosso casamento.
Relacionar-se sexualmente é uma ligação íntima e o ato de derrubar as muralhas
de defesa, de tal modo que O meu amado é meu, e eu sou dele. Voluntariamente
vocês estão nus e vulneráveis. Os amantes são capazes de sentir liberdade e des-
prendimento juntos, baseados no amor, na confiança e no compromisso. É um
sentimento de companheirismo único e é muito excitante estar nu e não sentir
vergonha alguma, quando você celebra o sexo no casamento. É um ciclo que você
pode repetir intensamente através, porque ele é fundamentado em seu companhei-
rismo íntimo. No capítulo seguinte, vamos desenvolver ainda mais a importância
deste companheirismo amoroso e a necessidade de sermos amantes maduros.

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