Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
AULAS 1 /2
I INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS SUCESSÕES
1. O Direito das Sucessões
O Direito das Sucessões como parte do Direito Civil.
O sentido do Direito Civil como disciplina ao serviço do livre
desenvolvimento e realização da pessoa nas suas relações com as outras
pessoas; a autonomia da pessoa, poder de autodeterminação e igualdade.
2. O problema do Direito das Sucessões e o seu fundamento
2.1. O problema sucessório
A rutura provocada pela morte e o problema da atribuição das relações
patrimoniais transmissíveis de que era titular o de cuius. Uma abordagem
contemporânea e funcional do problema sucessório: o problema da
“atribuição” do património – em sentido global e jurídico - do falecido.
2.2. Fundamento do Direito Sucessório e conceito de sucessão mortis
causa.
Uma perspetiva do fundamento do Direito das Sucessões coerentemente
articulada com os princípios constitucionais: o reconhecimento do direito
fundamental à propriedade privada e à sua transmissão em vida e por morte
(artigo 62º, n.º1, da CRP). Um conceito de sucessão mortis causa prática e
sistematicamente adequado: a “aquisição” como liberalidade do património
do falecido.
Rejeição da teoria da continuação da pessoa do defunto pelo seu herdeiro. O
significado do preceito consagrado no artigo 71.º, n.º 1: proteger o interesse
que pessoas vivas têm na integridade da pessoa moral do falecido; a proteção
é limitada às providências adequadas, não havendo lugar a direito de
indemnização (HÖRSTER, A parte geral....1992, p. 302).
1
O plano de ordenação da matéria civilística conhecido por plano de Gaio ou romano
francês, que dividia o Direito Civil em três partes: pessoas (a pessoa e a família), coisas
(direitos reais) e ações ou modos de adquirir (as sucessões por morte, as obrigações e os
contratos). O Código português de 1867, se bem que influenciado pelo modelo francês,
consagrou uma sistematização original, partindo do homem como sujeito de direitos e
traçando aquilo a que se chamou uma biografia do sujeito jurídico (cfr. CARLOS ALBERTO
DA MOTA PINTO, Teoria Geral do Direito Civil, 4ª Edição (por António Pinto Monteiro e
Paulo Mota Pinto), Coimbra Editora, 2005, p. 28 e 29). No Código de Seabra as Sucessões
apareciam reguladas na Parte II, como referentes a direitos que se adquirem por mero
facto de outrem e direitos que se adquirem por simples disposição da lei. O Código Civil
de 1966 afastou o sistema do Código anterior adotando a chamada sistematização
germânica, modelo que a doutrina portuguesa já vinha a seguir desde Guilherme Moreira
(cfr. CAPELO DE SOUSA, ob. cit., 2000, pp. 15-16, referência em nota sobre as
sistematizações dos Códigos Civis portugueses de 1867 e de 1966).
AULAS 3/4
B. Princípios estruturantes do sistema sucessório português
1. Direito à transmissão por morte e sucessão mortis causa
a) A morte como pressuposto da abertura da sucessão.
Morte física. Presunção de morte e justificação do óbito. Morte presumida.
Presunção de comoriência. Prova da morte. Registo da morte.
b) Conceito de sucessão mortis causa: aquisição por causa da morte («a
aquisição por uma ou mais pessoas, a título gratuito, como liberalidade, de
direitos e vinculações que integram o património de uma pessoa falecida, ou
que nele se fundam, e que se não extinguem por efeito da sua morte»
(CARVALHO FERNANDES, Lições de Direito das Sucessões, cit., p. 62).
c) A morte como causa ou concausa de aquisição de bens.
Distinção entre atos inter vivos e atos mortis causa; atos post mortem e atos
trans mortem
d) objeto da sucessão: a transmissibilidade por morte da generalidade das
relações patrimoniais. As situações de intransmissibilidade por morte.
Hereditabilidade do direito a compensação por danos não patrimoniais. O
caso particular do dano da privação da vida. Transmissão mortis causa de
direitos cujo regime não segue o da sucessão comum (o direito ao
arrendamento urbano para fins habitacionais ou para fins não habitacionais).
Direitos que se constituem com a morte sem haver sucessão (ex. direito de
usufruto, direitos dos beneficiários de seguro de vida).
e) Os sucessíveis: a designação sucessória. Títulos designativos e sua
hierarquia. Consistência das designações sucessórias: expetativa jurídica dos
AULAS 5/6
f) Os sucessores e sua qualificação: critério de distinção entre o herdeiro e o
legatário e importância prática da distinção
g) A legitimação sucessória. Vocação sucessória: vocação inicial, vocação
subsequente, vocação diferida (conceturos, pessoas coletivas a constituir).
Pressupostos da vocação sucessória: titularidade da designação sucessória
prevalente, personalidade jurídica (o caso especial da vocação sucessória
legal e testamentária dos nascituros e da vocação testamentária dos
conceturos), capacidade sucessória (situações de indignidade referentes a
todos os sucessores, efeitos da indignidade, casos em que a indignidade tem
de ser declarada, reabilitação do indigno e seus limites) (alusão à distinção
com a deserdação e remissão do seu estudo para o contexto da sucessão
legitimária).
AULAS 7/8
h) Conteúdo da vocação sucessória: atribuição do direito de suceder, direito
esse que o sucessível pode aceitar ou repudiar (remissão do seu estudo mais
aprofundado para o contexto do princípio da liberdade de aceitar ou
repudiar). A transmissão do direito de aceitar ou repudiar: quando o
efetivamente chamado falece sem ter exercido o seu direito de aceitar ou
repudiar a sucessão, transmite-se este direito aos seus herdeiros, verificando-
se então dois fenómenos sucessórios.
AULAS 9/10
2. Liberdade de dispor por testamento
a) Noção e modalidades do testamento.
b) O testamento como ato de disposição de última vontade (facto
designativo). A liberdade de testar. A tutela da vontade do testador.
c) Características do testamento como negócio jurídico: mortis causa,
unilateral, não recetício, gratuito, pessoal (as exceções da substituição
pupilar e quase pupilar em que são designados os sucessores do filho menor
de dezoito anos ou do filho interdito por anomalia psíquica), singular (a
eventualidade da intervenção do cônjuge meeiro nos termos do artigo 1685.º,
n.º 3, b)) (ANTUNES VARELA); formal, livremente revogável (revogação
expressa e revogação tácita).
d) Capacidade testamentária e ilegitimidades testamentárias (arts. 2192.º a
2198.º).
e) Falta e vícios da vontade.
f) Interpretação e integração do testamento (arts. 2187.º).
g) Regime da invalidade do testamento (arts. 2308.º a 2310.º) e
aproveitamento de disposições inválidas (arts. 292.º e 2187.º).
h) Caducidade do testamento (art. 2317.º).
AULAS 11/12
3. Sucessão “forçada” a favor dos familiares mais próximos (sucessão
legitimária a favor do cônjuge, descendentes e ascendentes)
AULAS 13/14
f) A colação como medida indireta de proteção da legítima: operação da
partilha prevista na lei para o caso de concurso hereditário de descendentes
que os obriga à imputação das liberalidades (doações e despesas) feitas pelo
autor da sucessão a seu favor, com vista à maior igualação possível entre eles
(artigos 2104.º, 2015.º, 2110.º, 2108.º). Diferentes regimes e âmbitos das
obrigações de conferência e de igualação: o regime supletivo; o regime
convencional da dispensa de colação (2113.º e 2114.º). O regime
convencional da colação absoluta (Escola de Coimbra): as doações por conta
da legítima (a vontade do doador manifestou-se no sentido da igualação total
entre os descendentes, mesmo que tal igualação implique a redução das
doações). A doutrina que defende que o cônjuge também está sujeito a
colação.
AULAS 15/16
4. Proibição dos contratos sucessórios
a) O princípio (2028.º, n.º 2, do CC) e sua justificação tradicional: preservar
a liberdade de dispor por morte e o direito de aceitar ou de repudiar do
sucessível. Escassa relevância prática dos pactos sucessórios legalmente
admitidos. Importância prática, no plano do planeamento sucessório, da
proibição de renunciar à sucessão de uma pessoa viva e da proibição de
dispor de um eventual (futuro) direito à sucessão de uma pessoa viva.
AULAS 17/18
5. Proibição de cláusulas de inalienabilidade nos atos de última vontade
em mais de um grau
a) A proibição das cláusulas de inalienabilidade em mais de um grau (artigo
2295.º).
b) A substituição fideicomissária e a sua limitação a um grau (artigos 2286.º
e 2288.º). Direitos e obrigações do fiduciário (artigo 2290.º), autorização
judicial para alienar ou onerar os bens em fideicomisso (artigo 2291.º),
devolução dos bens ao fideicomissário (artigo 2293.º).
AULAS 19/20
6. Sucessão ab intestato (sucessão legítima)
a) Fundamento da sucessão legítima; natureza supletiva da sucessão legítima
b) Herdeiros legítimos: a relevância dos vínculos familiares mais próximos;
efeitos sucessórios da adoção restrita
c) O processo especial de liquidação da herança vaga em benefício do Estado
(artigos 2152.º a 2155.º do CC e 938.º a 940.º do CPC): citação dos
interessados incertos, declaração de herança vaga, liquidação da herança,
adjudicação do remanescente ao Estado).
d) Princípios da sucessão legítima.
7. Carácter unitário da herança
a) O tratamento unitário da herança. A herança como fenómeno de separação
patrimonial (património separado do património do herdeiro). Os vários
estados da herança e implicações de regime. Autonomia patrimonial quanto
AULAS 21/22
10. Direito de exigir a partilha no caso de pluralidade de herdeiros
a) A herança indivisa como património coletivo.
b) O direito à partilha (=o direito a fazer cessar a indivisão da herança).
O fim último a que a sucessão mortis causa se destina só é alcançado com a
atribuição dos bens aos sucessores, isto é, quando os bens ingressam no
património do sucessor. Os legatários adquirem, com a aceitação, direitos
sobre os bens a que foram nomeados (embora a determinação dos bens possa
2
AUGUSTO LOPES CARDOSO, Partilhas Judiciais, 6ª Edição, Vol. I, II e III, Almedina,
Coimbra, 2015, pp. 72-75.
AULAS 23/24
III TUTELA DOS DIREITOS SUCESSÓRIOS
A. Perspetiva do autor da Sucessão: o planeamento sucessório
1. Escolha dos elementos que integram o património
2. Separação de elementos do património
3. Testamentos e negócios alternativos
4. Negócios de antecipação dos efeitos sucessórios
B. Perspetiva dos sucessores: aspetos substantivos e processuais
1. Tutela dos direitos na pendência da sucessão: herança jacente e herança
sob condição suspensiva
2. Direito de suceder e a prova da qualidade de sucessor. Habilitação de
herdeiros e legatários
3. Tutela dos direitos sobre a herança adquirida (Remissão: petição da
herança e reivindicação do legado; administração da herança; alienação da
herança; liquidação do passivo hereditário; sonegação de bens da herança).