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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA HABILITADA EM TELECOMUNICAÇÃO

DOUGLAS REZENDE PAULO

USO DA PLATAFORMA ASTERISK PARA


GERENCIAMENTO DO SISTEMA DE TELEFONIA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Juiz de Fora
2017
DOUGLAS REZENDE PAULO

USO DA PLATAFORMA ASTERISK PARA


GERENCIAMENTO DO SISTEMA DE TELEFONIA

Monografia aplicada a disciplina: Trabalho


de conclusão de curso TCC, curso de En-
genharia Elétrica Habilitada em Telecomuni-
cação, da Universidade Federal de Juiz de
Fora como exigência para a conclusão do
curso de graduação.

Orientador: Prof. Fabrício Pablo Virgínio de Campos

Juiz de Fora
2017
DOUGLAS REZENDE PAULO
USO DA PLATAFORMA ASTERISK PARA GERENCIAMENTO DO SISTEMA DE TELEFO-
NIA/ DOUGLAS REZENDE PAULO. – Juiz de Fora, 2017-
49 p. : il. (algumas color.) ; 30 cm.

Orientador: Prof. Fabrício Pablo Virgínio de Campos

trabalho de conclusão de curso – UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA


FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA HABILITADA EM TELECOMUNICAÇÃO , 2017.
IMPORTANTE: ESSE É APENAS UM TEXTO DE EXEMPLO DE FICHA CATALOGRÁFICA.
VOCÊ DEVERÁ SOLICITAR UMA FICHA CATALOGRÁFICA PARA SEU TRABALHO NA
BILBIOTECA DA SUA INSTITUIÇÃO (OU DEPARTAMENTO).
DOUGLAS REZENDE PAULO

USO DA PLATAFORMA ASTERISK PARA GERENCIAMENTO DO SISTEMA DE


TELEFONIA

IMPORTANTE: ESSE É APENAS UM


TEXTO DE EXEMPLO DE FOLHA DE
APROVAÇÃO. VOCÊ DEVERÁ SOLICITAR
UMA FOLHA DE APROVAÇÃO PARA SEU
TRABALHO NA SECRETARIA DO SEU
CURSO (OU DEPARTAMENTO).

Trabalho aprovado. Juiz de Fora, DATA DA APROVAÇÃO:

Prof. Fabrício Pablo Virgínio de Campos


Orientador

Professor
Convidado 1

Professor
Convidado 2

Juiz de Fora
2017
Dedicatória

Dedico este trabalho à minha família, por sua capacidade de acreditar e investir
em mim. Aos meus pais e queridos tios, seus cudiados e dedicação foram o que deram,
em alguns momentos, a esperança para seguir nessa caminhada.
Aos meus amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas.
E sobre todas essas coisas, dedico a Deus, por mais essa vitória em minha
vida.
Agradecimentos

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus por estar sempre abençoando e


iluminando meu caminho.
Depois agradecer minha família que me apoiou em todos os momentos conturba-
dos de final de curso e de criação deste documento com muita paciência, compreensão,
incentivo e oração. Agradeço também a todos os amigos de faculdade e colegas de
trabalho que de alguma forma contribuíram com a criação deste documento.
Por fim agradecer ao meu orientador e a todos os professores da Faculdade de
Engenharia Elétrica responsáveis pela minha formação acadêmica.
“ The question in my mind isn’t so much
“where is Asterisk going” but “where is the te-
lephony industry going” (ASTERISK: THE FU-
TURE OF TELEPHONY, 2007)
Resumo

Este documento tem seu estudo direcionado para uma solução tecnológica de gestão
da telefonia de uma Micro ou pequena empresa. Tal solução tecnológica é baseada em
cima do Asterisk que é uma plataforma telefônica open source que pode executar todas
as funções PABX convencional, como URAs, correio de voz, conferências, transferên-
cias de chamadas, entre outras, junto com as principais tecnologias de comunicação
existente: linhas telefônicas analógicas, linhas telefônicas digitais, GSM e VoIP se
tornando uma completa solução de integração. Além da integração proporcionada
pelo seu uso o Asterisk consegue separar cada segmento entre a origem e destino
de uma ligação e monitorar todo o tráfico de áudio entre eles. Para demonstrar esta
solução baseada no Asterisk será necessário abordar todos os conceitos envolvidos
no processo necessários para sua implementação.
Palavras-chaves: Asterisk, PABX,VoIP
Abstract
Lista de ilustrações

Figura 1 – Etapas de cada fase do projeto..................................................................... 25


Figura 2 – VMware Virtual Box versão 5.1 ..................................................................... 29
Figura 3 – Nome e sistema operacional da maquina vistual. ...................................... 30
Figura 4 – configurações da maquina virtual ..................................................................31
Figura 5 – Ordem de boot ................................................................................................. 32
Figura 6 – Habilitando a placa de rede ........................................................................... 32
Figura 7 – Instalação do debian ....................................................................................... 33
Figura 8 – Escolha do idioma do S.O ...............................................................................34
Figura 9 – Nome da maquina linux .................................................................................. 35
Figura 10 – Metodo de Particionamento ........................................................................... 36
Figura 11 – Esquema de particionamento ........................................................................ 36
Figura 12 – Finalizando o processo de particionamento.................................................37
Figura 13 – Habiltando o espelho de rede........................................................................ 38
Figura 14 – Escolhendo o endereço do espelho de rede............................................... 38
Figura 15 – Escolha dos componentes basicos do sistema .......................................... 39
Figura 16 – Finalizando a instalação do Debian.............................................................. 40
Figura 17 – fazendo o login no Debian ............................................................................. 40
Figura 18 – Configuração da interface de rede ................................................................41
Figura 19 – Configuração de DNS ..................................................................................... 42
Figura 20 – Comandos para intalação do Asterisk ......................................................... 42
Figura 21 – Cenario de teste do servidor Asterisk .......................................................... 43
Figura 22 – configuração de variaveis globais ..................................................................44
Figura 23 – Configurações dos ramais SIP .......................................................................44
Figura 24 – Criação de ramais SIP .................................................................................... 45
Figura 25 – Plano de discagem para ligações entre ramais .......................................... 45
Figura 26 – acessando as configurações da conta SIP ................................................. 46
Figura 27 – Configurações da conta S .............................................................................. 46
Lista de tabelas

Tabela 1 – Comparativo entre solução PABX e IPBX. ...................................................14


Lista de abreviaturas e siglas

PABXPrivate Automatic Branch Exchange

SIPSession Initiation Protocol


Sumário

1 Introdução ......................................................................................................... 13

2 Asterisk...............................................................................................................17
2.1 Motivação ...........................................................................................................17
2.2 Características do Asterisk .......................................................................... 18
2.2.1 O que se pode fazer com o Asterisk .............................................................. 18
2.2.2 O que o Asterisk não é ..................................................................................... 22
2.2.3 Trade-Offs .....................................................................................................................22

3 Processo de instalação ................................................................................. 25


3.1 Etapas ................................................................................................................ 25
3.1.1 Etapa 1 – Levantamento do Ambiente .......................................................... 25
3.1.2 Etapa 2 – Estudo de Viabilidade e Planejamento ........................................ 26
3.1.3 Etapa 3 – Elaboração da Proposta ................................................................ 26
3.1.4 Etapa 4 – Implantação da Solução / Suporte ............................................... 26
3.1.5 Etapa 5 – Homologação (Testes e Treinamento)............................................ 27
3.1.6 Etapa 6 – Documentação / Gerenciamento.................................................. 28

4 Instalação da plataforma Asterisk.............................................................. 29


4.1 Instalação do VMware.................................................................................... 29
4.2 Instalação do Debian ..................................................................................... 30
4.2.1 Criando sua primeira máquina virtual ............................................................ 30
4.2.2 Configuração da maquina virtual .....................................................................31
4.2.3 Instalação do Debian ........................................................................................ 33
4.3 Configuração de rede .....................................................................................41
4.4 Instalação do Asterisk ................................................................................... 42
4.5 Configuração sip.conf e extensions.conf ................................................ 42

5 Conclusão ......................................................................................................... 48

Referências ....................................................................................................... 49
13

1 Introdução

No cenário atual da economia muito se tem falado no termo recessão, devido aos
vários acontecimentos que afetaram de forma negativa a economia brasileira. Dessa
forma gestores buscam cortar os gastos, principalmente com internet e telefonia, que
são recursos básicos e essenciais aos processos operacionais, mas que, mal geridos,
podem gerar desperdícios financeiros. Esse retrocesso na economia fez com que seja
colocado em foco a infraestrutura operacional das empresas buscando objetivos como
otimização, eficácia e eficiência dos processos afim de reduzir esses desperdícios
causado pela má gestão.
No setor de telecomunicações, os modelos tradicionais, as empresas usavam
centrais telefônicas independentes PABX (Private Automatic Branch Exchange ), que
tinha como objetivo receber as ligações da rede pública PSTN (Public switched te-
lephone network) e de distribui-las em todos os departamentos da empresa a ela
conectada. Os PABX foram muitos utilizados por empresas na última década para
cortar os altos custos de linha analógicas de operadoras, mas um dos problemas dessa
central telefônica era que ela não era escalável, assim quando a empresa necessitava
mudar a sua infraestrutura era necessário que novos recursos fossem incluídos através
de placas e circuitos a central PABX. Esse procedimento além de ser trabalhoso devido
à complexidade das centrais exigia ainda um alto investimento na compra de novos
hardwares, cabo e mão de obra especializada para implementação e manutenção.
Com a chegada e amadurecimento da internet, o aparecimento de novos dispo-
sitivos, novos processos e formas de comunicação, levou a necessidade de adequar
as antigas centrais telefônicas a nova demanda do mercado na busca de recursos
mais maleáveis e escaláveis. Dessa conjuntura surge o sistema de PABX por software,
onde a comutação deixa de ser por circuitos e passa a ser por pacotes através da
rede de computadores, daí o termo IPBX. Esse progresso na comunicação possibilitou
surgimento de modelos de gestões otimizadas e mais eficientes, que permitem maior
controle do fluxo de ligação, escolhas de melhores rotas, aumento da produtividade e a
principal vantagem a redução de custos. Os IPBX têm os mesmos recursos da central
convencional e ainda conseguem reutilizar a estrutura já existente de telefonia. Além
disso possuem recursos como gravações de ligações, siga-me, conferências, call backs
e secretárias eletrônicas podem ser adicionados ao cenário com muita facilidade.
Capítulo 1. Introdução 14

Tabela 1 – Comparativo entre solução PABX e IPBX.

PABX IPBX

Solução completa e inteligente em plataforma


Necessita de interface e placas adicionais IP. Não há limite de expansão, o limite imposto é
o existente pelo hardware do equipamento
servidor.

Gerenciamento, controle e expansão de ramais,


permitindo alocar/implementar/gerar novos
Limitação no gerenciamento e expansão de recursos para uso de acordo com as
ramais necessidades da empresa, através da
reprogramação do servidor de telefonia.
Capítulo 1. Introdução 15

PABX IPBX

Necessário cabeamento proprio para voz Mobilidade, economia e convergencia de dados e


voz

Limitação de aplicação e integração com


softwares.Vários modelos de PABX
convencionais não permite reprogramação
de novos recursos, tais como, bloqueios Variedade de aplicação e integrações com softwa-
inteligentes de chamadas de acordo com a res.
operadora de telefonia, o que pode
minimizar consideravelmente os custos por
ligação.

O Asterisk nada mais é do que um software que implementa a solução de


IPBX completo com todas as características e recursos encontrados em uma central
telefônica corporativa, que inicialmente foi desenvolvida pala Digium e que hoje recebe
contribuição de programadores de todo o mundo. Com seu uso conseguimos definir
uma variedade de ações a serem tomada com uma ligação que chega no sistema de
telefonia, como por exemplo: música de espera, quando uma ligação entra no sistema
em que ramal ela irá tocar primeiro, se o ramal não atender, para qual ramal essa
ligação será encaminhada, pode-se determinar se a ligação será gravada, em caso de
ligações após o horário comercial, por exemplo, a ligação pode ser encaminhada para
um número externo ou reproduzir uma mensagem de voz automática, dizendo qual o
horário de funcionamento da empresa ou até mesmo armazenar os recados deixados
fora do horário de atendimento em uma secretária eletrônica ou encaminhar as mensa-
gens em formato de arquivo de áudio para um e-mail específico, pode-se programar o
bloqueio de chamadas para números específicos ou ligações a cobrar, determinar quais
ramais podem ou não efetuar ligações externas ou ligações pra moveis, redirecionar
ligações realizadas para rotas de menor custo, captura de chamadas, transferência de
chamadas, função siga-me, desvio de chamadas, identificador de chamadas, limitador
de duração de chamadas, escuta telefônica. Alguns outros recursos que o sistema
oferece são os de filas de atendimento com a criação de grupos e agentes no caso
Capítulo 1. Introdução 16

de um callcenter, bilhetagem das chamadas, gerando um arquivo para controle das


ligações, sala de conferência, música de espera, URA (unidade de resposta audível),
entre diversos outros recursos.
Próximo capitulo será esboçado alguns recursos que devem ser avaliados para
se decidir se o uso da plataforma Asterisk é a certa para sua operação.

As principais vantagens em optar pelo uso do Asterisk são:

•Redução do custo de ligação (DDD e DDI)

•Funcionalidades flexíveis

•Plano de numeração unificado para toda empresa

•Aumento da produtividade

•Redução do custo de operação de rede (convergência Telecom & TI)

•Integração da empresa

•Escalabilidade

•Expansão das aplicações de voz

•Baixo custo de implementação

Requisitos para implantação do sistema:

• Confiabilidade do sistema (hardware, no-break, largura de banda, redundância


de link, infraestrutura de rede)

•Qualidade de Voz ( QoS - Quality of Service)

•Segurança
17

2 Asterisk

Depois de tratado o conceito da tecnologia Asterisk, esta parte do trabalho se


propõe em apresentar as motivações dessa solução bem como algumas características
importantes que fazem com que esse software seja uma solução bastante eficiente
para gerenciamento do sistema de telefonia.

2.1 Motivação

Muitas das empresas já apresentam uma solução em PABX para o sistema de


telefonia, então quais seriam as vantagens que levariam uma empresa a trocar todo
um legado de sua telefonia para incorporar uma nova solução? As motivações para
migrar para o novo sistema baseado em Asterisk são:

• Mercado em ascensão, prova disso é o crescimento eminente do mercado de


VoIP.

• Redução de custos, a redução de custos possibilitada pelo Asterisk pode ser


vista de forma direta na economia com chamadas via IP, não mais passando em
alguns casos pela PSTN. Deve ser considerada também a economia indireta
quando falamos do agregado de funções, que para serem disponibilizadas em
uma central telefônica convencional eleva imensamente os custos, como a
exemplo o Asterisk não vai te cobrar licença para ramais ou para troncos, se
você fizer uma cotação para instalar 10 novos ramais na sua empresa, o custo
desse processo não sai mais barato que a da plataforma baseada em Asterisk,
até porque para adicionar um ramal não tem licença, é só abrir o painel de
monitoramento e adicionar um ramal.

• Autonomia para controle do sistema de telefonia, esse é um dos recursos de


destaque, pois agora não existe mais a dependência de um técnico de uma
central proprietária. Funcionalidades, mudanças e novos desenvolvimentos
podem ser implementados facilmente;

•Escaláveis, as funcionalidades/possibilidades são inúmeras

• Integrações, possibilidade de integrar ao Asterisk os sistemas de gestão da


empresa o ERP (Entreprise Resource Training) e CRM (Customer Relationship
Management)
Capítulo 2. Asterisk 18

2.2 Características do Asterisk

Para definirmos se o Asterisk é uma boa solução temos que conhecer o que
esse software pode e o que ele não pode fazer e assim analisar seus trade-Offs.

2.2.1 O que se pode fazer com o Asterisk

•Chamadas de estação para estação

Primeiramente, como um PABX, o Asterisk oferece serviços de chamadas de


estação para estação. Isso significa que os usuários podem discar de um telefone
para outro. Embora isso pareça óbvio, alguns sistemas de telefonia de comutação
(frequentemente chamados de Sistemas de Chave) não possuíam extensões para
realização de ligação entre estações.

•Truncamento de linha

Às vezes, as pessoas se referem incorretamente a uma única linha telefônica


analógica como um tronco analógico. Trunking refere-se ao conceito de que muitos
usuários podem acessar a rede telefônica através da partilha de um conjunto de linhas
em vez de cada um receber um individualmente. Pense em um tronco de árvore: todos
os ramos compartilham um tronco e através desta conexão todos têm acesso aos
nutrientes no solo. Da mesma forma, cada extensão de telefone no seu escritório tem
acesso à rede PSTN através de um conjunto menor de linhas telefônicas analógicas.

•Recursos de serviços de telefone tradicionais

Asterisk suporta todos os recursos “padrão” que esperaríamos de qualquer


empresa de telefonia. O Asterisk suporta o envio e recebimento de ID do chamador,
chamada em espera, retorno de chamada, toque distintivo, transferência de chamadas,
encaminhamento de chamadas e assim por diante. Esses recursos básicos e muito
mais são fornecidos pelo Asterisk.

•Distribuição avançada de chamadas (ACD)

O Asterisk pode receber uma chamada telefônica, ver os atributos da chamada


e tomar decisões de roteamento com base nisso. Uma vez que tomamos a decisão
de encaminhar uma chamada, podemos enviá-la para uma gravação, uma caixa de
correio de voz, ou um grupo de agentes de telefone ou podemos direcionar para um fila
de chamadas. Esta flexibilidade nos dá a capacidade de passar de um simples sistema
Capítulo 2. Asterisk 19

telefônico para uma solução poderosa de telefonia. Um fator diferenciador importante


entre o Asterisk e outros sistemas PBX que suportam ACD é que o Asterisk não exige
a compra de uma licença especial para permitir qualquer uso desse recurso. O limite
de quantas filas de chamada para o sistema, por exemplo, é determinado apenas pelo
hardware que usamos.

•Registro de detalhes de chamadas (CDR)

O Asterisk mantém registros de detalhes de chamadas completos (CDR)


que contém todas informações referentes a uma ligação, tais como, quem originou,
número de destino, horário de início e fim, se foi atendido, se não foi atendido, se houve
falha da ligação, ocupado ou sem resposta, entre outros.
O CDR tem como uma das funções o cálculo de tarifação chamada uma vez
que possui detalhes como de origem, destino e duração da ligação, assim o gestor
pode comparar o valor calculado da sua operação com a conta enviada pela operadora
evitando assim abusos nas cobranças. Além do cálculo de tarifação a CDR tem como
função ajudar na monitoração e gestão da telefonia. Para um administrador de uma
rede de telefonia, é imprescindível o monitoramento constante do sistema de modo a
garantir total estabilidade e confiabilidade, dessa forma o CDR é muito importante para
operação.
Podemos citar algumas opções bem interessantes:
- Relatórios com filtro de cidades
- Relatórios com filtro de operadora
- Relatórios com tarifação de acordo com o valor das chamadas para cada uma
das localidades discadas
- Relatórios com filtro de ligações locais, DDD, DDI e muitas outras opções.

•Gravação de chamadas

Asterisk nos dá a capacidade de gravar chamadas, podemos usar


esta função para fornecer materiais de treinamento, como por exemplos de chamadas
que foram mal ou bem atendidas afim de melhorar a eficiência do operacional. Pode
também ser usado para provar o conteúdo das chamadas para satisfazer clientes ou
parceiros, potencialmente útil em uma situação legal. Esse recurso do Asterisk tem
que ser bem avaliado caso a solução proposta seja destinada a processar e gravar um
número substancial de chamadas, assim o hardware deverá ser mais robusto quanto
a processamento e memória. Por isso é muito importante avaliar tudo que o Asterisk
Capítulo 2. Asterisk 20

pode ou não fazer, pois o Asterisk fornece o recurso, cabe a nós determinar se ele é
apropriado e útil para emprega-lo em nossa solução proposta de sistema de telefonia.

•Unidade de reposta audível (URA)

A URA é uma atendente eletrônica programável que dá ao sistema de telefonia


a capacidade e flexibilidade de responder aos clientes de forma rápida e eficiente
para responder duvidas e fornecer informações sem a intervenção de um atendente
reduzindo a carga de trabalho. Este é o tipo de tecnologia que você encontra em
serviços bancários por telefone ou sistemas de pagamento de contas. Quando liga
para o seu banco, ouve áudios programáveis e comandos a serem executados usando
um telefone de tom de toque. Por exemplo: você pode ouvir saudações e mensagens
de status, digite seu número de conta e outros Informações pessoais ou credenciais de
autenticação.
Sistemas como este podem ser, e foram, implementado com o Asterisk. Além
de serviços bancários a URA pode ser usadas para compras em varejo, serviços
públicos (como eletricidade, telefonia, etc.), informações sobre viagens e informações
meteorológicas, entre outros.

•O Asterisk é um sistema de correio de voz

Asterisk tem um sistema de correio de voz totalmente funcional incluído. O


sistema de correio de voz é um sistema centralizado de gerenciamento de mensagens
telefônicas para um grande número de pessoas. Em sua forma mais simples, o correio
de voz reproduz o funcionamento de uma secretária eletrônica. Algumas características
do Correio de Voz é de armazenar as mensagens de voz que chegam em caixas postais
personalizadas associadas com o número do ramal do utilizador, enviar a mensagem
de voz para o e-mail em arquivo de áudio, entre outros.

•O Asterisk é um sistema Voz sobre IP (VoIP)

O servidor Asterisk é um sistema formidável, pois somente com sua


instalação ele já oferece uma infinidade de funcionalidades e recursos, dependendo
apenas de uma conexão com a PSTN para originar e receber a ligação. Essa conexão
com a PSTN pode ser feita de diversas formas, sendo que a mais tradicional é feita
através de linhas analógicas. A conectividade externa agora mais usual para originar
ligação está disponível através da internet sob forma de serviços VoIP (Voz sobre IP),
pois esse tipo de comunicação oferece uma redução muito significativa de custos além
de não haver necessidade de compra de hardware específico para comunicação uma
Capítulo 2. Asterisk 21

vez que a comunicação é realizada através de protocolos de comunicação de internet


TCP/IP, única exigência é que o servidor Asterisk esteja conectado a um link de internet.
Para empresas que possuem filiais ou empregos home office a vantagem é ainda maior,
pois toda a comunicação telefônica entre as empresas podem sair a um custo zero,
para isso aconteça basta que possuam também um computador com o Asterisk e um
link de internet, com isso toda a comunicação entre matriz e as filiais será realizada
através da internet sem a necessidade de nenhuma operadora de telefonia.

No Asterisk temos que a manipulação de ramais é bem flexível, mas como o sis-
tema é digital e baseado em VoIP, para poder ter um ramal existem alguns requisitos,
o primeiro é que telefones analógicos comuns irão precisar de um conversor digital
para analógico (DAC- Digital-to-Analog Converter) para poderem funcionar, para isso
existe um equipamento chamado ATA (Adaptador para Telefone Analógico). O ATA é
autenticado no servidor Asterisk através de um usuário, senha e endereço IP criados e
configurados em ambos os lados, e possuem portas para saída analógica que serão
usadas para conectar os aparelhos analógicos. Outro modo para realizar a conexão
de aparelhos analógicos seria através de aquisição de interfaces PCI, PCI Express
ou EBS (External Board Serie), que realizam essa conversão (DAC) ou então o uso
de equipamentos Media Gateways que possuem diversas saídas analógicas. Outro
recurso muito interessante seria a aquisição de IP Fones, esses aparelhos telefônicos
são digitais, não necessitando de um conversor (DAC) para transformação do sinal, pois
o próprio aparelho já faz a autenticação direto ao servidor Asterisk por meio da rede
interna ou externa e muitas empresas também utilizam o recurso de Softphone, que é
um programa que vem com um interface parecida com a de um telefone e é instalado
no computador, necessitando apenas um Headphone conectado ao computador para
poder efetuar e receber chamadas ou instalado em um smartphone.

Além de originar ligação externa o VoIP consegue também receber ligação externa,
graças à possibilidade de se realizar o atrelamento de números telefônicos ao link
VoIP pelas operadoras de serviços. Quando empresas já possuem números fixos em
suas linhas analógicas ou digitais (canais E1), o sistema Asterisk permite a integração
através de placas PCI normal, PCI Express e EBS para esses casos e que comparado
ao custo de integração dessas placas como os PABXs é significativamente menor, além
de existir modelos para chips de celular, fazendo com que as ligações para móveis
saiam por essa interface, reduzindo dessa forma ainda mais o custo da operação. As
principais marcas são a internacional Digium e as nacionais Digivoice e Khomp.
Capítulo 2. Asterisk 22

2.2.2 O que o Asterisk não é

Agora que discutimos o que podemos fazer com Asterisk, precisamos discutir
o que o Asterisk não é, pois dessa podemos avaliar a importância dessa plataforma,
para determinar se o Asterisk é adequado para a operação.

• Asterisk não é um sistema simples

Asterisk não é um sistema de telefonia fácil de instalar, configurar e usar


que qualquer pessoa sem um mínimo de conhecimento poderia fazê-lo.

• Asterisk não é executado no Windows

Antigamente o Asterisk tinha um CD de demonstração que funcionava


com o Windows, no entanto, hoje em dia o Asterisk não é executado na plataforma da
Microsoft.

2.2.3 Trade-Offs

Há uma série de trade-offs que devemos considerar antes de escolher o


Asterisk. Vamos agora examinar alguns desses trade-offs para que possamos avaliar o
impacto que eles têm sobre o negócio.

•Flexibilidade versus facilidade de uso

Asterisk é um sistema poderoso no qual podemos instalar quase


qualquer coisa e podemos configura-lo nos mínimos detalhes. Isso nos dá uma enorme
flexibilidade. Essa flexibilidade não vem sem custo. Cada um desses detalhes deve ser
pesquisado, compreendido e testado. Cada mudança que fazemos afeta outras partes
do sistema de telefonia, seja para o bem ou para o mal, não sendo uma plataforma fácil
de usar, especialmente para iniciantes. O Asterisk não é a solução certa para todos.
Como qualquer tecnologia que implementamos, devemos considerar seu impacto no
negócio e decidir se ele se tornará algo útil que nos permita trabalhar melhor, ou se
isso exigirá também muita manutenção e outros trabalhos para torná-lo uma adição
eficiente. Isso depende inteiramente de nossos propósitos e disposição.

•Gerenciamento Gráfico de Arquivos de Configuração

O Asterisk atualmente usa arquivos de texto simples para configurar


a maioria das opções. Esta é uma maneira muito simples de criar, fazer backup e
modificar configurações para aqueles que estão confortáveis com o uso de linha de
Capítulo 2. Asterisk 23

comando. Alguns sistemas PBX oferecem uma interface gráfica de usuário (GUI) para
atualizar as configurações. Outros não permitem que a configuração seja alterada,
exceto pela discagem de códigos nos aparelhos telefônicos. Outros ainda não podem
ser configurados, exceto por técnicos certificados que recebem o software e os cabos
necessários do fabricante do sistema de telefone. Algumas boas ferramentas de código
aberto estão sendo criadas para facilitar o gerenciamento do Asterisk. No entanto,
para obter a capacidade total de personalização do Asterisk, a edição de arquivos de
texto ainda é necessária. Ao avaliar o Asterisk, devemos nos perguntar se estamos
confortáveis em trabalhar com arquivos de configuração de texto para o nosso sistema
de telefonia. Se não quisermos ou não conseguimos fazê-lo, o Asterisk pode não ser a
melhor escolha.

•Cálculo do custo total de propriedade

O Asterisk é distribuído como software livre, de código aberto e os


únicos custos envolvidos com o Asterisk são o hardware, mas pode acontecer de
não ser dependendo da personalização do nosso sistema, por exemplo o uso do
codec G.729, que comprime o tráfego de VoIP por um fator de oito enquanto mantém
excelente qualidade de voz apresenta taxas para seu licenciamento, assim dependendo
da maneira como usamos o Asterisk, os custos podem variar muito. O custo total de
possuir o Asterisk também pode incluir:
Custo de aquisição: este é o custo para comprar o PBX. No caso do Asterisk, é
apenas o custo do hardware;
Custo de instalação: este é o custo para configurar e implantar o PBX.
Custo de Licenciamento: este é o custo de todas as taxas de licenciamento. No
Asterisk, isso inclui o custo do licenciamento G.729, se necessário.
Custo de suporte anual: este é o custo estimado da manutenção oferecida ao
sistema.
Além do custo de se possuir um sistema Asterisk é desejável conhecer
também o retorno sobre o investimento (ROI) é basicamente o Custo total de aquisi-
ção subtraído da quantificação do benefício (em dinheiro) para o negócio. Então, se
calculássemos que um novo sistema de telefone economizaria US $ 5000 e custaria
US $ 4000, o ROI seria $ 1000. Outro cálculo interessante a ser feito, que também é
categorizado como ROI, é o momento em que o custo será recuperado. Suponha que
um sistema de telefone custa US $ 5000 para instalar e que você consiga economizar
$ 500 por mês com o novo sistema. Em 10 meses, o custo da instalação do sistema
será absorvido nas economias. Este é um exemplo simples que ajuda a justificar a
substituição de um sistema telefônico existente pelo Asterisk.
Capítulo 2. Asterisk 24

A partir desses custos poderemos então avaliar se o nosso negócio é


viável para implementação.
25

3 Processo de instalação

Neste capitulo será demonstrado todos os passos necessários para a imple-


mentação de um sistema de telefonia, demonstrando detalhadamente as informações
necessárias que deverão ser incorporadas ao escopo do projeto para sua perfeita
execução. Assim, seguir as etapas de um planejamento levara além do sucesso do
projeto a uma redução de tempo e custo.

Figura 1 – Etapas de cada fase do projeto.

3.1 Etapas

Para a realização da implantação do sistema de telefonia é importante que


a organização cumpra adequadamente os requisitos necessários seguindo algumas
etapas do processo como será mostrado a seguir.

3.1.1 Etapa 1 – Levantamento do Ambiente

Ao iniciar um projeto é preciso saber por onde começar, assim teremos uma ideia
mais clara do que está envolvido para alcançar nosso objetivo final. Na implementação,
provavelmente estaremos implantando novos softwares, utilizando equipamentos de
rede, e consequentemente gerando mais tráfego na intranet, com isso, deveremos
considerar a seguinte pergunta: a rede atual do cliente está pronta para receber estes
equipamentos?
Antes de começar, avaliar se a infraestrutura está pronta atualmente é impres-
cindível. Desta maneira, teremos uma melhor ideia do que adquirir, e a ideia referente
ao desempenho que o projeto trará ao cliente, não ferindo as suas expectativas e a
cima de tudo buscando a redução de custos.
Nesta etapa, será feito o levantamento de todo o ambiente do cliente, iden-
tificando o número de pontos que deverão ser interligados, número de usuários da
telefonia, se possui um PABX convencional instalada, tipo de rede usada (ADSL, Frame
Relay, Rádio, Link dedicado, etc.), custo atual da telefonia analisando ligações (fixo
local, fixo longa distância, móvel local e móvel longa distância), qual o tipo de dispositivo
a ser utilizados (telefones IP, ATAs ou softphones) e se a rede atual possui QoS para
priorização do trafego de voz.
Capítulo 3. Processo de instalação 26

Ao Final desta etapa, será gerado um documento de lista de verificação, onde


será utilizado na Etapa 2 referente ao Estudo de Viabilidade e Planejamento.

3.1.2 Etapa 2 – Estudo de Viabilidade e Planejamento

O objetivo desta etapa será analisar o documento de lista de verificação gerado


na etapa anterior e, através dos dados coletados, realizar o estudo de viabilidade para
o cliente. Antecipar tudo o que será utilizado no projeto é de extrema importância para
evitar qualquer surpresa durante a implantação. Sabendo a situação atual do cliente,
pode-se compreender aonde se pode chegar com um projeto VoIP. Planejamento é uma
das etapas mais importantes para a implantação deste tipo de projeto. Caso esta etapa
seja finalizada corretamente, as outras etapas terão o grau de dificuldade reduzido
significativamente. Todas as outras etapas consistirão apenas de verificações se as
expectativas estão sendo alcançadas.
O documento de Levantamento é analisado para compreensão do ambiente
atual e as necessidades do cliente. Através deste documento é feito um Estudo de
Viabilidade e o Planejamento para definição da melhor solução a ser adotada. Após a
realização destas duas atividades, é gerado um documento de viabilidade especificando
a solução mais adequada para redução de custo do projeto.

3.1.3 Etapa 3 – Elaboração da Proposta

Durante esta etapa do projeto, já se tem em mãos quais são as necessidades


do cliente, como também o estudo de viabilidade, e, através de uma proposta técnica e
comercial, é apresentado a descrição de uma solução a ser adotada em seu ambiente.
A proposta deverá conter uma descrição detalhando o trabalho que será realizado, e
a solução que será implantada, identificando os limites que o projeto está proposto,
evitando que a medida que a solução esteja sendo implantada, novos serviços sejam
solicitados. É importante especificar o prazo para entrega dos equipamentos e implan-
tação da solução, desenhando um cronograma com a definição de cada etapa para
implantação.
A definição do preço a cobrar pelo projeto pode ser mensurada através do
número de técnicos que participarão do projeto, grau de conhecimento necessário e
estimativa da quantidade de horas técnicas que serão utilizadas. Tudo depende da
complexidade exigida para cada solução.

3.1.4 Etapa 4 – Implantação da Solução / Suporte

Para implantação da solução especificada na fase de viabilização e planeja-


mento, o primeiro passo que deve ser seguido é a elaboração de um projeto piloto
de implantação. A razão para se fazer a montagem de um plano piloto é: capacitar a
Capítulo 3. Processo de instalação 27

equipe técnica nos produtos que estão sendo utilizados, verificar na prática se a solução
está enquadrada nas especificações do projeto, executar testes nos equipamentos
através de várias formas diferentes, tentando extrair a melhor capacidade possível,
pois, dependendo da configuração realizada, um equipamento pode funcionar com
mais eficiência, dar início ao processo de documentação, registrando a solução, pois
problemas futuros podem ser rapidamente solucionados caso tenha um documento
descrevendo a sua resolução e confirmar que todos os equipamentos estão em pleno
funcionamento.
Após a realização de testes em um ambiente piloto, e a verificação de que
tudo está funcionando perfeitamente, é hora de realizar a transição da solução para
ambiente do cliente.

3.1.5 Etapa 5 – Homologação (Testes e Treinamento)

Esta etapa de homologação, incluindo os testes e treinamento, será importante


para respondermos algumas perguntas como: A implantação ocorreu como esperáva-
mos? Todos os usuários foram migrados para a nova solução de telefonia? Para que
estas perguntas sejam respondidas, precisamos elaborar um plano de testes. Alguns
fatores são muito importantes para garantir que os testes cobrirão corretamente a
aplicabilidade da solução proposta. A seguir é apresentando um conjunto de questões
consideradas vitais para uma correta definição do plano de testes.

• As implantações de todos os equipamentos foram realizadas completamente?

Garantir que todos os equipamentos estão em perfeito funcionamento (microfo-


nes, headsets, headphones, placas de áudio, interfaces de discagem).

•A solução foi aceita pelos usuários? É de fácil utilização?

A solução tem de ser de fácil utilização para que operadores, desde os níveis
mais básicos de conhecimento de informática até os de níveis mais altos, possam
utilizar facilmente a solução. Isto evita que muito chamados sejam abertos no suporte
ao usuário.

• O desempenho da rede está bom quando executado em paralelo com as demais


aplicações?

Garantir que as conversas telefônicas estão sendo efetuadas sem nenhum


picotamento na voz, ecos, interferências, pois o bom desempenho na rede significa
qualidade nas ligações.
Capítulo 3. Processo de instalação 28

•Segurança da Rede

Garantir que a segurança da rede foi implantada de forma correta, verificando


desde os planos de discagem dos usuários, até possíveis ataques provindos do mundo
exterior (internet).

Após receber o relatório referente à homologação, e, caso algumas das ques-


tões seja respondida negativamente, realizar intervenções para solução do problema,
poderemos garantir que o ambiente está estável e em correto funcionamento. A nova
atividade a ser realizada para garantir que a solução estará acessível a todos os
usuários da empresa, e reduzir o risco da não utilização do novo serviço implantado,
será realizar o treinamento dos setores da empresa, informando o correto uso dos
equipamentos, planos de discagem, ações que devem ser tomadas perante algumas
possíveis falhas. Esta ação proporciona aos usuários finais um conforto e confiança no
correto manuseio dos equipamentos como também utilização correta da solução. Após
garantir que os serviços estão sendo executados corretamente e os usuários finais
que estão utilizando a solução foram treinados, pode-se partir para a fase final que é o
desenvolvimento da documentação e gerenciamento do projeto.

3.1.6 Etapa 6 – Documentação / Gerenciamento

Documentar um projeto é imprescindível para dar continuidade a futuras implan-


tações como também prestar um suporte futuro ao ambiente. A documentação deverá
conter o descritivo de todo o ambiente implantado, iniciando através de um diagrama
físico da rede, descrevendo informações sobre a infraestrutura, configurações lógicas
de equipamentos e especificações. As senhas e configurações sigilosas devem ser
mantidas em um documento a parte, garantindo a integridade e confiabilidade das
informações. Durante a fase de implantação da solução, vários problemas surgem, e
várias ações de correção são tomadas, tudo é escrito no documento de descrição da
implantação. É importante guardar este documento gerado na fase de implantação,
pois, perante um determinado problema futuramente, a consulta a estes documentos
podem facilitar e agilizar a solução.
Para uma garantia do correto funcionamento da solução, um gerenciamento
proativo é obrigatório. Através de ferramentas como Nagios ( monitoramento online de
redes LANs) e uso de VPNs para realização de suporte a longas distancias.
29

4 Instalação da plataforma Asterisk

Depois de relatar as etapas que constituem o processo de implantação do


sistema de telefonia baseado em Asterisk agora abordaremos todos os passos do
processo de instalação da solução, desde a instalação até a configuração dos compo-
nentes básicos dos Asterisk para o seu uso.

•Instalação do VMware

•Instalação do Debian

•Configuração de rede

•Instalação do Asterisk

•Configuração sip.conf e extensions.conf

4.1 Instalação do VMware

O VMware é um software que realiza a instalação de um sistema operacional


virtual dentro de outro sistema operacional real. Com seu uso é possível executar um
ou mais sistemas operacionais simultaneamente. No caso estaremos montando um
sistema operacional Linux virtual dentro de uma máquina Windows.
Quando você inicia o software pela primeira vez, uma janela como a seguinte
deve aparecer:

Figura 2 – VMware Virtual Box versão 5.1


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 30

À esquerda, você pode ver um painel que lista todas as suas máquinas vir-
tuais. Uma linha de botões acima permite que você crie VMs novas ‘’Novo‘’ ou que
configure VMs existentes ‘’Configurações‘’, caso já tenha maquinas virtuais montadas.
O painel à direita exibe as propriedades da máquina virtual atualmente selecionada,
se houver. Novamente, uma vez que ainda não possui máquinas, o painel exibe uma
mensagem de boas-vindas. Para lhe dar uma ideia sobre o que o VirtualBox poderá ter.

4.2 Instalação do Debian

A distribuição Linux escolhida para ser o sistema operacional do servidor Asterisk


será o Debian por ser simples, fácil de instalar, utilizar e podendo ser executado em
máquinas simples, sem grande poder de processamento e capacidade em memória.

4.2.1 Criando sua primeira máquina virtual

Escolhido o S.O basta montar sua virtualização. Para montar sua primeira
máquina virtual clique no botão “Novo” na parte superior da janela do gerenciador do
VirtualBox. Um assistente aparecerá para guiá-lo através da configuração de uma nova
máquina virtual (VM):

Figura 3 – Nome e sistema operacional da maquina vistual.


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 31

Nas páginas a seguir, o assistente solicitará o mínimo de informações


necessárias para que seja criado uma máquina virtual:
- Nome da Virtualização
- Tipo do sistema operacional. Vale uma atenção para a escolha da versão
presta a atenção da compatibilidade, por exemplo, se sua máquina for de 32 bits, a
máquina virtual a ser montada tem que respeitar as configurações básicas da máquina
real.
- Memória RAM. Na próxima página, selecione a memória (RAM) que deve
alocar a máquina virtual. A recomendação que seja atribuído o valor padrão informado
pelo software.
- Especificar um disco rígido virtual quanto ao tipo de arquivo a forma de
armazenamento e o tamanho. As configurações recomendadas são VDI (VirtualBox
Disk Image), dinamicamente alocado e 30 GB respectivamente.
Depois basta clicar em “Criar” e então sua nova máquina virtual será criada e
será listada no lado esquerdo da janela Gerenciador, com o nome atribuído inicialmente.

4.2.2 Configuração da maquina virtual

Além das configurações realizadas na criação da máquina virtual existem outras


duas configurações necessárias antes de carregar nossa virtualização.

Figura 4 – configurações da maquina virtual

Sistema: É preciso mudar a sequência de Boot, deixando a configuração da


seguinte formar:
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 32

Figura 5 – Ordem de boot

Rede: É preciso habilitar a placa de rede e coloca-la em modo bridge, deixando


a configuração da seguinte forma:

Figura 6 – Habilitando a placa de rede

Após termino dessas configurações basta clicar em cima da máquina virtual


criada e carregar a imagem (.iso) do Debian para iniciar a sua instalação, a imagem
usada será do Debian 7.9 de 32 bits, não é a versão mais atualizada, mas é uma das
atualizações mais estáveis da distribuição, sendo perfeita assim para obtermos um
sistema de telefonia equilibrado sem muitos bugs. Se você configurou tudo correta-
mente e seu ISO estiver funcionando, aparecerá a tela inicial para instalar o sistema
operacional, selecione a opção “ Install” e pressione “Enter”.
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 33

Figura 7 – Instalação do debian

4.2.3 Instalação do Debian

Iniciado o assistente de configuração do Debian basta seguir passo a passo


para concluir a instalação.
Escolha o idioma de instalação do Sistema Operacional.
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 34

Figura 8 – Escolha do idioma do S.O

Configurando usuários e senhas. Escolha um nome qualquer para sua máquina


Linux e configure duas senhas, uma para o usuário root e outra para o usuário que
será criado
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 35

Figura 9 – Nome da maquina linux

Esse é um dos passos mais importantes da instalação, escolha a primeira


opção, o método de particionamento “Assistido – Usar disco inteiro” e depois escolha
o esquema de particionamento ‘’ Todos os arquivos em uma única partição (para
iniciantes)‘’ . Esse esquema é para iniciantes porque irá criar apenas um sistema de
arquivos, as configurações do /home, /usr, /tmp, se encontrarão em um único lugar,
isso é bom porque simplifica o “aprendizado” do Linux.
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 36

Figura 10 – Metodo de Particionamento

Figura 11 – Esquema de particionamento


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 37

Neste momento podemos finalizar o particionamento do Linux com as configu-


rações criadas automaticamente e escrever as mudanças no disco, ou desfazer as
mudanças nas partições e editar da maneira mais conveniente.

Figura 12 – Finalizando o processo de particionamento

Configurando o gerenciador de pacotes, nosso espelho de repositório Debian


7.9, que é um endereço web que ficam armazenadas as atualizações e pacotes do
Debian.
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 38

Figura 13 – Habiltando o espelho de rede

Figura 14 – Escolhendo o endereço do espelho de rede


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 39

Após clicar em continuar, o Linux irá procura pelos pacotes de instalação através
desse espelho de rede escolhido. Escolha as opções de software listadas na imagem
abaixo, pois isso facilitará seu trabalho

Figura 15 – Escolha dos componentes basicos do sistema

Finalmente estamos finalizando nossa instalação.


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 40

Figura 16 – Finalizando a instalação do Debian

Basta agora fazer login como root e inserir a senha configurada no ato da
instalação para iniciar o sistema Debian.

Figura 17 – fazendo o login no Debian


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 41

4.3 Configuração de rede

A instalação do Asterisk exige que tenhamos acesso à internet para atualizarmos


o Debian com pacotes mais recentes do sistema e para fazer o download do pacote
de instalação do Asterisk. Assim precisamos configurar nossa interface de rede para
termos acesso a internet.

• cd /etc/network nano interfaces

Contém informações de configuração de interface de rede para o Debian. É aqui


que você configura como seu sistema está conectado à rede:

Figura 18 – Configuração da interface de rede

A linha de comando “auto eth0” são usadas para identificar as interfaces


físicas a serem usadas na configuração, no caso estarei configurando minha interface
eth0. Na linha de comando abaixo “iface eth0 inet static ” define a forma como será
adquirido o IP do servidor “static” ou “dhcp”, no primeiro caso a configuração para
obtenção do IP é feita de forma manual e estática, no segundo caso a obtenção do IP
é feita de forma automática e dinâmica, não necessitando de ajuste manual.

• cd /etc/ nano resolve.conf

É responsável pela configuração do DNS, segue a configuração básica usada:


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 42

Figura 19 – Configuração de DNS

Realizado esses ajustes na interface de rede, você já terá acesso a internet


para poder atualizar o sistema e iniciar o processo de instalação do Asterisk.

4.4 Instalação do Asterisk

A instalação do Asterisk padrão no Linux é bem simples, basta digitar (como


root):

Figura 20 – Comandos para intalação do Asterisk

Versão mais completa do Asterisk demanda instalação manual


de certas dependências, ficaremos no padrão por atender de forma mais simples o
objetivo.

4.5 Configuração sip.conf e extensions.conf

Para realizar a configuração tomarei como exemplo um cenário no qual vamos


ligar de um ramal para outro pelo Asterisk, apesar de simples envolve a configuração
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 43

de arquivos principais e muito importantes.

Figura 21 – Cenario de teste do servidor Asterisk

O primeiro passo é configurar os arquivos do Asterisk os arquivos sip.conf e


extensions.conf.
O segundo passo é configurar as contas em um softphone para realizar as
ligações.
1 - Passo
O protocolo SIP é configurado no arquivo /etc/asterisk/sip.conf e contém parâ-
metros relacionados à configuração dos telefones e operadoras SIP.
O plano de discagem define como o Asterisk irá gerenciar as chamadas e ele
é configurado no arquivo /etc/asterisk/extensions.conf. Ele consiste de uma lista de
instruções ou passos que o Asterisk deveria seguir. Essas instruções são disparadas
a partir dos dígitos recebidos de um canal ou aplicação. O extensions.conf pode ser
separado em quatro partes:

•Extensões

•Prioridades

•Aplicações

•Contextos

Extensão
A extensão executa uma ação quando uma chamada é efetuada.
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 44

Prioridades
Prioridades são passos numerados na execução de cada extensão. Cada pri-
oridade chama uma aplicação especifica. Se os números das prioridades não forem
sequenciais o Asterisk aborta a execução. A partir da versão 1.2 do Asterisk, tornou-se
comum o uso da prioridade “n”, no lugar da associação manual de números.
Aplicações
As aplicações são partes fundamentais do Asterisk, elas tratam o canal
de voz, tocando sons, aceitando dígitos ou encerrando uma chamada. As aplicações
são chamadas com opções que afetam a sua forma de funcionamento.
Contexto
Os contextos definem o escopo e permitem separar diferentes partes do plano
de discagem. Os contextos recebem o seu nome dentro de chaves ([]s). Os contextos
estão ligados diretamente aos canais. Quando uma ligação entra no Asterisk por um
canal ela é processada dentro do contexto deste canal.
Vamos agora editar esses arquivos para o cenário de teste de ligação de um
ramal para outro.
Edite o sip.conf

Figura 22 – configuração de variaveis globais

Figura 23 – Configurações dos ramais SIP


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 45

Figura 24 – Criação de ramais SIP

Edite o extensions.conf :

Figura 25 – Plano de discagem para ligações entre ramais

Após editar o arquivo sip.conf e extensions.conf é necessário que esses arquivos


sejam recarregados para que as modificações tenham efeito.
Acesse o console com o comando “rasterisk” (sem aspas) e digite “reload” para
efetivação das alterações.
2 - Passo
Instalação e Configuração do X- Lite que é uma marca de softphone usada para
ser o canal de comunicação do servidor. Após a instalação do programa basta seguir
os passos a seguir para ativação do ramal no servidor.
Após a instalação acesse o menu: Softphone -> Account Settings
Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 46

Figura 26 – acessando as configurações da conta SIP

Nas propriedades da conta informe os seguintes dados:

Figura 27 – Configurações da conta S

Account name: é o nome da sua conta registrada no servidor de telefonia. Ex:


Capítulo 4. Instalação da plataforma Asterisk 47

7005. Na Configuração padrão, colocamos nesse campo o nome/número do ramal.


Exemplo: 7005.
Protocol: SIP.
User ID: é o nome/número do usuário do seu ramal, o mesmo número criado
no arquivo sip.conf.
Domain: domínio onde o softphone irá conectar, normalmente o endereço IP
do servidor de telefonia.
Password : é a senha criada no arquivo sip.conf, essa senha é fornecida e
definida pelo servidor de telefonia.
Display name: Este campo é o nome de visualização no X-lite, mesmo podendo
colocar o nome do usuário, normalmente colocamos também o número do ramal a
fim de facilitar a verificação/identificação do ramal em uso, usando o mesmo número
colocado no Account Name. Ex: 7005.
Authorization name: É o nome autorizado para realização da chamada , colo-
camos nesse campo novamente o número do ramal a ser usado.
Após configurar sua conta no X-lite, ele irá procurar o servidor de telefonia pela
rede para autenticação(login) e uma vez encontrado e logado ele libera as funções de
ligações saintes e entrantes conforme definidas no servidor de telefonia. Pronto, agora
nossa conta X-Lite está criada e conectada ao servidor IPBX.
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5 Conclusão

Esse capítulo apresenta algumas considerações sobre a plataforma Asterisk,


tecnologia esta que vem sendo adotada por muitas empresas em função das amplas
vantagens de uso, principalmente, no que se refere a redução substancial dos custos
com telefonia. Demonstramos também que um a execução de um projeto bem planejado
pode cortar gastos imprevisto durante a implantação além de levar uma redução de
tempo e custo.
O trabalho teve como motivação a instalação, configuração e documentação
de um sistema de telefonia baseado em Asterisk, visando suprir as funcionalidades
básicas oferecidas por uma central PABX existente no mercado atual, sem perder
qualidade de serviço e reduzindo o seu custo de operação
Os serviços de ligação entre ramais, chamadas em espera e música em período
de espera foram os serviços implementados no desenvolvimento do trabalho, estes
foram escolhidos por serem serviços básicos de qualquer equipamento de PABX que
obrigatoriamente deveriam ser fornecidos pela solução para seu êxito. Visto que esses
requisitos foram cumpridos com qualidade satisfatória e que a criação de um manual
capaz de auxiliar todos os interessados em implementar uma central PABX via software
Asterisk de baixo custo, conclui-se que o trabalho obteve sucesso.
Para idealização de futuros trabalhos propõem-se, implantações de novas funci-
onalidades no Asterisk, além de haver a possibilidade de serem efetuados testes de
desempenho do sistema verificando sua eficiência e viabilidade.
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Referências

ASTERISK: THE FUTURE OF TELEPHONY. Asterisk : the future of telephony. [S.l.]:


O’Reilly Media, 2007.

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