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Universidade Federal do Espírito Santo

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PROCESSOS DIALÉTICOS DE CONSTRUÇÃO DO


CONHECIMENTO REPRESENTADOS EM
LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO LÓGICA
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PIBIC
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (CNPq-UFES)
Processo Seletivo 2000-2001

Anexo 4
RELATÓRIO FINAL

[Relatório individual a ser produzido pelo bolsista de iniciação científica,


sob a orientação do pesquisador responsável]

Identificação.
Grande Área CNPq: Humanidades
Área CNPq: Psicologia
Sub-Área de conhecimento: Psicologia do Desenvolvimento Humano
Especialidade: Processos Perceptuais, Cognitivos e do Desenvolvimento
Título do Projeto: Processos dialéticos de construção de conhecimento representados em
linguagem de programação lógica
Pesquisador Responsável: Prof. Dr. Sávio Silveira de Queiroz
Nome do Bolsista: Neidiany Vieira Jovarini
Pesquisadores Voluntários (estudantes de Psicologia): Gabriella Resende Soares; Roger Croce
Pinheiro; Renata Bastos Capovilla Romero.
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1. Introdução.

Esta pesquisa teve por objetivo inicial a elaboração de um modelo


informacional inteligente baseado tanto na investigação de processos de construção
do conhecimento, por meio da dialética tal como enunciada por Jean Piaget (1980),
quanto nos pressupostos da Inteligência Artificial (IA). Inicialmente deveria ser
realizada em conjunto com integrantes do Departamento de Informática da UFES em
todos os momentos de sua execução. No entanto, fatores relacionados ao excesso de
atividades dos professores daquele departamento impediram, num primeiro momento,
que acompanhassem todas as etapas da pesquisa. Assim que constatamos (em
reunião conjunta) a impossibilidade de permanecer na intenção inicial, delineamos
providências para que, no âmbito exclusivo da psicologia, pudéssemos concluir a
pesquisa, gerando conhecimento sistematizado que fornecerá o modelo principal a ser
posteriormente traduzido em software e aplicado a pesquisas em Inteligência Artificial,
sobretudo para a área que originalmente almejamos, quer seja, a de modelos de
conhecimento aplicados à educação à distância mediada por computador. Modelos
estes que serão direcionados primeiramente à investigação do processo de
aprendizagem do aluno de graduação em informática ou ciência da computação e,
posteriormente, à aplicação em sistemas de educação a distância mediada por
computador.

Em uma palavra, optou-se pela divisão da pesquisa em duas partes integradas:


1) investigação psicológica acerca de padrões de representação de conhecimento em
sujeitos que jogavam o jogo Arca de Noé; 2) sistematização desta investigação, já
concluída, por modelo baseado em linguagem de Inteligência Artificial.

Um pouco da história de vida de Jean Piaget deve ser colocada como parte
inicial da pesquisa, pois foi com o auxílio de seus trabalhos, os quais produziram
várias teorias, que tivemos acesso ao conhecimento da Teoria da Dialética.

A vida de Piaget foi de estudo e muito trabalho. Nasceu em 1896, em


Neuchâtel, Suíça. Como ele mesmo admite, foi um jovem intelectualmente precoce.
Aos 10 anos conseguiu sua primeira publicação, uma descrição de um pardal que
observava num jardim público. Aos 15 anos, decidiu direcionar suas ações para uma
explanação biológica do conhecimento, um objetivo claramente expresso em seu
trabalho. Em 1915, aos 18 anos, Piaget recebeu seu bacharelado da Universidade de
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Neuchâtel. Três anos depois, tornou-se doutor em ciências naturais na mesma


instituição.

Cedo em sua vida, ele migrou da biologia para a filosofia; tornou-se


epistemólogo e, concomitantemente, rumou para a psicologia. Em Zurique, no ano de
1919, estudou e trabalhou em várias clínicas, mergulhando na experimentação
psicológica. Em Paris teve a oportunidade de trabalhar no laboratório de Binet,
padronizando vários testes de inteligência. Ficou intrigado com as respostas incorretas
que as crianças davam às questões dos testes; pouco depois, trabalhava com afinco
nos exames dos processos de raciocínio subjacentes às respostas das crianças.
Estava convencido de que o desenvolvimento da inteligência das crianças poderia ser
estudado experimentalmente.

Seus trabalhos sobre a Epistemologia da Inteligência (Epistemologia Genética),


puderam avançar a partir do momento em que utiliza a Psicologia Genética, quando
então pôde elaborar os seus conhecidos “quatro estágios de desenvolvimento
cognitivo”, os quais descreveremos brevemente:

1 - O estágio da inteligência sensório-motora (0-2 anos) - Durante o qual o


comportamento mostra-se basicamente motor. A criança ainda não representa eventos
internamente e não “pensa” conceitualmente, mas, apesar disso, o desenvolvimento
“cognitivo”, é constatado à medida que os *esquemas são construídos;

2 – O estágio do pensamento pré-operacional (2-7 anos) - caracterizado pelo uso da


linguagem e outras formas de representação e pelo rápido desenvolvimento
conceitual. O raciocínio nesse estágio é pré-lógico ou semilógico;

3 – O estágio das operações concretas (7-11 anos) - nele a criança desenvolve a


capacidade de aplicar o pensamento lógico a problemas concretos, no tempo
presente;

4 – O estágio das operações formais (11-15 ou mais) – quando finalmente as


estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento
(ao menos qualitativamente) tornando-a apta a aplicar o raciocínio lógico a todas as
classes de problemas.

Com relação aos erros observados nas respostas dadas pelas crianças quando
submetidas aos testes, Piaget não os considerava como erros estruturais, mas sim,
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como “pistas” indicativas e demonstrativas das formas de procedimento de cada uma


delas. Ou seja, já havia a intenção de Piaget em conhecer a gênese do conhecimento
que levava a realizar tais procedimentos, mas não simplesmente constatar a
existência de erros por meio de um escore ou sobre um conhecimento já estabelecido.
Estava em curso o início da investigação genética levada adiante por Piaget ao longo
de sua vida. Pretendia, por meio de uma abordagem construtivista, entender o erro
sob nova visão.

Seus seguidores aprimoraram métodos e técnicas; resgataram o plano


funcionalista do ideal piagetiano pelo aperfeiçoamento das abordagens, sobretudo no
que concerne a abordagem microgenética, a qual concedeu visão definitivamente
nova ao erro, visão esta que podemos, na atualidade, enunciar sob o prisma de dois
diferentes autores:

O erro é caracterizado como parte inerente à atividade do sujeito


construtor, que quando colocado frente a um problema, aproveita-se
desse erro, para promover a abertura de no0vos possíveis e, em
seguida, dialeticamente, reduzi-los á um único possível, o qual garante
a sua condição de necessário.
Considerar o erro sob o prisma da psicologia genética pode
conduzir-nos a examinar a sua importância para o desenvolvimento da
dialética de Piaget. Afinal, pela sua observação sistemática é possível
explicar a construção dos conceitos, dos predicados e das inferências
em suas estreitas relações com o julgamento presente nas atividades
dos sujeitos.
Na abordagem microgenética, o erro é considerado como
mecanismo inerente ao desenvolvimento de uma lógica necessária á
aquisição de conhecimentos sem, contudo, desprezar seu papel
determinante na definição dos esquemas “estruturais”.(QUEIROZ,
2000).

Os erros deixaram de ser somente indícios de dificuldades ou de


incapacidades e passaram a ser reveladores de uma lógica infantil
irredutível à lógica dos adultos. Considerando então, o erro sob uma
perspectiva que é a do construtivismo, temo-lo sob dois aspectos: o erro
procedimental e o erro sistemático. O erro procedimental é aquele que
pode possibilitar ao sujeito que o percebe, obter um certo avanço
estrutural em direção ao equilíbrio majorante, posto que se manifestam
na invenção e na descoberta e, possuem o poder de testemunhar a
abertura do pensamento para novos possíveis. Tendemos a considerar
apenas o erro procedimental como sendo de importância e interesse
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para o estudo microgenético, quando, no entanto, o erro sistemático


também deve ser foco de nossas atenções, posto que enquanto o erro
procedimental demarca apenas a impossibilidade momentânea no fazer
do sujeito, o erro sistemático denuncia uma etapa em que, ou não se
torna possível a sua ultrapassagem ou no mínimo, a mesma é realizada
sob intensa dificuldade cognitiva e instabilidade emocional.
(CASTORINA, 1988).

A DIALÉTICA SEGUNDO JEAN PIAGET

No livro Les formes élémentaires de la dialectique Piaget (1980) apresentou,


como problemas, conteúdos de formas bem simplificadas, nos quais a solução torna-
se possível pela utilização de inferências imediatamente evidentes, ou seja, quase não
se dando tempo para que os 'poderes' dedutivos do sujeito surtissem efeitos, exigindo-
se que sínteses e construções de interdependências com características dialéticas se
apresentassem na resolução desses simples problemas.

Dialética, relação entre partes e todo, e construção, são termos equivalentes


na teoria de Piaget e podem ser referenciados respectivamente pelos seus aspectos
de indissociabilidade, complementaridade e irredutibilidade.

Para se entender o que significa indissociabilidade nesse contexto veremos


três aspectos relativos ao conhecimento: 1) a transmissão ou a aquisição de
conhecimentos exige que conceitos, princípios e procedimentos obedeçam aos limites
(em termos das noções e operações de que dispõe) impostos pela estrutura cognitiva
da criança; 2) essa estrutura determina o limite alcançável pelo conhecimento de cada
sujeito; 3) na experimentação de um fenômeno natural é normal que ocorra
indissociação entre o que experimentamos e o que conseguimos explicar sobre tal
experiência. Assim, ao considerarmos as exigências e limites das ciências, tendemos
a justificar as impossibilidades de nossas ações simplesmente pela ausência de
estruturas cognitivas. Mas o que podemos dizer sobre a natureza e os processos que
determinam tal indissociação? Esta é a dificuldade que temos em manter o aspecto de
indissociabilidade no conhecimento, pois tendemos a isolar algumas das partes que o
compõe. Temos dificuldade para atuar e pensar dialeticamente, pois tentamos
aprender (e assim nos é transmitido o conhecimento) sob uma forma que,
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metaforicamente, podemos chamar de compartimentada. Isto porque acreditamos que,


assim, os processos de dedução são beneficiados. O 'livro da dialética', então, nos
ajuda a estudar esse fenômeno do desenvolvimento humano ao mostrar que há todo
um processo que ocorre enquanto um sistema não está equilibrado, ou dito de outra
forma, deduzido. Trata-se desse processo inferencial denominado Dialética.

A análise do segundo aspecto (denominado "complementar") deve considerar


que a complementaridade reivindica a objetivação do conhecimento por aquele que o
busca, posto que o significado mesmo da palavra indica que um complemento refere-
se a algo que aparece posteriormente para dar sentido a um evento anterior. Este
sentido constitui-se evidentemente por uma interpretação (simbólica) de quem o emite
ou de quem o recebe, o que sempre implica no exame da subjetividade do
conhecedor, exigindo-se que se compreendam as possibilidades, as necessidades e o
sentido das suas ações.

E, por último, pode-se admitir a irredutibilidade da relação entre sujeito e objeto


ao se acreditar que o conhecimento não está de forma absoluta nem no objeto nem
naquele que se coloca a assimilar ou a transmitir este conhecimento.

Estas três propriedades (complementaridade, irredutibilidade e


indissociabilidade) do funcionamento dialético de uma interação sujeito-objeto
marcam, como diferença, uma posição epistemológica defendida por Piaget
(estruturalista e genética). Essa posição é a da interdependência entre sujeito e objeto
por oposição a uma visão independente (estruturalista ou anti-reducionista) ou
dependente (genética ou reducionista) sobre a mesma relação sujeito-objeto. Deste
modo, tais propriedades caracterizam a proposta de Piaget como uma dialética que
trata o conhecimento sob três aspectos. 1) pela perspectiva do sujeito (dimensão
interiorizável), em que ocorre a elaboração das formas lógico-matemáticas de ações
ou operações das assimilações; 2) a partir da perspectiva do objeto (dimensão
exteriorizável), na qual as suas propriedades descobertas são reconstituídas e podem
ser representadas como um conteúdo mais ou menos coerente; 3) e a última por
meio da síntese dessas formas e conteúdos, que estabelece a dimensão modelar
que determina tanto o progresso no conhecimento aproximativo do objeto quanto os
afastamentos deste, decorrentes dos desequilíbrios ou lacunas devidos aos novos
problemas surgidos.
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Encontra-se no 'livro da dialética', sistematizados por Piaget, os três objetivos


fundamentais da obra. O primeiro deles é o de mostrar que há processos dialéticos em
todos os níveis do pensamento e da ação. O segundo objetivo é desmistificar a idéia
segundo a qual são dialéticos todos e quaisquer momentos do pensamento,
desconsiderando a existência de fases de equilíbrio em que a simples lógica
discursiva permite deduções sobre afirmações e negações que foram anteriormente
adquiridas.

O terceiro objetivo é investigar as implicações entre ações e operações que, na


dialética, aparecem sob a forma particular representada pelas relações existentes
entre transformações desencadeadas a partir das ações envolvidas e suas
significações.

Estes três objetivos concorrem para que Piaget estabeleça um objetivo geral,
qual seja, analisar a formação da dialética a partir das implicações entre ações
significativas (na perspectiva do sujeito). Para tanto, a dialética foi estudada como algo
que "constitui o aspecto inferencial de todo processo de equilibração", ou se
preferirem, como o processo que considera tudo o que se passa em um sistema
enquanto não esteja equilibrado.

Ainda, para Piaget (1980), a circularidade dialética do conhecimento refere-se


aos movimentos ascendentes e descendentes (no modelo proposto como uma espiral
tridimensional) em relação aos predicados, conceitos, julgamentos e inferências,
termos sobre os quais realizamos nossas investigações nesta pesquisa.

Um dos experimentos utilizados nos estudos sobre dialética baseou-se no jogo


“Arca de Noé”, cuja descrição reproduziremos abaixo:

A primeira técnica consistiu em apresentar à criança vinte


imagens de animais (5 mamíferos de quatro patas, 5 pássaros, dos
quais um pingüim, 8 artrópodes, dos quais 5 insetos, e ainda 2
moluscos) dispostas em 4 colunas mas sem nenhuma ordem, o sujeito
ficando livre de manipulá-las. O experimentador lhe mostra que ele
dispõe também exatamente das mesmas imagens, mas em seguida ele
as esconde. Depois, ele tira uma delas, escondendo-a igualmente, e a
criança faz as perguntas (às quais só se responde por "sim" ou "não")
de maneira a descobrir qual animal foi assim escolhido. (Piaget, 1980).
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Lembramos que nossa intenção inicial era aproveitar totalmente este


instrumento utilizado por Piaget a fim de traduzir os resultados obtidos por meio do
mesmo em termos de modelo informacional em IA. No entanto, na medida em que
estudávamos a teoria e aplicávamos o estudo piloto, necessidades de
aperfeiçoamento do instrumento foram se revelando, tal como veremos na
Metodologia deste relatório.

POSIÇÃO DO PROBLEMA

A epistemologia genética de Piaget está baseada em estudos nos quais a


comunicação de resultados foi, inevitavelmente, constituída pelo estabelecimento das
características de cada nível de desenvolvimento. O Jogo da Senha foi suporte dos
estudos sobre os possíveis e o necessário na teoria e também serviu para o
estabelecimento dos tipos de erros e para a formalização dos níveis de compreensão
dos sujeitos.

Nas situações básicas da dialética, questões foram formuladas a partir de um


conjunto de jogos ou problemas simplificados em que as soluções podem surgir bem
antes que qualquer inferência possa ser estabelecida. Características componentes
dos níveis de desenvolvimento foram sistematizadas em trabalho anterior (Queiroz,
2000), e mostram um avanço em relação aos parâmetros da lógica formal que, até
então, modulavam as investigações em epistemologia genética. Vale ressaltar que o
estudo de tais características reivindica a observação dos julgamentos, conceitos,
predicados e inferências, presentes nas interdependências entre as ações.

São muitos os trabalhos em que se utilizam situações experimentais para


realizarem estudos em psicologia genética. No entanto, as dificuldades de registro
(manuscritos, em áudio ou vídeo) necessários para a análise microgenética mostram-
se evidentes na maioria dos casos.
Tornou-se imperativo o estudo e simulações de análises de procedimentos em
situações de interação com o computador (ou com outras pessoas mediante
computador) nas quais encontra-se construção de conhecimento realizada pelo sujeito
(ativo e construtor). Constata-se que a psicologia genética, principalmente no que diz
respeito às análises microgenéticas dos procedimentos empregados pelo sujeito que
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se implica na realização de uma ação, possui tradição e consistência de pesquisas


indispensáveis para a solução de problemas desta ordem.

Posto assim, nosso problema de pesquisa pode ser expresso e resumido pela
indagação a respeito de:

Como construir um modelo de análise dos processos de conhecimento implicados na


realização de uma ação, mais especificamente, de uma ação em que se requer
interações mediadas por computador?

Observar a gênese e a evolução de um conhecimento é tarefa que requer


auxílio da ciência psicológica. Assim, as tentativas de elaboração de modelos de
conhecimento em IA podem tornar-se mais ricas à medida que progredirem as
pesquisas correlatas em psicologia. Portanto, justifica-se nosso atual trabalho.

OBJETIVOS

Investigar processos dialéticos de construção do conhecimento em sujeitos que


jogaram o “Arca de Noé” efetuando análises e tipificações de erros, verificação de
níveis evolutivos e análises das condutas dos sujeitos.

2. Metodologia empregada.
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No primeiro semestre da pesquisa, foram realizadas as seguintes etapas:

 Estudos teóricos sobre a Teoria da Dialética;

 Estruturação do jogo Arca de Noé como instrumento de pesquisa - escolha de


figuras de animais (por internet e softwares) conforme características físicas e
classificação taxonômica1; formulação de árvore baseada nesta classificação;
pesquisa em enciclopédia para definição de características; aplicação do
projeto piloto para fins de validação do instrumento.

Utilizamos para intervenção junto aos sujeitos o método clínico da psicologia


genética, considerando os aspectos específicos da abordagem microgenética
construtivista.

SUJEITOS DA PESQUISA:

Participaram desta pesquisa 17 sujeitos, sendo 13 deles estudantes do ensino


fundamental; 02 são professoras com formação em nível de 2º grau (Técnico em
Magistério); e 02 são professoras formadas em curso superior de Pedagogia. Dentre
os estudantes, sete pertencem a Escola de 1º Grau da UFES, assim como as
professoras formadas em Pedagogia. Os demais sujeitos são oriundos de várias
outras instituições. Os estudantes foram distribuídos em classes (quatro de 05 a 07
anos; cinco de 08 a 10 anos e quatro de 11 a 14 anos), conforme faixas etárias
estabelecidas teoricamente pelos estágios de desenvolvimento (pré-operatório,
operatório concreto e operatório formal), elaborados na Epistemologia Genética de
Piaget.

LOCAIS DA PESQUISA:

Dependências do Núcleo de Psicologia Aplicada da UFES; residências dos


pesquisadores e de alguns dos sujeitos.
1
Esta classificação será detalhada nos Resultados desta pesquisa.
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