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Geometria

Analítica II
Material Teórico
A reta no espaço

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Dra. Ana Lucia Junqueira

Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
A reta no espaço

• Equações da reta no R3: vetorial e paramétricas


• Reta definida por dois pontos
• Equações simétricas e reduzidas da reta
• Posições relativas de duas retas no espaço
• Interseção de duas retas
• Retas paralelas aos planos e aos eixos coordenados
• Reta como interseção de dois planos
• Ângulo entre duas retas e entre reta e plano.
• Reta ortogonal a duas retas
• Posição relativa entre reta e plano e entre duas retas no espaço
• Distância de ponto a reta, entre duas retas e de reta a plano.
• Exercícios resolvidos

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apresentar a reta no espaço
· Definir as formas de equações da reta: vetorial, paramétricas e simétricas.
· Estudar posições relativas: entre ponto e reta, entre duas retas, entre
reta e plano.
· Definir ângulo: entre retas e entre reta e planos.
· Definir distância: entre ponto e reta, entre retas e entre reta e plano.
· Resolver problemas envolvendo estes conceitos.

ORIENTAÇÕES
Na unidade, vamos tratar do estudo da reta no espaço. Veremos as equações
de reta em suas diversas formas, de maneira a conduzir à identificação e
exploração da reta no espaço, bem como a poder utilizar a forma adequada
em cada contexto ou aplicação nas atividades. Veremos também as posições
relativas de duas retas e de reta e plano, bem como a definição e aplicação
de ângulo e distância entre retas e entre retas e planos. Como pode ver, a
temática sobre planos, já estudada em unidade anterior, se articula com a
temática desta unidade.

A cada tópico abordado, são apresentados exemplos relacionados a esse


tópico e, ao final, encontram-se exercícios resolvidos para auxiliar a
compreensão dos conceitos tratados.

Vamos aprender sobre retas no espaço?


UNIDADE A reta no espaço

Contextualização
Para iniciar esta Unidade, reflita sobre a importância de termos condições de
encontrar a equação de retas e, posteriormente, descobrir o ângulo entre as retas.
Vejamos alguns exemplos da aplicabilidade destes conceitos.

Na Engenharia
Imagine que um engenheiro precise calcular o ângulo formado pelas cordas,
cujas vistas laterais estão representadas na figura a seguir e, em seguida, precise
descobrir pontos de tensão ao longo das retas que contêm os segmentos AB e AC.

Figura 1

Na Física
Outra aplicação de retas diz respeito a movimentos retilíneos de deslocamentos
de corpos estudados na Física. Movimento retilíneo pode ser conceituado como
um movimento de um móvel em relação a um referencial, descrito ao longo de uma
trajetória retilínea (reta). Sendo assim consideramos o movimento retilíneo tanto
como um descolamento horizontal (movimento de um carro) ou também na vertical,
como é o caso da queda ou lançamento de um objeto, como indica a figura a seguir.

Figura 2 - Lançamento Vertical


Livro Didático Público/SEED

A Física trata de movimento retilíneo uniforme, retilíneo progressivo e retilíneo


retrógrado, todos na direção de uma reta, como o próprio nome indica. Portanto,
o movimento é chamado de retilíneo quando ele se dá ao longo de uma reta

6
em relação a um sistema de referência. Em outras palavras, quando sua trajetória
é uma reta.

Veja no esquema abaixo o exemplo de movimentos retilíneos uniformes de duas


esferas, uma ao encontro da outra, com velocidades distintas.

v = 4m/s v = 7m/s

Figura 3

s s

S0
V>0 V<0

t t

S0
Progressivo Retrógado

Figura 4 - Representação gráfica de movimentos retilíneos, progressivo e retrógrado.

Na Geofísica: ondas sísmicas


Na busca por reservatórios de petróleo, os geofísicos investigam o interior da
Terra, usando ondas mecânicas chamadas ondas sísmicas, que são geradas por
explosões próximas à superfície e se propagam nas rochas, sofrendo reflexões e
refrações nas várias camadas e estruturas subterrâneas. Quando os levantamentos
sísmicos são feitos no mar, as ondas são geradas na água, se propagam até o fundo
e penetram nas rochas, como representado na figura abaixo.

Água

Rocha

Figura 5

A sísmica é a principal ferramenta geofísica utilizada na exploração de petróleo


e gás. A sísmica de reflexão é um método indireto de exploração de sub-superfície

7
7
UNIDADE A reta no espaço

da Terra. Vem sendo largamente utilizado pelo fato de ser capaz de cobrir grandes
áreas e ser mais econômico quando comparado a um método direto, como por
exemplo, perfuração de poços.

A metodologia geofísica denominada “sísmica à reflexão”, se aplicada em


corretas condições, permite a melhor descrição das características dos terrenos e das
suas geometrias, assim como a possibilidade de explorar a notáveis profundidades
utilizando origens energizantes de potência limitada.

Figura 6

Podemos ainda apresentar outro exemplo de uso de retas, contido em uma


questão de vestibular da Universidade Federal do Pará.

Um terremoto é um dos fenômenos naturais mais marcantes envolvidos com a


propagação de ondas mecânicas. Em um ponto denominado foco (o epicentro é o
ponto na superfície da Terra situado na vertical do foco), há uma grande liberação
de energia que se afasta pelo interior da Terra, propagando-se através de ondas
sísmicas tanto longitudinais (ondas P) quanto transversais (ondas S). A velocidade
de uma onda sísmica depende do meio onde ela se propaga e parte da sua energia
pode ser transmitida ao ar, sob a forma de ondas sonoras, quando ela atinge a
superfície da Terra. O gráfico a seguir representa as medidas realizadas em uma
estação sismológica, para o tempo de percurso (t) em função da distância percorrida
(d) desde o epicentro para as ondas P e ondas S, produzidas por um terremoto.

t (min)

20 Onda S
15
10
Onda P
5
d(km)x10³
0 1 2 3 4
Figura 7

Com certeza, para todos esses tipos de movimento é de suma importância saber
encontrar a equação que define essas trajetórias retilíneas. É do que tratamos nesta
unidade.

8
Introdução
Retas podem estar posicionadas no plano cartesiano  2 ou no espaço  3 .
Retas no plano possuem pontos com duas coordenadas, (x,y), e já vimos seu estudo
anteriormente.

O espaço  3 é o lugar geométrico único onde estão todos os elementos


tridimensionais. Entre outros objetos matemáticos, o espaço tem infinitos pontos,
infinitas retas e infinitos planos.

As retas no espaço possuem pontos com três coordenadas, ( x, y, z ) . Na imagem


a seguir, temos segmentos de reta que encontramos no dia a dia. Por exemplo,
os segmentos de reta em azul indicam arestas de formas retangulares e têm retas
infinitas como suporte.

Figura 8
Adaptado de Wikimedia Commons

Equações da reta no R3
Qualquer representação cartesiana de uma reta no espaço tridimensional se faz
com pelo menos duas equações.

Equação vetorial da reta


   
Consideremos um ponto A = ( x1 , y1 , z1 ) e um vetor não nulo v = ai + bj + ck .

Então só existe uma reta que passa por A e tem a direção de v, conforme indica
a figura da página seguinte.

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9
UNIDADE A reta no espaço

r
P

v
0
y

Figura 9

Um ponto P = ( x, y, z ) pertente à reta r se, e somente se, o vetor AP é paralelo
  
ao vetor v, isto é, AP = tv , para algum t ∈  . Então temos a equação vetorial
da reta:
     
( x − x1 ) i + ( y − y1 ) j + ( z − z1 ) k = t ( ai + bj + ck )
[ x − x1 , y − y1 , z − z1 ] = t [ a, b, c ]
Que também pode ser expressa na notação simplificada de vetores:

P = A + tv

O vetor v é chamado vetor diretor da reta r e t é o parâmetro.

Equações paramétricas da reta


A igualdade dos vetores na equação vetorial da reta implica em:

 x = x1 + ta

 y = y1 + tb
 z = z + tc
 1

Estas são consideradas a equações paramétricas da reta r.

Equação paramétricas
Equação vetorial
   x = x1 + ta
AB = tv 
 y = y1 + tb
[ x − x1 , y − y1 , z − z1 ] = t [ a ,b ,c ]  z = z + tc
 1

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Exemplo 1:

Seja a reta r que passa por A = (1, −1, 4 ) e tem direção de v = [ 2, 3, 2] . Vamos
encontrar a equação vetorial e as equações paramétricas da reta r .

Resolução:
 
Se P = ( x, y, z ) pertence à reta r , a equação vetorial nos dá que AP = tv .

Logo: AP = [ x − 1, y + 1, z − 4] = t [ 2, 3, 2] é a equação vetorial de r .

 x = 1 + 2t

E as equações paramétricas de r são:  y = −1 + 3t
 z = 4 + 2t

Para encontrar pontos desta reta, basta substituir valores para t. Claro que para
t=0 temos o ponto A. Para outros valores de t encontramos outros pontos da reta
distintos de A e distintos entre si, ou seja, para cada valor de t ∈  encontramos
um único ponto da reta r e vice-versa. Vejamos alguns:

Para t = 1 ⇒ P1 = ( 3, 2, 6 )

Para t = 2 ⇒ P2 = ( 5, 5, 8 )

Para t = 3 ⇒ P3 = ( 7, 8,10 )

Para t = −1 ⇒ P4 = ( −1, −4, 2 )

Confira na figura a seguir:

P3 r
P2
t=3
P1
t=2
A t=1
P4
t=0
t=-1

v
-1 0 3
y
1
2
x

Figura 10
Fonte: Winterle, 2000, p. 104

 1 
Vamos agora verificar se os pontos P = ( −5, −10, −2 ) e Q =  2, , 5  pertencem
à reta em questão .  2 

11
11
UNIDADE A reta no espaço

 −5 = 1 + 2t ⇒ t = −3

Para P = ( −5, −10, −2 ) temos: −10 = −1 + 3t ⇒ t = −3 ⇒ t = −3 e P ∈ r
 −2 = 4 + 2t ⇒ t = −3

 1
 2 = 1 + 2t ⇒ t = 2

 1  1 1
Para Q =  2, , 5  temos:  = −1 + 3t ⇒ t = ⇒  t comum e Q ∉ r
 2  2 2
 1
3 = 4 + 2t ⇒ t = − 2

Logo P pertence à reta r com parâmetro t = −3 e Q não pertence à reta r,
pois não existe um único parâmetro que satisfaça simultaneamente as três equações
paramétricas da reta r .

Observação:

A equação vetorial de uma reta r não é única. Na verdade, existem infinitas


equações vetoriais e, consequentemente, também paramétricas, de uma mesma
reta, basta pegar outro ponto da reta ou ainda outro vetor não nulo que seja múltiplo
do primeiro vetor diretor.

Por exemplo, a equação [ x − 1, y + 1, z − 4] = t [ 4, 6, 4] é outra equação vetorial de


 
r que usa o mesmo ponto A = (1, −1, 4 ) , mas como vetor diretor w = 2v . Também
 1  3 
podemos escolher o ponto P2 = ( 5, 5, 8 ) e como vetor diretor u = − v = 1, ,1 .
2  2 

 3 
Daí, a equação vetorial da reta r é [ x − 5, y − 5, z − 8] = t 1, ,1 . De cada uma
 2 
dessas equações vetoriais da reta r temos as correspondentes equações
paramétricas.

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Exemplo 2:

Dado o ponto A = ( 0, 2, −4 ) e o vetor v = [1, 2, 3] pede-se:

a) As equações paramétricas da reta que passa por A na direção de v
3
b) Os pontos B e C de r de parâmetros t = −1 e t = , respectivamente
2
c) O ponto D de r cuja coordenada y = 6

5 7
d) Verificar se o ponto D =  , 7,  pertence ou não à reta r
2 2
e) Determinar para que valores m e n o ponto E = ( m, 5, n ) pertence a r

Resolução:
 
a) Se P = ( x, y, z ) é um ponto genérico da reta r temos que AP = tv , logo

 x=t
 
AP = [ x − 0, y − 2, z + 4] = t [1, 2, 3] ⇒  y = 2 + 2t são as equações paramétricas de r .
 z = −4 + 3t

 3
 x=
 x = −1 2
 3 
b) Para t = −1 ⇒  y = 0 e para t = ⇒  y = 5 .
 z = −7 2 
 1
z =
 2

3 1
Logo B = ( −1, 0, −7 ) e C =  , 5, 
2 2

x = 2
c) Se y = 6 ⇒ 2 + 2t = 6 ⇒ 2t = 4 ⇒ t = 2 ⇒  ⇒ D = ( 2, 6, 2 )
z = 2

5 7 5
d) Para D =  , 7,  , x= t = . Verificando as outras coordenadas temos:
2 2 2
5 5 15 −8 + 15 7
y = 2 + 2 = 2 + 5 = 7 e z = −4 + 3 = −4 + = = . Logo D ∈ r.
2 2 2 2 2

e) Para E = ( m, 4, n ) pertencer à reta r temos:

 m=t
  4 = 2 + 2m
 4 = 2 + 2t ⇒  ⇒ m = 1 e n = −4 + 3 = −1 . Logo E = (1, 4, −1)
n = −4 + 3t  n = −4 + 3m

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UNIDADE A reta no espaço

Equações paramétricas de um segmento de reta


Consideremos dois pontos A = ( x A , y A , z A ) e B = ( xB , yB , z B ) e o segmento AB
de origem em A e extremidade em B . As equações paramétricas do segmento

AB são as mesmas de uma reta r na direção do vetor AB , porém com 0 ″ t ″ 1,
isto é,

 x = x A + t ( xB − x A )

AB :  y = y A + t ( yB − y A ) , 0 ≤ t ≤ 1
 z = z + t(z − z )
 A B A

A B r

Figura 11

Observe que para t = 0 , obtém-se o ponto A , para t = 1, obtém-se o ponto B e


para 0 < t < 1 , obtém-se os pontos entre A e B.

Exemplo 3:
Seja o segmento determinado pelos pontos A = (1, 4,1) e B = ( 2, −1, 3) . Vamos
encontrar as equações paramétricas do segmento AB . Sabemos que o vetor

AB = [1, −5, 2] que é o vetor diretor da reta que contém este segmento. Como a
origem do segmento é o ponto A, as equações paramétricas do segmento são:

 x =1+ t

AB :  y = 4 − 5t , 0 ≤ t ≤ 1
 z = 1 + 2t

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Reta definida por dois pontos
A reta definida pelos pontos A = ( x A , y A , z A ) e B = ( xB , yB , z B ) passa por A (ou
 
B ) e tem a direção do vetor v = AB = [ xB − x A , yB − y A , z B − z A ] . Assim, se P ( x, y, z )
 
pertence à reta, a equação vetorial é AP = t AB , ou seja:

[ x − x A , y − y A , z − z A ] = t [ xB − x A , y B − y A , z B − z A ]
E as equações paramétricas dessa reta são:

 x − x A = t ( xB − x A )

 y − y A = t ( yB − y A )
 z − z = t(z − z )
 A B A

Exemplo 4:
Achar as equações vetorial e paramétricas da reta que passa pelos pontos
A = ( −1, 3, 2 ) e B = ( 3, 0, −5 ) .

Resolução:

O vetor AB = [ 4, −3, −7 ] e uma equação vetorial dessa reta é:

[ x + 1, y − 3, z − 2] = t [ 4, −3, −7]
 x = −1 + 4t

Que geram as seguintes equações paramétricas da reta  y = 3 − 3t
 z = 2 − 7t

Observação:

 
A equação vetorial AP = t AB pode ser expressa por P = A + t ( B − A ) ou
ainda P = tB + (1 − t ) A

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15
UNIDADE A reta no espaço

Equações simétricas da reta



A reta que passa pelo ponto A = ( x1 , y1 , z1 ) na direção do vetor diretor v = [ a, b, c ]
 x = x1 + ta

tem as equações paramétricas r :  y = y1 + tb . Dessas equações paraméricas,
 z = z + tc
 1

x − x1 y − y1 z − z1
supondo a.b.c ≠ 0, podemos escrever: t = = = .
a b c
Então temos:

Equações simétricas
x − x1 y − y1 z − z1
= =
a b c

Exemplo 5:

A reta que passa por A = ( 2, −3, 4 ) e tem direção do vetor v = [ 2, −1, 5] tem as
x−2 y+3 z−4
seguintes equações simétricas: = = .
2 −1 5
Para obter outros pontos da reta, basta atribuir um valor qualquer a uma das
variáveis e, a partir disso, encontrar as outras coordenadas que satisfaça a equações
simétricas. Por exemplo, se x = 1 , temos:
 1  5
y+3= y=−
1− 2 1 y+3 z−4  2 
 2
=− = = ⇒ ⇒
2 2 −1 5 z − 4 = − 5  z= 3
 2  2

 5 3
Assim, o ponto P =  1, − ,  pertence a essa reta.
 2 2
Observação:

Se a reta r é paralela a algum dos planos coordenados, então ela não pode ser
representada por uma equação simétrica.

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Equações reduzidas da reta
Dadas as equações simétricas de uma reta r
x − x1 y − y1 z − z1
= =
a b c
Podemos deduzir duas igualdades independentes entre si:

 y − y1 x − x1
 b = a (1)

 z − z1 = x − x1 ( 2 )
 c a

Isolando a variável y em (1): y = p1 x + q1

Isolando a variável z em (2): z = p2 x + q2

Equações reduzidas

 y = p1 x + q1
r:
 z = p2 x + q2

Exemplo 6:
Seja a reta r dada pelos pontos A = ( 2, 3, −1) e B = ( −2, 5, 3) . Encontrar as
equações reduzidas da reta r .

Resolução:

Como a reta passa pelos pontos A e B , seu vetor diretor é AB = [ −4, 2, 4] e,
portanto, suas equações simétricas, escolhendo passar por A, são:
x − 2 y − 3 z +1
= =
−4 2 4
y −3 x−2
 2 = −4
Reduzindo a duas equações independentes, temos:  . Daí, isolando
 z +1 = x − 2
 4 −4
 1
y = − x + 4
y e z dessas equações temos as equações reduzidas de r :  2
 z = − x + 1

17
17
UNIDADE A reta no espaço

 1 
É fácil verificar que todo ponto da reta é da forma P =  x, − x + 4, − x + 1 .
 2 
Por exemplo, para x = 6 , P = ( 6,1, −5 ) pertence à reta r .

Observação:

As equações reduzidas em função de x serão sempre as mesmas. Entretanto,


podemos também encontrar equações reduzidas em função das outras duas
variáveis, que obviamente representam a mesma reta.

x −2 y −3
 −4 = 2
Por exemplo, se deduzirmos em função de y temos: 
 z +1 = y − 3
 4 2
 x = −2 y + 8
Daí, isolando x e z resulta nas equações reduzidas de r :  .
 z = 2y − 7

Observe que P = ( 6,1, −5 ) satisfaz esta equações reduzidas, o que de fato deve
acontecer, uma vez que este ponto pertence à reta r dessas equações.

Exemplo 7:
Achar as equações reduzidas da reta r de equações simétricas:
x y −3 z −2
= =
2 −3 −2
Resolução:
y −3 x
 −3 = 2
Das equações podemos deduzir duas equações independentes: 
z −2 = x
 −2 2

Assim, isolando y e z temos as equações reduzidas em função de


 3
y = − x + 3
x: 2 .
 z = − x + 2

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A reta r representada por essas equações reduzidas é fruto da interseção dos
3
planos α1 : y = − x + 3 e α 2 : z = − x + 2 . Veja a figura a seguir:
2

α1
z

2
P0

0
3 y

α2
2

Figura 12
Fonte: Venturi, 2015, p. 191

Observe que o plano α1 é paralelo ao eixo Z e o plano α 2 é paralelo ao eixo Y.


A reta r “fura” o plano YZ no ponto P0 = ( 0, 3, 2 ) e tem como vetor diretor o vetor
  3 
v = 1, − , −1 .
 2 

Posições relativas de duas retas no espaço


No espaço  3 duas retas r1 e r2 podem ser: paralelas, concorrentes e reversas.

a) Coplanares e paralelas
As retas r1 e r2 � pertencem a um mesmo plano α e têm a mesma direção, ou
seja, seus vetores diretores são paralelos. Como um caso particular, podem ser
coincidentes.

r / / s ou r ∩ s = ∅
Figura 13

19
19
UNIDADE A reta no espaço

b) Coplanares e Concorrentes
As retas r1 e r2 � pertencem a um mesmo plano α e se interceptam num ponto P.
As coordenadas de P = ( x, y, z ) satisfazem o sistema formado pelas duas retas, ou
seja, satisfazem tanto as equações de r1 quanto de r2 .

P
s r

r ∩ s = {P}
Figura 14

c) Reversas
As retas r1 e r2 pertencem a planos distintos e não têm ponto comum.

r∩s =∅
Figura 15

Caso a reta s seja perpendicular ao plano que contém a reta r , as retas r e s


serão reversas e ortogonais. Voltaremos com mais detalhes mais à frente, ainda
nessa unidade, sobre o estudo de posições relativas entre reta e plano.

Interseção de duas retas


Duas retas têm interseção se tiverem um único ponto comum. Então, dadas
duas retas r e s devemos procurar saber se estas retas são concorrentes e daí
verificar o ponto de interseção. Logo, devemos eliminar o caso das retas serem
paralelas e mesmo coincidentes (quando os vetores diretores são paralelos), pois no
caso de paralelas ela não têm ponto de interseção e no caso de coincidentes têm
todos os pontos comuns, o que não é o caso de ponto de interseção.

20
Exemplo 8:
Verificar se as retas r e s são concorrentes e, em caso afirmativo, determinar
o ponto de interseção.

 x=t
 y = 3x − 3 
a) r: e s : y = 4 − t
 z = −x  z =1+ t

 x=t
 x + 2 y −1 z
b) r :  y = 12 − 2t e s: = =
 z = −8 + 2t 2 6 −4

Resolução:
No item (a) para achar um vetor diretor de r basta pegar dois pontos de r, A e
 
B, e tomar vr = AB . Seja A o ponto de abscissa x = 0 , assim, y = −3 e z = 0 ,
logo A = ( 0, −3, 0 ) . Seja B o ponto de abscissa x = 1 , assim, y = 0 e z = −1 e,
 
portanto, B = (1, 0, −1) . Daí, vr = AB = 1 − 0, 0 − ( −3) , −1 − 0  = [1, 3, −1] . Já um
  
vetor diretor da reta s é vs = [1, −1,1] . Dessa forma, claramente vemos que vr e vs
não são múltiplos entre si, logo, as retas não são paralelas (nem coincidentes).
Restam duas opções: elas podem ser concorrentes, que tem ponto de
interseção, ou reversas, que não tem ponto de interseção, pois se encontram em
planos distintos.

Vamos então buscar se essas duas retas tem algum ponto comum. Para tal
vamos substituir as equações de s em r e ver se encontramos solução.

7
Na primeira equação de r : 4 − t = 3t − 3 ⇒ 4t = 7 ⇒ t =
4

Na segunda equação de r : 1 + t = −t ⇒ 2t = −1 ⇒ t = − 1
2

Logo, não existe solução, pois não há um mesmo valor de t para ambas as
equações. Então, não há ponto de interseção e as retas são reversas.

21
21
UNIDADE A reta no espaço

 
No item (b) os vetores diretores de cada reta são: vr = [1, −2, 2] e vs = [ 2, 6, −4] ,
que não são múltiplos um do outro. Portanto, as retas não são paralelas e podem
ser ou reversas ou concorrentes. Vamos substituir as equações de r em s para ver
se encontramos solução. Ficamos então com o seguinte sistema de equações:
t + 2 11 − 2t −8 + 2t
= =
2 6 −4

Das duas primeiras equações temos: 6t + 12 = 22 − 4t ⇒ 10t = 10 ⇒ t = 1


Das duas últimas equações temos: −44 + 8t = −48 + 12t ⇒ 4t = 4 ⇒ t = 1
Da primeira e terceira equações temos: −4t − 8 = −16 + 4t ⇒ 8t = 8 ⇒ t = 1

Logo, o sistema admite solução única para t = 1 . Substituindo em qualquer um


dos sistemas de equações de r ou s , teremos o ponto de interseção. Por facilidade
vamos substituir nas equações paramétricas de r e obtemos P = (1,10, −6 ) . Verifique
você que este ponto pertence à reta s , só para testar.

Retas paralelas aos planos coordenados


Uma reta é paralela a um dos planos coordenados XY, XZ ou YZ se qualquer de
seus vetores diretores for paralelo ao correspondente plano. Nesse caso, uma das
componentes do vetor é nula.

Veja na figura a seguir que a reta r é paralela ao plano XY, passa pelo ponto

A = ( −1, 2, 4 ) e tem vetor diretor v = [ 2, 3, 0] , cuja terceira componente é nula,

porque v é paralelo ao plano XY.

A
-1

4
2

r
4

-1
3
0
2 y
v

Figura 16
Fonte: Winterle, 2000, p. 111

22
 x = −1 + 2t

Um sistema de equações paramétricas da reta r é:  y = 2 + 3t
 z=4

Observe que todos os pontos da reta r tem cota z = 4 , então se pegarmos


quaisquer dois pontos
 de r , P1 = ( −1 + 2t1 , 2 + 3t1 , 4 ) e P2 = ( −1 + 2t2 , 2 + 3t2 , 4 ) ,
o vetor diretor PP  2 ( t2 − t1 ) , 3 ( t2 − t1 ) , 0  terá cota nula.
1 2 = 

Analogamente teríamos para o caso de reta paralela, respectivamente, aos outros


dois planos coordenados. Por exemplo, na figura seguinte a reta r passa pelo ponto

A = (1, 5, 3) e tem vetor diretor v = [ −1, 0.2] . Suas equações paramétricas são:

A
v

-1

0
y
5
1

Figura 17
Fonte: Winterle, 2000, p.112

 x =1− t

As equações paramétricas de r são:  y = 5
 z = 3 + 2t

Retas paralelas aos eixos coordenados


Uma reta é paralela a um dos eixos coordenados  se seus vetores diretores forem
 
paralelos ou a i = [1, 0, 0] , ou a j = [ 0,1, 0] ou a k = [ 0, 0,1] . Nesse caso, duas das
componentes de um vetor diretor serão nulas.

Por exemplo, seja a reta que passa pelo ponto A = ( 2, 3, 4 ) e tem a direção do

vetor v = [ 0, 0, 3] . Como as duas primeiras componentes desse vetor diretor são

23
23
UNIDADE A reta no espaço

   
nulas, temos que v tem mesma direção de k . Aliás, v = 3k . Logo a reta r é
paralela ao eixo OZ. Confira na figura a seguir:

z
r

3
0 y

Figura 18
Fonte: Winterle, 2000, p. 113

 x=2

A reta r pode ser representada pelas equações paramétricas  y = 3
 z = 4 + 3t

Reta como interseção de dois planos


Seja r a reta dada como interseção de dois os planos α : a1 x + b1 y + c1 z + d1 = 0
e β : a2 x + b2 y + c2 z + d 2 = 0 , conforme indica a figura seguinte:

 r

Figura 19

 a1 x + b1 y + c1 z + d1 = 0
Em outras palavras r : 
a2 x + b2 y + c2 z + d 2 = 0

24
 

Como v1 = [ a1 , b1 , c1 ] ⊥ α e v2 = [ a2 , b2 , c2 ] ⊥ β e, além disso, r = a ∩ β , temos
 
  

que v1 ⊥ r e v2 ⊥ r . Portanto, v1 × v2 é um vetor paralelo à reta r . Então já temos
  

um vetor w = v1 × v2 que dá a direção da reta r . Logo, para determinar a equação
paramétrica de r , falta encontrar um ponto A ∈ r , que é obtido satisfazendo o
sistema de equações dado por r . Feito isso, teremos as equações paramétricas
  

{ ( )
dadas por r = { A + tw; t ∈ } = A + t v1 × v2 ; t ∈  }
Exemplo 9:
 x + y − 2z − 1 = 0
Encontre as equações paramétricas da reta r : 
2 x + 3 y − 4 z − 5 = 0
Resolução:

 Vemos pelas equações dos planos dados no sistema que determina 


 a reta r que
n1 = [1,1, −2] é um vetor normal ao plano α : x + y − 2 z − 1 = 0 e n2 = [ 2, 3, −4] é um
   
vetor normal ao plano β : 2 x + 3 y − 4 z − 5 = 0 . Portanto, o vetor w = n1 × n2 é um
vetor paralelo à reta r , ou seja, um vetor diretor da reta r .
  
i j k
   
w = 1 1 −2 = ( −4 + 6 ) i + ( −4 + 4 ) j + ( 3 − 2 ) k = [ 2, 0,1]
2 3 −4
Agora, precisamos encontrar um ponto da reta r e para tal, podemos escolher
x = 0 e daí resolver o sistema resultante:
 y − 2z − 1 = 0 −2 y + 4 z + 2 = 0
 ⇒ ⇒ 3y − 2 y − 5 + 2 = 0 ⇒ y = 3 ⇒ z = 1
3 y − 4 z − 5 = 0  3 y − 4 z − 5 = 0

Assim, o ponto A = ( 0, 3,1) ∈ r. Dessa forma, as equações paramétricas de r são:

 x = 2t

r :  y = 3 ;t ∈ 
z = 1 + t

25
25
UNIDADE A reta no espaço

Ângulo entre duas retas


  
Sejam as retas r1 e r2 com direções v1 e v2 , respectivamente. Confira na figura:

z
r2

ϴ r1

v2
ϴ v1
0
y

x
Figura 20
Fonte: Winterle, 2000, p. 114

Chama-se ângulo de duas retas r1 e r2 ao menor ângulo de um vetor v1 diretor


de r1 e de um vetor diretor v2 de r2 . Se chamarmos de θ este ângulo, tem-se que:
 

v1.v2 π
cosθ =  
 , com 0 ≤ θ ≤
v1 v2 2

Em outras palavras, o cosseno do ângulo é o quociente entre o módulo do


produto interno entre os dois vetores diretores e o produto dos módulos destes
dois vetores.

Exemplo 10:
(Winterle-p.114) Calcular o ângulo entre as retas a seguir:

 x = 3+t
 x+2 y −3 z
r1 :  y = t e r2 : = =
 z = −1 − 2t −2 1 1

26
Resolução:
Vamos encontrar vetores diretores paras cada uma das retas.

r
A reta 1 está representada por suas equações paramétricas, um seu vetor diretor
é v1 = [1,1, −2] . Já r
a reta 2 está representada por suas equações simétricas e um
seu vetor diretor v2 = [ −2,1,1] . Dessa forma, para encontrar o ângulo θ entre estas
retas temos que encontrar o produto interno dos dois vetores e os módulos dos
 

v1.v2
vetores e do produto interno para usar na expressão cosθ =    .
v1 v2
 

v1.v2 = [1,1, −2].[ −2,1,1] = 1.( −2 ) + 1.1 + ( −2 ) .1 = −2 + 1 − 2 = −3 ⇒ −33 = 3
 

v1 = 12 + 12 + ( −2 ) = 6 = v2
2

Portanto, substituindo na equação, temos:


3 3 1
cosθ = = =
6. 6 6 2

1 π π
Logo, θ = arccos   , e como 0 ≤ θ ≤ , temos que θ = rad = 60°
2 2 3
Observação:

 

Duas retas r1 e r2 são ortogonais se, e somente se, v1.v2 = 0 .
Por outro lado, duas retas ortogonais podem ou não serem concorrentes. Veja
na figura a seguir, em que r1 e r2 são ortogonais à reta r , mas r1 e r2 não
são concorrentes.

r1

r2

Figura 21
Fonte: Winterle, 2000, p. 115

27
27
UNIDADE A reta no espaço

Observe na figura seguinte que podemos ter o ângulo entre duas retas r e s ,
tanto quando estas duas retas forem concorrentes quanto elas forem reversas.
No caso de serem retas reversas, o ângulo é medido entre a reta r e uma reta t
que seja paralela à reta s e concorrente com a reta r .

Ângulo entre retas concorrentes Ângulo entre retas reversas

t // S S
r
A

0 θ
θ 0

B s

Figura 22

Reta ortogonal a duas retas


 

Sejam as retas r1 e r2 não-paralelas, com direções dos vetores v1 e v2 ,
respectivamente. Toda reta r ao mesmo tempo ortogonal a r1 e r2 terá a direção

  v.v1 = 0  
do vetor v tal que:     . Como não nos interessa o vetor v = 0 como solução
v .v2 = 0
   
deste sistema, vamos recordar que podemos utilizar o produto vetorial v = v1 × v2
para a direção mutuamente ortogonal aos dois vetores diretores originais.

Exemplo 11:
Determinar as equações paramétricas da reta r que passa pelo ponto
A = ( 5, 4, −1) e é ortogonal à retas:

 x=3

r1 : [ x, y, z ] = [ 0, 0,1] + t [ 2, 3, 4] e r2 :  y = 1 − t
 z =t

Resolução:
Observe que o ponto A não precisa pertencer a nenhuma das retas em  questão
 é o caso aqui, verifique!). Os vetores diretores das retas 1 e 2 são: 1 [
(que r r v = 2, 3, 4]

e v2 = [ 0, −1,1] . Então temos:
  
i j k
       
v1 × v2 = 2 3 4 = ( 3 − ( −4 ) ) i + ( 0 − 2 ) j + ( −2 − 0 ) k = 7i − 2 j − 2k
0 −1 1

28

Como a reta r terá a direção do vetor v = [ 7, −2, −2] e deve passar pelo ponto
A = ( 5, 4, −1) , as equações paramétricas de r são:

 x = 5 + 7t

r :  y = 4 − 2t
 z = −1 − 2t

Ângulo entre uma reta e um plano



Sejam r uma reta e α um plano no espaço. Sejam n um vetor normal ao plano
 
α e v um vetor paralelo à reta r . Considere ainda θ o menor ângulo entre r e v ,
π
0 ≤θ ≤ . O ângulo φ entre r e α é definido como sendo o complementar do
2
π
ângulo θ . Em outras palavras, ∠ ( r,α ) = φ = − θ , conforme indica figura a seguir.
2

r
n

θ
Ø


Figura 23
Fonte: Venturi (2015, p. 221)

Observe que dado o plano α : ax + by + cz + d = 0 e a reta


x − x0 y − y0 z − z0 
r: = = temo que n = [ a, b, c ] é o vetor normal a α e
l m n
  
v = [l , m, n ] é o vetor na direção de r . O ângulo θ entre n e v é calculado por
meio do produto escalar entre estes vetores:

n.v
cosθ =  
n.v

π 
O ângulo φ é complementar de θ , então temos: senφ = sen  − θ  = cosθ .
2 
Logo:

n.v
senφ =  
n.v

29
29
UNIDADE A reta no espaço

Exemplo 12:
 x=t

Seja a reta r :  y = 2t − 1, t ∈  e o plano α : x − 2 y + z + 3 = 0
 z=4

Encontre o ângulo entre a reta r e o plano α .

Resolução:

Temos que o n = [1, −2,1] é o vetor normal ao plano α . Para encontrar um vetor

diretor da reta r , vamos pegar dois pontos e formar o vetor v . Para tal, basta
escolher aleatoriamente dois valores para t , por exemplo:

t = 0 ⇒ P = ( 0, −1, 4 ) e t = 1 ⇒ Q = (1,1, 4 )

    
Daí o vetor v = PQ = [1, 2, 0] . Logo, sendo θ = ∠ ( r , n ) = ∠ ( v , n ) podemos

n.v π 
calcular cosθ =   = sen  − θ  = sen∅ , em que ∅ = ∠ ( r,α ) .
n.v 2 

Como n.v = [1, −2,1].[1, 2, 0] = 1.1 − 2.2 + 1.0 = 1 − 2 + 0 = −1. Também temos que
 
n = 12 + ( −2 ) + 12 = 6 e v = 12 + 22 + 02 = 5 . Assim:
2

−1 1 30
sen∅ = cosθ = = = ≅ 0,18
6. 5 30 30

Logo, ∅ ≅ arcsen ( 0,18 ) ≅ 10, 5° é o ângulo entre a reta r e o plano α .

Atenção:

Embora sen∅ = cosθ , o ângulo procurado é ∅ , portanto temos que procurar o


valor de ∅� como a função inversa do seno, no caso, ∅ = arcsen ( 0,18 ) .

30
Posição relativa entre reta e plano no
espaço
Dadas uma reta e um plano no espaço, podemos encontrar três situações:
a) a reta é paralela ao plano; b) a reta pertence ao plano; c) a reta é secante ao
plano , como pode ser conferida na imagem a seguir:

Reta secante ao plano

Reta paralela ao plano

Reta co
A ntida no
plano
P
B

Figura 24

Então dada uma reta r e um plano π podemos sintetizar:

r ∩ π = Φ
r / /π ⇒ 
 r ∩π = r�

r  π ⇒ r ∩ π = {P}
 
Sejam a reta r : Q = A + tvr , sendo vr vetor diretor da reta e Q = ( x, y, z ) ∈ r ,

e o plano π : ax + by + cz + d = 0 , sendo n = [ a, b, c ] ⊥ π . Podemos então
concluir que:
 
• r / /π ⇔ vr .n = 0 e, além disso, se B ∈ r também pertence a π, r ⊂ π
   
• vr .n ≠ 0 ⇔ r ∩ π = {P} , e se vr e n forem paralelos, temos que r ⊥ π .

vr nπ

π
r

Figura 25

31
31
UNIDADE A reta no espaço

Exemplo 13:
Determine, se houver, a interseção da reta r com o plano π, nos casos:

a) r : P = (1, 6, 2 ) + t [1,1,1] , t ∈  e π : x − z − 3 = 0

b) r : x − 1 = y − 2 = 2 z − 2 e π : P = h ( 6, 2,1) + t (1, 2,1) , h, t ∈ 

 x=t

c) r :  y = −3 + 3t , t ∈  e π : x + 2 y + z = 0
 z = −t

Resolução:
 
a) O vetor diretor de r é vr = [1,1,1] e o vetor normal a π é n = [1, 0, −1] ,
 
portanto, vr .n = [1,1,1].[1, 0, −1] = 1.1 + 1.0 + 1.( −1) = 1 + 0 − 1 = 0 . Logo, podemos ter
r ∩ π = r ou r ∩ π = Φ . Como o ponto A = (1, 6, 2 ) ∈ r , mas A ∉ π , então r ∩ π = Φ,
ou seja, r é paralela a π.

  1  
b) O vetor diretor de r é vr = 1,1,  e o vetor normal a π é n = [ 6, 2,1] × [1, 2,1] ,
 2
  
i j k

logo n = 6 2 1 = [ 2 − 2,1 − 6,12 − 2] = [ 0, −5,10] . Portanto, temos:
1 2 1

   1  1
vr .n = 1,1,  .[ 0, −5,10] = 1.0 + 1.( −5 ) + .10 = 0 − 5 + 5 = 0
 2 2

Logo, podemos ter r ∩ π = r ou r ∩ π = Φ . Por outro lado, vemos que o ponto


P = (1, 2,1) ∈ r e P = (1, 2,1) ∈ π (para= et 1 ), portanto, r ⊂ π .
h 0=

   
c) Vemos que vr = [1, 3, 0] e n = [1, 2,1] , daí vr .n = [1, 3, −1].[1, 2,1] = 6 ≠ 0 .

Concluímos,
 então, que r e π são concorrentes, mas r não é ortogonal a π, uma

vez que vr  n . Seja r ∩ π = {P} = {( a, b, c )} . Portanto, o ponto P deve satisfazer
as equações de π e de r , a saber:

 a=t

(1) a + 2b + c = 0 e (2) b = −3 + 3t
 c = −t

Substituindo (2) em (1) temos:

32
t + 2 ( −3 + 3t ) + ( −t ) = 0 ⇒ t − 6 + 6t − t = 0 ⇒ 6t = 6 ⇒ t = 1

Logo, P = ( a, b, c ) = (1, 0, −1) . Assim, a reta r é secante ao plano π e o ponto de


interseção de r e π é o ponto P = (1, 0, −1) .

Posição relativa entre duas retas no espaço


Sintetizando as posições relativas entre duas retas no espaço temos: dadas
duas retas no espaço, se as duas pertencem a um mesmo plano, dizemos que
são coplanares, podendo ser concorrentes ou paralelas (coincidentes ou não).
Caso contrário, se não pertencem a um mesmo plano, dizemos que as retas são
reversas.

Portanto, temos que dadas duas retas r1 e r2 no espaço, essas retas podem ser:

 concorrentes ⇒ r1 ∩ r2 = {P}

Coplanares   coincidentes ⇒ r1 ≡ r2 ou Reversas
 paralelas 
 distintas ⇒ r1 ∩ r2 = Φ
Confira nas representações a seguir:

P π
r1 r2

Coplanares concorrentes

r1 π π
r2 r1 Ξ r2

Paralelas não coincidentes Paralelas coincidentes


r1

P π
r2

Reservas

Figura 26

Podemos estabelecer condições para identificar


 a posição
 relativa de duas retas
no espaço. Considere as retas r : P = A + hvr e s : Q = B + tvs , com h, t ∈  .
  
Se r e s são coplanares, então os vetores AB, vr e vs são coplanares e,
     
portanto, o produto misto  AB, vr , vs  = 0 . Reciprocamente, se  AB, vr , vs  = 0
podemos ter:
 
i) vr / / vs , e nesse caso r e s são paralelas, logo são coplanares.

33
33
UNIDADE A reta no espaço

    
não émúltiplo de vs , então podemos escrever AB
ii) vr �  vs , ou seja, vr 
como linear vr e vs . Assim, h, t ∈  tais que
 combinação
    existem escalares
AB = hvr + tvs , ou seja, B = A + hvr + tvs . Logo, o plano definido por
 
β : P = A + hvr + tvs contém as retas r e s , que, portanto, são coplanares. Observe
ainda que nesse caso as retas são concorrentes.

 iii)  Um caso particular


  de retas concorrentes são as retas perpendiculares, daí
vr ⊥ vs e, portanto, vr .vs = 0 .

Exemplo 14:
Analise a posição relativa das retas r e s nos casos:

 x − 3y − z + 1 = 0
a) r :  e s : P = (1, 0, 2 ) + h [1, −3, 5] , h ∈ 
2 x + y − z + 2 = 0

 x=t
 1− x y
b)
r :  y = 1 − t; t ∈  e s: = = z −8
 z = 4 + 4t 2 3

 x=4

c) r : P = ( 4, −3,1) + h [ 0, 2,1] , h ∈  e s :  y = −1 − 2t , t ∈ 
 z = 3−t

Resolução:
No caso (a) a reta r é dada como interseção  de doisplanos, cujos vetores
normais aos planos são, respectivamente, n1 = [1, −3, −1] e n2 = [ 2,1, −1] , portanto,
    
o vetor diretor vr / / n1 × n2 e vs / / [1, −3, 5] . Temos que:
  
i j k
  
n1 × n2 = 1 −3 −1 = [3 + 1, −2 + 1,1 + 6] = [ 4, −1, 7 ]
2 1 −1

Como [ 4, −1, 7 ]  [1, −3, 5] as retas ou são concorrentes ou são reversas. Vamos
tomar um ponto em cada reta, por exemplo:

34
 x − z = −1
Na reta r , se y = 0 ⇒ 2 x − z = −2 ⇒ x = −1 e z = 0 ⇒ A = ( −1, 0, 0 )


Na reta s , fazendo h = 0 temos o ponto B = (1, 0, 2 ) . Portanto, AB = [ 2, 0, 2]
  
Calculando o produto misto  AB, vr , vs  temos:

2 0 2
4 −1 7 = −10 − 24 + 2 + 42 = 10 ≠ 0
1 −3 5
Logo, como estes três vetores não são coplanares, as retas r e s são reversas.
 
No caso (b) temos que vr = [1, −1, 4] e vs = [ 2, 3,1] , logo, as retas r e s são
concorrentes ou reversas. Vamos pegar um ponto em cada uma das retas.

Na reta r , fazendo t = 0 temos o ponto A = ( 0,1, 4 ) e na reta s , fazendo y = 0



temos o ponto B = (1, 0, 8 ). Então, AB = [1, −1, 4] . Agora, calculando o produto
misto destes três vetores temos:

1 −1 4
1 −1 4 = 0 , pois duas linhas são iguais. Portanto, os três vetores são
2 3 1

coplanares e, portanto, as retas são concorrentes.

Se quisermos encontrar o ponto de interseção das retas, podemos substituir as


coordenadas de r em s e temos:
1− t 1− t
= = 4t − 4
2 3
Das duas primeiras equações temos: 3 − 3t = 2 − 2t ⇒ t = 1 , que também satisfaz
as outras equações, duas a duas. Portanto, o ponto de interseção corresponde na
reta r a t = 1 , que é o ponto P = (1, 0, 8 ) . Observe que P ∈ s.

No caso (c), os vetores diretores das retas são, respectivamente, vr = [ 0, 2,1] e
  
vs = [ 0, −2, −1] , logo, vr = −vs e, portanto as retas são coplanares e paralelas,
podendo ser ou não coincidentes. Como o ponto A = ( 4, −1, 3) ∈ s , mas não
pertence a r , então as retas são paralelas e não coincidentes, ou seja, paralelas
e distintas.

35
35
UNIDADE A reta no espaço

Distância de um ponto a uma reta


Dados uma reta r e um ponto P0 fora da reta, já vimos no caso de retas no plano
que a distância de P0 à reta r é dist ( P0 , r ) = min {dist ( P0 , P ) ; P ∈ r} . Isto se dá
também no caso de ponto e reta no espaço, uma vez que dada uma reta e um ponto
fora dela, existe um plano que contém a reta e o ponto. Daí, basta tomar um ponto
qualquer da reta, digamos o ponto P1 , encontrar o vetor PP 1 0 e depois encontrar a
 
v × P0 P 
distância d = dist ( P0 , r ) =  , em que v é o vetor diretor da reta r .
v

Observe a representação a seguir:

P0 r

d
0
PP
1

V
P1
|v x P1P0|
d = d(P0 ,r)=
|v|

Figura 27

Exemplo 15:
Calcule a distância do ponto P0 = ( 2, 0, 7 ) à reta dada pelas equações simétricas:
x y−2 z−6
= = .
2 2 1

36
Resolução:

Vemos que um vetor diretor da reta r é v = [ 2, 2,1] e podemos escolher um
ponto P1 da reta, por exemplo, se tomarmos  x = 0 ⇒ y = 2 e z = 6 . Assim, o ponto
P1 = ( 0, 2, 6 ) ∈ r . Daí, temos o vetor P0 P1 = [ −2, 2, −1] . Calculando o produto
vetorial temos:
  
i j k
    
v × PP 1 0 = 2 2 1 = ( −2 − 2 ) i + ( −2 + 2 ) j + ( 4 + 4 ) k = [ −4, 0, 8]
−2 2 −1
Temos então:
 
( −4 )
2
v × PP
1 0 = + 02 + 82 = 16 + 64 = 80 = 4 5

v = 22 + 22 + 12 = 4 + 4 + 1 = 9 = 3

4 5
Assim, dist ( P0 , r ) =
3

Distância entre uma reta e um plano


A distância entre uma reta r e um plano π, denominada dist ( r, π ) dado por:

dist ( r , π ) = min {dist ( P, Q ) : P ∈ r e Q ∈ π }

Observe que, se r ∩ π ≠ Φ , caso em que se r ∈ π ou ainda se r ∩ π = {P} ,


então dist ( r, π ) = 0 , como pode ser visto na representação a seguir:

Reta secante ao plano

Reta paralela ao plano

Reta co
A ntida no
plano
P
B

Figura 28

37
37
UNIDADE A reta no espaço

Então vemos que dist ( r , π ) ≠ 0 ⇔ r ∩ π = Φ ⇔ r não pertence a π. Nesse caso,


teremos que a distância pode ser representada como segue:

r // π
P

P’

d = PP’
Figura 29
 
Dada a reta r / / π temos vr o vetor diretor da reta r e n o vetor normal a π.

Por um ponto P ∈ r trace a reta s na direção de n , ou seja, s ⊥ π e encontre o
ponto P′ , interseção de s e π, ou seja, P′ é o pé da perpendicular em π que passa

por P . Daí, a distância d = dist ( r , π ) = PP′ .

Exemplo 15:
Vimos no exemplo 13, item (a) que a reta r : P = (1, 6, 2 ) + t [1,1,1] , t ∈  é paralela
ao plano π : x − z − 3 = 0 . Calcule então a distância de r a π.

Resolução:

O vetor normal a π é n = [1, 0, −1] e que P = (1, 6, 2 ) ∈ r , então vamos escrever

as equações paramétricas da reta s passando por P na direção de n :

 x =1+ t

s :  y = 6, t ∈ 
z = 2 − t

Agora, vamos encontrar o ponto P′ interseção de s com π. Para tal substituímos
as coordenadas de s na equação de π:
1 + t − ( 2 − t ) − 3 = 0 ⇒ 1 + t − 2 + t − 3 = 0 ⇒ 2t = 4 ⇒ t = 2

Logo, substituindo t = 2 em s temos P′ = ( 3, 6, 0 ) e d = PP′ = [ 2, 0, −2] = 2

38
Distância entre duas retas
A distância entre duas retas r1 e r2 , é definida por:

dist ( r1 , r2 ) = min {dist ( P1 , Q ) , P1 ∈ r1 , Q ∈ r2 }

Claro que r1 ≡ r2ou r1 ∩ r2 ≠ Φ ⇔ dist ( r1 , r2 ) = 0 , ou seja, se as retas são coincidentes


ou concorrentes, a distância entre elas é nula. Portanto, o que interessa é quando
as retas são paralelas ou reversas, pois daí a distância entre elas é diferente de zero.

No caso de retas paralelas, procedemos segundo a figura a seguir:


s

Ps r

d
r s
PP

Pr |vr x PrPs|
d = d(Ps,r)=
|vr|

Figura 30

Em outras palavras, fixamos um ponto numas das retas e recaímos no caso


de distância de ponto a reta. Então vai nos interessar ver a distância entre retas
reversas.

Vejam na figura a seguir


n

r2

N2
P2 P2
r2
d(r1,r2)

P1 N1
r1 P1

α1 α2 r1

Figura 31
Fonte: Venturi(2015, p.218)

39
39
UNIDADE A reta no espaço


A reta r1 passa pelo ponto P1 = ( x1 , y1 , z1 ) e é paralela ao vetor v1 = [l1 , m1 , n1 ] .


A reta r2 passa pelo ponto P2 = ( x2 , y2 , z2 ) e é paralela ao vetor v2 = [l2 , m2 , n2 ].

Isto posto, temos:


x − x1 y − y1 z − z1
r1 : = =
l1 m1 n1

x − x2 y − y2 z − z2
r2 : = =
l2 m2 n2

A distância entre r1 e r2 é assim definida:


   
dist ( r1 , r2 ) =
PP (
1 2 . v1 × v2
  
)
v1 × v2

Exemplo 16:
Vimos no exemplo 14, item (a) que as retas seguintes são reversas:

 x − 3y − z + 1 = 0
r: e s : P = (1, 0, 2 ) + h [1, −3, 5] , h ∈ 
2 x + y − z + 2 = 0

Ache a distância entre elas.

Resolução:
 

Temos que o vetor v1 = [1, −3, −1] × [ 2,1, −1] = [ 4, −1, 7 ] e que v2 = [1, −3, 5] . Além

disso, A = ( −1, 0, 0 ) ∈ r e B = (1, 0, 2 ) ∈ s , AB = [ 2, 0, 2]. Resta calcular:
  
i j k
  
v1 × v2 = 4 −1 7 = [ −5 + 21, 7 − 20, −12 + 1] = [16, −13, −11]
1 −3 5
  
v1 × v2 = 162 + ( −13) + ( −11) = 256 + 169 + 121 = 546
2 2

Então, a distância entre r e s é:


   
dist ( r1 , r2 ) =
(  
)
AB. v1 × v2
 =
[ 2, 0, 2].[16, −13, −11] = 32 − 22 = 10 546 = 5 546
v1 × v2 546 546 546 273

40
Exercícios resolvidos:
Exercício 1:

Seja a reta r definida pelo ponto A = (1, −2, 3) e pelo vetor v = [3,1, 4] . Escreva
as equações paramétricas e reduzidas da reta r .

Resolução:
As equações paramétricas
   de
r
 são dadas pela equação vetorial da reta, se
   
P = ( x, y, z ) ∈ r , AP = tv ⇒ OP − OA = tv ⇒ OP = OA + tv , que de maneira sintética

pode ser representada por P = A + tv . Portanto:

 x = 1 + 3t

r :  y = −2 + t , t ∈ 
 z = 3 + 4t

Para encontrar as equações reduzidas, basta escolher uma das variáveis, digamos,
da segunda equação, y = −2 + t ⇒ t = y + 2 , agora substituindo nas outras duas
equações paramétricas obtemos uma das formas de equação reduzida da reta.

 x = 1 + 3 ( y + 2 ) = 3 y + 7
r:
 z = 3 + 4 ( y + 2 ) = 4 y + 11

Exercício 2:
 x = −1 − 2t

Seja a reta dada pelas equações r :  y = 2 − 5t , t ∈  .
 z = 3 + 2t

a) Encontre as equações simétricas da reta s paralela à reta r e que passa
pelo ponto B = ( −3, 0, 4 ) .

b) Escreva as equações paramétricas da reta t perpendicular à reta r no ponto


B e perpendicular ao eixo Y.

Resolução:

No item (a) temos que um vetor diretor da reta r é v = [ −2, −5, 2] . Como s / / r ,
 
v é também um vetor diretor da reta s . Observe que todas as coordenadas de v

41
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UNIDADE A reta no espaço

são não nulas, o que é uma condição para poder expressar uma reta em suas
equações simétricas. E como B = ( −3, 0, 4 ) ∈ s , as equações simétricas de s são:
x+3 y z−4
= =
−2 −5 2

No item (b) temos que t ⊥ r , portanto, um vetor u diretor da reta t é tal que
   
u ⊥ v . Além disso, a reta t é ortogonal ao eixo Y, isto significa que o vetor u ⊥ j .
  
Então, o vetor u é simultaneamente ortogonal ao vetor v e ao vetor j , então:

i j k
     
u = v × j = −2 −5 2 = ( 0 − 2 ) i + ( 0 − 0 ) j + ( −2 + 0 ) k = [ −2, 0, −2]
0 1 0

Então a reta t tem a direção do vetor u = [ −2, 0, −2] passando por B = ( −3, 0, 4 ) ,
logo suas equações paramétricas são:

 x = −3 − 2h

t :  y = 0, h ∈ 
 z = 4 − 2h

Exercício 3:
Determinar, caso seja possível, a forma simétrica da equação da reta r que
passa pelos pontos dados:

a) A = (1, 2, 3) e B = ( 4, 5, 6 )

b) C = (1, 0,1) e D = (1, 2, 3)

Resolução:

No caso (a) o vetor diretor da reta é AB = [3, 3, 3] , então podemos escrever as
equações simétricas da reta r , uma vez que um vetor diretor,
 que podemos assumir

como sendo u = [1,1,1] por ser na mesma direção de AB . Assim, escolhendo o
ponto A por referência temos as seguintes equações simétricas da reta

r : x −1 = y − 2 = z − 3

No caso (b), um vetor diretor da reta r é o vetor CD = [ 0, 2, 2] . Nesse caso, não
é possível expressar a reta r em equações simétricas, pois uma das coordenadas
do vetor diretor é nula. Entretanto podemos expressar as equações paramétricas da
reta r , tomando, por exemplo, o ponto C = (1, 0,1) por referência, temos:

 x =1

r :  y = 2t , t ∈ 
 z = 1 + 2t

42
Exercício 4:
Encontre valores para k ∈  , caso seja possível, de forma que a reta r seja
perpendicular ao plano π : x − z = 0 , sabendo que a reta r é dada pela interseção
mx + y + 2 z = 1
de dois planos, a saber, r :  . Caso afirmativo, encontrar o ponto
 x + my + z = 2
P de interseção de r com o plano π.

Resolução:
Como a reta r é dada pela interseção de dois planos, temos que r é paralela ao

vetor u dado por:
  
i j k
   
( )
u = m 1 2 = (1 − 2m ) i + ( 2 − m ) j + m 2 − 1 k = 1 − 2m, 2 − m, m 2 − 1
1 m 1

Para que r seja perpendicular a π, o vetor u deve ser múltiplo do vetor
   
n = [1, 0, −1] que é normal ao plano π, portanto, u × n = 0 , ou seja:
  
i j k
     
( )
u × n = 1 − 2m 2 − m m 2 − 1 = ( m − 2 ) i + m 2 − 1 − 2m + 1 j + ( m − 2 ) k = 0
1 0 −1

 m−2=0
 2
Logo temos:  m − 2m = 0 ⇒ m = 2
 m−2=0

 2 x + y + 2 z = 1
Logo, m = 2 , u = [ −3, 0, 3] e, portanto, r :  .
 x + 2y + z = 2

Vamos encontrar um ponto de r , por exemplo, fazendo x = 0 temos


 y + 2 z = 1 −2 y − 4 z = −2
 ⇒ ⇒ −3 z = 0 ⇒ z = 0 e y = 1.
2 y + z = 2  2 y + z = 2

Logo, o ponto A = ( 0,1, 0 ) ∈ r . Como r tem a direção do vetor u = [ −3, 0, 3] , as
 x = −3t

equações para paramétricas de r são r :  y = 1 , t ∈  . Se r ∩ π = {P} , então
 z = 3t

P = ( −3t ,1, 3t ) e P também satisfaz a equação de π. Logo, −3t − 3t = 0 ⇒ t = 0 e
P = ( 0,1, 0 ) é o ponto de interseção da reta r com o plano π.

43
43
UNIDADE A reta no espaço

Exercício 5:
Considere a reta r e o plano π dados pelas equações:
3x = 1 y − 1 1 − z
r: − = e π : 4x − 3y + z = 3
9 −2 6
Verifique se a reta r é paralela ao plano π e, caso afirmativo, calcule a distância
de r ao plano π.

Resolução:

Vemos que o vetor normal ao plano π é n = [ 4, −3,1] . Por outro lado, observe
que podemos rescrever as equações da reta r :
1
x−
r: 3 = 1− y = z −1
3 2 −6

1  
Assim, vemos que o ponto A =  ,1,1 ∈ r e o vetor diretor da reta é u = [3, 2, −6].
3 
Vamos ver se r é paralela ao plano π. Para tal, vamos calcular o produto interno:

u .n = [3, 2, −6].[ 4, −3,1] = 3.4 + 2 ( −3) − 6.1 = 12 − 6 − 6 = 0 .
 
Logo u ⊥ n e, portanto a reta r é paralela ao plano π. Mas nesse caso temos
duas situações: a reta r pode pertencer ao plano ou ser paralela fora do plano.
1 
Vamos testar se o ponto A =  ,1,1 pertence ou não ao plano;
3 
1 2
π : 4   − 3.1 + 1.1 = − ≠ 3 . Logo A ∉ π e, portanto a reta r é paralela ao
3 3
plano π, mas não pertence ao plano.

Vamos agora calcular a distância de r a π.

1 11
4   − 3.1 + 1.1 − 3 −
3 3 11
dist ( r , π ) = dist ( A, π ) =  = =
n 16 + 9 + 1 3 26

44
Exercício 6:
x −1 y − 3 z
Calcule o ângulo que a reta r : = = forma com o plano XY.
3 2 6
Resolução:
Lembremos que o ângulo procurado é sempre o menor  ângulo entre a reta e o
plano. O plano XY tem por vetor normal o vetor k = [ 0, 0,1] . Por outro lado, o

vetor diretor da reta r é v = [3, 2, 6] . Agora vamos calcular o ângulo φ entre estes
π 
dois vetores, lembrando que senφ = sen  − θ  = cosθ .
2 


u .n 3.0 + 2.0 + 6.1 6 6 6
cosθ =   = = = . Logo, θ = arcsen   ≅ 59°
u .n 9 + 4 + 36 49 7 7

Exercício 7:
Determine uma equação da reta r que passa pelo ponto Po = (1, 0, 2 ) , é
concorrente com a reta s : P = (1, 0,1) + t [ 2,1,1] , t ∈ , e é paralela ao plano de
equação π : 2 x − 3 y + 4 z − 6 = 0 .

Resolução:
Observe na figura a seguir a representação dessa situação

P0 P
r


s

Figura 32

45
45
UNIDADE A reta no espaço

Seja P0 o ponto de interseção das retas r e s , uma vez que são concorrentes.
Portanto, como {P0 } = r ∩ s , então existe t ∈  tal que P0 = (1 + 2t , t ,1 + t ) . Daí,

temos que PP0 = [ 2t , t , t − 1] . E como r é paralela ao plano π, cujo vetor normal é
  
n = [ 2, −3, 4] , temos que PP0 .n = 0 . Portanto:
4
[ 2t , t , t − 1].[ 2, −3, 4] = 4t − 3t + 4t − 4 = 5t − 4 = 0 ⇒ t = 5
  8 4 1 
Dessa forma, PP0 =  , , −  é um vetor diretor de r , mas podemos escolher
5 5 5
 
um outro vetor múltiplo deste, seja w = 5 PP0 = [8, 4, −1] que também dá a direção
da reta r . Logo, uma equação vetorial da reta r : P = (1, 0, 2 ) + h [8, 4, −1] , h ∈  .

Assim, chegamos ao fim dessa unidade, esperando que tenham aproveitado


e compreendido os diversos conceitos aqui tratados, bem como percebido a
importância e aplicabilidade do tema.

46
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Vídeos
Intersecção de dois planos formando uma reta
https://goo.gl/kOUKW3

Posições relativas de retas no espaço


https://goo.gl/DOKWYp

Sites
Retas e planos no espaço
http://goo.gl/AAByuz

Ângulo entre duas retas


http://goo.gl/zUssFu

Ângulo entre reta e um plano


http://goo.gl/DCe43i

Leitura
Leitura e representação do espaço: As relações entre as formas no espaço.
http://goo.gl/ahS2Vo

Geometria espacial de posição


http://goo.gl/HjvbgT

Matemática e suas Tecnologias - Matemática Ensino Fundamental, 6º Ano Pontos, retas e planos; retas paralelas e
retas concorrentes – conceitos iniciais.
http://goo.gl/bLPqDo

47
47
UNIDADE A reta no espaço

Referências
BRASIL. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares
Nacionais para o Ensino Médio. Brasília: MEC, 2002.

BRASIL. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. PCN+: Ensino Médio –


orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Brasília: MEC, 2002.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Orientações


Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da Natureza, Matemática e suas
Tecnologias. Brasília: MEC/ Seb, 2006.

CAMARGO, Ivan de. BOULOS, Paulo. Geometria analítica: um tratamento


vetorial. 3. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 543p. v.1

CONDE, A. Geometria analítica. São Paulo: Atlas, 2004. (e-book)

Eron e Isabel. Álgebra Vetorial e Geometria Analítica: retas e plano. (No-


tas de aula), CEFET-BA, 2007. Disponível em: http://ganuff.weebly.com/up-
loads/1/9/2/5/19255685/lgebra_vetorial_e_geometria_analtica_-_retas_e_pla-
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EVES, Howard. Introdução à História da Matemática. Tradução Hygino H.


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IEZZI, Gelson. Fundamentos de matemática elementar: geometria analítica.


8.ed. São Paulo: Atual, 1997. 374p. v.7

IEZZI, Gelson, et al. Matemática: ciência e aplicações. vol 3. São Paulo:


Saraiva, 2010.

FEITOSA, Miguel Oliva. Cálculo vetorial e geometria analítica: exercícios


propostos e resolvidos. São Paulo: Atlas, 1996.

JULIANELLI, José Roberto. Cálculo vetorial e geometria analítica. Rio de


Janeiro: Ciência Moderna, 2008.

LEITHOLD, Louis. O cálculo com geometria analítica. São Paulo: Habra, 1994.

LIMA, Elon Lages. Coordenadas no plano: geometria analítica, vetores e


transformações geométricas. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática,
2002.

SANTOS, F. J.; FERREIRA, S. F. Geometria analítica. Porto Alegre: Bookman,


2009. (e-book)

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SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com geometria analítica. São Paulo: Makron
Books, 1995.

VENTURI, Jacir J. Álgebra Vetorial e Geometria Analítica. 10ª ed. Curitiba:


Biblioteca Central da UFPR, 2015. Disponível em: http://www.geometriaanalitica.
com.br/. Acesso em: 13 mar. 2016.

WINTERLE, Paulo. Vetores e geometria analítica. São Paulo: Makron Books,


2000. 232p. v.1

49
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