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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)

PROFESSOR TERROR

Português p/ Polícia Federal


(teoria e questões comentadas)

Aula 02
(Relações de subordinação entre orações. Domínio da estrutura morfossintática
do período. Emprego dos sinais de pontuação.)
Olá, pessoal!
Espero que todos estejam se dedicando bastante. A aula passada foi um
pouco extensa, pois eu precisava explorar todo o conteúdo de termos da
oração e a relação de coordenação entre as orações, além de praticarmos com
bastantes questões. Por isso, peço a compreensão de todos quando a
quantidade de páginas exceder um pouquinho. Juro que esta aula não
ultrapassará 60 páginas, ok!
Bom, reconhecemos, na aula passada, os termos da oração. Além disso,
vimos a coordenação entre eles. Em seguida, percebemos a coordenação entre
as orações. Tudo isso, com vistas à pontuação.
Devemos perceber que sujeito, objeto direto, objeto indireto e
complemento nominal são termos eminentemente substantivos. Isso quer
dizer que seus núcleos devem ser substantivos ou palavras de valor
substantivo. Os termos predicativo e aposto podem ter núcleos substantivos ou
adjetivos, mas cabe agora falarmos apenas de seu valor substantivo.
Por exemplo, “isso” é um pronome. Por possuir valor substantivo, pode
ocupar as funções sintáticas faladas anteriormente. Veja:
Isso é lindo. (Isso = sujeito)
Vi isso. (isso = OD)
Sei disso. (disso = OI)
Sou obediente a isso. (a isso = CN)
Ela é isso. (isso = predicativo)
Só quero uma coisa: isso. (isso = aposto)
Um macete para sabermos se a palavra tem valor substantivo é trocá-la
pelo pronome demonstrativo substantivo “ISSO”. Não é sempre que dá certo
com o aposto, mas ele tem uma estrutura bem característica.
E por que isso é importante?
Quando os termos sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento
nominal, predicativo e aposto (de valor substantivo) recebem um verbo,
transformam-se numa oração subordinada substantiva.
Período composto por subordinação substantiva
Com base nas frases abaixo, observe os termos em negrito e suas
funções sintáticas. Quando o termo recebe um verbo, vira uma oração. Veja:

Era indispensável teu regresso.


1 VL + predicativo (sujeito simples)
período simples (oração absoluta)

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Era indispensável que tu regressasses.
2 VL + predicativo Suj + VI
oração principal oração subordinada substantiva subjetiva
período composto

Era indispensável tu regressares.


3 VL + predicativo Suj + VI
oração principal oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida de infinitivo)
período composto

Na frase 1, temos apenas uma oração (período simples), pois há apenas


um verbo: “Era”. Esse verbo é de ligação, seguido do predicativo
“indispensável” e o sujeito “teu regresso”.
Na frase 2, o então sujeito “teu regresso” recebeu um verbo e foi
modificado para “que tu regressasses”. Assim, há duas orações (período
composto). Note que esta oração recentemente formada não produz sentido
sozinha; por isso a chamamos de subordinada. Ela é considerada substantiva
por ter sido gerada de um termo substantivo. Para se reforçar isso, podemos
trocá-la pelo pronome “isso”. Veja: Isso era indispensável. O pronome “isso”
continua na função de sujeito, então a oração sublinhada terá a função de
sujeito da oração principal.
Note que a oração subordinada substantiva será sempre o termo que
falta na oração principal. Confirme isso na frase 2: na oração principal só há
verbo de ligação e predicativo, falta o sujeito, que é toda a oração posterior.
Esta oração é chamada de desenvolvida, pois possui conjunção (integrante
“que”) e o verbo está conjugado em tempo e modo verbal (regressasses).
Na frase 3, a oração sublinhada perdeu a conjunção integrante “que” e
isso fez com que reduzíssemos a quantidade de vocábulos da oração. Assim, o
verbo que se encontrava conjugado passou a uma forma infinitiva. Por esse
motivo, dizemos que a oração sublinhada na frase é reduzida de infinitivo.
Essa denominação completa você não precisa decorar, basta entender o
processo, a estrutura. A banca CESPE não pergunta o nome, mas quer saber o
emprego disso.
Seguem agora outras estruturas em que o termo, ao receber o verbo,
passa a ser uma oração subordinada substantiva. Veja:
Na ata da reunião constava a presença deles. (Isso constava na ata da reunião)
adjunto adverbial de lugar + VI + sujeito

Na ata da reunião constava que eles estavam presentes. (Isso constava...)


oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva

Na ata da reunião constava eles estarem presentes. (Isso constava...)


oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

Foi anunciado o debate deles. (Isso foi anunciado)


locução verbal + sujeito

Foi anunciado que eles debateriam. (Isso foi anunciado)


oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva

Foi anunciado eles debaterem. (Isso foi anunciado)


oração principal + oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

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As orações subordinadas substantivas subjetivas são também
denominadas de sujeito oracional. Vale lembrar que o verbo da oração
principal que tem como sujeito a oração subordinada substantiva subjetiva
deve ficar sempre na terceira pessoa do singular. Assim, mesmo que haja
vocábulos no plural no sujeito oracional, a oração principal permanecerá com o
verbo no singular. Veja que os verbos “constava” e “Foi anunciado” não se
flexionaram no plural, mesmo o sujeito oracional possuindo vocábulos no
plural.
Agora veremos o complemento verbal direto. Perceba a seguir que, nas
orações principais, os verbos possuem sujeito, são transitivos diretos e
necessitam de um complemento, o qual será toda a oração posterior.
Economistas previram um aumento no desemprego. (Economistas previram isso.)
sujeito + VTD + objeto direto

Economistas previram que o desemprego aumentaria. (Economistas previram isso.)


oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta

Economistas previram aumentar o desemprego. (Economistas previram isso.)


oração principal + oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de infinitivo

Mas cabe uma peculiaridade da oração subordinada substantiva objetiva


direta. Nas frases interrogativas indiretas, as orações subordinadas
substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pela conjunção
subordinada integrante “se” e por pronomes ou advérbios interrogativos:
Ninguém sabe se ela aceitará a proposta.
Ninguém sabe como ela aceitará a proposta.
Ninguém sabe quando ela aceitará a proposta.
Ninguém sabe onde ela aceitará a proposta.
Ninguém sabe qual é a proposta.
Ninguém sabe quanto é a proposta.
Com os verbos deixar, mandar, fazer (chamados auxiliares causativos) e
ver, sentir, ouvir, perceber (chamados auxiliares sensitivos) ocorre uma forma
peculiar de oração subordinada substantiva objetiva direta reduzida de
infinitivo:
Deixe-me repousar. Mandei-os sair. Ouvi-o gritar.
Nesses três últimos casos, as orações destacadas são todas objetivas
diretas reduzidas de infinitivo e, o que é mais interessante, os pronomes
oblíquos átonos atuam todos como sujeitos dos infinitivos verbais e são
conhecidos por sujeito acusativo. Essa é a única situação da língua portuguesa
em que um pronome oblíquo pode atuar como sujeito. Para perceber melhor o
que ocorre, convém transformar as orações reduzidas em desenvolvidas:
Deixe que eu repouse.
Mandei que eles saíssem.
Ouvi que ele gritava.
É bom esclarecer que os verbos causativos e sensitivos não formam
locução verbal, porque fazem parte de orações distintas, formando um período
composto.

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Agora, passemos às orações com função de objeto indireto e
complemento nominal. Se o objeto indireto e o complemento nominal (os quais
são termos iniciados por preposição) recebem o verbo, naturalmente vão
continuar com a preposição antecedendo-os.

Teus amigos confiam em tua vitória. (Teus amigos confiam nisso.)


sujeito + VTI + objeto indireto

Teus amigos confiam em que tu vencerás. (Teus amigos confiam nisso.)


oração principal + oração subordinada substantiva objetiva indireta

Teus amigos confiam em venceres. (Teus amigos confiam nisso.)


oração principal + oração subordinada substantiva objetiva indireta reduzida de infinitivo

Perceba que, na completiva nominal, não é o verbo que exige o


complemento, é o nome.

Teus pais estavam certos de tua volta. (Teus pais estavam certos disso.)
sujeito + VL + predicativo + complemento nominal

Teus pais estavam certos de que tu voltarias. (Teus pais estavam certos disso.)
oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal

Teus pais estavam certos de voltares. (Teus pais estavam certos disso.)
oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo

Note que a oração predicativa transmite a característica do sujeito.


Nossa maior preocupação era a chuva. (Nossa maior preocupação era isso)
sujeito + VL + predicativo

Nossa maior preocupação era que chovesse. (Nossa maior preocupação era isso)
oração principal + oração subordinada substantiva predicativa

Nossa maior preocupação era chover. (Nossa maior preocupação era isso)
oração principal + oração subordinada substantiva predicativa reduzida de infinitivo

Todas as orações até aqui elencadas puderam ser substituídas pela


palavra “ISSO”. Apenas a oração apositiva não transmite coerência com essa
troca; porém, observe que a banca não cobra o nome, mas pergunta se os
dois pontos marcam o início de um aposto ou se marcam o início de um
esclarecimento, desenvolvimento de uma palavra anterior. Veja:
Todos defendiam esta ideia: a desapropriação do prédio.
sujeito + VTD + objeto direto + aposto

Todos defendiam esta ideia: que o prédio fosse desapropriado.


oração principal + oração subordinada substantiva apositiva
Todos defendiam esta ideia: o prédio ser desapropriado.
oração principal + oração subordinada substantiva apositiva reduzida de infinitivo

Agora que já vimos todas as orações substantivas, vem a pergunta: Por


que temos de identificar esse tipo de oração? Porque...
a) excetuando o aposto, vimos que esses termos substantivos não são
separados por vírgula, portanto também não podemos separar a oração
subordinada substantiva de sua oração principal por vírgula;

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b) quando esse tipo de oração tiver a função de sujeito, objeto direto
e predicativo, não deve haver uso de preposição antecedendo-os;
c) a conjunção que as inicia é chamada de integrante (que, se), a
qual não possui valor semântico, nem função sintática;
d) quando houver oração subordinada substantiva subjetiva (sujeito
oracional), o verbo da oração principal sempre ficará na terceira pessoa do
singular.
Outra coisa importante!!!
A conjunção integrante “que” geralmente expressa certeza:
Diga que começou o trabalho.
A conjunção integrante “se” geralmente expressa dúvida:
Diga se começou o trabalho.

Questão 1: Tribunal de Contas TO - 2009 - nível superior


Fragmento do texto: É fácil, hoje em dia, confundir as limitações crescentes
impostas ao Estado-nação com a construção de um espaço de livre circulação
dos indivíduos, promovido pelo movimento desembaraçado de mercadorias e
capitais.
O trecho “confundir as limitações crescentes impostas ao Estado-nação com a
construção de um espaço de livre circulação dos indivíduos, promovido pelo
movimento desembaraçado de mercadorias e capitais” exerce a função
sintática de sujeito.
Comentário: A oração principal “É fácil, hoje em dia,” é constituída de verbo
de ligação “É”, predicativo “fácil” e adjunto adverbial de tempo “hoje em dia”.
Na sequência, ocorreu a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de
infinitivo.
Gabarito: C

Questão 2: Tribunal de Justiça BA - 2005 - nível superior


Fragmento do texto: Não há dúvida de que, no início do século XXI, os
Estados Unidos da América chegaram mais perto do que nunca da
possibilidade de constituição de um “império mundial”.
O emprego da preposição “de” em “Não há dúvida de que” justifica-se pela
regência da forma verbal “há”.
Comentário: O verbo “há” é transitivo direto e seu objeto direto é o
substantivo “dúvida”. Este substantivo possui transitividade e necessita do
complemento nominal “de que, no início do século XXI, os Estados Unidos da
América chegaram mais perto do que nunca da possibilidade de constituição
de um ‘império mundial’. Assim, a preposição “de” liga-se ao substantivo
“dúvida”, e não ao verbo.
Gabarito: E

Questão 3: Procurador Federal - AGU / 2002 / nível superior


Fragmento do texto: A minha firme convicção é que, se não fizermos todos
os dias novos e maiores esforços para tornar o nosso solo perfeitamente livre,
se não tivermos sempre presente a ideia de que a escravidão é a causa
principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e fraquezas nacionais, o

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prazo que ainda tem de duração legal − calculadas todas as influências que
lhe estão precipitando o desfecho − será assinalado por sintomas crescentes
de dissolução social.
A substituição do trecho “A minha firme convicção é que” por A minha firme
convicção é a de que estaria em desacordo com as exigências de
formalidade da norma culta escrita.
Comentário: A substituição não provoca desacordo com a norma culta, pois
haveria apenas a mudança sintática de uma oração predicativa para uma
completiva nominal. Ao se inserir o artigo “a” após o verbo de ligação “é”,
naturalmente se subentende o substantivo “convicção” no novo termo. O
artigo “a” ocupa a função sintática de predicativo, o qual passa a exigir a
preposição “de”, justamente por imposição desse substantivo subentendido.
Veja a estrutura:
A minha firme convicção é que (...) o prazo (...) será assinalado por sintomas crescentes de dissolução social
sujeito VL CI sujeito locução verbal agente da passiva
oração principal oração subordinada substantiva predicativa
período composto
...
A minha firme convicção é a de que (...) o prazo (...) será assinalado por sintomas crescentes de dissolução social
sujeito VL * CI sujeito locução verbal agente da passiva
oração principal oração subordinada substantiva completiva nominal
período composto
* predicativo (a = a convicção)
Gabarito: E

Questão 4: TRE ES - 2011 - nível médio


Fragmento de texto: No Brasil, a tradição política no tocante à
representação gira em torno de três ideias fundamentais. A primeira é a do
mandato livre e independente, isto é, os representantes, ao serem eleitos, não
têm nenhuma obrigação, necessariamente, para com as reivindicações e os
interesses de seus eleitores. O representante deve exercer seu papel com
base no exercício autônomo de sua atividade, na medida em que é ele quem
tem a capacidade de discernimento para deliberar sobre os verdadeiros
interesses dos seus constituintes. A segunda ideia é a de que os
representantes devem exprimir interesses gerais, e não interesses locais ou
regionais.
Em “A segunda ideia é a de que” (linha 8), o “a” que precede “de que” poderia
ser retirado, sem acarretar prejuízo à correção gramatical, ao passo que, em
“A primeira é a do” (linha 2), o “a” que precede “do” não poderia ser retirado,
visto que substitui a palavra “ideias” (linha 2).
Comentário: Nas duas ocorrências, o substantivo “ideia” está subentendido
após o artigo “a”. O uso desses artigos é obrigatório para que realmente o
substantivo fique subentendido nas duas orações e exija complemento
nominal e oração subordinada substantiva completiva nominal,
respectivamente. Por isso, a afirmativa está errada.
A primeira é a (ideia) do mandato livre e independente...
sujeito + VL + predicativo + complemento nominal
A segunda ideia é a (ideia) de que os representantes devem exprimir interesses gerais...
sujeito + VL + predicativo
oração subordinada substantiva completiva nominal
oração principal

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Gabarito: E

Questão 5: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível superior


Fragmento de texto: Não interessa que os especialistas se irritem porque
Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma
marca no imaginário social.
A expressão de realce “é que” (linha 2) poderia ser retirada sem prejuízo para
o sentido e a correção gramatical do período em que ela se insere.
Comentário: Note que a expressão “é que” não é empregada como realce,
ela não pode ser retirada, por ser constituída de verbo de ligação e a
conjunção integrante que inicia a oração subordinada substantiva predicativa.
Veja:
...o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no imaginário social...
sujeito + VL + oração subordinada substantiva predicativa
Gabarito: E

Cabe aqui uma peculiaridade a respeito das orações subordinadas


substantivas objetivas indiretas e completivas nominais.
As gramáticas admitem a omissão da preposição em alguns casos;
seguindo-se a que autores de renome têm utilizado. Assim:
Eu duvido que você se comprometa. (oração subordinada objetiva indireta)

Perceba que a oração continua sendo objetiva indireta; porém houve


apenas a omissão da preposição. Isso ocorre por estilo, fuga da artificialidade
(julgada por alguns autores); muitas vezes vistas na linguagem hodierna e
literária. Portanto, a gramática aceita também como norma culta.
Veja o que alguns gramáticos explicam sobre isso:
1) Evanildo Bechara:
“Assim, pode-se prescindir da preposição que inicia uma oração objetiva
indireta ou completiva nominal, apesar da crítica injusta de alguns gramáticos:
‘Em Coimbra recebeu o infante esta triste nova por uma carta da rainha
sua filha, em que o avisava que em conselho se decidira que o fossem
cercar...’ [Alexandre Herculano]
Isto é: o avisava de que.”
(...)
Pode haver a omissão tanto da preposição quanto do transpositor
(conjunção integrante):
‘Quis defendê-la, mas Capitu não me deixou, continuou a chamar-lhe
beata e carola, em voz tão alta que tive medo fosse ouvida dos pais’ [Machado
de Assis]
Isto é: tive medo de que fosse ouvida.’”
Bechara, Evanildo. Gramática Escolar da
Língua Portuguesa.1 ed. Lucerna. RJ 2002
(página 355).
2) Domingos Paschoal Cegalla:
“As orações objetivas indiretas são regidas de preposição.
É frequente a elipse (omissão) da preposição:
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‘Não me lembrei que estava diante de um cavalheiro...’ [Camilo Castelo
Branco], isto é: Não me lembrei de que estava diante de um cavalheiro.
‘Esqueceu-se que tenho cinquenta anos?’ [Camilo Castelo Branco], ou
seja: Esqueceu-se de que tenho cinquenta anos? ”
(...)
As completivas nominais são regidas de preposição, a qual em certos
casos pode ser omitida, como neste exemplo: ‘Zé Grande tinha a impressão
que estava voltando a ser criança.’ [Haroldo Bruno].”
Cegalla, Domingos Paschoal. Novíssima gramática
da Língua Portuguesa.48 ed. CEN. SP 2008
(páginas 385 e 386).

Portanto, vimos o que é a previsão gramatical. Mas devemos entender


como a banca CESPE cobra. Veja:
Questão 6: Tribunal de Justiça BA - 2005 - nível superior
Fragmento do texto: Não há dúvida de que, no início do século XXI, os
Estados Unidos da América chegaram mais perto do que nunca da
possibilidade de constituição de um “império mundial”.
Como na sequência há um complemento oracional, a omissão da preposição
“de” em “Não há dúvida de que” também estaria de acordo com as exigências
da norma escrita culta.
Comentário: Note a ambientação da banca a um assunto peculiar da
gramática:“Sabendo-se que há um complemento oracional...”. Ela deixou a
brecha para o candidato entender a particularidade, pois não ocorre a omissão
dessa preposição se for apenas um termo da oração (objeto indireto ou
complemento nominal). Somente com oração substantiva objetiva indireta ou
completiva nominal isso é permitido.
Gabarito: C

Perceba nesta última questão que a banca ambientou o candidato quanto


à possibilidade da omissão da preposição, tendo em vista haver um
complemento oracional. Isso é muito importante, pois não se pode dizer que a
omissão é facultativa. Ela depende do estilo do autor, de se evitar a repetição
da preposição “de” e muito mais. O CESPE naturalmente não vai querer que o
candidato se obrigue a saber quando pode ou não omitir a preposição. Esta
banca vai induzir a omissão, como ocorreu na questão comentada
anteriormente, ou simplesmente vai entendê-la como obrigatória.
Questão 7: ANS - 2005 - nível Superior
Fragmento do texto: É corrente a afirmação de que muitos pacientes não
querem saber a verdade de sua doença, quando grave, ou que procuram de
toda maneira se enganar.
A retirada da preposição em “a afirmação de que” desrespeita as regras de
regência do padrão culto da língua e prejudica a coerência textual.
Comentário: A questão mostra-nos que a preposição antes da oração
subordinada substantiva completiva nominal pode ser omitida preservando-se
a coerência e a gramaticalidade. Isso não ocorre com frequência.
Normalmente as gramáticas adotam esse recurso da omissão, tendo em vista

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evitar a repetição da preposição. Neste fragmento, por exemplo, há três
preposições “de”. Isso facilita entendermos a omissão desta preposição.
Gabarito: E

Agora, veja três questões que não induziram a omissão.


Questão 8: Detran ES - 2011 - nível médio
Fragmento de texto: A Bik.e vem com tudo para agradar, a começar pelo
nome esperto e um diploma automático na dura disciplina de “mobilidade
sustentável”. Vem como um aviso concreto de que a era do automóvel está
mesmo se despedindo.
Em “de que”, o emprego da preposição é obrigatório, visto que introduz o
complemento da palavra “aviso”; como ocorre, por exemplo, em aviso de
férias.
Comentário: A expressão “de que” iniciou uma oração subordinada
substantiva completiva nominal, pois completa o sentido do substantivo
“aviso”.
Note que a banca CESPE foi direta na pergunta. Ela não ambientou o
candidato sobre a peculiaridade de ser um complemento oracional, como
ocorreu nas questões trabalhadas anteriormente. E mais, a questão fez um
paralelo do complemento nominal oracional com o complemento nominal “de
férias”. Isso nos faz desprezar a peculiaridade de ser um complemento
oracional e entender simplesmente a necessidade da preposição “de”. Nos
dois casos, portanto, o uso da preposição se fez obrigatório.
Assim, a banca CESPE não desprezou a norma gramatical sobre a
omissão da preposição. Você viu que as gramáticas mostram a possibilidade,
mas isso vai depender muito do contexto. E vamos sempre ficar atento na
forma como esta banca ambienta a questão.
Gabarito: C

Questão 9: PC ES - 2011 - nível superior


Fragmento de texto: Por essa razão, aqueles que resistem às reivindicações
de maior igualdade são levados a considerar que as desigualdades são, em
sua maior parte, naturais e, como tais, invencíveis ou mais dificilmente
superáveis. Ao contrário, aqueles que lutam por maior igualdade estão
convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou
históricas.
No trecho “estão convencidos de que as desigualdades são, em sua maior
parte, sociais ou históricas”, a omissão da preposição “de” prejudicaria a
correção gramatical do período.
Comentário: Note que a banca CESPE também foi direta nesta pergunta. Ela
não ambientou o candidato sobre a peculiaridade de ser um complemento
oracional, como ocorreu na primeira questão trabalhada. Isso nos faz
novamente desprezar a peculiaridade de ser um complemento oracional e
entender simplesmente que a expressão “de que” iniciou uma oração
subordinada substantiva completiva nominal, pois completa o sentido do
adjetivo “convencidos”.
Gabarito: C

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Questão 10: TRE ES - 2011 - nível médio
Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria.
Com correção gramatical, o trecho “ao princípio de que o sistema democrático
representativo” poderia ser reescrito da seguinte forma: ao princípio que o
sistema democrático representativo.
Comentário: É o substantivo “princípio” que rege a preposição “de” e toda a
oração posterior completa o sentido desse substantivo. Por isso, ele não
dispensa o uso da preposição “de”, mesmo sendo uma oração subordinada
substantiva completiva nominal.
(oração principal)
A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema democrático
representativo deve basear-se... (oração subordinada substantiva
completiva nominal)
Gabarito: E
Vimos, no início da aula, os termos da oração e as orações subordinadas
substantivas, que provêm da maioria destes termos. Agora veremos as
orações subordinadas adjetivas.
Período composto por subordinação adjetiva
As orações subordinadas adjetivas têm esse nome porque equivalem a
um adjetivo. Em termos sintáticos, essas orações exercem a função que
normalmente cabe a um adjetivo (a de um adjunto adnominal ou aposto
explicativo). O adjunto adnominal é termo do qual ainda não falamos, mas nos
basta entender o seguinte: todo termo da oração possui no mínimo um
vocábulo, o qual chamamos de núcleo. Por vezes, esse núcleo vem antecipado
ou seguido de outros vocábulos de valor adjetivo, os quais passam à função de
adjunto adnominal.
Perceba isso no exemplo abaixo. O objeto direto é o termo “gente
mentirosa”. O núcleo é o substantivo “gente” e o adjunto adnominal é
“mentirosa”, o qual serve para caracterizar o núcleo.
Detesto gente mentirosa.
VTD núcleo do Adj Adn
OD
objeto direto
período simples

Detesto gente que mente.


oração principal Or Sub Adjetiva
período composto

Na primeira construção, o adjetivo “mentirosa” é adjunto adnominal, o


qual caracteriza o núcleo do objeto direto “gente”. Ao se inserir um verbo
nesta função adjetiva, naturalmente haverá uma oração de mesmo valor. Por
isso passa a ser uma oração subordinada adjetiva.
A conexão entre a oração subordinada adjetiva e a oração principal é
feita pelo pronome relativo que. Esse vocábulo não pode ser confundido com a
conjunção integrante “que”, vista anteriormente, a qual inicia uma oração
subordinada substantiva. Portanto vamos às formas de se evitar o erro:

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1. Detesto mentiras. 2. Detesto gente mentirosa.

1. Detesto que mintam. 2. Detesto gente que mente.

a) O vocábulo “mentiras” é um a) O vocábulo “mentirosa” é um


substantivo. Quando é substituído por adjetivo. Quando é substituído por um
verbo, passa a fazer parte de uma verbo, passa a fazer parte de uma
oração subordinada substantiva. oração adjetiva.
b) “mentiras” é núcleo do objeto direto b) “mentirosa” é adjunto adnominal e
do verbo “Detesto”, por isso “que restringe o núcleo do objeto direto.
mintam” é oração subordinada c) Não há coesão em se substituir a
substantiva objetiva direta da oração oração “que mente” pelo vocábulo
principal “Detesto”. “isso”. Veja: Detesto gente isso. Por
c) O vocábulo “que” é uma conjunção isso não é oração substantiva. O
integrante e toda a oração a partir segundo passo é substituir o “que” por
desse vocábulo pode ser substituída “o qual” e suas variações, para
pelo vocábulo “isso”, para a confirmar se é pronome relativo
confirmação de ser oração substantiva. iniciando oração adjetiva. Veja:
(Detesto isso.) Detesto gente a qual mente.

No período “Detesto gente que mente”, desenvolvem-se duas ideias,


relacionadas à palavra “gente”: a primeira é a de que eu a detesto e a segunda
a de que ela mente. Assim:
Detesto gente. Gente mente.
VTD + OD Suj + VI

Entendendo-se que o vocábulo “gente” está se repetindo


desnecessariamente, pode-se inserir no lugar desse vocábulo repetido o
pronome relativo “que” ou “a qual”. “Gente” está na função de sujeito, então o
pronome “que” ou “a qual” também ocupa a função de sujeito. Veja:

Detesto gente.Gente mente.


Detesto gente que mente.
Detesto gente a qual mente.

sujeito
Visando ao que pode ser exigido pela banca CESPE, muitas vezes se vê
questão que pede para substituir um vocábulo por outro, permanecendo o
sentido e a gramaticalidade. Neste caso, se a banca pedisse para substituirmos
“gente” por “pessoas”, permaneceria a semântica, mesmo um estando no
singular e o outro no plural. Mas essa substituição implicaria mudança na
concordância do verbo “mente”, que deveria flexionar-se no plural, haja vista
que o pronome relativo “que” é sujeito e retomaria “pessoas”.
Assim:

Detesto pessoas que mentem.


VTD + objeto direto Suj + V. intransitivo
oração principal oração Sub Adjetiva

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Outras vezes a banca CESPE cobra simplesmente a atenção voltada ao
contexto para identificar o referente. Por exemplo:
1. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que demitiu duzentos funcionários.
2. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que exportou para a Europa.
3. Conheci o dono daquela empresa de cosméticos que embelezam as mulheres.
Na frase 1, o pronome relativo “que” retomou o substantivo “dono”, pois
se entende que quem demite é o “dono”; na frase 2, foi retomado o
substantivo “empresa”, pois é mais adequado dizer que a exportação é feita
pela “empresa” e não pelo “dono”. Na frase 3, a concordância é feita no plural,
porque o pronome relativo retomou “cosméticos”, que também está no plural.
Isso é muito cobrado na prova. Muita atenção.
Uma forma de isso ficar mais claro é substituir o pronome “que” pelo
pronome relativo “o qual” e suas variações, típica questão do CESPE. Assim,
na frase 1 seria “o qual”, na 2 “a qual” e na 3 “os quais”.
Questão 11: Tribunal Regional Eleitoral RS - 2006 - nível médio
Fragmento do texto: O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-
se Ordenações do Reino, as quais foram elaboradas em Portugal no fim da
Idade Média e utilizadas até 1828.
A substituição da estrutura “as quais foram elaboradas (...) e utilizadas” por o
qual foi elaborado (...) e utilizado altera as relações de concordância sem
provocar prejuízo para a coerência e a correção gramatical do período.
Comentário As expressões “O primeiro código eleitoral a viger no Brasil” e
“Ordenações do Reino” são sinônimas contextuais por causa do vocábulo
“chamava-se”, o qual mostra que o nome desse primeiro código é Ordenações
do Reino. Logo, “as quais foram elaboradas (...) e utilizadas...” concordam
com “Ordenações do Reino”, mas poderiam se flexionar no singular e
masculino para concordar com “O primeiro código eleitoral a viger no Brasil”.
Por isso há a possibilidade da substituição:
O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-se Ordenações
do Reino, as quais foram elaboradas em Portugal no fim da Idade Média e
utilizadas até 1828.
O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-se
Ordenações do Reino, o qual foi elaborado em Portugal no fim da Idade
Média e utilizado até 1828.
Gabarito: C
Não veremos nesta aula quais são os pronomes relativos e suas funções
sintáticas. Isso será visto na aula 4, quando aprofundarmos na regência verbal
e nominal. Vamos trabalhar agora a pontuação nestas orações.
A pontuação e a classificação das orações adjetivas
Para entendermos a pontuação referente a termos adjetivos, é
necessário sabermos a diferença entre dois tipos de adjetivo.
Adjetivo explicativo: é aquele que denota qualidade essencial do ser,
característica inerente, ou seja, qualidade que não pode ser retirada do
substantivo. Por exemplo, todo homem é mortal, todo fogo é quente, todo

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leite é branco, então mortal, quente e branco são adjetivos explicativos, em
relação a homem, fogo e leite.
Adjetivo restritivo: é o adjetivo que denota qualidade adicionada ao
ser, ou seja, qualidade que pode ser retirada do substantivo. Por exemplo,
nem todo homem é inteligente, nem todo fogo é alto, nem todo leite é
enriquecido, então inteligente, alto e enriquecido são adjetivos restritivos, em
relação a homem, fogo e leite.
mortal quente branco explicativo
homem fogo leite
inteligente alto enriquecido restritivo

Quando o adjetivo estiver imediatamente após o substantivo qualificado


por ele, teremos o seguinte: se ele for adjetivo explicativo, deverá estar entre
vírgulas e funcionará sintaticamente como aposto explicativo; se for adjetivo
restritivo, não poderá estar entre vírgulas e funcionará como adjunto
adnominal. Por exemplo: “O homem, mortal, age como um ser imortal.” Nessa
frase, mortal é adjetivo explicativo, pois indica uma qualidade essencial do
substantivo, por isso está entre vírgulas e sua função sintática é a de aposto
explicativo. Já na frase “O homem inteligente lê mais.”, inteligente é adjetivo
restritivo, pois se entende que nem todo homem lê muito, por isso não está
entre vírgulas e sua função sintática é a de adjunto adnominal.
Assim, o adjetivo pode ter o valor restritivo (especifica o sentido do
termo antecedente, individualizando-o) e explicativo (realça um detalhe ou
amplifica características básicas sobre o antecedente, que já se encontra
suficientemente definido). Como aprofundamento disso, vejamos o adjetivo
“inteligente”.
1. O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.
2. O homem inteligente não joga lixo no chão.
Na frase 1, esse adjetivo possui valor básico do homem: ser pensante,
que raciocina. Essa é a condição básica para que ele possa ter a capacidade
cognitiva e então através dos séculos ter a possibilidade de isso ser ampliado.
Esse adjetivo está entre vírgulas para marcar o valor explicativo e com isso há
a função sintática de aposto explicativo.
Na frase 2, esse mesmo adjetivo possui valor semântico diferente, pois
se sabe que nem todos os homens deixam de jogar o lixo no chão. Então esse
não é um princípio só do poder de raciocínio, mas da virtude, da educação.
Assim, inteligente, neste caso, é o homem educado. Como sabemos que nem
todos são educados, há certamente um valor restritivo. Por isso esse vocábulo
não está separado por vírgulas e cumpre a função sintática de adjunto
adnominal.
Portanto, se o aposto explicativo recebe um verbo, tornar-se-á uma
oração subordinada adjetiva explicativa. Se o adjunto adnominal recebe
um verbo, tornar-se-á oração subordinada adjetiva restritiva. O uso de
vírgula continua da mesma forma que nos termos da oração ditos
anteriormente.
Veja:
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O homem, inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.
sujeito aposto explicativo VTD + objeto direto + adjunto adverbial de tempo
período simples

O homem, que é inteligente, dobra sua capacidade cognitiva através dos séculos.
oração subordinada
adjetiva explicativa
oração principal
período composto

O homem inteligente não joga lixo no chão.


Adj Adv VTD OD Adj Adv lugar
Adj Adn + núcleo adjunto adnominal negação
sujeito simples
período simples

O homem que é inteligente não joga lixo no chão.


oração subordinada
adjetiva restritiva
oração principal
período composto

Portanto, dependendo do uso da vírgula numa oração adjetiva, haverá


mudança de sentido. Em determinados momentos, a vírgula poderá ser
inserida ou retirada, isso fará com que a oração mude o sentido, mas não quer
dizer que haverá incoerência com os argumentos do texto. Exemplo:
Angélica, encontrei seu irmão que mora em Paris.
Angélica, encontrei seu irmão, que mora em Paris.
Uma forma prática de se enxergar melhor a restrição é subentendendo a
expressão somente aquele que.
Assim, no primeiro período, observa-se que somente o irmão de
Angélica o qual mora em Paris foi encontrado por mim, os outros irmãos dela
não foram citados no contexto. Portanto, sem vírgulas, entende-se que ela tem
mais de um irmão.
Já no segundo período, entende-se que a característica básica de irmão
de Angélica é ser morador de Paris, pois ele é o único irmão.
Veja outros:
O curso possui oitocentos alunos que farão a prova da OAB.
O curso possui oitocentos alunos, que farão a prova da OAB.
No primeiro período, entende-se que somente oitocentos alunos do
curso farão a prova da OAB, os outros não. Então o curso possui mais de
oitocentos alunos. No segundo período, percebe-se que todo o efetivo discente
do curso fará a prova da OAB. E sua totalidade é de oitocentos alunos.
Escolha a joia de que goste. Escolha a joia, de que gosta.
No primeiro período, alguém foi convidado a escolher uma joia ainda não
apreciada, conhecida pela felizarda. A joia da qual gostar poderá ser escolhida.
Ao passo que, no segundo período, a pessoa presenteada já conhecia a joia e
já gostava dela, por isso passou a haver a característica explicativa.

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Outro ponto importante. Se o aposto explicativo pode ser separado por
vírgulas, travessões e parênteses; o mesmo vai ocorrer com a oração
subordinada adjetiva explicativa.

Questão 12: EBC – 2011 – Nível Médio


Fragmento de texto: Diversos países sustentam hoje robustas corporações
de mídia pública que concentram substancial fatia da audiência e são
reconhecidas pela qualidade no conteúdo que produzem e transmitem.
O segmento “que produzem e transmitem” tem natureza explicativa.
Comentário: As orações “que produzem e transmitem” são subordinadas
adjetivas restritivas, e não explicativas, pois não são antecipadas de vírgula.
Note que elas estão coordenadas entre si. Por isso, há a conjunção “e”.
Gabarito: E

Questão 13: ABIN - 2010 - nível Superior


Fragmento do texto: No projeto Segurança Pública para o Brasil, da
Secretaria Nacional de Segurança Pública, aponta-se como principal causa do
aumento da criminalidade o tráfico de drogas e de armas.
A supressão das vírgulas que isolam a expressão “da Secretaria Nacional de
Segurança Pública” alteraria o sentido do texto, visto que estaria
subentendida a existência de, pelo menos, mais um projeto denominado
Segurança Pública para o Brasil.
Comentário: A banca quis que o candidato notasse a diferença entre termo
explicativo e restritivo. O primeiro é a característica básica do substantivo, por
isso é isolado por vírgula(s). Já o segundo especifica, restringe, afunila o
sentido do substantivo, por isso não se pode separar por vírgula. O termo
restritivo cumpre a função sintática de adjunto adnominal, por isso não se
pode separar por vírgula o adjunto adnominal de seu núcleo.
No texto, perceba que o termo “da Secretaria Nacional de Segurança
Pública” encontra-se isolado por vírgulas para marcar o sentido explicativo
(aposto explicativo). Isso nos dá a noção de que só há um projeto
denominado “Segurança Pública para o Brasil”, e este projeto é exclusivo da
“da Secretaria Nacional de Segurança Pública”. Não há outro.
Ao retirarmos as vírgulas, o sentido muda para restrição, isto é, passa-
se a subentender a existência de, pelo menos, mais um projeto denominado
Segurança Pública para o Brasil.
Assim, a afirmativa da questão está correta. Muda-se o sentido com a
supressão das vírgulas.
Gabarito: C

Questão 14: Polícia Federal – 2004 – Agente Administrativo


Fragmento do texto: Do final de setembro aos primeiros dias de outubro,
ficou muito claro que estamos assistindo a algo absolutamente novo e
fantástico: o surgimento de uma entidade governante anglo-saxã.
Preservam-se as relações semânticas do texto e sua correção gramatical ao se
substituir o sinal de dois-pontos por vírgula seguida do termo que é.
Comentário: Os dois-pontos iniciam um aposto explicativo, o qual pode ser
também iniciado por vírgula. Ao se inserir a expressão “que é”, a banca
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queria a percepção do candidato quanto à possibilidade de transformação de
aposto explicativo em oração subordinada adjetiva explicativa. Por isso a
afirmativa está correta.
Gabarito: C

Questão 15: Tribunal de Justiça BA - 2005 - nível superior


Fragmento do texto: Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do
fim dos estados ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de
algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a
dignidade das utopias que partem de argumentos éticos e expectativas
generosas, mas são ideias ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na
análise da lógica e da história passada do sistema mundial.
A inserção de uma vírgula logo após a expressão “dignidade das utopias”
mantém as mesmas relações sintáticas e a informação original do período.
Comentário: Primeiro se deve ter certeza de que há oração adjetiva. Para
isso, basta substituir o “que” por “as quais” e se verifica que permanece a
coerência. Assim, a inserção ou retirada de vírgula obrigatoriamente muda o
sentido da oração subordinada adjetiva, então isso mudaria a informação
original do período no texto, além de mudar também a relação sintática, pois,
com a vírgula, deixaria de ser oração subordinada adjetiva restritiva para ser
oração subordinada adjetiva explicativa.
Gabarito: E

Questão 16: Cia de Saneamento Básico ES - 2006 - nível superior


Fragmento do texto: Considerando as recentes técnicas, os meios e os
problemas que envolvem os crimes de informática e a ação de perícia criminal
sobre evidências de delitos dessa natureza, vimos sugerir a adoção de
protocolos para coleta, manipulação, exame e preparação do laudo pericial,
visando à integridade da prova e sua aceitação perante a justiça.
A oração “que envolvem os crimes de informática (...) natureza” atribui
sentido restritivo aos substantivos “técnicas”, “meios” e “problemas”.
Comentário: Esta afirmativa engloba pelo menos dois conhecimentos: que
palavra(s) é(são) retomada(s) pelo pronome relativo e como diferenciar
restrição de explicação.
Primeiro, há de se observar a função sintática do pronome relativo
“que”. Ele está na função de sujeito e, por retomar nomes no plural, leva o
verbo “envolvem” para o plural.
Como recurso de coesão, deve-se agora saber se esse vocábulo
realmente retoma os substantivos “técnicas”, “meios” e “problemas”, os quais
estariam implícitos no sujeito “que”. Assim, poderíamos entender: “as
recentes técnicas, os meios e os problemas (...) envolvem os crimes de
informática e a ação de perícia criminal sobre evidências de delitos dessa
natureza”. Há de se observar, então, que não é apenas o último substantivo
que está sendo caracterizado pela oração adjetiva (como muitos candidatos
entenderam, à época desta prova, e entraram com recursos, os quais foram
indeferidos).
Por fim, esta caracterização é restritiva, porque a oração adjetiva não
está separada por vírgula. Por tudo isso, a afirmativa está correta.

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Gabarito: C

Questão 17: Tribunal Regional Eleitoral MA - 2006 - nível superior


Texto:
Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se
sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por meio
de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma cultura
política atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas,
associações de moradores, cooperativas, locais para reuniões públicas,
associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação,
encontro e interação entre os concidadãos.
A democracia neoliberal, com sua ideia de mercado “über alles”, nunca
leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores.
Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma
sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e
socialmente impotentes.
Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da
verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas em
todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível.
A forma verbal subjuntiva “propiciem” poderia ser substituída, sem prejuízo
da coerência do texto e da correção gramatical, pela forma indicativa
propiciam, desde que fosse empregada a vírgula antes do conector “que”.
Comentário: A oração adjetiva “que propiciem formas de comunicação” não
vem antecipada de vírgula por ser uma característica restritiva do substantivo
“sindicatos” (somente aqueles sindicatos que propiciem formas de
comunicação). Porém, ao lermos o conjunto do texto, percebemos que o autor
tem uma visão categórica contra o neoliberalismo; assim não seria de se
estranhar que ele considerasse que todas as organizações citadas no texto
propiciam “formas de comunicação”. Portanto, a troca dos tempos verbais
faria permanecer a coerência. Mas isso implicaria erro gramatical, se não
houvesse a inserção da vírgula; pois no texto original a oração é adjetiva
restritiva (deixa-se subentendido que nem todas as organizações citadas no
texto propiciam formas de comunicação). Com a substituição do tempo e
modo verbais, a característica de propiciar formas de comunicação passa a ser
básica destas organizações, isto é, na visão do autor todas elas transmitem
formas de comunicação, encontro e interação entre os concidadãos. Isso exige
a inserção da vírgula para tornar essa oração adjetiva explicativa. Perceba que
o verbo deixa de transmitir uma hipótese (presente do subjuntivo) para
transmitir uma certeza (presente do indicativo). Observe, também, que na
questão afirma-se que a troca e a inserção da vírgula preservariam a
coerência e a correção gramatical. Isso está correto. Ficaria errado se
fosse afirmado que preservaria o sentido, pois a semântica mudou (de valor
restritivo para explicativo).
Gabarito: C

As orações reduzidas e desenvolvidas


Quando são introduzidas por um pronome relativo e apresentam verbo
conjugado em modo e tempo verbal, as orações subordinadas adjetivas são
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chamadas de desenvolvidas. Além delas, existem as orações subordinadas
adjetivas reduzidas, que não são introduzidas por pronome relativo (podem ser
introduzidas por preposição) e apresentam o verbo numa das formas nominais
(infinitivo, gerúndio ou particípio).
Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.
No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva desenvolvida,
já que é introduzida pelo pronome relativo “que” e apresenta verbo conjugado
no pretérito perfeito do indicativo. No segundo, há uma oração subordinada
adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está no
infinitivo.
Questão 18: Tribunal Regional Eleitoral RS - 2006 - nível médio
Fragmento do texto: O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-
se Ordenações do Reino, as quais foram elaboradas em Portugal no fim da
Idade Média e utilizadas até 1828.
Para que o período mantenha-se gramaticalmente correto; ao se substituir a
forma verbal “viger” por vigorar, é necessário substituir também a preposição
que a antecede.
Comentário: A oração “a viger no Brasil” é subordinada adjetiva reduzida de
infinitivo e por isso recebe a preposição “a”. Note que se poderia substituir
essa oração reduzida pela desenvolvida “que vigeu no Brasil”, sem alteração
semântica. Tanto o verbo “viger” quanto vigorar admitem a preposição “a”
para que possa dar origem a essa estrutura reduzida. Por não ser necessária a
substituição da preposição, a questão está errada.
Gabarito: E

Questão 19: Polícia Civil CE - 2012 - Inspetor


Fragmento de texto: E considerar outras formas de soberania que
respondam melhor a um mundo caracterizado ao mesmo tempo pela
desigualdade e pela diversidade.
Na linha 2, caso se insira, antes de “caracterizado”, o segmento que é, será
necessário, para a manutenção da correção gramatical e do sentido do
período, o emprego de vírgula após “mundo”.
Comentário: A oração “caracterizado ao mesmo tempo pela desigualdade e
pela diversidade” é subordinada adjetiva restritiva reduzida de particípio. O
autor pode optar em desenvolvê-la inserindo o pronome relativo “que” e o
verbo “é”:
...um mundo que é caracterizado ao mesmo tempo pela desigualdade e pela
diversidade
O erro está na exigência do uso da vírgula. Neste caso, a oração
passaria a explicativa, perdendo, assim, o sentido original (que era restritivo).
Gabarito: E

Recapitulando...

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Até agora, vimos os termos básicos da oração e entendemos que não se
pode separá-los por vírgula. Vimos também que o sujeito, OD e predicativo
não são antecipados por preposição. Além disso, estudamos o vocativo e o
aposto tendo em vista a sua pontuação.
Em seguida, vimos que o termo adjetivo pode ter dois valores
semânticos (restrição e explicação). Quando esses termos recebem verbo,
naturalmente viram orações adjetivas.
Agora falta falarmos dos termos adverbiais, principalmente no que diz
respeito ao sentido e à pontuação. Quando o adjunto adverbial recebe um
verbo, transforma-se em oração subordinada adverbial.
Período composto por subordinação adverbial
vírgula
facultativa

O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo.


VTI objeto indireto adjunto adverbial de causa
sujeito predicado verbal
período simples

vírgula
facultativa

O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo.


VTI objeto indireto VTI + objeto indireto
sujeito predicado verbal predicado verbal
oração principal oração subordinada adverbial causal
período composto

Tanto o adjunto adverbial quanto a oração adverbial podem deslocar-se


para o início ou para o meio da estrutura principal. E, com isso, a vírgula será
empregada conforme foi visto nos adjuntos adverbiais de grande extensão.
Assim, via de regra, a oração subordinada adverbial, quando posposta à
oração principal, será iniciada por vírgula facultativamente. Mas, se for
antecipada ou intercalada, receberá vírgula ou vírgulas obrigatoriamente.
Observe:
vírgula
obrigatória

Devido ao seu esforço no estudo, o candidato passou no concurso


adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto
sujeito
predicado verbal
período simples

vírgula
obrigatória

Porque se esforçou no estudo, o candidato passou no concurso


VTI + objeto indireto sujeito VTI objeto indireto
predicado verbal predicado verbal
oração subordinada adverbial causal oração principal
período composto

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vírgulas obrigatórias

O candidato, devido ao seu esforço no estudo, passou no concurso.


adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto
sujeito predicado verbal
período simples

vírgulas obrigatórias

O candidato, porque se esforçou no estudo, passou no concurso


VTI + objeto indireto VTI objeto indireto
sujeito predicado verbal predicado verbal
oração subordinada adverbial causal
oração principal
período composto

Assim como foi visto nas orações substantivas e adjetivas, as orações


podem ser reduzidas. Isso ocorre porque a conjunção é excluída e o verbo
deixa de ser conjugado em modo e tempo verbal e passa a uma das formas
nominais: infinitivo, gerúndio, particípio.
Por se esforçar muito nos estudos, o candidato passou no concurso.
oração subordinada adverbial causal reduzida de infinitivo + oração principal

Questão 20: INCA - 2010 - nível superior


Fragmento do texto: Ao estabelecer a obrigatoriedade na realização dos
exames pré-admissional, periódico e demissional do trabalhador, criou
recursos médico-periciais voltados à identificação do nexo da causalidade
entre os danos sofridos e a ocupação desempenhada.
A vírgula logo depois de “trabalhador” é opcional e sua retirada preservaria a
correção gramatical do texto, pois os três termos da enumeração que ela tem
função de marcar já estão separados pela conjunção “e”: “exames pré-
admissional, periódico e demissional do trabalhador”.
Comentário: A vírgula após “trabalhador” é obrigatória, por haver a
antecipação da oração subordinada adverbial causal (ou temporal) reduzida de
infinitivo “Ao estabelecer a obrigatoriedade na realização dos exames pré-
admissional, periódico e demissional do trabalhador”. Os três termos
enumerados não interferem no motivo desta vírgula.
Gabarito: E

Questão 21: Médico perito INSS - 2009 - nível superior


Julgue a frase quanto à correção gramatical: O povo por estar insatisfeito com
o “bota-abaixo” e influenciado pela imprensa se revoltou contra a vacina.
Comentário: Há orações subordinadas adverbiais causais reduzidas de
infinitivo e estão coordenadas entre si com a conjunção “e”. Como essas
orações estão intercaladas à oração principal “O povo se revoltou contra a
vacina”, deve haver vírgula após o substantivo “povo” e depois de “imprensa.”
Gabarito: E

Questão 22: Tribunal Regional Eleitoral MA - 2006 - nível superior


Fragmento do texto: Para que a democracia seja efetiva, é necessário que
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as pessoas se sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se
manifeste por meio de um conjunto de organizações e instituições
extramercado.
Caso a oração adverbial que inicia o texto estivesse imediatamente após a
expressão “é necessário”, não haveria necessidade de emprego da vírgula,
visto que estaria restabelecida a ordem direta do período.
Comentário: Se a oração adverbial final “Para que a democracia seja efetiva”
fosse colocada após a oração “é necessário”, precisaria ficar entre vírgulas,
pois estaria entre uma oração principal e uma oração subordinada
substantiva. Veja:
“É necessário, para que a democracia seja efetiva, que as pessoas se
sintam ligadas aos concidadãos...”
Gabarito: E
Vários são os valores circunstanciais das orações subordinadas
adverbais. Eles basicamente se dividem em 9.
Causais: exprimem causa, motivo, razão. Esta oração faz parte da
estrutura causa-consequência, em que a origem ocorre temporalmente antes.
E a consequência, por ser o resultado, ocorre depois. As principais conjunções
causais são: porque, pois, que, como (quando a oração adverbial estiver
antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida
em que, que, etc:
A mulher gritou porque teve medo.
Como fazia frio, fechou as janelas.
Já que me pediram, vou continuar.
Uma vez que desfruta de bons pensamentos, realiza boas atitudes.
Observações:
I - A conjunção se também pode transmitir valor de causa a orações que
funcionam como base ou ponto de partida de um raciocínio, em construções
como:
Se o estudo é o princípio do concurseiro, é imprescindível a
organização de seu material de estudo.
II - Vimos na aula anterior que as conjunções porque, porquanto e
pois podem ser coordenativas explicativas. Nesta, percebemos que elas
também podem ser causais. A banca CESPE não pergunta qual é a diferença
entre elas, apenas pede a troca das conjunções.
Questão 23: EBC – 2011 – Nível Médio
Fragmento de texto: Por princípio, todo o sistema de comunicação deveria
ser público, uma vez que a sua missão é prestar um serviço público. Nesse
sentido, poderiam até variar as formas de financiamento, mas o controle deve
ser da sociedade.
Seria mantida a relação sintático-semântica entre as orações que compõem o
terceiro período do texto ao se substituir “uma vez que” (R.9) por qualquer
um dos termos a seguir: porque, porquanto, já que, visto que,
conquanto.
Comentário: A locução conjuntiva “uma vez que” inicia a oração subordinada
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adverbial causal. Os conectivos “porque”, “porquanto”, “já que” e “visto que”
preservam o valor causal; mas a conjunção “conquanto” tem valor adverbial
concessivo, o qual será visto adiante. Assim, a afirmativa está errada.
Gabarito: E

Questão 24: Polícia Civil CE - 2012 - Inspetor


Fragmento de texto: O cientista político Phillippe Schmitter argumentou
que, embora a situação europeia seja singular, seu progresso para além do
Estado nacional tem uma pertinência mais genérica, pois “o contexto
contemporâneo favorece sistematicamente a transformação dos Estados em
confederatii, condominii ou federatii, numa variedade de contextos”.
O conector “pois” (linha 3) introduz ideia de consequência no trecho em que
ocorre.
Comentário: A conjunção “pois” tem valor adverbial causal, e não de
consequência.
Gabarito: E

Questão 25: Tribunal Regional Eleitoral RS - 2005 - nível médio


Fragmento do texto: As eleições para a assembleia constituinte realizaram-
se após a Proclamação da Independência e, em 25 de março de 1824, D.
Pedro I outorgou ao povo brasileiro sua primeira Constituição política.
Após a data “25 de março de 1824” subentende-se uma relação sintática
representada pela conjunção porque.
Comentário: “As eleições para a assembleia constituinte realizaram-se após
a Proclamação da Independência e, em 25 de março de 1824, D. Pedro I
outorgou ao povo brasileiro sua primeira Constituição política.”
A relação entre as orações desse período é de coordenação aditiva
(observe a conjunção “e” em destaque). Ao se subentender, ou explicitar a
conjunção porque após “25 de março de 1824”, já haveria erro pois a vírgula
que se encontra após “1824” ficaria após a conjunção porque. Além disso, ela
iniciaria, dentro da oração coordenada sindética aditiva, uma relação
subordinativa adverbial causal, mas faltaria a oração principal, vício chamado
de truncamento sintático. Veja como ficaria:
“As eleições para a assembleia constituinte realizaram-se após a
Proclamação da Independência e, em 25 de março de 1824 porque, D. Pedro
I outorgou ao povo brasileiro sua primeira Constituição política...”
Não há, portanto, possibilidade de se subentender a conjunção porque
após 1824.
Gabarito: E

Questão 26: ABIN - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: Uma vez pesquisado, determinado assunto agrega
novos elementos ao pensamento de seu observador e, portanto, modifica-o.
Mudado seu modo de pensar, o pesquisador já não concebe aquele tema da
mesma forma e, assim, já não é capaz de estabelecer uma relação
exatamente igual à do experimento original. Não se podendo repetir a relação
sujeito-objeto, é forçoso afirmar que seria impossível a reprodução exata de
qualquer situação de pesquisa, o que ressalta a importância da descrição do
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fenômeno e o caráter vivo dos postulados teóricos.
No desenvolvimento da argumentação, a oração “Não se podendo repetir a
relação sujeito-objeto” (linhas 5 e 6) expressa a causa que desencadeia as
idéias do trecho “é forçoso afirmar (...) pesquisa” (linhas 6 e 7).
Comentário: A pergunta é textual, mas depende da compreensão do período
composto. Na realidade, pergunta-se qual a circunstância expressa na oração
reduzida de gerúndio “Não se podendo repetir a relação sujeito-objeto”. Ela é
subordinada adverbial causal e sua estrutura principal vem em seguida,
composta da oração principal “é forçoso”, oração subordinada substantiva
subjetiva “afirmar”, oração subordinada substantiva objetiva direta “que seria
impossível a reprodução exata de qualquer situação de pesquisa”. O contexto
permite compreender o desenvolvimento da oração causal da seguinte forma:
Já que não se pode repetir a relação sujeito-objeto, é forçoso afirmar que seria
impossível a reprodução exata de qualquer situação de pesquisa...
Gabarito: C

Consecutivas: Na relação causa-consequência, o processo verbal da


consequência ocorre após o da causa, e suas conjunções exprimem um efeito,
um resultado e aparecem de duas formas:
I - conjunção “que” precedida de “tal”, “tão”, “tanto”, “tamanho”:
Fazia tanto frio que meus dedos congelavam.
Tal foi seu entusiasmo que todos o seguiram.
Nesta estrutura, os intensificadores tal, tamanho, tão, tanto podem ficar
subentendidos.
Bebia que caía pelas ruas. (bebia tanto...)
II – locuções conjuntivas “de maneira que”, “de jeito que”, “de ordem
que”, “de sorte que”, “de modo que”, etc:
Ontem estive doente, de sorte que não pude ir ao trabalho.
“As notícias de casa eram boas, de maneira que pude prolongar
minha viagem.” (Domingos Paschoal Cegalla)
III – locução conjuntiva “sem que”, e a conjunção “que”, seguida de
negação.
Lúcia não pode ver uma roupa bonita na vitrine sem que a queira comprar.
Lúcia não pode ver uma roupa bonita na vitrine, que não a queira comprar.
Perceba que, na primeira estrutura, a preposição sem tem valor de
negação; na segunda, sua ausência é substituída pelo advérbio de negação
“não”.
Questão 27: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior
Fragmento do texto: O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM
de subir os juros de “precipitada”. “É um erro imaginar que há inflação no
Brasil.
Julgue a interpretação correta em relação ao valor semântico do vocábulo
destacado:
“É um erro imaginar que há inflação no Brasil” (consequência)

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Comentário: A conjunção “que” não possui valor semântico, é apenas
relacional, chamada de conjunção integrante, pois inicia oração subordinada
substantiva. O que a banca queria era que o candidato confundisse esse “que”
com o da oração subordinada adverbial consecutiva. Para ser consecutiva,
deve haver a intensificação na oração principal com os vocábulos “tão”,
“tamanho”, “tanto”. Veja os exemplos:
É um erro imaginar que há inflação no Brasil. (que = conjunção integrante)
oração principal + OSSSRI + oração subordinada substantiva objetiva direta (imaginar isso)
OSSSRI = oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo

A inflação é tão grande que causou revoluções políticas internas.


oração principal + oração subordinada adverbial consecutiva
(que = conjunção subordinativa adverbial consecutiva)
Gabarito: E

Questão 28: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Pode-se substituir a palavra sublinhada pela palavra apresentada entre
parênteses e isso não provocaria erro gramatical ou alteração no sentido do
texto:
“Hoje, somos bombardeados por uma quantidade de imagens tal, que não
conseguimos mais distinguir a experiência direta daquilo que vimos há poucos
segundos na televisão” (porque)
Comentário: A conjunção “que” combina com o intensificador “tal” da oração
principal para transmitir valor de consequência (e não de causa).
Gabarito: E
Condicionais: Nesta relação de condição, hipótese, é muito cobrada a
correlação de modo e tempo verbal. Veja:
verbo no futuro do presente
verbo no futuro do subjuntivo
do indicativo
Se o candidato estudar bastante, passará no concurso.

condição no futuro resultado provável no futuro


oração subordinada adverbial condicional oração principal

verbo no futuro do pretérito


verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo
do indicativo
Se o candidato estudasse bastante, passaria no concurso.

condição no passado resultado improvável no futuro


oração subordinada adverbial condicional oração principal

verbo no futuro do presente


verbo no presente do subjuntivo
do indicativo
Caso o candidato estude bastante, passará no concurso.

condição no presente resultado provável no futuro


oração subordinada adverbial condicional oração principal

Se uma condição é expressa no futuro ou presente, há condições de


cumpri-la; por isso o resultado expresso na oração principal é provável. Não há
certeza de o candidato ser aprovado, mas há grande possibilidade. Já numa
condição expressa no passado, não há condições de cumpri-la; por isso o
resultado expresso na oração principal é pouco provável, ou mesmo
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improvável. A banca CESPE normalmente pede para substituir as conjunções
ou os verbos. Portanto, deve-se atentar quanto à correlação destes tempos
verbais.
Algumas vezes, por motivo de ênfase e reforço motivacional, o autor do
texto troca o tempo verbal da oração principal de futuro do presente para
presente do indicativo e futuro do pretérito para pretérito imperfeito do
indicativo. Veja a diferença:
Se o candidato estudar, passa no concurso.
Se o candidato estudasse, passava no concurso.
Não há erro nestas substituições, há apenas ênfase.

Além das conjunções condicionais se e caso, há também as locuções


conjuntivas contanto que, desde que, salvo se, sem que (=se não), a não ser
que, a menos que, dado que.
Comprarei o carro desde que não seja caro.
Não sairás daqui, sem que termine o estudo.
Poderão ganhar o campeonato, salvo se acontecer algum
imprevisto.
“A carinha podia ser de chinesa, fossem os olhos mais
enviesados.” (Raquel de Queirós)
Note a última construção. A conjunção condicional fica subentendida, e
com isso é imprescindível entender a correlação verbal para que não haja
dúvida neste valor semântico.
As locuções conjuntivas condicionais desde que, dado que, uma vez que
podem ser confundidas com as causais. Para não ficar com dúvida, verifique
que os verbos nas orações condicionais ficam no modo subjuntivo, enquanto
os das orações causais ficam no modo indicativo. Compare esses exemplos nos
respectivos valores adverbiais vistos anteriormente.
É encontrada também a forma reduzida:
Conhecendo os alunos, o professor não os teria punido. (reduzida de gerúndio)

Questão 29: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: Além disso, dada a diversidade de situações regionais,
de prosperidade e de pobreza, o simples translado de um trabalhador, que vá
de uma região a outra, pode representar ascensão substancial, se ele
consegue incorporar-se a um núcleo mais próspero.
A conjunção “se” poderia, sem prejuízo para a correção sintática do período,
ser substituída por caso.
Comentário: A conjunção “se” inicia oração subordinada adverbial
condicional. Perceba que a locução verbal “consegue incorporar-se” encontra-
se no presente do indicativo, por combinar em modo e tempo com a locução
verbal da oração principal “pode representar” (que também está no presente
do indicativo). Porém, se a conjunção “se” for substituída pela conjunção de
igual valor caso, a locução verbal deverá ser flexionada no tempo presente do
subjuntivo (consiga incorporar-se). Por isso, a afirmativa está errada.
Gabarito: E
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Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite, em
oposição ao da oração principal. As conjunções são: embora, conquanto, que,
ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, posto que, por mais
que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que,
dado que, sem que (=embora não).
Gostava de Matemática, embora tivesse dificuldades com cálculos.
Por incrível que pareça, eles não conheciam ‘pen-drive’.
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas
afirmações. (Domingos Paschoal Cegalla)
Dado que soubesse, não dirigia à noite.
Por mais que gritasse, não me ouviram.
Nem que a gente quisesse, conseguiria esquecer. (Otto Lara Resende)
Assim como ocorreu nas orações substantivas (vistas nesta aula), as
adverbiais também podem ser reduzidas. Por isso deve-se tomar muito
cuidado quando a banca pedir a substituição de conjunção ou locução
conjuntiva por preposição ou locução prepositiva. Veja:
Embora chegasse cedo, não conseguiu lugar para sentar-se.
Ao se substituir a conjunção embora pela preposição mesmo, o verbo é
obrigado a sair da forma conjugada em modo e tempo verbal para a forma
nominal gerúndio. Isso fará com que esta oração seja reduzida de gerúndio:
Mesmo chegando cedo, não conseguiu lugar para sentar-se.
Se fosse substituída pela locução prepositiva “apesar de”, a oração seria
reduzida de infinitivo:
Apesar de chegar cedo, não conseguiu lugar para sentar-se.
Assim, cuidado com as substituições pedidas na prova.
Questão 30: Tribunal de Justiça RJ - 2008 - nível superior
Fragmento do texto: Há dessas reminiscências que não descansam antes
que a pena ou língua as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que
tem memória. A vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles,
conquanto a prova de ter a memória fraca seja exatamente não me acudir
agora o nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta.
No texto, o conector “conquanto” estabelece entre as orações que liga uma
relação lógica de oposição.
Comentário: A conjunção “conquanto” inicia a oração subordinada adverbial
concessiva, por isso transmite contraste, oposição. Assim, a afirmativa está
correta.
Gabarito: C

Questão 31: ANS - 2005 - Analista


Fragmento de texto: Ainda que os efeitos do estresse oxidativo ocorram a
longo prazo, a oxidação é quase imediata, e assim se poderia avaliar se há
risco. Aliás, acho que todos os fatores que potencialmente podem provocar
doenças deveriam ser controlados, em nome da precaução, mesmo que o
malefício não esteja cientificamente comprovado.
O modo verbal empregado em “ocorram” e “esteja” exprime uma hipótese,
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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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uma dúvida, uma concessão, reforçada, respectivamente, pelos conectivos
“Ainda que” e “mesmo que”.
Comentário: Os verbos “ocorram” e “esteja” estão no tempo presente do
subjuntivo, o qual exprime dúvida, incerteza. Note que na oração adverbial
concessiva, os verbos devem se flexionar no modo subjuntivo. Por isso, a
questão afirmou que as locuções conjuntivas de concessão reforçam esse
valor semântico.
Gabarito: C

Questão 32: ABIN - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: Há histórias, no plural; o mundo tornou-se
intensamente complexo e as respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo
que não possamos olhar de um curso único para a história, os projetos
humanos têm um assentamento inicial que já permite abrir o presente para a
construção de futuros possíveis.
Preservam-se as relações entre os argumentos do texto caso se empregue,
em lugar de “que não possamos” (linha 3), uma oração correspondente com o
gerúndio: não podendo.
Comentário: As orações subordinadas adverbiais concessivas naturalmente
podem ser reduzidas de gerúndio ou infinitivo. Mas o candidato deveria ficar
atento quanto ao sujeito elíptico desta oração. Quando a oração é reduzida de
gerúndio ou particípio, essas formas nominais não se flexionam em pessoa;
por isso, dependendo de quem seja o sujeito, poderá haver ambiguidade e
prejuízo da coerência no texto. Veja:
Mesmo que não possamos olhar de um curso único para a história, os projetos
humanos têm um assentamento inicial que já permite abrir o presente para a
construção de futuros possíveis.
O sujeito de “possamos olhar” é oculto “nós” e o sujeito de “têm” é “os
projetos humanos”.
Mesmo não podendo olhar de um curso único para a história, os projetos
humanos têm um assentamento inicial que já permite abrir o presente para a
construção de futuros possíveis.
O sujeito de “podendo olhar” é elíptico, isto é, remete-se, no contexto, a
“projetos humanos”, e isso traz prejuízo para o texto.
Gabarito: E
Comparativas: representam o segundo termo de uma comparação e se
expressam de três formas, com as conjunções como, (tal) qual, tal e qual,
assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos)
que ou do que, tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o
mesmo que (=como):
I – com verbo expresso:
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.
Como a flor se abre ao sol, assim minha alma se abriu à luz
daquele olhar.
A praia é tal qual você descreveu. (tal como)

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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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II – com o predicado ou verbo subentendido:
A luz é mais veloz do que o som. (do que o som é)
O leopardo é tão ágil quanto a onça. (quanto a onça é)
Ele corre feito uma gazela.
Nas estruturas comparativas de superioridade e inferioridade (com
verbos expressos ou não), a palavra “do” é opcional.
Cantava mais do que trabalhava. Com verbo expresso.
Cantava mais que trabalhava.

Os mais magros correm mais do que os mais cheinhos. Verbo


Os mais magros correm mais que os mais cheinhos. subentendido

III – como comparação hipotética (uso da conjunção se):


O homem parou perplexo, como se esperasse um guia.
Questão 33: Tribunal de Contas TO - 2009 - nível médio
Fragmento do texto: Não consigo escrever. Dinheiro e propriedades, que
me dão sempre desejos violentos de mortandade e outras destruições, as
duas colunas mal impressas, caixilho, Dr. Gouveia, Moisés, homem da luz,
negociantes, políticos, diretor e secretário, tudo se move na minha cabeça,
como um bando de vermes em cima de uma coisa amarela, gorda e mole que
é, reparando-se bem, a cara balofa de Julião Tavares muito aumentada.
No trecho “tudo se move na minha cabeça, como um bando de vermes em
cima de uma coisa amarela, gorda e mole”, “como” introduz uma comparação.
Comentário: Realmente houve a comparação. Perceba que se subentende a
estrutura verbal “se movesse”.
Gabarito: C
Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com
outro. Suas conjunções são: como, conforme, segundo, consoante.
Geralmente é usado para reforçar argumento. A oração principal é a
declaração feita pelo autor e a oração subordinada adverbial conformativa é a
base de sustentação do argumento, muito marcado por leis, regulamentos,
fala de especialistas, etc. Esse valor adverbial é vastamente explorado como
argumento de autoridade:
Como disse o prefeito, o IPTU vai subir 5% este ano.
“Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi contar.” (Machado de Assis)
Conforme prevê o artigo 37 da CF, o serviço público é impessoal.
Consoante opinam alguns, a história se repete.
Questão 34: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior
Fragmento do texto: “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos,
bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalistas.
Julgue a interpretação correta em relação ao valor semântico do vocábulo
destacado: “como dizem meus filhos” (comparação)
Comentário: a conjunção “como” transmite valor de conformidade, podendo-
se trocar por segundo, conforme, consoante; o que não ocorre com a
comparação.
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Gabarito: E
Proporcionais: iniciam ideia de proporção, com as locuções conjuntivas
à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais ... tanto mais,
quanto mais ... tanto menos, quanto mais ... tanto menos, quanto menos ...
tanto mais, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, tanto ... quanto
(como).
Os alunos respondiam, à medida que eram chamados.
À proporção que subiam a montanha, o ar ia ficando rarefeito.
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai diminuindo.
Tanto gostava de um quanto aborrecia o outro.
Não são corretas as locuções à medida em que, na medida que, a
medida que, com valor de proporção, cabendo apenas à medida que. Outro
detalhe, não há crase em locuções conjuntivas de outro valor, somente há nas
proporcionais: “à medida que” e “à proporção que”.
Vimos que a locução conjuntiva “na medida em que” é causal. Ela pode
também fazer parte de estrutura oracional adjetiva.
Compare todos:
“À medida que os anos passam, as minhas possibilidades diminuem.”
oração subordinada adverbial proporcional + oração principal

"O Brasil exportou mais na medida em que a indústria e a pecuária estão fortalecidas."
oração principal + oração subordinada adverbial causal

“A expansão da lavoura algodoeira não pôde produzir-se em


São Paulo na mesma medida em que se produziu noutras terras.”
oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva

Então, cuidado quando se pedir a substituição das estruturas “à medida


que” e “na medida em que”, pois definitivamente elas não têm o mesmo
sentido.
Observação: A locução conjuntiva ao passo que também deve receber
especial atenção, pois pode agregar três valores semânticos distintos. Ela
possui valor de tempo concomitante e se estende à proporção (que também
possui a concomitância temporal) e à oposição (pois também pode agregar,
além do valor de tempo concomitante, o de adversidade):
Subordinada adverbial proporcional:
“Pequenos cogumelos, ao passo que devoram os tecidos dos insetos, semeiam
os seus esporos mortais.” (= à proporção que)
Subordinada adverbial temporal:
Ela dormia, ao passo que o professor dissertava. (= enquanto)
Coordenativa adversativa:
É feia, ao passo que a irmã é bonita. (= mas)
Deve-se entender, antes de tudo, que esta locução conjuntiva transmite
tempo concomitante e, dependendo do contexto, transmite os outros dois
valores semânticos. Perceba que a proporção se dá com uma ideia de evolução
temporal, os processos verbais vão se acumulando, progredindo
temporalmente, de forma diferente dos outros valores semânticos.
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Questão 35: Cia de Saneamento Básico ES - 2006 - nível superior
Fragmento do texto: Por falta de peritos oficiais, as perícias criminais eram
feitas, inicialmente, por pessoas nem sempre habilitadas, nomeadas peritos
ad hoc, para cada caso. Mas, à medida que a demanda por essas perícias foi
aumentando, houve a necessidade de se criar a carreira dos peritos oficiais.
O conector “à medida que” indica que o aumento das perícias de que trata o
período anterior constitui a causa para a criação da carreira dos peritos oficiais
e, nesse contexto, pode ser substituído por conquanto.
Comentário: A locução conjuntiva “à medida que” transmite valor de
proporção e a conjunção conquanto transmite valor de concessão (oposição).
Só por isso já daria para eliminar a possibilidade de esta questão estar certa,
pois não se poderia substituir uma pela outra.
Ademais, foi dito na questão que “o aumento das perícias (...) constitui
a causa para a criação da carreira dos peritos oficiais...”. Na realidade, a
demanda (a necessidade) por essas perícias foi aumentando, com isso
(iniciando um efeito, consequência) houve a necessidade de se criar a carreira
dos peritos. Note que o conectivo “à medida que” tem valor proporcional, mas
pode-se entender esse enunciado como causa por ocorrer anteriormente,
gerando um efeito. Os erros, portanto, estão na mudança dos argumentos,
quer dizer, na interpretação e na substituição dos conectivos.
Gabarito: E

Questão 36: Agente educacional ES - 2010 - nível médio


Fragmento do texto: A China foi o caso mais marcante de superação da
crise de 2008, porque conseguiu crescer 8,7% no ano passado, enquanto o
resto do mundo patinhava.
O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção gramatical e sem
alterar as informações originais do período, ser substituído por ao passo que.
Comentário: A conjunção “enquanto” traduz valor de tempo concomitante,
da mesma forma que a locução conjuntiva “ao passo que”. Por isso elas
podem ser substituídas uma pela outra sem alterar a informação original.
Perceba que, para não haver problema de entendimento pelo candidato, a
banca evitou afirmar valor semântico original, ela preferiu informações
originais, pois não importa se continua sendo temporal ou se transformaria
em proporcional; o que importa é que a ideia de concomitância foi preservada.
Gabarito: C

Questão 37: Caixa Econômica Federal - 2010 - nível médio


Fragmento do texto: “O mercado brasileiro está fervilhando. Enquanto as
nossas vendas ficaram estáveis em alguns países, no Brasil elas subiram 30%
em 2009”, completa o espanhol.
O vocábulo “Enquanto”, por expressar uma ideia de proporcionalidade,
poderia ser substituído por À medida que, mantendo-se o sentido original do
texto.
Comentário: A conjunção “enquanto” não expressa proporção, ela traduz
valor de tempo concomitante, o que poderia também ocorrer com as
conjunções de proporção. Porém, há de se perceber que a proporção
(diferente da temporal) necessita da evolução temporal (cada elemento vai
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realizando algo a seu tempo e isso se traduz em uma evolução), mas isso não
ocorreu neste contexto, pois foi dito que “as nossas vendas ficaram estáveis”.
Isso quer dizer que uma não traduziu resultado para a outra.
Gabarito: E
Finais: indicam finalidade, objetivo, com as locuções conjuntivas: para
que, a fim de que, que (= para que), porque (= para que):
Afastou-se depressa, para que não o víssemos.
Viemos aqui a fim de que realizássemos um acordo.
“Fiz-lhe sinal que se calasse.” (Machado de Assis)
“Fez tudo porque eu não obtivesse bons resultados.”
Muito utilizada é a forma reduzida de infinitivo:
Suportou todo tipo de humilhação para obter o visto americano.
Questão 38: ABIN - 2008 - nível médio
Fragmento do texto: A análise dos assuntos relativos ao Oriente Médio pelos
órgãos de inteligência faz parte do esforço em acompanhar o fenômeno do
terrorismo internacional, dados os frequentes enfrentamentos entre grupos
radicais e a possibilidade de que simpatizantes dessas organizações
extremistas possam engajar-se em ações radicais, fora da região, como forma
de retaliação, contra alvos de interesse de grupos rivais ao redor do mundo,
inclusive, e de forma potencial, em território brasileiro.
Se a preposição “em” (linha 2) for substituída pela preposição para,
prejudica-se a correção gramatical do período.
Comentário: Veja a estrutura abaixo:
A análise dos assuntos relativos ao Oriente Médio pelos órgãos de inteligência
faz parte do esforço em acompanhar o fenômeno do terrorismo internacional...
A análise dos assuntos relativos ao Oriente Médio pelos órgãos de inteligência
faz parte do esforço para acompanhar o fenômeno do terrorismo internacional...
Confrontando as duas estruturas, observa-se que não há prejuízo para o
contexto, portanto não há incorreção gramatical. O que se nota é que a
preposição “em”, na primeira estrutura, é uma exigência do substantivo
“esforço”, por isso a oração “em acompanhar o fenômeno do terrorismo
internacional” é uma oração subordinada substantiva completiva nominal
reduzida de infinitivo. Na substituição pela preposição “para”, muda-se a
sintaxe (e a semântica). A oração “para acompanhar o fenômeno do terrorismo
internacional” passa a ser subordinada adverbial de finalidade reduzida de
infinitivo.
Mudam-se a sintaxe e a semântica; mas não há prejuízo gramatical. Por
isso, a questão está errada.
Gabarito: E
Temporais: indicam o tempo em que se realiza o fato expresso na
oração principal, podendo ser um tempo geral, concomitante, antes ou depois
de um referente. Suas conjunções: quando, enquanto, logo que, mal (= logo
que), sempre que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que,
agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que.

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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
PROFESSOR TERROR
Não fale enquanto come.
Mal você saiu, ela chegou.
Só voltou a jogar quando se sentiu bem.
Assim que chegou, foi para a cozinha.
A forma reduzida também é muito utilizada:
Terminada a festa, todos foram embora.
Questão 39: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior
Fragmento do texto: Quando ao escravo sucede o parceiro, depois, o
assalariado agrícola, as relações continuam impregnadas dos mesmos valores,
que se exprimem na desumanização do trabalho.
A conjunção “Quando” tem valor condicional e, por isso, poderia ser
substituída por Se, sem prejuízo para os sentidos do texto.
Comentário: A palavra “quando” pode, em determinado contexto, fazer parte
de uma condição, sem logicamente perder a ideia de tempo: Só irei embora,
quando você for. Mas no contexto em que se encontra, a palavra “Quando”
é conjunção temporal e inicia oração subordinada adverbial temporal, não
cabendo a substituição por Se.
Gabarito: E

Questão 40: MPE PI - 2012 - Superior


Fragmento do texto: No Brasil, o desafio envolve muitas variáveis, desde o
número crescente da frota de veículos e a precariedade dos transportes
públicos até o comportamento dos motoristas ao volante. Enquanto os
especialistas analisam o assunto na tentativa de apontar soluções para o
problema, o Psicólogos do Trânsito, um grupo de jovens paulistanos, decidiu
levar bom humor à rua, mostrando que um simples gesto pode melhorar o
caos do trânsito.
A conjunção “Enquanto” (linha 3) introduz oração de valor consecutivo.
Comentário: Vimos as conjunções adverbiais consecutivas. Elas transmitem
valor de consequência. Já a conjunção “Enquanto” transmite o valor de tempo.
Gabarito: E

Terminamos as orações subordinadas, mas, às vezes, encontramos


trechos inseridos numa frase, que demonstram claramente a participação
direta do autor no texto, com uma apreciação, um comentário a mais a fim de
elucidar a compreensão do texto ou nos chamar a atenção.
As orações intercaladas (comentário do autor)
As orações intercaladas são inserções feitas pelo autor, com
desprendimento sintático, por isso podem ser separadas por vírgula, travessão
ou parênteses. Essa estrutura é também chamada de expressão parentética
(porque pode ficar separada por parênteses) ou comentário do autor e
transmite certos valores semânticos, mas os que mais nos interessam são:
a) advertência: esclarece um ponto que o falante julga necessário:
Em 1945 – isto aconteceu no dia do meu aniversário – conheci um
dos meus melhores amigos.

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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS)
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b) opinião: o falante aproveita a ocasião para opinar:
D. Benta (malvada que era) dizia que a sua doença impedia a
brincadeira da garotada.
“Comíamos, é verdade, mas era um comer virgulado de palavrinhas
doces.” (Machado de Assis)
c) desejo: o falante aproveita a ocasião para exprimir um desejo, bom
ou mau:
José – Deus o conserve assim! – conquistou o primeiro lugar da
classe.
“É bem feiozinho, benza-o Deus, o tal teu amigo!” (Aluísio Azevedo)

d) escusa: o falante se desculpa:


“Pouco depois retirou-se: eu fui vê-la descer as escadas, e não sei por
que fenômenos de ventriloquismo cerebral (perdoem-me os filósofos essa
frase bárbara) murmurei comigo...” (Machado de Assis)
e) permissão: o falante solicita algo:
Meu espírito (permita-me aqui uma comparação de criança), meu
espírito era naquela ocasião uma espécie de peteca.” (Machado de Assis)
f) ressalva: o falante faz uma limitação à generalidade de um
enunciado:
“Daqui a um crime distava apenas um breve espaço e ela transpôs, ao
que parece.” (Alexandre Herculano)
Ele, que eu saiba, nunca veio aqui.
“Cobiça de cátedras e borlas que, diga-se de passagem, Jesus Cristo
repreendeu severamente aos fariseus.” (Camilo Castelo Branco)
Os livros, pode-se bem dizer, são o alimento do espírito.
g) esclarecimento, síntese ou conclusão do que foi enunciado:
“– A razão é clara: achava a sua conversação menos insossa que a dos
outros homens.” (Machado de Assis)
“Não era desgosto: era cansaço e vergonha” (Cochat Osório)

“Eu em sua igreja não mando: só assisto e apoio” (S. de Mello Breyner Andressen)

Por estar em final de período, é antecedida de dois-pontos, mas também


pode receber vírgula ou travessão:
“Sua metodologia é simples – por meio de conversas frequentes com a
família, o voluntário receita cuidados básicos para evitar que a criança morra
por falta de conhecimento, como os hábitos de higiene, a administração do
soro caseiro e a adoção da farinha de multimistura...” (Jornal do Commercio. In prova
CESPE - INCA 2010)

Questão 41: ANATEL - 2009 - nível Superior


Fragmento do texto: O real não é constituído por coisas. Nossa experiência
direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar que o real é feito de coisas

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(sejam elas naturais ou humanas), isto é, de objetos físicos, psíquicos,
culturais oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por
exemplo, costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma coisa. No
entanto, o simples fato de que uma coisa possua um nome e de que a
chamemos montanha indica que ela é, pelo menos, uma coisa-para-nós, isto
é, que possui um sentido em nossa experiência.
Como, no primeiro parágrafo, os parênteses demarcam a inserção de uma
informação, a sua substituição por duplo travessão preservaria a coerência e a
correção do texto.
Comentário: Vimos que o comentário do autor pode ser delimitado por
parênteses, duplo travessão ou dupla vírgula. Neste contexto, o autor inseriu
um comentário caracterizando “coisas”, como sendo naturais ou humanas. Por
isso, a substituição por duplo travessão está correta.
Gabarito: C

Questão 42: INCA - 2010 - nível médio


Fragmento do texto: A importância da Pastoral é palpável: a média nacional
de mortalidade infantil para crianças de até 1 ano, que é de 22 indivíduos por
mil nascidos vivos, cai para 12 mil nos lugares atendidos pela instituição”.
O emprego de sinal de dois-pontos em “é palpável:” justifica-se porque o
trecho subsequente a esse sinal apresenta argumento comprobatório da
afirmativa anterior.
Comentário: Foi dado ao leitor um esclarecimento sobre a importância da
Pastoral com dados comprobatórios, encaixando-se na letra (g) dos tipos de
enunciados independentes, vistos anteriormente.
Gabarito: C

Questão 43: INCA - 2010 - nível superior


Fragmento do texto: Vale a apena rever certas crenças que se têm
multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. Diferentemente do
que alguns autores propõem, sublimá-las não gera benefícios para a pessoa —
essa atitude, aliás, tende mais a trazer-lhe prejuízos à saúde.
O travessão empregado logo após “pessoa”, usado para destacar a informação
final do enunciado, pode ser corretamente substituído por ponto e vírgula.
Comentário: O travessão inicia um comentário do autor, que serve de
esclarecimento e enfatiza o resultado da ação de sublimar alguns autores.
Como vimos, esta estrutura pode ser separada por dois-pontos, travessão e
vírgula. Por já haver divisões internas, pode-se inserir ponto e vírgula. Vale
notar que toda a expressão após o travessão também pode ser separada por
parênteses.
Gabarito: C

Questão 44: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Julgue a afirmativa a seguir sobre pontuação:
Uma das funções dos parênteses é a de isolar explicações, indicações ou
comentários em geral.
Comentário: Realmente os parênteses servem para isolar explicações,
indicações ou comentários em geral. Isso também pode ser evidenciado por
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meio dos travessões e vírgulas. Normalmente o CESPE pergunta sobre a
substituição dessas pontuações. Você verá isso muitas vezes nas questões.
Gabarito: C

Questão 45: Caixa Econômica Federal - 2010 - nível médio


Fragmento do texto: A aposentadoria — mesmo a minguada quantia mensal
paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) — é a principal renda
fixa do idoso paulistano.
O travessão empregado após o vocábulo “aposentadoria” poderia ser
substituído por vírgula, o que manteria a correção e o sentido original do
texto.
Comentário: Note que há duplo travessão. Poder-se-ia substituir esse duplo
travessão por dupla vírgula ou parênteses. Mas apenas um deles não pode ser
substituído.
Gabarito: E

Questão 46: EBC – 2011 – Nível Médio


Fragmento de texto: São tantos os espaços para a dita participação popular
nos meios de comunicação que o ouvinte, telespectador ou leitor nem sabe
mais como dar conta de tanta interatividade. Esse montante de ferramentas e
recursos buscados pelos programadores está enterrando o que poderia ser um
instrumento de inclusão na comunicação social.
Esse processo em nada se diferencia de outro já muito conhecido pelos
estudiosos da comunicação: a proliferação demasiada de determinados
espaços acaba por apagá-los por si mesmos. Pode-se considerar tal
fenômeno, claramente, em relação aos outdoors. Já não há espaços de
visibilidade claros dentro da maioria dos ambientes urbanos, mas, sim, uma
diversidade de cores, formas e mensagens que passam despercebidas e
simplesmente acabam por gerar a tão conhecida poluição visual.
A substituição dos dois-pontos empregados logo após “comunicação” pelo
vocábulo pois alteraria o sentido original do texto.
Comentário: Vimos na aula passada que algumas vezes podemos substituir o
sinal de dois-pontos pela conjunção “pois”, marcando uma oração coordenada
explicativa.
Neste caso específico, veja que a oração “a proliferação demasiada de
determinados espaços acaba por apagá-los por si mesmos” esclarece o
fenômeno ocorrido com o outro processo já conhecido (uso dos outdoors).
Assim, funciona como um comentário explicativo do autor e por isso é iniciado
por dois-pontos.
Com a inserção da conjunção “pois”, não se perde a coerência, mas
observamos que agora esta mesma oração passa a ser o motivo, a causa de
esse processo não se diferenciar de outro já conhecido. Veja os referentes em
negrito para ficar mais claro:
Esse processo em nada se diferencia de outro já muito conhecido pelos
estudiosos da comunicação: a proliferação demasiada de determinados
espaços acaba por apagá-los por si mesmos.
Esse processo em nada se diferencia de outro já muito conhecido pelos

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estudiosos da comunicação, pois a proliferação demasiada de determinados
espaços acaba por apagá-los por si mesmos.
Assim, mantém-se a coerência, mas o sentido muda. Passamos a ter
uma oração subordinada adverbial causal, iniciada pela conjunção “pois”.
Portanto, a questão está correta.
Gabarito: E

Questão 47: Polícia Federal - 2004 – Agente Administrativo


Fragmento do texto: O discurso pretende impor essa ideia como caminho
único para o desenvolvimento das nações, sejam elas ricas ou pobres. Na
prática — hoje mais do que ontem —, o mercado é uma via de mão única:
livre para os países ricos e pleno de barreiras e restrições às nações
emergentes.
A substituição dos travessões que isolam a expressão “hoje mais do que
ontem” por parênteses mantém a coerência textual e o respeito às regras de
pontuação da norma culta.
Comentário: Exatamente, pois a expressão intercalada é um comentário do
autor. Cuidado! Observe que não se poderia substituir por dupla vírgula
especificamente neste caso, pois já há vírgula após o segundo travessão. Isso
aparece em algumas provas como “pegadinhas”.
Gabarito: C

Questão 48: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível médio


Fragmento do texto: O problema apontado no estudo refere-se
especialmente ao grupo de crianças que só trabalham — a porcentagem de
menores nessa situação tem-se mantido inalterada, enquanto o grupo das
crianças que só estudam tem aumentado e o daquelas que estudam e
trabalham tem se reduzido.
Seria mantida a correção gramatical do período, caso fosse inserida a
conjunção embora, para introduzir a oração que se inicia após o travessão.
Comentário: A conjunção “embora” traria o valor de concessão (contraste,
oposição), que não cabe a este contexto, além do que o verbo desta oração
não poderia estar no indicativo (tem), mas no subjuntivo (tenha). Na
realidade, o travessão indica que se iniciou uma estrutura independente
com valor de explicação, a qual chamamos comentário do autor. Poder-se-
ia substituir o travessão por vírgula ou até ponto e vírgula.
Gabarito: E

Questão 49: ANEEL - 2010 - nível Médio


Fragmento do texto: O estudo aponta forte concentração dos investimentos
na exploração de petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, especialmente, na
cadeia econômica ligada ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de
plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da
economia.
O termo “como” (linha 3) estabelece, no período em que foi empregado, uma
relação de comparação entre a “cadeia econômica ligada ao óleo” e “a
indústria naval e a de fabricação de plataformas”.
Comentário: Na realidade, a palavra “como” inicia termo exemplificativo.
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Note que “a indústria naval” e “a de fabricação de plataformas” são exemplos
de cadeia econômica ligada ao óleo.
Gabarito: E

Questões cumulativas de revisão:


Questão 50: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador
Fragmento de texto:
No Brasil, as denúncias de corrupção têm sido divulgadas pela grande
mídia como se fossem uma característica do agrupamento político que está no
poder. Tudo se passa como se pessoas de caráter duvidoso se aproveitassem
do Estado em favor de seus interesses pessoais e grupais.
Essa forma de veicular denúncias e indícios reafirma muitos dos mitos
acerca do fenômeno da corrupção. Podem-se inventariar alguns: a colonização
portuguesa, que seria essencialmente patrimonialista, em contraposição ao
“poder local” e ao “espírito de comunidade” da tradição anglo-saxã; a cultura
brasileira, com seu universo miscigenado, tão criticado por perspectivas
eugenistas do início do século XX, e sua “amoralidade macunaímica”, que não
teria, mesmo após a independência e a República, conseguido separar o
público do privado; a disjunção entre elites políticas e sociedade, como se as
primeiras não fossem reflexo, direto e(ou) indireto, da última; a ausência de
uma base educacional formal sólida como explicação para comportamentos
não republicanos; por fim, a ausência e(ou) fragilidade de leis e de instituições
capazes de fiscalizar, controlar e punir os casos de malversação dos recursos
públicos, como se o país fosse “terra de ninguém”.
No segundo parágrafo, o emprego de ponto e vírgula justifica-se por marcar a
intercalação das orações que descrevem cada mito.
Comentário: Esta questão aborda a diferença entre coordenação de termos e
de orações, conforme está previsto no edital. É certo que esses elementos
enumerados após os dois-pontos caracterizam e descrevem alguns dos mitos.
Cada elemento é separado por ponto e vírgula, haja vista as divisões internas.
Porém, a questão está errada, porque os pontos e vírgulas não separam
orações (que devem ter base no verbo), mas termos da oração (“a
colonização portuguesa”, “a cultura brasileira”, “a disjunção entre elites
políticas e sociedade”, “a ausência de uma base educacional formal sólida” e
“a ausência e(ou) fragilidade de leis e de instituições”).
Esses termos coordenados fazem parte do aposto enumerativo, o qual
internamente possui algumas orações explicativas e adverbiais.
Gabarito: E

Questão 51: BB 2007 - Técnico


Fragmento de texto: Nas Américas, os jogos estimulam a reflexão sobre as
possibilidades de um continente unido, pacífico, próspero, com a construção
de uma rede de solidariedade e cooperação por meio do esporte, uma das
principais expressões do pan-americanismo.
O emprego de vírgulas após “unido” e após “pacífico” tem justificativas
diferentes.
Comentário: A vírgula separa os adjetivos “unido”, “pacífico” e “próspero”, os
quais caracterizam o substantivo “continente”. Assim, não há justificativas
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diferentes para o uso das vírgulas, há mesma regra, pois constituem o
adjunto adnominal composto.
Gabarito: E

Questão 52: TRE ES - 2011 - Técnico


Fragmento de texto: Era a elite intelectual e política do Brasil, composta de
magistrados, membros do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos
funcionários, militares e professores. Desse grupo, sairiam mais tarde 33
senadores, 28 ministros de Estado, dezoito presidentes de província, sete
membros do primeiro conselho de Estado e quatro regentes do Império.
No trecho “Era a elite intelectual (...) quatro regentes do Império”, a
organização dos elementos estruturais indica o predomínio da coordenação.
Comentário: Perceba que predomina neste excerto a enumeração, a junção
de substantivos e adjetivos. Por isso entendemos esses termos como
compostos ou coordenados. A banca cobra este assunto com estas palavras:
coordenação, termos compostos ou enumeração. Muitas vezes explora o uso
da vírgula entre eles. Por tudo isso, a questão está correta.
Gabarito: C

Questão 53: TRE MG - 2009 - Analista


Fragmento de texto: “Quando a gente não sabe resolver um problema, não
é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma,
ela cuida de tudo”. Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o
Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não
por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda
assim deu certo.
No trecho “mas por fraqueza” (linha 5), a conjunção “mas” estabelece uma
relação de causalidade com a oração que a antecede.
Comentário: Vimos que a conjunção “mas” transmite valor adversativo,
contrastante. Não cabe a interpretação de uma causa. A causa é expressa
pelas conjunções “porque, pois, já que...”.
Gabarito: E

Questão 54: TJ BA - 2005 - nível superior


Fragmento do texto: Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do
fim dos estados ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de
algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a
dignidade das utopias que partem de argumentos éticos e expectativas
generosas, mas são ideias ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na
análise da lógica e da história passada do sistema mundial.
Pelas informações do texto, estaria gramaticalmente correta e de acordo com
as ideias do texto a substituição do trecho “expectativas generosas, mas são
ideias” por: expectativas generosas. Entretanto, essas previsões são
ideias.
Comentário: Perceba como a frase original no texto é de grande extensão. A
banca quis que o candidato visualizasse isso e recortasse esse período em dois
para transmitir maior clareza. Observe:
“Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do fim dos estados
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ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de algum tipo de
federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a dignidade das
utopias que partem de argumentos éticos e expectativas generosas, mas são
ideias ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na análise da lógica e
da história passada do sistema mundial.”
Note que a estrutura desse período composto possui quatro orações,
porque ocorrem os quatro verbos (“são", “partem", “são" e “têm"), e essa
estrutura pode ser dividida em duas partes coordenadas, por serem estruturas
independentes. Perceba que a conjunção “mas” pode ser substituída pela
conjunção “entretanto”. Cada parte coordenada é constituída de uma oração
principal, seguida de uma oração subordinada. Como essas duas estruturas
estão coordenadas, podem ser divididas em períodos distintos, o que não
ocorreria se houvesse apenas estrutura subordinada. Portanto a divisão ficaria
assim:
“Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do fim dos estados
ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de algum tipo de
federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a dignidade das
utopias que partem de argumentos éticos e expectativas generosas.
Entretanto, essas previsões são ideias ou projetos que não têm nenhum
apoio objetivo na análise da lógica e da história passada do sistema mundial.”
Perceba que a conjunção coordenativa adversativa, iniciando o
enunciado, pode ser sucedida de vírgula.
Gabarito: C

Questão 55: TRE TO - 2009 - Técnico


Fragmento do texto: Até hoje, os que estão de um lado ou de outro veem o
processo civilizatório como uma consequência de um tripé sinérgico em que
avanço técnico, igualdade e liberdade articulam-se positivamente, cada um
como um vetor que induz o outro a crescer. Em nossos dias, porém, essa
sinergia morreu e o avanço técnico, longe de construir a igualdade, está
ampliando a desigualdade e, em lugar de ampliar o número de pessoas livres,
está limitando a liberdade a poucos (mesmo nesses casos, trata-se de uma
liberdade condicionada, consumida nos engarrafamentos de trânsito, nos
muros dos condomínios).
Preservam-se a coerência na argumentação e a correção gramatical do texto
ao usar mas em lugar de “porém” (linha 4).
Comentário: A afirmativa está errada e leva muita gente para o “buraco”,
pois sabemos que as duas transmitem valor adversativo. O candidato deve
notar que das conjunções adversativas, a conjunção “mas” só pode se
posicionar no início da oração adversativa; as outras conjunções (porém,
contudo, entretanto, no entanto etc.) podem se movimentar na oração,
podendo estar no início, no meio ou no final. Então, “mas” só pode ser
colocada no lugar de “porém” quando esta estiver no início da oração
adversativa, o que não aconteceu neste texto. Lembre-se de riscar a original
pela substituta. Daria para ler “Em nossos dias, mas, essa sinergia morreu”?
Soa mal, não é?
Gabarito: E
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PROFESSOR TERROR
O que devo tomar nota como mais importante?

• Não se pode separar oração subordinada substantiva da principal por


vírgula.
• O pronome relativo “que” pode ser substituído por “o qual” e suas
variações.
• As vírgulas nos termos adverbiais.
• As conjunções subordinativas adverbiais.

Até nosso próximo encontro!


Grande abraço.
Terror

Lista de questões

Questão 1: Tribunal de Contas TO - 2009 - nível superior


Fragmento do texto: É fácil, hoje em dia, confundir as limitações crescentes
impostas ao Estado-nação com a construção de um espaço de livre circulação
dos indivíduos, promovido pelo movimento desembaraçado de mercadorias e
capitais.
O trecho “confundir as limitações crescentes impostas ao Estado-nação com a
construção de um espaço de livre circulação dos indivíduos, promovido pelo
movimento desembaraçado de mercadorias e capitais” exerce a função
sintática de sujeito.

Questão 2: Tribunal de Justiça BA - 2005 - nível superior


Fragmento do texto: Não há dúvida de que, no início do século XXI, os
Estados Unidos da América chegaram mais perto do que nunca da
possibilidade de constituição de um “império mundial”.
O emprego da preposição “de” em “Não há dúvida de que” justifica-se pela
regência da forma verbal “há”.

Questão 3: Procurador Federal - AGU / 2002 / nível superior


Fragmento do texto: A minha firme convicção é que, se não fizermos todos
os dias novos e maiores esforços para tornar o nosso solo perfeitamente livre,
se não tivermos sempre presente a ideia de que a escravidão é a causa
principal de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e fraquezas nacionais, o
prazo que ainda tem de duração legal − calculadas todas as influências que
lhe estão precipitando o desfecho − será assinalado por sintomas crescentes
de dissolução social.
A substituição do trecho “A minha firme convicção é que” por A minha firme
convicção é a de que estaria em desacordo com as exigências de
formalidade da norma culta escrita.

Questão 4: TRE ES - 2011 - nível médio


Fragmento de texto: No Brasil, a tradição política no tocante à
representação gira em torno de três ideias fundamentais. A primeira é a do
mandato livre e independente, isto é, os representantes, ao serem eleitos, não

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têm nenhuma obrigação, necessariamente, para com as reivindicações e os
interesses de seus eleitores. O representante deve exercer seu papel com
base no exercício autônomo de sua atividade, na medida em que é ele quem
tem a capacidade de discernimento para deliberar sobre os verdadeiros
interesses dos seus constituintes. A segunda ideia é a de que os
representantes devem exprimir interesses gerais, e não interesses locais ou
regionais.
Em “A segunda ideia é a de que” (linha 8), o “a” que precede “de que” poderia
ser retirado, sem acarretar prejuízo à correção gramatical, ao passo que, em
“A primeira é a do” (linha 2), o “a” que precede “do” não poderia ser retirado,
visto que substitui a palavra “ideias” (linha 2).

Questão 5: Assembleia Legislativa ES – 2011 – nível superior


Fragmento de texto: Não interessa que os especialistas se irritem porque
Maquiavel não foi maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma
marca no imaginário social.
A expressão de realce “é que” (linha 2) poderia ser retirada sem prejuízo para
o sentido e a correção gramatical do período em que ela se insere.

Questão 6: Tribunal de Justiça BA - 2005 - nível superior


Fragmento do texto: Não há dúvida de que, no início do século XXI, os
Estados Unidos da América chegaram mais perto do que nunca da
possibilidade de constituição de um “império mundial”.
Como na sequência há um complemento oracional, a omissão da preposição
“de” em “Não há dúvida de que” também estaria de acordo com as exigências
da norma escrita culta.

Questão 7: ANS - 2005 - nível Superior


Fragmento do texto: É corrente a afirmação de que muitos pacientes não
querem saber a verdade de sua doença, quando grave, ou que procuram de
toda maneira se enganar.
A retirada da preposição em “a afirmação de que” desrespeita as regras de
regência do padrão culto da língua e prejudica a coerência textual.

Questão 8: Detran ES - 2011 - nível médio


Fragmento de texto: A Bik.e vem com tudo para agradar, a começar pelo
nome esperto e um diploma automático na dura disciplina de “mobilidade
sustentável”. Vem como um aviso concreto de que a era do automóvel está
mesmo se despedindo.
Em “de que”, o emprego da preposição é obrigatório, visto que introduz o
complemento da palavra “aviso”; como ocorre, por exemplo, em aviso de
férias.

Questão 9: PC ES - 2011 - nível superior


Fragmento de texto: Por essa razão, aqueles que resistem às reivindicações
de maior igualdade são levados a considerar que as desigualdades são, em
sua maior parte, naturais e, como tais, invencíveis ou mais dificilmente
superáveis. Ao contrário, aqueles que lutam por maior igualdade estão
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convencidos de que as desigualdades são, em sua maior parte, sociais ou
históricas.
No trecho “estão convencidos de que as desigualdades são, em sua maior
parte, sociais ou históricas”, a omissão da preposição “de” prejudicaria a
correção gramatical do período.

Questão 10: TRE ES - 2011 - nível médio


Fragmento de texto: A terceira ideia refere-se ao princípio de que o sistema
democrático representativo deve basear-se no governo da maioria.
Com correção gramatical, o trecho “ao princípio de que o sistema democrático
representativo” poderia ser reescrito da seguinte forma: ao princípio que o
sistema democrático representativo.

Questão 11: Tribunal Regional Eleitoral RS - 2006 - nível médio


Fragmento do texto: O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-
se Ordenações do Reino, as quais foram elaboradas em Portugal no fim da
Idade Média e utilizadas até 1828.
A substituição da estrutura “as quais foram elaboradas (...) e utilizadas” por o
qual foi elaborado (...) e utilizado altera as relações de concordância sem
provocar prejuízo para a coerência e a correção gramatical do período.

Questão 12: EBC – 2011 – Nível Médio


Fragmento de texto: Diversos países sustentam hoje robustas corporações
de mídia pública que concentram substancial fatia da audiência e são
reconhecidas pela qualidade no conteúdo que produzem e transmitem.
O segmento “que produzem e transmitem” tem natureza explicativa.

Questão 13: ABIN - 2010 - nível Superior


Fragmento do texto: No projeto Segurança Pública para o Brasil, da
Secretaria Nacional de Segurança Pública, aponta-se como principal causa do
aumento da criminalidade o tráfico de drogas e de armas.
A supressão das vírgulas que isolam a expressão “da Secretaria Nacional de
Segurança Pública” alteraria o sentido do texto, visto que estaria
subentendida a existência de, pelo menos, mais um projeto denominado
Segurança Pública para o Brasil.

Questão 14: Polícia Federal – 2004 – Agente Administrativo


Fragmento do texto: Do final de setembro aos primeiros dias de outubro,
ficou muito claro que estamos assistindo a algo absolutamente novo e
fantástico: o surgimento de uma entidade governante anglo-saxã.
Preservam-se as relações semânticas do texto e sua correção gramatical ao se
substituir o sinal de dois-pontos por vírgula seguida do termo que é.

Questão 15: Tribunal de Justiça BA - 2005 - nível superior


Fragmento do texto: Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do
fim dos estados ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de
algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a
dignidade das utopias que partem de argumentos éticos e expectativas
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generosas, mas são ideias ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na
análise da lógica e da história passada do sistema mundial.
A inserção de uma vírgula logo após a expressão “dignidade das utopias”
mantém as mesmas relações sintáticas e a informação original do período.

Questão 16: Cia de Saneamento Básico ES - 2006 - nível superior


Fragmento do texto: Considerando as recentes técnicas, os meios e os
problemas que envolvem os crimes de informática e a ação de perícia criminal
sobre evidências de delitos dessa natureza, vimos sugerir a adoção de
protocolos para coleta, manipulação, exame e preparação do laudo pericial,
visando à integridade da prova e sua aceitação perante a justiça.
A oração “que envolvem os crimes de informática (...) natureza” atribui
sentido restritivo aos substantivos “técnicas”, “meios” e “problemas”.

Questão 17: Tribunal Regional Eleitoral MA - 2006 - nível superior


Texto:
Para que a democracia seja efetiva, é necessário que as pessoas se
sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se manifeste por meio
de um conjunto de organizações e instituições extramercado. Uma cultura
política atuante precisa de grupos comunitários, bibliotecas, escolas públicas,
associações de moradores, cooperativas, locais para reuniões públicas,
associações voluntárias e sindicatos que propiciem formas de comunicação,
encontro e interação entre os concidadãos.
A democracia neoliberal, com sua ideia de mercado “über alles”, nunca
leva em conta essa atuação. Em vez de cidadãos, ela produz consumidores.
Em vez de comunidades, produz shopping centers. O que sobra é uma
sociedade atomizada, de pessoas sem compromisso, desmoralizadas e
socialmente impotentes.
Em suma, o neoliberalismo é o inimigo primeiro e imediato da
verdadeira democracia participativa, não apenas nos Estados Unidos, mas em
todo o planeta, e assim continuará no futuro previsível.
A forma verbal subjuntiva “propiciem” poderia ser substituída, sem prejuízo
da coerência do texto e da correção gramatical, pela forma indicativa
propiciam, desde que fosse empregada a vírgula antes do conector “que”.

Questão 18: Tribunal Regional Eleitoral RS - 2006 - nível médio


Fragmento do texto: O primeiro código eleitoral a viger no Brasil chamava-
se Ordenações do Reino, as quais foram elaboradas em Portugal no fim da
Idade Média e utilizadas até 1828.
Para que o período mantenha-se gramaticalmente correto; ao se substituir a
forma verbal “viger” por vigorar, é necessário substituir também a preposição
que a antecede.

Questão 19: Polícia Civil CE - 2012 - Inspetor


Fragmento de texto: E considerar outras formas de soberania que
respondam melhor a um mundo caracterizado ao mesmo tempo pela
desigualdade e pela diversidade.
Na linha 2, caso se insira, antes de “caracterizado”, o segmento que é, será
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necessário, para a manutenção da correção gramatical e do sentido do
período, o emprego de vírgula após “mundo”.

Questão 20: INCA - 2010 - nível superior


Fragmento do texto: Ao estabelecer a obrigatoriedade na realização dos
exames pré-admissional, periódico e demissional do trabalhador, criou
recursos médico-periciais voltados à identificação do nexo da causalidade
entre os danos sofridos e a ocupação desempenhada.
A vírgula logo depois de “trabalhador” é opcional e sua retirada preservaria a
correção gramatical do texto, pois os três termos da enumeração que ela tem
função de marcar já estão separados pela conjunção “e”: “exames pré-
admissional, periódico e demissional do trabalhador”.

Questão 21: Médico perito INSS - 2009 - nível superior


Julgue a frase quanto à correção gramatical: O povo por estar insatisfeito com
o “bota-abaixo” e influenciado pela imprensa se revoltou contra a vacina.

Questão 22: Tribunal Regional Eleitoral MA - 2006 - nível superior


Fragmento do texto: Para que a democracia seja efetiva, é necessário que
as pessoas se sintam ligadas aos seus concidadãos e que essa ligação se
manifeste por meio de um conjunto de organizações e instituições
extramercado.
Caso a oração adverbial que inicia o texto estivesse imediatamente após a
expressão “é necessário”, não haveria necessidade de emprego da vírgula,
visto que estaria restabelecida a ordem direta do período.

Questão 23: EBC – 2011 – Nível Médio


Fragmento de texto: Por princípio, todo o sistema de comunicação deveria
ser público, uma vez que a sua missão é prestar um serviço público. Nesse
sentido, poderiam até variar as formas de financiamento, mas o controle deve
ser da sociedade.
Seria mantida a relação sintático-semântica entre as orações que compõem o
terceiro período do texto ao se substituir “uma vez que” (R.9) por qualquer
um dos termos a seguir: porque, porquanto, já que, visto que,
conquanto.

Questão 24: Polícia Civil CE - 2012 - Inspetor


Fragmento de texto: O cientista político Phillippe Schmitter argumentou
que, embora a situação europeia seja singular, seu progresso para além do
Estado nacional tem uma pertinência mais genérica, pois “o contexto
contemporâneo favorece sistematicamente a transformação dos Estados em
confederatii, condominii ou federatii, numa variedade de contextos”.
O conector “pois” (linha 3) introduz ideia de consequência no trecho em que
ocorre.

Questão 25: Tribunal Regional Eleitoral RS - 2005 - nível médio


Fragmento do texto: As eleições para a assembleia constituinte realizaram-
se após a Proclamação da Independência e, em 25 de março de 1824, D.
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Pedro I outorgou ao povo brasileiro sua primeira Constituição política.
Após a data “25 de março de 1824” subentende-se uma relação sintática
representada pela conjunção porque.

Questão 26: ABIN - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: Uma vez pesquisado, determinado assunto agrega
novos elementos ao pensamento de seu observador e, portanto, modifica-o.
Mudado seu modo de pensar, o pesquisador já não concebe aquele tema da
mesma forma e, assim, já não é capaz de estabelecer uma relação
exatamente igual à do experimento original. Não se podendo repetir a relação
sujeito-objeto, é forçoso afirmar que seria impossível a reprodução exata de
qualquer situação de pesquisa, o que ressalta a importância da descrição do
fenômeno e o caráter vivo dos postulados teóricos.
No desenvolvimento da argumentação, a oração “Não se podendo repetir a
relação sujeito-objeto” (linhas 5 e 6) expressa a causa que desencadeia as
idéias do trecho “é forçoso afirmar (...) pesquisa” (linhas 6 e 7).

Questão 27: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: O ministro do Trabalho classificou a decisão do COPOM
de subir os juros de “precipitada”. “É um erro imaginar que há inflação no
Brasil.
Julgue a interpretação correta em relação ao valor semântico do vocábulo
destacado:
“É um erro imaginar que há inflação no Brasil” (consequência)

Questão 28: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Pode-se substituir a palavra sublinhada pela palavra apresentada entre
parênteses e isso não provocaria erro gramatical ou alteração no sentido do
texto:
“Hoje, somos bombardeados por uma quantidade de imagens tal, que não
conseguimos mais distinguir a experiência direta daquilo que vimos há poucos
segundos na televisão” (porque)

Questão 29: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: Além disso, dada a diversidade de situações regionais,
de prosperidade e de pobreza, o simples translado de um trabalhador, que vá
de uma região a outra, pode representar ascensão substancial, se ele
consegue incorporar-se a um núcleo mais próspero.
A conjunção “se” poderia, sem prejuízo para a correção sintática do período,
ser substituída por caso.

Questão 30: Tribunal de Justiça RJ - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: Há dessas reminiscências que não descansam antes
que a pena ou língua as publique. Um antigo dizia arrenegar de conviva que
tem memória. A vida é cheia de tais convivas, e eu sou acaso um deles,
conquanto a prova de ter a memória fraca seja exatamente não me acudir
agora o nome de tal antigo; mas era um antigo, e basta.
No texto, o conector “conquanto” estabelece entre as orações que liga uma
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relação lógica de oposição.

Questão 31: ANS - 2005 - Analista


Fragmento de texto: Ainda que os efeitos do estresse oxidativo ocorram a
longo prazo, a oxidação é quase imediata, e assim se poderia avaliar se há
risco. Aliás, acho que todos os fatores que potencialmente podem provocar
doenças deveriam ser controlados, em nome da precaução, mesmo que o
malefício não esteja cientificamente comprovado.
O modo verbal empregado em “ocorram” e “esteja” exprime uma hipótese,
uma dúvida, uma concessão, reforçada, respectivamente, pelos conectivos
“Ainda que” e “mesmo que”.

Questão 32: ABIN - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: Há histórias, no plural; o mundo tornou-se
intensamente complexo e as respostas não são diretas nem estáveis. Mesmo
que não possamos olhar de um curso único para a história, os projetos
humanos têm um assentamento inicial que já permite abrir o presente para a
construção de futuros possíveis.
Preservam-se as relações entre os argumentos do texto caso se empregue,
em lugar de “que não possamos” (linha 3), uma oração correspondente com o
gerúndio: não podendo.

Questão 33: Tribunal de Contas TO - 2009 - nível médio


Fragmento do texto: Não consigo escrever. Dinheiro e propriedades, que
me dão sempre desejos violentos de mortandade e outras destruições, as
duas colunas mal impressas, caixilho, Dr. Gouveia, Moisés, homem da luz,
negociantes, políticos, diretor e secretário, tudo se move na minha cabeça,
como um bando de vermes em cima de uma coisa amarela, gorda e mole que
é, reparando-se bem, a cara balofa de Julião Tavares muito aumentada.
No trecho “tudo se move na minha cabeça, como um bando de vermes em
cima de uma coisa amarela, gorda e mole”, “como” introduz uma comparação.

Questão 34: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: “Esse primeiro trimestre, como dizem meus filhos,
bombou”, afirmou o ministro do Trabalho a jornalistas.
Julgue a interpretação correta em relação ao valor semântico do vocábulo
destacado: “como dizem meus filhos” (comparação)

Questão 35: Cia de Saneamento Básico ES - 2006 - nível superior


Fragmento do texto: Por falta de peritos oficiais, as perícias criminais eram
feitas, inicialmente, por pessoas nem sempre habilitadas, nomeadas peritos
ad hoc, para cada caso. Mas, à medida que a demanda por essas perícias foi
aumentando, houve a necessidade de se criar a carreira dos peritos oficiais.
O conector “à medida que” indica que o aumento das perícias de que trata o
período anterior constitui a causa para a criação da carreira dos peritos oficiais
e, nesse contexto, pode ser substituído por conquanto.

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Questão 36: Agente educacional ES - 2010 - nível médio
Fragmento do texto: A China foi o caso mais marcante de superação da
crise de 2008, porque conseguiu crescer 8,7% no ano passado, enquanto o
resto do mundo patinhava.
O termo “enquanto” pode, sem prejuízo para a correção gramatical e sem
alterar as informações originais do período, ser substituído por ao passo que.

Questão 37: Caixa Econômica Federal - 2010 - nível médio


Fragmento do texto: “O mercado brasileiro está fervilhando. Enquanto as
nossas vendas ficaram estáveis em alguns países, no Brasil elas subiram 30%
em 2009”, completa o espanhol.
O vocábulo “Enquanto”, por expressar uma ideia de proporcionalidade,
poderia ser substituído por À medida que, mantendo-se o sentido original do
texto.

Questão 38: ABIN - 2008 - nível médio


Fragmento do texto: A análise dos assuntos relativos ao Oriente Médio pelos
órgãos de inteligência faz parte do esforço em acompanhar o fenômeno do
terrorismo internacional, dados os frequentes enfrentamentos entre grupos
radicais e a possibilidade de que simpatizantes dessas organizações
extremistas possam engajar-se em ações radicais, fora da região, como forma
de retaliação, contra alvos de interesse de grupos rivais ao redor do mundo,
inclusive, e de forma potencial, em território brasileiro.
Se a preposição “em” (linha 2) for substituída pela preposição para,
prejudica-se a correção gramatical do período.

Questão 39: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Fragmento do texto: Quando ao escravo sucede o parceiro, depois, o
assalariado agrícola, as relações continuam impregnadas dos mesmos valores,
que se exprimem na desumanização do trabalho.
A conjunção “Quando” tem valor condicional e, por isso, poderia ser
substituída por Se, sem prejuízo para os sentidos do texto.

Questão 40: MPE PI - 2012 - Superior


Fragmento do texto: No Brasil, o desafio envolve muitas variáveis, desde o
número crescente da frota de veículos e a precariedade dos transportes
públicos até o comportamento dos motoristas ao volante. Enquanto os
especialistas analisam o assunto na tentativa de apontar soluções para o
problema, o Psicólogos do Trânsito, um grupo de jovens paulistanos, decidiu
levar bom humor à rua, mostrando que um simples gesto pode melhorar o
caos do trânsito.
A conjunção “Enquanto” (linha 3) introduz oração de valor consecutivo.

Questão 41: ANATEL - 2009 - nível Superior


Fragmento do texto: O real não é constituído por coisas. Nossa experiência
direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar que o real é feito de coisas
(sejam elas naturais ou humanas), isto é, de objetos físicos, psíquicos,
culturais oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por
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exemplo, costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma coisa. No
entanto, o simples fato de que uma coisa possua um nome e de que a
chamemos montanha indica que ela é, pelo menos, uma coisa-para-nós, isto
é, que possui um sentido em nossa experiência.
Como, no primeiro parágrafo, os parênteses demarcam a inserção de uma
informação, a sua substituição por duplo travessão preservaria a coerência e a
correção do texto.

Questão 42: INCA - 2010 - nível médio


Fragmento do texto: A importância da Pastoral é palpável: a média nacional
de mortalidade infantil para crianças de até 1 ano, que é de 22 indivíduos por
mil nascidos vivos, cai para 12 mil nos lugares atendidos pela instituição”.
O emprego de sinal de dois-pontos em “é palpável:” justifica-se porque o
trecho subsequente a esse sinal apresenta argumento comprobatório da
afirmativa anterior.

Questão 43: INCA - 2010 - nível superior


Fragmento do texto: Vale a apena rever certas crenças que se têm
multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. Diferentemente do
que alguns autores propõem, sublimá-las não gera benefícios para a pessoa —
essa atitude, aliás, tende mais a trazer-lhe prejuízos à saúde.
O travessão empregado logo após “pessoa”, usado para destacar a informação
final do enunciado, pode ser corretamente substituído por ponto e vírgula.

Questão 44: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível superior


Julgue a afirmativa a seguir sobre pontuação:
Uma das funções dos parênteses é a de isolar explicações, indicações ou
comentários em geral.

Questão 45: Caixa Econômica Federal - 2010 - nível médio


Fragmento do texto: A aposentadoria — mesmo a minguada quantia mensal
paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) — é a principal renda
fixa do idoso paulistano.
O travessão empregado após o vocábulo “aposentadoria” poderia ser
substituído por vírgula, o que manteria a correção e o sentido original do
texto.

Questão 46: EBC – 2011 – Nível Médio


Fragmento de texto: São tantos os espaços para a dita participação popular
nos meios de comunicação que o ouvinte, telespectador ou leitor nem sabe
mais como dar conta de tanta interatividade. Esse montante de ferramentas e
recursos buscados pelos programadores está enterrando o que poderia ser um
instrumento de inclusão na comunicação social.
Esse processo em nada se diferencia de outro já muito conhecido pelos
estudiosos da comunicação: a proliferação demasiada de determinados
espaços acaba por apagá-los por si mesmos. Pode-se considerar tal
fenômeno, claramente, em relação aos outdoors. Já não há espaços de
visibilidade claros dentro da maioria dos ambientes urbanos, mas, sim, uma
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diversidade de cores, formas e mensagens que passam despercebidas e
simplesmente acabam por gerar a tão conhecida poluição visual.
A substituição dos dois-pontos empregados logo após “comunicação” pelo
vocábulo pois alteraria o sentido original do texto.

Questão 47: Polícia Federal - 2004 – Agente Administrativo


Fragmento do texto: O discurso pretende impor essa ideia como caminho
único para o desenvolvimento das nações, sejam elas ricas ou pobres. Na
prática — hoje mais do que ontem —, o mercado é uma via de mão única:
livre para os países ricos e pleno de barreiras e restrições às nações
emergentes.
A substituição dos travessões que isolam a expressão “hoje mais do que
ontem” por parênteses mantém a coerência textual e o respeito às regras de
pontuação da norma culta.

Questão 48: Tribunal Regional do Trabalho RJ - 2008 - nível médio


Fragmento do texto: O problema apontado no estudo refere-se
especialmente ao grupo de crianças que só trabalham — a porcentagem de
menores nessa situação tem-se mantido inalterada, enquanto o grupo das
crianças que só estudam tem aumentado e o daquelas que estudam e
trabalham tem se reduzido.
Seria mantida a correção gramatical do período, caso fosse inserida a
conjunção embora, para introduzir a oração que se inicia após o travessão.

Questão 49: ANEEL - 2010 - nível Médio


Fragmento do texto: O estudo aponta forte concentração dos investimentos
na exploração de petróleo e gás, não tanto no pré-sal, mas, especialmente, na
cadeia econômica ligada ao óleo, como a indústria naval e a de fabricação de
plataformas. Trata-se de um investimento que estimula outros setores da
economia.
O termo “como” (linha 3) estabelece, no período em que foi empregado, uma
relação de comparação entre a “cadeia econômica ligada ao óleo” e “a
indústria naval e a de fabricação de plataformas”.

Questão 50: Assembleia Legislativa ES – 2011 – Procurador


Fragmento de texto:
No Brasil, as denúncias de corrupção têm sido divulgadas pela grande
mídia como se fossem uma característica do agrupamento político que está no
poder. Tudo se passa como se pessoas de caráter duvidoso se aproveitassem
do Estado em favor de seus interesses pessoais e grupais.
Essa forma de veicular denúncias e indícios reafirma muitos dos mitos
acerca do fenômeno da corrupção. Podem-se inventariar alguns: a colonização
portuguesa, que seria essencialmente patrimonialista, em contraposição ao
“poder local” e ao “espírito de comunidade” da tradição anglo-saxã; a cultura
brasileira, com seu universo miscigenado, tão criticado por perspectivas
eugenistas do início do século XX, e sua “amoralidade macunaímica”, que não
teria, mesmo após a independência e a República, conseguido separar o
público do privado; a disjunção entre elites políticas e sociedade, como se as
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primeiras não fossem reflexo, direto e(ou) indireto, da última; a ausência de
uma base educacional formal sólida como explicação para comportamentos
não republicanos; por fim, a ausência e(ou) fragilidade de leis e de instituições
capazes de fiscalizar, controlar e punir os casos de malversação dos recursos
públicos, como se o país fosse “terra de ninguém”.
No segundo parágrafo, o emprego de ponto e vírgula justifica-se por marcar a
intercalação das orações que descrevem cada mito.

Questão 51: BB 2007 - Técnico


Fragmento de texto: Nas Américas, os jogos estimulam a reflexão sobre as
possibilidades de um continente unido, pacífico, próspero, com a construção
de uma rede de solidariedade e cooperação por meio do esporte, uma das
principais expressões do pan-americanismo.
O emprego de vírgulas após “unido” e após “pacífico” tem justificativas
diferentes.

Questão 52: TRE ES - 2011 - Técnico


Fragmento de texto: Era a elite intelectual e política do Brasil, composta de
magistrados, membros do clero, fazendeiros, senhores de engenho, altos
funcionários, militares e professores. Desse grupo, sairiam mais tarde 33
senadores, 28 ministros de Estado, dezoito presidentes de província, sete
membros do primeiro conselho de Estado e quatro regentes do Império.
No trecho “Era a elite intelectual (...) quatro regentes do Império”, a
organização dos elementos estruturais indica o predomínio da coordenação.

Questão 53: TRE MG - 2009 - Analista


Fragmento de texto: “Quando a gente não sabe resolver um problema, não
é preciso lutar, nem insistir, cansar-se bobamente. Basta entregá-lo à alma,
ela cuida de tudo”. Fiquei devendo à Vicentina Correias essa pérola. Foi o
Soledade que me ensinou, ela disse. Engraçado, foi exatamente o que fiz, não
por virtude, mas por fraqueza, quando parei de falar e pensar no dente. Ainda
assim deu certo.
No trecho “mas por fraqueza” (linha 5), a conjunção “mas” estabelece uma
relação de causalidade com a oração que a antecede.

Questão 54: TJ BA - 2005 - nível superior


Fragmento do texto: Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do
fim dos estados ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de
algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a
dignidade das utopias que partem de argumentos éticos e expectativas
generosas, mas são ideias ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na
análise da lógica e da história passada do sistema mundial.
Pelas informações do texto, estaria gramaticalmente correta e de acordo com
as ideias do texto a substituição do trecho “expectativas generosas, mas são
ideias” por: expectativas generosas. Entretanto, essas previsões são
ideias.

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Questão 55: TRE TO - 2009 - Técnico
Fragmento do texto: Até hoje, os que estão de um lado ou de outro veem o
processo civilizatório como uma consequência de um tripé sinérgico em que
avanço técnico, igualdade e liberdade articulam-se positivamente, cada um
como um vetor que induz o outro a crescer. Em nossos dias, porém, essa
sinergia morreu e o avanço técnico, longe de construir a igualdade, está
ampliando a desigualdade e, em lugar de ampliar o número de pessoas livres,
está limitando a liberdade a poucos (mesmo nesses casos, trata-se de uma
liberdade condicionada, consumida nos engarrafamentos de trânsito, nos
muros dos condomínios).
Preservam-se a coerência na argumentação e a correção gramatical do texto
ao usar mas em lugar de “porém” (linha 4).
Gabarito
1. C 2. E 3. E 4. E 5. E 6. C 7. E 8. C 9. C 10. E
11. C 12. E 13. C 14. C 15. E 16. C 17. C 18. E 19. E 20. E
21. E 22. E 23. E 24. E 25. E 26. C 27. E 28. E 29. E 30. C
31. C 32. E 33. C 34. E 35. E 36. C 37. E 38. E 39. E 40. E
41. C 42. C 43. C 44. C 45. E 46. E 47. C 48. E 49. E 50. E
51. E 52. C 53. E 54. C 55. E

Controle de desempenho:
Quantidade de acertos (QA): + _____ Meu desempenho!!!
Quantidade erros (QE): – _____
Total (To=QA-QE): _______
Porcentagem ( x 100)= ______
55 (quantidade de questões da aula)
Só passe para a aula seguinte, se você tiver índice maior que 80%.

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