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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS


DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Disciplina: Estudos Especiais em Psicologia e Práticas Educacionais e de
Saúde
Professora: Janaína Mariano Cesar
Aluna: Anallú Guimarães Firme Lorenzon

A inserção do psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde

O objetivo deste trabalho consiste em pensar sobre o trabalho do


psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde. Para isso faremos uso do artigo O
psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde: desafios para a formação e
atuação profissionais, de Magda Dimenstein, conjuntamente com elementos e
impressões pessoais da conversa com a psicóloga Paola Peterle, da UBSF
Arivaldo Favalessa, Alagoano – Vitória/ES. Delimitaremos nossas
considerações sobre o tema em dois pontos principais: o primeiro consiste na
especificidade necessária ao trabalho do psicólogo neste campo, e o segundo
será sobre os desafios do trabalhador psicólogo nesta área de atuação.

A entrada do psicólogo na saúde pública se deu, de maneira gradual,


conjuntamente com a transformação do modelo de saúde brasileiro de médico-
assistencial privatista para o Sistema Único de Saúde, que está fundado em
uma compreensão de saúde ampliada, onde ela é percebida como um efeito
real de um conjunto de condições coletivas de existência, como expressão
ativa de um direito à cidadania; superando desta forma uma concepção
medicalizada de saúde (DIMENSTEIN, 1998, p.63). Os princípios do SUS são:
a universalidade, que garante a todos o direito a saúde, a equidade, que
permite o tratamento diferente visando compensar a desigualdade, e a
integralidade, que assegura aos usuários o acesso a tudo o que necessitam. A
implantação do SUS trouxe muitas mudanças na organização da saúde
pública, uma delas foi à valorização de equipes multidisciplinares, em
detrimento do modelo de assistência centrado no médico. Esta prática inseriu o
psicólogo em novos campos de trabalho, sendo um deles a Unidade Básica de
Saúde.
O trabalho do psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde, destinadas à
atenção primária, é muito distinto do que é realizado tradicionalmente em
consultórios. Não é aconselhável, nem possível, que o psicólogo trabalhe na
unidade básica com a mesma lógica que orienta a prática clínica individual. O
psicólogo da UBS é responsável por uma quantidade grande de pessoas,
sendo inviável o atendimento individual. Além disso, a clínica individual,
dependendo da maneira como é conduzida, pode favorecer a uma
individualização e privatização do sofrimento. Quando interrogada sobre os
atendimentos individuais, a psicóloga Paola nos contou que eles existem, mas
não são a maioria. Sua aposta principal é em grupos de trabalho, que abarcam
um número maior de atendimentos, muitas vezes no mesmo espaço de tempo
do serviço individual, e permitem ao paciente a interação com outras pessoas
em situação semelhante a sua, que também pode lhe trazer muitos ganhos.

O público da atenção primária, em sua grande maioria, é composto de


pessoas que vivem uma situação econômica-social precária. Carentes de
condição financeira e desamparados pelo estado, a maior parte da população
brasileira padece de muito sofrimento e não reconhece o profissional psicólogo
como um possível apoio à sua condição de angústia. Dependendo da formação
do psicólogo, surgem muitos empecilhos no serviço a este público: a maneira
de se expressar, a dificuldade de ter uma visão empática, o desejo de ajudar a
qualquer custo. O trabalho, neste contexto social, exige muito esforço e
dedicação para se colocar disponível e conseguir a sensibilidade para atender
às necessidades do público. No entanto, os limites da psicologia são grandes.
É necessário se dar conta deles para conseguir realizar o que é possível no
momento, com os instrumentos que se tem, e também lutar para o aumento do
alcance do serviço. A dificuldade em reconhecer esses limites pode gerar muito
sofrimento ao psicólogo, e reduzir sua força de trabalho. Paola nos deu alguns
exemplos de como é difícil a rotina diária do psicólogo em contato com esta
realidade social. Relatou inúmeras situações onde viu a necessidade de suprir
necessidades básicas dos usuários antes de prestar um serviço mais
específico de psicologia. Ouvindo-a falar foi possível reconhecer como a
situação lhe gera sofrimento.
Bibliografia:

DIMENSTEIN, Magda. O psicólogo nas Unidades Básicas de Saúde:


desafios para a formação e a atuação profissionais. Disponível me:
http://www.scielo.br/pdf/epsic/v3n1/a04v03n1.pdf

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