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Universidade de São Paulo

Felipe Lucas Gewers


8539412

Monografia – Filosofia da Física


Viagem Temporal

São Paulo
2016
1. Considerações Iniciais
No decorrer do texto será tomado uma visão realista da estrutura
ontológica do tempo. Portanto para os fins aqui discutidos o tempo de fato existe
e não é apenas uma construção das experiências dos sentidos.
A discussão será realizada com base em um tempo com propriedades
semelhantes à do espaço, principalmente em relação ao passado. Sendo assim
é possível, pelo menos inicialmente, se mover por esse tempo. Ao analisar as
implicações de tal viagem, será evidenciado certos paradoxos e discutidos suas
possíveis soluções.
O objetivo final do texto é um modelo de viagem no tempo que não possua
contradições internas, para alcançar esse objetivo se faz necessário alterar a
estrutura do tempo ou o conceito de viagem temporal.
2. Viagem no Tempo
Existem diferenças notáveis ao analisar uma viagem para o futuro ou para
o passado. Além disso é possível definir uma viagem no tempo de diversas
maneiras, cada uma com suas devidas implicações.
2.1. Viagem Física Para o Passado
Uma viagem física para o passado é a passagem de algo material, um ser
consciente ou não, para um outro momento no passado. Supondo que uma
pessoa fez a viagem, ela poderá interagir com os outros seres e objetos do
passado e assim interferir diretamente nele.
Não é difícil ao pensar nesse tipo de viagem acabar se deparando com
um paradoxo, uma situação que se autocontradiz. Porém é possível alterando
as propriedades do tempo ou da própria viagem no tempo resolver esses
paradoxos e assim chegar a um modelo de viagem física para o passado mais
concreto.
2.2. Viagem Interior Para o Passado
A viagem interior para o passado, seria a passagem da consciência de
um ser no presente para o corpo dele no passado. Basicamente é como voltar a
um ponto de sua vida com a mente que você tem agora. Diferentemente da
viagem física não é possível duas versões de tempos diferentes do mesmo ser
coexistirem com essa viagem, afinal o viajante sempre voltaria para seu próprio
corpo do passado.
Podemos interpretar esse tipo de viagem como uma transferência de
informação do presente para o passado, porém apenas a informação ligada a
consciência. Pensando de uma maneira materialista seria necessário um
mecanismo para que o cérebro do viajante no passado consiga interpretar essa
informação vinda do presente e mudar sua estrutura de acordo.
Nesse caso o viajante apenas poderia voltar para épocas em que já
existia, dessa maneira limitando muito os possíveis destinos. Diferentemente da
viagem física a viagem interna não possui paradoxos lógicos. O fato do viajante
estar limitado a seu próprio corpo lhe dá liberdade o suficiente para mudar o
futuro da maneira como desejar (e conseguir), sem bagunçar com as noções de
casualidade.
Basta pensar que quando uma viagem interior é realizada todos os
acontecimentos no intervalo de tempo entre o presente e o destino da viagem no
passado podem ser descartados, e tudo será novamente reescrito, porém agora
o viajante está com a sua mentalidade do futuro.
A situação fica um pouco mais complicada quando se começa a pensar
em vários viajantes simultaneamente, mas ainda sim seguindo o raciocínio
anterior para cada viagem isoladamente não se chega a nenhum paradoxo.
2.3. Viagem Para o Futuro
A viagem física para o futuro não tem tantos problemas conceituais quanto
à para o passado. Não possui paradoxos e nem grandes variações com a
estrutura ontológica do tempo adotada. E na verdade é amplamente aceita pelos
físicos, pois é uma consequência direta da teoria da relatividade.
A relatividade nos mostra que o tempo dilata quando se está em grandes
velocidades ou próximo a grandes massas. Portanto para ir para o futuro basta
conseguir uma nave muito potente e se mover em velocidades próximas a da
luz, ou conseguir se manter nas proximidades de uma estrela ou outro corpo
muito maciço por algum intervalo de tempo.
Quando se diz que o tempo dilata, significa que o tempo para alguém
nessas condições passa mais devagar se comparado com o de um outro
referencial fora dessas condições. Então supondo que uma pessoa esteja sob a
influência de um campo gravitacional forte, uma hora para ela poderia significar
anos para a população da Terra, então no seu retorno a Terra ela se encontraria
no futuro.
Mas atingir essas condições é algo muito complicado com a tecnologia
atual. Porém já é possível realizar pequenas viagens como o caso de Sergei
Krikalev que viajou aproximadamente 0,02s para o futuro, estando a altas
velocidades orbitando a terra.
3. Paradoxos
Partindo do princípio que o passado é determinado e que o tempo possui
propriedades semelhantes à do espaço em uma dimensão (espacialização do
tempo), quando lidamos com a possibilidade da viagem física ao passado
chegamos a contradições logicas, sequencias causais cíclicas, violação da
conservação da energia entre outros problemas que serão analisados a seguir.
3.1. Paradoxo da Alteração da Historia
Imagine um viajante temporal que em sua viagem para o passado acaba
alterando as condições que levaram ele a realizar a viagem, esse é o chamado
paradoxo da alteração da história. Um exemplo frequente é o paradoxo do avô,
em que o viajante mata seu próprio avô dessa maneira impedindo ele de nascer
e realizar a viagem no tempo para matar o seu avô.
Esse é um paradoxo clássico e para resolver esse problema muitos
autores de ficção cientifica adicionavam ao tempo algum tipo de propriedade
diretamente relacionada aos paradoxos. Por exemplo que o universo se
destruiria caso ocorresse um paradoxo, ou ainda que o universo impede a
ocorrência de paradoxos o que no caso do paradoxo do avô significaria que por
mais que o viajante tentasse ele não conseguiria matar seu avô.
Essas soluções não são elegantes do ponto de vista de que são
extremamente convenientes já que não alteram em nada as propriedades
ontológicas do tempo exceto no ponto problemático.
3.2. Paradoxo do Loop Causal
Esse paradoxo ocorre quando a causa de algo existir é ela mesma. Pense
em uma informação que é enviada para o passado e para ser sua própria fonte.
Ou no caso do paradoxo sexual em que um homem vai para o passado, faz sexo
com sua mãe e se torna seu próprio pai.
A sequência causal é uma das possíveis maneiras de definir a flecha do
tempo, ou seja, o tempo flui na mesma direção em que se pode ver as causas
virem antes dos efeitos. Além disso estamos tão atrelados a concepção de uma
sequência causal que não é possível admitir que exista um loop causal em
qualquer teoria sobre o universo. Dessa maneira é necessário alterar alguma
das hipóteses para encontrar uma solução para esse problema, será discutido
adiante uma das possíveis maneiras de resolver isso.
3.3. Conservação da Energia
A conservação da energia é um dos principais alicerces da física, partindo
da invariância por translações temporais em um sistema fechado o teorema de
Noether mostra que a quantidade chamada de energia se conserva. A energia
se conservar significa que ela possui o mesmo valor total em todo instante de
tempo.
No caso de uma viagem temporal física para o passado está sendo
transferido matéria, o que é equivalente a energia. Portanto o presente iria perder
energia enquanto que o passado iria ganhar energia dessa maneira violando o
princípio da conservação da energia que diz que seu valor é constante em cada
instante do tempo.
Dessa maneira para a viagem física para o passado ser compatível com
a física atual é necessário que a conservação da energia seja alterada. Uma
maneira fácil de resolver esse problema é definir que a quantidade de energia
de todos momentos
Quando uma viagem física para o passado ocorre podemos ter duas
situações: na primeira o viajante realmente consegue mudar a história levando
o universo para um novo futuro diferente daquele que ele veio. Já na segunda a
própria história já havia acontecido levando em conta a viagem para o passado,
dessa maneira o viajante não poderia mudar o futuro de onde veio pois ele em
sua viagem no tempo já faz parte da história que determina aquele futuro.

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