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Curso de Ciências Contábeis Artigo Original

ANÁLISE DA APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ENTIDADE EM MICRO E PEQUENAS


EMPRESAS DO DISTRITO FEDERAL
ANALYSIS OF APPLICATION OF THE ENTITY PRINCIPLE IN MICRO AND SMALL ENTERPRISES OF
DISTRITO FEDERAL

Rogério Dias de Abreu1, Maria Celeste Baptista de Mello2


1 Aluno do Curso de Ciências Contábeis
2 Professora do Curso de Ciências Contábeis, Mestre em Ciências Contábeis

Resumo: O princípio da entidade diz respeito ao patrimônio, objeto da Contabilidade, e esclarece que o patrimônio da empresa não
pode ser confundido com o patrimônio dos sócios ou proprietários. Entretanto, uma das teorias do patrimônio líquido – a teoria do
proprietário – pressupõe que ativos e passivos pertencem ao proprietário. Nessa perspectiva, a entidade existe para satisfazer aos
objetivos e necessidades do dono, que assume o papel de referencial dos procedimentos contábeis. Assim, resta saber se o princípio
da entidade é respeitado no caso de micro e pequenas empresas que, naturalmente, se enquadrariam na teoria do proprietário. O
objetivo da pesquisa realizada é analisar a aplicabilidade do princípio da entidade em micro e pequenas empresas do Distrito Federal,
respondendo ao seguinte problema: qual o grau de aplicabilidade do princípio da entidade nas micro e pequenas empresas? Para isso,
foi desenvolvido um estudo multicaso, com três microempresas e três pequenas empresas, identificadas como Micro01, Micro02,
Micro03 e Peque01, Peque02 e Peque03, respectivamente. De maneira geral, as evidências sugerem desrespeito ao princípio da
entidade, sendo mais evidente em relação às microempresas. As empresas do estudo parecem ter um relativo conhecimento sobre o
princípio da entidade. Porém, percebe-se que, em algumas situações, não existe observância a esse princípio. A preocupação maior
parece ser a adequação a regras tributárias e de concessão de crédito, e não à qualidade da informação contábil, decorrente da
aplicação dos princípios contábeis. Dada à relevância do tema e o contingente de micro e pequenas empresas, sugere-se estender a
pesquisa para outras amostras.
Palavras-chave: Princípio da Entidade, Microempresa, Pequena Empresa, Teorias do Patrimônio Líquido.

Abstract:. The entity principle refers to the patrimony, object of Accounting, and states that the company's assets cannot be confused
with the assets of the partners or owners. However, one of the theories of equity - the owner theory - assumes that assets and liabilities
belong to the owner. From this perspective, the organization exists to fulfill the goals and needs of the owner, who assumes the role of
reference of accounting procedures. So, the question is whether the entity principle is respected in the case of micro and small
businesses, of course, would fit the owner theory. The purpose of this article is to analyze the applicability of the entity in micro and
small companies in the Federal District, responding to the following question: What is the degree of applicability of the entity principle in
micro and small businesses. To do so, it was developed a multi case study with three micro and three small companies, identified as
Micro01, Micro02, Micro03 and Peque01, Peque02 and Peque03 respectively. Overall, the evidence suggests disrespect for the entity
principle, being more evident in relation to micro-enterprises. The companies in the study seem to have a relative knowledge of the
entity principle. However, it is clear that in some situations, there is no observance of this principle. The biggest concern seems to be
the fitness for tax rules and granting credit, not the quality of accounting information, resulting from the application of accounting
principles. Given the contingent of micro and small businesses, analysis should be extend to other samples.
Keywords: Entity Principle, Microenterprise, Small Company, Shareholders' Equity Theories.

Contato: nip@unicesp.edu.br

Introdução empresa não pode ser confundido com o


patrimônio dos sócios ou proprietários.
Certamente, esta distinção é bastante clara
Em 2010, os princípios contábeis foram
no caso de médias e grandes empresas, nas
revistos pelo Conselho Federal de Contabilidade
quais, normalmente, o gerente não ocupa a
(CFC), permanecendo em vigor os seguintes:
posição de proprietário. A situação em micro e
entidade, continuidade, oportunidade, registro pelo
pequenas empresas, entretanto, é diferente.
valor original, competência e prudência. Nota-se
que essa revisão ocorreu no momento em que as Muitas vezes, essas empresas têm o
práticas contábeis brasileiras se alinhavam às proprietário como gestor e único responsável pelas
normas internacionais de contabilidade. atividades financeiras e administrativas. Dessa
forma, parece existir maior dificuldade para
Dentre os princípios que foram mantidos
atender ao princípio da entidade.
pelo CFC destaca-se o princípio da entidade, que
diz respeito ao patrimônio, objeto da Diversos estudos têm sido realizados para
Contabilidade, e esclarece que o patrimônio da verificar o uso de ferramentas gerenciais em micro

1
e pequenas empresas. Porém, a questão da Em micro e pequenas empresas, se não é
aplicabilidade dos princípios contábeis não vem considerado o princípio da entidade, o patrimônio
merecendo a devida atenção. é gerido de forma inadequada, pois as contas
pessoais são misturadas com as jurídicas, o que
Os princípios contábeis são os fundamentos
acaba ocasionando uma imprecisão dos
da Teoria Contábil; e os estudos que verificam
resultados dessas empresas.
como a teoria é posta em prática são necessários
para o desenvolvimento da ciência. Contudo, Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa é
conforme indicam Niyama e Silva (2013), os analisar a aplicabilidade do princípio da entidade
estudos e as pesquisas que discorrem sobre estes em micro e pequenas empresas do Distrito
princípios têm sido deixado de lado por diversos Federal, por meio da mensuração do seu grau de
motivos, dentre eles: a ênfase atribuída ao aplicabilidade.
mecanismo de funcionamento do débito e crédito
Assim, o estudo proposto sobre o princípio
e à prática contábil; e a pouca valorização do
da entidade coloca em pauta um tema que
profissional contábil.
necessita de discussão acadêmica, evidenciando,
Este panorama apresentado confronta-se consequentemente, sua relevância para o
com o entendimento de que a utilização dos desenvolvimento da Ciência Contábil. Além disso,
princípios contábeis e o uso de ferramentas da no caso das micro e pequenas empresas,
contabilidade gerencial são a base da gestão proprietários e contadores podem entender como
empresarial. Sendo assim, quando os princípios aplicar o princípio da entidade e tirar proveito na
da contabilidade são deixados de lado, os análise do desempenho das empresas.
resultados podem ser desastrosos para as
empresas, afetando a sua sustentabilidade.
O Princípio da Entidade e o Patrimônio
De fato, a observância dos princípios de
Contábil
contabilidade é obrigatória no exercício da
profissão contábil e constitui condição de
legitimidade das Normas Brasileiras de
Na escola contábil norte-americana, que
Contabilidade (CFC, 2010). Por isso, a priori, a
influenciou a adoção de princípios contábeis no
contabilidade de qualquer empresa, deve observar
Brasil (NIYAMA; SILVA, 2013), a estrutura
tais princípios, inclusive as micro e pequenas
empresas. conceitual é apresentada de forma hierarquizada:
postulados, princípios propriamente ditos e
No atual cenário econômico brasileiro, as convenções (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2009).
empresas desse porte têm demonstrado papel Nesse arcabouço teórico, o postulado da entidade
relevante para o crescimento da economia. E, a é uma das “premissas básicas acerca do ambiente
cada ano, as novas organizações que se econômico, político e social no qual a
constituem diversificam ainda mais a oferta de Contabilidade deve operar” (IUDÍCIBUS, 2010, p.
bens e serviços. Por exemplo, doceiros, 33).
borracheiros, manicures, cabelereiros e
[...] o importante, no entendimento e
eletricistas, dentre outros, somam cinco milhões aplicação do postulado da entidade, é que
de microempresários individuais cadastrados no devemos realizar um esforço, tanto na
Simples Nacional (MARSOLA, 2015). Contudo, o avaliação de seus consumos, como das
tempo de vida desses empreendimentos, utilidades auferidas, com os respectivos
normalmente, é curto. ativos e passivos, para separar o que
pertence à entidade do que deve ser
Na análise das principais causas de alocado para os sócios ou proprietários
mortalidade empresarial, o Serviço Brasileiro de das mesmas. (IUDÍCIBUS, 2010, p. 34).
Apoio às Micro e Pequenas Empresas, SEBRAE,
constatou que 25% fecharam por falta de capital; No início da década de 80, a estrutura
19% por falta de clientes/mercado; 11% por conceitual do Conselho Federal de Contabilidade
problemas de gestão; 11% por problemas (CFC) nomeou apenas princípios, por entender
pessoais dos proprietários; 9% por problemas que não pode haver hierarquização formal entre
entre os sócios; 7% por problemas legais e 6% por eles, “dado que são os elementos predominantes
problemas concorrenciais. na constituição de um corpo orgânico”
(IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2009, p. 65).
Além dos motivos apontados, destaca-se
também como contribuinte para a precoce No entanto, sendo um dos princípios da
mortalidade destas empresas a falta de Contabilidade, o princípio da entidade mantém o
conhecimento da área contábil e, significado de um postulado ambiental, que se
consequentemente, a falta de aplicação dos refere mais ao ambiente econômico ou social em
princípios de contabilidade, necessários para que as entidades atuam, e é considerado o início
produzir informações de qualidade para a tomada de todo o encadeamento entre o raciocínio
de decisão.
2
contábil e o arcabouço estrutural da Ciência Por isso, a teoria do proprietário se encaixa
Contábil (IUDÍCIBUS; MARION; FARIA, 2009). mais com as empresas individuais e familiares,
uma vez que o proprietário e a gestão da empresa
Após a revisão da Resolução CFC 750,
acabam se misturando, e o resultado das
agora inspirada na escola contábil europeia, o
atividades da empresa acaba sendo incorporado
princípio da entidade encontra-se expresso assim:
ao patrimônio do proprietário (RIBEIRO FILHO;
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE LOPES; PEDERNEIRA, 2009).
reconhece o Patrimônio como objeto da
Contabilidade e afirma a autonomia As principais diferenças entre a Teoria do
patrimonial, a necessidade da Proprietário e Teoria da Entidade estão em suas
diferenciação de um Patrimônio particular respectivas visões gerais. A teoria do proprietário
no universo dos patrimônios existentes, é composta de empresas com baixo capital,
independentemente de pertencer a uma tornando-se, assim, inadequada quando se falam
pessoa, um conjunto de pessoas, uma de empresas maiores, de onde surgiu a teoria da
sociedade ou instituição de qualquer entidade. A Teoria da Entidade foi proposta para
natureza ou finalidade, com ou sem fins
refletir a realidade econômica da empresa e não
lucrativos. Por consequência, nesta
acepção, o Patrimônio não se confunde do proprietário, passando a ser uma medida de
com aqueles dos seus sócios ou eficiência gerencial, e indicando possíveis lucros
proprietários, no caso de sociedade ou ou prejuízos futuros. (NIYAMA; SILVA, 2013).
instituição (CFC, 2010).
Outra grande diferença reside na
Na Contabilidade, o termo patrimônio pode conceituação da divisão do lucro líquido, ou seja, a
ser usado em dois sentidos: como sinônimo de diferença entre receita e despesa, que na teoria do
ativo, ou como o direito de pessoas físicas e proprietário vai direto para o empresário e
jurídicas sobre os ativos, isto é, como parcela do representará um aumento em sua riqueza, sendo
capital (RIBEIRO FILHO; LOPES; assim, imediatamente somado ao capital do
PEDERNEIRAS, 2009). No segundo caso, trata-se proprietário ou da propriedade. As retiradas de
do patrimônio líquido, que é a diferença entre o capital representam os dividendos em dinheiro e
ativo e passivo. os lucros retidos representam parte da
propriedade total (VAN BREDA; HENDRIKSEN,
Embora sua mensuração se resuma entre
2014, RIBEIRO FILHO; LOPES; PEDERNEIRAS,
essa diferença de ativo e passivo, também há
2009).
elementos que caracterizam o patrimônio:
distribuições de dividendos e direito de Na teoria da entidade, contudo, a
participações no patrimônio líquido de uma demonstração do resultado foca o lucro
entidade (IUDÍCIBUS, 2010). Dessa forma, devem operacional, que corresponde ao resultado da
ser discutidas as teorias do Patrimônio Líquido. empresa. Assim, todo e qualquer lucro obtido será
da entidade, até que seja transferido aos
participantes individuais por meio de uma
As Teorias do Patrimônio Líquido declaração de dividendos (NIYAMA; SILVA, 2013,
RIBEIRO FILHO; LOPES; PEDERNEIRAS, 2009).
Para entender como as diferentes
empresas/gestores enxergam o patrimônio, O início da teoria da entidade se deu no
diversas teorias foram desenvolvidas sobre o final do século XIX para o início do século XX,
patrimônio líquido. As principais são: a teoria do impulsionada pelo crescimento das grandes
proprietário e a teoria da entidade. companhias e a necessidade de segregar a
gestão e a propriedade (NIYAMA; SILVA, 2013).
A teoria do proprietário teve origem nos
primórdios da Contabilidade, quando a economia Na Contabilidade, entidade “é todo „núcleo‟
era composta por pequenos negócios. Nessa capaz de manipular recursos econômicos e que
visão, a entidade existe para satisfazer aos tenda a adicionar valor aos recursos manipulados”
objetivos e necessidades do dono, que assume o (IUDÍCIBUS et al, 2010, p. 95), e o patrimônio
papel de referencial dos conceitos e líquido é uma fonte de recursos para o ativo
procedimentos contábeis (NIYAMA; SILVA, 2013). (NIYAMA; SILVA, 2013).
Já para Ribeiro Filho, Lopes e Pederneiras De acordo com a teoria da entidade, antes
(2009), a teoria do proprietário parte da ideia que de qualquer coisa é necessário esclarecer que a
os ativos e os passivos do proprietário pertencem empresa tem uma vida distinta de suas atividades
ao mesmo, e a diferença representa a sua riqueza e dos interesses pessoais dos proprietários, a
líquida. O proprietário é o foco principal da empresa tem personalidade própria (IUDÍCIBUS,
contabilidade, e as receitas e despesas 2010). O sócio não se mistura com a empresa, e a
representam um aumento ou diminuição do lucro mesma tem existência própria, sem vínculo com o
do dono (NIYAMA; SILVA, 2013, RIBEIRO FILHO; proprietário (RIBEIRO FILHO; LOPES;
LOPES; PEDERNEIRAS, 2009). PEDERNEIRAS, 2009). Dito isto, é fundamental
apresentar as características das micro e
3
pequenas empresas e, em seguida, discutirmos o empresários, esse é o maior obstáculo a ser
método da pesquisa. superado.
O administrador deverá saber separar os
gastos originados pelo negócio (entidade
Características das Micro e Pequenas contábil) dos gastos pessoais. E quando
Empresas houver o caso de administrador utilizar
dinheiro da empresa, este terá que
Segundo Freire, Lemke e Souza (2011), a contabilizar um empréstimo da entidade
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de para a pessoa física, da mesma forma se
2006, conceitua micro empresa aquela com receita o administrador precisar pegar do seu
bruta igual ou menor a R$ 240.000,00 (duzentos e próprio dinheiro para pagar algo da
quarenta mil reais) e pequena empresa aquela empresa, terá que ser contabilizado
com receita bruta superior a R$ 240.000,00 empréstimo de pessoa física para a
(duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a empresa que contraiu o empréstimo.
R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil (MARION, 2009 apud FREIRE; LEMKE;
SOUZA, 2011, p.4).
reais).
Diante destes conceitos, apresentam-se as
Por seu turno, o Serviço Brasileiro de Apoio
decisões metodológicas desenvolvidas para
às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) usa o
cumprir o objetivo desta pesquisa de analisar a
número de funcionários como critério para
aplicabilidade do principio da Entidade em micro e
classificação do porte da empresa, conforme
pequenas empresas do Distrito Federal.
indica o Quadro 1:

Quadro 1 – Classificação das empresas quanto ao Metodologia


porte, segundo o SEBRAE
Indústria: Classificação da Pesquisa
Micro com até 19 empregados Foi desenvolvida uma pesquisa descritiva
Pequena de 20 a 99 empregados que, segundo Gil (2010), tem como característica
identificar determinados fenômenos e possíveis
Média 100 a 499 empregados
relações entre variáveis de três micro empresas e
Grande mais de 500 empregados três pequenas empresas do Distrito Federal.
Comércio e Serviços: A pesquisa descritiva se configura como um
estudo entre a pesquisa exploratória e a
Micro até 9 empregados
explicativa, portanto, não é tão preliminar como a
Pequena de 10 a 49 empregados exploratória e nem tão profunda como a explicativa
Média de 50 a 99 empregados (BEUREN, 2004).

Grande mais de 100 empregados Segundo Gil (2010), o planejamento da


pesquisa de maneira mais ampla envolve os
Fonte: SEBRAE-SC, 2006 fundamentos de metodologia, definição dos
objetivos, ambientes da pesquisa e as
especificações das técnicas e análise de dados.
O surgimento de uma pequena empresa,
normalmente, acontece por meio de um Quanto aos procedimentos, realizou-se uma
empreendedor, geralmente o principal executivo, pesquisa bibliográfica e um estudo multicaso, que
predominando o improviso nas tomadas de é muito utilizado pelos pesquisadores com
decisões e ações planejadas (FREIRE; LEMKE; finalidade de aprofundar os conhecimentos de
SOUZA, 2011). determinado fenômeno (BEUREN, 2004).
As micro e pequenas empresas fazem a O estudo multicaso é um modelo para
escolha pela tributação do lucro presumido, produção de conhecimentos específicos e, embora
permitindo-lhes fazer de forma simples e concisa a seja flexível, não deixa de ser rigoroso. Apresenta
contabilidade de sua empresa e podendo separar várias vantagens, como aprofundamento de
o que é patrimônio da empresa e patrimônio dos problemas específicos, estímulo ao
sócios, contemplando-se, assim, o princípio da desenvolvimento de novas pesquisas e,
entidade (PIRES et al, 2008). principalmente, permite que o pesquisador
investigue sob a perspectiva dos participantes das
Segundo Rubert et al. (2010), nas
empresas (GIL, 2009).
empresas, em geral, quando os recursos não são
utilizados de forma correta ou quando não há
clareza contábil, o risco de ter um conflito é muito
alto e, para grande parte dos pequenos
4
População/Amostra Observa-se que as microempresas têm
mais de dois anos de vida, sendo que duas têm
A amostra é composta por três micros
mais de dez anos (Micro02 e Micro03). Isto sugere
empresas e três pequenas empresas,
que os gestores/proprietários foram capazes de
selecionadas de acordo com os dois critérios
manter a continuidade dos empreendimentos,
usualmente adotados: número de funcionários e
independentemente do grau de formação ser
receita bruta anual. As empresas selecionadas
baixo. Talvez, a experiência pessoal dos
atuam na prestação de serviços ou na área
proprietários (idades acima de 40 anos) tenha
comercial. Estão localizadas em Águas Claras e
contribuído para a longevidade das
Guará, no caso das micro, e no Setor Comercial
microempresas citadas.
Sul de Brasília, no caso das pequenas.
Neste estudo as empresas foram
Quadro 3 – Perfil das Pequenas Empresas da
identificadas como Micro01, Micro02, Micro03,
Amostra
Peque01, Peque02 e Peque03. Os Quadros 2 e 3,
a seguir, apresentam os perfis destas empresas. Peque01
Empresa
Quadro 2 – Perfil das Microempresas da Amostra Ramo: Prestação de Serviço
Micro01 Nº Funcionários: 15
Empresa Receita bruta: R$ 1.700.000,00
Ramo: Prestação de Serviço Tempo da Empresa: > 1 < 2 anos
Nº Funcionários: 9 Número de sócios: 1

Receita bruta: R$ 60.000,00 Respondente

Tempo da Empresa: > 2 < 5 anos Idade: > 26 < 35 anos


Número de sócios: 1 Formação: Superior completo
Respondente Peque02
Idade: > 26 < 35 anos Empresa
Formação: Superior completo Ramo: Prestação de Serviço
Micro02 Nº Funcionários: 14
Empresa Receita bruta: R$ 600.000,00
Ramo: Prestação de Serviço Tempo da Empresa: > 2 < 5 anos
Nº Funcionários: 4 Número de sócios: 1

Receita bruta: R$ 60.000,00 Respondente

Tempo da Empresa: > 10 anos Idade: > 26 < 35 anos


Número de sócios: 1 Formação: Superior completo
Respondente Peque03
Idade: > 50 anos Empresa
Formação: Fundamental Ramo: Comércio
Micro03 Nº Funcionários: 10
Empresa Receita bruta: R$ 250.000,00
Ramo: Comércio Tempo da Empresa: > 2 < 5 anos
Nº Funcionários: 6 Número de sócios: 2

Receita bruta: R$ 320.000,00 Respondente

Tempo da Empresa: > 10 anos Idade: > 18 < 25 anos


Número de sócios: 2 Formação: Superior completo
Respondente Fonte: elaboração própria, a partir dos dados coletados.
Idade: > 41 < 50 anos
Formação: Fundamental O tempo de vida das pequenas empresas
da amostra não ultrapassa cinco anos, sendo que,
Fonte: elaboração própria a partir dos dados coletados.
a Peque01 ainda está no período crítico em que
ocorre a mortalidade precoce (até dois anos).
Observa-se, também, que os pequenos
5
empresários são mais jovens do que os Peque02 X
microempresários estudados.
Peque03 X
2 - Em eventuais necessidades financeiras da
Instrumento de coleta empresa, recorre a descontos de duplicatas ou
empréstimos bancários em nome da empresa?
Para o estudo multicaso, os instrumentos de
coleta utilizados foram questionários aplicados por N V S
meio de entrevistas individuais face a face com os Micro01 X
proprietários das empresas.
Micro02 X
O questionário, além dos dados de
identificação das empresas, foi composto por Micro03 X
perguntas de múltipla escolha e perguntas Peque 01 X
abertas, abordando situações que mostram a
aplicação do princípio da entidade, ou não. Peque02 X

A aplicação dos questionários ocorreu no Peque 03 X


local da empresa, com horário previamente
agendado com o proprietário no primeiro semestre As questões 3 e 4 tratam das dificuldades
de 2015, após os respondentes serem financeiras dos proprietários.
devidamente orientados e entrevistados sobre os
objetivos da pesquisa e os eventuais riscos. Cada
respondente assinou um Termo de Consentimento
3 - Em eventuais necessidades financeiras do
Livre e Esclarecido, que é mantido arquivado,
proprietário, recorre a descontos de duplicatas ou
conforme recomendado pelo NIP (2014). empréstimos bancários em nome da empresa?
N V S
Análise dos Resultados Micro01 X
As questões de múltipla escolha admitem as Micro02 X
seguintes respostas: Nunca (N), Às vezes (V), e
Sempre (S), sendo que algumas acrescentam Micro03 X
mais uma opção: Regularmente (R). Peque01 X
As questões 1 e 2 identificam como as Peque02 X
empresas da amostra obtêm novas fontes de
Peque03 X
recursos para sanar dificuldades financeiras da
mesma. Em ambas as situações, o desejável é 4 - Em eventuais necessidades do
que ocorra o registro dos fatos, respeitando o proprietário, recorre a saque da empresa?
princípio da entidade.
N V S
Observa-se que a maioria das empresas diz
Micro01 X
que não recorre a novos aportes de capital ou a
operações bancárias em nome da empresa. Micro02 X
Entretanto, a Micro02 diz sempre recorrer a novos
Micro03 X
aportes e as Peque01 e Peque02 utilizam, às
vezes, operações bancárias. Possivelmente, o Peque01 X
acesso às linhas bancárias é concedido pelo porte Peque02 X
das empresas, já que as pequenas empresas têm
receitas brutas bem maiores do que as das Peque03 X
microempresas.
Em suas respostas, as empresas não
assumem obrigações para sanar as necessidades
1 - Em eventuais necessidades financeiras da dos proprietários. Porém, exceto a Micro01 e a
empresa, recorre a novos aportes do
Peque01, as demais realizam saques diretamente
proprietário?
da empresa. No caso da Peque03, o respondente
N V S admitiu que sempre recorre ao saque da empresa.
Esse comportamento sugere que o princípio da
Micro01 X
entidade não é atendido.
Micro02 X
As questões 5 e 6 se referem a pequenos
Micro03 X gastos da empresa. Quando os proprietários usam
Peque01 X recursos pessoais para realizar pequenos

6
pagamentos da empresa, há uma tendência a não 7 - Para realizar atividade externa, a empresa
observar o princípio da entidade, pois, utiliza veículo do proprietário?
usualmente, não são feitos registros contábeis
N V S
correspondentes.
Micro01 X
Micro02 X
5 - Pequenos gastos da empresa são pagos com
dinheiro (Caixa/Conta Corrente) do proprietário? Micro03 X

N V R S Peque01 X

Micro01 X Peque02 X

Micro02 X Peque03 X

Micro03 X 8 - Para realizar atividade externa, a empresa


utiliza veículo próprio?
Peque01 X
N V S
Peque02 X
Micro01 X
Peque03 X
Micro02 X
6 - Pequenos gastos da empresa são pagos com
dinheiro (Caixa/Conta Corrente) da empresa? Micro03 X

N V R S Peque01 X

Micro01 X Peque02 X

Micro02 X Peque03 X

Micro03 X 9 - Para realizar atividade externa, a empresa


utiliza veículo terceirizado?
Peque01 X
N V S
Peque02 X
Micro01 X
Peque03 X
Micro02 X
Micro03 X
A maior parte das empresas pesquisadas
diz nunca utilizar dinheiro do proprietário para Peque01 X
realizar pequenos gastos (questão 5), exceto a Peque02 X
Micro02, que o faz regularmente e a Peque03, que
diz que às vezes utiliza o dinheiro do proprietário. Peque03 X
Contudo, a Peque02 é inconsistente ao responder
que nunca usa dinheiro do proprietário e, em As questões 10 e 11 tratam da questão dos
seguida, que os pequenos pagamentos feitos com registros de retiradas de dinheiro pelos
dinheiro da empresa (questão 6) só ocorrem às proprietários da empresa (sócios).
vezes.
As questões 7, 8 e 9 avaliam o uso de ativo
não circulante. As microempresas mostraram um 10 - Retiradas de dinheiro da empresa pelos
comportamento semelhante: no caso de atividade sócios são registrados como pró-labore?
externa, utilizam o veículo do proprietário e nunca
N V S
veículo da empresa ou terceirizado. Isso pode ser
explicado pelo tamanho da empresa, cujo capital Micro01 X
disponível é pequeno, ou pela pouca frequência Micro02 X
de atividades externas, além da facilidade de uso
do veículo do proprietário. Contudo, ao fazê-lo, Micro03 X
não registram os gastos de combustível e de Peque01 X
manutenção de veículo que seriam de
responsabilidade da empresa. Essa prática não Peque02 X
atende ao princípio da entidade, pois não se Peque03 X
observa um esforço na avaliação dos consumos e
das utilidades auferidas, separando o que 11 - Retiradas de dinheiro da empresa pelos
pertence à entidade do que deve ser alocado para sócios são informais (sem registro)?
os sócios ou proprietários das mesmas. N V S
Micro01 X
7
Micro02 X Três empresas dizem nunca retirar o lucro
da empresa para gastos pessoais: Micro 01,
Micro03 X Peque01 e Peque02, utilizando-o, ao invés disto,
Peque01 X para investir na melhora das instalações ou na
reposição do estoque. Esse comportamento está
Peque02 X em concordância com a aplicação do princípio da
Peque03 X entidade.
Duas empresas, Micro02 e Peque03,
A Micro01 faz suas retiradas como pró- admitem que, às vezes, retiram o lucro para
labore e nunca faz retiradas informais, prática gastos pessoais, acrescentando que sempre
alinhada ao princípio da entidade. Entretanto, a investem na empresa (melhoria das instalações ou
Micro02 e a Micro03 têm respostas conflitantes, reposição de estoque). Embora haja
pois dizem que nunca ou sempre fazem retiradas reinvestimento na empresa, as retiradas deveriam
pró-labore, e, em seguida, admitem que, às vezes, ser registradas contabilmente como remuneração
fazem retiradas informais de dinheiro, não do capital investido pelos proprietários para que
preservando assim, o princípio da entidade. fosse preservado o princípio da entidade.

As questões 12, 13 e 14 investigam como No caso da Micro03, o mesmo


os proprietários tratam os lucros das empresas. De procedimento deveria ser seguido, pois a empresa
acordo com a Teoria da Entidade, o lucro é da diz que sempre retira o lucro para gastos pessoais
entidade. e que, somente às vezes, investe na melhoria das
instalações e na reposição de estoque.
As questões 15 e 16 tratam da relação do
12 - O lucro da empresa é retirado pelo empresário com o contador. No primeiro caso, as
proprietário para gastos pessoais? respostas possíveis são Ruim, Regular, Boa e
Ótima. No segundo, Mensal (M), Bimensal (B),
N V S
Trimestral (T), Anual (A) e Indeterminada (I).
Micro01 X
Micro02 X
15 - Qual o nível de satisfação com o Contador?
Micro03 X
Ruim Regular Boa Ótima
Peque01 X
Micro01 X
Peque02 X
Micro02 X
Peque03 X
Micro03 X
13 - O lucro da empresa é investido na melhoria
das instalações? Peque01 X
N V S Peque02 X
Micro01 X Peque03 X
Micro02 X
Micro03 X As Micro01 e Micro02 alegaram seu nível de
satisfação com seu contador ótimo, considerando
Peque01 X que a sua baixa receita bruta não exige muito
Peque02 X esforço do profissional contábil.
Peque03 X Na Micro03 e Peque01 seu nível de
satisfação foi regular, pois, em contrapartida com
14 - O lucro da empresa é investido na reposição
de estoque?
as empresas já relacionadas anteriormente suas
receitas brutas exigem uma atenção maior e um
N V S rápido retorno das informações contábeis.
Micro01 X No caso da Peque02 e Peque03
Micro02 X responderam como boa sua satisfação, tudo indica
que por possuírem um nível de formação maior,
Micro03 X sua exigência e compreensão com o retorno das
Peque01 X informações contábeis também serão maiores.
Peque02 X
Peque03 X

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16 - A frequência de reuniões com o 18 - O micro/pequeno empresário precisa que as
contador para tratar de informações da transações econômico-financeiras sejam
empresa é: registradas pela contabilidade para garantir os
resultados do negócio? Por quê?
M B T A I
Sim. Mas até o limite de R$
Micro01
Micro01 X 60.000,00 não precisa.
Micro02 X Micro02 Sim. Porque ajuda no controle.
Micro03 X Sim. Para saber como anda a
Micro03
empresa
Peque01 X
Sim. Para melhor gerenciamento dos
Peque02 X Peque01
projetos e contratos em vigor.
Peque03 X Sim. Para controle administrativo,
Peque02 fiscal e declarações junto aos órgãos
necessários.
As três pequenas empresas e a Micro01
fazem reuniões mensais, o que pode significar Não. Na maioria dos casos não são
Peque03
maior interesse nos procedimentos contábeis e registradas todas as movimentações.
parece ser consistente com a maior aderência ao
principio da entidade apresentado por estas
A Micro01 por ser considerada uma MEI
empresas, em contraposição à Micro02 e Micro03.
(Micro empreendedor individual), registra só até o
As questões seguintes investigam como os limite de R$ 60.000,00, que representa o teto da
respondentes percebem a contabilidade. A receita bruta anual, o que deixa a entender que as
questão 17, de múltipla escolha, oferece três movimentações acima disso não são registradas.
alternativas: Sim (S), Não (N) e Quando As Micro02 e Micro03 responderam de
Necessário (Q). As questões 18 a 21 são do tipo forma parecida, concordando que é de suma
abertas, para permitir que os respondentes importância que as transações sejam registradas
expressassem suas opiniões. para controle contábil de sua empresa, porém, a
Micro03 se contradiz ao dizer que é importante o
registro, porém sua retirada não é feita por meio
17 - Conhece as normas contábeis referentes à de pró-labore.
empresa? As Peque01 e Peque02 concordam com os
S N Q registros das transações para obter melhor
gerenciamento da sua empresa e para garantir a
Micro01 X retiradas das declarações junto aos órgãos
Micro02 X publicas quando necessário.
Micro03 X A Peque03, assim como a Micro01, não
concorda com todos os registros das transações,
Peque01 X não respeitando o principio da entidade.
Peque02 X
Peque03 X 19 - Quais as vantagens das informações
contábeis para a sua empresa?
Crédito bancário, contagem de tempo
As Micro01, Micro2 e a Peque03 procuram Micro01
de serviço.
conhecer as normas contábeis referentes à
empresa só quando necessário. Essa informação Micro02 A empresa está sempre em dia.
não condiz totalmente com o principio da entidade Micro03 É que tem facilidade para crédito
por não conhecer ao certo em qual situação será
necessário recorrer às normas. Melhor e maior controle
Peque01
administrativo e gerencial
As Peque01 e Peque03 afirmaram conhecer
sempre as normas contábeis, seguindo de acordo Somente vantagens, para poder
saberá realidade atual da empresa e
o principio da entidade. A Micro02, porém, Peque02
se a mesma está dando lucro ou
desconhece as normas contábeis, o que indica prejuízo.
que a empresa é gerida não pelo conhecimento
específico, e, sim, pela experiência, visto que a As informações ajudam no poder de
Peque03
empresa já possui mais de dez anos no mercado. decisão para os proprietários.

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As Micro01 e Micro03 veem como grande Sim, porque não é bom misturar o
vantagem a facilidade de obtenção de crédito Micro03
dinheiro pra não perder o controle.
bancário, porém, se contradizem por não efetuar
Sim, nunca devemos misturar os
nenhuma transação de empréstimos bancários
Peque01 valores dos proprietários com a
(questão 02). Já a Micro02 vê como vantagem a empresa.
sua empresa manter-se sempre regularizada.
Sim, porque o capital da empresa se
As Peque01, Peque02 e Peque03 refere só a rendimentos da mesma,
basicamente dividem a mesma vantagem que é ter Peque02
não vinculando aos bens do
um maior controle gerencial, conhecer a realidade proprietário.
da empresa e poder de decisão para o
Sim, segundo o principio da entidade
proprietário. Peque03 o capital dos sócios não se misturam
com o capital da empresa.

20 - Quais as desvantagens das informações


contábeis para a sua empresa? Todas as micros e pequenas empresas
concordam com a necessidade de separar os
Limite baixo de arrecadação anual
Micro01
(Microempreendedor)
capitais do proprietário e da empresa, cada um
com sua respectiva justificativa. Porém,
Micro02 Não há. considerando respostas anteriores, de fato, não
Trabalha preocupado com segregam esses capitais adequadamente. Isso
Micro03 pode decorrer do pouco ou nenhum conhecimento
irregularidades
contábil que detém, ou do aparente medo de
Peque01 Não há. fiscalização e tributação.
Peque02 Não há.
Muitas das informações não formam Conclusão
Peque03
o quadro real da empresa.

A Micro01, como mencionado, vê como O princípio da entidade diz respeito ao


desvantagem o limite baixo de arrecadação anual, patrimônio, objeto da Contabilidade, e esclarece
que o mesmo informou ser de R$ 60.000,00. Essa que o patrimônio da empresa não pode ser
observação está relacionada à tributação, pois o confundido com o patrimônio dos sócios ou
proprietário gostaria de ter vantagens fiscais sem proprietários.
limites operacionais. De fato, é comum as Esse princípio é alinhado com a teoria da
empresas verem a contabilidade apenas no entidade – uma das teorias do patrimônio líquido.
aspecto fiscal. Nesse caso, antes de qualquer coisa, é necessário
A Micro03 trabalha preocupada com reconhecer que a empresa tem uma vida distinta
possíveis irregularidades da empresa e dessa das atividades e dos interesses pessoais dos
maneira essa preocupação acaba se tornando proprietários, isto é, a empresa tem personalidade
uma grande desvantagem para o mesmo e a própria.
Peque03 vê como desvantagem que as Entretanto, outra das teorias do patrimônio
informações contábeis não correspondem a líquido – a teoria do proprietário – pressupõe que
realidade da empresa, porém, admitiu que não ativos e passivos pertencem ao proprietário, assim
registra todas as informações necessárias para como os lucros. Nessa perspectiva, a entidade
esse controle. existe para satisfazer aos objetivos e
A Micro02, Peque01 e Peque03 não necessidades do dono, que assume o papel de
observaram nenhuma desvantagem em relação às referencial dos procedimentos contábeis.
informações contábeis. Assim, resta saber se o princípio da
entidade é respeitado no caso de micro e
pequenas empresas que, naturalmente, se
21 - Em sua opinião, é necessário segregar o enquadrariam na teoria do proprietário.
capital do proprietário e o capital da empresa? Por
quê? O objetivo da pesquisa realizada é analisar
a aplicabilidade do princípio da entidade em micro
Sim, a saúde da empresa está e pequenas empresas do Distrito Federal,
Micro01
extremamente relacionada a isso. respondendo ao seguinte problema: qual o grau
Sim, porque é mais fácil separar e de aplicabilidade do princípio da entidade nas
Micro02 controlar os gastos pessoais e da micro e pequenas empresas?
empresa.

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Para isso, foi desenvolvido um estudo
multicaso, com três microempresas e três
pequenas empresas, identificadas como Micro01,
Micro02, Micro03 e Peque01, Peque02 e
Peque03, respectivamente.
De maneira geral, as evidências sugerem
desrespeito ao princípio da entidade, sendo mais
evidente em relação às microempresas.
Tanto nas micro e pequenas empresas do
estudo, pode-se observar que todas parecem ter
um conhecimento relativo sobre o principio da
entidade. Porém, em algumas situações, não
existe observância a esse princípio. A
preocupação maior parece ser a adequação a
regras tributárias e de concessão de crédito, que
de acordo com a pesquisa, as empresas não
utilizam desse recurso financeiro e não à
qualidade da informação contábil, decorrente da
aplicação dos princípios contábeis.
Como mencionado no artigo, 11% das
empresas tiveram o tempo de vida encurtado por
problemas na gestão, isso implica que as micro e
pequenas empresas citadas no estudo, ainda
correm o risco de terem problemas no futuro,
sugere-se uma reformulação na sua gestão e um
trabalho mais afundo do profissional contábil da
empresa fornecendo conhecimento e a
importância do princípio da entidade na aplicação
na tomada de decisão e controle gerencial.
Dada à relevância do tema e o contingente
de micro e pequenas empresas, sugere-se
estender a pesquisa para outras amostras.

Agradecimentos

Primeiramente agradeço a Deus por me dar


oportunidade de chegar até esse grande momento
da minha vida acadêmica. Segundo, gostaria de
agradecer a todos meus familiares por me
apoiarem e viver esse sonho junto comigo. A
minha orientadora Maria Celeste por me passar
um pouco do seu conhecimento, e que sem a sua
ajuda esse artigo não teria a mesma qualidade.
Aos grandes amigos que fiz na instituição e que
com certeza levarei para a vida inteira, aos amigos
que me apoiaram, me entenderam e de todas as
formas me ajudaram a realizar esse trabalho. E,
por fim agradeço a minha companheira Mariana
Ferreira que esteve em todas as fases de
elaboração do artigo, me dando força e não me
deixando desistir. Obrigado a todos, esse artigo
pertence a cada um de vocês que me ajudaram.

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REFERÊNCIAS

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ed. São Paulo: Atlas, 2004.

CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Resolução nº 750, redação dada pela Resolução 1.282 de
2010. Dispõe sobre os Princípios da Contabilidade (PC). Disponível em: <www.cfc.org.br>. Acesso em:
21 set. 2014.

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