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O modelo de co-terapia na intervenção psicomotora de

uma criança com perturbação reativa da vinculação


João 1
Costa , Anabela Santos 2
1 Mestre em Reabilitação Psicomotora, Instituto de Terapias Expressivas, joao.dcosta@hotmail.com
2 Mestre em Reabilitação Psicomotora, Instituto de Terapias Expressivas, anabela.caetano.s@gmail.com

Objetivos Resultados
O nosso estudo teve como objetivo perceber as vantagens da Apresentam-se os resultados obtidos após 23 sessões de intervenção.
técnica de co-terapia em sessões de psicomotricidade com No início da terapia a criança tinha 35 meses, à data da avaliação tinha 42
uma criança com historial de negligência e abandono. meses.
A integração da co-terapia no processo de intervenção
relacionou-se com:
- Perfil -
a) necessidade da projeção simbólica do papel de pai e mãe Escalas de Desenvolvimento Mental de Griffiths
b) facilitar a experiência da tríade familiar funcional Idade Mental
c) atingir resultados positivos mais rapidamente 60
55
50

Idade em meses
45

Vinheta Clínica
40
35
30
Género: Masculino. 25
Queixas principais: irritabilidade excessiva, comportamento 20
opositor e agressivo, pouco vocabulário, hipertónico, regressão 15
do desenvolvimento após institucionalização. 10
Diagnóstico: Perturbação Reativa da Vinculação (PRV). 5
A PRV caracteriza-se por um padrão consistente de inibição, 0
Locomoção Pessoal-Social Audição e Coordenação Realização Raciocínio
isolamento, sociabilidade indiscriminada e afastamento em Linguagem olho-mão Prático
relação aos cuidadores, não procurando ser confortado ou não Escalas de Desenvolvimento
respondendo positivamente ao conforto em situações de
stress, existindo com frequência episódios de grande Segundo o perfil apresentado a criança tem um nível de desenvolvimento
irritabilidade, tristeza ou raiva, mesmo em situações não médio-alto (quociente geral:104%) para a sua idade cronológica, o que vem
ameaçadoras (APA, 2013). corroborar a eficácia da intervenção, sabendo que inicialmente uma das
queixas era a regressão do desenvolvimento e que o comportamento
opositor impossibilitou uma avaliação inicial através deste instrumento.
O perfil de desenvolvimento é heterogéneo, sendo as áreas fortes relativas
Características da Prática às escalas de locomoção, pessoal-social e raciocínio e as áreas a estimular
correspondentes às escalas de audição e linguagem, coordenação óculo-
Terapia Psicomotora manual e de realização.
A terapia psicomotora propõe-se como terapia eficaz em No jardim infantil a relação com os pares melhorou, passando a aceitar as
crianças com PRV (Costa, 2008), justificando-se pela atenção atividades propostas pela educadora. A relação com os cuidadores também
dada à relação e ao diálogo tónico-emocional entre o terapeuta melhorou, tendo eles aprendido a esperar pelo menino, a conseguir aguentar
e a criança (Joly, 2007). Assim, e através do jogo, as as suas birras e a impor limites numa base afetiva mais estável.
experiências motoras podem ser consciencializadas e conduzir Por observação informal foi possível constatar a assimilação e imitação dos
a uma alteração dos modelos cognitivos internos de relação e papéis sociais, da expressão das necessidades do próprio e da
permitir o equilíbrio entre o corpo e o psiquismo. manifestação de angústias e conflitos internos que, uma vez ultrapassados,
As sessões de psicomotricidade decorreram em contexto de deram origem a aquisição de competências importantes.
ginásio, semanalmente e com caracter individual.

Co-terapia
A co-terapia pode levar a resultados em menos tempo por Conclusões
gerar melhores interações terapêuticas, menores dificuldade
na tomada de decisões, permitir dar continuidade ao programa
na ausência de um dos técnicos (Stone, 2008). A terapia psicomotora teve efeitos positivos nos sintomas relacionados com a
A co-terapia foi constituída por dois terapeutas de géneros perturbação reativa da vinculação, constatando-se melhorias a nível
diferentes e formação de base semelhante. O terapeuta psicomotor, emocional e social.
feminino teve maior responsabilidade sobre os cuidados e O modelo co-terapêutico desenvolvido parece ter sido benéfico para esta
atividades de contenção e o terapeuta masculino teve maior criança com PRV pela possibilidade da vivência afetiva casal-criança. Pensa-
responsabilidade em atividades de exploração do espaço e dos se que essa experiência foi a base fundamental para o sucesso do projeto
limites. O modelo de casal terapêutico foi proposto em terapêutico, obtendo-se resultados muito favoráveis após seis meses de
resultado da sua história de vinculação parental frustre e intervenção. A co-terapia foi igualmente vantajosa enquanto modelo
rejeitante, pretendendo-se fazer a reparação prazerosa dessa comportamental para os cuidadores, que começaram a praticar algumas das
relação. estratégias abordadas.

Referências Bibliográficas
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (5ª ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing.
Costa, J. (2008). Um olhar sobre a criança: Psicomotricidade Relacional. Lisboa: Trilhos Editora.
Joly, F. (2007). Les sens des thérapeutiques psychomotrices en psychiatrie de l’enfant. Neuropsychiatrie de l’enfance et de l’adolescence, 55(2), 73-86.
Stone, W. N. (2008). Group Psychotherapy. In A. Tasman, J. Kay, J. Lieberman, M.B. First, & M. Maj (Eds.), Psychiatry, (3ª ed., pp.1904-1919). doi: 10.1002/9780470515167.ch90.

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