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Inflamação é uma resposta protetora direcionada a eliminar o agente agressor e as células que foram
lesadas por esse agente.
Embora ela auxilie no reparo da infecção ela pode causar danos consideráveis.
Inflamação aguda: De inicio rápido e curta duração, dura horas ou apenas alguns dias, ocorre a
exsudação de proteínas plasmáticas e de liquido e um acúmulo de leucócitos (principalmente
neutrófilos) nos tecidos.
Inflamação crônica: De duração mais longa, ocorre o influxo de linfócitos e macrófagos com a
proliferação vascular associada e fibrose (cicatrização).
Os fagócitos e células do hospedeiro quando entram em contato com o agente agressor eliminam
lipídios e moléculas que atuam como mediadores da inflamação.
Inflamação aguda: Apresenta dois componentes principais: alterações vasculares e eventos celulares
Eventos celulares: emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão. Os
principais leucócitos na inflamação aguda são os neutrófilos.
Estimulos para inflamação aguda: infecções; trauma e agentes químicos e físicos; necrose tecidual;
corpos estranhos; reações imunológicas.
ALTERAÇÕES VASCULARES
Após uma vasoconstricção rápida ocorre a vasodilatação das arteríolas. Isso provoca
vermelhidão(eritema) e calor.
Os vasos tornam-se mais permeáveis e as proteínas extravasam para o liquido intersticial o que
aumenta a viscosidade do sangue e diminui a velocidade do fluxo. Esse processo é chamado de estase
sanguínea.
Quando a estase ocorre acontece a marginação dos leucócitos no endotélio dos vasos.
Com o aumento da pressão intravascular ocorre a saída de um transudato (liquido plasmático com
pouca proteína) para os tecidos que logo em seguida é acompanhada de um exsudato( saída de
proteínas). A saida de proteínas aumenta a pressão osmótica no interstício atraindo água e ions. O
acumulo de liquido no interstício é chamado de edema. O exsudato é característico da reação
inflamatória.
Lesão endotelial direta -> ocorre geralmente após lesões graves. A reação é conhecida como resposta
contínua imediata. A lesão direta pode induzir ao extravasamento prolongado tardio que pode durar
até dias.
Lesão endotelial mediada por leucócitos-> leucócitos liberam mediadores tóxicos que podem
provocar lesão endotelial.
Transitose de proteína aumentada através de canais formados nas vênulas devido a fusão de
vesículas intracelulares.
Etapas: marginação e rolamento dos leucócitos no endotélio vascular; aderência firme no endotélio;
transmigração entre as células endoteliais; migração pra os tecidos afetados.
Marginação e rolagem – Os leucócitos por serem mais pesados que as hemácias tendem a circular
mais na periferia do vaso o que é denominado marginação. Isso ocorre principalmente quando há
estase sanguínea. Subsequentemente ocorre a rolagem dos leucócitos através da interação com
moléculas de adesão da família das selectinas. E-selectina (expressa no endotélio), P- selectina
(expressa no endotélio e nas plaquetas), L-selectina( na maioria dos leucócitos). Essas selectinas se
expressam após a liberação de mediadores como interleucinas, TNF, histamina. As selectinas se ligam
a oligossacarídeos.
Aderência firme ao endotélio – Essa adesão é mediada por integrinas expressas nas superfícies dos
leucócitos e que interagem com seus ligantes nas células endoteliais. As integrinas são glicoproteinas
transmembrana que só interagem com os receptores quando os macrófagos estão ativados por
quimiocininas. Quando as integrinas encontram as quimiocininas elas alteram sua conformação
tornando-se mais atraentes. Outras citocinas como a IL-1 e o TNF ativam as células endoteliais para
aumentar a expressão de ligantes de integrinas (VCAM-1 e ICAM-1). Após a aderência ocorre a
diapedese dos leucócitos. Esse processo ocorre principalmente nas vênulas da circulação sistêmica e
nos capilares da circulação pulmonar. A PECAM-1 é uma molécula de adesão importante na
diapedese. Após atravessar os leucócitos secretam colagenases que degradam a membrana basal dos
vasos.
- fagocitose de partículas
Ocorre para erradicar microorganismos infecciosos mas acaba resultando na lesão tecidual;
ocorre na tentativa de eliminar tecidos lesados e mortos; quando a resposta inflamarória é
impropriamente dirigida contra os tecidos do hospedeiro. Os leucócitos em alguns casos
podem liberar produtos tóxicos não apenas dentro dos fagolisossomos mas também no
espaço extracelular. Os mecanismos nos quais isso pode acontecer são:
Defeitos na adesão leucocitária- no defeito da adesão tipo I ocorre a síntese defeituosa da subunidade
beta das integrinas LFA-1 e Mac-1 resultando em deficiência de adesão e migração através do
endotélio. A deficiência tipo II resulta na ausência do sialil-Lewis X, o oligossacarídeo nos leucócitos
que se liga às selectinas no endotélio ativado. Nesse tipo as manifestações clínicas são semelhantes,
porém mais leves que na DAL- 1.
Defeitos na atividade microbicida- Ocorre defeito na oxidase dos fagócitos. Como consequência as
bactérias engolfadas não serão destruídas pelos radicais livres. Na tentativa de controlar a infecção os
macrófagos cercam os micróbios formando os granulomas.
Progressão para inflamação crônica se após a inflamação aguda o agente infeccioso não for
removido.
Cicatrização ou fibrose ocorre quando a inflamação atinge tecidos que não se regeneram ou quando
ocorre destruição tecidual substancial. Os abscessos se formam em coleções de infiltrados
neutrofílicos ou em certas infecções bacterianas ou fúngicas. Devido à destruição tecidual o resultado
da formação do abscesso é a cicatrização.
Inflamação fibrinosa- ocorre como consequência de lesões mais graves que permite o extravasamento
do fibrinogênio. A fibrina aparece como um coágulo ou como uma rede de fibras.
Úlcera- ocorre a escavação da superfície de um tecido que é produzida por necrose das células e
desprendimento do tecido inflamatório. Ela ocorre apenas quando existe tecido necrótico próximo à
superfície.
Mediadores da inflamação
A maioria dos mediadores induz seu efeito através da ligação a receptores específicos nas células-
alvo.
Aminas vasoativas: Histamina e serotonina. Estão armazenadas nos mastócitos e estão entre as
primeiras substâncias a serem liberadas em uma inflamação. A histamina pré-formada é liberada dos
grânulos dos mastócitos em resposta a estímulos:
Lesão física por trauma ou calor
Reação imunes envolvendo o anticorpo IgE e sua ligação aos receptores Fc dos mastócitos
Neuropeptídios
Certas citocinas
A histamina causa a dilatação de arteríolas. Logo após a sua liberação a histamina é inativada pela
histaminase. A serotonina tbm é um mediador vasoativo semelhante à histamina e é liberada pelas
plaquetas.
São hormônios que atuam localmente nos sítios de geração e decompõem-se espontaneamente. O
ácido araquidônico está presente normalmente nos fosfolipidos da membrana. Estímulos mecânicos,
físicos ou químicos podem estimular a ativação de fosfolipases e a liberação desse ácido.
Via da lipoxigenase via da produção de leucotrienos e lipoxinas. As lipoxinas atuam como inibidores
da inflamação.As plaquetas são fonte importante de lipoxinas.
Pode induzir reações inflamatórias como o aumento da adesão de leucócitos, a quimiotaxia, síntese
de outros mediadores.
Citocinas
As principais citocinas na inflamação aguda são o TNF e a IL-1, além das quimiocinas. Inflamação
crônica interferon-gama e IL-12.
TNF e IL-1 O principal papel é a ativação endotelial. Sua produção é induzida por produtos
microbianos, imunocomplexos, produtos de células T. Esses fatores estimulam a expressão de
moléculas de adesão nas células endoteliais. A IL-1 ativa os fibroblastos aumento a síntese de
MEC. O TNF causa a ativação de ativação de neutrófilos. Esses fatores são produzidos
localmente, mas podem invadir a circulação e induzir uma reação de fase aguda sistêmica.
Quimiocinas
Atuam primariamente como quimioatraentes para diferentes linfócitos. São uma família de proteínas
pequenas. 2 principais funções recrutamento de leucócitos e organização anatômica normal das
células. Elas também ativam os leucócitos.
São sintetizados através da via NADPH-oxidase. São liberados por neutrófilos e macrófagos em
resposta a um estimulo agressor. Em altas doses as EROS podem ser nocivas aos nossos tecidos, mas
para evitar danos temos mecanismos protetores antioxidantes.
Óxido Nítrico
Os macrófagos utilizam o NO para destruir micróbios e células tumorais. Quando produzido pelo
endotélio causa relaxamento do músculo liso e vasodilatação. Existem 3 isoformas da NOS (enzima
que sintetiza o NO). A tipo II é responsável pela síntese de NO nas reações inflamatórias e é induzida
por citocinas e mediadores. O NO causa: vasodilatação, é antagonista à ativação plaquetária, reduz o
recrutamento de leucócitos , age como agente microbicida.
Os grânulos dos lisossomos dos neutrófilos e macrófagos contem muitas moléculas que podem
mediar a inflamação, principalmente as enzimas hidrolíticas. Essas enzimas podem atuar apenas no
pH ácido, como o do interior dos lisossomos, ou podem atuar em pH neutro e essas são as que
causam lesão tecidual quando extravasam dos lisossomos. Os efeitos potencialmente nocivos podem
ser controlados pela ação de antiproteases.
Neuropeptídeos
INFLAMAÇÃO CRÔNICA
Caracteriza-se por:
Destruição tecidual;
Causas: 1)Infecções persistentes por microrganismos difíceis de erradicar. A maioria das infecções virais
2)Doenças inflamatórias imunomediadas- São causadas por ativação excessiva e inapropriada do sistema
imune. Incluem as doenças auto-imunes
Proteases neutras e ácidas; ERO e NO; eicosanoides; citocinas como a IL-1 e o TNF e fatores de
crescimento.
Febre – aumento da temperatura corporal, 1 a 4º, umas das manifestações mais proeminentes da
fase aguda. Ele ocorre devido a ação de pirogênicos que atuam estimulando a síntese de
prostaglandinas nas células vasculares do hipotálamo. O hipotálamo reage a prostaglandina
produzindo neurotransmissores que reajustam a temperatura corporal a um nível mais alto. Os
DAINES como a aspirina bloqueiam a síntese de prostaglandinas.
Niveis plasmático aumentados de proteínas da fase aguda- são produzidas princ pelo fígado e são
proteínas plasmáticas. As principais são : proteína C reativa, fibrinogênio e proteína amiloide A
sérica. Muitas delas podem se ligar a micróbios e atuar como opsoninas e fixar o complelmento. O
fibrinogênio se liga às hemácias diminuindo a velocidade de sedimentação. O níveis de PCR são
usados como marcadores para o risco aumentado de infarto do miocárdio ou AVC, em pacientes
com aterosclerose.
Leucocitose- Uma infecção prolongada estimula a produção de CSFs (fatores estimulantes de
colônias) levando a um aumento da saída de leucócitos da medula para compensar a perda dessas
células na reação inflamatória. Neutrofilia aumento da contagem de neutrófilos.
Aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial;redução da sudorese;tremores;calafrios;
anorexia; sonolência e mal-estar. Caquexia
Altos níveis de TNF podem causar sepse- queda da pressão sanguínea, coagulação intravascular,
hipoglicemia.