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Colheita
André Biazoti,
e Organização:
Natália Almeida
e Patricia Tavares
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Colheita
e Organização:
André Biazoti,
Natália Almeida
e Patricia Tavares
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Realização: ABA
Coordenação: UFV, Embrapa, UFRPE
Parceiros: Mídia Crioula e todos
os NEAs e RNEAs do Brasil
Financiamento: MDA, SEAD, CNPq
3
Sumário
09 Prefácio
09 Agroecologia é um aprendizado infinito
13 Sejam Bem Vind@s
13 Como o caderno está organizado?
15 Princípios
15 Círculo de Cultura
17 Comunicação Popular
21 Processos e Cuidados
21 Preparação
23 Chegada
25 Mesa da Partilha
27s Resíduos
29a Relatoria
31 Acordos Coletivos
33 Metodologias Chave
Chaves da sistematização de experiências da sistematização de experiências
35 Rio do Tempo
37 Mate com Prosa
39 Análise Conjunta de Conjuntura
41 Matriz de Sistematização
43 Contação de Histórias
45 Tatu Sonhadora
47 Texto Coletivo
49 Facilitação Gráfica
51 Inspirações do movimento agroecológico
53 Instalações Artístico Pedagógicas
57 Caravanas Agroecológicas e Culturais
61 Momentos
63 Espaço Educador
65 Espelho da Alma
67 Apresentação por objetos
69 Biodiversidade se Mantém em Pé
71 Bola
73 Dança Circular
75 Alongamento
77 Que bom, Que pena e Que tal
79 Cabeça, Coração, Mãos e Pés
81 Barquinhos
83 Posfácio:
83 Sistematizar é mergulhar em rios de histórias
84 Agradecimentos
5
A Equipe de Sistematização de Experiências esti-
mula a livre circulação do conteúdo aqui publi-
cado. Sempre que necessária a reprodução total
ou parcial do material, solicitamos que “Caderno
de Metodologias/ABA-Agroecologia” seja citada
como fonte.
6
” (…) Sobre a sistematização de experiên-
cias concluímos que devemos ser coeren-
tes com seu sentido de fundo: não se trata
tanto de olhar para trás, para nos apro-
priarmos do ocorrido no passado, mas,
principalmente, para retirar da experiên-
cia vivida os elementos críticos que nos
permitam dirigir melhor nossa ação para
fazê-la transformadora, tanto da realida-
de que nos rodeia, como de nós mesmos
como pessoas.
Isto é: sistematizar as experiências para
construir novos saberes, sensibilidades e
capacidades, que nos permita apropriar-
mos-nos do futuro”
Oscar Jara (2013)
7
8
“Agroecologia é um aprendizado infinito”
Os Núcleos de Agroecologia no Brasil
No Brasil, experiências agroecológicas em cur- Os NEAS foram fomentados por meio de
so em todo o país são cotidianamente protago- chamadas públicas lançadas pelo Conselho
nizadas por agricultores e agricultoras familia- Nacional de Desenvolvimento Científico e Tec-
res, povos e comunidades tradicionais. Estas nológico (CNPq), com aporte financeiro dos
experiências, ajustadas a variados contextos ministérios envolvidos com o tema. A partir da
socioambientais e distintos processos sócio Política Nacional de Agroecologia e Produção
biodiversos, demonstram a possibilidade da Orgânica, por intermédio de sua Comissão Na-
produção de base ecológica, em contraposição cional de Agroecologia e Produção Orgânica
ao ordenamento social e econômico excluden- (Cnapo), os NEAs passaram a ter mais visibili-
te que prevalece no meio rural. Estas experiên- dade e mais apoio.
cias quase sempre estão articuladas em rede.
Até então, 282 projetos de NEAs foram apoia-
Desta rede participam um número expressi- dos financeiramente e há previsão de apoio
vo de pessoas, dentre elas profissionais atu- para mais 130 projetos. A estimativa é que exis-
antes em instituições científico-acadêmicas tem no Brasil aproximadamente 150 Núcleos
nos núcleos e redes de núcleos de estudo em de Agroecologia e cinco Rede de Núcleos (um
agroecologia (NEAs e R-NEAs). Os NEAs são por região brasileira), que envolvem mais de
inovações recente das instituições brasileiras 60 mil pessoas. Ao longo do tempo, os NEAs
e tem seus lastros nos grupos de agricultura procuram garantir espaços de diálogo e o
alternativa formados nas universidades brasi- exercício da indissociabilidade entre pesquisa-
leiras na década de 1980. Eles são formados e -ensino- extensão, em constante e permanente
coordenados por profissionais das instituições interação com a sociedade. A indissociabilida-
científico-acadêmicas, como as universidades de entre ensino, pesquisa e extensão relacio-
públicas, institutos federais de ensino superior na-se às práticas das universidades brasileiras
e empresas públicas de pesquisa, federal ou e é um princípio orientador da qualidade da
estaduais. produção universitária. Compreende-se que as
ações de extensão adquirem maior efetividade
se estiverem vinculadas a processos de forma-
ção das pessoas (processos educativos) e de
geração de conhecimento. A partir do princípio
da indissociabilidade, obrigação institucional
pouco praticada pelas instituições científico-a-
cadêmicas, os NEAs esforçam-se em articular
a produção de novos saberes, a intervenção
nos processos sociais e a ação educativa para
formar cidadãos e profissionais.
9
As relações entre o ensino, pesquisa e extensão De uma forma geral, pode se afirmar que os
possibilitam ainda múltiplas oportunidades NEAs utilizam em suas ações metodologias
de articulação entre as instituições científico- que trazem como prerrogativa a participação
-acadêmicas e a sociedade. As comunidades e dos sujeitos na construção do conhecimento.
seus territórios deixam de ser meros receptá- Entre as principais ações dos NEAs encon-
culos de conhecimentos produzidos “ex-situ” tram-se as feiras, as visitas às experiências, as
e passam a fazer parte do processo de geração excursões, as semanas acadêmicas, os seminá-
do conhecimento científico. Com isto, é possí- rios, os intercâmbios e as caravanas culturais
vel articular a agroecologia em suas dimensões e agroecológicas. As preocupações com os
práticas e científicas, que em rede e em movi- processos comunicativos mereceram destaque
mento buscam as transformações necessárias nas ações dos NEAs. Eles utilizam folders,
na sociedade para fortalecer a agroecologia. páginas no facebook, blogs, sites das universi-
dades e a produção de vídeos. Há mais de 200
As estratégias conjuntas de construção de mídias instaladas para fortalecer os processos
conhecimentos agroecológicos demandam um de comunicação.
aporte metodológico que enfatize a participa-
ção de todos. Os NEAs procuram exercitar tais As ações dos NEAs são, então, realizadas utili-
procedimentos metodológicos e fazer avançar zando metodologias participativas que favore-
a construção de conhecimentos agroecoló- cem a indissociabilidade entre ensino pesquisa
gicos demandados pelos territórios em que e extensão, o que possibilita o fortalecimento
atuam. Nesse processo, ambientes de apren- da agroecologia em suas dimensões enquanto
dizagem são possíveis e oportunizam novas prática, movimento e ciência. Isto porque as
configurações de ensino-aprendizagem em metodologias favorecem a criação de am-
agroecologia. Estes ambientes são construídos bientes de aprendizados mútuos, os quais
a partir de diferentes formatos metodológi- favorecem os diálogos de saberes e permitem
cos, da diversidade dos autores e da troca de construir relações para além da intervenção
saberes. Para isto, recorrem às parcerias com técnico produtiva nos agroecossistemas, o que
organizações sociais, instituições públicas e significa romper com a extensão de mão única,
privadas e comunidades para levar a cabo pro- onde o técnico e/ou o acadêmico são os deten-
cessos científicos-acadêmicos e tecnológicos tores de saberes.
com profundos lastros sociais.
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Os resultados também indicam que estes Os NEAs estão se tornando pontos aglutina-
ambientes favoreceram o desenvolvimento dores de formação, de pesquisas, e ações em
de pesquisas com os aprofundamentos neces- agroecologia que possibilitam integrar conhe-
sários para avançar com a experiência. Ainda cimentos e processos metodológicos capazes
que outras análises sejam necessárias para de aproximar os diferentes conhecimentos
aprofundar o debate, já é possível afirmar que técnicos-acadêmicos com a diversidade de sa-
os NEAs têm cumprido o papel de fortalecer a beres tradicionais, enfatizando a participação
construção do conhecimento em agroecologia e a construção conjunta de ações. As questões
e de estimular arranjos que contribuem com de gênero, geração, étnico-raciais e opções
a indissociabilidade do ensino, da pesquisa e sexuais estão presentes nas ações e reflexões
da extensão. Os NEAs apostam na formação de muitos núcleos, mas precisam de maiores
continuada dos sujeitos a partir da interação cuidados e aprofundamentos.
com as mais distintas realidades, haja visto a
diversidade de territórios e de comunidades Há, contudo, de se indicar, que estes são pro-
de atuação dos núcleos. Esta formação con- cessos iniciais e que precisam ser fortalecidos
tinuada é necessária, pois, como alertou um por políticas públicas, atualmente ameaçadas,
agricultor de Araponga (MG), a agroecologia para que resultados mais efetivos sejam al-
é um aprendizado infinito. cançados e agroecossistemas mais saudáveis
sejam desenvolvidos.
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Seja bem vind@!
Pode chegar mais perto! Pegue um mate quen-
tinho e mergulhe no mar de possibilidades que
apresentaremos aqui. Chegue com vontade,
pois aqui estão guardadas algumas ferramen-
tas poderosas para construir
processos participativos de sistematização
de experiências e tantas coisas mais.
O caderno foi feito com muito carinho
por quem vive na prática a educação
popular e libertária e é destinado a você
que também acredita que a educação
pode construir um mundo melhor, mais
justo e igualitário para todas e todas que
vivem nele.
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Primeiramente, você sabe o quê! As chaves da sistematização de experiências
Em segundo lugar, apresentamos alguns prin- abrem os caminhos para uma intensa jornada
cípios que devem sulear (como diria o escritor de reconhecimento da história vivida, esse rio
argentino Julio Cortázar para evidenciar o caudaloso de experiências e vivências únicas.
protagonismo dos países do Hemisfério Sul na O encontro entre a Agroecologia e a Sistema-
construção de sua soberania) todo o trabalho tização de Experiências traz ainda importantes
dos educadores e educadoras durante o pro- inspirações no Movimento Agroecológico que
cesso de sistematização. Os Círculos de Cultu- nos convidam a percorrer os territórios, sentir
ra, metodologias fundamentais da pedagogia os sabores das roças da agricultura campo-
de Paulo Freire, são o eixo central para facilitar nesa, dançar o jongo nas noites estreladas
e possibilitar as conversas onde todos são dos quilombos e recontar o que vivemos para
incluídos e todas as vozes devem ecoar da mes- quem não pôde participar.
ma maneira. Como trabalhamos com pessoas e
relações, apresentamos diversos cuidados para Para manter o corpo e a mente saudáveis, reco-
garantir o bem estar de todo mundo ao longo mendamos também atividades para esticarmos
do processo. Podem parecer sutilezas, mas são os músculos, brincar, para nos conhecermos
esses cuidados que garantem um espaço de melhor e para avaliar os espaços educadores
confiança potente para que todos se expres- que foram criados. Por fim, relatamos a vocês
sem e expressem o melhor de cada um. um pouco dessa arte invisível de tecer os nós
entre as metodologias para que elas criem vida
A seguir, vêm as metodologias, as sementes e engajem os participantes em um processo
preciosas deste humilde caderno. Listamos autogestionado de construir o aprendizado
aqui as principais metodologias utilizadas ao coletivo.
longo do projeto “Sistematização de Experiên-
cias dos Núcleos de Agroecologia” animado Esperamos que sua leitura seja prazerosa e que
pela Associação Brasileira de Agroecologia sua potência se fortaleça ao longo das pági-
(ABA). Essas diversas atividades nos ajudaram nas. Que o caderno seja seu companheiro de
a apreender histórias, cheiros e aprendizados, vivências e práticas educadoras e que ajude a
assim como construir o conhecimento coletivo possibilitar a construção de territórios susten-
dos núcleos espalhados por todo o Brasil. táveis seja onde estiver.
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Círculo de Cultura:
Princípios da Prática
Educadora Popular
Fragmentos do Texto de Carlos Rodrigues Bran- apenas uma pedagogia centrada na igualdade de
dão - Círculos de Cultura. em DANILO R Streck, participações livres e autônomas, seria possível
D. R.; Redin, E. e Zitkoski, J. J. Dicionário Paulo formar sujeitos igualmente autônomos, críticos,
Freire, 2008. criativos, conscientes e solidariamente dispostos a
três eixos de transformações: a de si mesmo como
O círculo é o símbolo mais adequado às lem- uma pessoa entre as outras; a das relações interati-
branças de experiências de cultura e educação vas em e entre grupos de pessoas empenhadas em
popular realizados no Brasil e na América Latina uma ação social de cunho emancipatoriamente
a partir dos anos 1960. Entre o final dos anos político; a das estruturas da vida social.
1950 e o começo dos anos 1960, surgem várias
frentes e difundem-se por todo o mundo dife- No círculo de cultura o diálogo deixa de ser uma
rentes experiências de “trabalhos com grupos”, simples metodologia ou uma técnica de ação
de “educação centrada no aluno”, de projetos de grupal e passa a ser a própria diretriz de uma
pesquisa e ação social com um forte acento sobre experiência didática centrada no suposto de que
a participação consciente, co-responsável e ati- aprender é aprender a “dizer a sua palavra”.
vamente voluntária. Assumindo as mais diversas
formas e servindo a projetos sociopolíticos e cul- Desta maneira podem ser sintetizados os fun-
turais diferentes, essas experiências guardam em damentos do círculo de cultura.
comum um desejo de dissolução dos modelos
hierarquizados antecedentes e de democratriza-
ção da palavra, da ação e da gestão coletivizada
1 Cada pessoa é uma fonte original e única de
um saber, e qualquer que seja a qualidade
e consensual do poder. O trabalho em equipe, o deste saber, ele possui um valor em si por re-
diálogo com a criação de consensos entre iguais presentar a representação de uma experiência
e diferentes e o círculo de cultura não são cria- individual de vida e de partilha na vida social.
ções de Paulo Freire, dos movimentos de cultura
popular e nem de outros grupos semelhantes
da década dos sessenta. Mas foi nessa época, e
2 Assim também cada cultura representa um
modo de vida e uma forma original e autêntica
associados a experiências de cultura popular, que de ser, de viver, de sentir e de pensar de uma
eles se difundiram e tornaram uma nova forma e ou de várias comunidades sociais. Cada cultu-
norma de trabalho coletivo. ra só se explica do seu interior para fora e seus
componentes “vividos e pensados” devem ser
O círculo de cultura dispõe as pessoas ao redor o fundamento de qualquer programa de forma-
de uma “roda de pessoas”, em que visivelmente ção ou de transformação social.
ninguém ocupa um lugar proeminente. O profes-
sor que ensina quem não-sabe e aprende aparece 3 Ninguém educa ninguém, mas também
como monitor, o coordenador de um diálogo entre ninguém se educa sozinho. Embora pessoas
pessoas a quem se propõem a construir juntas o possam aprender e se instruir em algo por
saber solidário a partir do qual cada um ensina- conta própria. As pessoas, como seres huma-
-e-aprende. Era ponto de partida a ideia de que nos, educam-se umas às outras e mutuamente
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se ensinam e aprendem, através de um diálogo 5 Colete todos os papéis e coloque-os em um
lugar visível, na ordem em que foram coleta-
mediatizado por mundos de vivências e de
cultura entre seres humanos, grupos e comuni- dos(por exemplo, pode dispô-los no chão)
dades diferentes, mas nunca desiguais.
6 Uma a uma, as pessoas explicam porque men-
cionaram aquela palavra.
4 Alfabetizar-se, educar-se (e nunca: “ser alfabe-
tizado, “ser educado”) significa algo mais do 7 Após uma pessoa começar, as outras podem
que apenas ler palavras e desenvolver certas levantar a mão e solicitar a vez para explicar
habilidades instrumentais. Significa aprender sua palavra, caso pense que há conexão com a
a ler criativa e criticamente o “seu próprio palavra dita pelo outro. Caso ninguém levante
mundo”. Significa aprender, a partir de um a mão, o círculo continua.
processo dialógico, em que importa mais o
próprio acontecer partilhado e o processo do 8 Oas facilitador procura fazer as ligações entre
palavras e sistematizar o pensamento, mas
que os conteúdos com que se trabalha. Esse sem interferir muito.
processo convida a tomar consciência de si
mesmo (quem de fato e de verdade sou eu? 9 Após todos explicarem suas palavras o trabalho
pode continuar, na forma de trabalho em grupo,
Qual o valor de ser quem eu sou?); tomar
consciência do outro (quem são os outros com leituras de textos, ou qualquer outra alternativa.
quem convivo e partilho a vida? Em que situa-
ções e posições nós nos relacionamos? E o que
10 Caso o grupo seja muito grande, pode-se divi-
dir em pequenos grupos, mas daí com vários
isto significa?) e tomar consciência do mundo facilitadores. Alternativamente, pode-se fazer um
(o que é o mundo em que vivo? Como ele foi grupo no centro, com 10 pessoas. Se há tempo,
e segue sendo socialmente construído para deixe uma cadeira vazia no centro, e quem sentir
haver se tornado assim como é agora? O que vontade senta-se na cadeira, escreve ou diz uma
podemos e devemos fazer para transformá-lo?) palavra e explica a palavra escrita ou dita.
1 Sente-se em círculo
2 Faça uma pergunta aos participantes. Por
exemplo, o que é agroecologia?
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3 Plano de Comunicação da Ação/Atividade/
Processo: Mais do que fazer tabelas complexas de
6 Avaliar: É sempre importante fazer uma rodada
de impressões e balanço com o grupo envolvido.
planejamento, esse é o momento de explicar como Se der samba, pensar em como vocês seguem
vai ser a atividade e planejar juntas e juntos o que trabalhando juntas e juntos e como envolvem
é prioridade, possível e mais estratégico fazer. Aqui pessoas que se aproximaram durante o processo.
vocês podem acionar matrizes de planejamento da
comunicação (veja exemplo abaixo) Um princípio fundante da comunicação popular
é que todas e todos são comunicadores/as. Então
4 Definir produtos: Este é o momento de cruzar
as demandas da atividade com a capacidade do é importantíssimo manter o radar sempre aberto
grupo e definir produtos factíveis (o famoso, pé e ligado para pessoas que topam pensar, sentir e
no chão) no tempo do processo e das pessoas construir a comunicação como arte, intervenção
envolvidas. cultural, denúncia e anúncio. Envolver a juven-
tude e as mulheres nos cuidados da comunica-
5 Publicar: As fotos bonitas, os vídeos e os depoi-
mentos precisam ganhar o mundo. É a hora de
ção. Identificar coletivos e canais populares de
comunicação (já experimentou chamar o Brasil
colocar “o bloco na rua”. Se o grupo/coletivo/ati- de Fato, os Coletivos da ASA e tantos outros pró-
vidade não tem canais próprios de comunicação ximos à vocês para uma atividade?). Vale lembrar
quem sabe é o momento de criá-los. É importan- que a comunicação popular é um grande proces-
te publicar nos canais de comunicação próprios so educativo e formativo humanizador! Sempre
(ou criados para tal), mas é fundamental, mobili- que pensarmos a comunicação, pensarmos espa-
zar pessoas, organizações e redes parceiras para ços de troca e aprendizagem coletiva.
o compartilhamento das publicações. Enviar nos
grupos de whatsapp, avisar por e-mail do produ-
to e o que mais for possível.
Inspirações/Referências:
Materiais da Escola de Ativismo - https://ativismo.org.br/materiais/
Projeto Inventar com a Diferença - https://www.inventarcomadiferenca.org/
Boletins Candeeiros da ASA - http://www.asabrasil.org.br/acervo/o-candeeiro
Materiais da Campanha Contra os Agrotóxicos - http://antigo.contraosagrotoxicos.org/index.php/materiais
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A condução de um processo é
uma arte invisível e requer uma
sensibilidade sutil e perspicaz.
A seguir, listamos alguns cuida-
dos essenciais para garantir o
acolhimento, a caminhada
coletiva e confirmar, que mais
importante do que os resultados,
são os processos e o que eles
geram nos territórios.
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PROCESSOS E CUIDADOS
Preparação
O Cuidado com o Processo
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preparação | Processos e Cuidados CADERNO DE METODOLOGIAS
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PROCESSOS E CUIDADOS
Chegada
“Chegância” - A Arte de Acolher, o cuidado como princípio
23
CHEGADA | Processos e Cuidados CADERNO DE METODOLOGIAS
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PROCESSOS E CUIDADOS
Mesa da Partilha
Alimentação: nutrindo o corpo e a alma
materiais
• Contatos dos e das participantes para envio de
sobre os espaços
mensagens prévias. Espaços amplos, claros e que consigam acolher
todas as pessoas. É importante que a cozinha
• Um local plano e limpo para colocar os alimen- seja próxima ao local em que partilhamos o ali-
tos, preferencialmente uma mesa. Uma toalha é mento. Trazer elementos artísticos para mesa
interessante, principalmente se a comida for servida da fartura, celebrar este momento de coletivi-
no chão. dade, faz parte do processo!
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mesa da partilha | Processos e Cuidados CADERNO DE METODOLOGIAS
dicas de
como fazer
aos participantes mensagens convidan- 5 Dê visibilidade ao cardápio construído, indi-
1 Envie
do à todos e todas para que contribuam com que a variedade e a origem dos alimentos em
a mesa da partilha, explique os princípios e pequenos cartazes, por exemplo.
propostas.
6 Mobilize uma equipe de apoio, montagem e
2 Sempre que possível, peça que eles e elas avi-
sem previamente sobre o que estão levando.
limpeza, reduzindo o trabalho da equipe da
cozinha.
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PROCESSOS E CUIDADOS
Resíduos
Gestão de Resíduos - Não existe lixo,
existe matéria-prima fora do lugar
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RESÍDUOS | Processos e Cuidados CADERNO DE METODOLOGIAS
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PROCESSOS E CUIDADOS
Relatoria
Relatoria: a importância da memória coletiva
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PROCESSOS E CUIDADOS
Acordos Coletivos
“Presente é um adjetivo ou substantivo que expressa o que existe ou
acontece no momento em que se fala ou que está no tempo atual”
Os acordos coletivos buscam garantir a presença
qualificada dos e das participantes na atividade, como fazer
reduzindo interferências que desviem a atenção e
a presença do grupo. Essa dinâmica constrói ainda 1 Com as pessoas em roda, pergunte o que
é necessário para manter a presença e a
um quadro de princípios coletivos que orientam as atenção durante a atividade.
práticas individuais e compartilham as tarefas de
cuidado com o processo. 2 Busque incluir acordos que dialoguem
com a gestão do espaço e com as tarefas
coletivas que devem ser compartilhadas
materiais pelos participantes.
É possível utilizar cartolinas, papel kraft, flipchart
ou apenas tarjetas para dar destaque aos combina- 3 Asecada opinião e manifestação, verifique
há consenso entre todos ou se há diver-
dos e tarefas que foram firmados. É importante que gências ou propostas alternativas.
os acordos fiquem visíveis a todos os participantes,
nos espaços de trabalho principais ou nos corre- Exercite o bom senso na definição dos
dores de acesso aos quartos ou à área onde são
4 acordos.
realizadas as refeições, para que possam ser relem- Escreva, de forma sintética e explicativa,
brados sempre que necessário. 5 os acordos no papel. Use de desenhos e
ícones para melhor exemplificar cada um
deles.
Fluxos e tempos
É interessante que os acordos coletivos sejam Alguns acordos importantes
dialogados logo no início das atividades, após
a apresentação dos presentes. Sugerimos, no
para serem feitos:
máximo, 20 minutos para a realização dessa • Uso de celular durante a atividade
atividade e que demandas, já visualizadas pelo
• Conversas cochichadas
grupo facilitador, estejam previamente listadas
e acessíveis para a complementação e estímu- • Limpeza e organização do espaço
lo ao grupo. • Autorização para fotos e vídeos
• Definição de relatores para as atividades
sobre as pessoas
Todos precisam estar confortáveis com os acor-
• Definição de um Guardião ou Guardiã do Tempo, que
dos coletivos. Se não há consenso e as pessoas controlará o tempo previsto para cada atividade.
não estiverem dispostas a abrir mão de suas
opiniões, busque um meio termo ou até retire
• Definição de um Guardião ou Guardiã da Harmonização,
o acordo da lista. O mais importante é todos que observará o grupo e poderá propor atividades
serem ouvidos e se sentirem confortáveis com
para levantar e exercitar o corpo.
as decisões tomadas.
31
ACORDOS COLETIVOS | Processos e Cuidados CADERNO DE METODOLOGIAS
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33
Lá na roça, só tem uma ma-
neira de se aprender: fazendo,
refletindo sobre o fazer e sis-
tematizando os aprendizados.
Convidamos vocês a arrega-
çarem as mangas e abusarem
das fichas que apresentamos a
seguir. Elas são como semen-
tes na terra adubada da sua
criatividade. Deixe florescer!
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metodologias chave
Rio do Tempo
Rio do Tempo, Rio de Histórias
como fazer
1 Defina coletivamente com o grupo facilitador
quais são as duas perguntas disparadoras.
9 Na volta, convide o grupo a navegar pelo rio,
observar as lembranças.
verifique se alguém pode fazer esse relato. Convide pessoas a se sentarem pelas margens
11 do Rio, estimule falas e a inserção de novas
3 Distribua tarjetas e faça a primeira pergunta. lembranças que podem ter faltado.
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rio do tempo | METODOLOGIAS CHAVE CADERNO DE METODOLOGIAS
Variações Inspirações/Referências
Uma variação interessante dessa metodologia é Essa metodologia é resultado de uma reinvenção
intercambiar com a metodologia de Instalações da dinâmica Linha do Tempo. Nossa caminha-
Pedagógicas. Cada pessoa pode falar sobre sua da no Projeto de Sistematização, mostrou que a
lembrança (escrita na tarjeta) também comparti- história, as lembranças, a vida corre mais como
lhando um objetivo, foto, bandeira, um símbolo, um rio do que como uma linha e que uma boa
uma poesia ou música - esses materiais podem metáfora e história, próxima e com sentido à vida
ser alocados ao lado das tarjetas. de todas e todos, nos ensina mais.
Variações
• Nascentes: Tarjetas que trazem as origens da • Assoreamento: Ações contrárias que podem ter
história. interferido na dinâmica do processo, como desafios
políticos.
• Afluentes: Muitos rios, processos, projetos, ações
e pessoas que constroem a história. • Oceano: Diferentes ações, rios e histórias de-
saguam em oceanos comuns: a agroecologia, a
• Mata Ciliar: princípios, sentimentos e processos solidariedade, a vida!
mais permanentes à história daquele grupo.
• Fundo do Rio: é como chamamos a relatoria deta-
• Cachoeiras: momentos de grandes encontros,
lhada - impressões registradas desse rio que corre.
culminâncias, muitas vozes, atividades que mudam
o curso dos processos (exemplo das Caravanas que • Pedras: Desafios
são cachoeiras em muitos rios de história).
• Cheias: Mais pessoas, mais projetos, mais ações.
• Barragens: momentos em que a história foi
represada, reduzida, de alguma forma ameaçada. • Secas: Menos pessoas, menos ações, menos recur-
É importante que o Rio também registre e parti- sos.
lhe desafios, crises e aprendizados colhidos nesse
processo. •Correntezas: O que nos move, nos ativa!
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metodologias chave
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mate com prosa | METODOLOGIAS CHAVE CADERNO DE METODOLOGIAS
como fazer
1 Acomode as pessoas em diferentes grupos,
recomendamos que sejam quatro a cinco pes-
5 A cada rodada o facilitador deve estimular
que as pessoas se separem e se reagrupem
soas por grupo, no entanto esse número pode em grupos diferentes, evitando que migrem
variar de acordo com o número de participan- conjuntamente, ficando no mesmo grupo.
tes da atividade.
6 Após a rodada, o anfitrião deve apresentar a
2 Cada grupo receberá uma pergunta, direciona-
da com base no diálogo que se pretende reali-
pergunta orientadora da mesa e fazer, rapida-
mente, a síntese da conversa anterior .
zar, podendo ser, inclusive, a mesma para todos
os grupos. Quando forem perguntas diferentes,
é importante que todas as pessoas respondam
7 Ao final da segunda rodada, todas as mesas ou
grupos de conversação na sala serão “poliniza-
todas as perguntas em suas rodadas. dos” com insights de conversas anteriores.
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metodologias chave
Análise Conjunta
de Conjuntura
“A leitura do mundo precede a leitura da palavra” Paulo Freire
A metodologia de análise conjunta de conjun-
tura busca evidenciar importantes elementos
Fluxos e tempos
sobre o contexto político, econômico e sociocul- O tempo ideal para a realização da atividade
tural, subsidiando a análise e reflexão dos parti- deve ser entre 30 a 45 minutos. A ativida-
cipantes. Essa contextualização ajuda a orientar de será dividida em partes, considerando a
os diálogos e discussões para que considerem a escala de análise da conjuntura: Planetária,
situação atual em múltiplas escalas durante as Mundial, Continental, Nacional, Regional/
reflexões e decisões do grupo. Estadual e Local.
materiais Inspirações
• Tarjetas coloridas (Se possível 6 cores A análise de conjuntura é uma forma de
diferentes ou intercaladas no uso) elucidar as influências político e econômicas
• Fita crepe que orientam os acontecimentos em dife-
• Canetões rentes escalas. Assim, ajuda a contextualizar
• Local para exposição as discussões e decisões das organizações e
movimentos sociais, para garantir que as de-
cisões feitas sejam estratégicas e de acordo
Sobre as pessoas com os objetivos propostos. Normalmente, a
É importante envolver todas as pessoas na aná- análise de conjuntura é feita por apenas uma
lise de conjuntura, para considerar a diversida- ou duas pessoas especialistas, que organi-
de dos canais de comunicação acessados pelos zam e trazem os elementos econômicos e
participantes, assim como explorar o nível de políticos considerando as diferentes escalas.
conhecimento em relação às diversas escalas Essa proposta busca horizontalizar esse pro-
que influenciam os territórios e as ações locais. cesso de leitura do mundo.
Muitas vezes as escalas se confundem com as Trabalhamos sempre com a dinâmica de Anúncio
falas dos participantes. É importante o facilitador e Denúncia, quando o clima fica muito pesado e
sempre relembrar em que escala está a reflexão focado nas desgraças, estimule a lembranças de
e o relator posicionar as tarjetas adequadamente. inovações, práticas inspiradoras e de resistências.
39
Análise Conjunta de Conjuntura | METODOLOGIAS CHAVE CADERNO DE METODOLOGIAS
Como fazer
1 Antes de iniciar a atividade, o facilitador de-
verá solicitar ao grupo que, pelo menos duas
3 Após certo tempo, quando não houver mais
manifestações, o facilitador deverá mudar a
pessoas, se voluntariem para ser o relator da escala para Mundial, incentivando, novamen-
atividade. As e os relatores deverão escrever de te, que sejam lembrados acontecimentos e
forma sucinta nas tarjetas (com uma ou duas notícias recentes relativas a essa escala.
palavras) o que for falado pelos participantes,
dispondo as tarjetas de forma ordenada confor-
me a escala.
4 AContinental,
dinâmica segue para as outras escalas:
Nacional, Regional/Estadual e,
2 Com os participantes em roda, o facilitador irá por fim, Local. As tarjetas deverão ser presas
ordenadamente em uma parede para que to-
estimular que sejam lembrados acontecimen- dos vejam. Se possível, usar tarjetas de cores
tos e notícias recentes que se relacionem com específicas para cada escala.
a escala Planetária, podendo ser relacionadas
ao alinhamento dos planetas, à fase vigente da
Lua, à ocorrências como chuva de meteoros, ao
5 Estimule visualizações coletivas de todo o
material coletado, provoque complemen-
lançamento de novos satélites etc. tações e faça conexões com essa leitura do
mundo, destacando sua influência e impacto.
40
metodologias chave
Matriz de
sistematização
de Experiências
proporciona o olhar coletivo sobre as dimensões de uma experiência,
elencando temas gerais e temas transversais para a visualização e
análise reflexiva e compartilhada dos processos.
Para o projeto de sistematização foi a prin-
cipal ferramenta de organização das ideias
Fluxos e tempos
e conteúdos. Vale lembrar que é um proces- É importante dedicar um tempo a atividade.
so aberto, constantemente em construção Considerando todas suas etapas: apresenta-
e reformulação. Sendo assim, nunca estará ção (15 minutos), priorização de temas (40
completo ou encerrado, podendo ser ajustado minutos de acordo com o tamanho do grupo),
à qualquer realidade, contexto e objetivo. trabalho em grupos (40 minutos) e socializa-
ção (1h30), a atividade percorre, no mínimo,
materiais 3 horas de duração. Se possível aproveite o
momento de grupos para oferecer um lanche.
• Tarjetas de duas cores diferentes para mon-
tar - uma para os temas gerais e outra para os
temas transversais; Inspirações/Referências
• Caneta Pilot; • Sistematização da Experiência Participativa
• Tarjetas de outras cores para os relatos sin- com Sistemas Agroflorestais. Tese UFV:
téticos, que serão dispostos em seus lugares http://orgprints.org/21837/1/Souza_Sistematizacao.
dentro da matriz; pdf
• Fita crepe para colar as tarjetas na disposi- • Matriz dos Núcleos de Agroecologia:
ção de uma matriz. aba-agroecologia.org.br/wordpress/projetos-e-aco-
es/matriz-de-sistematizacao-das-experiencias/
Sobre as pessoas
Não há restrições sobre o número de A matriz não é um questionário.
participantes.
Ela pode ser preenchida na íntegra
Sobre os espaços ou temas podem ser priorizados.
É fundamental a visualização coletiva das tar- As perguntas são imprescindíveis,
jetas que estruturam a matriz e às sínteses do pois o encontro de colunas e
grupo. Se não houver paredes, usem varais com linhas provoca reflexões livres.
papéis grandes de apoio às tarjetas.
41
Matriz de Sistematização | METODOLOGIAS CHAVE CADERNO DE METODOLOGIAS
42
metodologias chave
Contação
de Histórias
Contação de Histórias - Construção coletiva de uma história
através da improvisação com palavras-chave
43
contação de histórias | METODOLOGIAS CHAVE CADERNO DE METODOLOGIAS
inspirações
Inspirações: Aprendemos essa dinâmica com
o Coletivo Macambira, do sertão de Alagoas,
para elas e eles Sistematização é Arte! Saiba
mais: https://www.facebook.com/coletivoma-
cambira/
como fazer
1 Reunir os participantes em roda. 4 Explicar os objetivos e os tempos.
2 Distribua entre os participantes pedaços de
papel com palavras escritas previamente pelos
5 Para apresentar recomenda-se estar em roda
e seguir uma sequência em algum sentido
facilitadores e facilitadoras (é importante que (horário ou anti-horário).
essas palavras tragam elementos místicos,
referências locais e diversidade).
6 Celebre a história criada e contada e abra
uma prosa sobre história oral e memória
3 Distribuir uma tarjeta com uma palavra para
cada participante.
coletiva.
44
metodologias chave
Tatu Sonhadora
liberar a sabedoria coletiva e promover a capacidade de adaptação
e planejamento permitindo a construcao de propostas inspiradoras e
criativas. Seu objetivo é tornar sonhos coletivos em realidade.
45
tatu sonhadora | METODOLOGIAS CHAVE CADERNO DE METODOLOGIAS
como fazer
1 Comece preparando o ambiente,
descrevendo as etapas no chão.
4 Do Realizar ao Celebrar: Sem a fase da
realização, esse método é apenas teoria.
Nesta fase é importante não se esquecer do
2 A primeira etapa, envolve Do Sonhar ao
Planejar: comece o seu Círculo de Sonhos
gerenciamento do seu projeto, onde algumas
perguntas podem ajudar: Ainda estamos dentro
rodando uma vez a palavra no círculo, dando a do prazo? Nossos custos estão sendo cobertos?
todos a oportunidade de partilhar as suas ideias Precisamos adaptar o nosso planejamento? Que
e sonhos. Se alguém não tem nada a dizer, pode recursos temos? Como minimizamos os riscos?
passar a vez. Quando tiver terminado a rodada Ainda estamos realizando o sonho original ou
inicial provavelmente serão necessárias mais uma estivemos tão ocupados que nos movemos
ou duas rodadas. O grupo deverá escolher um dos cegamente para uma direção completamente
sonhos para aprofundar no planejamento. nova? Estamos celebrando o suficiente? A tabela
criada deverá ser reconsiderada sempre que for
3 Na fase de Planejar ao Realizar: o grupo
identifica as ações, tarefas e demandas prioritárias
refletir sobre o andamento das ações.
46
metodologias chave
texto coletivo
Exercitando a autoria coletiva
e dos participantes 4 Informe que o texto deverá ser feito sem que
As percepções costumam girar em torno do as pessoas se comuniquem pela fala, deixe
desafio da comunicação sem o uso da fala e tarjetas e canetas para a comunicação escrita.
dos desafios para tornar coletivo o processo.
O exercício é capaz de problematizar nosso
modo de produzir textos e de demonstrar a
5 Ao final do tempo, leiam juntos cada um dos
textos e façam um debate sobre as percep-
viabilidade de outros caminhos. ções da atividade.
47
texto coletivo | METODOLOGIAS CHAVE CADERNO DE METODOLOGIAS
48
metodologias chave
Facilitação Gráfica
Síntese Visual das Ideias
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facilitação gráfica | METODOLOGIAS CHAVE CADERNO DE METODOLOGIAS
Sobre as pessoas
Colheitadores e Desenhadores são os alicerces trabalho para uma pessoa só. Uma das pessoas
desse trabalho. É importante que duas pesso- escreverá em post-its ou tarjetas as principais
as sejam destinadas ao trabalho da facilitação falas e ideias, de forma sintética e colocará pró-
gráfica, pois ele envolve, não só a elaboração do ximo a outra pessoa, que estará fazendo o painel
painel, como a captação e sintetização das falas e selecionando as melhores frases e ideias que
e ideias importantes da discussão, o que é muito serão desenhadas.
50
51
Nessa caminhada pelo Brasil, pu-
demos perceber o quanto pulsa,
inspira e mobiliza os processos
disparados pelas Caravanas
Agroecológicas e Culturais e
pelas Instalações Artísticos-Pe-
dagógicas. Elas deslocam, ino-
vam e marcam profundamente a
vida por onde passam. Por isso,
pedimos licença para registrar
algumas impressões sobre elas
enquanto processo metodológico
para ajudar quem deseja embar-
car nessa caminhada.
52
inspirações parte 1
Instalações
Artístico Pedagógicas
Ambientes Metodológicos de Troca e Integração de Saberes
53
Instalações Artístico Pedagógicas | inspirações CADERNO DE METODOLOGIAS
Inspirações Inspirações
As instalações artísticas surgem como expressão • O que são Instalações Artístico-pedagógicas? -
do movimento artístico que discute: o que é arte? Irene Cardoso fala para o CTA-ZM: https://www.
Essa inspiração foi retomada como instrumen- youtube.com/watch?v=7fZP0JRHOBM
to pedagógico que retrata a vida e o cotidiano • Instalações Artístico-pedagógicas! A experiência
dos trabalhadores, provocando reflexão acerca do Comboio Agroecológico Sudeste: https://www.
das suas condições de vida e de trabalho, muito youtube.com/watch?v=fihDBJn9EEs
utilizada por movimentos sociais e sindicatos. • II SNEA - Segundo dia “Instalações Pedagógicas,
No movimento agroecológico elas passam a ser um novo jeito de fazer ciência”: https://youtu.be/
utilizadas no contexto de mobilização para o ki2GWkfnnXo?list=PLBODrIpGc8odXeAIr8fJ5liir-
III ENA - Encontro Nacional de Agroecologia, GPS16sFq
realizado em 2014 em Juazeiro (BA), compondo • Trabalho de Conclusão de Curso: Instalações Peda-
sua programação e sendo centrais no processo de gógicas: Experimentos de um conceito em constru-
discussão e reflexão sobre os territórios. Desde ção (Mayara Alvim - Curso de Dança da UFV)
então as instalações ainda são bastante utilizadas https://drive.google.com/open?id=0B9EzSgUAhq-
para apresentação e exposição das experiências ZwanZpcVZHOThkM2s
visitadas por meio das Caravanas Agroecológicas
e Culturais como momentos de encontros e parti- Apesar de poder ser feita apenas uma, é interessante
lha das rotas. Elas foram acionadas no II Seminá- que haja algumas instalações para possibilitar a troca
rio Nacional de Educação em Agroecologia como
dispositivos pedagógicos das Rodas de Diálogo
e a visita a mais de uma instalação.
(ver vídeos abaixo) estimulando um novo jeito de
fazer ciência, com sensibilidade e emoção.
54
inspirações parte 2
Instalações
Artístico Pedagógicas
Ambientes Metodológicos de Troca e Integração de Saberes
1 Para isso, é necessário, em um primeiro mo- 7 Cada grupo visita e acolhe o outro em rodadas de
30 a 40 minutos até que todos tenham percorrido
mento, identificar as principais percepções/
sentimentos que se deseja expressar através todas as experiências. Em alguns casos, se forem
das instalações. Para isso, o círculo de cultura muitas Instalações, define-se 2 ou 3 experiências
nos ajuda, permitindo que cada participante que serão intercambiadas, de modo que cada gru-
priorize uma ideia e um objeto o qual deseja po possa vivenciar uma amostra do todo.
destacar nessa construção.
8 No momento em que os visitantes chegarem na
instalação, deixe que os mesmos interajam com
2 Odestacados
segundo passo é relacionar os elementos
que expressem as conexões entre os elementos dispostos, os observem e toquem.
essas percepções/sentimentos. A escolha dos A vivência do espaço da instalação e das provo-
elementos, o seu arranjo e interação, serão cações feitas deve ser incentivada, sempre que
fruto da criatividade dos proponentes, o possível, sem ter interferência dos proponentes.
importante é que tragam em sua simbologia
algo que remeta à experiência. 9 Após a visita, em círculo, as pessoas podem
partilhar suas emoções, percepções e desta-
3 Também podem compor a instalação po-
emas, trilha sonora musical, instrumentos
ques. Se necessário e possível, mobilize tarje-
tas e faça, novamente, um círculo de cultura.
musicais, pequenas representações teatrais e
outras intervenções que instiguem e provo-
quem a reflexão dos participantes.
10 Finalizando o tempo de acolhida e visita, os cuida-
dores do tempo anunciam a mudança do grupo e a
continuidade do percurso em novos grupos.
55
Instalações Artístico Pedagógicas | inspirações CADERNO DE METODOLOGIAS
56
inspirações parte 1
Caravanas
Agroecológicas
e Culturais
Vivências e Vínculos: Intercâmbios e olhares sobre os Territórios
O objetivo inicial das Caravanas é mobilizar
os atores locais, contribuir para uma leitura
Materiais
integradora da realidade de cada território, • Transporte, acomodação e alimentação para os
fortalecer as práticas agroecológicas e denun- participantes.
ciar as ameaças para seu fortalecimento. As • Cadernos de campo e canetas para distribuir
Caravanas Agroecológicas e Culturais possi- aos participantes para que façam anotações,
bilitam a imersão e investigação coletiva dos desenhos, registros de suas reflexões e sistema-
territórios, garantindo diferentes olhares e tização das discussões relacionadas às questões
perspectivas. Elas fomentam a troca de expe- geradoras.
riências entre diversos participantes, contri- • Câmeras fotográficas, celulares ou filmadoras
buindo para o reconhecimento de saberes, o para registro audiovisual.
intercâmbio multi e transdisciplinar, fortale- • Folheto com orientações e perguntas geradoras
cendo vínculos. para distribuir aos participantes.
57
Caravanas Agroecológicas e Culturais | inspirações CADERNO DE METODOLOGIAS
s,
os
mas
58
inspirações parte 2
Caravanas
Agroecológicas
e Culturais
Como fazer
Cada Caravana é única, construída a partir da
realidade e elementos locais, aqui destacamos
2 A viagem ou comboio
alguns caminhos e princípios gerais para a sua Para garantir as visitas é necessário organizar os
construção. A Caravana se constitui enquanto meios de transporte (vans, carros, ônibus, barcos)
processo, logo tentaremos sintetizá-lo em três que consigam garantir acesso às experiências e
momentos: acolher os participantes de cada rota. Em cada
rota é necessário estruturar pontos de apoio, para
1 Articulação e definição dos objetivos pouso e alimentação, o que pode ser articulado
com as experiências. Confira, ao final, elementos
Identificação e articulação das experiências: importantes para o percurso das rotas.
um dos princípios da caravana é a imersão no
território através das visitas às experiências que Reflexões diárias
o compõem e representam. O território deve
decidir coletivamente o eixo temático que será Após cada visita, é importante possibilitar a
explorado durante a Caravana, facilitando a reflexão diária dos participantes, podendo ser
identificação e definição das experiências que fomentado um Círculo de Cultura para troca
serão visitadas.
de percepções e reflexões ou uma reflexão
Definição das questões geradoras: estas auxiliam individual sobre a experiência, com base nas
no processo de análise e reflexão da realidade perguntas geradoras.
vivenciada, mediando os diálogos durante a
viagem. Podem ser criadas previamente para
orientar as investigações e os olhares ao longo da
vivência e . também podem ser criadas pelos pró-
3 Culminância
prios participantes, em um processo de reflexão Socialização das reflexões e aprendizados: no
prévia sobre seu próprio processo de investigação. momento em que todas as rotas se encontram é
recomendado que seja realizada a socialização
Preenchimento das vagas: É importante equa- das reflexões, sensações e sentimentos acumula-
cionar o número de vagas buscando fortalecer dos ao longo das vivências, sobretudo, caso haja
as diversidades de territórios, de gênero, de rotas que percorram caminhos diferentes. Nesse
geração, de etnias e de saberes, buscando trazer momento é importante lançar mão de metodo-
novos olhares e visões de mundo não hege- logias que estimulem a construção participativa,
mônicas. A idéia é que o processo da caravana em nossas experiências esse espaço é conduzido
promova um comboio, onde, a cada parada, por meio das Instalações Pedagógicas (ver ficha).
somam-se novos participantes, e que, a cada
parada, representantes das experiências ingres-
sem à viagem.
59
Caravanas Agroecológicas e Culturais | inspirações CADERNO DE METODOLOGIAS
60
61
Todo processo de diálogo é preen-
chido por momentos únicos, onde
os participantes são convidados a se
achegar no espaço e contar breve-
mente sua trajetória. Há momentos
também em que o corpo pede uma
esticada para desanuviar a mente
e deixar fluir os pensamentos para
que novas ideias nos preencham. A
seguir, algumas sugestões de práti-
cas para tornar esses momentos um
tanto especiais.
62
momentos > acolhida
Espaços
Educadores
Ambiente educador
63
espaços educadores | momentos > acolhida CADERNO DE METODOLOGIAS
64
momentos > apresentação
espelho
da alma
Apresentação das e dos
participantes por meio de desenho
65
espelho da alma | momentos > apresentação CADERNO DE METODOLOGIAS
66
momentos > apresentação
Apresentação
por objetos
Apresentação por Objetos - Afetos e Histórias
67
Apresentação por objetos | momentos > apresentação CADERNO DE METODOLOGIAS
68
momentos > pra levantar
Biodiversidade se
Mantém em Pé
Monocultura não para em pé
sobre as pessoas
• O número mínimo de pessoas: 06. Neste caso, utilizando três árvores,
além da espécie padrão.
• Não há número máximo, sendo que, quanto maior o número, maior a
diversidade de árvores que podem ser incluídas.
Sobre os espaços
Sugere-se espaços abertos e, se possível, gramados.
Inspirações
Essa dinâmica nos foi apresentada e incorporada a partir do diálogo com o
NEPerma um Núcleo de Agroecologia e Permacultura da UFSC, em Santa
Catarina.
69
Biodiversidade se Mantém em Pé | momentos > pra levantar CADERNO DE METODOLOGIAS
como fazer
1 Escreva na parte de cima de todos os
papéis o nome de uma mesma árvore, su-
5 Cada pessoa precisa memorizar o que está
escrito no papel.
gere-se que seja uma árvore normalmente
utilizada em monocultura, como eucalipto.
6 As pessoas devem cruzar seus braços com
quem estiver ao lado, unindo o círculo, crian-
2 Na parte de baixo do papel, escreva
nomes de árvores nativas, frutíferas ou a
do elos.
70
momentos > pra levantar
BOla
Segura a Bola! Quem lembra do Nome?
72
momentos > pra levantar
Dança Circular
Ciranda e danças circulares
A inspiração na sabedoria dos povos
Fluxos e tempos
De 5 a 10 minutos, a depender da animação e sobre as pessoas
envolvimento das pessoas participantes. Experimentar as músicas, os gestos, os ritmos e
os passos dos diversos povos, apoiando e sendo
apoiado pela roda, faz com que os dançantes
Sobre os espaços entrem quase que imediatamente em um campo
Sugere-se espaços abertos e, se possível, novo de aprendizagem, inspirador e desafiador,
gramados. conectando as pessoas de forma harmoniosa. É
também um convite para conhecer, através do rit-
Inspirações mo, melodia e movimentos, a expressão de outra
cultura, com seus gestos, posturas e história. Natu-
Essa metodologia é muito antiga e acompanha o
ralmente, o simples ato de dançar junto aproxima
desenvolvimento dos povos desde a antiguidade.
fronteiras, estimulando os integrantes da roda a
Muitas das informações que estão aqui vieram
respeitar, aceitar e honrar as diversidades.
do site http://www.dancacircular.com.br/ onde há
mais informações para se aprofundar.
73
dança circular | momentos > pra levantar CADERNO DE METODOLOGIAS
74
momentos > pra levantar
Alongamento
Alongamento coletivo - despertar o corpo e
conectar a mente
como fazer
Materiais Colocar uma música ambiente nesta
Para este momento acontecer, muito pouco
é preciso. Essencialmente, é necessário um
hora pode ser uma boa pedida!
bocado de disposição e um bom sorriso no
Em círculo, os alongamentos e exercícios de res-
rosto para começar.
piração podem ser guiados por uma única pessoa
ou coletivamente, quando cada pessoa presente
Fluxos e tempos propõe um movimento. Existem três pontos de
Não há um tempo determinado de du- atenção que merecem cuidado especial:
ração para o alongamento coletivo. No
entanto, sugerimos que este se dê entre 15 1 Estar em roda faz toda a diferença! A cone-
xão flui melhor quando as pessoas presentes
e 30 minutos, a depender do tempo dispo- podem se olhar.
nível e do número de pessoas presentes,
no caso de se optar pela dinâmica coletiva 2 Éum/a
preciso perceber os limites do corpo. Cada
tem limites particulares, de flexibili-
proposta dos mo(vi)mentos.
dade, entre outros, e respeitar o seu limite é
respeitar-se a si próprio.
Sobre os espaços 3 Atenção com a respiração. Cuidar e sentir o ar
Espaços amplos, abertos, à sombra de que entra e sai do nosso corpo é fundamental.
árvores e gramados, podem ser as melho-
res opções. Mas não se preocupe, outros que tal terminar esse momento alongando
espaços que permitam a organização das
pessoas em círculos e o conforto destas,
o coração com abraços?
também estão valendo!
75
alongamento | momentos > pra levantar CADERNO DE METODOLOGIAS
76
momentos > avaliação
Que bom,
que pena, que tal
Os objetivos dessa metodologia são possibilitar a avaliação
de atividades, processos e espaços de diálogo, incentivando o
reconhecimento das qualidades, dos defeitos e das propostas para
melhoria. A atividade permite que seja feita tanto uma auto-avaliação
quanto uma avaliação mais ampla e livre da atividade como um todo.
77
Que bom, que pena, que tal | momentos > avaliação CADERNO DE METODOLOGIAS
como fazer
Sugere-se que os participantes estejam dis- Ao invés das perguntas Que bom, Que
postos em um círculo. É importante que o
Pena, Que tal, você também pode utilizar
processo avaliativo, iniciado pelo facilitador,
tenha um momento de fala contínua, sem
as categorias Eu felicito, Eu critico, Eu
interrupções, onde exercitamos a escuta ativa e pergunto, Eu sugiro.
atenta com todas as pessoas do grupo. Os par-
ticipantes devem ser estimulados a fazer uma
avaliação da atividade, processo ou espaço de
diálogo orientados pelas afirmações:
QUE BOM…
QUE PENA….
QUE TAL…
As avaliações devem necessariamente contem-
plar um elogio, uma crítica e uma sugestão,
podendo haver mais de uma manifestação em
cada categoria. A avaliação pode ser feita em
ordem cronológica em círculo ou de forma
espontânea, conforme a preferência do grupo
e do facilitador. Caso haja preferência por um
processo anônimo, as pessoas podem fazer a
avaliação individual em um papel e colocá-las
em um envelope para cada categoria, sendo
depois lidas em voz alta pelo facilitador para
todo coletivo.
78
momentos > avaliação
cabeça, coração,
mãos e pés
Sentimentos e Caminhos
79
cabeça, coração, mãos e pés | momentos > avaliação CADERNO DE METODOLOGIAS
80
momentos > avaliação
Barquinhos
Navegando nos Aprendizados
Fluxos e tempos
O tempo de realização depende do número de 4 Em um dois papéis os participantes vão escre-
ver “o que eu vou levar” isto é, os aprendizados
participantes da atividade, aconselhamos que
com o processo e em outro papel se escreve o
seja reservado pelo menos meia hora para um
que “deixarei para trás”, os desafios pessoais
grupo de 30 pessoas, recomenda-se pedir que
que queremos superar.
os participantes sejam objetivos em suas falas.
No entanto, como é um momento de avaliação,
é importante que as pessoas tenham tempo 5 Cada participante se levanta, colocando o
papel com “o que irá levar” no barquinho e ras-
para expressar seus olhares e sentimentos.
gando o papel com o que “deixamos para trás”.
Sobre as pessoas
Não se tem um número máximo de participan-
tes, mas é interessante que todos estejam sen-
Percepções das e
tados em círculo, assim todos podem se ver e dos participantes
ouvir. Os participantes devem estar relaxados Normalmente esse é um momento que os
e de coração aberto, uma dica é provocar para participantes olham para os desafios pessoais
que todos respirem fundo, de olhos fechados, que desejam superar e expõem, com carinho,
ou façam algum tipo de meditação, antes de as transformações que o convívio durante a
começar. atividade provocaram na sua forma de pensar
ou se relacionar.
Sobre os espaços
O espaço deve ser acolhedor, calmo e harmô-
nico, deixe uma música de fundo tranquila
tocando.
81
barquinhos | momentos > avaliação CADERNO DE METODOLOGIAS
82
Sistematizar é mergulhar em
rios de histórias
Sistematizar é mergulhar em rios de múltiplas Estimulamos que quem encontrar esse ca-
histórias. Nessa ciranda de práticas, o fazer dos derno possa brincar com as combinações de
Núcleos de Agroecologia, dentro e fora das metodologias e construir processos genuínos
instituições de ensino, pesquisa e extensão, foi nos territórios de acordo com suas demandas,
o fio que teceu os processos de sistematização vozes e culturas. Como sementes que encon-
de experiências animados pela ABA-Agroeco- tram a terra, estas atividades são potenciais
logia nos últimos dois anos pelas cinco regiões frutificadores de reflexões e ações muito além
do Brasil. da nossa expectativa.
Essas experiências deságuam no mar de inú- Ousem, criem, organizem a esperança e cons-
meras práticas agroecológicas construídas pela truam a resistência!
resistência de muitas agricultoras e agricul-
tores. Para reunir a memória desse processo Em tempos difíceis, é preciso esperançar.
e garantir o registro e a partilha das lições Como nos lembra Paulo Freire, “é preciso ter
aprendidas durante essa caminhada temos esperança, mas ter esperança do verbo espe-
a felicidade de dividir com vocês o Caderno rançar; porque tem gente que tem esperança
de Metodologias, com as nossas inspirações, do verbo esperar. E esperança do verbo espe-
experimentações e práticas na construção do rar não é esperança, é espera. Esperançar é se
conhecimento agroecológico. levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é
construir, esperançar é não desistir! Esperan-
Partilhar os aprendizados é compromisso na çar é levar adiante, esperançar é juntar-se com
sistematização de experiências! Mais do que outros para fazer de outro modo...”.
uma etapa que conclui um ciclo de atividades,
anunciar os desafios, partilhar as colheitas e E contando e recontando a história do nosso
as trajetórias são princípios pedagógicos e povo é que construiremos uma nova sociedade
políticos que dão sentido ao trabalho feito por justa, igualitária e agroecológica para todos e
tantas mãos. todas!
83
Agradecimentos:
“A Vida é uma Eterna
Mochila nas Costas!”
Não teria como terminar esse caderno sem
agradecer…
Nati <3
84
2
CADERNO DE METODOLOGIAS - INSPIRAÇÕES E EXPERIMENTAÇÕES NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO AGROECOLÓGICO
Colheita
André Biazoti,
e Organização:
Natália Almeida
e Patricia Tavares