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Na Figura 4 visualiza-se a execução de uma calibração com 3.1. A avaliação da estabilidade temporal do aparato
o aparato montado e configurado para a execução na posição
horizontal. Considerando que o experimento envolveu uma montagem
de diferentes sistemas metrológicos e elementos auxiliares,
Na Figura 5 visualiza-se a execução da calibração com o julgou-se necessária a análise da estabilidade ao longo do
aparato configurado para a execução na posição vertical. tempo, dos resultados fornecidos pelo aparato de calibração,
Gráfico de Tendências
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Tendência (µ m)
9 fu
7
5
3 fe
1
-1
-3 fges
-5
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-9
-11
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-15
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0,10
0,20
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0,40
0,50
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0,70
0,80
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1,30
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4,00
4,50
5,00
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8,00
9,00
10,0
Valor Medido (mm)
Decresc. Cresc.
Figura 6: Gráfico exemplificando a determinação dos parâmetros fges, fe e fu, segundo determinações da norma DIN
878
verificando-se assim a presença de deriva que pudesse vir a encontrados para os parâmetros de desvio máximo no
influenciar os dados obtidos no período do experimento. sentido de avanço (fe), desvio máximo nos dois sentidos
(fges) e erro de histerese (fu ), no início e no término da
Foram efetuadas duas calibrações nos relógios
execução do experimento.
comparadores de identificação 1 e 6, sendo a primeira com o
aparato configurado para a execução da calibração na Na Figura 7 faz-se a comparação entre as curvas de
posição vertical, e a segunda para a execução da calibração tendências das calibrações realizadas nas duas datas, com
na posição horizontal. Ambas calibrações foram efetuadas e relógio comparador 1, estando o aparato configurado para a
repetidas com um intervalo de 15 dias, nas datas que execução na posição vertical.
demarcaram o início e o final dos experimentos.
Através da análise dos gráficos obtidos observou-se uma
A avaliação da estabilidade temporal foi realizada através da similaridade de forma e posição entre as curvas de tendência
comparação da forma e do posicionamento entre as duas levantadas, tanto para a calibração vertical, como para a
curvas de tendência obtidas nas diferentes datas, e também, horizontal.
através da análise das diferenças obtidas entre os valores
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Erro de Indicação (µ m)
-1
-3
-5
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-9
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10,00
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0,20
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Indicação (mm)
Figura 7: Curvas de tendência demonstrando a estabilidade temporal do aparato configurado para calibrações realizadas na posição vertical
Com os valores obtidos nos parâmetros fe, fges e fu observou- Através da análise dos gráficos obtidos observou-se que, de
se que não houve diferenças que indicassem a não forma similar ao relógio 1, todos os demais relógios
estabilidade do sistema durante todo o período de execução demonstram uma similaridade de forma e posição entre as
dos experimentos, pois os desvios entre as datas do início e curvas de tendência levantadas no experimento e nos
do término dos experimentos nos casos estudados laboratórios credenciados pelo INMETRO.
permaneceram dentro da faixa de incertezas expandidas
Os valores obtidos nos parâmetros fe, fges e fu demonstraram
determinadas para os resultados de calibração envolvidos.
que não houve diferenças que indicassem a não validade dos
Foi, portanto, possível concluir que o aparato apresentou-se resultados encontrados no experimento, pois apenas um
adequadamente estável durante toda a execução dos único parâmetro de avaliação de um dos relógios analisados
experimentos, não apresentando erros de deriva que apresentou um desvio superior às incertezas expandidas
pudessem influenciar nos resultados obtidos no determinadas nos resultados de calibração envolvidos. Por
experimento. se tratar de divergências encontradas entre resultados
fornecidos por dois laboratórios da RBC, optou-se por não
3.2. A validação do método discutir esta questão, que foge ao objetivo deste trabalho.
Foi, portanto, possível concluir que o sistema montado
Considerou-se também importante executar a verificação da
apresentou-se satis fatoriamente adequado para a execução
confiabilidade do aparato, buscando-se a validação dos
dos experimentos.
resultados apresentados por este, comparando-se os
resultados experimentais com os obtidos por dois 3.3. A avaliação dos resultados obtidos nas duas posições
laboratórios credenciados pelo INMETRO, pertencentes à
Rede Brasileira de Calibração (RBC). Uma vez confirmada a estabilidade temporal do aparato, e
também a qualidade de seus resultados, partiu-se para o
A avaliação dos resultados foi realizada através da
objetivo principal do trabalho, estudando-se as variações
comparação da forma e do posicionamento entre as curvas
ocorridas devido à diferença de posicionamento do relógio
de tendência obtidas nas calibrações efetuadas no
comparador durante a sua calibração.
experimento e as fornecidas pelos laboratórios pertencentes
à RBC, e também, através da análise das diferenças obtidas As calibrações foram efetuadas na posição vertical e na
entre os valores encontrados para os parâmetros de desvio posição horizontal, levando-se em consideração que a
máximo no sentido de avanço (fe), desvio máximo nos dois maioria dos sistemas de calibração comercialmente
sentidos (fges) e erro de histerese (fu ), nas calibrações disponíveis segue uma orientação de posicionamento do
realizadas pelos diferentes laboratórios. relógio comparador paralela à direção da ação da gravidade
(vertical), ou uma orientação ortogonal à direção da ação da
Na Figura 8 faz-se a comparação entre as curvas de
gravidade (horizontal).
tendências do relógio de Nº 1, obtidas no experimento e nos
laboratórios credenciados pelo INMETRO para a execução O estudo foi realizado através da comparação da forma e do
de calibrações de relógios comparadores sob os números posicionamento entre as curvas de tendência obtidas nas
RBC-031 e RBC-087. calibrações do experimento.
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Erro de Indicação (µm)
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3
1
-1
-3
-5
-7
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Indicação (mm)
Figura 8: Comparativo entre as curvas de tendências do relógio nº 1 obtidas no experimento e em outros dois laboratórios de calibração
credenciados pelo INMETRO
Na Figura 9 faz-se a comparação entre as curvas de Onde:
tendências do relógio de Nº 1, obtidas nas calibrações do
experimento, efetuadas nas posições vertical e horizontal.
Observou-se que, de forma similar ao relógio 1, todas as Iins = Indicação no instrumento sob calibração (relógio
curvas de tendência dos demais relógios demonstraram comparador)
uma similaridade de forma e posição, entre as curvas de Ipad = Indicação no padrão (sistema interferométrico
tendência levantadas no experimento, nas posições laser)
vertical e horizontal.
∆pad = Correção devido a erros do padrão
Observou-se que, de forma similar ao relógio 1, todas as
curvas de tendência dos demais relógios demonstraram ∆res.i = Correção devido à resolução apresentada do
uma similaridade de forma e posição, entre as curvas de instrumento
tendência levantadas no experimento, nas posições ∆res.p = Correção devido à resolução apresentada do
vertical e horizontal. padrão
Efetuou-se também a análise das diferenças obtidas entre ∆alin = Correção devido ao erro de alinhamento entre o
os valores encontrados para os parâmetros de desvio instrumento e o padrão
máximo no sentido de avanço (fe), desvio máximo nos
dois sentidos (fges) e erro de histerese (fu ), nas calibrações ∆zer = Correção devido ao erro de retorno ao ponto zero
realizadas nas diferentes posições. ∆tem = Correção devido ao afastamento da temperatura de
Para a determinação das incertezas dos resultados [10], referência
foram seguidas as orientações do ISO GUM - “Guia para δtem = Correção devido à diferença da temperatura entre
Expressão da Incerteza de Medição” [11]. o instrumento e o padrão
Com a experiência e prática na execução de calibrações
desse tipo de instrumento, foram considerados fatores
descritos pela Equação (1), que descreve o modelo
matemático utilizado [12]: Na Tabela 1 apresenta-se os valores de cada um dos
parâmetros nas duas posições, obtidos com os 6 relógios,
junto com as suas respectivas incertezas calculadas.
Iins = Ipad + ∆pad + ∆res.i + ∆res.p + ∆alin + ∆zer + ∆tem + δtem (1)
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Erro de Indicação µ( m)
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-1
-3
-5
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0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
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0,80
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1,40
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1,60
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1,90
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2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
6,00
7,00
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9,00
Indicação (mm)
Figura 9: Comparativo entre as curvas de tendências do relógio nº 1 obtidas com as calibrações efetuadas na posição vertical e horizontal
Tabela 1: Resultados das calibrações dos 6 relógios, efetuadas
no experimento nas posições horizontal e vertical Relógio nº 1 - Desvio máximo nos dois sentidos (f ges)
20,0
Desvio 18,0
Desvio
máximo no Erro de
Calibração máximo nos 16,0
15,2
sentido de retorno 14,9
dois sentidos 14,0
(valores em µm) avanço 12,4 12,8
fu 12,0
Desvio (µm)
fges 10,4
fe 10,0 9,9
8,0
0,0
Horizontal Vertical
Horizontal 8,9 ± 2,5 9,1 ± 2,5 2,4 ± 2,5
Relógio
2
Vertical 8,4 ± 2,4 9,4 ± 2,4 2,6 ± 2,4 Figura 10b: Comparativo entre os valores do parâmetro (fges) do
relógio nº 1 obtidos nas calibrações efetuadas nas posições
horizontal e vertical
Horizontal 8,3 ± 2,5 11,2 ± 2,5 2,7 ± 2,5
Relógio
3
Vertical 8,2 ± 2,2 10,6 ± 2,2 3,3 ± 2,2 Relógio nº 1 - Erro de histerese (fu)
10,0
Horizontal 4,7 ± 2,4 5,2 ± 2,4 1,2 ± 2,4
Relógio
4 8,0
Vertical 4,8 ± 2,0 5,2 ± 2,0 1,0 ± 2,0
6,0
± 2,2 8,1 ± 2,2 1,4 ± 2,2
Erro (µm)
Horizontal 7,4
Relógio 4,7
5,0
5 4,0
Vertical 7,6 ± 1,9 8,1 ± 1,9 1,7 ± 1,9
2,6
2,2
2,0
Horizontal 6,5 ± 2,4 7,5 ± 2,4 1,5 ± 2,4
Relógio
0,2
6 0,0 0,0
Vertical 6,8 ± 2,3 7,2 ± 2,3 1,8 ± 2,3 Horizontal Vertical
10,0 9,9 10,4 12,8 µm (vertical) foi de 0,4 µm, ou seja, inferior às
8,0
incertezas de ±2,5 µm obtida na primeira posição e ±2,4
6,0
µm obtida na segunda posição (Tabela 1, relógio 1,
4,0
parâmetro fe).
2,0 O resultado da medição na posição horizontal para o
0,0 parâmetro fe compreende o intervalo de (9,9 a 14,9) µm, e
Horizontal Vertical
para a medição na posição vertical, o resultado encontrou-
se no intervalo de (10,4 a 15,2) µm. Para a medição na
Figura 10a: Comparativo entre os valores do parâmetro (fe) do posição horizontal, o parâmetro fges ficou compreendido
relógio nº 1 obtidos nas calibrações efetuadas nas posições
horizontal e vertical no intervalo de (9,9 a 14,9) µm, e para a medição na
posição vertical, no intervalo de (10,4 a 15,2) µm. O [3]. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas),
resultado da medição na posição horizontal para o NBR 6388: relógios comparadores com leitura de
parâmetro fu compreendeu o intervalo de (0 a 4,7) µm, e 0,01 mm. São Paulo, 6 p, 1983
para a medição na posição vertical, o intervalo de (0,2 a 5) [4]. DIN (Deutsches Institut für Normung), DIN 878:
µm. dial gauges. Berlin: DIN, 5 p, 1983.
Assim como ocorrido com o relógio 1, observou-se que,
para todos os demais relógios estudados, os valores dos [5]. JIS (Japanese Industrial Standard), JIS B7503: dial
parâmetros de avaliação, fe, fges e fu , nas posições vertical e gauges. Tokyo: JSA, 14 p, 1997.
horizontal, eram comparáveis, ou seja, encontravam-se [6]. ASME & ANSI (American Society of Mechanical
dentro dos respectivos intervalos apresentados, podendo- Engineers, ASME/ANSI B89.1.10M: dial indicators
se entender que não eram diferentes entre si. (for linear measurements), New York, 14 p, 1987.
Pode-se, portanto, relatar que não houve diferenças que [7]. BOSCH, John A., Coordinate measuring machines
indicassem que a variação de posicionamento vertical ou and systems. New York: Marcel Dekker, 444 p,
horizontal, para a execução da calibração destes relógios 1995.
comparadores, pudesse alterar os seus resultados, pois os
[8]. CHAPMAN, Mark., 2001, The benefits of laser
desvios encontrados permaneceram inferiores às
systems that use remote interferometer optics for
incertezas expandidas determinadas nos processos de
linear, angular and straightness measurements.
calibração envolvidos.
England: Renishaw, 7 p. Disponível em: <http://
Diante das grandezas dos valores das incertezas obtidas www.renishaw.com.br/client/general/ download-
em suas calibrações, pode-se dizer que, na aplicação de documents.asp?D=368&parentID=74#searchlocatio
relógios comparadores com características similares aos n>. Acesso em: 12 jun. 2002.
utilizados neste exp erimento, as diferentes posições de [9]. INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,
sua montagem (vertical ou horizontal), não representam Normalização e Qualidade Industrial), DOQ-
fontes de incerteza que necessitem ser consideradas na DIMCI-004: Orientações para a realização de
determinação da incerteza final dos resultados de calibrações na área de metrologia dimensional. Rev.
medições ou ensaios. 00. [s.l.]: INMETRO, 6 p, 1999.
[10]. INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,
AGRADECIMENTOS Normalização e Qualidade Industrial), Expressão da
Ao SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem incerteza de medição na calibração. Rio de Janeiro,
Industrial) pelos espaços laboratoriais e equipamentos 34 p, 1999.
cedidos para a viabilização da montagem do aparato do [11]. INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,
experimento. Normalização e Qualidade Industrial), Guia para a
Às empresas Mitutoyo Sul Americana Ltda. e Starrett expressão da incerteza de medição. 2. ed. Rio de
Indústria e Comércio Ltda., por disponibilizarem os Janeiro, 121 p, 1998.
relógios comparadores de sua linha de produtos para [12]. KOBAYOSHI, Marcelo, Calibração de relógios
servirem de objeto de estudo desta pesquisa. comparadores, relógios apalpadores e comparadores
À Universidade São Francisco pela oportunidade de diâmetros internos. São Paulo: SENAI, 106 p,
oferecida para o desenvolvimento desse trabalho. 2002.