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DESASTRES NATURAIS

GESTÃO DO RISCO
em
CRISES AMBIENTAIS
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Autores:

António Tavares
Fernanda Santos
Hélder Mendes
Helena Luís
Manuel Cardoso
Mário Durval

Setembro 2011
Departamento de Saúde Publica – ARSLVT,IP
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

“Nos últimos anos, o mundo presenciou uma


interminável sucessão de desastres – cheias,
tempestades, terramotos, desabamentos, erupções
vulcânicas e incêndios florestais que custaram
muitos milhares de vidas, causaram prejuízos de
biliões de dólares e cobraram um preço gigantesco
aos países em desenvolvimento, onde os desastres
consomem atenções e recursos desesperadamente
necessários para fugir da pobreza.”

Kofi Annan – Julho 2002


DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Catástrofes naturais:
são acontecimentos súbitos, quase
sempre imprevisíveis, de origem natural,
que afectam directa ou indirectamente a
estrutura social de forma significativa.
Eventos naturais:
quando os acontecimentos anteriores
não provocam danos.
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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Os perigos naturais (natural hazards) são


processos ou fenómenos naturais que
ocorrem na biosfera, podendo constituir um
evento danoso e serem modificados pela
actividade humana (por ex.: degradação do
ambiente e a urbanização).

O risco (risk) é a probabilidade de uma perda


esperada para uma área habitada num
determinado tempo, devida à presença
iminente de um perigo.
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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

RISCO é a probabilidade de ocorrência de


consequências prejudiciais ou perdas
esperadas, resultado de interações entre
ameaças naturais ou antropogénicas e as
condições de vulnerabilidade, cujos factores
intervêm em graus diversos e que se pode
estimar caso se conheçam as características
do perigo e da vulnerabilidade.
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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Portanto, o risco é a combinação da


frequência e consequência de eventos
indesejáveis envolvendo perda.
A variável frequência significa o número de
ocorrências por unidade de tempo.

Os riscos podem ser classificados como


situações potenciais de perdas e danos ao
ser humano, sendo os Riscos Ambientais a
classe de maior contributo para os riscos.
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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

As classes de risco existentes são:

. Os riscos naturais:
- Físicos – atmosféricos, geológicos e hidrológicos;
- Biológicos – associados à fauna e à flora.

. Os riscos sociais:
- Roubos a transeuntes, residências e veículos;
- Guerras;
- Terrorismo.

. Os riscos tecnológicos:
- Derrames de produtos tóxicos;
- Acidentes rodoviários e ferroviários;
- Quedas de aviões.
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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Risco = Probabilidade da ocorrência x Vulnerabilidade

Perigo = Risco x Exposição x Vulnerabilidade x Resposta


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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

A avaliação da vulnerabilidade de uma população


deve centrar-se nos seguintes factores:

1. Cenário: Ambiente físico (clima, vegetação,


geologia, uso do solo, topografia, etc.), protecção
civil, população e sua distribuição geográfica.
2. Edificações: Edifícios de habitação, locais de
trabalho e áreas de lazer.
3. Subsistência: Infra-estruturas de serviços,
abastecimento de água e luz, sistema de esgotos,
telecomunicações.
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4. Segurança: Disponibilidade de instalações, como


hospitais, centros de saúde, centros de dia ou lares
de idosos, indústrias, estabelecimentos comerciais,
explorações agrícolas, quartéis de bombeiros,
esquadras de polícia, sistemas de protecção
(bacias de retenção de inundações e diques).
5. Sociedade: Linguagem, etnia, religião,
nacionalidade, educação, actividades culturais,
comunidade e grupos de apoio, etc.
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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Estes dados permitem uma descrição


quantitativa dos aspectos específicos das
regiões, permitindo identificar áreas
geográficas com comunidades sujeitas a
maior risco.
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Uma forma de medir os Desastres poderá ser


efectuada através do Índice Local de Desastre (LDI)
que será o somatório de outros três índices:

. LDIM – índice de pessoas mortas


. LDIA – índice de pessoas afectadas
. LDID – índice de danos materiais

LDI = LDIM + LDIA + LDID


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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

GESTÃO DO RISCO é o conjunto de


decisões administrativas, de organização e
de conhecimentos operacionais
desenvolvidos pelos órgãos de governo em
conjunto com a sociedade organizada para
implementar políticas e estratégias e
fortalecer as suas capacidades a fim de
reduzir o impacto dos desastres naturais,
tecnológicos secundários e de desastres
ambientais.
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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

A gestão do risco é actualmente utilizada por


organizações públicas e privadas em vários
sectores, como a saúde, o ambiente, a segurança,
entre outros.

A sua aplicação permite estabelecer prioridades


com vista a tomadas de decisão sobre os objectivos
a atingir, baseando-se em estimativas científicas e
estatisticamente fundamentadas da probabilidade
da ocorrência, da natureza e da magnitude de
impactes futuros.
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O Processo da Gestão do Risco


Identificar os perigos para os equipamentos, IDENTIFICAÇÃO DO
Infraestruturas, pessoal e para a organização RISCO

Avaliação da gravidade das consequências


AVALIAÇÃO DO RISCO
da ocorrênciado Risco
Severidade/Criticalidade

Quais as probabilidades de o Risco AVALIAÇÃO DO RISCO


acontecer? Probabilidade de ocorrência

Os Riscos são aceitáveis levando-se em


AVALIAÇÃO DO RISCO
consideração os critérios de segurança da
Aceitabilidade
organização?

Sim Não

Desenvolvem-se acções MITIGAÇÃO DO RISCO


Aceita-se
para reduzir o Risco para
o Risco
um nível aceitável
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O ciclo de gestão de desastres corresponde ao


esforço de:

- prevenir a ocorrência de uma catástrofe,


- de mitigar as perdas,
- de preparar para lidar com as consequências,
- de alertar sobre a presença do risco,
- de responder à emergência e
- de recuperar dos efeitos do desastre.
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O ciclo de gestão de desastres envolve assim três


fases:

A) Antes do desastre (redução do risco);

B) Durante o desastre (resposta/monitorização);

C) Depois do desastre (recuperação).


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GESTÃO DO DESASTRE

GESTÃO DO DESASTRE

REDUÇÃO MONITORIZAÇÃO
DO DO RECUPERAÇÃO
RISCO DESASTRE

PREVENÇÃO MITIGAÇÃO PREPARAÇÃO ALERTA RESPOSTA REABILITAÇÃO RECONSTRUÇÃO


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GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

A) REDUÇÃO DO RISCO
1. A prevenção é o conjunto de medidas
multisectoriais, de curto e longo prazos, que
visam proteger vidas humanas e
propriedades e reduzir ou mitigar os danos
provocados por um desastre.

Trata-se do estabelecimento de políticas,


estratégias e programas para minimizar os
riscos.
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A) REDUÇÃO DO RISCO
2. A mitigação é o conjunto de medidas que
têm por objectivo diminuir o risco e eliminar a
vulnerabilidade física, social e económica.

O objectivo é reduzir significativamente as


consequências esperadas do desastre.
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A) REDUÇÃO DO RISCO
3. A Preparação é o conjunto de medidas e
acções com vista a reduzir ao mínimo as
perdas humanas e materiais, através da
organização oportuna e eficaz de acções de
resposta e reabilitação.
Tem como objectivo reduzir o sofrimento
individual e colectivo e faz-se através de
planos de contingência onde se incluem os
planos de resposta operativa.
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A) REDUÇÃO DO RISCO
4. O alerta é o estado anterior ao desastre e
é emitido com o objectivo de se tomarem
precauções perante a eminência da sua
provável ocorrência.
Os sistemas de alerta e aviso prévio servem
para que as comunidades tomem medidas
específicas e os organismos de socorro
activem os procedimentos necessários pré-
estabelecidos.
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A) REDUÇÃO DO RISCO
Esta fase compreende:

- análise de risco,
- obras (diques, pontes, reforço de edifícios, ...),
- políticas públicas (PDM, legislação, ...),
- educação ambiental (comunidade, escola, …),
- previsão (meteorológica e hidrológica),
- sistemas de alerta e resposta.
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B) MONITORIZAÇÃO DO DESASTRE
Esta fase refere-se às acções desenvolvidas
durante a ocorrência do desastre com o objectivo
de salvar vidas, reduzir o sofrimento e diminuir a
perda de bens.

Executam-se as acções previstas na fase de


redução do risco (etapa de preparação).

Compreende as acções de salvamento, socorro e


assistência às vítimas e de auxílio (evacuação,
abrigo, alimentação, atendimento médico, etc.)
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C) RECUPERAÇÃO
1. A reabilitação é a primeira etapa do
processo de reparação dos danos físicos,
sociais e económicos e de reactivação dos
serviços básicos (energia, água, vias de
acesso, comunicações e outros serviços,
como a saúde e o fornecimento de bens
alimentares).
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C) RECUPERAÇÃO
2. A reconstrução é o processo de recuperação a
médio e longo prazos dos danos físico, social e
económico, a um nível de desenvolvimento igual ou
superior ao existente antes do desastre.

São reactivadas as fontes de trabalho, a actividade


económica da zona afectada, reparados os danos
materiais, infraestruturas e incorporadas as
medidas de prevenção e mitigação do risco no
processo de desenvolvimento.
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Os fenómenos que causam os desastres


naturais são imprevisíveis.
Assim, na sua prevenção é necessário que
haja:

1 – A compreensão dos factores


condicionantes que geram os fenómenos
naturais e,

2 – O fortalecimento e resistência da
sociedade contra esses fenómenos naturais.
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A minimização do impacto dos desastres é efectuada por


medidas preventivas:

1 – Estruturais – têm um cunho correctivo, como as obras de


engenharia. Mas, apesar de minimizarem o problema a curto
prazo, são caras, paliativas, geralmente originam outros
impactos ambientais e geram uma falsa sensação de
segurança.

2 – Não estruturais – são de carácter educativo. Apesar de


os resultados serem a médio e longo prazo, são de baixo
custo, de fácil implementação e permitem uma correcta
percepção do risco (mapeamentos, análises de
vulnerabilidade, identificação de áreas de risco e a
educação ambiental).
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A Educação Ambiental é o processo


através do qual o indivíduo e a colectividade
constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências
voltadas para a conservação do ambiente
(bem de uso comum da população, essencial
a uma saudável qualidade de vida e à sua
sustentabilidade).
É uma educação para a resolução de
problemas e parte, de modo geral, de bases
filosóficas do holismo, da sustentabilidade e
do aprimoramento.
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Um dos objectivos da Educação Ambiental é fazer


com que os indivíduos e a colectividade:

1 – compreendam a natureza complexa do ambiente natural


e do ambiente criado pelo homem, resultante da integração
dos seus aspectos biológicos, físicos, sociais, económicos e
culturais, e

2 – adquiram as competências, os conhecimentos, os


valores, os comportamentos e as habilidades práticas para
participar responsável e eficazmente na prevenção e
solução dos problemas ambientais, e na gestão da
qualidade do ambiente.
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Deve capacitar ao pleno exercício da


cidadania, através da formação de uma base
conceptual abrangente, técnica e
culturalmente capaz de permitir a superação
dos obstáculos à utilização sustentada do
ambiente.

O desafio da educação é o de criar as bases


para a compreensão da realidade.
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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM REDE

Interdependência entre os
Gestão participativa factores tecnológicos, Compreensão e
- Construção da ambientais, económicos, discernimento da
realidade políticos e sociais. realidade

Consciência dos Visão do processo


problemas a nível - Actuação contínua
local, regional, EDUCAÇÃO
e não pontual
nacional e global AMBIENTAL

Conhecimento Desenvolvimento da Valores éticos e


interdisciplinar cidadania cooperativos
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O envolvimento do cidadão e a percepção dos


problemas ambientais locais é o primeiro passo
para o sucesso de uma política eficiente que
contemple os objectivos da Educação Ambiental e
que coloca a necessidade de:

a) Consciência – para que se possam ajudar os


indivíduos e grupos sociais na busca da
sensibilidade e consequente assimilação da
consciência necessária dos problemas do ambiente
global e das suas questões;
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b) Conhecimento – para adquirirem uma


diversidade de experiências e compreensão
fundamental do ambiente e dos problemas
que o afectam;
c) Comportamento – que resulte em
comprometimento com uma série de valores
éticos, de modo que os indivíduos se sintam
interessados pelo ambiente, participando da
protecção e da melhoria ambiental;
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d) Competências – para adquirirem as


competências necessárias a uma correcta
identificação e resolução de problemas
ambientais;
e) Participação – visando proporcionar a
possibilidade da participação activa nas
tarefas que visem resolver os problemas
ambientais.
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Inter-relação da Educação Ambiental (EA)


SOCIAL
OBJECTIVOS devem estar em sintonia ECONÓMICA
DA EA POLÍTICA
REALIDADES CULTURAL
ECOLÓGICA
para prover

CONHECIMENTO COMPLEXIDADE
dos vários factores INTERACÇÃO
COMPREENSÃO do ambiente
PERCEPÇÃO EVOLUÇÃO
para mudar ADAPTAÇÃO

HÁBITOS
POSTURAS
VISÃO
COMPORTAMENTOS
HOLÍSTICA
que sejam capazes de promover

que procurem MANUTENÇÃO E


ENVOLVIMENTO
MELHORIA DA
EM ACÇÕES
QUALIDADE DE VIDA
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A elaboração de cartas de risco permite que


todos os cidadãos participem, conheçam e
identifiquem os perigos e ameaças com que
convivem e a sua localização.

Estas cartas devem ser desenvolvidas por


especialistas que orientem os elementos da
comunidade na sua elaboração.
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LEVANTAMENTOS CIENTÍFICOS PARA UM DESASTRE NATURAL


Processo Levantamento
Causas ambientais Tipo das forças, intensidade,
Chuva intensa, vento forte, distribuição
terramoto
Forças externas
(da natureza)

Condições ambientais Características geomorfológicas,


Topografia, fundação na terra, áreas de susceptibilidade, distri-
Nível da maré buição do solo, rocha e vegetação
Ocorrência de fenómenos
naturais violentos, Tipo, intensidade, magnitude, pro-
inundações,deslizamento, cesso temporal, condição de
Condições sociais I tsunami ocorrência
Ser humano, património,
Características sociais, economia,
Infra-estruturas
cultura regional
Ocorrência de danos primários Sistema de alerta, evacuação, tipo,
destruição, desabrigados, intensidade, magnitude dos danos
mortes
Condições sociais II
Sistemas sócio-económicos Acção de resgate, estrutura sócio-
económica regional
Ocorrência de danos secun- Processo de recuperação, altera-
dários, pânico, traumas ção sócio-económica regional
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Pode ser usada a análise SWOT (Forças,


Fraquezas, Oportunidades e Ameaças)
usando:

- símbolos ou desenhos para identificar pontos de referência


(hospital, centro de saúde, bombeiros, polícia, escola, etc.) e

- cores para melhor sinalizar as zonas de risco específico


que têm determinados locais (vermelho para zonas de alto
risco, amarelo para zonas de médio risco e verde para
zonas de baixo risco).
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Após o tratamento dos dados, os


organizadores preparam o Mapa de Risco
Integrado (resultado do levantamento de
todos os grupos participantes do processo de
prevenção e fortalecimento da protecção
contra desastres naturais), consolidando toda
a informação, sendo depois apresentados os
resultados à população e distribuído um
mapa de riscos e ameaças à comunidade.
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No levantamento dos dados para a realização do


mapa de risco da região, em relação à saúde, deve
estar previsto:

1 - A estrutura para a assistência à saúde (Centros


de Saúde, Hospitais públicos e privados, outros
locais);
2 - O pessoal qualificado existente;
3 – Os equipamentos existentes;
4 – A sistematização das acções de prevenção
envolvendo os níveis municipal e regional de Saúde
Pública.
RISCOS AMBIENTAIS EMERGENTES
DESASTRES NATURAIS e PROTECÇÃO CIVIL

A abordagem da Saúde Pública na gestão do


risco de desastres deve focar-se na
redução da vulnerabilidade da
comunidade através de:

- medidas de prevenção e de mitigação e

- no envolvimento e participação activa da


população.
RISCOS AMBIENTAIS EMERGENTES
DESASTRES NATURAIS e PROTECÇÃO CIVIL

A intervenção das Autoridades de Saúde nos


Estudos de impacto ambiental, nos Planos
directores municipais e Planos de pormenor,
em articulação com os municípios, podem
evitar construções de edifícios em zonas de
risco, prevenindo os desastres.
RISCOS AMBIENTAIS EMERGENTES
DESASTRES NATURAIS e PROTECÇÃO CIVIL

A Autoridade de Saúde tem, também, um papel


muito importante na informação/formação da
população, contribuindo para desenvolver a
percepção de risco das comunidades, ajustada
ao risco real, tornando-as mais participativas e
preparadas para um efectivo exercício da
cidadania.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

De um modo geral, os Serviços de Saúde,


nomeadamente os de Saúde Pública, deverão:

a) ARTICULAR o atendimento aos problemas de


saúde da população em abrigos e nas
comunidades directamente afectadas;

b) PREVENIR a ocorrência de doenças e surtos


provocados pelo consumo de água e alimentos
contaminados, quer nos abrigos, quer nos
estabelecimentos de venda de alimentos;
DESASTRES NATURAIS
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De um modo geral, os Serviços de Saúde,


nomeadamente os de Saúde Pública, deverão:

c) AVALIAR a possível deterioração de


medicamentos, quer nos serviços de saúde,
quer nos locais de venda;

d) CONSOLIDAR o controlo epidemiológico das


doenças que tiveram aumento nas taxas de
morbilidade e mortalidade durante o período do
desastre;
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De um modo geral, os Serviços de Saúde,


nomeadamente os de Saúde Pública, deverão:

e) VIGIAR a proliferação de insectos e roedores no


decurso do desastre;

f) ELABORAR e DIVULGAR notas técnicas


específicas para a prevenção em Saúde
Pública.
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Quando ocorre uma catástrofe ou uma situação similar, que


constitui uma grave emergência em saúde, o médico
de saúde pública, dispondo do poder de autoridade de
saúde como um instrumento legal, torna-se membro de
uma equipa, cujos objectivos fundamentais dizem
respeito:
- aos problemas criados por essa situação,
- aos tipos de serviços de emergência necessários à
protecção das pessoas.

Nessa situação é necessário perceber as necessidades em


serviços:
- dos sem abrigo,
- dos afectados, feridos ou não,
- da própria área global afectada.
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As considerações de âmbito genérico que devem


ser efectuadas no âmbito das repercussões
das catástrofes na Saúde Ambiental referem-se
predominantemente aos seguintes aspectos:

1) Alojamento
2) Alimentação
3) Água
4) Controlo de Insectos e Roedores
5) Esgotos
6) Resíduos Sólidos
7) Radiações
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1) ALOJAMENTO

Em qualquer situação de emergência é necessário:

- providenciar alojamento temporário para os indivíduos


que não podem permanecer nas suas próprias casas,
- providenciar alojamento temporário para os sem
abrigo,
- avaliar os alojamentos que foram afectados pela
situação.

O alojamento temporário pode consistir em tendas de


abrigo, escolas, igrejas, quartéis, armazéns, ou outras
áreas de dimensão adequada ao número de pessoas a
alojar.
DESASTRES NATURAIS
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O alojamento de emergência deve estar limpo, ser


de construção sólida, acessível aos sem abrigo
e aos vários trabalhadores de emergência e
fornecedores.

Há necessidade de camas, eventualmente beliches,


cobertores limpos, lençóis limpos, fornecimento
de água potável, lavabos e instalações
sanitárias, aquecimento, ventilação, luz,
comida e serviços médicos.
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Cada unidade de emergência deve ter profissionais de


enfermagem e outros com capacidade para:

- supervisionar o funcionamento da unidade,


- providenciar cuidados imediatos,
- ajudar a manter a moral elevada,
- providenciar quaisquer serviços, equipamentos ou
fornecimentos necessários.

É essencial que as unidades de alojamento de emergência


disponham de um sistema de comunicação apropriado,
até porque os sistemas de comunicações móveis
podem ter sido afectados.
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É também importante dispor de pessoal de higiene que


supervisione o fornecimento e o uso adequados de
água, alimentos e outros materiais.

Quando for utilizado o alojamento de emergência, deve


existir espaço suficiente por cama e entre camas.

Deve também haver uma cubicagem de ar disponível para


cada pessoa.

Se forem utilizadas tendas, a sua dimensão máxima não


deve alojar mais do que 6 pessoas cada uma.
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Assim que a situação de emergência tiver


passado, devem ser tidas em atenção as
situações dos indivíduos cujas casas
tenham sido destruídas ou inundadas e
necessitem de reparações avultadas até
que estejam em condições de
habitabilidade.

Nestas situações há que providenciar um


outro tipo de alojamento.
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Os trabalhos de recuperação de alojamentos afectados pela


situação de emergência devem ser levados a cabo sob
a supervisão de especialistas em saúde pública,
inspecção dos bombeiros, de especialistas em
construção civil, os quais devem decidir se as casas
afectadas mantêm as condições de segurança e
habitabilidade necessárias à habitação humana.

As que não tiverem essas condições devem ser demolidas.

Todos os compartimentos das habitações que tenham sido


afectados por inundações, devem ser cuidadosamente
limpos e desinfectados.

Os materiais que não puderem ser desinfectados devem ser


destruídos e colocados em aterros sanitários.
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2) ALIMENTAÇÃO
Numa situação de catástrofe os alimentos podem ser difíceis
de obter.
Além disso, a segurança alimentar pode ser afectada,
resultando num risco maior de epidemias de doenças
originadas nos alimentos.
Comida congelada que tenha entrado em processo de
descongelação deve ser eliminada.
Se os alimentos perecíveis tiverem sido mantidos fora de um
processo de refrigeração devem ser destruídos.
A comida que não tenha sido contaminada por água de rios
ou outros materiais potencialmente perigosos pode ser
utilizada.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Os alimentos contidos em caixas, sacos de plástico, ou


quaisquer outros contentores que não sejam de vidro
ou lata, e que tenham sido contaminados com água
fumo ou químicos, devem ser destruídos.

A educação do público é vital.

Em situações de catástrofe, a possível contaminação de


géneros alimentícios, a poluição do ambiente e a
ruptura dos serviços de saúde básicos aumentam o
risco de epidemias de doenças de origem alimentar e a
gravidade das suas consequências sanitárias.
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3) ÁGUA

É uma das preocupações principais durante uma situação


de emergência.

Quando houver suspeita de a água ter sido contaminada


com microrganismos, deve ser fervida pelo menos 10
minutos antes de ser usada.

Pode depois ser arrefecida e vazada de um contentor para


outro para re-arejar e dar-lhe um melhor sabor.

Outras técnicas de emergência de desinfecção da água


incluem a adição de 2 gotas de cloro – tratamento com
lixívia.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Onde a água tiver sido contaminada com químicos,


a fervura e a cloragem não resultarão num
suprimento de água pura.

O mesmo problema ocorre se a água foi


contaminada com petróleo (óleo) ou gasolina.

Assim, se ocorrer poluição com químicos ou


gasolina o fornecimento dessa água não deve
ser efectuado sob quaisquer condições.

Outras fontes de água devem ser obtidas.


DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Fontes de água de emergência aceitáveis


incluem água engarrafada.

Os auto-tanques permitidos são os camiões


cisterna. Outros tipos de auto-tanques
podem criar riscos potenciais sérios.

Se um reservatório foi contaminado a água


deve ser retirada, desinfectada com cloro
e depois vazada no reservatório.
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4) CONTROLO DE INSECTOS E ROEDORES

Durante as situações de emergência, assim como


no período imediatamente a seguir, os insectos
e os roedores podem proliferar a uma
velocidade alarmante, aumentando assim
bruscamente as hipóteses de disseminação de
doença.

Como os sistemas de esgotos sofrem roturas e há


perturbação do leito dos rios os roedores
deixam estas áreas e procuram outras fontes
de alimentos e refúgio.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Após um desastre – catástrofe – há um


considerável aumento de resíduos sólidos,
incluindo substâncias que podem constituir
fontes de alimentos para os roedores.

É assim necessário identificar as fontes de


alimentos e de refúgio dos roedores.

Os resíduos sólidos devem ser removidos


rapidamente, mas também é necessário levar a
cabo um extenso programa de busca na área
afectada pela situação de emergência.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

As chuvas intensas e as cheias dão origem a


situações em que a água fica parada, o que
conduz à reprodução de uma vasta quantidade
de mosquitos, os quais, por sua vez, podem
causar surtos consideráveis de doença.

É importante que estas situações sejam corrigidas


tão rapidamente quanto possível.

Contudo, é comum que nestas situações a tarefa


de eliminar a água parada seja impossível,
sendo então necessário levar a cabo um
extenso programa de pulverização.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Pode ser necessário usar avionetas para pulverizar áreas


não acessíveis ou tão extensas que não possam ser
cobertas por equipas no terreno.

As moscas multiplicam-se rapidamente assim que os


resultados da emergência se fazem sentir.

Assim, os resíduos sólidos, a comida desperdiçada e outros


materiais orgânicos devem ser removidos e
depositados rápida e eficientemente.

Pode também ser necessário conduzir programas de


pulverização, para eliminar os perigos e doenças
potenciais veiculadas pelas moscas.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

5) ESGOTOS

Em muitas situações de emergência os sistemas de


esgotos podem ser destruídos ou inundados
por água.

Dado que a remoção normal de esgotos das casas


não pode ser efectuada, pode ocorrer uma
contaminação de várias áreas, ficando assim
criado um forte potencial para um surto de
doença.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

São necessários 2 tipos de técnicas nas emergências:

1 – repor em funcionamento, tão depressa quanto possível,


o sistema de tratamento de esgotos e desinfectar todas
as áreas com cloro onde os esgotos possam ter estado
em contacto com materiais e estruturas associadas
com o ser humano;

2 – providenciar latrinas temporárias, sanitários portáteis e


reservatórios individuais, durante e após a
consequência do desastre.

A situação pode ser tão má que os esgotos terão de fluir em


cursos de água receptores enquanto as instalações de
tratamento de esgotos são repostas em funcionamento.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

6) RESÍDUOS SÓLIDOS

Durante uma catástrofe, os locais de deposição


final de resíduos sólidos (os aterros sanitários)
podem ficar inundados e, portanto, inutilizados
para a deposição de mais resíduos sólidos.

É então necessário transportá-los para outras


áreas, onde aterros temporários sejam abertos,
ou onde estejam disponíveis incineradoras.

Em qualquer caso, a deposição de resíduos sólidos


deve seguir todos os procedimentos habituais.
DESASTRES AMBIENTAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS

Quando estiverem envolvidas substâncias


perigosas, estas devem ser manuseadas com
os cuidados inerentes ao tipo de perigosidade
envolvido.

É essencial prevenir a lixiviação dos aterros


sanitários para cursos de água, assim como a
problemática relacionada com insectos e
roedores.

Devem ser accionados os procedimentos


apropriados ao controlo de pragas e doenças
delas resultantes, no sentido de eliminar ou
minimizar os efeitos deste perigo potencial.
RISCOS AMBIENTAIS EMERGENTES
DESASTRES NATURAIS e PROTECÇÃO CIVIL

7) RADIAÇÕES

No caso de um desastre com radiações, os


profissionais da radiologia e do laboratório do
hospital devem cooperar com os profissionais
de Saúde Pública para determinar a extensão
da exposição ou a lesão dos indivíduos pelas
radiações e a existência de perigos potenciais.

Sinistrados de áreas radioactivas devem ser


mantidos numa área especial e devem ser
vigiados de perto antes de serem admitidos em
unidades especiais do hospital.
RISCOS AMBIENTAIS EMERGENTES
DESASTRES NATURAIS e PROTECÇÃO CIVIL

Após deixarem o quarto contaminado, os indivíduos devem:

- ser regados minuciosamente com água (mangueira);

- despir-se e deixar todas as suas roupas, incluindo


roupas íntimas e sapatos, na área radioactiva;

- vestir-se com roupa limpa;

- voltar a ser monitorizados, antes de serem removidos.

Se possível devem ser colocados chuveiros no sítio da


exposição à radiação.
RISCOS AMBIENTAIS EMERGENTES
DESASTRES NATURAIS e PROTECÇÃO CIVIL

O indivíduo pode então ser removido por


ambulância especial para o hospital e
respectivos quartos especiais para tratamento.

A ambulância deve ser minuciosamente


descontaminada por técnicas apropriadas de
lavagem e monitorizada antes de retornar ao
serviço.

Seja onde for que o indivíduo vá, a área deve ser


completamente monitorizada para se ter a
certeza que não está a disseminar material
radiológico.
RISCOS AMBIENTAIS EMERGENTES
DESASTRES NATURAIS e PROTECÇÃO CIVIL

5-10 % dos indivíduos expostos a 100


roentgens, experimentarão náuseas e
vómitos nas 24 horas seguintes, podendo
também ocorrer alterações nas células
sanguíneas.

Em 24 % dos indivíduos foram expostos a


150 roentgens, ocorrerão náuseas e
vómitos nas 24 horas seguintes.

Em 50 % dos indivíduos expostos a 200


roentgens, ocorrerão náuseas e vómitos
nas 24 horas seguintes.
RISCOS AMBIENTAIS EMERGENTES
DESASTRES NATURAIS e PROTECÇÃO CIVIL

Numa exposição de 300 roentgens, náuseas e vómitos


ocorrerão para todos os expostos no primeiro dia e
pode esperar-se que morram 20 % dos indivíduos num
período de 2 a 6 semanas após a exposição.

A uma exposição de 450 roentgens, náuseas e vómitos


ocorrerão em todos os expostos e, na ausência de
tratamento, a taxa de mortalidade espera-se que seja
de 50 %.

Numa exposição de 600 roentgens, náuseas e vómitos


ocorrerão em todos os expostos nas 4 horas imediatas.
A taxa de letalidade pode atingir os 100 %.

Todos os doentes admitidos no hospital deverão receber o


necessário tratamento médico.
DESASTRES NATURAIS
GESTÃO DO RISCO EM CRISES AMBIENTAIS
INTERFACE ENTRE OS FACTORES
REDE ASSISTENCIAL SITUAÇÃO DE SAÚDE
DE RISCO

Habitação
Saneamento Ambiente Actividades Produção
SAÚDE Natural
Educação Rede viária
Transporte
Remoção
Armazenamento
Complexidade
INTERSECTORIALIDADE
e
INFORMAÇÃO
Directrizes da CAPACITAÇÕES

PREVENÇÃO ETAPAS
Vigilância da
AVALIAÇÃO E Etapas para a gestão
nos MAPEAMENTO DE de Riscos Vigilância
RISCOS Ambiental
Eventos em Saúde
MITIGAÇÃO Prevenção do Impacto nos
Ambientais de Desastres Induzidos
no nível local Eventos
Adversos FASE DE Ambientais
IMPACTO Adversos
Etapas para a gestão PREPARAÇÃO
à Saúde de desastres e RESPOSTA
Acidentes

REABILITAÇÃO

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