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RESUMO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

CONCEITO – Conjunto de normas jurídicas e administrativas que regem as


relações existentes entre o Estado e seus nacionais, com fins de preservação,
efetividade e proteção do interesse público. Tem como função essencial
disciplinar as relações existentes entre os órgãos públicos e suas atividades
junto aos interesses coletivos.

ÓRGÃO PÚBLICO – É uma espécie de célula do ente estatal, por onde se


manifesta sua vontade, por meio de atos disciplinados devidamente praticados
por agentes públicos legítimos.

AGENTES – São os representantes do estado no desempenho de suas


funções por meio dos órgãos estatais constituídos.

FONTES - O direito administrativo se manifesta e efetiva por meio das leis e


seus princípios legais.

PRINCÍPIOS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

São orientações essenciais e paradigmas de efetivação da função


administrativa do Estado, os quais direcionam a elaboração normativa
pertinente ao direito administrativo.

Princípios Expressos – São os princípios ditados pela Constituição Federal de


88, em seu artigo 37.

Princípio da Legalidade - Toda a atividade pública tem como base a lei, para

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sua efetiva aplicabilidade. Atos administrativos ilegais são passíveis de nulidade
e responsabilização.

Princípio da Impessoalidade – Tem as mesmas características da isonomia,


segundo a qual os administrados devem ser tratados de forma igualitária frente
ao interesse público.

Princípio da Moralidade – A conduta do administrador público deve estar


pautada na moral e na ética, para que os administrados e administradores não
sejam vítimas de atos desonestos e antijurídicos.

Princípio da Publicidade – Os atos administrativos devem ser amplamente


divulgados, para que os administrados possam, de forma direta, controlar a
efetividade das condutas dos órgãos e dos agentes públicos.

Princípio da Eficiência – Este princípio visa impedir a ineficiência dos serviços


prestados pela administração pública em favor de seus administrados.

Princípio da Supremacia do Interesse Público – Os interesses coletivos têm


supremacia sobre os interesses individuais, devendo o Estado preservar por
meio de seus atos o bem-estar de toda a sociedade.

Princípio da Autotutela – A administração pública, de ofício ou mediante


provocação direta, pode rever seus atos que, inoportunamente, se encontrem
em vício de formação e/ou aplicação.

Princípio da Indisponibilidade – Os bens públicos são indisponíveis, devendo


ser preservados em favor da coletividade, evitando-se seu perecimento e perda
por mau uso.

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Princípio da Razoabilidade – Os atos administrativos devem guardar
consonância e aceitabilidade mínima em relação às normas administrativas
publicadas, a fim de se evitar a ocorrência de vício descrito no próprio ato
administrativo que está sendo executado (aplica-se sobre a legislação).

Princípio da Proporcionalidade – Visa evitar a prática de excessos pela


administração pública, quando da execução e aplicabilidade de seus atos junto
à coletividade por ela administrada (aplica-se ao exercício do poder).

Princípio da Motivação – Todos os atos administrativos devem ser motivados,


isto é, devem indicar os fundamentos de sua formação, a fim de permitir o seu
controle de validade.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Estrutura física e pessoal de manifestação do Estado na execução de seus fins.


É formada por agentes, entidades e órgãos estatais, capacitados dentro de uma
sistemática legal, para atender às expectativas do conjunto social e coletivo
administrado.

Entidades Estatais – A União, os Estados e os Municípios são entidades


estatais, também consideradas pessoas jurídicas de direito público.

Entidades Autárquicas – Autarquias são desmembramentos das entidades


estatais, que se manifestam de forma meramente administrativa, depois da
devida criação por meio de lei específica (pessoa jurídica de direito público).

Entidades Fundacionais – Pessoa jurídica de direito público, criada mediante


lei, com os fins e atuação definidos na própria lei que as instituiu.

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Entidades Paraestatais – São autorizadas por lei a prestarem serviços e
atividades de interesse público ou coletivo, sob a supervisão das entidades
estatais, na forma de cooperação.

Entidades Privadas – Pessoa jurídica de direito privado, ligada ou não às


entidades estatais, e que tem por finalidade o exercício de atividade econômica
de interesse coletivo.

PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Poder Discricionário – É o poder que tem o agente público, quando no


exercício de uma conduta administrativa, de, após avaliar sua conveniência e
oportunidade, optar pela que melhor atenda ao interesse público. Poder
discricionário é a valoração pessoal e legal aplicada pelo agente publico às
várias possibilidades de sua conduta, buscando escolher a que melhor atenda
ao fim almejado.

Poder Regulamentar – Poder que tem a administração pública de


regulamentar e disciplinar a aplicação de leis editadas que sejam de seu
interesse. Os atos de regulamentação não podem alterar a legislação existente
sobre a matéria.

Poder de Polícia – Cabe à administração pública restringir os atos individuais,


preservando o interesse coletivo. Essa restrição é a base do poder de polícia,
que não se confunde com a função estatal exercida por meio de órgãos policiais
e suas corporações.

Administração Pública Direta e Indireta – Direta é a administração pública


exercida pelos órgãos das entidades estatais, com direcionamento, organização
e funcionamento firmado no direito positivo. Indireta é a forma de exteriorização

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do poder público por intermédio de pessoas jurídicas distintas das entidades
estatais.

ATO ADMINISTRATIVO

Também chamados de atos jurídicos, os atos administrativos são os atos em


que a administração pública atende aos interesses de caráter coletivo, por meio
do simples exercício da vontade administrativa (sujeito a controle).

Requisitos - O ato administrativo possui os seguintes requisitos para sua


eficácia e aplicabilidade: competência, finalidade, forma, motivo e objeto.

Competência – Poder legal e hierárquico que o gente da administração possui


para a prática do ato administrativo (é o mesmo que atribuições).

Finalidade – Objetivo de interesse coletivo a ser atingido pelo ato


administrativo, sem o qual sua validade se torna anulável.

Forma – Exteriorização do ato administrativo, que deve guardar respeito à


legalidade, para implemento e efetivação de sua validade.

Motivo – Os atos administrativos devem ser motivados, isto é, devem respeitar


a existência de um fato ou situação de direito que autorize a sua realização. O
motivo é a causa de sua realização como ato administrativo.

Objeto – A manifestação da vontade da Administração pública se manifesta


através do objeto contido no ato administrativo, ou seja, o conteúdo do ato.

Mérito Administrativo – É um procedimento ligado à avaliação de conduta

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(conveniência e oportunidade), feita pelo agente devidamente autorizado para a
execução de um ato administrativo. Está ligado à avaliação das conseqüências
e vantagens de um ato.

Atributos – O ato administrativo, que não se confunde com o ato jurídico, tem
como características intrínsecas: a presunção de legitimidade (os atos nascem
com uma certificação de legitimidade que só é contestada através de oposição
e argüição de vício); a imperatividade (poder de coerção do ato administrativo
que só pode ser afastado pela revogação ou anulação) e a auto-executoriedade
(por urgência ou previsão legal, alguns atos podem ser executados pela
administração sem a necessidade de intervenção judicial).

Classificação dos atos administrativos

Quanto aos destinatários: São: gerais – regulam um número indeterminado


de pessoas; ou individuais – mesmo que coletivamente, regulam um número
determinado de pessoas.

Quanto ao alcance: São: internos – incidem sobre os órgãos e agentes


públicos; ou externos – têm alcance sobre os administrados e contratantes,
determinando condutas frente à Administração Pública.

Quanto ao regramento: São: vinculados – estabelecem regras para a sua


execução, as quais não podem sofrer mudanças em seus requisitos e
condições; ou discricionários – a Administração tem certa liberdade na sua
prática, a qual se vincula ao conteúdo, ao destinatário, à conveniência e à
oportunidade.

Quanto à formação – São simples – quando externados por um único órgão;


complexos – quando externados por mais de um órgão público; ou compostos

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– quando externados por um único órgão público com fiscalização de outro.

Espécies: Atos normativos (são da alçada do poder executivo, e têm a


finalidade de regulamentar a correta aplicação da lei) - são os decretos, os
regulamentos, as instruções normativas, os regimentos, as resoluções e as
deliberações. Atos regulamentares (disciplinam o funcionamento da
administração e de seus agentes) – são as instruções, as circulares, os avisos,
as portarias, as ordens de serviço, os provimentos, ofícios e despachos. Atos
Ordinatórios - são aqueles que visam a disciplinar o funcionamento da
Administração e a conduta funcional de seus agentes; se endereçam aos
servidores públicos a fim de orientá-los no desempenho de suas atribuições.
Atos Negociais - são praticados contendo uma declaração de vontade do Poder
Público coincidente com a pretensão do particular, visando à concretização de
negócios jurídicos públicos ou à atribuição de certos direitos ou vantagens ao
interessado. Atos enunciativos - são todos aqueles em que a Administração se
limita a certificar ou a atestar um fato, ou emitir uma opinião sobre determinado
assunto, sem se vincular ao seu enunciado. Atos Punitivos - são os que contêm
uma sanção imposta pela Administração àqueles que infringem disposições
legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens ou serviços públicos; visam a
punir e reprimir as infrações administrativas ou a conduta irregular dos
servidores ou das particulares perante a Administração.

Invalidação – Os atos administrativos podem ser invalidados, por sua


inconveniência e ilegitimidade, por intermédio do judiciário ou pela própria
Administração. Essa invalidação se opera da seguinte forma: pela revogação
(efeito ex nunc - o ato é invalidado por não mais atender ao interesse público;
somente a Administração Pública pode revogar seus próprios atos); e pela
anulação (efeito ex tunc - invalidação do ato pelo judiciário ou pela
administração, em virtude da ocorrência de ilegitimidade ou ilegalidade).

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Contrato – É a criação de direitos e obrigações por meio da exteriorização da


vontade das partes contratantes.

Contrato Administrativo – Acordo de vontade celebrado pela Administração


Pública com particulares ou entidades administrativas, com finalidade de
atendimento ao interesse público. O contrato administrativo é sempre formal,
oneroso, comutativo e pessoal. Atualmente os contratos administrativos são
regidos pela Lei 8.666/93, também conhecida como Lei de Licitações.

Principais Contratos Administrativos – Obra pública, serviço, fornecimento,


concessão, gerenciamento, gestão, programa, parceria e consórcio público.

Formalização – Os contratos administrativos formalizam-se mediante lavratura


própria em livro da administração ou por escritura pública, nos casos exigidos
por lei.

Conteúdo – Exteriorização da vontade das partes, expressa na formação do


contrato.

Garantias – São exigências impostas pela administração pública ao contratar. A


garantia deve ser devolvida após a execução do contrato, ou pode se perdida
em favor do contratante por falta cometida pelo contratado (caução, seguro
garantia, dinheiro).

Execução do Contrato

Direitos e Obrigações – A Administração tem direito à execução do contrato,

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sendo-lhe garantido o exercício de suas prerrogativas em igualdade com o
contratado. A Administração não necessita de intervenção do judiciário para o
exercício de suas atribuições. Basicamente, a Administração, além de fiscalizar,
tem a obrigação de pagar o preço ajustado e o direito de receber o objeto
contratado.

Extinção, Prorrogação e Renovação – O contrato pode ser extinto após o


termino das obrigações pactuadas, ou por meio de rescisão ou anulação pelo
descumprimento de cláusulas. A prorrogação ocorre mediante termo aditivo
ajustado entre as partes para dilação de seu prazo. A renovação ocorre com a
manutenção do contratado na continuidade do serviço.

Inexecução, Revisão e Rescisão – A inexecução é a inadimplência ou


descumprimento total ou parcial das cláusulas contratuais. A rescisão é a
ocorrência oriunda da inexecução, a qual desfaz a eficácia do contrato. Pode
ser judicial, amigável, administrativa ou de pleno direito. A revisão é o ato de
reapreciação do contrato, provocado por uma das partes sempre que ocorrer
um evento fortuito ou de força maior que traga prejuízo à continuidade de sua
execução.

Inexecução culposa – Decorre da imperícia, da imprudência e da negligência


da parte em face das obrigações contidas em contrato. Suas repercussões
legais podem ser: as multas, a rescisão, a suspensão e a responsabilidade civil
por danos.

Inexecução sem culpa – São os eventos externos e inerentes à vontade das


partes contratantes, que obstam a execução do contrato, sem trazer a
obrigatoriedade da indenização para a reparação de danos.

Justificativas para Inexecução do Contrato

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Força maior – Evento humano, imprevisível e inevitável que impossibilita a
execução do contrato.

Caso fortuito – Evento natural que cria obstáculo imprevisível e inevitável à fiel
execução do contrato.

Fato do Príncipe – Determinação que parte da Administração Pública, que


onera em demasia a continuidade de execução do contrato de forma genérica.

Fato da Administração – Falta, por omissão da Administração, em face do


contrato, o que vem a retardar ou impedir a sua efetiva execução de forma
específica.

Estado de perigo – Constante no novo Código Civil. É a obrigação excessiva


suportada por quem se salva ou salva alguém da família, e, por conseguinte,
tem dificuldades em executar o contrato.

Lesão – Conforme o novo Código Civil, ocorre quando pessoa, obrigada por
contrato administrativo, assume prestação desproporcional à sua capacidade.

Consequências - A inexecução gera conseqüências civís e administrativas,


dentre as quais podemos citar: a reparação por responsabilidade civil ou
administrativa, a suspensão provisória e a declaração de inidoneidade.

LICITAÇÃO

Procedimento administrativo que precede a celebração do contrato


administrativo, sendo sua efetivação obrigatória, com exceção dos casos
previstos em lei (Lei 8.666/93). Sua principal função é destacar as propostas

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que melhor atendam ao interesse público. Seus princípios de formação são:
procedimentos formais, publicidade, isonomia de tratamento dos licitantes, sigilo
na apresentação de propostas, vinculação de edital ou convites, julgamento,
adjudicação compulsória ao vencedor e probidade administrativa.

Procedimento Formal – Respeito às exigências legais contidas em lei


específica, regulamentos, caderno de obrigações, edital e carta convite. Não se
confunde com formalismo legal, possuindo certa flexibilidade.

Publicidade - Todos os atos pertinentes à licitação têm que ser públicos,


devidamente publicados e divulgados nos meios cabíveis.

Isonomia de tratamento – As cláusulas contidas nos editais e convites não


podem conter qualquer tipo de discriminação aos participantes da licitação.

Sigilo na Apresentação das Propostas – Ato pelo o qual se preserva a


proposta apresentada pelo licitante do prévio conhecimento das propostas dos
outros licitantes.

Vinculação de Editais e Convites – Obrigação da Administração Pública de


editar a forma e o modo de participação dos licitantes.

Julgamento – Critério utilizado pela administração para a escolha da melhor


proposta apresentada na licitação, em concordância com os critérios
preestabelecidos pela Administração Pública.

Adjudicação Compulsória do Vencedor – Legitimação do vencedor da


licitação.

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Probidade Administrativa – Dever do administrador público para com a
honestidade na condução das licitações.

Licitação Dispensada – ocorre quando a própria lei a declara como tal, e,


portanto, é ato vinculado não podendo o administrador escolher entre a
obrigatoriedade ou a faculdade do procedimento. A contratação se dará de
forma direta. São os casos previstos no art. 17, incisos I e II da Lei nº 8.666/93.

Licitação Dispensável – Dispensa calcada em lei, que leva em conta fatores


como o valor de obras e serviços de engenharia e de compras, os casos de
guerra ou grave perturbação da ordem, bem como de emergência ou
calamidade pública; a inexistência de interessados na licitação; a necessidade
de intervenção da União no domínio econômico; a apresentação de propostas
com preços excessivos; a possibilidade de comprometimento da segurança
nacional; a necessidade de compra ou locação de imóvel pela administração
pública; de compra de gêneros alimentícios perecíveis; a contratação de
instituição brasileira de pesquisa, ensino ou desenvolvimento institucional; a
recuperação social de presos, e outros casos previstos no art. 24 da Lei de
Licitações.

Licitação Inexigível - Ocorre quando há impossibilidade de competição entre


os concorrentes, seja pela natureza específica do negócio, seja pelos objetivos
sociais visados pela Administração, conforme o art. 25 da Lei n.º 8.666/93.

Fases da Licitação – interna – inicia-se com o procedimento licitatório


propriamente dito. A autoridade competente delimita as regras de realização, os
objetos a serem licitados, as fases, as datas e os recursos cabíveis; e externa –
audiência pública, edital ou convite, recebimento de documentação e
propostas, habilitação de licitantes, julgamento das propostas, adjudicação e
homologação.

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Anulação – Segundo artigo 49 da Lei de Licitações, toda licitação é passível de
anulação, calcada na prática de ato ilegal ou ilegítimo, podendo a anulação ser
efetivada pela própria Administração ou pelo Judiciário.

Revogação – Diferente da anulação, a revogação se opera sem prejudicar os


atos válidos. Sua aplicação, em alguns casos, pode gerar o direito à
indenização, e seus efeitos surgem após a decisão revogatória. Não se revoga
um simples ato, mas todo o procedimento, por conveniência da Administração.

Modalidades de Licitação

Concorrência – Utilizada nos contratos de obras, serviços e compras de


grande valor, admite a participação de quaisquer interessados que satisfaçam
às condições estabelecidas em edital.

Tomada de Preços – Sua característica principal é a necessidade de existência


de habilitação prévia dos licitantes, por meio dos registros cadastrais. No mais,
possui as mesmas características da concorrência.

Convite – Chamada, sem a necessidade de publicação de edital, de pelo


menos três interessados, para que, por meio dessa simples licitação, possam
ser selecionados para contratações de pequeno valor.

Concurso – Licitação destinada à escolha de trabalho técnico ou artístico,


predominantemente de criação intelectual. Dispensa a formalidade específica
da concorrência, podendo ser premiada ou remunerada.

Leilão – Licitação para venda de bens móveis, semoventes (isto é, animais), e


produtos apreendidos ou penhorados; podendo ser utilizado também, em casos

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especiais, para a venda de imóveis.

Pregão – Licitação feita por lances públicos para a aquisição de bens e


serviços comuns, qualquer que seja o valor estimado da contratação (A Lei
10.520/02 disciplina sua regulamentação).

SERVIÇOS PÚBLICOS

Prestação de serviços oriunda dos órgãos e agentes públicos, com base em


normas e diretrizes legais, com o fim de atendimento eficaz das necessidades
coletivas.

Classificação – Públicos – todos os serviços prestados diretamente pela


Administração; de utilidade pública – são os serviços prestados diretamente
pela Administração ou indiretamente por terceiros, com o fim de facilitar e dar
melhores condições de sobrevivência à coletividade; próprios – são os de
exclusividade da Administração Pública, que não podem ser delegados a
particulares; impróprios – são aqueles que não afetam substancialmente as
necessidades da comunidade, mas são fornecidos para que atendam aos
interesses comuns de seus membros; administrativos – são os serviços que
atendem às necessidades internas da Administração; industriais – os que
podem ser prestadas pela Administração, ou por terceiros sob seu controle,
com efetiva produção de renda para quem os executa; gerais (ou uti universi) –
são os mantidos por impostos ou taxas, de competência exclusiva da
Administração, para atendimento da sociedade como um todo (ex.: polícia e
iluminação pública); e individuais (ou uti singuli) – são os mantidos por taxas e
impostos, e que têm como destinatário os usuários determinados (como o
fornecimento de água e energia elétrica).

Competência – Os artigos 21 e 23 da Constituição Federal enumeram as

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competências exclusivas da União e as que permitem a atuação paralela do
Estados e dos Municípios, no que se refere aos serviços públicos por ela
prestados. De acordo com o art. 25 da Constituição Federal, aos Estados cabe
a exploração, diretamente ou mediante concessão, dos serviços locais de gás
canalizado, e aos Municípios, de acordo com o art. 30, atribui-se a competência
básica de legislar sobre assuntos de serviços locais.

Controle e Regulamentação do Serviço Público – São de competência do


poder público, mesmo tratando-se de serviços delegados a terceiros. As faltas
cometidas durante a vigência dos contratos permitem a intervenção direta da
Administração Pública.

Requisitos – Permanência (obrigação de se dar continuidade aos serviços


prestados). Generalidade (igualdade na execução dos serviços em favor da
sociedade). Eficiência (os serviços devem ser prestados de forma
aperfeiçoada). Cortesia (respeito ao público beneficiado pelos serviços
prestados). E modicidade (serviços prestados a custos aceitáveis).

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

Autarquia (art. 37, inciso XIX, da Constituição Federal) – Pessoa jurídica de


direito público, criada por lei com autonomia interna e controle externo (exercido
pela entidade estatal a que pertencem). É uma forma de descentralização
administrativa para a prática de um serviço público, que não esteja ligado a
atividades industriais e econômicas (de interesse coletivo – como saúde, cultura
e meio ambiente). Suas principais características são: criação por lei;
personalidade jurídica de direito público; patrimônio próprio; auto-
administração; e controle estatal com função basilar pública. Por serem
extensões do poder público, sua criação tem as seguintes características: seu
patrimônio inicial é formado por bens móveis e imóveis da entidade estatal a

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que pertencem; seus bens e rendas são considerados públicos; seus contratos
estão sujeitos à Lei de Licitação; têm controle externo; e seus funcionários são
considerados servidores públicos, com todos os direitos e deveres do cargo.
Existem autarquias de regime especial, cujas função e criação devem ser
especificadas por lei.

Fundações Públicas - são Entidades integrantes da Administração Pública


Indireta, formadas por um patrimônio personalizado, destacado por um fundador
(no caso da Fundação Pública, vinculado a uma das esferas de governo) para
uma finalidade específica. Não podem ter fins lucrativos, mas, nada impede que,
pelos trabalhos desenvolvidos o lucro aconteça. Neste caso, esta receita não
poderá ser repartida entre seus dirigentes, devendo, ser aplicada na função
específica para qual a entidade fora criada, ou seja, no âmbito interno da própria
Fundação.

Empresas Governamentais ou Estatais – Todas as empresas que estão sob


controle do governo, dentre essas, as empresas públicas e as sociedades de
economia mista.

Empresas Públicas – Empresas com capital exclusivamente público,


personalidade jurídica de direito privado, autorizadas por lei, que atuam em
favor da Administração Pública. Estão sujeitas aos ordenamentos de empresas
privadas com liberdade de organização.

Sociedade de Economia Mista – Pessoa jurídica de direito privado, cujo


capital e administração pertencem em parte ao poder público. Sua atuação está
vinculada ao interesse coletivo, podendo auferir lucros. Tem imposições legais a
serem cumpridas, regendo-se pelas normas das sociedades mercantis.

Agências – Forma de regulação e fiscalização da administração pública, que


se manifesta por meio de órgãos destinados a esse fim, com função

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administrativa regulada em lei. Exemplo: Anvisa – Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. São de duas espécies: as agências executivas têm
previsão legal nos decretos 2.487 e 2.488, de fevereiro de 98, e sua função
basilar é a reestruturação e o desenvolvimento institucional dos ministérios a
que estão ligadas. As agências reguladoras têm como função basilar regular os
contratos de concessão e permissão de serviços públicos.

SERVIDOR PÚBLICO

São todos os agentes que, de forma permanente ou temporária, exerçam uma


função pública, com fornecimento de trabalho aos órgãos da União, dos
Estados e dos Municípios. O servidor público difere-se dos demais agentes
públicos, pela efetividade da prestação de serviços, a qual tem caráter
definitivo.

Classificação

Os servidores públicos são classificados como: civis e militares; comuns e


especiais; estatutários (os funcionários cuja relação jurídica é regida por
estatutos), trabalhistas (os regidos pela CLT – Consolidação das Leis do
Trabalho) e temporários (os servidores especiais contratados por tempo
limitado).

Acesso ao Serviço Público – Geralmente é feito por concurso público, para


cargos de exercício definitivo, mas existem outras modalidades de aceso ao
serviço público, por meio de nomeação e contratação, as quais podem ter
caráter temporário.

Cargos, Empregos e Função Pública – Cargo público é o local na estrutura


da Administração Pública onde as pessoas ocupam e exercem as suas
atribuições; os cargos públicos podem ser classificados quanto ao provimento

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em cargos efetivos e cargos comissionados (em comissão, de confiança), e
quanto à qualificação em cargos de nível técnico e cargos de nível científico.

Empregos são atividades laborais exercidas na Administração Pública Indireta,


sob o Regime Jurídico Celetista. Função pública é o status que o servidor
público ocupa na estrutura da Administração; cuidado para não confundir a
Função de Confiança (exercida exclusivamente pelo servidor estatutário) com a
Função Pública do Contratado (local na estrutura da Administração Pública
ocupada pelo temporário vinculado ao Regime Administrativo Especial).

Acumulação – É vedada pela Constituição de 1988 (art. 37, incisos XVI e


XVII), a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções públicos, na
administração direta, nas sociedades de economia mista e nas empresas
controladas pelo poder público. Observar as exceções previstas quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto
no inciso XI: dois cargos de professor; um cargo de professor com outro
técnico ou científico e dois cargos ou empregos privativos de profissionais de
saúde, com profissões regulamentadas.

Estabilidade – Garantia constitucional de permanência do servidor público em


suas funções, após o cumprimento de tempo em estagio probatório (de três
anos).

Perda do Cargo – Só ocorre mediante sentença judicial transitada em julgado,


processo administrativo que assegure ampla defesa, ou insuficiência de
desempenho (esta última instituída pela Emenda 19/98).

Os cargos públicos podem ser extintos, ficando o servidor em disponibilidade


até seu reaproveitamento, com direito aos vencimentos do cargo. No caso de
demissão injusta, pode o servidor, mediante intervenção do judiciário, ter direito
à reintegração no serviço público.

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Aposentadoria – Direito que os servidores têm após cumprimento do lapso de
tempo previsto em legislação pertinente. A aposentadoria será proporcional ao
tempo de contribuição, quando ocorrer por invalidez. Será compulsória, quando
o servidor completar 70 anos , com proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar, e
voluntária, quando requerida pelo servidor.

Direitos, Deveres e Responsabilidades dos Servidores Públicos – Direitos:


garantia de salário, 13º salário, remuneração noturna, salário família, jornada de
oito horas, repouso semanal enumerado, férias, licença maternidade e outros
legalmente previstos. Deveres: lealdade, obediência e conduta ética. No que se
refere às responsabilidades, os servidores podem responder por seus atos,
administrativa ou judicialmente; por atos de responsabilidade administrativa
(violação de normas internas), de responsabilidade civil (obrigação de reparar a
administração por dano causado) e de responsabilidade criminal (crimes
funcionais).

BENS PÚBLICOS (DOMÍNIO PÚBLICO)

Bens que compõem todo o patrimônio da Administração Pública, podendo ser


públicos ou privados. Os bens públicos podem pertencer à União, aos Estados
ou aos Municípios, e classificam-se em três categorias: os de uso comum
(mares, rios estradas...); os de uso especial (edifícios e terrenos da
administração pública) e os dominicais (bens pertencentes ao direito público,
com estrutura de direito privado, como as terras devolutas e os prédios públicos
desativados). Características dos bens públicos: inalienabilidade,
imprescritibilidade, impenhorabilidade e impossibilidade de oneração. Os Bens
públicos podem ser utilizados da seguinte forma: por autorização de uso
(autorização da administração para que o particular, de forma graciosa ou não,
use o bem público com exclusividade); por permissão de uso (a administração

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faculta ao particular a utilização individual); por concessão de uso (celebração
mediante contrato, com atribuição de utilização exclusiva do bem); por
concessão de direito real (transferência de uso visando o interesse social); e
por cessão de uso (nesse caso, há transferência gratuita da posse de um para
outro órgão).

Intervenção do Estado na Propriedade Privada

Ocorre sempre que o interesse público sobrepõe o particular, para, de forma


compulsória, retirar ou restringir direitos sobre a propriedade privada, por
necessidade pública, utilidade pública ou interesse social.

Desapropriação – Transferência compulsória da propriedade para a


Administração Pública, devido a interesse de cunho coletivo. Principais
características: não aceita reivindicação, haja vista a inexistência de título
anterior; tem marco com publicação de decreto de desapropriação (na fase
declaratória), e devida indenização com transferência da propriedade (na fase
executória); necessita ser precedida de declaração expropriatória (com
indicação do bem e sua destinação); é aplicável a todos os bens e direitos
patrimoniais, com exclusão dos direitos personalíssimos; incide sobre a posse
legítima ou de boa-fé, e sobre ações, quotas e direitos. Além disso, cabe
ressaltar que a desapropriação pode ocorrer de forma amigável, mediante
acordo entre as partes (pela via administrativa), ou por processo judicial, no
caso de desacordo sobre o valor da indenização. A desapropriação pode ainda
vir precedida de imissão na posse, em caso de urgência, e o bem expropriado
pode ser utilizado para outros fins (sempre tendo em vista o interesse coletivo).
A expropriação pode ser anulada pelo poder judiciário, assim como o bem pode
ser reavido, mediante retrocessão, quando o expropriante não der ao imóvel a
destinação pública mencionada no ato de expropriação.

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Servidão – Ato pelo qual a Administração Pública usa um imóvel particular sem
a transferência do domínio ou da posse.

Requisição – Utilização coercitiva de bem particular pelo poder público.

Ocupação temporária – Utilização de bens particulares, com ou sem ônus,


para execução de serviços ou atividades públicas.

Tombamento – Ato declaratório, editado pelo poder público sobre bem imóvel,
com interesse em sua preservação.

Limitação administrativa – Intervenção na propriedade particular, com o fim


de obrigar o proprietário a fazer, não fazer ou deixar de fazer imposição editada
pela administração.

RESPONSABILIDADE CIVIL ESTATAL

É a obrigação de reparar danos patrimoniais, mediante devida indenização, por


parte do Estado. Tal reparação tem base doutrinária em três teses: a teoria da
culpa administrativa – independente da culpa subjetiva, responde a
administração por sua falta em relação ao serviço que deveria prestar; a teoria
do risco administrativo – basta a comprovação da lesão praticada pela
administração; e a teoria do risco integral - segundo a qual a responsabilidade
de indenizar é integralmente da administração, independente de o dano ser
resultante de culpa ou dolo do agente passivo.

Responsabilidade Civil e Direito Pátrio – No Brasil a teoria aceita é a da


responsabilidade objetiva, segundo a qual é afastada a responsabilidade do
servidor e imposta a responsabilidade à Administração Pública. Entende-se que

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o servidor, ao prestar serviços à administração, tem cobertura de seus atos,
pelo fato de a administração assumir o risco proveniente de sua execução.

Não obstante, deve ser aferida, quando do evento danoso, a ocorrência dos
requisitos da responsabilidade civil, ou seja, imprudência, imperícia e/ou
negligência. Resta por afastado o direito à indenização, a ser paga pelo poder
público, no evento natural e no ato danoso provocados por terceiros sob sua
responsabilidade territorial. Exemplo: o dano oriundo de greve (salvo
demonstração de responsabilidade). No que diz respeito aos atos
administrativos e judiciais, estes só serão indenizados se comprovada a culpa
manifesta em sua expedição. Reparado o dano pela Administração Pública,
pela via judicial ou mediante acordo amigável, tem esta o direito de reaver os
valores pagos, por meio de ação de regresso a ser proposta contra o servidor
causador dos danos.

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