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É com satisfação que apresentamos o presente Projeto de Lei, que institui o PLANO
MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL do Município de Taquara, RS.
O PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL realizou um
diagnóstico das condições gerais do meio rural de nosso Município, destacando-se que sua
elaboração decorreu de um esforço e colaboração coletiva, na qual participaram diversas instituições,
todas nominadas no respetivo trabalho, além da participação direta e democrática dos cidadãos,
através das várias oficinas de trabalho realizadas diretamente nos distritos rurais.
Neste sentido, o PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL foi
elaborado mediante verdadeiro exercício de democracia participativa, com ampla liberdade de
opinião e importante apoio e estímulo por parte do Poder Legislativo.
Tal esforço comunitário resultou neste diagnóstico, não somente das potencialidades,
mas também das carências e necessidades identificadas para que o Poder Público, e a própria
comunidade, busque ações visando melhorar a vida no meio rural, possibilitando seu
desenvolvimento.
Assim o PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL está sendo
apresentado para compor a legislação municipal, estabelecendo diretrizes com força normativa para
implementação das políticas públicas voltadas ao meio rural, não somente pela atual administração,
mas como diretriz do Município de Taquara, instituindo orientação para a atividade estatal e privada
em prol do desenvolvimento da comunidade rural.
Atenciosamente,
PLANO MUNICIPAL DE
DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
Taquara, 2017
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
COORDENAÇÃO:
Prefeitura Municipal de Taquara Conselho Municipal de
Desenvolvimento Agropecuário EMATER/RS-ASCAR
ELABORAÇÃO:
Prefeitura Municipal de Taquara
Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário
EMATER/RS-ASCAR
Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT
Sindicato dos Trabalhadores Rurais
Sindicato dos Produtores Rurais
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
Colaboradores diretos:
GESTÃO 2017
PREFEITO MUNICIPAL:
VICE-PREFEITO MUNICIPAL:
DIRCINEI ANTONELO
DIRETOR DE AGRICULTURA:
TELMO VIEIRA
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ..........................................................................................................7
1.1. Fundamentação Legal ..............................................................................................8
2. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO.....................................8
2.1. Histórico ..................................................................................................................10
3. DIAGNÓSTICO .............................................................................................................12
3.1. Dados Geográficos, Ambientais e Socioeconômicos ..............................................12
3.2. Meio Ambiente ........................................................................................................13
3.2.1. Hidrografia ...................................................................................................... 14
3.2.2. Clima ............................................................................................................... 15
3.2.3. Solos ................................................................................................................ 15
3.2.4. Flora e Fauna ................................................................................................... 16
3.2.5. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças Ambientais .......................17
3.3. Economia .................................................................................................................18
3.3.1. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Economia Rural .....19
3.4. Educação ..................................................................................................................21
3.4.1. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Educação ...............23
3.5. Qualidade de Vida ...................................................................................................23
3.5.1. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças da Qualidade de Vida .......25
3.6. Organização Social e Política ..................................................................................26
3.6.1. Conselhos Municipais que Envolvem o Meio Rural .......................................26
3.6.2. Administração Distrital no Meio Rural ........................................................... 27
3.6.3. Organizações Coletivas e Espaços Representativos do Meio Rural ................28
3.6.4. Organizações de Defesa de Direitos ................................................................ 28
3.6.5. Políticas públicas em execução para o meio rural ...........................................29
3.6.5.1. Serviço de Inspeção Municipal (S.I.M.) .................................................. 29
3.6.6. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Organização
Sociopolítica .................................................................................................... 29
3.7. Infraestrutura ........................................................................................................... 30
3.7.1. Internet ............................................................................................................. 31
3.7.2. Segurança ........................................................................................................ 31
3.7.3. Transporte e Malha Viária ............................................................................... 31
3.7.4. Abastecimento de Água e Saneamento Básico................................................32
3.7.4.1. Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos ................................................. 32
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
Figuras:
Figura 1 – Localização do município de Taquara no mapa do Rio Grande do Sul...............9
Figura 2 – Localização do município de Taquara no mapa da região.................................... 9
Figura 3 – Principais cursos de água do município.................................................................. 14
Figura 4 – Mapa do uso e ocupação do solo............................................................................ 17
Figura 5 – Distritos do município.............................................................................................. 27
Figura 6 – Localização e diagrama da estrutura viária............................................................ 30
Tabelas:
Tabela 1 – Principais atividades geradoras de empregos nos municípios da região VP.......42
Tabela 2 – Massa salarial gerada nos municípios da região VP.............................................. 43
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
1. APRESENTAÇÃO
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
2.1. Histórico
O topônimo Taquara é proveniente de cerrada vegetação de bambus silvestres
(taquaral) que cobriam as margens do rio dos Sinos. Até a chegada dos primeiros europeus à
região, no século XVI, a mesma era habitada pelos índios carijós. O território de Taquara fez
parte da sesmaria concedida em 1814 a Antônio Borges de Almeida Leães, que, em 20 de
junho de 1845, a vendeu a Tristão José Monteiro e Jorge Eggers. No ano seguinte, em 4 de
setembro de 1846, o território passou a ser propriedade exclusiva de Tristão Monteiro, quando
se iniciou o processo de colonização alemã e outras etnias, através da Colônia de Santa Maria
do Mundo Novo, formada pelas famílias: Família Ritter (alemã); Família Lahm (alemã); Família
Schirmer (alemã); Família Krummenauer (alemã); Família Schäfer (alemã); Família Klein
(alemã); Família Lambert (alemã); Família Laux (alemã); Família Jacoboski (polonesa); Família
Raimondo (Italiana); Família Fischer (alemã); Família Belmonte (Espanhola); Família Petry
(alemã); e Família Korndörfer (alemã).
A colônia se dividia em três seções: Baixa Santa Maria - hoje Taquara, Média Santa
Maria - hoje Igrejinha e Alta Santa Maria - hoje Três Coroas. Foi na Média Santa Maria que
Tristão Monteiro construiu a primeira casa de alvenaria do vale, a chamada "Casa de Pedra".
Esta casa foi construída para instalar a capatazia e o armazém de abastecimento dos primeiros
colonos e do pessoal que procedia a medição das terras do vale.
Taquara do Mundo Novo possuía expressiva atividade mantenedora e integradora do
comércio nascente e diversificado da região agropastoril do Vale dos Sinos com a do rio
Paranhana e a serra, com os centros de São Leopoldo e Porto Alegre. Observando-se o mapa
das estradas e vales dos Sinos e Paranhana, ao fim do século XIX e no início do século XX,
pode-se conferir que Taquara, em sua posição geográfica, naturalmente serviu de
"encruzilhada", uma vez que se situa no cruzamento para a serra, para a capital, litoral e outros
centros.
Os meios de transporte se desenvolveram e se adaptaram em função das condições
geográficas. Como as colônias ficavam distantes umas das outras, na região de planaltos e
montanhas, utilizou-se o tropeirismo. Aproveitou-se, na planície, o rio dos Sinos para
transporte fluvial, onde era escoada a produção da colônia. Verifica-se que o transporte fluvial
foi fundamental para o desenvolvimento da região, uma vez que a produção era transportada
pelo rio, assim como os estabelecimentos comerciais que foram surgindo eram abastecidos
pelo transporte fluvial. A produção de farinha de mandioca, além de Porto Alegre, era
exportada para o nordeste brasileiro, existindo inúmeras atafonas na margem esquerda do rio
do Sinos. Além da farinha de mandioca, eram produzidos na colônia e exportados via rio:
banha de porco, arroz, feijão, milho e batata inglesa.
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
A navegação fluvial conheceu seu auge entre 1870 e 1910, mas continuou com um
movimento satisfatório até 1930. Na década de 40 foi o próprio desenvolvimento criado por
ela que exigiu novos e mais ágeis meios de transportes. Observa-se que a primeira ferrovia
gaúcha foi uma resposta ao crescimento da zona de colonização alemã do Vale do Rio dos
Sinos e à demanda da produção colonial desta região. Construída com tecnologia britânica,
estimulou a produtividade da região, conduzindo para a construção de novos caminhos e
ferrovias, como o prolongamento de Novo Hamburgo à Taquara em 1903, e em 1924 já se
estendia até Canela. Na década de 1950 o Brasil sofreu um processo de industrialização que
provocou um aumento na frota veicular e na malha rodoviária. Como consequência as estradas
de ferro começam a ser desativadas em diversos pontos do país na década de 1960. Em 1963
ocorre a suspensão do tráfego na estrada de ferro entre Taquara e Canela, e em 1964 foi
desativado o trecho entre Taquara e Novo Hamburgo.
Os principais produtos comercializados eram batata inglesa, mandioca, milho, feijão e,
mais tarde, o piretro. Na década de 1930, Taquara figurava entre os maiores produtores de
feijão preto do Estado. O Piretro é uma planta conhecida cientificamente como Chrisanthemun
Cinerariafolium. De suas flores secas extraem-se as substâncias chamadas piretrinas. O auge
da produção aconteceu durante a II Guerra Mundial, quando o bloqueio nazista à África do
Sul impedia que a planta produzida naquele país fosse comercializada com os Estados Unidos,
que passaram a importar o piretro gaúcho. A produção de Taquara chegou a atingir 1,1 milhão
de quilos por ano, tornando-se a maior produtora mundial de piretro. Após a II Guerra
Mundial, o surgimento de inseticidas capazes de substituir o piretro criou uma crise no setor
levando ao decréscimo do cultivo do piretro em Taquara.
De 1940 a 1960 ocorreu a maior expansão econômica e física do município,
contribuindo para este fato, a expansão da agroindústria através, principalmente, da produção
dos moinhos de beneficiamento de milho e mandioca. A fertilidade da região do Vale do
Paranhana, em especial as várzeas dos rios dos Sinos, Paranhana, Rolante e da Ilha, tornou-a
referência para produção leiteira do Estado. Em 1958, foi instalada uma usina de resfriamento
de leite em Taquara. No início da década de 1960 foi instalada a pasteurização e o primeiro
equipamento de desidratação de leite por sistema de evaporação em tachos com azulejos. Nos
anos 1980, a produção teve um rápido declínio, decorrente, entre outros fatores, da baixa
produção individual dos tambeiros, da baixa remuneração do leite e os, constantes atrasos nos
pagamentos mensais da indústria. Outro fator para o declínio da produção local foi a
dificuldade dos pequenos produtores em acompanhar o desenvolvimento tecnológico e o nível
de produtividade necessários para se manter na atividade, cujo mercado passou a ser disputado
cada vez mais pelas grandes empresas privadas.
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
3. DIAGNÓSTICO
A seguir serão apresentadas informações em relação à situação atual do município,
abrangendo aspectos ambientais, geográficos, socioeconômicos, políticos, assim como os
aspectos relacionados à educação, qualidade de vida, infraestrutura e à produção agropecuária.
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
3.2.1 Hidrografia
O município de Taquara é banhado pelos rios dos Sinos, Padilha, da Ilha, Paranhana (Santa
Maria) e Rolante e por mais 25 arroios. O município de Taquara pertence a bacia hidrográfica do rio
dos Sinos que tem no rio Paranhana seu principal afluente, que nasce nas encostas da Serra, no
município de Canela, cortando parte daquele município e também o de Três Coroas e Igrejinha.
Entrando no município de Taquara, o rio Paranhana contorna a zona urbana e desemboca na
margem direita do rio dos Sinos. Em sua margem esquerda recebe as águas do Arroio Taquara que
nasce nas imediações da vila Santa Rosa e atravessa toda a cidade.
O rio da Ilha é o de menor porte do município, afluente do rio dos Sinos pela sua
margem direita, nasce também na Serra do Nordeste. Já o rio Rolante nasce no município de
São Francisco de Paula, correndo pelos municípios de Rolante, Riozinho, Santo Antônio da
Patrulha, Taquara e deságua no rio dos Sinos pela sua margem direita. Os cursos d’água do
município totalizam cerca de 682 km de extensão total, sendo 648 km na zona rural e 34 km na
zona urbana.
Figura 3: Principais cursos de água do município de Taquara
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3.2.2 Clima
O clima do município de Taquara, de acordo com a classificação de Wladimir Köppen,
é subtropical tipo cfa com média de temperatura máxima de 26,8°C e média da temperatura
mínima de 13,7°C, com precipitação pluviométrica média anual de 1.459 mm bem distribuídas.
Predominância de ventos de sudeste para noroeste e umidade relativa do ar média de 76%,
portanto, pode-se dizer que o município possui um microclima com características tropicais,
conforme demonstram os principais parâmetros de avaliação do clima (Quadro3).
3.2.3 Solos
Na região do município de Taquara são encontrados os seguintes tipos de solo
predominantes: Os Argissolos Vermelhos-Amarelos (Pva8) e os Cambissolos Háplicos (Ce1). A
seguir serão apresentadas as principais características desses solos.
- Argissolos Vermelhos-Amarelos (Pva8): Este solo é caracterizado por sua textura
arenosa/argilosa, arenosa/média e média/argilosa. O relevo da região é suave ondulado e
ondulado devido ao substrato de arenitos da Formação Botucatu (unidades Pituva e Bom
Retiro);
- Cambissolos Háplicos (Ce1): Possuem textura argilosa e o relevo é plano e
suavemente ondulado. Estes associam-se aos gleissoloseutróficos com textura argilosa e relevo
caracteristicamente plano (unidade Ciríaco).
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3.3. Economia
As atividades econômicas que surgiram a partir dos empreendimentos familiares dos
imigrantes, em grande parte de origem germânica, eram ligadas em sua maioria aos setores
industrial e comercial que detém um elevado percentual da economia do município de Taquara.
Este vem se destacando economicamente no Estado do Rio Grande do Sul (RS), uma vez que
o município possui o segundo maior PIB do COREDE Paranhana-Encosta de Serra, com
valores de aproximadamente R$ 804 milhões.
Taquara exerce potencial desenvolvimento nas áreas de comércio, diversificado em
todos os ramos, de prestação de serviços e nos setores de ensino e de saúde. Na área da
educação, além da rede pública, o município possui também estabelecimentos particulares de
grande porte, entre estes, uma instituição de ensino superior, as Faculdades Integradas de
Taquara - FACCAT.
O setor industrial se encaminha para a diversificação, sendo que, atualmente, os segmentos
mais importantes são os de calçados, produtos plásticos e laticínios. O parque industrial abriga
diversos estabelecimentos, predominando as indústrias calçadistas (alguns com expressiva
produção destinada ao mercado externo), beneficiamento de madeira, produtos químicos,
metalúrgicos, eletrônicos e produtos de alimentação (TAQUARA, 2016). Existem,
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3.4. Educação
O município passou a ter um Sistema de Ensino no ano de 2006, através da Lei
Municipal n° 3461 de 29 de junho de 2006. Fazem parte do Sistema Municipal de Ensino a
Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes, o Conselho Municipal de Educação, as
Escolas Municipais e as Escolas de Educação Infantil Privadas. Em termos de dados
educacionais, segundo informações do site: http://www.dataescolabrasil.inep.gov.br/
dataEscolaBrasil/, havia no município, no ano de 2016 e pertencentes ao sistema municipal de
educação, 36 escolas municipais, sendo 17 na zona urbana e 19 na zona rural. Do total de
escolas municipais, 9 são exclusivas de educação infantil, sendo que dessas há 7 na zona
urbana e 2 na zona rural. Em 2016, essas 36 escolas atenderam um total de 5.434 alunos.
Atualmente, Taquara conta também com uma escola exclusiva para Educação de Jovens e
Adultos (EJA), a ESTAJA (Escola Taquarense de Jovens e Adultos), com Ensino a Distância,
através de Tutorias e realização de Exames Supletivos, em nível de Conclusão do Ensino
Fundamental e de Ensino Médio (Quadro 6).
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E ainda, no ano de 2016 havia no município 11 escolas estaduais, que juntas atendiam
um total de 4.387 alunos, divididos em 8 escolas urbanas e 3 rurais. Dentre as escolas
estaduais urbanas há a Escola Técnica Estadual Monteiro Lobato – CIMOL, Centro de
Referência Profissional (antigo Colégio Industrial Monteiro Lobato), que está classificado
entre as seis melhores escolas estaduais do Rio Grande do Sul. No que concerne à rede
privada, há 7 escolas, todas urbanas, que atendem um total de 3.418 alunos. O ensino superior
é ofertado pelas Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT), instituição privada que conta
com 20 cursos de graduação e de Pós-Graduação (Especialização, MBA, Mestrado).
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Quadro 7 - Principais necessidades, pontos fortes e pontos fracos do meio rural, na área
de educação
Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades
Escolas já existentes no Faltam escolas em Escolas de turno integral
meio rural algumas localidades Campanhas de separação e reciclagem de lixo nas
Algumas escolas têm Falta de escolas de escolas
projeto de ensino ensino médio no Escola técnica para jovens
adequado ao meio rural interior do município Projetos escolares com foco na realidade rural
Campus do Instituto Analfabetismo Hortos comunitários nas escolas
Federal de Educação, Faltam creches em Reativação da escola agrícola da Linha Gonzaga
Ciência e Tecnologia do várias comunidades Educação da população urbana sobre consumo de
Rio Grande do Sul em rurais produtos orgânicos
Rolante Falta de escolas Realização de atividades com alunos das escolas
urbanas nas propriedades rurais a fim de
Transporte escolar agrícolas promover
a valorização e incentivo à forma de vida no
meio
rural
Fonte: Resultados de reuniões com a população rural em 2017
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3.7. Infraestrutura
O município de Taquara está localizado no vale do rio Paranhana, na Encosta da Serra
Gaúcha, nordeste do Estado do Rio Grande do Sul. Tem como limites a Região Metropolitana de
Porto Alegre – RMPA, ao sul, e a Região das Hortênsias (polarizada pelas cidades turísticas de
Canela e Gramado), ao norte. Esta posição confere a Taquara um caráter de transição entre as
conurbações urbanas da região metropolitana e as cidades do interior do Estado. Taquara apresenta
uma área rural bastante significativa, padrões de vida (segurança, tráfego, lazer, etc.) diferenciados,
e baixa densidade populacional se comparada a outras cidades da RMPA.
3.7.1 Internet
A internet (acesso digital) na área rural é deficiente, sendo um dos fatores mais
lembrados pelos jovens agricultores sobre a vontade de abandonar o campo. Igualmente, o
agricultor familiar necessita de acesso digital para troca de informações, venda dos produtos da
agricultura, novos negócios com vista a diversificação econômica.
3.7.2 Segurança
Taquara conta com o 1º BPaT da Brigada Militar, com unidades do Comando
Rodoviário da Brigada Militar e com unidades de policiamento ambiental. A Polícia Civil
mantém uma delegacia regional e o sistema prisional se faz presente em Taquara com uma
unidade. Com relação à vigilância e combate a incêndios conta com uma unidade do Corpo de
Bombeiros Estadual.
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3.7.6 Telefonia
Há serviços de telefonia fixa e móvel. As principais operadoras de telefonia, segundo a
ANATEL, são: Vivo, Tim, Claro e Oi. A Abrangência dos serviços de telefonia móvel atende a
totalidade da área urbana e de maneira parcial a área rural, sendo que há mais garantia de
prestação do serviço em regiões próximas ao centro urbano.
3.7.7 Habitação
O quadro 13, abaixo, demonstra os indicadores de habitação no município de Taquara
segundo dados do PNUD (2014).
Quadro 13 - Indicadores de habitação do município de Taquara.
Indicadores de Habitação 1991 2000 2010
% da população em domicílios com água 89,41 94,30 96,65
encanada
% da população em domicílios com 96,35 98,73 99,63
energia elétrica
% da população em domicílios com 84,03 96,40 99,38
coleta de lixo (pop urbana)
Fonte: PNUD, 2014.
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1) Olericultura
Potencial: Cultura tradicional no município, possui forte potencial para a produção
orgânica ou agroecológica. O mercado representa grandes oportunidades a serem exploradas.
Fornecimento pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) adequado e bem
planejado, com resultados consolidados. Há possibilidade de ampliação em feiras, eventos,
mercados, restaurantes, entre outros.
A qualificação da produção, tecnificando-a e melhorando os aspectos produtivos e
ambientais é uma excelente opção de melhoria de renda.
Dificuldades: Falta de planejamento mais adequado ao alto potencial de
comercialização da cidade e região. Alta umidade média relativa do ar, combinado com altas
temperaturas médias, o que favorece o surgimento de doenças. Eventos climáticos isolados,
como granizo, ventos fortes e enchentes. Ausência de consciência maior dos consumidores
para o consumo de produtos locais, o que incentivaria as cadeias curtas.
2) Fruticultura
Potencial: Culturas predominantes de citros (laranja, tangerina e limão com 145
hectares), banana (70 hectares), goiaba (30 hectares), entre outros, como melancia, pêssego,
maçã, uva, maracujá, pitaya, jabuticaba, morango. A produção de goiaba é voltada basicamente
para a indústria de alimentos. Os demais produtos são vendidos nos mercados, feiras e PNAE.
A ampliação dos pomares encontrará ambientes favoráveis para o escoamento da produção via
indústria e abastecimento local e regional.
Dificuldades: Alta incidência da praga da mosca-da-fruta, devido ao clima favorável à
sua proliferação.
3) Bovinocultura de corte
Potencial: O rebanho corresponde a mais de 21 mil cabeças. Outros animais de médio
porte: Ainda há 1.200 equinos, 700 bubalinos, 300 caprinos e 1400 ovinos (SEAPI/RS e
EMATER/RS 2016). O mercado representa grandes oportunidades a serem exploradas.
Dificuldades: Baixo preço pago pelo kg do boi vivo. Há a necessidade de um
abatedouro municipal para eliminar os atravessadores. Propriedades de tamanho médio
reduzido e falta de manejo adequado dos animais e pastagem. Há necessidade da disseminação
e entendimento dos produtores sobre boas práticas de criação, manejo e melhoria em
pastagens. O município necessita serviço de inspeção e credenciamento junto aos sistemas
SUSAF e SISBI para alavancar a produção e comercialização.
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4) Bovinocultura de leite
Potencial: O rebanho corresponde a cerca de 4 mil cabeças leiteiras e a produção gira
em torno de 3 milhões de litros por ano. Há usina particular de beneficiamento de leite no
município.
Dificuldades: Baixa produtividade. Baixa organização coletiva entre os produtores.
Baixo preço recebido pelo produtor. Baixa compatibilidade entre genética do rebanho e
ambiente. Inadequação no manejo das pastagens. Baixa especialização tecnológica e alta
incidência de ectoparasitas. Há necessidade de maior flexibilização do município ao produtor
para a legalização de agroindústrias de laticínios e derivados, como queijos e iogurtes.
5) Silvicultura
Potencial: Empregada em 792 hectares, a silvicultura contempla principalmente acácia,
eucalipto e pinus. Há várias pequenas serrarias no município. Existem tradicionais produtores
de carvão ativos. A madeira atende ao mercado local e o carvão é comercializado em várias
cidades.
Dificuldades: Processos de licenciamento ambiental.
6) Orizicultura
Potencial: O arroz é cultivado em 880 hectares licenciados. Cultura de alta
produtividade e solo propício. Fácil acesso das estradas e proximidade ao maior mercado
consumidor do estado (região metropolitana). Existe o cultivo do arroz sequeiro pela
agricultura familiar em algumas localidades.
Dificuldades: Disponibilidade de água para o arroz irrigado varia de acordo com a
época do ano. Não há estrutura de secagem, armazenamento e beneficiamento. Estes
processos ocorrem em município vizinho. Uma característica da cultura é sua produção em
terras arrendadas.
7) Apicultura
Potencial: O mel produzido na região é de alta qualidade, premiado internacionalmente
em congressos sobre o tema. Esta qualidade é devido à biodiversidade da proximidade da Mata
Atlântica. O mel é exportado para outros países por uma indústria do município. A atividade
agrega renda à agricultura familiar.
Dificuldades: Melhor organização da associação dos apicultores. Safra varia de acordo
com o clima e a floração. Espécies exóticas invasoras representam um risco ambiental e
interferem na qualidade do mel, como a árvore conhecida como uva-do-japão.
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8) Piscicultura
Potencial: A atividade é desenvolvida em torno de 100 hectares de lâmina de água, em
açudes de água doce. As espécies. O município possui uma agroindústria familiar de
processamento de pescado. O peixe é introduzido na Merenda Escolar. As principais espécies
criadas são carpas (capim, húngara, prateada e cabeça-grande) e tilápia. Há grande consumo na
região, na feira tradicional, em mercados, na Feira da Semana Santa e na Festa da Carpa,
evento tradicional do município.
Dificuldades: Melhor organização da associação dos piscicultores. O município
necessita serviço de inspeção e credenciamento junto aos sistemas SUSAF e SISBI para
alavancar a produção e comercialização. Processos de licenciamento ambiental para abertura,
reforma e conserto de açudes.
9) Cana-de-açúcar
Potencial: Cultura tradicional no município, sua produção corresponde a 120 hectares
de área de cultivo, utilizada tanto para produção de forragem para alimentação animal, quanto
para produção de melado, aguardente e açúcar mascavo.
O clima é favorável ao desenvolvimento da cultura, a qual apresenta boa produtividade
em função das temperaturas médias anuais. Foi e é alternativa importante de alimentação dos
bovinos de leite e de corte do município. O melado é utilizado como insumo para a produção
de doces de agroindústrias de toda a região.
Dificuldades: É uma atividade com características predominantemente artesanais e que
utiliza mão-de-obra não mecanizada, o que implica na penosidade do trabalho. Lavouras não
uniformes, pouco tecnificadas.
10) Mandioca
Potencial: Cultivo tradicional na região, ocupa 360 hectares e é produzida há séculos.
Cultura de alto rendimento, bem adaptada ao clima e solo e de fácil comercialização, vendida
in natura ou descascada congelada, e também na alimentação animal. Há grande consumo em
toda a região.
Dificuldades: Ocasionalmente, excessos de chuva e enchentes podem afetar a produção.
11) Milho
Potencial: É produzido em 450 hectares, para silagem e grão. A produção da silagem é
destinada à alimentação animal e também comercializada a terceiros. Os grãos são utilizados
basicamente para a alimentação animal. Existe uma política pública estadual executada pelo
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Sindicato dos Trabalhadores Rurais que movimenta cerca de 6.500 kg de sementes (Programa
Troca-troca de Sementes).
Dificuldades: Não há moinhos comerciais para beneficiamento do grão no município.
Foi realizada uma busca de informações sobre a estrutura do mercado de trabalho formal da
região Vale do Paranhana, potencial consumidora de bens e serviços produzidos em Taquara,
levando em consideração o número de empregos formais e a massa salarial gerada por esses
empregos. Com isso, posteriormente, poderá ser estimado o potencial de comercialização dos
produtos agropecuários, alimentares ou energéticos, e dos serviços agroalimentares, ambientais e
turísticos do município de Taquara, baseado em uma estimativa preliminar do potencial gerado pela
massa salarial (formal) da região. Os dados utilizados são de 2013 e foram disponibilizados pelo
sistema RAIS-CAGED, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Na tabela 5, a seguir,
apresentam-se os números referentes às principais atividades produtivas geradoras de empregos
formais em cada um dos municípios da região e no total da região.
Para efeito de comparação, apresentam-se também os dados de emprego referentes a
essas mesmas atividades no Rio Grande do Sul, em 2013. Foram apresentadas apenas as
atividades que empregaram, em 2013, mais de 300 pessoas. Verificou-se que o número de
empregados na produção de calçados e seus componentes (couro e material sintético) na
região representa mais de 30% do total dos empregos desse setor no estado, enquanto que o
setor calçadista representa em torno de 50% dos 60 mil empregos gerados na região Vale do
Paranhana (Tab. 1).
Com relação ao número de empregos, verificou-se que nos municípios pertencentes à
região Vale do Paranhana, individualmente, de 50% a 60% do total dos empregos de cada
município são gerados no setor de fabricação de calçados (couro e material sintético) e de
componentes para este produto final. No entanto, em Taquara essa proporção não chega a
20%, porque o município diversificou as suas atividades produtivas, tendo grande importância
as atividades pertencentes aos setores de serviços, com destaque para as atividades de
comércio varejista (Tab. 1). Verifica-se que diversos subsetores do comércio varejista estão
presentes no município, como é o caso de alimentos (supermercados), peças para veículos,
eletrodomésticos e ferragens, juntamente com os serviços de transporte rodoviário de
passageiros, educação superior e restaurantes, mas não há nenhuma atividade produtiva
importante ligada diretamente à agropecuária, à agroindústria ou ao rural.
41
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
composição da renda gerada pelos salários pagos (massa salarial) pelas empresas desses
setores da região, com essas atividades gerando mais de 43% do total da massa salarial da
região, aproximadamente R$ 41 milhões por mês (Tab.2).
Tabela 2 – Massa salarial gerada nos municípios da região VP em 2013 - em R$
IGREJINH TRES
Setores A PAROBE RIOZINHOROLANTE TAQUARA COROAS VP
94.791.20
Total 22.648.800 23.459.400 2.231.600 9.871.60019.466.600 17.113.200 0
Fabricação de calçados de 1.184.60 30.954.00
couro 7.545.400 10.704.400 943.200 3.344.600 0 7.231.800 0
Administração pública em 3.246.20 12.490.80
geral 2.386.600 3.573.200 410.400 1.022.400 0 1.852.000 0
Fabricação de calçados de material 1.032.80 7.125.80
sintético 2.795.600 473.600 - 1.135.800 0 1.688.000 0
Fabricação de partes para calçados, de 2.950.80
qualq 654.000397.000 24.000 707.000435.200 733.600 0
Atividades de atendimento 1.802.00
hospitalar 284.000429.000 21.800 421.200510.400 135.600 0
Fabricação de malte, cervejas e 1.317.20
chopes 1.317.200 - - - - - 0
Bancos múltiplos, com carteira 1.246.80
comercial 252.200232.800 34.000 115.600437.800 174.400 0
Varejo de alimentos - hipermercados e 1.189.40
supe 263.600207.400 35.000 127.400375.600 180.400 0
Transporte rodoviário de 1.087.40
carga 339.800150.800 - 68.200321.400 207.200 0
Fabricação de artefatos de material 1.079.00
plástico 395.600 62.600 - 3.400272.200 345.200 0
Varejo de ferragens, madeira e materiais 1.069.80
de 223.600243.600 7.600 99.400385.200 110.400 0
Varejo de artigos do vestuário e 860.60
acessórios 216.000267.600 8.600 38.200285.800 44.400 0
Educação superior - graduação e pós- 836.40
gradua 1.400 - - - 835.000 - 0
Fabricação de laminados planos e 791.60
tubulares - - - - - 791.600 0
Fabricação de 790.40
ferramentas 144.400252.600 382.200 - 2.000 9.200 0
Curtimento e outras preparações de 776.00
couro 455.600 - - - 1.000 319.400 0
Fabricação de produtos de metal não 733.80
especi 78.200416.200 600 10.200 10.400 218.200 0
Varejo de produtos farmacêuticos para 711.20
uso 118.200171.600 4.600 57.200242.200 117.400 0
709.00
Construção de edifícios 293.200153.400 - 26.600206.400 29.400 0
Restaurantes e outros estabelecimentos 663.60
de 186.000 94.800 2.000 42.200250.800 87.800 0
Transporte rodoviário coletivo de 631.20
passageir 9.800 19.800 1.400 1.400589.800 9.000 0
Varejo de eletrodomésticos e 623.80
equipamento 61.200153.600 - 79.200282.600 47.200 0
Instalações elétricas 443.400 68.000 - - 70.400 7.000 588.80
0
Varejo de combustíveis para veículos 574.80
autom 168.600125.400 4.400 63.600149.800 63.000 0
Fabricação de estruturas de madeira e 533.40
de ar 14.200 19.400 164.000 215.800 111.800 8.200 0
508.00
Caixas econômicas 82.000122.800 - 77.600145.200 80.400 0
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do CAGED (MTE,
2014) VP= Vale do Paranhana
No entanto, Taquara recebia apenas 6,5% desse total de salários gerados na região Vale do
Paranhana. Aparece também, com um valor significativo, o conjunto de salários pagos pela
Administração Pública (bancos estatais, prefeituras e demais unidades locais de órgãos dos
executivos estadual e federal e do judiciário), que abastecem mensalmente os mercados
consumidores locais-regionais com quase R$ 12,5 milhões. Destes, Taquara responde por 26%
desse total, representando a fonte individual de salários mais importante do município, 17% do
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total. Estas informações sobre a renda gerada pelos salários são importantes porque
representam o potencial de consumo do município e da região.
1ª ETAPA:
Planejamento da construção do Plano feita pelo COMAGRO.
2ª ETAPA:
Total de 11 reuniões contemplando toda a área rural do município, considerando a
representatividade das localidades (ANEXO III). O cronograma foi rigorosamente cumprido e
o público total de participantes foi de 400 pessoas, com envolvimento de todos os distritos e
localidades do interior, recebimento de propostas posteriores na EMATER/RS, nos Sindicatos
e Prefeitura. De cada reunião, os participantes elegeram 2 representantes para uma reunião
anterior à audiência pública. Houve participação da Câmara de Vereadores, Secretários
Municipais, Distritais e autoridades do município.
3ª ETAPA:
Os dados das reuniões foram sistematizados e gerados retratos do município como um
todo e das localidades / comunidades.
4ª ETAPA:
Retorno da sistematização ao público através de reunião com os representantes e a
audiência pública.
5ª ETAPA:
Elaboração das diretrizes, metas e ações.
6ª ETAPA:
Apresentação do Plano ao COMAGRO.
7ª ETAPA:
Encaminhamento do PMDRS ao Executivo municipal.
A reavaliação do Plano deverá ser feita a cada 5 anos, correspondendo aos anos de
2022, 2027, 2032 e 2037.
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
Melhoria no transporte público Infraestrutura 1, 7 Transporte público adequado Linhas de transporte público Conforme projeto a ser desenvolvido Alta
Melhoria na produtividade, na renda do
Ampliação dos serviços de Patrulha Agrícola Infraestrutura 1,2,4,5,7 Todos os distritos atendidos Conforme projeto a ser desenvolvido
meio rural e qualidade de vida Alta
Cobertura em 100% do 10 torres de retransmissão de internet e
Ampliação do acesso à Internet e Telefonia Infraestrutura 1,2,4,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
município telefone Alta
Ampliação da assistência técnica agronômica e 100% dos agricultores
Economia 1,2,3,4,5,6,7 Qualificação da assistência agronômica Conforme projeto a ser desenvolvido
veterinária familiares do município Alta
Qualidade de 100% dos agricultores
Melhoria na segurança pública na área rural 1,3,5,7 Segurança para pessoas e propriedades Conforme projeto a ser desenvolvido
Vida familiares do município Alta
100% dos agricultores
Incentivo às cadeias curtas Economia 1,2,4,6,7 Geração de renda para o meio rural Conforme projeto a ser desenvolvido
familiares do município Alta
10% dos agricultores Melhoria na produtividade e na renda
Capacitação em gestão da propriedade rural Economia 2,4 Conforme projeto a ser desenvolvido
familiares do município do meio rural Alta
Criação da Casa do Agricultor e de uma Central de 100% dos agricultores
Economia 1,2,3,4,5,6,7 Geração de renda para o meio rural Conforme projeto a ser desenvolvido
Abastecimento Regional familiares do município Média
Incentivo à melhoria genética e adaptação do 100% dos agricultores
Economia 3,4,7 Geração de renda para o meio rural Conforme projeto a ser desenvolvido
rebanho às condições ambientais do município familiares do município Média
Capacitação e adequação dos produtores no
Meio 100% dos agricultores Melhoria na qualidade de vida no meio
desenvolvimento de resiliência às adversidades 1,2,3,5,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
Ambiente familiares do município rural
climáticas Média
Incentivo à geração de energia alternativa nas Meio 100% dos agricultores Melhoria da qualidade de vida no meio
1,2,3,4,5,6,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
propriedades rurais Ambiente familiares do município rural e geração de renda Média
Meio 100% dos agricultores Melhoria na qualidade de vida e
Preservação de fontes e saneamento 1,2,3,4,5,6,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
Ambiente familiares do município preservação ambiental Média
Formação e capacitação em organização de 100% dos agricultores Melhoria na qualidade de vida no meio
Organização 1,2,3,4,5,6,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
comunidades rurais familiares do município rural Média
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No sul do Brasil, os pequenos e médios municípios com até 50 mil habitantes representam um
alto percentual da população total e um importante percentual da sua população permanece residindo na
área rural. Isso mostra a importância, para esses municípios, da promoção de políticas públicas voltadas
para o fortalecimento da agricultura familiar (DESER, 1997). O desenvolvimento desses municípios é
fundamental para a criação de condições propícias para as populações rurais. Para isso,
é necessário promover estratégias de desenvolvimento diversificadas, adaptadas ao potencial das
zonas rurais, que favoreçam o desenvolvimento endógeno e criem empregos também fora do setor
agrícola.
Com isso, cresce a importância de médias cidades como Taquara, que possuem percentuais
relativamente importantes de população vivendo no meio rural, ao mesmo tempo que a população urbana
representa uma parcela significativa de consumidores locais de produtos agroalimentares e de serviços
ambientais e turísticos, que podem ser fornecidos pela agricultura familiar local-regional. Com isso, a
cidade adquire potencial para se transformar em ponto de referência para redes de suporte ao
desenvolvimento regional-rural, principalmente porque Taquara está localizada no centro do maior eixo
turístico do Rio Grande do Sul, entre Porto Alegre e as cidades de Gramado e Canela.
Foi possível identificar o potencial de mercado local para alguns produtos agroalimentares e de
serviços turísticos principalmente através do levantamento do número de empregados formais e da
estimativa da massa salarial gerada por esses empregos em mais de 600 atividades na região Vale do
Paranhana. Considerou-se que a massa salarial recebida pelo contingente de trabalhadores da região pode
ser uma variável importante na determinação do potencial de consumo local de alimentos e serviços
turísticos (incluindo turismo rural) e, portanto, na avaliação das oportunidades de mercado para esses
produtos agroalimentares e turísticos que poderiam ser produzidos em Taquara.
No entanto, pelas características das cadeias produtivas da região foi praticamente impossível
identificar indícios de um processo de formação de um Arranjo Produtivo Local (APL) no setor de
alimentação na região Vale do Paranhana, como instrumento de política de redução das
desigualdades socioeconômicas e de desenvolvimento regional. Pode-se esperar que exista a
possibilidade de expansão de uma cadeia produtiva específica do setor de produção de calçados ou
componentes, integrado a outra aglomeração produtiva maior do mesmo setor que se expande em
direção aos municípios da região Vale dos Sinos, formando um eixo que passa pelos municípios de
Sapiranga e Novo Hamburgo.
As Diretrizes deste Plano deverão nortear as gestões atual e futuras do município, e deverão
contribuir para uma maior integração de todos os órgãos envolvidos com o meio rural. O atendimento das
demandas e as propostas aqui sugeridas passam obrigatoriamente por um adequado processo de
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
governança, capaz de transformar este documento em um instrumento vivo que contribua para que o
município e região alcancem níveis mais elevados de desenvolvimento econômico e social. À
população, de modo geral, caberá a cobrança efetiva da execução deste Plano de forma organizada,
coerente e interessada. Para o sucesso das ações tabuladas neste documento, torna-se imprescindível
que sociedade, instituições e governos unam esforços, sem que se esquivem de suas obrigações e
apontem uns aos outros como prováveis culpados caso não se contemple as demandas prioritárias.
O entendimento e atendimento deste PMDRS é a forma mais segura de se promover a
sucessão rural na região, a despeito de ações isoladas que não atendem às reais necessidades rurais.
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL
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33
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Ambiental de Taquara 2008. Taquara: 2008.
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Saneamento Básico – PMSB. Taquara: Beck de Souza Engenharia Ltda., 2017.
TAQUARA. Prefeitura Municipal; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; METROPLAN.
Plano Local de Habitação de Interesse Social. Disponível em: www.taquara.com.br TAQUARA.
Prefeitura Municipal; Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte. Plano
Municipal de Educação 2017.
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ANEXO I
Convite com Calendário de Reuniões Comunitárias para a Elaboração do Diagnóstico
Frente
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ANEXO II
ROTEIRO DAS REUNIÕES E APRESENTAÇÕES REALIZADAS NAS COMUNIDADES
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REUNIÃO
PADILHA – 11 DE JULHO
REUNIÃO
PEGA FOGO – 13 DE JULHO
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REUNIÃO
OLHOS D’ÁGUA – 18 DE JULHO
REUNIÃO
ARROIO GRANDE – 20 DE JULHO
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REUNIÃO
ARROIO GRANDE – 20 DE JULHO
REUNIÃO
ILHA NOVA – 25 DE JULHO
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REUNIÃO
SANTA CRUZ DA CONCÓRDIA – 27 DE JULHO
REUNIÃO
VILA TEREZA – 01 DE AGOSTO
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REUNIÃO
ENTREPELADO – 03 DE AGOSTO
REUNIÃO
ENTREPELADO – 03 DE AGOSTO
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REUNIÃO
QUILOMBO – 07 DE AGOSTO
REUNIÃO
QUILOMBO – 07 DE AGOSTO
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REUNIÃO
TUCANOS – 08 DE AGOSTO
REUNIÃO
FAZENDA FIALHO – 10 DE AGOSTO
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REUNIÃO
REPRESENTANTES E COMAGRO – 21 DE SETEMBRO
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INFRAESTRUTURA
ECONOMIA
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MEIO AMBIENTE
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ORGANIZAÇÃO
EDUCAÇÃO
QUALIDADE DE VIDA
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78
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______________________________________
Tito Lívio Jaeger Filho
Prefeito Municipal de Taquara
______________________________________
João Carlos de Brito
Presidente do COMAGRO de Taquara
79
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80