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OAB/PR 58.466
ADVOCACIA E ASSESSORIA JURÍDICA
com fulcro no artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal (CF) e artigos 316 e
319 do Código de Processo Penal (CPP), conforme fatos e fundamentos a seguir delineados
I – DOS FATOS
Passado algum tempo o acusado veio residir com familiares junto a cidade
de Cascavel e posteriormente mudou-se para a Cidade de Planalto-PR, onde atualmente passa
por tratamento ontológico e seu estado de saúde acabou por se agravar não podendo o mesmo
realizar grandes viagens, por estar com sua saúde bem debilitada.
Assim verifica-se que o ora acusado não tem como se deslocar ate a cidade
de Sinop no estado do Mato Grosso, cidade esta que fica a 1.932 km de distancia da cidade de
Planalto-PR, viagem esta que se for feita de avião se torna inviável pois o ora acusado não
possui condições financeiras e se esta for feita de carro se torna cansativa demais o que
debilitaria ainda mais o estado de saúde do ora acusado.
Ocorre que diante do fato de estar se tratando o mesmo acabou por atrasar
em enviar os documentos ao advogado que esta subscreve para nova solicitação de adiamento
sendo conforme justificado em petição protocolada anteriormente tal solicitação a ultima e
que não ira mais se furtar a comparecer no julgamento marcado para o mês de fevereiro de
2018.
Porem excelência a prisão do ora acusado não pode permanecer visto que
este esta detido junto a uma cadeia publica sem infra estrutura para acolher doentes na
situação do réu.
O que esta defesa espera é que seja deferida a liberdade do acusado com
condições a serem cumpridas pelo mesmo ate a data de seu julgamento, ou seja determinada a
prisão domiciliar até porque o ora acusado não pode deslocar-se de sua residência sem auxilio
pelos motivos anteriormente explanados.
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste título deverão ser aplicadas
observando-se a:
Ainda, por uma análise conjunto dos arts. 282, I e II e 312 do CPP, é
possível perceber que todas as medidas cautelares previstas, privativas ou não da liberdade,
passam pela análise dos mesmos requisitos. Ou seja, a ofensa à ordem pública ou a garantia
da aplicação da lei penal não afirmam, por si sós, que o acusado deve ser segregado.
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste título deverão ser aplicadas
observando-se a:
[...]
DO DIREITO
Pela análise acima, resta claro que o requerente não apresenta nenhum risco
à ordem pública. Corrobora este entendimento o julgamento do HC 94404-SP, Rel. Min.
CELSO DE MELLO, DJe-110, divulgado em 17.06.2014 e publicado 18.06.2014, cujo trecho
está abaixo transcrito:
A PRISÃO PREVENTIVA - ENQUANTO MEDIDA DE NATUREZA
CAUTELAR - NÃO PODE SER UTILIZADA COMO INSTRUMENTO
DE PUNIÇÃO ANTECIPADA DO INDICIADO OU DO RÉU. - A prisão
preventiva não pode - e não deve - ser utilizada, pelo Poder Público, como
instrumento de punição antecipada daquele a quem se imputou a prática do
delito, pois, no sistema jurídico brasileiro, fundado em bases democráticas,
prevalece o princípio da liberdade, incompatível com punições sem processo
e inconciliável com condenações sem defesa prévia. (...) A GRAVIDADE EM
ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO
DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE. - A natureza da infração
penal não constitui, só por si, fundamento justificador da decretação da
prisão cautelar daquele que sofre a persecução criminal instaurada pelo
Estado. Precedentes. A PRESERVAÇÃO DA CREDIBILIDADE DAS
INSTITUIÇÕES E DA ORDEM PÚBLICA NÃO SE QUALIFICA, SÓ
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Cascavel – PR
Telefones: (45) 9996-9656
E-mail: andersonazevedo@hotmail.com
ANDERSON DARI DE AZEVEDO
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Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação
da prisão preventiva:
(...)
Ocorre que diante do tratamento que esta passando vem tentando de todas as
formas uma rápida recuperação para assim poder se apresentar junto a comarca de Sinop-MT,
para então finalizar tão demorado processo que não se concluiu, não por falta de vontade do
ora ACUSADO, mas sim por motivos alheios a sua vontade, qual seja o seu problema de
saúde.
Não deve prosperar a prisão sob este argumento, posto que o Requerente,
possui endereço conhecido e sendo que dali não ira se mudar pois esta em constante
observação medica e tratamento do câncer o qual contraiu enquanto ainda estava preso junto a
esta comarca de SINOP-MT
Sabendo-se que pode ser localizado a qualquer momento para a prática dos
atos processuais, sendo domiciliado no endereço acima informado.
preventiva” (HC 33.770-BA, 6ª T., rel. Paulo Medina, 17.06.2004, v.u., Boletim AASP 2.421,
junho de 2005).
No caso, a tutela processual (e até social, para muitos) que se pretendia com
a prisão preventiva (art. 312, CPP) é plenamente alcançável com essas medidas cautelares,
menos restritivas à liberdade do cidadão e mais ajustadas ao caráter excepcional das
restrições.
Note-se, por oportuno, que existe uma grande paridade entre os requisitos da
prisão preventiva e as diretrizes das demais medidas cautelares (inc. I e II do art. 282 do
CPP).
Em termos mais simples: pelo que se percebe, não há nada que a prisão
preventiva garantisse que, neste momento (e passado algum tempo da prisão), não possa ser
tutelado pelo recolhimento domiciliar combinado com o monitoramento eletrônico. O
chamado periculum libertatis é satisfatoriamente contemporizado/minimizado com medida
cautelar diversa, lembrando que a prisão provisória (diante da presunção de inocência) não
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Assim, não sendo a prisão útil nem necessária para garantia da ordem
pública ou assegurar a aplicação da lei penal, não sendo encontrado o periculum libertatis a
justificar a manutenção do encarceramento da acusada, resta apenas a este MM. Juízo revogar
o mandado de prisão decretada nesta ação penal, conceder a LIBERDADE PROVISORIA
COM OU SEM FIANÇA, ou outras medidas cautelares diversas da prisão.
Termos em que,
Pedem deferimento.
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Anderson Dari de Azevedo
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