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ANDERSON DARI DE AZEVEDO

OAB/PR 58.466
ADVOCACIA E ASSESSORIA JURÍDICA

EXCELENTÍSSIMO SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA 1ª VARA


CRIMINAL DA COMARCA DE SINOP-MT.

IVO KOTTWITZ, brasileiro, divorciado, portador do CPF sob o nº


492.610.969-72 e RG nº 3.588.994-9, residente e Domiciliado na Rua Dr Luiz Oscar
Prauchner, nº 947, Planalto-PR, vem por seu advogado constituído ANDERSON DARI DE
AZEVEDO, brasileiro, casado, advogado inscrito na OAB/PR 58.466, com endereço
profissional na Rua Recife, nº 1127, Bairro Centro Cascavel - Pr., onde recebe as notificações
e intimações, vem à presença de Vossa Excelência requerer

REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA - CUMULADO COM LIBERDADE


PROVISORIA COM OU SEM FIANÇA OU IMPLANTAÇÃO DE TORNOZELEIRA
ELETRONICA

com fulcro no artigo 5º, LXVI, da Constituição Federal (CF) e artigos 316 e
319 do Código de Processo Penal (CPP), conforme fatos e fundamentos a seguir delineados

I – DOS FATOS

O Requerente foi denunciado nos autos do feito criminal nº 0006840-


86.2009.8.11.0015, que lhe move a Justiça Pública como incurso nas penas do artigo 121, §2º,
incisos II e IV (duas vezes) c.c artigo 14, inciso II todos do Código Penal, no qual figura
como vítima Carmem Freitas de Barros, em trâmite perante o Juízo da Comarca em Sinop-
MT, cuja a primeira sessão para julgamento perante o Eg. Tribunal do Júri fora marcado para
o dia 02/06/2016, às 08:30 horas.

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Desde aquela data o acusado encontra-se em tratamento oncológico na


cidade de planalto onde atualmente resido com seus familiares, pelo seu quadro medico fora
solicitada sempre com antecedência o adiamento dos julgamentos.

O Acusado encontra-se aguardando o julgamento na cidade de Planalto PR


onde atualmente esta residindo para realizar o tratamento oncológico o qual fora constatado
câncer de próstata.

Conforme se depreende dos autos fora concedida a liberdade provisória ao


acusado em 18/03/2011, onde após o acusado ter que ser transferido as pressas ao hospital
devido ao uso do mesmo de bolsa de colostomia e seu estado ter se agravado pela falta de
cuidados devidos dentro daquela penitenciaria, fora tal beneficio concedido onde o acusado se
recuperou de seu estado mais grave e por um período ainda tentou trabalhar em fazendas na
região.

Passado algum tempo o acusado veio residir com familiares junto a cidade
de Cascavel e posteriormente mudou-se para a Cidade de Planalto-PR, onde atualmente passa
por tratamento ontológico e seu estado de saúde acabou por se agravar não podendo o mesmo
realizar grandes viagens, por estar com sua saúde bem debilitada.

Assim verifica-se que o ora acusado não tem como se deslocar ate a cidade
de Sinop no estado do Mato Grosso, cidade esta que fica a 1.932 km de distancia da cidade de
Planalto-PR, viagem esta que se for feita de avião se torna inviável pois o ora acusado não
possui condições financeiras e se esta for feita de carro se torna cansativa demais o que
debilitaria ainda mais o estado de saúde do ora acusado.

Ocorre que diante do fato de estar se tratando o mesmo acabou por atrasar
em enviar os documentos ao advogado que esta subscreve para nova solicitação de adiamento
sendo conforme justificado em petição protocolada anteriormente tal solicitação a ultima e
que não ira mais se furtar a comparecer no julgamento marcado para o mês de fevereiro de
2018.

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Porem excelência a prisão do ora acusado não pode permanecer visto que
este esta detido junto a uma cadeia publica sem infra estrutura para acolher doentes na
situação do réu.

O que esta defesa espera é que seja deferida a liberdade do acusado com
condições a serem cumpridas pelo mesmo ate a data de seu julgamento, ou seja determinada a
prisão domiciliar até porque o ora acusado não pode deslocar-se de sua residência sem auxilio
pelos motivos anteriormente explanados.

SUBSIDIARIEDADE DA PRISÃO PREVENTIVA

Com o advento da Lei n. 12.403/2011, o Código de Processo Penal sofreu


algumas alterações com seus dispositivos que valem ser citadas.

A novel legislação processual penal acabou por incorporar diversas medidas


cautelares que visam substituir a privação da liberdade na função de acautelar a ação penal. A
lei, portanto, traz novos valores para as discussões criminais, levando-se em conta os efeitos
deletérios da prisão para a pessoa humana e, ainda, a situação carcerária do País.

Um grande exemplo de aplicação do referido dispositivo pode ser


encontrado aqui mesmo em Capanema/PR,
Capanema/PR, onde quase uma centenas de presos são
amontoados como animais nas dependências de carceragens minúsculas.

A responsabilidade dessa situação deve ser, em último plano, de todos nós,


juristas e aplicadores do Direito, que devemos enxergar os fins eminentemente cautelares da
prisão preventiva e, hoje mais do que nunca, seu caráter subsidiário frente as outras medidas
ä disposição do juízo.

Essa ponderação de valores é feita, de maneira abstrata, pelo legislador


ordinário, que assim se expressou no art. 282 do CPP.

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Art. 282. As medidas cautelares previstas neste título deverão ser aplicadas
observando-se a:

I- Necessidade para aplicação da lei penal, para investigação ou a instrução


criminal e, nos caos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações
penais;
II- Adequação da medida ä gravidade do crime, circunstâncias do fato e
condições pessoais do indiciado ou acusado;
[...]
§ 6º. A prisão preventiva será determinada
quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art.
319).

Vê-se que o próprio legislador afirmou em caráter plenamente subsidiário


da prisão preventiva, devendo sua decretação ou manutenção passar pela análise de cabimento
de todas as outras medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, que podem ser aplicadas
isolada ou cumulativamente.

Ainda, por uma análise conjunto dos arts. 282, I e II e 312 do CPP, é
possível perceber que todas as medidas cautelares previstas, privativas ou não da liberdade,
passam pela análise dos mesmos requisitos. Ou seja, a ofensa à ordem pública ou a garantia
da aplicação da lei penal não afirmam, por si sós, que o acusado deve ser segregado.

Desnecessária nessa sucinta petição listar todas as brilhantes palavras que


já foram escritas em prol da liberdade da pessoa humana, que só pode ser retirada de maneira
excepcional e temporária, e apenas nos casos previstos. Sobre essa questão, contudo, vale
mencionar as palavras de Eugênio Pacelli de Oliveira, encartadas em Separata ao seu curso de
Processo Penal, sobre as atualizações legislativas:

É que, agora, a regra deverá ser a imposição preferencial das medias


cautelares, deixando a prisão preventiva para casos de maior gravidade, cujas
circunstâncias sejam indicativas de maior risco ä efetividade do processo ou de reiteração
criminosa. Esta, que, em princípio, deve ser evitada com o processo, somente o último
degrau das preocupações com o processo, somente tendo cabimento quando
inadequadas ou descumpridas aquelas (outras medidas cautelares). Essa é, sem dúvida, a
nova orientação da legislação Processual Penal Brasileira, que no ponto, vem alinhar com a
Portuguesa e com a Italiana, conforme ainda teremos oportunidade de referir.
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Dentro da análise do caso concreto, é possível perceber que outras medidas


cautelares previstas, ainda cumuladas, podem suprir eventuais razões que justifiquem a prisão
preventiva, alem do que o acusado
acusado esta debilitado
debilitado física e mentalmente diante do tratamento
que tem que fazer, e por diversas vezes ter que se internar pois repentinamente seu quadro se
agrava.
agrava.

São medidas que conseguem assegurar o deslinde do feito, além de devolver


a liberdade ao acusado, ainda que restringida, e evitar que permaneça superlotando os
estabelecimentos prisionais.

Além do mais, essas outras medidas cautelares possibilitam que tem o


magistrado de verificar continuamente o cumprimento dessas medidas cautelares pela
acusada, podendo decretar a prisão preventiva caso entenda que houve incremento no risco
acautelado, nos termos do art. 282, ss 4. Do CPP.

Art. 282. As medidas cautelares previstas neste título deverão ser aplicadas
observando-se a:

[...]

§ 4 º. No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz,


de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou
do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou em
último caso, decretar a prisão preventiva (art.312, parágrafo único).

Isso quer dizer, o magistrado pode supervisionar o cumprimento das medias


cautelares impostas e, ao menor sinal de descumprimento, ai sim decretar a prisão preventiva,
pois o acusado
acusado irá residir e continuar seu tratamento na cidade de Capanema e Planalto/PR.
Planalto/PR.

Por essas razões, a Defesa requer a revogação da prisão do acusado


acusado, ou
seja concedida sua LIBERDADE PROVISORIA,
PROVISORIA, com ou sem fiança, com a decretação, se
necessário, das outras medidas cautelares previstas no art. 319 do CPP, isolada ou
cumulativamente, para que esta não venha a ter uma complicação de saúde, devido a
infecções que possa vir a contrair, ademais não é o interesse do estado manter em suas
dependências réus com graves problemas de saúde, que podem ocasionar a morte do
do mesmo
mesmo.

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DO DIREITO

A regra constitucional estabelece a liberdade como padrão, sendo a


incidência da prisão processual uma excepcionalidade, só tendo espeque quando se fizer
imprescindível, conforme obtempera, dentre outros, TOURINHO FILHO (Processo Penal, v.
3., 20. ed., São Paulo, Saraiva, 1998, p. 451).

A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, LVII, consagra o princípio


da presunção de inocência, dispondo que "ninguém será considerado culpado até o
trânsito em julgado da sentença penal condenatória", destacando, destarte, a garantia
do devido processo legal, visando à tutela da liberdade pessoal.

Ainda, o art. 8º, I, do Pacto de São José da Costa Rica, recepcionado em


nosso ordenamento jurídico (art. 5º, § 2º da CF/88 - Decreto Executivo 678/1992 e Decreto
Legislativo 27/1992), reafirma, em sua real dimensão o princípio da presunção da inocência,
in verbis: "Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência
enquanto não se comprove legalmente sua culpa".

A esse respeito preleciona Fernando Capez, sem a real e efetiva necessidade


para o processo, a prisão preventiva seria "uma execução da pena privativa de liberdade antes
da condenação transitada em julgado, e, isto, sim, violaria o princípio da presunção da
inocência. Sim, porque se o sujeito está preso sem que haja necessidade cautelar, na verdade
estará apenas cumprindo antecipadamente a futura e possível pena privativa de liberdade." (in
Curso de Processo Penal, 2a ed., Ed. Saraiva, p. 224).

E na lição de Mirabete (Mirabete, Júlio Fabbrini. Processo Penal. 8a ed.,


rev., at. - São Paulo: Atlas, 1998. p. 402):

"Sabido que é um mal a prisão do acusado antes do trânsito em julgado da


sentença condenatória, o direito objetivo tem procurado estabelecer institutos e
medidas que assegurem o desenvolvimento regular do processo com a presença
do imputado sem o sacrifício da custódia, que só deve ocorrer em casos de
absoluta necessidade. Tenta-se assim conciliar os interesses sociais, que exigem a
aplicação e a execução da pena ao autor do crime, e os do acusado, de não ser

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preso senão quando considerado culpado por sentença condenatória transitado


em julgado". (nossos destaques).

Ora, a jurisprudência concorda que, mesmo no caso de crimes inafiançáveis


é possível ao réu responder ao processo em liberdade. Se cabível no plus, cabível será no
minus, onde o crime imputado, é passível de fiança (art. 323, I, CPP, a contrário senso), sendo
esta infração penal de menor potencial ofensivo conforme leitura do art. 61, Lei 9.099/95.

A medida cautelar só deverá prosperar diante da existência de absoluta


necessidade de sua manutenção e caso subsista os dois pressupostos basilares de todo
provimento cautelar, ou seja, o fumus bonis juris e o periculum in mora. Há que haver a
presença simultânea dos dois requisitos, de modo que, ausente um, é ela incabível.

Como preleciona o eminente Magistrado LUIZ FLÁVIO GOMES (In


Revista Jurídica, 189, [Jul 2014], Síntese, Porto Alegre- RS): "O eixo, a base, o
fundamento de todas as prisões cautelares no Brasil residem naqueles requisitos da
prisão preventiva. Quando presentes, pode o Juiz fundamentadamente decretar
qualquer prisão cautelar; quando ausentes, ainda que se trate de reincidente ou de quem
não tem bons antecedentes, ou de crime hediondo ou de tráfico, não pode ser decretada a
prisão antes do trânsito em julgado da decisão." - destacamos.

In casu, inexistem os pressupostos que ensejam a decretação da prisão


preventiva do Requerente, pois que não há motivos fortes que demonstrem que, posto em
liberdade, constituiria ameaça a ordem pública, prejudicaria a instrução criminal ou se
furtaria à aplicação da lei penal, em caso de condenação. Ou seja, inexiste o periculum
libertatis.

1.Garantia da Ordem Pública

Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da


ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para
assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria.
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Sobre a primeira parte do dispositivo, Guilherme de Souza Nucci, em seu


Código de Processo Penal Comentado, esclarece que (pág. 670):

“Extrai-se da jurisprudência o seguinte conjunto de causas viáveis para


autorizar a prisão preventiva, com base na garantia da ordem pública: a)
gravidade concreta do crime; b) envolvimento com o crime organizado; c)
reincidência ou maus antecedentes do agente e periculosidade; d) particular e
anormal modo de execução do delito; e) repercussão efetiva em sociedade,
gerando real clamor público”. O ideal é a associação de, pelo menos, dois desses
fatores,”

Neste diapasão, é mister observar que:

a) O réu não apresenta nenhum envolvimento com o crime organizado, e


não houve sequer de associação criminosa, tão pouco voltou a praticar outro crime nesta
período de tempo em que esteve em liberdade, porem o que ocorreu fora apenas uma falta de
apresentação de justificativa que fora suprida no mesmo dia em que iria ocorrer o julgamento
do mesmo;

De forma alguma será prejudicada a ordem pública e econômica, pois trata-


se de um homem de bem e doente.

Pela análise acima, resta claro que o requerente não apresenta nenhum risco
à ordem pública. Corrobora este entendimento o julgamento do HC 94404-SP, Rel. Min.
CELSO DE MELLO, DJe-110, divulgado em 17.06.2014 e publicado 18.06.2014, cujo trecho
está abaixo transcrito:
A PRISÃO PREVENTIVA - ENQUANTO MEDIDA DE NATUREZA
CAUTELAR - NÃO PODE SER UTILIZADA COMO INSTRUMENTO
DE PUNIÇÃO ANTECIPADA DO INDICIADO OU DO RÉU. - A prisão
preventiva não pode - e não deve - ser utilizada, pelo Poder Público, como
instrumento de punição antecipada daquele a quem se imputou a prática do
delito, pois, no sistema jurídico brasileiro, fundado em bases democráticas,
prevalece o princípio da liberdade, incompatível com punições sem processo
e inconciliável com condenações sem defesa prévia. (...) A GRAVIDADE EM
ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI FATOR DE LEGITIMAÇÃO
DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE. - A natureza da infração
penal não constitui, só por si, fundamento justificador da decretação da
prisão cautelar daquele que sofre a persecução criminal instaurada pelo
Estado. Precedentes. A PRESERVAÇÃO DA CREDIBILIDADE DAS
INSTITUIÇÕES E DA ORDEM PÚBLICA NÃO SE QUALIFICA, SÓ
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POR SI, COMO FUNDAMENTO AUTORIZADOR DA PRISÃO


CAUTELAR. - Não se reveste de idoneidade jurídica, para efeito de
justificação do ato excepcional da prisão cautelar, a alegação de que, se em
liberdade, a pessoa sob persecução penal fragilizaria a atividade
jurisdicional, comprometeria a credibilidade das instituições e afetaria a
preservação da ordem pública. Precedentes. A PRISÃO CAUTELAR NÃO
PODE APOIAR-SE EM JUÍZOS MERAMENTE CONJECTURAIS. - A
mera suposição, fundada em simples conjecturas, não pode autorizar a
decretação da prisão cautelar de qualquer pessoal (...) O CLAMOR
PÚBLICO NÃO BASTA PARA JUSTIFICAR A DECRETAÇÃO DA
PRISÃO CAUTELAR. - O estado de comoção social e de eventual
indignação popular, motivado pela repercussão da prática da infração
penal, não pode justificar, só por si, a decretação da prisão cautelar do
suposto autor do comportamento delituoso, sob pena de completa e grave
aniquilação do postulado fundamental da liberdade (...) O POSTULADO
CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA IMPEDE QUE
O ESTADO TRATE, COMO SE CULPADO FOSSE, AQUELE QUE
AINDA NÃO SOFREU CONDENAÇÃO PENAL IRRECORRÍVEL. (...)
(grifei).

Prosseguindo ao exame do disposto, também não se pode placitar que a


razão da prisão preventiva seja a conveniência da instrução criminal, vez que o indiciado não
possui sequer meios ou razões para obstruir a investigação.

Ademais, data máxima vênia, a nobre magistrada não motivou as razões


pelas quais considera que a prisão preventiva asseguraria a conveniência da instrução
criminal, contrariando o disposto no artigo 93, IX da Constituição Federal.

A motivação das decisões judiciais repercute de forma imensurável no


âmbito do processo, preservando o direito à ampla defesa, ao devido processo legal e à
segurança jurídica. Assim "visa a possibilitar aos interessados impugnarem, com efetividade,
as decisões dos magistrados e tribunais sobre as questões que lhes tenham sido postas à
análise, bem como a garantir à sociedade que a deliberação jurisdicional foi proferida com
imparcialidade e de acordo com a lei" (AVENA, p. 18).

É, pois, através da fundamentação da decisão que se avalia o exercício


regular do Poder Judiciário, assegurando aos cidadãos garantia contra a arbitrariedade do
poder punitivo estatal (decorrente do Estado Democrático de Direito). Noutros dizeres, a
fundamentação é "garantia processual que junge o magistrado a coordenadas objetivas de

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imparcialidade e propicia às partes conhecer os motivos que levaram o julgador a decidir


neste ou naquele sentido" (STF. HC. 105.879/PE. Rel. Ayres Britto. T2. Julg. 05.0.2011).

Após exaustivamente demonstrar que a prisão preventiva em tela não


encontra amparo na disposição do artigo 312 do CPP, atente-se ao parágrafo único do artigo
seguinte:

Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação
da prisão preventiva:

(...)

Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando


houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não
fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser
colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra
hipótese recomendar a manutenção da medida.

Ora, o indiciado já foi devidamente qualificado e possui moradia fixa e esta


em tratamento na mesma cidade onde fora cumprido o mandado de prisão preventiva. Desta
forma, por que saturar ainda mais o já abarrotado sistema carcerário brasileiro com um preso
sem nenhuma periculosidade e que possui endereço e identidade certos.

Posteriormente, o douta magistrada argumenta que decretou a prisão


preventiva pela gravidade da conduta imputada ao Requerente. A jurisprudência é vasta:

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSUAL


PENAL. CRIME DE ROUBO CIRCUNSTANCIADO. PRISÃO
PREVENTIVA. ACUSADO REVEL. NECESSIDADE DA CUSTÓDIA
CAUTELAR NÃO DEMONSTRADA. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO
CONCRETA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO.
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS PROVIDO.
1. A disposição prevista no art. 366 do Código de Processo Penal, inserida no
ordenamento jurídico pela Lei n.º 9.271/96, não constitui hipótese de custódia
cautelar obrigatória. Assim, a decisão que decreta a prisão preventiva, quando o
réu é revel, também deve fazer menção à situação concreta, de forma a justificar
a necessidade da prisão preventiva, nos termos do art. 312 do Código de
Processo Penal.
2. O roubo circunstanciado não é crime hediondo, nos termos do rol taxativo do
art. 1.º, da Lei 8.072/90, razão pela qual tal conclusão - inidônea - não pode
justificar segregação cautelar.
3. É assente o entendimento nesta Corte de que a gravidade abstrata do delito em
si não justifica a decretação de prisão processual (HC 178.830/SP, 6.ª Turma,
Rel. Min. SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, DJe de 29/05/2013, v.g.).
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4. A intenção de fuga, desde que concretamente demonstrada, pode justificar a


necessidade da decretação da prisão preventiva para assegurar a aplicação da lei
penal. Contudo, na presente hipótese, tal fundamentação não foi consignada pelo
Juízo Processante, o qual decretou a custódia cautelar do Recorrente sem
declinar quaisquer argumentos concretos.

2. Conveniência da instrução criminal

O Requerente não pretende de nenhuma forma perturbar ou dificultar a


busca da verdade real, no desenvolvimento processual.

Ocorre que diante do tratamento que esta passando vem tentando de todas as
formas uma rápida recuperação para assim poder se apresentar junto a comarca de Sinop-MT,
para então finalizar tão demorado processo que não se concluiu, não por falta de vontade do
ora ACUSADO, mas sim por motivos alheios a sua vontade, qual seja o seu problema de
saúde.

3. Aplicação da Lei Penal

Não deve prosperar a prisão sob este argumento, posto que o Requerente,
possui endereço conhecido e sendo que dali não ira se mudar pois esta em constante
observação medica e tratamento do câncer o qual contraiu enquanto ainda estava preso junto a
esta comarca de SINOP-MT

Sabendo-se que pode ser localizado a qualquer momento para a prática dos
atos processuais, sendo domiciliado no endereço acima informado.

É do total interesse do Requerente permanecer no local, responder ao


processo e defender-se.

Aplicável a este pensamento é o sábio decisum do Superior Tribunal de


Justiça: “o clamor público, inerente ao repúdio que a sociedade confere à prática criminosa,
não é bastante, por si só, para fazer presente o periculum liberatis e justificar a prisão
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preventiva” (HC 33.770-BA, 6ª T., rel. Paulo Medina, 17.06.2004, v.u., Boletim AASP 2.421,
junho de 2005).

Considera-se aqui, como estabelece o Decreto em referência, a exigência de


“evitar o encarceramento desnecessário que funciona como fator criminógeno”, de
“minimizar a superlotação carcerária e gerar economia ao erário”, haja vista o alto custo que
representa a custódia, com efeitos estigmatizantes para o detento.

O recolhimento domiciliar e o monitoramento eletrônico se revelam, neste


momento, como medidas cautelares mais adequadas “à gravidade do crime, circunstâncias do
fato e condições pessoais do indiciado ou acusado”, nas exatas diretrizes do inc. II do art. 282
do CPP.

O acusado mesmo não possuindo bons antecedentes, recai sobre ele a


condição da pessoa humana, qual seja que a mesma esta em um estado de saúde de quadro
gravíssimo e que se for mantida na carceragem poderá vir a contrair uma infecção de grau
altíssimo levando o mesmo a morte.

No caso, a tutela processual (e até social, para muitos) que se pretendia com
a prisão preventiva (art. 312, CPP) é plenamente alcançável com essas medidas cautelares,
menos restritivas à liberdade do cidadão e mais ajustadas ao caráter excepcional das
restrições.

Note-se, por oportuno, que existe uma grande paridade entre os requisitos da
prisão preventiva e as diretrizes das demais medidas cautelares (inc. I e II do art. 282 do
CPP).

Em termos mais simples: pelo que se percebe, não há nada que a prisão
preventiva garantisse que, neste momento (e passado algum tempo da prisão), não possa ser
tutelado pelo recolhimento domiciliar combinado com o monitoramento eletrônico. O
chamado periculum libertatis é satisfatoriamente contemporizado/minimizado com medida
cautelar diversa, lembrando que a prisão provisória (diante da presunção de inocência) não
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tem natureza sancionatória/penalizadora. Não é dado ao juiz querer punir antecipadamente o


acusado ou indiciado por crime que ainda não foi julgado.

Diante da nova Constituição Federal, que consagra em seu art. 5º,


dentre outros, os princípios da "presunção da inocência" (inciso LVII) e da "liberdade
provisória" (inciso LXVI). A regra geral é "apelar solto"; a excepcional, "apelar preso".
Não estando demonstrada a necessidade da prisão, deve o acusado se defender solto das
acusações que lhe são impostas. No caso concreto, não vislumbramos a necessidade do
acusado ficar preso. Por consequência, deve responder em liberdade às acusações que
ora lhe são impostas, pois preenche todos os requisitos à liberdade provisória.

Assim, não sendo a prisão útil nem necessária para garantia da ordem
pública ou assegurar a aplicação da lei penal, não sendo encontrado o periculum libertatis a
justificar a manutenção do encarceramento da acusada, resta apenas a este MM. Juízo revogar
o mandado de prisão decretada nesta ação penal, conceder a LIBERDADE PROVISORIA
COM OU SEM FIANÇA, ou outras medidas cautelares diversas da prisão.

Portanto, nada há alegar contrário aos princípios jurídicos de que é


imperioso o mister de distribuir e fazer justiça, e que seja REVOGADO A PRISÃO, de
IVO KOTTWITZ, devendo o acusado permanecer solto para assim continuar seu
tratamento e poder recuperar-se de forma mais eficiente, para então apresentar-se no
mês de fevereiro de 2018 junto a esta comarca para o seu julgamento.

EX POSITIS, REQUER A VOSSA EXCELÊNCIA, ouvido o Ilustre


Representante do Ministério Publico, RESPEITOSAMENTE, DIGNE-SE REVOGAR A
PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA e SUBSIDIARIAMENTE, caso assim não entenda
o insigne julgador requer digne em conceder a requerente os benefícios da LIBERDADE
PROVISORIA,
PROVISORIA, porque milita em seu favor a inocência até decisão final transitada em
julgada, A TEOR DO QUE DISPÕEM OS ARTIGOS 312 E 316 DO CÓDIGO DE
PROCESSO PENAL, BEM COMO OS DEMAIS DISPOSITIVOS LEGAIS APLICÁVEIS
IN CASU, como forma da mais lídima e salutar,

Rua Recife, 1127 – Centro 13


Cascavel – PR
Telefones: (45) 9996-9656
E-mail: andersonazevedo@hotmail.com
ANDERSON DARI DE AZEVEDO
OAB/PR 58.466
ADVOCACIA E ASSESSORIA JURÍDICA

Seja deferido o Pedido de Justiça Gratuita, de acordo com a Lei


1.060/50 alterada pela Lei 7.510/96.

Termos em que,
Pedem deferimento.

Cascavel, 04 de outubro de 2017

_________________________________
Anderson Dari de Azevedo
OAB/PR 58.466

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