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Sólidos
67
68 4 Sólidos
O número total de fônons num sólido não se conserva pois eles estão con-
stantemente sendo absorvidos e emitidos.
Densidades de estados
As duas expressões contidas em (4.13) e em (4.14) nos dizem que N e U
são somas de funções que dependem de s através de εs , isto é, são somas
sobre estados s do tipo X
G= g(εs ), (4.15)
s
regime o sólido pode ser considerado como contı́nuo, isto é, independente
da estrutura atômica, já que os comprimentos de onda são muito maiores
do que o espaçamento entre átomos. O coeficiente v1 é a velocidade do som
correspondente ao modo longitudinal e v2 e v2 são as velocidades do som
dos modos transversais. A partir de (4.20), obtemos a relação
q ε
kx2 + ky2 + kz2 ≤ , (4.22)
vα ~
4 ε 3 3
3 π( ~vα ) V ε3
V 4 ε
Nα (ε) = 8π 3
= 3 π = . (4.23)
8π 3 ~vα 6π 2 ~3 vα3
V
3 1 1 1
3
= 3 + 3 + 3. (4.25)
v v1 v2 v3
em que E é dada por pela expressão (4.5) a qual substituı́da nessa equação
nos dá Y
Z= ζs , (4.28)
s
com
∞
X 1
ζs = e−βεs n = . (4.29)
1 − e−βε
n=0
O logaritmo de Z vale
X
ln Z = − ln(1 − e−βεs ), (4.30)
s
Densidade de estados
As propriedades termodinâmicas são obtidas a partir dos resultados acima
e envolvem somas sobre os estados s = (~k, α). De acordo com o resultado
(4.16), essas somas podem ser transformadas em integrais que envolvem
D(ε). Para calcular essa grandeza, devemos conhecer a forma especı́fica da
relação de dispersão ε~kα , a qual é obtida a partir dos modos normais de
vibração da rede cristalina que estamos considerando. Lembramos que os
possı́veis valores de ~k são aqueles restritos à zona de Brillouin, que para
uma rede cúbica simples é dada por (4.19). Denotando por ωmax a maior
frequência entre aquelas correspondentes aos vetores de onda dentro da zona
de Brillouin, então podemos dizer que não há propagação de ondas com
frequência superior a ωmax . Devemos concluir, portanto, que a densidade
de estados D(ε) deve ser nula para ε ≥ ~ωmax .
A teoria de Debye adota como relação de dispersão ε~kα aquela dada
pela forma linear (4.21), que é considerada válida para qualquer valor de
~k e não apenas para pequenos valores de |~k|. Portanto, a densidade de
estados é dada por (4.26), isto é,
3V ε2
D(ε) = , (4.36)
2π 2 v 3 ~3
Lembramos que a densidade de estados deve ser nula a partir de um deter-
minado valor de ε. Para contemplar essa restrição, a densidade de estados
de acordo com a teoria de Debye é adotada como tendo a forma (4.36 ape-
nas para valores de ε menores ou iguais a uma determinada energia, que
denominamos energia de Debye e que denotamos por εD . Para ε > εD
a densidade de estados é adotada como sendo nula. O gráfico de D(ε) é
mostrado na figura 4.1.
A densidade de estados adotada pela teoria de Debye equivale a dizer
que a zona de Brillouin é substituı́da por uma esfera no espaço ~k de raio
igual a kD tal que εD = ~vkD . Tendo em vista que o número de estados
dentro da zona de Brillouin deve ser igual 3N então
Z εD
D(ε)dε = N (εD ) = 3N, (4.37)
0
4.2 Teoria de Debye 75
D (ε)
0
0 εD ε
Capacidade térmica
Usando a densidade de estados da teoria de Debye podemos calcular a
energia U a partir de (4.32). Utilizando o resultado (4.16), a expressão
para U se converte na integral
Z εD
U= εD(ε)f (ε)dε, (4.40)
0
ou Z εD
3V 1 ε3
U= 2 3 3 dε. (4.41)
2π v ~ 0 eβε − 1
Fazendo a mudança de variavel ξ = βε, obtemos
3V k 4 T 4 βεD ξ 3
Z
U = 2 B3 3 dξ. (4.42)
2π v ~ 0 eξ − 1
76 4 Sólidos
3 (kB T )4 ∞ ξ 3
Z
U =V 2 3 3 dξ, (4.44)
2π v ~ 0 eξ − 1
ou seja,
π2 k4 T 4
U =V , (4.45)
10 v 3 ~3
pois a integral vale π 4 /15. Desse resultado obtemos a capacidade térmica
a volume constante, Cv = ∂U/∂T , dada por
4 T3
2π 2 kB
Cv = V , (4.46)
5 v 3 ~3
ou seja, a baixas temperaturas a capacidade térmica é proporcional a T 3 ,
resultado devido a Debye. Definindo a temperatura de Debye TD por TD =
εD /kB temos, a partir de (4.39),
1
TD = ~v(6π 2 ρ)1/3 , (4.47)
kB
e utilizando o resultado (4.38), podemos escrever a expressão (4.46) na
seguinte forma
12π 4 T 3
Cv = N kB , (4.48)
5 TD
válido para T << TD .
A temperatura de Debye pode ser determinada por medidas experimen-
tais do calor especı́fico cv = Cv /N a baixas temperaturas. Nesse regime,
de acordo com (4.48), cv é dado por
cv = aT 3 , (4.49)
em que
12π 4
a = kB (4.50)
5TD3
4.2 Teoria de Debye 77
0,8
0,6
cp /3 kB 0,4
0,2
0
0 0,5 1 1,5
T/TD
Figura 4.2: Calor especı́fico de sólidos C (TD /T ), dada por (4.58), de acordo com
a teoria de Debye como função de T /TD , em que TD é a temperatura de Debye.
3V (kB T )4 βεD 2 V ε3
Z
U= 2 3 3 ξ dξ = 2 3D3 kB T (4.52)
2π v ~ 0 2π v ~
U = 3N kB T, (4.53)
Expansão térmica
Para a determinação da pressão p = −∂F/∂V devemos levar em conta
que v e εD podem depender do volume. É pois conveniente introduzir o
coeficiente de Grüneisen,
∂
γG = −V ln εD , (4.59)
∂V
que descreve a variação de εD com V . Levando em conta a relação (4.39)
entre εD e v vemos que γG se relaciona com v por meio de
1 ∂
γG = −V ln v. (4.60)
3 ∂V
Utilizando o resultado (4.16), a energia livre F , dada por (4.31), pode
ser escrita na forma
Z εD
F = kB T ln(1 − e−βε )D(ε)dε. (4.61)
0
4.2 Teoria de Debye 79
ε2
D(ε) = 9N , (4.62)
ε3D
e, portanto,
U
p = γG . (4.67)
V
A partir dessa expressão, levando em conta que γG não depende de T ,
obtemos
∂p Cv
= γG . (4.68)
∂T V
Tendo em vista que a derivada é igual à razão entre o coeficiente de expasão
térmica α e a compressibilidade isotérmica κT , isto é, ∂p/∂T = α/κT , então
alcançamos o resultado
α Cv
= γG . (4.69)
κT V
80 4 Sólidos
u` = Aeikx` , (4.71)
d2 A
m = K(eika − 2 + e−ika )A, (4.72)
dt2
cuja solução é do tipo
A = A0 eiωt , (4.73)
em que ω é dada por
ou seja, r
K |k|a
ω=2 sin . (4.75)
m 2
A solução u` , dada por (4.71) e (4.73), descreve ondas harmônicas de
comprimento de onda λ = 2π/|k| e perı́odo τ = 2π/ω. A velocidade da
onda é pois v = λ/τ = ω/|k|. Para grandes comprimentos de onda, isto é,
para pequenos valores de |k|, a relação de dispersão (4.75) se torna linear,
ω = v|k|, (4.76)
4.3 Vibrações da rede cristalina 81
ωk
−π /a 0 π /a k
Figura 4.3: Relação de dispersão para uma cadeia linear de átomos iguais com
espaçamento a entre átomos vizinhos. O gráfico mostra a frequência ωk dado por
(4.75) como função de k. dentro da zona de Brillouin −π/a < k ≤ π/a.
p
em que v = a K/m é a velocidade da onda.
A condição de contorno periódica uN = u0 implica
eikaN = 1 ou kaN = 2πn, (4.77)
em que n é um número inteiro. Portanto, a cada valor de n corresponde uma
solução da equação do movimento. Entretanto, as soluções correspondentes
a n e n + N são idênticas o que restringe os possı́veis valores assumidos por
n. Apenas N soluções são possı́veis. É conveniente escolher os valores de
n, correspondentes às N soluções, como sendo
N N
n=− + 1, . . . , −1, 0, 1, . . . , . (4.78)
2 2
Os valores permitidos de k estão pois no intervalo
2π 2π
− <k≤ , (4.79)
a a
que é denominado zona de Brillouin e a solução geral escrevemos como
1 X
u` = √ Ak eikx` , (4.80)
N k
Hamiltoniana
Tendo em vista que as forças elásticas são conservativas elas podem ser
derivadas de uma energial potencial. De fato a equação de movimento
(4.70) pode ser reescrita como
d2 u` ∂Φ
m 2
=− , (4.84)
dt ∂u`
KX
Φ= (u`+1 − u` )2 . (4.85)
2
`
R
A equação do movimento se obtém minimizando a ação S = Ldt que
resulta em
d ∂L ∂L
= . (4.87)
dt ∂ u̇` ∂u`
Desse resultado segue diretamente a equação do movimento dada por (4.70).
Em seguida utilizamos a expansão de u` em série de Fourier. Substi-
tuindo a expansão (4.80) na lagrangiana obtemos o resultado
X m 1
L= Ȧk Ȧ∗k − mωk2 Ak A∗k , (4.88)
2 2
k
ou seja, r
K |k|a
ωk = 2 sin . (4.90)
m 2
É conveniente escrever a lagrangiana
√ em termos
√ das váriáveis reais Bk .
Como para k ≥ 0, Qk = 2Re(Ak ) e Q−k = 2Im(Ak ), alcançamos o
resultado desejado
X m 1
2 2 2
L= Q̇ − mωk Qk . (4.91)
2 k 2
k
que claramente mostra que a cadeia linear tal que os átomos se ligam por
potenciais harmônicos pode ser considerada uma coleção de N osciladores
harmônicos independentes cada um correspondendo a uma frequência de
oscilação igual ωk . Podemos ainda identificar as parcelas da hamiltoni-
ana como descrevendo ondas harmônicas não interagentes cada uma com
número de onda |k| e frequência angular ωk .
84 4 Sólidos
Sólido cristalino
Os átomos de um sólido estão sujeitos a forças conservativas, derivadas de
uma energia potencial Φ. Admitimos que eles vibram em torno de suas
posições de equilı́brio e adotamos uma descrição do movimento atômico
relativamente às suas posições de equilı́brio. Dessa forma, denotamos por
~ui o desvio da posição do i-ésimo átomo de sua posição de equilı́brio, que
denotamos por ~ri . A energia potencial Φ é portanto considerada função
da coleção das variáveis dinâmicas (~u1 , ~u2 , . . . , ~uN ), em que N é o número
de átomos do sólido. As equações do movimento são obtidas a partir da
lagrangiana L, dada por
X m d~ui 2
L= − Φ(~u1 , ~u2 , . . . , ~uN ), (4.93)
2 dt
i
em que a somatória se estende sobre uma metade dos possı́veis valores de ~k.
As condições periódicas de contorno exigem que os valores dos componentes
cartesianos de ~k sejam
2π 2π 2π
kx = nx , ky = ny , kz = nz , (4.97)
L L L
em que nx , ny e nz assumem valores inteiros tais que os componentes
cartesianos de ~k estejam no intervalo
π π
− < kx , ky , kz ≤ , (4.98)
a a
que define a zona de Brillouin.
Admitimos que Kij dependa de ~ri e ~rj apenas através da diferença entre
esses dois vetores, o que nos permite escrever Kij = K(~ri − ~rj ). Definimos
então a matriz dinâmica K~k como a transformada de Fourier
X ~
K~k = K(~r)eik·~r . (4.99)
~
r
Exercı́cios
1. A teoria de Einstein para a capacidade térmica de sólidos corresponde a
uma coleção de 3N osciladores harmônicos de mesma frequência ωE . Isto
significa que a densidade de estados D(ε) é dada por
D(ε) = 3N δ(ε − ~ωE ).
Determine a capacidade térmica C segundo essa teoria e faça um esboço de
C versus T . Ache o comportamento de C para altas e baixas temperaturas.
2. Obtenha a densidade de estados de um sólido bidimensional usando
o a teoria de Debye. A partir dela determine a capacidade térmica a al-
tas e baixas temperaturas. Repita o exercı́cio para o caso de um sólido
unidimensional.
3. Considere a cadeia linear de N átomos, cada um com massa m, ligados
por molas de constante α. A relação de dispersão para ondas se propagando
ao longo da cadeia é dada por
|k|a
ωk = 2ω0 sin ,
2
p
em que ω0 = α/m e −π < ka ≤ π. Mostre que a densidade de estados
D(ε) é dada por
2 1
D(ε) = N p 2 ,
π ε0 − ε2
em que ε0 = 2~ω0 . Mostre também que
Z ε0
D(ε)dε = N.
0
efetuando explicitamente a integral.
4. A partir da densidade de estados obtida no exercı́cio anterior determine
a capacidade térmica da cadeia nos casos de altas e baixas temperaturas.
Nesse último caso aproxime a densidade de estados por D(ε) = 2N/πε0 .
5. A relação de dispersão para mágnons é dada por
ε~k = Ak 2 = A(kx2 + ky2 + kz2 ),
em que A é uma constante. Ache a densidade de estados D(ε) na aprox-
imação de Debye e faça um gráfico de D(ε) versus ε. Determine a capaci-
dade térmica a baixas temperaturas.