TURMA ESPECIAL EPCAR – 04/06/2017
SISTEMA ELITE DE ENSINO (Norte Shopping)
IGOR ZIMERER
Texto I
A permanência do racismo na sociedade brasileira
Erika Ferraz Teixeira
Josué De Campos
Marlene Márcia Goelzer
Embora o racismo ainda não seja um assunto discutido
abertamente entre os brasileiros, percebe-se que o
preconceito sobre os negros e os seus descendentes encontra-
se na história recente do Brasil, principalmente nos três
séculos de escravidão, e pelas escassas políticas de inserção
desses sujeitos na sociedade, especialmente após a Abolição da
Escravatura em 13 de maio de 1888. Desde o serem escravos e
dificilmente conseguiam ascender socialmente e atingir status
sociais dos homens e mulheres cuja cor era branca.
(...)
Entre as justificativas para a dominação dos negros
africanos, e consequente submissão à condição de escravos,
eram utilizados duas linhas de pensamento, a saber, religiosa e
"cientifica". A primeira perpassou pela explicação bíblica que
apontava a maldição de Caim, a qual recaiu sobre os negros
africanos. Tal explicação discorria da seguinteforma:
Os filhos de Noé, que saíram da arca, foram estes: Sem, Cam
e Jafé; e Cam é o antepassado de Canaã. Estes três foram os
filhos de Noé, e a partir deles foi povoada a terra inteira. Noé,
que era lavrador, plantou a primeira vinha. Bebeu o vinho,
embriagou-se e ficou nu dentro da tenda. Cam, o antepassado
de Canaã, viu seu pai nu e saiu o pensamento de Darwin com
valores morais e passaram a associar as características físicas
e intelectuais dos negros numa escala evolutiva, na qual
estavam na base e os brancos no topo do processo evolutivo.
(...)
O efeito das teorias raciais no Brasil possibilitou que o negro
fosse associado a todas as características nocivas do caráter
humano e essas teorias ajudaram, portanto, aos interesses dos
senhores de escravos e das elites em ascensão no Brasil
republicano. Foi, assim, baseado em preceitos bíblicos e nas
teorias evolucionistas, que a imagem do negro brasileiro foi
sendo construída na sociedade brasileira.
Muitas pessoas prefeferem se embasar no conceito da
democracia racial, afirmando que o preconceito contra os
negros e seus descendentes não existe no Brasil: o que se
presencia são apenas brincadeiras, ou seja, não se
caracterizam como racismo. Diante disso, percebe-se que as
brincadeiras e chacotas direcionadas aos século XVI, quando
os negros oriundos das várias partes da África começaram a
desembarcar na América portuguesa de forma forçada para
trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar e nas minas de ouro,
começou um longo período de usurpação da sua liberdade,
gerando graves consequências para o seu status social.
Vale destacar que alguns negros e mestiços trabalhavam nos
centros urbanos, conhecidos como escravos de ganho, e nas
ruas desempenhavam diferentes funções, tais como
carregadores de água, sangradores, barbeiros e vendedores de
doces, frutas e outros quitutes.
Apesar desses escravos não estarem nas fazendas ou nas
minas e desempenharem outras atividades, eles não estavam
isentos do estigma de para contar a seus dois irmãos. Sem e
Jafe, porém, tomaram o manto, puseram-se sobre seus
próprios ombros e, andando de costas, cobriram a nudez do
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pai; como estavam de costas,
não viram a nudez do pai. Quando Noé acordou da embriaguez,
ficou sabendo o que seu filho mais jovem tinha feito. E disse:
"Maldito seja Canaã”. “Seja bendito Javé, o Deus de Sem, e que
Canaã seja escravo de Sem” (PAULA, 2011).
(...)
Já a segunda explicação baseou-se nas teorias do
naturalista Charles Darwin (1809-1882), principalmente entre
as nações europeias do final do século XIX e início do século
XX, que recorreram às teorias evolucionistas para justificar a
nova expropriação no continente africano, através do
Imperialismo. Os indivíduos envolvidos nesse neocolonialismo
carregaram negros resultam em vários tipos de violência,
entre elas, física e psicológica. (...)
Embora mais de um século já tenha se passado desde a
abolição da escravatura, pouco mudou em relação à situação
do negro na sociedade. O combate ao racismo ainda é um
desafio para o estado e as entidades não governamentais. O
Brasil ainda possui uma cultura muito forte de estereótipos e,
o que vemos na atualidade, sendo noticiado pela imprensa no
país, é o impacto negativo da escravidão e da colonização que
resultou em diversas consequências para a população afro-
brasileira. É importante dizer, também, que outras pesquisas
devem ser realizadas a fim de que a reflexão sobre esse
problema social favoreça a superação do preconceito nas
relações humanas.
No Brasil, vê-se a pretensão de que se elimine o
preconceito e o racismo por meio de criação de leis, não
obstante, é importante dizer também que é necessária, além da
conscientização, a educação, a qual é o principal instrumento
que poderá trazer verdadeiro esclarecimento a todos.
Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer de Mato Grosso.
Disponível em: http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/A-
perman%C3%AAncia-do-racismo-na-sociedade-brasileira.aspx
01 – De acordo com o texto I, o racismo no Brasil:
a) deve ser analisado como consequência de políticas
sociais.
b) precisa ser pensado como um enraizamento cultural que
é fruto da margilalização do negro ao longo da história.
c) deve ser pensado em termos de um assunto que não
adquire relevância nacional uma vez que não é debatido.
d) precisa ser compreendido como um processo combatido
por argumentos religiosos.
02 – Levando em consideração a organização global do
texto e a sua intenção comunicativa, é possível observar
que nele predomina:
a) a função referencial da linguagem
b) a função emotiva da linguagem
c) a função metalinguística
d) a função apelativa
03 – Quanto à tipologia textual, assinale a alternativa que
apresenta excerto puramente expositivo-descrivo.
a) “Entre as justificativas para a dominação dos negros
africanos, e consequente submissão à condição de escravos,
eram utilizados duas linhas de pensamento, a saber,
religiosa e ‘cientifica` (...)” – 3º parágrafo.
b) “Os filhos de Noé, que saíram da arca, foram estes: Sem,
Cam e Jafé; e Cam é o antepassado de Canaã. Estes três
foram os filhos de Noé” – 4º parágrafo.
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Turma : AFA/EsPCEx
Diversas pessoas escolhem recorrer à ideia de
c) “Embora o racismo ainda não seja um assunto discutido democracia racial
abertamente entre os brasileiros, percebe-se que o d) “pouco mudou em relação à situação do negro na
preconceito sobre os negros e os seus descendentes sociedade” (9º parágrafo)
encontra-se na história (...)” – 1º parágrafo. quase nada se alterou em se tratando do cenário em que
d) “O combate ao racismo ainda é um desafio para o estado o negro está inserido
e as entidades não governamentais.” – 8º parágrafo.
08 – Partindo dos processos de formação das palavras,
04 – Quantos às relações de causa e de consequência correlacione as colunas e assinale a alternativa que traz
estabelecidas no texto, observa-se que: correta correspondência.
a) o 3º parágrafo apresenta duas consequências paro
racismo. (1) derivação prefixal
b) o 6ª parágrafo revela uma grande causa para a (2) derivação sufixal
permanência do preconceito naturalizado. (3) parassíntese
c) o 7º parágrado é marcado por causas e consequências (4) derivação imprópria
ligadas à naturalização do preconceito racial. (5) derivação regressiva
d) o último parágrafo aborda possíveis consequências para (6) composição por justaposição
o problem do preconceito racial. (7) composição por aglutinação

05 – Em um texto, o locutor vai deixando pistas de seu ( ) "embora"

ponto de vista em relação ao que diz. Essas pistas ( )"abertamente"
desempenham um importante papel na coerência ( )"preconceito"
argumentativa e são conhecidos como elementos ( )"escravatura"
modalizadores. Assinale a alternativa em que NÃO há ( )"usurpação"
elementos de modalização. ( )"liberdade"
a) “os negros oriundos das várias partes da África ( )"alguns negros" (2º parágrafo)
começaram a desembarcar na América portuguesa de ( )"cana-de-açúcar"
forma forçada” (primeiro parágrafo) ( )"expropriação"
b) “O combate ao racismo ainda é um desafio para o estado” ( )"embasar"
(8º parágrafo) ( ) “o combate” (8º parágrafo)
c) “é importante dizer também que é necessária” (último
parágrafo) a) 7; 2; 1; 1; 2; 2; 4; 6; 2; 3; 5
d) “alguns negros e mestiços trabalhavam nos centros b) 7; 2; 1; 2; 2; 2; 4; 6; 2; 3; 5
urbanos, conhecidos como escravos de ganho, e nas ruas c) 7; 2; 1; 2; 2; 2; 4; 6; 3; 3; 5
desempenhavam diferentes funções” (2º parágrafo) d) 7; 2; 1; 2; 2; 2; 4; 6; 2; 3; 4

06 – No fragmento eram utilizados duas linhas de
pensamento, a saber, religiosa e "científica" (3º parágrafo), o
emprego das aspas revela:
a) um processo de restrição semântica que o enunciador
usa para mostra que está abordando um tipo de ciência.
b) que o enunciador pretende ampliar o sentido a que ele
atribui à ciência, evidenciando que o pesamento científico
deve levar em consideração determinados valores morais.
c) um processo de intertextualidade que o enunciador
constrói ao citar um texto prévio.
d) que o enunciador ressignifica discursivamente uma
palavra a fim de evidenciar seu posicionamento em relação
a um pensamento que, segundo ele, não tem base científica.
07 – Nas alternativas abaixo, trechos do Texto I foram
reescritos. Analise-os e assinale a alternativa cuja reescrita
fere o padrão culto da língua portuguesa.
a) “Embora mais de um século já tenha se passado desde a
abolição da escravatura (....)” (8º parágrafo)
Ainda que tenham havido mais de cem anos desde o
término da escravidão
b) “dificilmente conseguiam ascender socialmente e atingir
status sociais dos homens e mulheres cuja cor era branca”
(2º parágrafo)
com propabilidade mínima, conseguiam galgar
socialmente e chegar a status sociais típicos de homens e
mulheres brancos.
c) “Muitas pessoas prefeferem se embasar no conceito da
democracia racial” (7º parágrafo)
9 – Assinale a alternativa que apresenta correta análise
sintática em relação aos termos destacados abaixo.
a) “e pelas escassas políticas de inserção desses sujeitos na
sociedade” – núcleo do sujeito
b) “puseram-se sobre seus próprios ombros” – objeto
direto
c) “a reflexão sobre esse problema social favoreça a
superação do preconceito” – adjunto adominal
d) “e atingir status sociais dos homens e mulheres cuja cor
era branca” – adjunto adominal
10 – No período do último parágrafo do texto I, é possível
observar a presença de 6 orações, classificadas,
respectivamente como:
a) oração principal; oração subordinada substantiva
completiva nominal; oração coordenada sindética
adversativa; oração subordinada substantiva objetiva
direta; oração adjetiva explicativa; oração adjetiva
restritiva.
b) oração principal; oração subordinada substantiva
completiva nominal; oração coordenada assindética; oração
subordinada substantiva subjetiva; oração adjetiva
explicativa; oração adjetiva restritiva.
c) oração principal; oração subordinada substantiva
objetiva indireta; oração coordenada sindética adversativa;
oração subordinada substantiva objetiva direta; oração
adjetiva explicativa; oração adjetiva restritiva.

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Turma : AFA/EsPCEx
b) não deixa o indivíduo dormir.
d) oração principal; oração subordinada substantiva c) não permite que o indivíduo sonhe e crie expectativas.
completiva nominal; oração coordenada sindética d) acaba com a paz e a tranquilidade.
adversativa; oração subordinada substantiva objetiva
direta; oração adjetiva explicativa; oração substantiva 15 – No trecho: “Elevador é quase um templo” (1ª estrofe),
apostitiva. há uma figura de linguagem, que pode ser analisada da
seguinte forma:
11 – Escolha a alternativa que apresenta respectivamente a) o uso da metonímia constrói um imaginário de igualdade
vocábulos semanticamente equivalente às palavras grifadas entre os homens.
no fragmento: “principalmente nos três séculos de b) o uso da metáfora ajuda a criar a imagem do elevador
escravidão, e pelas escassas políticas de inserção desses como um lugar sacralizado, pertencente ao branco.
sujeitos na sociedade” (1º parágrafo) c) o uso da hipérbole intensificado pelo vocábulo “quase”
a) insuficientes; inacessibilidade estabelece a separação entre brancos e negros. d) o uso da
b) parcas; introdução personificação cria a ideia de que o negro é animalizado na
c) pobres; inclusão sociedade.
d) poucas; interseção
16 – O pleonasmo estilístico constitui uma redundância
12 – Assinale a opção em que o fragmento do texto que constrói o efeito de ênfase discursiva. Assinale a
destacado apresenta um problema de regência. alternativa que apresenta verso em que esse processo
a) “porém, tomaram o manto, puseram-se sobre seus ocorre.
próprios ombros” (4º parágrafo) a) “É o exemplo da dignidade”
b) “No Brasil, vê-se a pretensão de que se elimine o b) “Fato real de nossa história”
preconceito” (último parágrafo) c) “Somos filhos de todo açoite”
c) “A primeira perpassou pela explicação bíblica que d) “Temos a cor da noite”
apontava a maldição de Caim” (3º parágrafo).
d) “o que se presencia são apenas brincadeiras, ou seja, não 17 – “Exemplo pra minar teu sono”
se caracterizam como racismo” (7º parágrafo)
No processo de referenciação, os elementos textuais podem
Texto II apontar para dentro do discurso (referência endofórica) –
quando formas linguísticas retomam (anáfora) ou
Elevador é quase um templo antecipam (catáfora) palavras ou expressões – ou para o
Exemplo pra minar teu sono exterior do texto – quando no processo de referenciação,
Sai desse compromisso uma forma linguística aponta para fora do texto (referência
Não vai no de serviço exofórica). Levando isso em consideração, aponte o
Se o social tem dono, não vai... processo de referenciação presente pela forma destacada
do verso.
Quem cede a vez não quer vitória
Somos herança da memória a) anáfora
Temos a cor da noite b) catáfora
Filhos de todo açoite c) referência endofórica
Fato real de nossa história d) referência exofórica

Se o preto de alma branca pra você 18 – Eleja a alternativa em que o fragmento da canção
É o exemplo da dignidade apresenta incorreção em relação à norma padrão da língua.
Não nos ajuda, só nos faz sofrer a) “Se o preto de alma branca pra você”
Nem resgata nossa identidade b) “Elevador é quase um templo”
c) “Temos a cor da noite”
Jorge Aragão. Identidade d) “É o exemplo da dignidade”
https://www.letras.mus.br/jorge-aragao/77012/
19 – No texto, o enunciador usa a expressão “preto de alma
13 – A canção “Identidade” (texto II) aborda a questão do branca” para referenciar o preconceito sofrido por:
preconceito no Brasil. Os cinco primeiros versos discutem o a) pessoas negras engajadas.
enraizamento do preconceito na cultura, evidenciando que: b) negros intelectuais.
a) o negro não precisa lutar a todo custo para usar o c) negros empoderados.
elemento social. d) negros de pais brancos.
b) a luta do negro não pode se resumir em tentar usar o
elevador de serviço. 20 – Nos versos “Não nos ajuda, só nos faz sofrer/ Nem
c) a população negra deve abandonar o compromisso de resgata nossa identidade”, as palavras sublinhas
utilizar o elevador de serviço. apresentam respectivamente, a seguinte análise
d) os dois últimos versos da primeira estrofe revelam que, morfossintática:
se houver dono, o negro deve usar o elevador de serviço. a) objeto direto (pronome oblíquo); conjunção adversativa.
b) sujeito (pronome oblíquo); conjunção aditiva.
14 – A metáfora “minar teu sono” é compreendida na ideia c) objeto indireto (pronome oblíquo); conjunção
de que: alternativa.
a) impede o descanso da manhã. d) sujeito (pronome oblíquo); conjunção adversativa.