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Tive a oportunidade de assistir Rudolph Giuliani no Brasil, em 2005. Sua palestra foi,
certamente, a mais concorrida da Expomagement daquele ano. O ex-prefeito de Nova York
relatou, com base na sua experiência de vida, o que é ser um líder e como um líder deve
responder em momentos de turbulência. A autoridade do apresentador sobre o assunto é
atestada pela forma como conduziu a crise em Nova York após o atentado das torres
gêmeas, em 11 de setembro de 2001.
A primeira frase de Giuliani dividiu opiniões: líderes se formam, não nascem feitos. Muitas
pessoas ainda acreditam que a liderança é um fator nato, que os líderes já nascem como tal.
Segundo Giuliani, a formação de um líder é diretamente influenciada pelos fatores externos
ao líder, como a sua formação escolar, o exemplo de seus pais, sua educação doméstica e a
sua experiência profissional.
Rudolph Giuliani elenca sete princípios que, segundo ele, são essenciais para a tônica da
liderança.
O primeiro princípio é ter uma visão, “saber o que você acredita; saber quem você é”. O
líder deve conhecer a sua essência, saber o que ele próprio representa. Nós lideramos
através de idéias, através de uma visão clara e de princípios bem estabelecidos. É a partir da
visão do líder que os demais irão segui-lo - ou não. Giuliani ressalta que essa visão deve ser
inspiradora e – importante – deve ser de longo prazo.
As atitudes de um líder devem ser pautadas em metas e objetivos coerentes com a sua
visão. Além disso, Giuliani aponta para a importância de ser fiel às suas idéias, mesmo que
isso signifique resistir a opiniões divergentes: “um líder deve poder olhar para o futuro e
resistir às opiniões contrárias”.
Ainda nesse tópico, Rudolph Giuliani relatou que as pessoas seguem esperança, sonhos e a
realização desse s sonhos. Quem soluciona problemas atrai as pessoas, em qualquer
sociedade. Logicamente, às vezes seguimos as pessoas erradas. Nesse ponto, Giuliani
aponta para a necessidade de um líder ser norteado pela moral e pela ética, empreendendo
sempre ações corretas.
Em terceiro lugar, um líder deve ter coragem. Coragem não significa a ausência de medo,
mas a capacidade de lidar com o medo e de assumir riscos, inspirando as pessoas a
seguirem o seu exemplo. Giuliani conta que sempre é abordado com a seguinte questão:
“devemos ter medo de outro ataque terrorista?”. Sua resposta é sempre a mesma: “Sim,
nós devemos. A grande questão é o que fazer com esse medo”.
Conforme o ex-prefeito de Nova York, o medo tem um aspecto positivo: quando bem
gerenciado, estimula as pessoas a se preparem. O quarto princípio de liderança, portanto, é
preparar-se. Segundo Giuliani, devemos procurar antever todas as possibilidades de revezes
– isso na administração de um negócio, de uma cidade ou de um país. O treinamento nos
prepara, inclusive, para eventos inesperados que não estavam previstos em nosso
planejamento inicial. Parte de um líder é preparar-se para o pior.
Por fim, o sétimo e último princípio complementa o anterior: é preciso amar as pessoas.
Um verdadeiro líder ama as pessoas que estão sob sua responsabilidade. É normal líderes
de grandes organizações e de grandes cidades passarem a enxergar apenas números e
estatísticas. Não devemos cair nesse erro. Apenas o amor sincero pelas pessoas conquistará
o seu apoio e confiança. O líder precisa estar presente quando as pessoas precisam. Como
diz Giuliani: ir a casamentos é opcional, mas ir a funerais é obrigatório, pois é lá que as
pessoas mais precisam de nossa presença.
Liderança e Motivação
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A Professora E O Líder
Por estes dias a imprensa noticiou fartamente um fato muito lamentável ocorrido em Nova
Odessa, cidade do interior de São Paulo: numa escola municipal de educação
fundamental, um garoto de sete anos foi colocado de castigo pela professora atrás da porta
d
Por estes dias a imprensa noticiou fartamente um fato muito lamentável ocorrido em
Nova Odessa, cidade do interior de São Paulo: numa escola municipal de educação
fundamental, um garoto de sete anos foi colocado de castigo pela professora atrás da
porta da sala de aula e esquecido lá! A escola foi fechada, e o menino passou mais de
quatro horas no mesmo lugar até ser encontrado pela mãe, às 19h20, uma hora e
meia depois de a escola já ter fechado. Depois de resgatado pela mãe, o garoto
precisou ser medicado com calmantes.
Uma semana antes desse fato, ainda segundo a imprensa, a Câmara dos Lordes, no
Reino Unido, aprovou um projeto de lei que considera "aceitáveis", as palmadas
"moderadas" dos pais desde que não prejudiquem física ou mentalmente as crianças e
os adolescentes...
Sem comentários. Eu não vou voltar a este assunto (que já foi tema de um recente
artigo meu, "A Liderança das Palmadas"), porque me tira do sério, pela insensatez e
insensibilidade que demonstra. Concordo inteiramente com a psicóloga Maria Amélia
Azevedo, fundadora do LACRI (Laboratório de Estudos da Criança do Instituto de
Psicologia da USP) quando diz: "Não existe palmada light. De qualquer forma, bater é
um desrespeito à criança. Se bater em adulto é agressão, se bater em cachorro é
crueldade, por que bater na criança é educação?". Se alguém tiver uma resposta
convincente, por favor, me diga.
Como já disse naquele artigo, não sou especialista em educação infantil. Trabalho com
comportamento organizacional e os fatos que citei apenas servem de pretexto para
entrar na minha seara. Por exemplo: que inferências e analogias podemos fazer entre
a ação da professora de Nova Odessa e um líder de qualquer empresa? Muita l Daria
um excelente debate nas aulas de Administração de algum MBA ou faculdades de
administração, já que se propõem a formar líderes. Fica aqui a sugestão.
O que quero destacar agora é o seguinte: acredito firmemente que certas atividades e
profissões jamais serão exercidas com excelência apenas à custa de conhecimentos
acadêmicos, administrativos ou técnicos. Apenas estudar para ser professor ou gerente
não garante a nenhum profissional eficácia e eficiência no desempenho do seu trabalho
como educador ou gestor de pessoas.
Estou convencido de que não é nas universidades que aprendemos a ser "gente" - e
para funções de educador ou de gestor de pessoas, é absolutamente fundamental ser
"gente", gostar de pessoas, ama-las, respeita-las, estar motivado em contribuir para a
realização e felicidade delas.
No seu livro "O Monge e o Executivo", James C. Hunter diz com muita propriedade:
"Liderança não é estilo, liderança é essência, isto é, caráter. Liderança e o amor são
questões ligadas ao caráter. Paciência, bondade, humildade, abnegação, respeito,
generosidade, honestidade, compromisso. Estas são as qualidades construtoras do
caráter, são os hábitos que precisamos desenvolver e amadurecer se quisermos nos
tornar líderes de sucesso, que vencem no teste do tempo".
Com freqüência, vivo me perguntando: que tipo de treinamento pode ser dado às
pessoas para que elas desenvolvam aquelas competências da Liderança relacionadas
pelo Hunter? E mais: como identificar num candidato a líder ou a professor, se ele as
possui e as pratica? Antes de contratados e efetivas, professores e gestores deveriam
passar por aquele treinamento e por aquele processo seletivo.
No entanto, o mesmo Hunter, no livro já citado, faz uma terrível constatação: "Ao
trabalhar com pessoas e conseguir que as coisas se façam através delas, sempre
haverá duas dinâmicas em jogo - a tarefa e o relacionamento. Então a chave para a
liderança é executar as tarefas enquanto se constroem relacionamentos. No entanto,
existe um conceito de liderança defeituoso, devido ao qual pessoas voltadas para as
tarefas provavelmente ocupam a maioria dos cargos de liderança".
Olha só: eu não tenho bola de cristal, mas sou capaz de apostar que esse filme vai
mudar de enredo. Nos dias de hoje, as pessoas em geral - e particularmente os
funcionários e alunos, em todos os níveis e de todas as idades - estão muito mais
conscientes do direito ao respeito, à justiça, ao reconhecimento, ao desenvolvimento, à
qualidade de vida. E vão começar a exigir isso dos seus lideres, sejam chefes ou
professores. E novos modelos de gestão de pessoas serão adotados e praticados.
No meu livro mais recente, "A Terceira Inteligência" (Butterfly Editora), proponho um
novo conceito comportamental que se contrapõe - ou no mínimo complementa - à
famosa teoria da Inteligência Emocional, do Goleman, e ao uso obsessivo da Razão
como orientadores "perfeitos" das nossas ações - o que não é verdade.
Não quero ser pretensioso e sei que meu livro não vai vender nem um centésimo do
que vendeu o do Goleman, mas uma coisa eu garanto a vocês: se professores e
gestores desenvolvessem e adotassem a Terceira Inteligência, não existiriam jamais
crianças de castigo atrás de portas, nem funcionários chorando nos banheiros de
empresas.